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Artigo Original
Texto Contexto Enferm, 2018; 27(3):e2670016
1
CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE: AVALIAÇÃO PELOS
PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM1
Daniele Bernardi da Costa2, Daniele Ramos3, Carmen Silvia Gabriel4, Andrea Bernardes5
1 Artigo extraído da dissertação - Cultura de segurança do paciente sob a ótica da equipe de enfermagem em serviços hospitalares,
apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP)
da Universidade de São Paulo (USP), em 2014.
2 Mestre em Enfermagem Fundamental. Docente da Universidade do Norte do Paraná. Londrina, Paraná, Brasil. E-mail:
danielebernardi@hotmail.com
3 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da EERP/USP. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. E-mail:
danidsramos@yahoo.com.br
4 Doutora em Enfermagem em Saúde Pública. Professora do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada da EERP/USP.
Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. E-mail: cgabriel@eerp.usp.br
5 Doutora em Enfermagem Fundamental. Professora do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada da EERP/USP.
Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. E-mail: adreab@eerp.usp.br
RESUMO
Objetivo: avaliar a cultura de segurança do paciente das equipes de enfermagem no contexto hospitalar.
Método: sob o ponto de vista da enfermagem foi realizado um estudo quantitativo, tipo survey, transversal. A coleta de dados ocorreu entre
junho e julho de 2013. Foi utilizado o questionário Hospital Survey on Patient Safety Culture, respondido por 437 prossionais da equipe de
enfermagem, com taxa de resposta de 100%.
Resultados: entre as doze dimensões avaliadas, apenas seis apresentaram taxas de respostas positivas maiores que 50%, sendo frequência
de relato de eventos (61,4%), aprendizado organizacional - melhoria contínua (60,5%), respostas não punitivas aos erros (58%), trabalho
em equipe dentro da unidade (57,1%), passagem de plantão/turnos e transferências (53,1%) e retorno da informação e comunicação sobre
erro (51,8%).
Conclusão: para o alcance de cultura de segurança positiva são necessárias ações de melhoria que envolvam a gestão e as cheas no que se
refere: percepção geral da segurança; expectativas sobre o supervisor/chefe e ações promotoras da segurança; abertura da comunicação;
apoio da gestão hospitalar para a segurança do paciente e trabalho em equipe entre as unidades.
DESCRITORES: Segurança do paciente. Enfermagem. Serviços hospitalares. Qualidade da assistência à saúde.
PATIENT SAFETY CULTURE: EVALUATION BY NURSING
PROFESSIONALS
ABSTRACT
Objective: to evaluate the patient safety culture of nursing teams in the hospital context. Method: from a nursing point of view, a cross-
sectional quantitative study, of the survey type, was performed. The data collection occurred between June and July 2013. The questionnaire
Hospital Survey on Patient Safety Culture was used, answered by 437 professionals of the nursing team, with a response rate of 100%.
Results: among the twelve dimensions evaluated, only six had positive response rates greater than 50%, being the frequency of event
reporting (61.4%), organizational learning - continuous improvement (60.5%), non-punitive responses to errors (58%), teamwork within
the unit (57.1%), shift/orderly and transfers (53.1%), and feedback of information and communication about error (51.8%).
Conclusion: in order to reach a positive safety culture, improvement actions involving management and leadership are required: general
perception of safety; expectations about the supervisor/boss and actions that promote safety; the opening of communication; support of
hospital management for patient safety and teamwork between units.
DESCRIPTORS: Patient Safety. Nursing. Hospital services. Quality of health care.
http://dx.doi.org/10.1590/0104-070720180002670016
Texto Contexto Enferm, 2018; 27(3):e2670016
Costa DB, Ramos D, Gabriel CS, Bernardes A 2/9
CULTURA DE SEGURIDAD PARA EL PACIENTE: EVALUACIÓN
REALIZADA POR LOS PROFESIONALES DE ENFERMERÍA1
RESUMEN
Objetivo: evaluar la cultura de seguridad del paciente de los equipos de enfermería en el contexto hospitalario.
Método: bajo el punto de vista de la enfermería fue realizado un estudio cuantitativo, tipo survey y transversal. La obtención de datos se
realizó entre Junio y Julio del 2013. Se usó el cuestionario Hospital Survey on Patient Safety Culture que respondido por 437 profesionales
del equipo de enfermería y con una taza de respuesta del 100%.
