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Biomecânica com miniplacas

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© Dental Press Publishing | Rev Clín Ortod Dental Press. 2018 Jun-Jul;17(3):17-34
Biomecânica com miniplacas
Biomechanics with miniplates
Resumo: A mecânica ortodôntica com
auxílio das miniplacas já existe desde
1985 e foi aperfeiçoada com o pas-
sar dos anos. Quando bem indicada,
proporciona um controle dos planos
oclusais, possibilita a distalização de
dentes inferiores e obtém um adequa-
do posicionamento condilar ao m do
tratamento. Movimentos transversais,
verticais e anteroposteriores podem ser
realizados de forma simultânea, pos-
sibilitando a eliminação de quaisquer
interferências oclusais. Os resultados
obtidos são previsíveis e com menos
efeitos colaterais indesejáveis, reduzin-
do o tempo de tratamento, diminuindo
a porcentagem de extrações dentárias
e minimizando a complexidade das ci-
rurgias ortognáticas. Assim, o objetivo
do presente artigo é exemplicar essa
mecânica ortodôntica individualizada
com auxílio das miniplacas, planejada
para proporcionar não somente o equi-
líbrio dentário, mas também o equilíbrio
muscular, ósseo e articular (ATM), com
propósito de estabilidade dos resulta-
dos obtidos no pós-tratamento. Pala-
vras-chave: Má oclusão. Miniplacas.
Técnicas de movimentação dentária.
Remodelação óssea. Tomograa.
Abstract: Miniplate orthodontic mechanics
has existed since 1985 and it has been per-
fected over the years. When well indicated, it
provides control of the occlusal planes, allows
the distalization of lower teeth and obtains
an adequate condylar position at the end of
the treatment. Transversal, vertical and an-
teroposterior movements can be performed
simultaneously, allowing the elimination of
any occlusal interference. The results ob-
tained are predictable and with fewer un-
desirable side effects, reducing treatment
time, decreasing the percentage of dental
extractions and minimizing the complexi-
ty of orthognathic surgeries. Thus, the aim
of the present article is to exemplify this
individualized orthodontic mechanics with
the aid of miniplates, designed to provide not
only the dental balance, but also muscular,
bone and articular (TMJ) balance, aiming at
stability of the results obtained after treat-
ment. Keywords: Malocclusion. Miniplates.
Tooth movement techniques. Bone remodel-
ing. Tomography.
Ertty Silva1,2
Fernanda Meloti2,3
Sérgio Pinho2,4,5
Mauricio de Almeida Cardoso2,6
Alberto Consolaro7,8,9
1) Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro/RJ,
Brasil).
2) Faculdade de Medicina e Odontologia São Leopoldo Mandic, Programa de Pós-graduação em Odontologia
(Campinas/SP, Brasil).
3) Doutora, Mestre e Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Odontologia de Araraquara (Araraquara/SP, Brasil).
4) Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, Universidade Federal de Goiás (Goiânia/GO, Brasil).
5) Universitat de Barcelona (Barcelona, Espanha).
6) Doutor e Mestre em Ortodontia, Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Odontologia de Araçatuba (Araçatuba/
SP, Brasil).
7) Doutor em Odontologia/Patologia Bucal, Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia de Bauru (Bauru/SP,
Brasil).
8) Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia de Bauru (Bauru/SP, Brasil).
9) Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Programa de Pós-graduação em
Odontopediatria (Ribeirão Preto/SP, Brasil).
Os autores declaram não ter interesses associativos, comer-
ciais, de propriedade ou nanceiros que representem coni-
to de interesse nos produtos e companhias descritos nesse
artigo. O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo
autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotograas
faciais e intrabucais, e/ou radiograas.
Endereço para correspondência: Ertty Silva
E-mail:ertty@ertty.com.br
Como citar: Silva E, Meloti F, Pinho S, Cardoso MA, Consolaro A. Biomecânica com miniplacas Rev Clín Ortod Dental Press.
