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Abstract

Objetivo: avaliar a cultura de segurança do paciente das equipes de enfermagem no contexto hospitalar. Método: sob o ponto de vista da enfermagem foi realizado um estudo quantitativo, tipo survey, transversal. A coleta de dados ocorreu entre junho e julho de 2013. Foi utilizado o questionário Hospital Survey on Patient Safety Culture, respondido por 437 profissionais da equipe de enfermagem, com taxa de resposta de 100%. Resultados: entre as doze dimensões avaliadas, apenas seis apresentaram taxas de respostas positivas maiores que 50%, sendo frequência de relato de eventos (61,4%), aprendizado organizacional - melhoria contínua (60,5%), respostas não punitivas aos erros (58%), trabalho em equipe dentro da unidade (57,1%), passagem de plantão/turnos e transferências (53,1%) e retorno da informação e comunicação sobre erro (51,8%). Conclusão: para o alcance de cultura de segurança positiva são necessárias ações de melhoria que envolvam a gestão e as chefias no que se refere: percepção geral da segurança; expectativas sobre o supervisor/chefe e ações promotoras da segurança; abertura da comunicação; apoio da gestão hospitalar para a segurança do paciente e trabalho em equipe entre as unidades.
Artigo Original
Texto Contexto Enferm, 2018; 27(3):e2670016
1
CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE: AVALIAÇÃO PELOS
PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM1
Daniele Bernardi da Costa2, Daniele Ramos3, Carmen Silvia Gabriel4, Andrea Bernardes5
1 Artigo extraído da dissertação - Cultura de segurança do paciente sob a ótica da equipe de enfermagem em serviços hospitalares,
apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP)
da Universidade de São Paulo (USP), em 2014.
2 Mestre em Enfermagem Fundamental. Docente da Universidade do Norte do Paraná. Londrina, Paraná, Brasil. E-mail:
danielebernardi@hotmail.com
3 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da EERP/USP. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. E-mail:
danidsramos@yahoo.com.br
4 Doutora em Enfermagem em Saúde Pública. Professora do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada da EERP/USP.
Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. E-mail: cgabriel@eerp.usp.br
5 Doutora em Enfermagem Fundamental. Professora do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada da EERP/USP.
Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. E-mail: adreab@eerp.usp.br
RESUMO
Objetivo: avaliar a cultura de segurança do paciente das equipes de enfermagem no contexto hospitalar.
Método: sob o ponto de vista da enfermagem foi realizado um estudo quantitativo, tipo survey, transversal. A coleta de dados ocorreu entre
junho e julho de 2013. Foi utilizado o questionário Hospital Survey on Patient Safety Culture, respondido por 437 prossionais da equipe de
enfermagem, com taxa de resposta de 100%.
Resultados: entre as doze dimensões avaliadas, apenas seis apresentaram taxas de respostas positivas maiores que 50%, sendo frequência
de relato de eventos (61,4%), aprendizado organizacional - melhoria contínua (60,5%), respostas não punitivas aos erros (58%), trabalho
em equipe dentro da unidade (57,1%), passagem de plantão/turnos e transferências (53,1%) e retorno da informação e comunicação sobre
erro (51,8%).
Conclusão: para o alcance de cultura de segurança positiva são necessárias ações de melhoria que envolvam a gestão e as cheas no que se
refere: percepção geral da segurança; expectativas sobre o supervisor/chefe e ações promotoras da segurança; abertura da comunicação;
apoio da gestão hospitalar para a segurança do paciente e trabalho em equipe entre as unidades.
DESCRITORES: Segurança do paciente. Enfermagem. Serviços hospitalares. Qualidade da assistência à saúde.
PATIENT SAFETY CULTURE: EVALUATION BY NURSING
PROFESSIONALS
ABSTRACT
Objective: to evaluate the patient safety culture of nursing teams in the hospital context. Method: from a nursing point of view, a cross-
sectional quantitative study, of the survey type, was performed. The data collection occurred between June and July 2013. The questionnaire
Hospital Survey on Patient Safety Culture was used, answered by 437 professionals of the nursing team, with a response rate of 100%.
Results: among the twelve dimensions evaluated, only six had positive response rates greater than 50%, being the frequency of event
reporting (61.4%), organizational learning - continuous improvement (60.5%), non-punitive responses to errors (58%), teamwork within
the unit (57.1%), shift/orderly and transfers (53.1%), and feedback of information and communication about error (51.8%).
Conclusion: in order to reach a positive safety culture, improvement actions involving management and leadership are required: general
perception of safety; expectations about the supervisor/boss and actions that promote safety; the opening of communication; support of
hospital management for patient safety and teamwork between units.
DESCRIPTORS: Patient Safety. Nursing. Hospital services. Quality of health care.
http://dx.doi.org/10.1590/0104-070720180002670016
Texto Contexto Enferm, 2018; 27(3):e2670016
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CULTURA DE SEGURIDAD PARA EL PACIENTE: EVALUACIÓN
REALIZADA POR LOS PROFESIONALES DE ENFERMERÍA1
RESUMEN
Objetivo: evaluar la cultura de seguridad del paciente de los equipos de enfermería en el contexto hospitalario.
Método: bajo el punto de vista de la enfermería fue realizado un estudio cuantitativo, tipo survey y transversal. La obtención de datos se
realizó entre Junio y Julio del 2013. Se usó el cuestionario Hospital Survey on Patient Safety Culture que respondido por 437 profesionales
del equipo de enfermería y con una taza de respuesta del 100%.
Resultados: entre las doce dimensiones evaluadas apenas seis presentaron tazas de respuestas positivas mayores al 50%, siendo ellas
la frecuencia del relato de eventos (61,4%), aprendizaje organizacional - mejora continua (60,5%), respuestas no punitivas a los errores
(58%), trabajo en equipo dentro de la unidad (57,1%), pasaje de guardia/turnos y transferencias (53,1%) y proporcionar la información y
comunicación sobre el error (51,8%).
Conclusión: para llegar a la cultura de seguridad positiva son necesarias acciones de mejoramiento que incluyan la gestión y las jefaturas
en lo que se reere a la percepción general de la seguridad, expectativas sobre el supervisor/jefe y las acciones promotoras de la seguridad,
abertura de la comunicación, apoyo de la gestión hospitalaria para la seguridad del paciente y el trabajo en equipo entre las unidades.
DESCRIPTORES: Seguridad del paciente. Enfermería. Servicios hospitalarios. Cualidad de la asistencia para la salud.