Resultados: entre las doce dimensiones evaluadas apenas seis presentaron tazas de respuestas positivas mayores al 50%, siendo ellas
la frecuencia del relato de eventos (61,4%), aprendizaje organizacional - mejora continua (60,5%), respuestas no punitivas a los errores
(58%), trabajo en equipo dentro de la unidad (57,1%), pasaje de guardia/turnos y transferencias (53,1%) y proporcionar la información y
comunicación sobre el error (51,8%).
Conclusión: para llegar a la cultura de seguridad positiva son necesarias acciones de mejoramiento que incluyan la gestión y las jefaturas
en lo que se reere a la percepción general de la seguridad, expectativas sobre el supervisor/jefe y las acciones promotoras de la seguridad,
abertura de la comunicación, apoyo de la gestión hospitalaria para la seguridad del paciente y el trabajo en equipo entre las unidades.
DESCRIPTORES: Seguridad del paciente. Enfermería. Servicios hospitalarios. Cualidad de la asistencia para la salud.
INTRODUÇÃO
Erros associados às instituições de saúde pas-
saram a ser foco na mídia, com mais ênfase, após a
publicação do relatório To err is human, do Institute of
Medicine, em 1999, onde foram divulgados números
altíssimos de mortes decorrentes de erros assisten-
ciais e médicos.1 Mesmo com muitos esforços sendo
realizados desde então, ainda assim, estudo publica-
do em 2013 estimou que mortes associadas a danos
evitáveis acometam mais de 400.000 pessoas por ano
e cerca de 4 a 8 milhões acometidos por danos graves,
o que signica que diariamente ocorram, em média,
1.096 de mortes e 10.949 a 20.918 danos graves.2
A Joint Commission, em 2013, lançou suas
primeiras metas de segurança do paciente para hos-
pitais para o ano seguinte e atualmente estabeleceu
as metas para o ano de 2016, sendo elas: melhorar
a precisão da identicação do paciente, aprimorar
a eficácia da comunicação entre os cuidadores,
aperfeiçoar a segurança no uso de medicamentos,
reduzir os danos associados aos sistemas de alarme
clínicos, minimizar riscos de infecções associados ao
cuidado e identicar os riscos de segurança ineren-
tes aos pacientes pelos hospitais.3
No Brasil, também em 2013, instituiu-se,
por meio da Portaria nº 529/13, do Ministério da
Saúde e a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC)
36/2013, o Programa Nacional de Segurança do
Paciente (PNSP), cujo objetivo é contribuir para
a qualicação do cuidado em saúde em todos os
estabelecimentos de saúde do território nacional.4
Somada a essa iniciativa, a RDC 36/2013, publica-
da pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), objetiva maior qualidade nos serviços de
saúde através de ações de promoção de segurança
e busca de melhoria contínua da qualidade. Juntos,
representam a criação do Núcleo de Segurança do
Paciente (NSP) nos serviços de saúde através da
execução do Plano de Segurança do Paciente em
Serviços de Saúde (PSP).5
Dada a inuência dos processos técnicos e or-
ganizacionais das instituições sobre os prossionais,
rever os processos de trabalho é uma ferramenta
essencial para o conhecimento dos problemas exis-
tentes e posterior implantação de barreiras para
novos problemas relacionados à segurança.6
Cultura de segurança é o produto de valores
individuais e de um grupo, atitudes, percepções,
competências e padrão de comportamento que de-
terminam o compromisso, o estilo e a prociência
da administração de uma organização saudável e
segura. As instituições de saúde devem alertar-se
para existência de cultura organizacional de baixas
expectativas, caracterizada por falta ou falha de co-
municação, mudanças ambíguas ou rápidas que não
são comunicadas a todos os prossionais, troca de
informações incompletas e a falta de informações.7
As instituições hospitalares têm incorporado
ações em prol da cultura do paciente com o objetivo
de oferecer assistência de excelência, diminuir custos
e assegurar satisfação. Quando a segurança é instituí-
da como processo cultural, constata-se maior cons-
ciência prossional quanto à cultura de segurança do
paciente e ao compromisso ético do gerenciamento
de risco para o prossional e para o paciente.8-9
O ambiente hospitalar deve ser seguro para
que os prossionais possam relatar os erros ocor-
ridos, conversar sobre eles, analisá-los junto às
situações que os precederam, identicar os pontos
frágeis dos processos a m de repará-los, discutir
estratégias de melhorias10 e priorizar a comunicação
baseada na conança entre os prossionais.