2018 Jun-Jul;17(3):17-34.
Enviado em: 09/05/2018 - Revisado e aceito: 24/05/2018
DOI: https://doi.org/10.14436/ 1676-6849.17.3.017-034.art
CASO CLÍNICO
Silva E, Meloti F, Pinho S, Cardoso MA, Consolaro A
© Dental Press Publishing | Rev Clín Ortod Dental Press. 2018 Jun-Jul;17(3):17-34
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INTRODUÇÃO
A mecânica ortodôntica com auxílio das mi-
niplacas surgiu em 1985, com Jenner e Fitzpa-
trick1. Utilizando uma miniplaca instalada na
mandíbula, esses autores conseguiram a distali-
zação do molar inferior com consequente ganho
de espaço para correção do apinhamento ante-
roinferior1. Recentemente, vários métodos2-8 de
tratamento ortodôntico utilizando as miniplacas
estão sendo evidenciados. Os resultados dos
tratamentos variam de acordo com o método ou
mecânica ortodôntica aplicada.
A mecânica ortodôntica com miniplacas,
quando bem executada, envolve movimentos
que promovem uma reformatação óssea, ou
seja, mudam a forma do osso9. Como as mini-
placas são xadas longe das raízes dos dentes,
existe a liberdade de movimentação dentária
sem precisar mudar a posição do dispositivo de
ancoragem durante o tratamento. Além disso,
as miniplacas permitem um domínio dos planos
oclusais e possibilitam que movimentos simultâ-
neos sejam realizados tridimensionalmente, ou
seja, no sentido anteroposterior, transversal e
vertical10-12. A utilização de miniplacas com esse
domínio biomecânico reduz os efeitos colaterais
indesejáveis, torna os resultados mais previsíveis,
reduz o tempo de tratamento, diminui a porcen-
tagem de extrações dentárias e minimiza a com-
plexidade das cirurgias ortognáticas.
O correto posicionamento das miniplacas
no ato cirúrgico repercute na possibilidade de
execução da biomecânica ortodôntica adequa-
da. A experiência no planejamento ortodôntico,
a instalação e o gerenciamento de qualquer
complicação durante o tratamento são atitudes
necessárias para garantir resultados favoráveis
com as miniplacas13.
Assim, o objetivo do presente artigo é exem-
plicar as mecânicas ortodônticas com auxílio de
miniplacas, que buscam não somente o equilí-
brio dentário, mas também o equilíbrio muscular,
ósseo e articular (ATM).
DIAGNÓSTICO
O protocolo SYM 3D (evolução do pro-
tocolo SEG)14 é o método de eleição para o
diagnóstico tomográco utilizado para a aplica-
ção da mecânica ortodôntica com miniplacas.
Esse protocolo sistemático proporciona uma aná-
lise craniométrica por meio de medidas lineares
e angulares que possibilitam interpretar e inter-re-
lacionar, sob uma perspectiva tridimensional, as
alterações morfofuncionais com a má oclusão e
a posição condilar dos pacientes.
As mecânicas ortodônticas aplicadas com o
auxílio das miniplacas têm como objetivos:
a) Distalização dos dentes inferiores: o
diagnóstico da distalização dos dentes
inferiores é baseado na necessidade
de espaço na arcada dentária inferior
para um correto posicionamento dos
dentes inferiores, sem a necessidade de
expansões excessivas, exodontias, ves-
tibularizações dos incisivos e desgastes
interproximais.
b) Controle vertical, com a manutenção ou
diminuição da dimensão vertical: a deci-
são pelo controle vertical em pacientes
dolicofaciais, por meio da remodelação
óssea no sentido intrusivo, é tomada de
acordo com o “efeito tesoura”, no qual a
diminuição da dimensão vertical de oclu-
são tem como consequência uma rota-
ção anti-horária da mandíbula.
