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Quanto vale o verde: a importância econômica das unidades de conservação brasileiras

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... Alguns aspectos imateriais das contribuições da natureza para as pessoas e bem-estar social podem ser examinados através do turismo em áreas naturais protegidas. O monitoramento do turismo praticado em Unidades de Conservação (UCs) registrou a visitação formal de 12,3 milhões de pessoas em UCs federais brasileiras em 2018 (Brasil, 2019), embora este seja um dado subdimensionado, uma vez que a maior parte das UCs não possui registro do número de visitantes Medeiros, 2018 (Brasil, 2019). O roteiro "serra", localizado em São José do Barreiro, dá acesso a atrativos como a Trilha do Ouro (Caminho de Mambucaba), Cachoeira de Santo Isidro e Cachoeira das Posses. ...
... The degree to which the revenues generated from ecotourism remain with local communities remains contentious (Coria and Calfucura, 2012), but the benefits in terms of job creation are clear. In 2016 alone, Brazilian PAs received 17 million visitors and employed between 77-133 thousand people (Young and Medeiros, 2018). If there were to be a 20% increase in visitation (i.e., an extra 3.4 million annual visitors) it could potentially lead to the creation of 15-42 thousand new jobs. ...
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Assessment of cultural ecosystem services (CES) and the negative impacts humans can have on them can provide essential information toward conservation and management strategies. Globally, tourism and recreational CES are among the most relevant economic and social activities, with ecotourism in particular growing rapidly in places with high cultural heritage and high biodiversity, such as many protected areas. This study used a combination of GIS-based methods and interviews in a Marine Protected Area (MPA) in Brazil called Extractive Reserve Acaú-Goiana to investigate whether its users (i.e., visitors and local residents) prefer some CES over others and whether recreational coastal activities can be affected by different factors and human-caused stressors, such as 'scariness', 'unpleasantness', and 'noisiness'. All assessed CES were identified by respondents to be provided in the MPA. ‘Aesthetic values’ and ‘social relations’ were the most commonly identified CES, whereas ‘scariness’ and ‘unpleasantness’ were the main stressors. Respondents also showed a preference for specific areas within the MPA, such as beaches and mangroves. Relying on users to identify hotspots themselves, in addition to assessing the ecotourism potential of recreational coastal activities, can support the development of innovative public strategies targeting not only tourists, but also local communities.
... Deste total, 1.423 são UCs de gestão pública e outras 953 de gestão privada, as RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural) (MMA, 2019a). Sendo assim, as UCs recobrem signifi cativa parcela do território nacional, protegendo ecossistemas, espécies e meios de vida de populações tradicionais que garantem a provisão de diversos serviços ecossistêmicos essenciais para o bem-estar da humanidade (Young e Medeiros, 2018). Apesar da importância das UCs, muitas são as pressões e ameaças potencialmente impactantes (ICMBio, 2007), incluindo a presença de EEIs em seus limites e entornos (Sampaio e Schmidt, 2013;Silva et al., 2013;Guimarães e Schmidt, 2017;Rocha et al., 2018). ...