A avaliação da cultura de segurança do pa-
ciente permite reconhecer potencialidades e fragi-
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Cultura de segurança do paciente: avaliação pelos prossionais... 3/9
lidades que nortearão ações de melhorias de modo
a construir uma cultura positiva e forte dentro das
instituições de saúde. A equipe de enfermagem é o
grande contingente de recursos humanos hospita-
lares e, na maioria das vezes, é responsável direta
pela assistência, por isso, avaliar a cultura de segu-
rança do paciente nessa população traz informações
importantes e impactantes para as instituições
hospitalares. Sendo assim, o objetivo deste estudo
foi avaliar a cultura de segurança do paciente pela
equipe de enfermagem no contexto hospitalar.
MÉTODO
Trata-se de um estudo descritivo, transversal,
de abordagem quantitativa. Foi realizado em duas
instituições hospitalares localizadas no norte do
estado do Paraná, no Brasil. Quanto às caracterís-
ticas das instituições, a instituição A é um hospital
universitário público geral e possui 316 leitos. A
instituição B é um hospital geral privado de caráter
lantrópico e possui 269 leitos.
A coleta de dados foi realizada na instituição
A nos seguintes setores: Unidade de Internação
Médico-Cirúrgica Masculina, Feminina, Moléstias
Infecciosas, Centro Cirúrgico, Centro de Material
Esterilizado, Unidades de Terapia Intensiva, Ma-
ternidade, Pediatria, Unidade de Terapia Intensiva
Pediátrica, Unidade de Cuidados Intermediários
Neonatal e Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.
Já os setores selecionados na instituição B foram:
Unidades Clínicas, Unidades Cirúrgicas, Unidades
de Terapia Intensiva, Pediatria, Maternidade, Uni-
dade de Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica,
Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal,
Centro Cirúrgico e Centro de Material Esterilizado.
Para o cálculo da amostra do estudo foi adotado
nível de conança de 95% e realizado segundo o cargo
ocupado, totalizando 282 servidores entre auxiliares e
técnicos de enfermagem e enfermeiros, 178 prossio-
nais da instituição A e 104 prossionais da instituição
B. Entretanto, a amostra nal obteve participação
efetiva de 437 servidores das instituições, pois houve
um número maior de interessados do que o número
calculado na amostragem. Apesar do cálculo amostral
ter sido único para as duas instituições, o sorteio da
amostragem foi realizado de forma independente e os
demais prossionais que demonstraram interesse em
participar foram adicionados ao total sorteado. Cabe
destacar que dos sorteados, todos os 282 servidores
participaram da pesquisa.
Foram adotados os seguintes critérios de
exclusão: prossionais com menos de seis meses
na instituição; profissionais que estivessem, no
período da coleta de dados, em férias, licenças ou
afastamento do serviço; e estudantes de graduação
e residência devido ao processo de formação e
ausência de vínculo empregatício nas instituições.
Como também foram excluídos os enfermeiros che-
fes das duas instituições devido a sua relação direta
com as equipes de enfermagem, e não realização e
acompanhamento da assistência de enfermagem de
fato aos pacientes.
A coleta de dados ocorreu durante os meses
de junho e julho de 2013, através da aplicação do
questionário Hospital Survey on Patient Safety Culture
(HSOPSC), desenvolvido e disponibilizado desde
2004 pela Agency for Health Research and Quality
(AHRQ). O objetivo desse questionário é mensurar
dimensões sobre a cultura de segurança, utilizado
em diversos países do mundo e aborda as dimensões
de cultura de segurança no âmbito individual, das
unidades e também no âmbito hospitalar. O ques-
tionário foi traduzido e validado posteriormente
para a língua portuguesa.11-12
O questionário é composto por nove seções que
subdividem-se em 42 itens e aborda 12 dimensões,
avaliadas pela média de cada item que a compõe, a
saber: percepção geral da segurança; frequência de
relato de eventos; expectativas sobre o supervisor/
chefe e ações promotoras da segurança; aprendiza-
do organizacional - melhoria contínua; trabalho em
equipe dentro das unidades; abertura da comunica-
ção; respostas não punitivas aos erros; adequação de
prossionais; retorno da informação e comunicação
sobre erro; apoio da gestão hospitalar para a seguran-
ça do paciente; trabalho em equipe entre as unidades;
e passagem de plantão e transferências.