INTRODUÇÃO
Erros associados às instituições de saúde pas-
saram a ser foco na mídia, com mais ênfase, após a
publicação do relatório To err is human, do Institute of
Medicine, em 1999, onde foram divulgados números
altíssimos de mortes decorrentes de erros assisten-
ciais e médicos.1 Mesmo com muitos esforços sendo
realizados desde então, ainda assim, estudo publica-
do em 2013 estimou que mortes associadas a danos
evitáveis acometam mais de 400.000 pessoas por ano
e cerca de 4 a 8 milhões acometidos por danos graves,
o que signica que diariamente ocorram, em média,
1.096 de mortes e 10.949 a 20.918 danos graves.2
A Joint Commission, em 2013, lançou suas
primeiras metas de segurança do paciente para hos-
pitais para o ano seguinte e atualmente estabeleceu
as metas para o ano de 2016, sendo elas: melhorar
a precisão da identicação do paciente, aprimorar
a eficácia da comunicação entre os cuidadores,
aperfeiçoar a segurança no uso de medicamentos,
reduzir os danos associados aos sistemas de alarme
clínicos, minimizar riscos de infecções associados ao
cuidado e identicar os riscos de segurança ineren-
tes aos pacientes pelos hospitais.3
No Brasil, também em 2013, instituiu-se,
por meio da Portaria nº 529/13, do Ministério da
Saúde e a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC)
36/2013, o Programa Nacional de Segurança do
Paciente (PNSP), cujo objetivo é contribuir para
a qualicação do cuidado em saúde em todos os
estabelecimentos de saúde do território nacional.4
Somada a essa iniciativa, a RDC 36/2013, publica-
da pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), objetiva maior qualidade nos serviços de
saúde através de ações de promoção de segurança
e busca de melhoria contínua da qualidade. Juntos,
representam a criação do Núcleo de Segurança do
Paciente (NSP) nos serviços de saúde através da
execução do Plano de Segurança do Paciente em
Serviços de Saúde (PSP).5
Dada a inuência dos processos técnicos e or-
ganizacionais das instituições sobre os prossionais,
rever os processos de trabalho é uma ferramenta
essencial para o conhecimento dos problemas exis-
tentes e posterior implantação de barreiras para
novos problemas relacionados à segurança.6
Cultura de segurança é o produto de valores
individuais e de um grupo, atitudes, percepções,
competências e padrão de comportamento que de-
terminam o compromisso, o estilo e a prociência
da administração de uma organização saudável e
segura. As instituições de saúde devem alertar-se
para existência de cultura organizacional de baixas
expectativas, caracterizada por falta ou falha de co-
municação, mudanças ambíguas ou rápidas que não
são comunicadas a todos os prossionais, troca de
informações incompletas e a falta de informações.7
As instituições hospitalares têm incorporado
ações em prol da cultura do paciente com o objetivo
de oferecer assistência de excelência, diminuir custos
e assegurar satisfação. Quando a segurança é instituí-
da como processo cultural, constata-se maior cons-
ciência prossional quanto à cultura de segurança do
paciente e ao compromisso ético do gerenciamento
de risco para o prossional e para o paciente.8-9
O ambiente hospitalar deve ser seguro para
que os prossionais possam relatar os erros ocor-
ridos, conversar sobre eles, analisá-los junto às
situações que os precederam, identicar os pontos
frágeis dos processos a m de repará-los, discutir
estratégias de melhorias10 e priorizar a comunicação
baseada na conança entre os prossionais.
A avaliação da cultura de segurança do pa-
ciente permite reconhecer potencialidades e fragi-
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Cultura de segurança do paciente: avaliação pelos prossionais... 3/9
lidades que nortearão ações de melhorias de modo
a construir uma cultura positiva e forte dentro das
instituições de saúde. A equipe de enfermagem é o
grande contingente de recursos humanos hospita-
lares e, na maioria das vezes, é responsável direta
pela assistência, por isso, avaliar a cultura de segu-
rança do paciente nessa população traz informações
importantes e impactantes para as instituições
hospitalares. Sendo assim, o objetivo deste estudo
foi avaliar a cultura de segurança do paciente pela
equipe de enfermagem no contexto hospitalar.
MÉTODO
Trata-se de um estudo descritivo, transversal,
de abordagem quantitativa. Foi realizado em duas
instituições hospitalares localizadas no norte do
estado do Paraná, no Brasil. Quanto às caracterís-
ticas das instituições, a instituição A é um hospital
universitário público geral e possui 316 leitos. A
instituição B é um hospital geral privado de caráter
lantrópico e possui 269 leitos.
A coleta de dados foi realizada na instituição
A nos seguintes setores: Unidade de Internação
Médico-Cirúrgica Masculina, Feminina, Moléstias
Infecciosas, Centro Cirúrgico, Centro de Material
Esterilizado, Unidades de Terapia Intensiva, Ma-
ternidade, Pediatria, Unidade de Terapia Intensiva
Pediátrica, Unidade de Cuidados Intermediários
Neonatal e Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.
Já os setores selecionados na instituição B foram:
Unidades Clínicas, Unidades Cirúrgicas, Unidades
de Terapia Intensiva, Pediatria, Maternidade, Uni-
dade de Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica,
Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal,
Centro Cirúrgico e Centro de Material Esterilizado.
Para o cálculo da amostra do estudo foi adotado
nível de conança de 95% e realizado segundo o cargo
ocupado, totalizando 282 servidores entre auxiliares e
técnicos de enfermagem e enfermeiros, 178 prossio-
nais da instituição A e 104 prossionais da instituição
B. Entretanto, a amostra nal obteve participação
efetiva de 437 servidores das instituições, pois houve
um número maior de interessados do que o número
calculado na amostragem. Apesar do cálculo amostral
ter sido único para as duas instituições, o sorteio da
amostragem foi realizado de forma independente e os
demais prossionais que demonstraram interesse em
participar foram adicionados ao total sorteado. Cabe
destacar que dos sorteados, todos os 282 servidores
participaram da pesquisa.
Foram adotados os seguintes critérios de
exclusão: prossionais com menos de seis meses
na instituição; profissionais que estivessem, no
período da coleta de dados, em férias, licenças ou
afastamento do serviço; e estudantes de graduação
e residência devido ao processo de formação e
ausência de vínculo empregatício nas instituições.
Como também foram excluídos os enfermeiros che-
fes das duas instituições devido a sua relação direta
com as equipes de enfermagem, e não realização e
acompanhamento da assistência de enfermagem de
fato aos pacientes.
A coleta de dados ocorreu durante os meses
de junho e julho de 2013, através da aplicação do
questionário Hospital Survey on Patient Safety Culture
(HSOPSC), desenvolvido e disponibilizado desde
2004 pela Agency for Health Research and Quality
(AHRQ). O objetivo desse questionário é mensurar
dimensões sobre a cultura de segurança, utilizado
em diversos países do mundo e aborda as dimensões
de cultura de segurança no âmbito individual, das
unidades e também no âmbito hospitalar. O ques-
tionário foi traduzido e validado posteriormente
para a língua portuguesa.11-12
O questionário é composto por nove seções que
subdividem-se em 42 itens e aborda 12 dimensões,
avaliadas pela média de cada item que a compõe, a
saber: percepção geral da segurança; frequência de
relato de eventos; expectativas sobre o supervisor/
chefe e ações promotoras da segurança; aprendiza-
do organizacional - melhoria contínua; trabalho em
equipe dentro das unidades; abertura da comunica-
ção; respostas não punitivas aos erros; adequação de
prossionais; retorno da informação e comunicação
sobre erro; apoio da gestão hospitalar para a seguran-
ça do paciente; trabalho em equipe entre as unidades;
e passagem de plantão e transferências.
Os itens são analisados através de escala Likert
de cinco pontos, cujas categorias são de grau de
concordância para as 12 dimensões. Cada dimen-
são foi avaliada segundo o percentual de respostas
positivas, sendo o percentual obtido através do cál-
culo resultante da combinação das duas categorias
mais altas de resposta; de cada dimensão as duas
categorias mais baixas indicam resultados negativos
referentes à cultura; e a categoria média demonstra
neutralidade.11
As questões pertinentes ao número de even-
tos relatados e ao conceito dado à instituição em
relação à segurança do paciente pelos servidores
foram apresentadas com suas relativas frequências
de respostas.
Quanto à avaliação das frequências obtidas nas
dimensões, apesar dos autores do instrumento adota-
rem 75% de respostas positivas como corte para inter-
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pretar os achados como uma cultura de segurança do
paciente positiva, consideraram esse corte arbitrário e
indicaram que a instituição responsável pela aplicação
e análise das respostas deve denir conforme suas
necessidades.11 Assim sendo, ao ponderar a realidade
das instituições hospitalares e do cenário brasileiro no
que tange à temática de segurança do paciente, con-
siderou-se cultura de segurança do paciente positiva
a partir de 50% de respostas positivas.
A análise dos dados foi feita de forma des-
critiva através do programa estatístico Statistical
Package for Social Sciences (SPSS), versão 17.0. O alfa
de Cronbach total das dimensões foi 0,85.