c) Correção das diferentes inclinações dos
planos oclusais: quando há uma dife-
rença entre os lados direito e esquer-
do — ou seja, interferências no
roll
”, em
casos de assimetrias esqueléticas —, a cor-
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reção dos planos oclusais pode ser realiza-
da, quando há envolvimento dentoalveolar
maxilar e/ou mandibular, efetuando-se a
remodelação óssea intrusiva e/ou extrusiva
dos segmentos dentoalveolares.
d) Correção dos planos oclusais em relação
ao Plano de Camper em pacientes com
má oclusão de Classe III: a correção do
plano oclusal no sentido vertical (
pitch
)
em pacientes com má oclusão de Clas-
se III esquelética é realizada quando a
maxila se encontra rotacionada no senti-
do anti-horário em relação ao plano es-
quelético de Camper. A rotação maxilar
no sentido horário minimiza e até corrige
os aspectos faciais e oclusais da Clas-
se III. Essa rotação do plano oclusal su-
perior é acompanhada pela rotação do
plano oclusal inferior.
e) Controle do posicionamento condilar:
a correção da má oclusão com auxílio
da translação condilar é buscada em
pacientes que apresentam um desloca-
mento posterior ou anterior do côndilo
e discos articulares bem posicionados.
A mecânica com miniplacas permite a
centralização dos côndilos nas fossas
articulares. A rotação condilar é possível
de ser realizada em pacientes dolicofa-
ciais, mesmo quando os discos se encon-
tram deslocados.
f) Impacção maxilar: a impacção maxilar é
indicada em casos de crescimento verti-
cal maxilar excessivo, em que se obser-
va uma quantidade óssea dentoalveolar
aumentada, anterior e posterior, entre o
plano oclusal superior e o plano palatino.
OBJETIVOS DO TRATAMENTO
O objetivo dos tratamentos com ancoragem
esquelética é realizar movimentos ortodônticos
de alta complexidade, tais como posicionar cor-
retamente os dentes anteriores e posteriores no
osso alveolar, minimizar as indicações de cirur-
gia ortognática, bem como melhorar a eciência
no preparo das cirurgias e reabilitações orais.
A articulação temporomandibular (ATM) é le-
vada em consideração para cada decisão, e
o objetivo do tratamento é manter ou melhorar
o posicionamento condilar, buscando uma po-
sição de equilíbrio. O equilíbrio articular é de
extrema importância para minimizar as recidivas
no tratamento ortodôntico, pois ele está relacio-
nado com o equilíbrio muscular e dentário.
PLANO DE TRATAMENTO
Distalização dos dentes inferiores
Para a distalização dos dentes inferiores, são
necessárias duas miniplacas inferiores (Fig. 1A).
Se os terceiros molares inferiores estiverem pre-
sentes, na maioria das situações, a extração des-
ses dentes se faz necessária para obtenção de
espaço na arcada dentária (Fig. 1A). Com esse
ganho de espaço na arcada dentária inferior, é
possível posicionar corretamente os incisivos infe-
riores na sínse mandibular (Fig. 1B, 1C), mesmo
em casos de apinhamento (Fig. 1D) ou vestibula-
rização excessiva (Fig. 1E).
Controle vertical
Para o controle vertical, são necessárias duas
miniplacas superiores, duas miniplacas inferiores
ou quatro miniplacas (duas superiores e duas in-
feriores), todas instaladas na região posterior da
mandíbula e/ou maxila (Fig. 2A, 2B). Como a
força de intrusão é realizada por vestibular, o
controle do torque dentário é realizado por meio
de os ortodônticos retangulares e, em alguns ca-
sos, barra transpalatina e/ou arco lingual.