Os itens são analisados através de escala Likert
de cinco pontos, cujas categorias são de grau de
concordância para as 12 dimensões. Cada dimen-
são foi avaliada segundo o percentual de respostas
positivas, sendo o percentual obtido através do cál-
culo resultante da combinação das duas categorias
mais altas de resposta; de cada dimensão as duas
categorias mais baixas indicam resultados negativos
referentes à cultura; e a categoria média demonstra
neutralidade.11
As questões pertinentes ao número de even-
tos relatados e ao conceito dado à instituição em
relação à segurança do paciente pelos servidores
foram apresentadas com suas relativas frequências
de respostas.
Quanto à avaliação das frequências obtidas nas
dimensões, apesar dos autores do instrumento adota-
rem 75% de respostas positivas como corte para inter-
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pretar os achados como uma cultura de segurança do
paciente positiva, consideraram esse corte arbitrário e
indicaram que a instituição responsável pela aplicação
e análise das respostas deve denir conforme suas
necessidades.11 Assim sendo, ao ponderar a realidade
das instituições hospitalares e do cenário brasileiro no
que tange à temática de segurança do paciente, con-
siderou-se cultura de segurança do paciente positiva
a partir de 50% de respostas positivas.
A análise dos dados foi feita de forma des-
critiva através do programa estatístico Statistical
Package for Social Sciences (SPSS), versão 17.0. O alfa
de Cronbach total das dimensões foi 0,85.
O estudo foi avaliado e aprovado pelo Comitê
de Ética em pesquisa da Escola de Enfermagem
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, sob
CAAE nº 17533913.8.0000.5393.
RESULTADOS
No que tange às características dos participan-
tes e os dados prossionais, houve predominância
do sexo feminino (84,7%). Quanto ao item idade, ob-
serva-se que a maioria dos prossionais se encontra
na faixa etária de 21 a 50 anos, somando 87%. Em
relação ao grau de escolaridade, a maior parte da
população do estudo possui o ensino superior com-
pleto (45,1%). No entanto, ao analisar a categoria
prossional verica-se a predominância de técnicos
de enfermagem (41,2%). Constata-se, ainda, que a
maioria dos participantes atua nas unidades de in-
ternação clínica e cirúrgicas femininas e masculinas
(25,2%), seguida pela unidade de terapia intensiva
(18,3%) e pronto socorro (10,8%), conforme Tabela 1.
Dentre os participantes, em 94,7% dos cargos
e funções exercidos, há interação ou contato direto
com os pacientes.
Tabela 1 - Distribuição dos participantes segundo sexo, idade, cargo atual e tempo de trabalho na
instituição. Londrina, PR, Brasil, 2013. (n=437)
Variáveis Categorias n (%) Total N (%)
Sexo Feminino 370 (84,7%) 437 (100%)
Masculino 67 (15,3%)
Idade
< 20 6 (1,4%)
437 (100%)
21-30 134 (30,7%)
31-40 114 (26,1%)
41-50 132 (30,2%)
>51 51 (11,7%)
Cargo atual
auxiliar de enfermagem 151 (34,6%)
437 (100%)técnico de enfermagem 180 (41,2%)
enfermeiro (a) 106 (24,3%)
Tempo de trabalho na instituição
< 1 ano 79 (18,1%)
437 (100%)
1 - 5 anos 158 (36,2%)
5 - 10 anos 44 (10,1%)
10 - 15 anos 43 (9,8%)
15 -20 anos 52 (11,9%)
20 - 25 anos 33 (7,6%)
25 - 30 anos 14 (3,2%)
>30 anos 14 (3,2%)
Os itens com piores avaliações nas dimensões,
ou seja, com percentual de respostas positivas meno-
res que 33,3%, dizem respeito: a mudanças de plan-
tão ou turno serem problemáticas para os pacientes
(31,8%); à quantidade de prossionais suciente
para atender a carga de trabalho (16,9%); aos pro-
ssionais que consideram que seus erros, enganos
ou falhas podem ser usados contra eles (17,6%); aos
supervisores que demandam que o trabalho seja
realizado de forma mais rápida quando a pressão
aumenta (29,1%); ao supervisor/gerente não dá
atenção suciente aos problemas de segurança do
paciente que acontecem repetidamente (20,4%);
ao fato de que a segurança do paciente jamais é
comprometida em função da maior quantidade de
trabalhos a ser concluída (32,5%); aos prossionais
sentirem-se à vontade para questionar as decisões
ou ações dos seus superiores (27,5%); aos pros-
sionais que têm receio de perguntar quando algo
não está correto (24,5%); aos prossionais que são
informados sobre mudanças implementadas a partir
dos relatórios de eventos (23,3%); e aos prossionais
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Cultura de segurança do paciente: avaliação pelos prossionais... 5/9
que se sentem à vontade para questionar as decisões
ou ações dos seus superiores (26,8%).