O estudo foi avaliado e aprovado pelo Comitê
de Ética em pesquisa da Escola de Enfermagem
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, sob
CAAE nº 17533913.8.0000.5393.
RESULTADOS
No que tange às características dos participan-
tes e os dados prossionais, houve predominância
do sexo feminino (84,7%). Quanto ao item idade, ob-
serva-se que a maioria dos prossionais se encontra
na faixa etária de 21 a 50 anos, somando 87%. Em
relação ao grau de escolaridade, a maior parte da
população do estudo possui o ensino superior com-
pleto (45,1%). No entanto, ao analisar a categoria
prossional verica-se a predominância de técnicos
de enfermagem (41,2%). Constata-se, ainda, que a
maioria dos participantes atua nas unidades de in-
ternação clínica e cirúrgicas femininas e masculinas
(25,2%), seguida pela unidade de terapia intensiva
(18,3%) e pronto socorro (10,8%), conforme Tabela 1.
Dentre os participantes, em 94,7% dos cargos
e funções exercidos, há interação ou contato direto
com os pacientes.
Tabela 1 - Distribuição dos participantes segundo sexo, idade, cargo atual e tempo de trabalho na
instituição. Londrina, PR, Brasil, 2013. (n=437)
Variáveis Categorias n (%) Total N (%)
Sexo Feminino 370 (84,7%) 437 (100%)
Masculino 67 (15,3%)
Idade
< 20 6 (1,4%)
437 (100%)
21-30 134 (30,7%)
31-40 114 (26,1%)
41-50 132 (30,2%)
>51 51 (11,7%)
Cargo atual
auxiliar de enfermagem 151 (34,6%)
437 (100%)técnico de enfermagem 180 (41,2%)
enfermeiro (a) 106 (24,3%)
Tempo de trabalho na instituição
< 1 ano 79 (18,1%)
437 (100%)
1 - 5 anos 158 (36,2%)
5 - 10 anos 44 (10,1%)
10 - 15 anos 43 (9,8%)
15 -20 anos 52 (11,9%)
20 - 25 anos 33 (7,6%)
25 - 30 anos 14 (3,2%)
>30 anos 14 (3,2%)
Os itens com piores avaliações nas dimensões,
ou seja, com percentual de respostas positivas meno-
res que 33,3%, dizem respeito: a mudanças de plan-
tão ou turno serem problemáticas para os pacientes
(31,8%); à quantidade de prossionais suciente
para atender a carga de trabalho (16,9%); aos pro-
ssionais que consideram que seus erros, enganos
ou falhas podem ser usados contra eles (17,6%); aos
supervisores que demandam que o trabalho seja
realizado de forma mais rápida quando a pressão
aumenta (29,1%); ao supervisor/gerente não dá
atenção suciente aos problemas de segurança do
paciente que acontecem repetidamente (20,4%);
ao fato de que a segurança do paciente jamais é
comprometida em função da maior quantidade de
trabalhos a ser concluída (32,5%); aos prossionais
sentirem-se à vontade para questionar as decisões
ou ações dos seus superiores (27,5%); aos pros-
sionais que têm receio de perguntar quando algo
não está correto (24,5%); aos prossionais que são
informados sobre mudanças implementadas a partir
dos relatórios de eventos (23,3%); e aos prossionais
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Cultura de segurança do paciente: avaliação pelos prossionais... 5/9
que se sentem à vontade para questionar as decisões
ou ações dos seus superiores (26,8%).
A Figura 1 mostra o percentual de respostas
positivas em relação às doze dimensões avaliadas
pelo instrumento. A dimensão com menos respostas
positivas foi a Abertura da comunicação (36,6%).
Figura 1 - Percentuais de escores positivos das dimensões de cultura de segurança do paciente de
dois hospitais. Londrina, Brasil, PR, 2013
Na Figura 2, são apresentadas as frequências
das respostas referentes ao conceito geral dado às
instituições avaliadas relacionado à segurança do
paciente. Pode-se inferir que a avaliação foi positiva,
tendo em vista que a maior frequência de respostas
se concentrou nas categorias excelente e muito boa,
totalizando (51%).
Figura 2 - Frequência dos conceitos gerais das
instituições em relação à cultura de segurança do
paciente de dois hospitais. Londrina, PR, Brasil, 2013
Nota-se que quando questionados sobre
o número de notificações de eventos adversos
preenchidos e apresentados nos últimos 12 meses,
a grande maioria das respostas se concentrou entre 1
e 5 noticações, conforme apresentado na Figura 3.
Figura 3 - Frequência de noticação de eventos
adversos preenchidos e apresentados nos últimos 12
meses em dois hospitais. Londrina, PR, Brasil, 2013
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DISCUSSÃO
Os resultados demonstraram de maneira geral
que a avaliação dos trabalhadores em relação à se-
gurança do paciente das instituições não é positiva,
sendo relevante destacar que problemas na segurança
do paciente têm impactos nanceiros, sociais e psico-
lógicos importantes (aumento de custos e gastos em
saúde, interrupção temporária ou permanente das
atividades produtivas, dor, sofrimento emocional e
impacto na taxa de mortalidade), que atingem tanto o
paciente quanto a instituição de saúde. Por isso, a cul-
tura de segurança do paciente tem papel fundamental
para a denição de comportamentos e implemen-
tações de ações que visem à melhoria da qualidade
institucional. É a partir do reconhecimento de
potenciais e fragilidades institucionais e prossionais
que surgem oportunidades de crescimento e
resultados cada vez mais positivos, tanto para os
pacientes quanto para as instituições de saúde.13
Dentre as dimensões do instrumento que
apresentaram as avaliações mais negativas pelos
prossionais, destacam-se tópicos relacionados à
carga de trabalho; comunicação, cultura punitiva e
hierarquizada e questões relacionadas a supervisão
e liderança, apontadas em dimensões avaliadas ne-
gativamente tais como quantidade de prossionais
insuciente para dar conta da carga de trabalho, os
prossionais consideram que seus erros, enganos ou
falhas podem ser usados contra eles, o supervisor/
gerente não dá atenção suciente aos problemas de
segurança do paciente, os prossionais não se sen-
tem à vontade para questionar as decisões ou ações
dos seus superiores e não são informados sobre
mudanças implementadas a partir dos relatórios de
eventos. Ainda, cou evidente o baixo número de
noticações efetuadas pelos participantes.
Essas preocupações, bem como ações, em prol
de melhorias devem expandir-se para todas as ati-
vidades, prossões e cargos dentro das instituições
de saúde. Entretanto, sabe-se que as sobrecargas de
trabalho nas equipes têm inuência na qualidade
das atividades prossionais.
Em especial, na equipe de enfermagem, a
associação entre carga de trabalho e eventos adver-
sos é signicativa alta, impactando negativamente
na segurança do paciente.14 Parte dos erros estão
relacionados a processos complexos, dispositivos
utilizados para realização da assistência, fragmen-
tação do atendimento, falhas no processo de comu-
nicação e falta de padronização dos procedimentos
realizados, devendo o trabalho em equipe fornecer
garantias contra a falibilidade humana, fortalecen-
do, portanto, a cultura de segurança.15
De acordo com pesquisa desenvolvida em
unidades de internação das áreas clínicas e cirúrgi-
cas de um hospital universitário do sul do Brasil,16
a sobrecarga de trabalho propicia a incidência de
alguns eventos como: queda do leito, infecção as-
sociada ao cateter venoso central, o absenteísmo e
a rotatividade.