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X X
Figura 1: Planejamento de uma mecânica para movimento distal dos dentes inferiores. A) Radiografia panorâmica com planejamento
para extração dos dentes #38 e #48, e localização para instalação das miniplacas. Tomografias Computadorizadas de Feixe Cônico
(TCFC) de pacientes com: B) incisivos inferiores bem posicionados, associados à presença de apinhamento dentário; e C) incisivos
inferiores vestibularizados. D) Fotografia inicial da arcada inferior de uma paciente com apinhamento dentário. E) Fotografia inicial da
arcada inferior de uma paciente com os incisivos vestibularizados.
Figura 2: A) Radiografia panorâmica com o planejamento dos movimentos e localização para instalação das quatro miniplacas em uma pa-
ciente com excesso de crescimento vertical posterior maxilar e mandibular e B) fotografia intrabucal frontal na fase pré-tratamento.
A
A
B
B
C
D E
8 mm 10 mm
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Figura 3: Avaliação frontal da reconstrução 3D evidenciando a assimetria esquelética com diferença nas alturas ósseas dos lados direito
e esquerdo, confirmada na avaliação da fotografia frontal de face, com diferença na exposição gengival nos lados direito e esquerdo.
Correção dos planos oclusais superior e
inferior
(roll)
A quantidade de miniplacas utilizadas depende
do envolvimento dentoalveolar. Por exemplo, se
houver uma extrusão dentoalveolar maxilar no lado
direito e uma intrusão dentoalveolar mandibular no
lado direito, duas miniplacas superiores (anterior
e posterior) devem ser instaladas. A remodelação
óssea dentoalveolar extrusiva inferior deve ser rea-
lizada com o auxílio das miniplacas superiores.
O mesmo raciocínio deve ser levado em conside-
ração se o problema estiver localizado no lado es-
querdo. Entretanto, se o envolvimento dentoalveolar
for mandibular e houver uma extrusão dos dentes
mandibulares no lado direito e uma intrusão maxilar
direita, duas miniplacas inferiores (anterior e poste-
rior) devem ser utilizadas; com o mesmo raciocínio,
se o problema estiver localizado no lado esquerdo.
As alterações nos planos oclusais superior e
inferior podem apresentar envolvimento dentoal-
veolar direito e esquerdo e, dessa forma, a ne-
cessidade de ancoragem torna-se maior, fazen-
do necessária a instalação de mais miniplacas.
Um exemplo seria o lado direito com extrusão
dentoalveolar maxilar e intrusão dentoalveolar
mandibular, associado ao lado esquerdo com
intrusão dentoalveolar maxilar e extrusão den-
toalveolar mandibular. Nessa situação, duas
miniplacas superiores no lado direito e duas
miniplacas inferiores no lado esquerdo devem
ser instaladas.
No caso aqui ilustrado, havia um envolvi-
mento dentoalveolar maxilar nos lados direito
e esquerdo. Ambos os lados se encontravam
extruídos; porém, o lado direito estava mais ex-
truído que o esquerdo (Fig. 3).
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Correção dos planos oclusais superior e
inferior
(pitch)
Essa correção pode ser obtida por meio de
duas miniplacas superiores posteriores e quatro
miniplacas inferiores (duas anteriores e duas pos-
teriores) (Fig. 4) ou com a instalação de quatro
miniplacas inferiores. As miniplacas superiores so-
mente são indicadas quando há necessidade de
intrusão dos dentes posteriores superiores.
Figura 4: Planejamento ortodôntico com objetivo de rotação dos planos oclusais superior e inferior.
X
XX
X
Correção da má oclusão com auxílio da
translação condilar
Essa correção é possível de ser realizada
somente quando os discos articulares se encon-
tram bem posicionados, com diagnóstico reali-
zado por meio de ressonância magnética. Se o
paciente apresentar má oclusão de Classe III e
os côndilos estiverem anteriorizados e os discos
bem posicionados, é possível centralizar os côn-
dilos nas fossas articulares e melhorar a relação
oclusal de Classe III. Nas más oclusões de Clas-
se II, para poder contar com o deslocamento
condilar, os côndilos devem estar posterioriza-
dos nas fossas articulares.