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Alien invasive species in protected areas in Southern Region of Brazil. Invasive Alien Species (IAS) have become the focus of major international conservation strategies due to the diff erent negative environmental impacts they cause and that they could cause in the short, medium and long-term. e presence of IAS in Conservation Units (CU) has been documented in diff erent regions of the world and the consequences may be devastating. Currently, Brazil has around 2,300 CU and aproximately 460 IAS, many of them have been recorded in UC. Despite these records, in Brazil studies have been focused only on sporadic reserach and, normally, they do not explore issues related to the management of the problem in CU. e aim of the study was to perform a IAS survey in CU in the Southern Region of Brazil and to evaluate issues related to environmental management. For this, two methodological approaches were used: i) registration of IAS in management plans (complemented by managers' reports); ii) thematic surveys applied to CU managers. We identifi ed 87 IAS with 770 records in CU in southern Brazil, of which 54% and 46% were species of plants and animals, respectively. All managers confi rmed the presence of some IAS in their units, although
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As Unidades de Conservação referem-se a um dos subcritérios ambientais da lei estadual mineira nº 18030/2009, que disciplina as regras de repasse quanto ao imposto sobre circulação de mercadorias e serviços - ICMS para os municípios. Nesse sentido, são objetivos da presente pesquisa, entender o repasse do ICMS ecológico por parte do estado de Minas Gerais, através das Unidades de Conservação; identificar a evolução da quantidade de municípios mineiros aptos a receberem este imposto e analisar a efetividade da política pública ambiental de Extrema/MG, em relação ao ICMS ecológico e suas Unidades de Conservação. A pesquisa pautou-se em levantamentos bibliográficos, análise de documentos, com finalidade exploratória e abordagem quanti-qualitativa, onde foi realizado um estudo de caso, limitado ao projeto Conservador das Águas de Extrema/MG. Os resultados demonstraram que o número de municípios mineiros que fazem jus ao ICMS ecológico está crescendo e que o projeto Conservador das Águas em Extrema/MG possui potencial para impactar no recebimento deste imposto. Por fim, constatou-se que o ICMS ecológico está influenciando os municípios mineiros a boas práticas ambientais; que o projeto Conservador das Águas, através das Unidades de Conservação, pode impactar no aumento do ICMS ecológico em Extrema/MG e que a pesquisa promoverá o conhecimento dos municípios acerca da metodologia utilizada pela Lei “Robin Hood” para a distribuição do ICMS ecológico.
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Resumo: A identificação, classificação e mapeamento de serviços ecossistêmicos fornecem uma visão geral dos ecossistemas, além de salientar a relevância da biodiversidade e funcionamento dos ecossistemas de forma eficaz. O presente estudo objetivou identificar os SEs e localizá-los espacialmente na Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo considerando as condições e classes de uso da terra observadas no ano de 2017. A metodologia escolhida baseou-se no estudo de Burkhard et al. (2009) e os resultados encontrados mostraram um alto potencial de oferta na reserva, principalmente em áreas naturais e a perda no fornecimento de serviços de regulação e culturais em áreas alteradas. Conclui-se que a área tem seus serviços ecossistêmicos ameaçados e necessitam de atenção para evitar maior comprometimento da dinâmica natural na reserva. Palavras-chave: Unidades de Conservação. Uso do solo. Capital Natural. ASSESSING AND MAPPING ECOSYSTEM SERVICES SUPPLY BY BIOLOGICAL RESERVE NASCENTES DA SERRA DO CACHIMBRO, PARÁ, BRAZIL Abstract: Identifying, classifying and mapping the ecosystem services provide an overview of ecosystems, as well as highlight the relevance of biodiversity and of their effective functioning. This study aimed to identify the ES and locate them spatially in the Nascentes da Serra do Cachimbo Biological Reserve considering the conditions and land use classes observed in 2017. The chosen methodology was based on the study by Burkhard et al. (2009) and the results showed a high supply potential in the reserve, especially in natural areas and the loss of provision of cultural and regulatory services. It is concluded that the area has its ecosystem services threatened and need attention to avoid further compromise of the natural dynamics in the reserve.
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This article discusses financial mechanisms for the conservation of biodiversity and ecosystem services in Brazil. Five mechanisms were selected for in-depth analysis using the Biofin methodological approach: ecological fiscal transfer, environmental reserve quotas, payments for environmental services, tourism concessions, and forest concessions. They can reduce the current financial gap for biodiversity conservation in the country. Ecological fiscal transfer, payments for environmental services, tourism, and forest concessions can generate approximately US$ 1 billion annually. The potential to generate revenues in environmental reserve quotas markets is big, but uncertainty is also very high, with estimates from US$ 1 to US$ 20 billion up to 2030. Most of these mechanisms aim to involve the private sector in conserving biodiversity and require an active role for the public sector, either through fiscal or regulatory instruments. There is a need to adapt the financial mechanism to the political and institutional context. In Brazil, weak public management capacity, institutional uncertainties, and political opposition to environmental policy are the main challenges for large-scale implementation of these instruments.