A Figura 1 mostra o percentual de respostas
positivas em relação às doze dimensões avaliadas
pelo instrumento. A dimensão com menos respostas
positivas foi a Abertura da comunicação (36,6%).
Figura 1 - Percentuais de escores positivos das dimensões de cultura de segurança do paciente de
dois hospitais. Londrina, Brasil, PR, 2013
Na Figura 2, são apresentadas as frequências
das respostas referentes ao conceito geral dado às
instituições avaliadas relacionado à segurança do
paciente. Pode-se inferir que a avaliação foi positiva,
tendo em vista que a maior frequência de respostas
se concentrou nas categorias excelente e muito boa,
totalizando (51%).
Figura 2 - Frequência dos conceitos gerais das
instituições em relação à cultura de segurança do
paciente de dois hospitais. Londrina, PR, Brasil, 2013
Nota-se que quando questionados sobre
o número de notificações de eventos adversos
preenchidos e apresentados nos últimos 12 meses,
a grande maioria das respostas se concentrou entre 1
e 5 noticações, conforme apresentado na Figura 3.
Figura 3 - Frequência de noticação de eventos
adversos preenchidos e apresentados nos últimos 12
meses em dois hospitais. Londrina, PR, Brasil, 2013
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DISCUSSÃO
Os resultados demonstraram de maneira geral
que a avaliação dos trabalhadores em relação à se-
gurança do paciente das instituições não é positiva,
sendo relevante destacar que problemas na segurança
do paciente têm impactos nanceiros, sociais e psico-
lógicos importantes (aumento de custos e gastos em
saúde, interrupção temporária ou permanente das
atividades produtivas, dor, sofrimento emocional e
impacto na taxa de mortalidade), que atingem tanto o
paciente quanto a instituição de saúde. Por isso, a cul-
tura de segurança do paciente tem papel fundamental
para a denição de comportamentos e implemen-
tações de ações que visem à melhoria da qualidade
institucional. É a partir do reconhecimento de
potenciais e fragilidades institucionais e prossionais
que surgem oportunidades de crescimento e
resultados cada vez mais positivos, tanto para os
pacientes quanto para as instituições de saúde.13
Dentre as dimensões do instrumento que
apresentaram as avaliações mais negativas pelos
prossionais, destacam-se tópicos relacionados à
carga de trabalho; comunicação, cultura punitiva e
hierarquizada e questões relacionadas a supervisão
e liderança, apontadas em dimensões avaliadas ne-
gativamente tais como quantidade de prossionais
insuciente para dar conta da carga de trabalho, os
prossionais consideram que seus erros, enganos ou
falhas podem ser usados contra eles, o supervisor/
gerente não dá atenção suciente aos problemas de
segurança do paciente, os prossionais não se sen-
tem à vontade para questionar as decisões ou ações
dos seus superiores e não são informados sobre
mudanças implementadas a partir dos relatórios de
eventos. Ainda, cou evidente o baixo número de
noticações efetuadas pelos participantes.
Essas preocupações, bem como ações, em prol
de melhorias devem expandir-se para todas as ati-
vidades, prossões e cargos dentro das instituições
de saúde. Entretanto, sabe-se que as sobrecargas de
trabalho nas equipes têm inuência na qualidade
das atividades prossionais.
Em especial, na equipe de enfermagem, a
associação entre carga de trabalho e eventos adver-
sos é signicativa alta, impactando negativamente
na segurança do paciente.14 Parte dos erros estão
relacionados a processos complexos, dispositivos
utilizados para realização da assistência, fragmen-
tação do atendimento, falhas no processo de comu-
nicação e falta de padronização dos procedimentos
realizados, devendo o trabalho em equipe fornecer
garantias contra a falibilidade humana, fortalecen-
do, portanto, a cultura de segurança.15
De acordo com pesquisa desenvolvida em
unidades de internação das áreas clínicas e cirúrgi-
cas de um hospital universitário do sul do Brasil,16
a sobrecarga de trabalho propicia a incidência de
alguns eventos como: queda do leito, infecção as-
sociada ao cateter venoso central, o absenteísmo e
a rotatividade.