Nos casos de assimetrias, quando o ponto
mentoniano se encontra deslocado para um dos
lados, a má oclusão pode ser corrigida quando o
côndilo estiver deslocado para anterior ou medial
na fossa articular oposta ao deslocamento do
mentoniano, ou seja, o côndilo direito deve estar
deslocado e o mentoniano desviado para o lado
esquerdo em relação ao plano sagital mediano.
Pode haver, ainda, uma associação dos proble-
mas, onde o paciente apresenta uma má oclusão
de Classe I com tendência à Classe III (mandí-
bula com tamanho aumentado e rotacionada no
sentido horário) e os côndilos deslocados para
anterior, mais de um lado do que do outro, como
no caso aqui ilustrado (Fig. 5A a 5G). A má oclu-
são é fator decisivo na determinação da quanti-
dade e do local de instalação das miniplacas.
Impacção maxilar
São necessárias quatro miniplacas superiores
para impacção maxilar (Fig. 6A, 6B). O controle
de torque dos dentes é realizado, assim como
no controle vertical, por meio de os retangula-
res e, quando necessário, barra transpalatina.
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Figura 5: Fotografias intrabucais iniciais
(A-C) e avaliação da reconstrução 3D
frontal (D) e sagital (E), evidenciando o
desvio do mentoniano em relação ao pla-
no sagital mediano, com alteração do ta-
manho e forma mandibular. Os côndilos
mandibulares encontram-se deslocados
para anterior nas fossas articulares (F, G ),
sendo que o côndilo direito encontra-se
mais anterior em relação ao esquerdo, e o
espaço articular superior está aumentado
em ambos os lados.
Figura 6: Avaliação frontal da reconstru-
ção em 3D (A), evidenciando o excesso de
crescimento maxilar. Fotografia frontal
inicial de sorriso, demonstrando o excesso
de exposição gengival (B).
A
D
F
A
B
E
G
B
C
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PROGRESSO DO TRATAMENTO
Distalização dos dentes inferiores
Para manter a relação dentária de Classe I,
ao realizar a distalização dos dentes inferiores,
a distalização dos dentes superiores se faz ne-
cessária quando o paciente já apresentar uma
relação de Classe I dentária. Quando o pa-
ciente apresentar relação oclusal de Classe II
dentária, essa se acentuará. Assim, deve-se con-
siderar a possibilidade de se realizar cirurgia or-
tognática de avanço mandibular, rotação e/ou
deslizamento mandibular (em consonância com
o padrão de crescimento facial — braquifacial,
mesofacial e dolicofacial — e com o posiciona-
mento do côndilo e disco na cavidade articular)
e distalização dos dentes superiores.
Quando a má oclusão for de Classe III dentá-
ria, a distalização apenas dos dentes inferiores é
suciente em casos onde não se pretende realizar
a cirurgia ortognática.
Os dois casos aqui ilustrados eram de má oclu-
são de Classe I: um com incisivos inferiores vestibula-
rizados e o outro com apinhamento dentário inferior.
Nos dois casos, além da distalização dos dentes
inferiores, foi realizada a distalização dos dentes su-
periores (Fig. 7A, 7B). A mecânica de distalização
se inicia com o o 0,012” NiTi, onde são inseridas
ligas elastoméricas (
elastomerics
) dos dentes às mini-
placas. Com os 0,016” x 0,016” termoativados já
inseridos, os cursores desenvolvidos para a mecâni-
ca com auxílio das miniplacas são adaptados. Nes-
sa fase (Fig. 7A, 7B), as ligas elastoméricas podem
ou não ser utilizadas, de acordo com cada caso,
em consonância com a necessidade de intrusão ou
controle vertical posterior. O tamanho dos
e-links
é
selecionado de acordo com a distância da minipla-
ca ao cursor. A mecânica com elástico de Classe II
deve ser indicada sempre que um efeito colateral de
intrusão do segmento anterior (superior ou inferior) for
observado, sendo utilizada dos caninos superiores
às miniplacas mandibulares.