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According to the IPCC (2014), access to water resources is increasingly limited due to the effects of climate change; in consequence, vulnerability of ecosystems and their inhabitants increases. Thus, it is necessary to develop socio-organizational capacities to mitigate and adapt to this scenario, where retribution mechanisms for ecosystem services (MRSE for its Spanish acronym) become more relevant. The research attempts to analyze the coordination among agents involved in sustainable water resources management, to face climate change vulnerability in high biodiversity areas. For this purpose, the implementation of the Quiroz-Chira water fund will be studied as a case that generates institutionalism for sustainability of this mechanism and that represents an important social innovation that can be replicated. The methodology has a descriptive scope and applies qualitative techniques that complement secondary sources systematized with WebQDA software. Results indicate high vulnerability of the analyzed basin districts and a correct governance in this innovation, both with a sustainable development approach oriented to conservation of water potential. This implies good articulation for implementation of the MRSE and promotion of interests’ unification between contributors and water resources retributive entities. Keywords: Climate change, Sustainable development, Watershed, Governance, Ecosystem services
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O ICMS Ecológico é um instrumento econômico que tem sido apontado como uma importante estratégia de associação do incremento do orçamento municipal com a conservação da biodiversidade a partir da criação e manutenção de áreas protegidas. Este artigo objetivou compreender o critério de áreas protegidas no ICMS-E aplicado nas legislações dos diferentes estados brasileiros. Foi realizada uma análise das legislações estaduais do ICMS-E dos 16 estados brasileiros que possuem o instrumento, a fim identificar o critério de áreas protegidas como repasse. Identificou-se os estados que utilizam o critério de áreas protegidas no ICMS-E, as tipologias de áreas protegidas previstas nas leis e os indicadores de avaliação do critério. Os resultados apontam que 15 estados utilizam o critério de áreas protegidas no ICMS-E, ausente apenas no estado do Ceará. Constatou-se a inclusão de 8 (oito) tipologias pelos estados, sendo as Unidades de Conservação e as Terras Indígenas as mais adotadas. Apesar de prevista nas legislações de 10 estados, a avaliação qualitativa das áreas protegidas ainda é pouco explorada, com destaque para o estado do Paraná que aprimorou o sistema de monitoramento do instrumento. Destaca-se a necessidade de melhor adequação dos indicadores e variáveis da avaliação de UC em função das características de cada categoria de manejo; a insuficiência do ICMS-E no Nordeste e a problemática da ausência do critério de áreas protegidas no Ceará, que possui importante papel na conservação da Caatinga. Diante da importância do critério de áreas protegidas no ICMS-E, recomenda-se sua operacionalização em conformidade com as problemáticas que acometem os estados, articulado às metas de conservação dos biomas brasileiros, e a priorização de determinadas categorias de UC na atribuição da avaliação qualitativa a fim de que o ICMS-E possa ter seu potencial compensatório e incentivador explorado na conservação da biodiversidade brasileira.
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Resumo A sociedade brasileira apresenta realidade ambiental preocupante, em que os efeitos das ações antrópicas ocasionam impactos negativos sobre os recursos naturais. Para isso, há políticas públicas com o foco na implantação de uma gestão ambiental sustentável, nas três esferas governamentais, tendo por objetivos minimizar os impactos ambientais e proteger os recursos naturais. No Estado do Rio de Janeiro, merece destaque a política do ICMS Verde, que visa a repassar uma parcela do ICMS aos municípios que prestam contas da melhoria da qualidade ambiental de seus territórios. Este estudo analisou o repasse do ICMS Verde nas regiões administrativas do Rio de Janeiro. Foram utilizados os dados disponibilizados pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, referentes aos valores do ICMS Verde no período de 2009 a 2014. Foi possível concluir que a quantidade dos municípios participantes por região e o nível de desenvolvimento econômico são fatores decisivos que influenciam no repasse total. Identificou-se, ainda, a participação contínua e positiva, quanto ao subíndice unidade de conservação, em quatro Regiões. Além de observar que a implantação do ICMS Verde contribuiu positivamente para estimular avanços nas políticas ambientais aos municípios com Unidades de Conservação. Porém, a longo prazo, esta ferramenta precisa ser reformulada, para que continue motivando os municípios a alcançarem pontuações e arrecadações monetárias. PALAVRAS CHAVE: ICMS Verde, gestão ambiental, políticas públicas.