O problema de sobrecarga na enfermagem
está intimamente relacionado ao quantitativo
insuciente de prossionais. A relação existente
entre a segurança do paciente e o quantitativo de
enfermagem enfatiza a importância do correto di-
mensionamento de recursos humanos, uma vez que
as taxas de mortalidade têm sido mais elevadas em
hospitais cujo dimensionamento é inadequado.14
Nesse sentido, estudo realizado com o mesmo
instrumento considerou o quantitativo reduzido de
prossionais como um dos fatores para a subnoti-
cação de eventos adversos17, o que, neste estudo,
em conjunto com a sobrecarga totalizam uma taxa
de 95,9% de números de eventos entre 1 e 5, nos
últimos 12 meses antecedentes à pesquisa.
A maioria dos servidores que responderam
ao instrumento foram os técnicos de enfermagem.
Estudo recente realizado em hospital público de
média complexidade mostra que os técnicos de
enfermagem são a maior categoria de trabalhadores
dentro do ambiente hospitalar, totalizando 50,9%
dos trabalhadores.18 Tendo isso em vista, uma vez
que a equipe de enfermagem é composta por en-
fermeiros, técnicos e auxiliares, denir o perl dos
trabalhadores pode indicar possíveis abordagens
para a construção de uma cultura de segurança do
paciente positiva ou fortalecimento da cultura já
existente. Dessa forma, esta deve ser a categoria que
mais precisa ser trabalhada no que tange a estraté-
gias para melhoria da segurança do paciente, pois
são eles os responsáveis pelos cuidados diretos aos
pacientes no país.
Além disso, melhorias nos processos assisten-
ciais gerenciados pelos enfermeiros e mudanças que
beneciam usuários dos sistemas, como também os
trabalhadores, são potencializadas a partir de uma
comunicação verdadeira, com respeito entre os
prossionais e sustentada na interação e cooperação
entre os saberes e fazeres prossionais. Uma das
maneiras de melhorar a comunicação e o trabalho
em equipe é enfatizar programas de treinamento
em gestão de recursos humanos, com o objetivo
de diminuir os níveis de autoridades, e realizar
dinâmicas a m de aumentar a interação entre os
prossionais, tanto da mesma unidade como de
unidades distintas.7-19
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Cultura de segurança do paciente: avaliação pelos prossionais... 7/9
Além das ações que objetivem a segurança do
paciente, há necessidade de que elas transcendam
os prossionais da equipe de enfermagem e tornem-
se uma cultura da instituição. O envolvimento das
equipes de gestão é fundamental para disseminar
a cultura de segurança do paciente e, consequen-
temente planejar, implementar e avaliar diversas
ações de melhoria.
Achados em relação à preocupação com se-
gurança do paciente revelam que a administração
não propicia clima de trabalho focado na segurança
do paciente, muito menos demonstra interesse e
iniciativas que a promovam.20
Por meio da noticação de eventos adversos,
os prossionais conseguem enxergar os riscos pre-
sentes nos processos de trabalho, adotar medidas
de prevenção dos eventos ou de barreiras à sua
reincidência e também avaliar as medidas imple-
mentadas a m de evidenciar melhorias na prática
do trabalho.21 Os prossionais também devem ser
constantemente orientados sobre a importância de
tais registros e do preenchimento correto e com-
pleto, ao passo que os formulários de noticações
devem ser claros, simples, de fácil compreensão e
preenchimento. Ademais, soma-se a esses fatos a
necessidade de compreensão acerca dos eventos
adversos pelos prossionais envolvidos e a adoção
de uma cultura não punitiva frente ao evento ins-
talado.22-23
Na perspectiva de que a participação do pro-
ssional é fundamental para o desenvolvimento do
cuidado de qualidade, o seu preparo está direta-
mente associado ao aperfeiçoamento dos sistemas
e ao processo do cuidar, o qual deve ser focado no
trabalho em equipe, no cuidado centrado no pacien-
te, em práticas baseadas em evidências, no uso da
informática e na melhoria da qualidade.24
A valorização da segurança do paciente e a
implantação de medidas para essa nalidade devem
ser prioridade de todos os prossionais, principal-
mente daqueles que ocupam cargos situados no
topo do organograma, no intuito de que os resulta-
dos positivos sejam evidenciados nos processos de
trabalho no âmbito da segurança do paciente. As
instituições devem viabilizar meios que contribuam
para análise dos seus processos de trabalho, sobre-
tudo priorizar a segurança do paciente por meio de
boas condições estruturais de trabalho aos pros-
sionais e conhecimento dos problemas existentes
a m de minimizá-los e evitá-los quando possível.
No intuito de fortalecer a cultura de seguran-
ça do paciente, os gestores devem atentar-se a um
modelo de gestão participativo, com estruturas
mais horizontais e que atendam as necessidades dos
pacientes e dos prossionais. Além disso, as lide-
ranças das instituições de saúde devem coordenar
a diversidade entre os prossionais de saúde e suas
especialidades, de modo que o trabalho desenvol-
vido seja coordenado, ecaz e seguro para todos.
Deve-se considerar que o contínuo e intenso
aprimoramento do serviço hospitalar só alcançará
resultados efetivos se os prossionais de enferma-
gem estiverem comprometidos com a ruptura de
um atendimento mecanizado e almejar um ambiente
organizacional de excelência. Torna-se imperioso co-
nhecer como estes trabalhadores, que representam a
maior categoria prossional no contexto hospitalar,
avaliam a segurança do paciente, por meio de um
instrumento válido e conável que possibilite um
diagnóstico consistente das potencialidades e fra-
gilidades entre o que é esperado - o ideal - e o que
concretamente acontece - o real - na organização.
Desta forma, fornecendo, subsídios para o desenvol-
vimento e consolidação de políticas institucionais de
qualidade voltadas para a priorização das áreas mais
frágeis com vistas à garantia de práticas seguras e
qualicadas, assim como a valorização das pessoas
envolvidas no processo de trabalho em saúde, sejam
trabalhadores ou usuário.
CONCLUSÃO
Em relação à avaliação da cultura de segu-
rança do paciente, o questionário adotado pode se
tornar um importante aliado das instituições para
reconhecer o momento cultural institucional. Os
dados fornecidos através de sua aplicação auxiliam
no diagnóstico da qualidade por ser a segurança do
paciente uma importante dimensão da qualidade e
também pelo fato de que a segurança do paciente
inuencia diretamente nas taxas de mortalidade,
com impactos nanceiros, sociais e psicológicos
consideráveis.
O presente estudo revelou que as instituições
devem repensar, junto aos seus prossionais, em
especial a equipe de enfermagem, seus processos
de noticação de eventos adversos por se constituir
em uma ferramenta fundamental para promover a
segurança do paciente. Ela fornece dados impor-
tantes nos processos de melhoria da qualidade,
pressupondo análises e avaliações, implementação
de barreiras, revisões de processos assistenciais e
gerenciais, entre outras ações.
Algumas limitações podem ser apontadas na
pesquisa, como a aplicação do questionário somente
para a equipe de enfermagem. Como as instituições
Texto Contexto Enferm, 2018; 27(3):e2670016
Costa DB, Ramos D, Gabriel CS, Bernardes A 8/9
de saúde são compostas por diversos prossionais,
a inclusão de diferentes categorias prossionais nas
pesquisas pode fazer com que os resultados sejam
mais dedignos sobre a realidade da cultura de
segurança do paciente nas instituições de saúde.
Conclui-se, por m, que avançar nesse tema
é desaador para as instituições de saúde. Dessa
forma, a partir da atual pesquisa acredita-se que
outras possam ser desenvolvidas com o objetivo de
conhecer e avaliar a cultura de segurança nas insti-
tuições de saúde, a m de consolidar uma cultura
de segurança construtiva. O estímulo à cultura de
segurança do paciente e à implantação de metas
que objetivem a prevenção de eventos adversos
são imprescindíveis para a melhoria dos sistemas
de saúde. Prevenir tais eventos é atualmente um
grande desao para o aprimoramento da qualidade
na saúde.
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(RS): EDIPUCRS, 2013.