O problema de sobrecarga na enfermagem
está intimamente relacionado ao quantitativo
insuciente de prossionais. A relação existente
entre a segurança do paciente e o quantitativo de
enfermagem enfatiza a importância do correto di-
mensionamento de recursos humanos, uma vez que
as taxas de mortalidade têm sido mais elevadas em
hospitais cujo dimensionamento é inadequado.14
Nesse sentido, estudo realizado com o mesmo
instrumento considerou o quantitativo reduzido de
prossionais como um dos fatores para a subnoti-
cação de eventos adversos17, o que, neste estudo,
em conjunto com a sobrecarga totalizam uma taxa
de 95,9% de números de eventos entre 1 e 5, nos
últimos 12 meses antecedentes à pesquisa.
A maioria dos servidores que responderam
ao instrumento foram os técnicos de enfermagem.
Estudo recente realizado em hospital público de
média complexidade mostra que os técnicos de
enfermagem são a maior categoria de trabalhadores
dentro do ambiente hospitalar, totalizando 50,9%
dos trabalhadores.18 Tendo isso em vista, uma vez
que a equipe de enfermagem é composta por en-
fermeiros, técnicos e auxiliares, denir o perl dos
trabalhadores pode indicar possíveis abordagens
para a construção de uma cultura de segurança do
paciente positiva ou fortalecimento da cultura já
existente. Dessa forma, esta deve ser a categoria que
mais precisa ser trabalhada no que tange a estraté-
gias para melhoria da segurança do paciente, pois
são eles os responsáveis pelos cuidados diretos aos
pacientes no país.
Além disso, melhorias nos processos assisten-
ciais gerenciados pelos enfermeiros e mudanças que
beneciam usuários dos sistemas, como também os
trabalhadores, são potencializadas a partir de uma
comunicação verdadeira, com respeito entre os
prossionais e sustentada na interação e cooperação
entre os saberes e fazeres prossionais. Uma das
maneiras de melhorar a comunicação e o trabalho
em equipe é enfatizar programas de treinamento
em gestão de recursos humanos, com o objetivo
de diminuir os níveis de autoridades, e realizar
dinâmicas a m de aumentar a interação entre os
prossionais, tanto da mesma unidade como de
unidades distintas.7-19
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Cultura de segurança do paciente: avaliação pelos prossionais... 7/9
Além das ações que objetivem a segurança do
paciente, há necessidade de que elas transcendam
os prossionais da equipe de enfermagem e tornem-
se uma cultura da instituição. O envolvimento das
equipes de gestão é fundamental para disseminar
a cultura de segurança do paciente e, consequen-
temente planejar, implementar e avaliar diversas
ações de melhoria.
Achados em relação à preocupação com se-
gurança do paciente revelam que a administração
não propicia clima de trabalho focado na segurança
do paciente, muito menos demonstra interesse e
iniciativas que a promovam.20
Por meio da noticação de eventos adversos,
os prossionais conseguem enxergar os riscos pre-
sentes nos processos de trabalho, adotar medidas
de prevenção dos eventos ou de barreiras à sua
reincidência e também avaliar as medidas imple-
mentadas a m de evidenciar melhorias na prática
do trabalho.21 Os prossionais também devem ser
constantemente orientados sobre a importância de
tais registros e do preenchimento correto e com-
pleto, ao passo que os formulários de noticações
devem ser claros, simples, de fácil compreensão e
preenchimento. Ademais, soma-se a esses fatos a
necessidade de compreensão acerca dos eventos
adversos pelos prossionais envolvidos e a adoção
de uma cultura não punitiva frente ao evento ins-
talado.22-23
Na perspectiva de que a participação do pro-
ssional é fundamental para o desenvolvimento do
cuidado de qualidade, o seu preparo está direta-
mente associado ao aperfeiçoamento dos sistemas
e ao processo do cuidar, o qual deve ser focado no
trabalho em equipe, no cuidado centrado no pacien-
te, em práticas baseadas em evidências, no uso da
informática e na melhoria da qualidade.24
A valorização da segurança do paciente e a
implantação de medidas para essa nalidade devem
ser prioridade de todos os prossionais, principal-
mente daqueles que ocupam cargos situados no
topo do organograma, no intuito de que os resulta-
dos positivos sejam evidenciados nos processos de
trabalho no âmbito da segurança do paciente. As
instituições devem viabilizar meios que contribuam
para análise dos seus processos de trabalho, sobre-
tudo priorizar a segurança do paciente por meio de
boas condições estruturais de trabalho aos pros-
sionais e conhecimento dos problemas existentes
a m de minimizá-los e evitá-los quando possível.