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Este estudo como objetivo reunir e analisar informações sobre a conformidade de políticas de identificação, manutenção, conservação e preservação do ambiente e dos recursos naturais do Estado do Mato Grosso do Sul, como também avaliar a reciprocidade entre Pagamento de Serviços Ambientais do ICMS Ecológico e a preservação ambiental nas áreas territoriais das UCs nos municípios, com base na análise das informações do Sistema de Unidades de Conservação do Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul, no período de 2002 a 2014. Utilizou-se a Análise Envoltória de Dados nos dados obtidos das unidades de conservação de cada município, possibilitando posicionar os escores de eficiência do estado satisfatório de conservação e traçar o perfil do novo paradigma relativo a ações municipais frente à implantação, à manutenção, ao reconhecimento e à evolução de novas unidades no Estado. A importância dos valores repassados do ICMS Ecológico se reflete no empenho dos municípios em relação à criação de UCs, posto que, em 2002, havia 111 UCs em 52 municípios, perfazendo um repasse de R$ 14,853 milhões. Já em 2014, eram 169 UCs em 66 municípios, com repasse total de R$ 68,080 milhões. Mostra-se no estudo a incipiência de ações proativas na gestão e no incremento de políticas de conservação do ambiente e que em poucos municípios ocorreram casos de eficiências localizadas em alguns anos, que não se mantiveram em períodos subsequentes, ressaltando a carência de estratégias duráveis para preservação dos recursos naturais no Estado.
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Significance The Brazilian Amazon is at a critical juncture after the recent stabilization of deforestation rates. Identifying opportunities for continued deforestation reductions requires an understanding of the contribution of different actors to overall deforestation. We provide the first such assessment, to our knowledge, that reports on two headline findings. First, between 2004 and 2011, areas dominated by properties larger than 500 ha accounted for 48% of the deforestation compared with only 12% for smallholders (<100 ha). Second, the deforestation share attributed to the largest properties (≥2,500 ha) declined by 63% from a peak in 2005, whereas that of smallholders increased by 69%. Further reductions in deforestation are likely to require a shift toward more incentive-based policies that are tailored toward different actors.
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The Ecological ICMS was first used to distribute a share of the ICMS revenue in the Paraná state in 1991. This pioneer experience originated from counties' claims which argued that their economies were harmed by land use restrictions, mainly because they were watershed protection areas or their territory was part of a conservation unit. Responding to these claims, the state government changed the ICMS allocation criteria, favoring those counties with added funds. In the Minas Gerais state, the Ecological ICMS was implemented in 1995 with the "Robin Hood Law". The objective of this study was to evaluate the Ecological ICMS in Minas Gerais as an instrument for compensation and incentive. Production and preservation indexes were calculated for all Minas Gerais counties and a panel data model was used to verify the relationship between the amount of Ecological ICMS received and the protected area in each county. Results showed the creation of a conservation unit would compensate most of Minas Gerais counties because of the Ecological ICMS, although the attractiveness of the conservation option has been declining systematically over the years. Regarding the incentive effect of the Ecological ICMS, results showed that the Ecological ICMS really compensates and incentives Minas Gerais counties to preserve the environment because there is a direct relationship between the amount received from the Ecological ICMS and the growth of protected areas in Minas Gerais counties.