Correspondência: Daniele Bernardi da Costa
Rua Uruguai, 1500, ap 403
86010-210 - Centro, Londrina, PR, Brasil
E-mail: danielebernardi@hotmail.com
Recebido: 16 de setembro de 2016
Aprovado: 11 de outubro de 2017
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... Em ambiente cujo acolhimento seja permeado pela comunicação clara entre usuários e profissionais pode-se promover confiança e empatia para o alcance da segurança do paciente e segurança do trabalhador. Defende-se que segurança do paciente é um conjunto de estratégias que assegura a redução dos riscos de incidentes ao paciente e garanta o bem-estar dos usuários e da equipe multiprofissional (Costa, Ramos, Gabriel, & Bernardes, 2018). ...
... Nesse contexto, importante discutir o conceito de cultura justa, que incentiva análise do processo de trabalho, permitindo diferenciar o comportamento de profissionais de saúde que agem de forma competente daqueles que assumem postura arriscada, sem justificativa. Além de analisar o perfil profissional, a cultura justa assume que os incidentes estão associados a falhas sistêmicas e não somente individuais (Costa et al., 2018). ...
... Em serviços em que ainda predominam uma cultura punitiva e coercitiva, que culpabilizam os profissionais pelos erros, não é raro e é compreensível que derive no sigilo, na vergonha, na ocultação e nas práticas defensivas (Costa et al., 2018;Romero et al., 2018). ...
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O objetivo deste estudo foi compreender os significados atribuídos pelos profissionais dos Centros de Atenção Psicossocial acerca das terminologias da Classificação Internacional para Segurança do Paciente (CISP). Estudo de abordagem qualitativa, conduzido com 31 profissionais de CAPS III de um município da região Centro Oeste do Brasil. A coleta de dados foi realizada por técnica de grupo, guiada pelo Ciclo de Aprendizagem Vivencial. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo, com auxílio do software Atlas.ti. Os resultados possibilitaram ir além do diagnóstico situacional sobre o conhecimento prévio da CISP pelos profissionais; promoveram a sensibilização para o reconhecimento de incidentes nas unidades; e constituíram estratégia inicial de desenvolvimento de consciência quanto à necessidade do planejamento do cuidado seguro na atenção psicossocial. Destacou-se a necessidade de desenvolver formação para segurança do paciente nos CAPS, a fim de promover uma assistência mais segura, em consonância com os objetivos das organizações internacionais e nacionais de saúde e necessidades de construção da cultura de segurança nos serviços de saúde mental.
... Para Costa et al. (2018), essa cultura tem importante papel, uma vez que existe a necessidade de seguir protocolos básicos para garantir uma assistência de qualidade. E, para que ela ocorra existem cinco características que a autora exemplifica, sendo a primeira inclusão, onde todos os profissionais da equipe de saúde cooperam entre si. ...
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É com imensa satisfação que apresentamos o e-book “Conectando ciência e sociedade: desafios emergentes na saúde multidisciplinar”, fruto da 3ª edição do Congresso On-line Nacional de Saúde Multidisciplinar (CONASMULTI). Esta obra reúne reflexões, estudos e experiências que dialogam com questões contemporâneas e emergentes na área da saúde, reafirmando o compromisso de pesquisadores, acadêmicos e profissionais em promover a integração entre ciência, prática e impacto social. A diversidade dos capítulos reflete a amplitude e a complexidade dos desafios enfrentados no campo da saúde. O primeiro capítulo examina a prevalência de enteroparasitoses em crianças e adolescentes no Brasil, abordando fatores de risco e estratégias preventivas. Em seguida, os riscos associados ao uso do cigarro eletrônico são detalhadamente evidenciados no capítulo 2. No capítulo 3, o uso de probióticos como alternativa terapêutica para a candidíase vulvovaginal é explorado, enquanto o capítulo 4 analisa as repercussões das fake news no ressurgimento de doenças erradicadas pela ausência da vacinação. A atuação de equipes multiprofissionais em cuidados paliativos na Atenção Básica é o tema central do capítulo 5, seguido pela análise do potencial da polipílula na redução de doenças cardiovasculares, abordada no capítulo 6. No capítulo 7 compartilha-se a experiência de atualização de protocolos hospitalares sobre segurança do paciente em um hospital público no extremo Norte do Brasil. Já no capítulo 8, destaca-se a criatividade acadêmica com o relato da construção de um cordel como metodologia ativa sobre a Reforma Psiquiátrica. A relação entre poluição do ar e doenças respiratórias é explorada no capítulo 9, e a eficácia e segurança das vacinas contra a dengue são detalhadas no capítulo 10. O capítulo 11 relata uma experiência educacional em pós-graduação sobre estudos de qualidade de vida, enquanto o capítulo 12 analisa o perfil epidemiológico da tuberculose em Aracati, Ceará, entre 2009 e 2018. No capítulo 13 são discutidos os fatores que influenciam a adesão ao aleitamento materno exclusivo na atualidade, enquanto o capítulo 14 apresenta os efeitos antidepressivos da riparina IV em modelo experimental. O papel do enfermeiro no manejo da icterícia neonatal é investigado no capítulo 15, e, encerrando a obra, o capítulo 16 aborda as contribuições da simulação realística no centro cirúrgico para o ensino-aprendizagem em Enfermagem. Essa coletânea de capítulos evidencia o compromisso de seus autores em abordar temas relevantes e promover soluções inovadoras e colaborativas para os desafios da saúde contemporânea. Esperamos que este e-book inspire novas pesquisas e contribua para o fortalecimento do diálogo entre ciência e sociedade, auxiliando na construção de um futuro mais saudável e equitativo para todos. Mayara Macêdo Melo Francisco Lucas de Lima Fontes Organizadores da obra
... Vitória, Espírito Santo,Brasil -2023 publicações relacionadas a Estratégias de Segurança do Paciente em Saúde Mental.permitindo reconhecer potencialidades e fragilidades que nortearão ações de melhorias de modo a construir uma cultura positiva e forte dentro de uma instituição de saúde19 .Observa-se um predomínio de estudos no ambiente hospitalar, contudo, como ressalta a RDC 36/2013, a segurança do paciente deve ser aplicada todos os tipos ...
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Este artigo visa analisar a produção científica publicada na literatura sobre segurança do paciente em serviços de saúde mental extra-hospitalares por meio de uma revisão integrativa da literatura. Esse levantamento bibliográfico ocorreu em janeiro de 2023 por meio das bases de dados Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud (Ibecs), Base de Dados de Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), National Library of Medicine (PubMed) e Web of Science. A amostra final resultou em nove artigos categorizados em três eixos temáticos, conforme o tipo de assunto que foi abordado. Como conclusão, esta revisão integrativa da literatura ressaltou a importância da segurança do paciente nos serviços de saúde mental no contexto extra-hospitalar e destacou a necessidade de uma maior atenção e investimento nessa área: também foi possível identificar lacunas e contribuir para o avanço do conhecimento nesse campo da saúde mental.
... With regard to the critical patient safety level, 45.6% of the sample considered this item to be "acceptable", which is in line with what was obtained in dimension 5 (overall perception of patient safety), with around 41.2% positiveness and a median value (Me) of 3.00. This result indicates a clear need for improvement in this area, which has also been explained in other studies, including international ones [16,17,[42][43][44][45][46][47][48][49]. However, there is a slight discrepancy with the results published by the DGS, reflecting a more positive perception of patient safety [2,41]. ...