No intuito de fortalecer a cultura de seguran-
ça do paciente, os gestores devem atentar-se a um
modelo de gestão participativo, com estruturas
mais horizontais e que atendam as necessidades dos
pacientes e dos prossionais. Além disso, as lide-
ranças das instituições de saúde devem coordenar
a diversidade entre os prossionais de saúde e suas
especialidades, de modo que o trabalho desenvol-
vido seja coordenado, ecaz e seguro para todos.
Deve-se considerar que o contínuo e intenso
aprimoramento do serviço hospitalar só alcançará
resultados efetivos se os prossionais de enferma-
gem estiverem comprometidos com a ruptura de
um atendimento mecanizado e almejar um ambiente
organizacional de excelência. Torna-se imperioso co-
nhecer como estes trabalhadores, que representam a
maior categoria prossional no contexto hospitalar,
avaliam a segurança do paciente, por meio de um
instrumento válido e conável que possibilite um
diagnóstico consistente das potencialidades e fra-
gilidades entre o que é esperado - o ideal - e o que
concretamente acontece - o real - na organização.
Desta forma, fornecendo, subsídios para o desenvol-
vimento e consolidação de políticas institucionais de
qualidade voltadas para a priorização das áreas mais
frágeis com vistas à garantia de práticas seguras e
qualicadas, assim como a valorização das pessoas
envolvidas no processo de trabalho em saúde, sejam
trabalhadores ou usuário.
CONCLUSÃO
Em relação à avaliação da cultura de segu-
rança do paciente, o questionário adotado pode se
tornar um importante aliado das instituições para
reconhecer o momento cultural institucional. Os
dados fornecidos através de sua aplicação auxiliam
no diagnóstico da qualidade por ser a segurança do
paciente uma importante dimensão da qualidade e
também pelo fato de que a segurança do paciente
inuencia diretamente nas taxas de mortalidade,
com impactos nanceiros, sociais e psicológicos
consideráveis.
O presente estudo revelou que as instituições
devem repensar, junto aos seus prossionais, em
especial a equipe de enfermagem, seus processos
de noticação de eventos adversos por se constituir
em uma ferramenta fundamental para promover a
segurança do paciente. Ela fornece dados impor-
tantes nos processos de melhoria da qualidade,
pressupondo análises e avaliações, implementação
de barreiras, revisões de processos assistenciais e
gerenciais, entre outras ações.
Algumas limitações podem ser apontadas na
pesquisa, como a aplicação do questionário somente
para a equipe de enfermagem. Como as instituições
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de saúde são compostas por diversos prossionais,
a inclusão de diferentes categorias prossionais nas
pesquisas pode fazer com que os resultados sejam
mais dedignos sobre a realidade da cultura de
segurança do paciente nas instituições de saúde.
Conclui-se, por m, que avançar nesse tema
é desaador para as instituições de saúde. Dessa
forma, a partir da atual pesquisa acredita-se que
outras possam ser desenvolvidas com o objetivo de
conhecer e avaliar a cultura de segurança nas insti-
tuições de saúde, a m de consolidar uma cultura
de segurança construtiva. O estímulo à cultura de
segurança do paciente e à implantação de metas
que objetivem a prevenção de eventos adversos
são imprescindíveis para a melhoria dos sistemas
de saúde. Prevenir tais eventos é atualmente um
grande desao para o aprimoramento da qualidade
na saúde.
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Correspondência: Daniele Bernardi da Costa
Rua Uruguai, 1500, ap 403
86010-210 - Centro, Londrina, PR, Brasil
E-mail: danielebernardi@hotmail.com
Recebido: 16 de setembro de 2016
Aprovado: 11 de outubro de 2017
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