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Medeiros, R. & Young; C.E.F. 2011. Contribuição das unidades de conservação brasileiras para a economia nacional: Relatório Final. Brasília: UNEP‐WCMC, 120p. Em 2010, o Brasil figurava como a oitava economia mundial, com um crescimento médio anual de 4% nos últimos oito anos. Esse crescimento é possibilitado, entre outras razões, pela abundante disponibilidade de recursos naturais do país, como terras férteis, água, recursos florestais e reservas minerais variadas. No entanto, a disponibilidade desses recursos é limitada no tempo e no espaço, de forma que realizar uma boa gestão dessa base de recursos naturais é fundamental para garantir a capacidade de produção de riquezas no longo prazo. A criação de unidades de conservação – áreas especialmente criadas pelo poder público com o intuito de, entre outras finalidades, proteger recursos naturais relevantes – é uma das formas mais efetivas à disposição da sociedade para atender essa necessidade. As unidades de conservação cumprem uma série de funções cujos benefícios são usufruídos por grande parte da população brasileira – inclusive por setores econômicos em contínuo crescimento, sem que se deem conta disso. Alguns exemplos: parte expressiva da qualidade e da quantidade da água que compõe os reservatórios de usinas hidrelétricas, provendo energia a cidades e indústrias, é assegurada por unidades de conservação. O turismo que dinamiza a economia de muitos dos municípios do país só é possível pela proteção de paisagens proporcionada pela presença de unidades de conservação. O desenvolvimento de fármacos e cosméticos consumidos cotidianamente, em muitos casos, utilizam espécies protegidas por unidades de conservação. Ao mesmo tempo, as unidades de conservação contribuem de forma efetiva para enfrentar um dos grandes desafios contemporâneos, a mudança climática. Ao mitigar a emissão de CO2 e de outros gases de efeito estufa decorrente da degradação de ecossistemas naturais, as unidades de conservação ajudam a impedir o aumento da concentração desses gases na atmosfera terrestre. Esses exemplos permitem constatar que esses espaços protegidos desempenham papel crucial na proteção de recursos estratégicos para o desenvolvimento do país, um aspecto pouco percebido pela maior parte da sociedade, incluindo tomadores de decisão, e que, adicionalmente, possibilitam enfrentar o aquecimento global. Ao contrário do que alguns setores da sociedade imaginam, as unidades de conservação não constituem espaços protegidos “intocáveis”, apartados de qualquer atividade humana. Como os resultados contidos neste relatório demonstram, elas fornecem direta e/ou indiretamente bens e serviços que satisfazem várias necessidades da sociedade brasileira, inclusive produtivas. No entanto, por se tratar de produtos e serviços em geral de natureza pública, prestados de forma difusa, seu valor não é percebido pelos usuários, que na maior parte dos casos não pagam diretamente pelo seu consumo ou uso. Em outras palavras, o papel das unidades de conservação não é facilmente “internalizado” na economia nacional. Essa questão decorre, ao menos em parte, da falta de informações sistematizadas que esclareçam a sociedade sobre seu papel no provimento de bens e serviços que contribuem para o desenvolvimento econômico e social do país. É visando atender a essa demanda que o Centro para Monitoramento da Conservação Mundial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP‐WCMC, na sigla em inglês) e o Ministério do Meio Ambiente, sob a coordenação técnica de pesquisadores da Universidade Federal Rural doRio de Janeiro e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com o apoio técnico de GIZ e do IPEA e o apoio financeiro do DEFRA1, desenvolveram o estudo CONTRIBUIÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO BRASILEIRAS PARA A ECONOMIA NACIONAL. Esse relatório apresenta os resultados de análises sobre o impacto e o potencial econômico de cinco dos múltiplos bens e serviços provisionados pelas unidades de conservação para a economia e sociedade brasileiras: produtos florestais, uso público, carbono, água e compensação tributária. Em síntese, essas análises revelam que: • o conjunto de serviços ambientais avaliados nesse estudo gera contribuições econômicas que, quando monetizadas, superam significativamente o montante que tem sido destinado pelas administrações públicas à manutenção do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC); • somente a produção de madeira em tora nas Florestas Nacionais e Estaduais da Amazônia, oriundas de áreas manejadas segundo o modelo de concessão florestal, tem potencial de