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Background: A robust safety culture is essential for ensuring high-quality healthcare delivery. From a nursing perspective, especially among critical patients, it fosters ongoing improvement by highlighting areas that need attention. Aims: This study aimed to evaluate the perception of patient safety culture among nurses within the critical care environment. Methodology: An observational study was conducted at a central hospital in Portugal employing the Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSPSC) questionnaire. Results: The study encompassed 57, nurses predominantly female (73.7%), aged 25–64. Most participants were general nurses (77.2%), with a significant proportion (61.4%) working in the emergency department and possessing an average tenure of 13 years at the facility. The perception of critical patient safety culture (CPSC) was predominantly positive (40.6%), varying by department, with intensive care nurses reporting the highest positivity rates. Teamwork was identified as a strong point, receiving 80.7% positivity, highlighting it as a well-established domain in the CPSC, whereas other domains were recognised as requiring enhancements. Conclusions: The study pinpointed both strengths and weaknesses within the CPSC, offering a foundation for developing targeted strategies to bolster patient safety culture in critical care settings.
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Objetivo: identificar os desafios e facilidades dos Núcleo de Segurança do Paciente no gerenciamento do Evento Adverso. Método: revisão integrativa de literatura de artigos publicados entre os anos 2013 e 2023 com busca realizada em março de 2023. Resultados: Identifica-se a necessidade do entendimento sobre a importância da notificação do Evento Adverso e a instrumentalização dos indicadores de qualidade. Partindo das informações coletadas é possível descrever o panorama situacional e elaborar estratégias de promoção à segurança do paciente. Destaca-se o aprendizado a partir dos erros, com assunção de posicionamento de caráter não punitivo. Conclusões: Considera-se primordial para os profissionais de saúde o entendimento da importância da notificação com participação da gestão em todo o processo, oferecendo o apoio necessário na elaboração de estratégias de promoção da segurança do paciente. Sendo importante identificar as fragilidades enfrentadas pelo Núcleo de Segurança do Paciente, descaracterizando o caráter punitivo na notificação do Evento Adverso.
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Background Ensuring patient safety is essential to prevent and minimize adverse events, and pre-hospital services play a vital role in the healthcare network, serving as the starting point for quality care. This study aimed to adapt the Emergency Medical Services Safety Attitudes Questionnaire to the Brazilian context and evaluate its psychometric properties. Methods Beaton and colleagues’ guidelines were used as a reference. Construct validity was evaluated by confirmatory factor analysis (CFA) based on the responses of 93 participants. Questions with reverse scoring were excluded in a further CFA. Results The content validity index was 0.99, and Cronbach's alpha was 0.90. The initial CFA resulted in a Tucker–Lewis index (TLI) of 0.95 and a comparative fit index (CFI) of 0.951. After the exclusion of reverse-coded questions (Q4 and Q9), TLI increased to 0.96 and CFI to 0.97. Conclusions The adapted instrument demonstrated good content, face, and construct validity, confirming its suitability for evaluating patient safety in prehospital services in Brazil. It can guide adjustments in care protocols, contributing to the safety and effectiveness of prehospital care while aligning with patient-centered best practices.
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Analisar a cultura de segurança do paciente sob a ótica da equipe de enfermagem de um centro cirúrgico de um hospital de ensino. Estudo quantitativo realizado com 3 enfermeiras e 8 técnicos de enfermagem de um centro cirúrgico. Os dados foram coletados por meio do questionário Hospital Survey on Patient Safety Culture e analisados seguindo as orientações da Agency for Healthcare Researchand Quality. Identificou-se 3 dimensões como “áreas fortes” para a segurança do paciente: Aprendizagem organizacional/melhoria continuada (86%); Feedback e comunicação sobre erros (78%); Expectativas e ações da supervisão da unidade/serviço que favorecem a segurança (77,8%). Evidenciou-se que os enfermeiros e somente um técnico em enfermagem realizaram notificações de eventos adversos nos últimos 12 meses. Existem áreas frágeis para a cultura de segurança do paciente no cenário analisado, assim os resultados podem auxiliar os gestores na implementação de estratégias para aprimorar a qualidade nos cuidados. Descritores: Segurança do Paciente, Centro Cirúrgico, Enfermagem. Patient safety in a surgical center: the nursing team’s perspective Abstract: To analyze the patient safety culture from the perspective of the nursing team at a surgical center in a teaching hospital. Quantitative study carried out with 3 nurses and 8 nursing technicians from a surgical center. Data were collected using the Hospital Survey on Patient Safety Culture questionnaire and analyzed following the guidelines of the Agency for Healthcare Research and Quality. 3 dimensions were identified as “strong areas” for patient safety: Organizational learning/continuous improvement (86%); Feedback and communication about errors (78%); Expectations and actions of unit/service supervision that promote safety (77.8%). It was evident that nurses and only one nursing technician reported adverse events in the last 12 months. There are weak areas for the patient safety culture in the analyzed scenario, so the results can help managers in implementing strategies to improve the quality of care. Descriptors: Patient Safety, Surgery Center, Nursing. Seguridad del paciente en un centro quirúrgico: la perspectiva del equipo de enfermería Resumen: Analizar la cultura de seguridad del paciente desde la perspectiva del equipo de enfermería de un centro quirúrgico de un hospital universitario. Estudio cuantitativo realizado con 3 enfermeras y 8 técnicos de enfermería de un centro quirúrgico. Los datos se recogieron mediante el cuestionario Hospital Survey on Patient Safety Culture y se analizaron siguiendo las directrices de la Agency for Healthcare Research and Quality. Se identificaron 3 dimensiones como “áreas fuertes” para la seguridad del paciente: aprendizaje organizacional/mejora continua (86%); Retroalimentación y comunicación sobre errores (78%); Expectativas y acciones de supervisión de la unidad/servicio que promueven la seguridad (77,8%). Se evidenció que enfermeras y sólo un técnico de enfermería reportaron eventos adversos en los últimos 12 meses. Existen áreas débiles para la cultura de seguridad del paciente en el escenario analizado, por lo que los resultados pueden ayudar a los gestores en la implementación de estrategias para mejorar la calidad de la atención. Descriptores: Seguridad del Paciente, Centro Cirúrgico, Enfermería.
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Introdução: Cultura de segurança é o produto de valores, atitudes, percepções e competências individuais e coletivas, cujo resultado determina o compromisso e o estilo de uma instituição. Objetivo: Analisar e comparar a cultura de segurança do paciente em cinco hospitais brasileiros pertencentes a uma mesma organização gestora, sob a perspectiva das diferentes categorias profissionais de assistência. Material e Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado em cinco hospitais brasileiros de nível terciário. A coleta de dados ocorreu em ambiente virtual com utilização do instrumento Hospital Survey on Patient Safety Culture. Os percentuais de respostas positivas, neutras e negativas foram calculados para identificar áreas fortes e frágeis para a cultura de segurança das instituições. Resultados: Foram analisados 360 questionários e, considerando-se os resultados totais, a porcentagem geral de respostas positivas foi de 51,64%. A dimensão com maior índice de respostas positivas foi "aprendizado organizacional-melhoria contínua" e a que apresentou o pior desempenho foi "resposta não punitiva ao erro". Ao se comparar as categorias profissionais, o grupo constituído por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos apresentou o maior percentual de respostas positivas (58,32%), enquanto o formado por médicos obteve o menor (45,40%). O grupo formado por farmacêuticos foi o que realizou o maior número de notificações de eventos adversos. Conclusão: Os resultados demonstram que, apesar de estarem sob a coordenação de uma mesma entidade, os profissionais avaliados não apresentam uniformidade quanto à cultura de segurança do paciente. Assim, evidencia-se a necessidade de uniformização da assistência, maior interação e integração da equipe multiprofissional e estabelecimento de ciclos de educação continuada para as diferentes categorias profissionais. Palavras-chave: Segurança do Paciente; Hospitais; Equipe de Assistência ao Paciente.
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Introdução: Cultura de segurança é o produto de valores, atitudes, percepções e competências individuais e coletivas, cujo resultado determina o compromisso e o estilo de uma instituição. Objetivo: Analisar e comparar a cultura de segurança do paciente em cinco hospitais brasileiros pertencentes a uma mesma organização gestora, sob a perspectiva das diferentes categorias profissionais de assistência. Material e Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado em cinco hospitais brasileiros de nível terciário. A coleta de dados ocorreu em ambiente virtual com utilização do instrumento Hospital Survey on Patient Safety Culture. Os percentuais de respostas positivas, neutras e negativas foram calculados para identificar áreas fortes e frágeis para a cultura de segurança das instituições. Resultados: Foram analisados 360 questionários e, considerando-se os resultados totais, a porcentagem geral de respostas positivas foi de 51,64%. A dimensão com maior índice de respostas positivas foi "aprendizado organizacional-melhoria contínua" e a que apresentou o pior desempenho foi "resposta não punitiva ao erro". Ao se comparar as categorias profissionais, o grupo constituído por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos apresentou o maior percentual de respostas positivas (58,32%), enquanto o formado por médicos obteve o menor (45,40%). O grupo formado por farmacêuticos foi o que realizou o maior número de notificações de eventos adversos. Conclusão: Os resultados demonstram que, apesar de estarem sob a coordenação de uma mesma entidade, os profissionais avaliados não apresentam uniformidade quanto à cultura de segurança do paciente. Assim, evidencia-se a necessidade de uniformização da assistência, maior interação e integração da equipe multiprofissional e estabelecimento de ciclos de educação continuada para as diferentes categorias profissionais. Palavras-chave: Segurança do Paciente; Hospitais; Equipe de Assistência ao Paciente. ABSTRACT Introduction: Safety culture is the product of individual and collective values, attitudes, perceptions, and competencies,
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OBJETIVO: Conhecer as potencialidades e os desafios do trabalho dos Núcleos de Segurança do Paciente (NSP) de hospitais públicos no estado do Espírito Santo. MÉTODOS E MATERIAIS: Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa realizado a partir de oito entrevistas individuais com profissionais atuantes em NSP de hospitais públicos. Posteriormente, os dados foram submetidos à análise temática. RESULTADOS: Emergiram oito categorias, sendo as seis primeiras: Rotatividade da equipe; Sobrecarga de atividades; Ausência de envolvimento profissional e desvalorização; Ausência de experiência profissional na área; Desafios na implementação prática das ações de segurança do paciente e Reconhecimento/ engajamento. Nota-se que destas seis categorias, apenas a última se trata de facilitador para atuação dos NSP. Já as duas últimas categorias elencadas também se tratam de facilitadores, mas foram apresentadas por apenas um entrevistado, são elas: Estrutura organizacional do NSP e Gerenciamento eficiente de planos de ação. CONCLUSÃO: Constatou-se vários desafios a serem superados para que o Programa Nacional de Segurança do Paciente tenha suas diretrizes implantadas e, assim, haja o fortalecimento da cultura de segurança nos estabelecimentos de saúde, de modo a impactar na qualidade da assistência ofertada.
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doi: 10.5216/ree.v12i3.11885 A preocupação com qualidade do cuidado e com a segurança do paciente nas instituições de saúde tem surgido em âmbito global. O movimento em prol da segurança do paciente teve seu início na última década do século XX, após a publicação do relatório do Institute of Medicine dos EUA que apresentou os resultados de vários estudos que revelaram a crítica situação de assistência à saúde daquele país. Dados apontaram que de 33,6 milhões de internações 44.000 a 98.000 pacientes, aproximadamente, morreram em consequência de eventos adversos(1). Desde então a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem demonstrado sua preocupação com a segurança do paciente e adotou esta questão como tema de alta prioridade na agenda de políticas dos seus países membros a partir do ano 2000. Em 2004, criou a Aliança Mundial para Segurança do Paciente, visando a socialização dos conhecimentos e das soluções encontradas. Esta aliança tem também o objetivo de conscientizar e conquistar o compromisso político, lançando programas, gerando alertas sobre aspectos sistêmicos e técnicos e realizando campanhas internacionais que reúnem recomendações destinadas a garantir a segurança dos pacientes ao redor do mundo(2) . Em maio de 2007 foram publicadas as nove soluções para prevenção de evento adverso no cuidado à saúde(3). Os atuais desafios globais incluem "Cuidado Limpo é Cuidado Seguro" visando garantir a melhoria da higienização das mãos dos profissionais que atuam no cuidado, "Cirurgias Seguras Salvam Vidas", visando melhorar a segurança do tratamento cirúrgico em todos os contextos de cuidados de saúde e "Enfrentar a Resistência Antimicrobiana" como uma prioridade e o foco do Dia Mundial da Saúde de 2011(4). O maior desafio dos especialistas em segurança do paciente, que buscam a redução dos eventos nas instituições de saúde tem sido a assimilação, por parte dos dirigentes, de que a causa dos erros e eventos adversos é multifatorial e que os profissionais de saúde estão suscetíveis a cometer eventos adversos quando os processos técnicos e organizacionais são complexos e mal planejados. Os sistemas fracassam em todo o mundo e desde que a assistência seja prestada por seres humanos há a possibilidade de promoção de riscos e danos aos pacientes, embora o que seja de fato importante neste momento é que esta realidade não seja mais ignorada. A compreensão de que sistemas falham e permitem que as falhas dos profissionais se propaguem, atingindo os pacientes e causando eventos adversos, permite à organização hospitalar rever os seus processos, estudar e reforçar suas barreiras de defesa e as falhas latentes, que estão presentes nos locais de trabalho e que tornam o sistema frágil e suscetível a erros. Como resultado dos movimentos globais acerca dessa problemática, investigações científicas tem sido conduzidas para identificação e compreensão dos erros e eventos adversos, adoção de medidas corretivas e pró-ativas, análise das falhas sistêmicas e dos fatores causais, desenvolvimento de estratégias que garantam a prática segura melhorando a qualidade da assistência e, consequentemente, fornecendo maior segurança ao paciente. Um grave problema encontrado tem sido a falta de informações sobre os eventos adversos que ocorrem e sobre seus fatores causais, impedindo o conhecimento, avaliação e a discussão sobre as consequências destes eventos para os profissionais, usuários e familiares. Esta lacuna prejudica a ação dos gestores para realização do planejamento e desenvolvimento de estratégias organizacionais voltadas para a adoção de práticas seguras, minimização dos eventos e melhoria da assistência, colocando em risco a segurança dos pacientes. Entre os desafios para a enfermagem quando se trata do assunto estão: a criação de Comitês de Segurança do Paciente nas instituições de saúde constituída por equipe multidisciplinar, visando desenvolver uma cultura de segurança dentro das instituições e o fortalecimento da Rede de Enfermagem e Segurança do Paciente (Internacional, Nacional e Regional) promovendo a comunicação rápida e efetiva das evidências, experiências e recomendações destinadas a garantir a segurança dos pacientes ao redor do mundo. Outro desafio, não menos importante, está o desenvolvimento de pesquisas científicas que visem minimizar a reconhecida distância que existe entre o que se sabe em teoria e o que se aplica na prática (know-do gap). A enfermagem necessita transformar o discurso da pesquisa sobre segurança existente hoje, em um caminho sólido em direção a uma assistência mais segura no amanhã. As investigações sobre a segurança do paciente devem subsidiar as tomadas de decisão e as intervenções da gestão modificando a prática do cuidado. As ações adotadas precisam gerar resultados como práticas confiáveis que façam a diferença na segurança dos pacientes, minimizando os riscos e alterando o quadro atual de eventos indesejáveis. REFERÊNCIAS 1. Kohn LT, Corrignan JM, Donaldson MS, editors. To err is human: building a safer health system. Washington: National Academy Press; 2001. 2. World Health Organization [Internet]. Geneva: World Health Organization (SW) [cited 2010 sep 29]. World Alliance for Patient Safety. Available from: http://www.who.int/patientsafety/worldalliance/en/. 3. World Health Organization [Internet]. Geneva: World Health Organization (SW) [cited 2010 sep 29]. WHO launches. Nine patient safety solutions. Solutions to prevent health care-related harm. Available from: http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2007/pr22/en/index.html 4. World Health Organization [Internet]. Geneva: World Health Organization (SW) [cited 2010 sep 29]. Campaings. WHO Patient Safety campaigns. Available from: http://www.who.int/patientsafety/campaigns/en/.