gerar, anualmente, entre R$ 1,2 bilhão a R$ 2,2 bilhões, mais do que toda a madeira nativa atualmente extraída no país; • a produção de borracha, somente nas 11 Reservas Extrativistas identificadas como produtoras, resulta em R$ 16,5 milhões anuais; já a produção de castanha‐do‐pará tem potencial para gerar, anualmente, R$ 39,2 milhões, considerando apenas as 17 Reservas Extrativistas analisadas. Nos dois casos, esses ganhos podem ser ampliados significativamente caso as unidades de conservação produtoras recebam investimentos para desenvolver sua capacidade produtiva; • a visitação nos 67 Parques Nacionais existentes no Brasil tem potencial gerar entre R$ 1,6 bilhão e R$ 1,8 bilhão por ano, considerando as estimativas de fluxo de turistas projetadas para o país (cerca de 13,7 milhões de pessoas, entre brasileiros e estrangeiros) até 2016, ano das Olimpíadas; • a soma das estimativas de visitação pública nas unidades de conservação federais e estaduais consideradas pelo estudo indica que, se o potencial das unidades for adequadamente explorado, cerca de 20 milhões de pessoas visitarão essas áreas em 2016, com um impacto econômico potencial de cerca de R$ 2,2 bilhões naquele ano; • a criação e manutenção das unidades de conservação no Brasil impediu a emissão de pelo menos 2,8 bilhões de toneladas de carbono, com um valor monetário conservadoramente estimado em R$ 96 bilhões; • considerando os limites do custo de oportunidade do capital entre 3% e 6% ao ano, pode‐se estimar o valor do “aluguel” anual do estoque de carbono cujas emissões foram evitadas pelas unidades de conservação entre R$ 2,9 bilhões e R$ 5,8 bilhões por ano, valores que superam os gastos atuais e as necessidades de investimento adicional para a consolidação e melhoria dessas unidades; • no que tange aos diferentes usos da água pela sociedade, 80% da hidreletricidade do país vem de fontes geradores que têm pelo menos um tributário a jusante de unidade de conservação; 9% da água para consumo humano é diretamente captada em unidades de conservação e 26% é captada em fontes a jusante de unidade de conservação; 4% da água utilizada em agricultura e irrigação é captada de fontes dentro ou a jusante de unidades de conservação; • em bacias hidrográficas e mananciais com maior cobertura florestal, o custo associado ao tratamento da água destinada ao abastecimento público é menor que o custo de tratamento em mananciais com baixa cobertura florestal; • em 2009, a receita real de ICMS Ecológico repassada aos municípios pela existência de unidades de conservação em seus territórios foi de R$ 402 milhões. A receita potencial para 12 estados que ainda não têm legislação de ICMS Ecológico seria de R$ 14,9 milhões, considerando um percentual de 0,5% para o critério “unidade de conservação” no repasse a que os municípios fazem jus. Outros importantes serviços ambientais – como a proteção de assentamentos humanos contra deslizamentos, enchentes e outros acidentes; a conservação de recursos pesqueiros e a conservação da biodiversidade per se, objetivo maior das unidades de conservação, para a qual as técnicas de valoração ainda encontram dificuldades em obter resultados robustos – não puderam ter seus valores estimados por falta de informações ou metodologias adequadas. Por isso, os valores apresentados neste documento constituem uma subestimativa dos serviços ambientais totais prestados pelas unidades de conservação.
2-Valores de ICMS Ecológico repassado dos estados para os municípios
  • Tabela
Tabela 7.2-Valores de ICMS Ecológico repassado dos estados para os municípios, 20122016, em milhões de R$ de 2016. Estado ICMS-E em 2012
Referências Bibliográficas ATLAS BRASIL Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
Referências Bibliográficas ATLAS BRASIL Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. Consulta. Disponível em: http://
Universidade Federal do Paraná.Curitiba, 189f
  • Engenharia Florestal
Engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná.Curitiba, 189f. 2002
São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica
  • Relatório Mata Atlântica
  • Técnico
Mata Atlântica. Relatório Técnico. São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica. 2018
Avaliação dos Impactos do ICMS Socioambiental na Criação de Unidades de Conservação e Unidades de Tratamento de Resíduos Sólidos em Pernambuco: Uma Análise a partir do Método de Diferenças em Diferenças
Avaliação dos Impactos do ICMS Socioambiental na Criação de Unidades de Conservação e Unidades de Tratamento de Resíduos Sólidos em Pernambuco: Uma Análise a partir do Método de Diferenças em Diferenças. Revista Econômica do Nordeste 44, no. 2, p. 557-572. 2013