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OBJECTIVE To identify the patient safety culture in pediatric emergencies from the perspective of the nursing team. METHOD A quantitative, cross-sectional survey research study with a sample composed of 75 professionals of the nursing team. Data was collected between September and November 2014 in three Pediatric Emergency units by applying the Hospital Survey on Patient Safety Culture instrument. Data were submitted to descriptive analysis. RESULTS Strong areas for patient safety were not found, with areas identified having potential being: Expectations and actions from supervisors/management to promote patient safety and teamwork. Areas identified as critical were: Non-punitive response to error and support from hospital management for patient safety. The study found a gap between the safety culture and pediatric emergencies, but it found possibilities of transformation that will contribute to the safety of pediatric patients. CONCLUSION Nursing professionals need to become protagonists in the process of replacing the current paradigm for a culture focused on safety. The replication of this study in other institutions is suggested in order to improve the current health care scenario.
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to identify the scientific publications about adverse events in nursing care in adult hospitalized patients and discuss the main adverse events in nursing care. Integrative revision with a qualitative approach. The data were collected at LILACS, MEDLINE, BDENF and the library SCIELO and were submitted to thematic analysis. three categories were developed: Adverse events in nursing care; The main causes of the adverse events in nursing care; Attitude of nursing professionals in face of errors. The main events were identified in nursing care with emphasis on the medication error, the failure to perform dressings and falls of patients. The importance of instruments was emphasized for notification of adverse events in the institutions. However the fear of punishment on professionals stimulates the underreporting of events. it is important to discuss effective prevention strategies that ensure patient safety in healthcare institutions.
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Objective: To identify and analyze strategies for promoting patient safety in the view of the nurses who are directly involved in patient care. Methods: A descriptive, qualitative study undertaken in a public hospital in Fortaleza, in the state of Ceará (CE). Data was collected through semi-structured interviews held with 37 nurses, analyzed using the framework of content analysis. The strategies identified for promoting patient safety were presented in three categories: 1. Identification of the main risks related to the nursing care, 2. Incorporation of safe, evidence-based practices and 3. Surveying of barriers to, and opportunities for, safe care.Results: The participants identified physical/chemical, clinical, assistential and institutional risks, as well as barriers and opportunities which entail the patient's safety or lack of safety. On the other hand, they mention practices based on international objectives disseminated by the World Health Organization (WHO). Conclusion:These professionals' inclusion and active participation in shared management is suggested, for the implantation of a culture of safety.
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The objective of the following study was to analyze the conceptions that head nurses of a university hospital have about nursing communication management. It is a descriptive-exploratory study with an interpretative qualitative approach. The set of data was produced between September and October 2007 through interviews with 19 head nurses in a university hospital in Southern Brazil and submitted to thematic analysis. The nurses recognize the relevance of communication in nursing management, but have different perceptions: part of the research group understands communication from its interactive and dialogical perspective; others understand formal communication, based on the transmission and maintenance of standards and hospital routines, with emphasis on written communication. Further discussion about the triad communication, management and dialogue is required in order to build more interactive forms of hospital nursing care management.
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Unlabelled: The safety culture of Intensive Care Units (ICU) recommends following the no-punishment approach when adverse events (AE) occur. It is, however, questionable if nurses perceive those AE. Objectives: to characterize AE report systems; to verify AE frequency and consequences to the professionals; and to verify the nurses' level of confidence to report AE. This descriptive study involved 70 ICU nurses, who answered a questionnaire in 2007, followed by descriptive analyses. Most nurses (70.0%) reported the existence of an AE notification system at their place of work. The frequency of AE was reported as sometimes and several times by 51.4% and 28.6% of the sample, respectively. For 74.3% of nurses, punishment happens sometimes and always, mainly through verbal notice (49.0%). Most nurses (74.3%) reported feeling confident and completely confident to report AE. In conclusion, punishment still exists in the Units.
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Experts consider health information technology key to improving efficiency and quality of health care. To systematically review evidence on the effect of health information technology on quality, efficiency, and costs of health care. The authors systematically searched the English-language literature indexed in MEDLINE (1995 to January 2004), the Cochrane Central Register of Controlled Trials, the Cochrane Database of Abstracts of Reviews of Effects, and the Periodical Abstracts Database. We also added studies identified by experts up to April 2005. Descriptive and comparative studies and systematic reviews of health information technology. Two reviewers independently extracted information on system capabilities, design, effects on quality, system acquisition, implementation context, and costs. 257 studies met the inclusion criteria. Most studies addressed decision support systems or electronic health records. Approximately 25% of the studies were from 4 academic institutions that implemented internally developed systems; only 9 studies evaluated multifunctional, commercially developed systems. Three major benefits on quality were demonstrated: increased adherence to guideline-based care, enhanced surveillance and monitoring, and decreased medication errors. The primary domain of improvement was preventive health. The major efficiency benefit shown was decreased utilization of care. Data on another efficiency measure, time utilization, were mixed. Empirical cost data were limited. Available quantitative research was limited and was done by a small number of institutions. Systems were heterogeneous and sometimes incompletely described. Available financial and contextual data were limited. Four benchmark institutions have demonstrated the efficacy of health information technologies in improving quality and efficiency. Whether and how other institutions can achieve similar benefits, and at what costs, are unclear.
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Based on 1984 data developed from reviews of medical records of patients treated in New York hospitals, the Institute of Medicine estimated that up to 98,000 Americans die each year from medical errors. The basis of this estimate is nearly 3 decades old; herein, an updated estimate is developed from modern studies published from 2008 to 2011. A literature review identified 4 limited studies that used primarily the Global Trigger Tool to flag specific evidence in medical records, such as medication stop orders or abnormal laboratory results, which point to an adverse event that may have harmed a patient. Ultimately, a physician must concur on the findings of an adverse event and then classify the severity of patient harm. Using a weighted average of the 4 studies, a lower limit of 210,000 deaths per year was associated with preventable harm in hospitals. Given limitations in the search capability of the Global Trigger Tool and the incompleteness of medical records on which the Tool depends, the true number of premature deaths associated with preventable harm to patients was estimated at more than 400,000 per year. Serious harm seems to be 10- to 20-fold more common than lethal harm. The epidemic of patient harm in hospitals must be taken more seriously if it is to be curtailed. Fully engaging patients and their advocates during hospital care, systematically seeking the patients' voice in identifying harms, transparent accountability for harm, and intentional correction of root causes of harm will be necessary to accomplish this goal.
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Measurement of patient safety serves to identify opportunities to improve safety within a neonatal intensive care unit (NICU), compare the safety of care provided by different NICUs, determine changes in response to safety interventions or programs, follow safety trends over time, and potentially deny payment for specific events. The ideal patient safety measures are rates of events derived from surveillance with valid and reliable detection of numerators (errors or adverse events) and denominators (the opportunities for errors or adverse events to occur). Methods used to identify these numerators and denominators include reporting, direct observation, videotaping, chart review, trigger tools, and automated methods. However, there are significant methodological and practical (feasibility) challenges to the accurate and reliable determination of rates of errors and adverse events. These include failure to detect and document such events, surveillance bias, lack of consistent definitions, frequent requirement for judgment in identifying and classifying challenges (which introduces interrater inconsistency), and need for significant additional resources.