Controle vertical
A remodelação óssea intrusiva é iniciada
desde o primeiro o ortodôntico, normalmente o
0,012” NiTi, realizada por meio de ligas elasto-
méricas (Fig. 8A, 8B).
Figura 7: Mecânica ortodôntica apoiada em miniplacas com objetivo de distalização, utilizando-se cursores instalados na arcada supe-
rior e inferior (A), e cursor superior e liga elastomérica inferior (B).
A B
Elastomeric
E-link
Fio 0,016” x 0,016” termoativado
Elástico de
Classe II Cursor
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Figura 8: Fotografia intrabucal frontal exemplificando a mecânica em estágio inicial, com objetivo de estimular a remodelação óssea
intrusiva por meio de ligas elastoméricas (
elastomerics
) dos molares às miniplacas (A). Fotografia lateral dessa mecânica intrusiva em
fase inicial (B).
A B
ELASTOMERIC
Correção dos planos oclusais superior e
inferior
(roll)
No caso ilustrado, foram instaladas oito minipla-
cas (quatro superiores e quatro inferiores). A paciente
não apresentava apenas um problema de inclinação
nos planos oclusais superior e inferior, mas um exces-
so de crescimento vertical maxilar, características as-
sociadas à Classe III esquelética (mandíbula grande
e rotacionada no sentido horário) e falta de espaço
para o correto posicionamento dos dentes inferio-
res. Quando o paciente apresenta várias alterações
morfológicas e não apenas aquelas setorizadas, a
mecânica com miniplacas torna-se ainda mais interes-
sante e complexa.
Como a paciente apresentava um excesso de
crescimento vertical maxilar assimétrico, mais grave
no lado direito, com consequente inclinação dos
planos oclusais, essa alteração foi corrigida por
meio da remodelação óssea intrusiva bilateral,
maior no lado direito (Fig. 9A a 9C). Essa mecâni-
ca é iniciada desde a instalação do primeiro o or-
todôntico e mantida com auxílio de “pontes”, que
são segmentos de o que unem uma miniplaca a
outra miniplaca ou arcos apoiados em dentes e
nas miniplacas (Fig. 9D).
A extrusão inferior no lado direito está sen-
do realizada com uso de elásticos intermaxilares
dos dentes inferiores à miniplaca anterior supe-
rior (Fig. 9E), mas também poderia ser obtida
por meio do uso de elásticos dos dentes inferio-
res aos dentes superiores, estando esses unidos
às miniplacas superiores.
Correção dos planos oclusais superior e
inferior
(pitch)
Para a rotação dos planos oclusais no caso
ilustrado, a intrusão posterior superior associa-
da à anterior inferior e à extrusão posterior in-
ferior encontram-se em curso (Fig. 10A a 10C).
Trata-se do mesmo caso da paciente exempli-
cada na correção do
roll
, com a utilização de
oito miniplacas, devido aos problemas apre-
sentados. A correção da relação dentária de
Classe III está sendo realizada não apenas pela
rotação dos planos oclusais no sentido vertical
(
pitch
), mas também pela distalização dos den-
tes inferiores. Além disso, uma leve rotação an-
ti-horária da mandíbula está ocorrendo, devido
à impacção maxilar realizada simultaneamente.
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Figura 9: Fotografias intrabucais (A-C) ilustrando a mecânica ortodôntica apoiada em miniplacas, com objetivo de remodelação óssea
intrusiva. Note que no lado direito a mecânica encontra-se ativa, enquanto no lado esquerdo a mecânica está passiva, com amarrilhos
instalados das miniplacas ao fio de nivelamento para manter a intrusão obtida. Para se obter uma intrusão dos segmentos anterior e
posterior da maxila, as miniplacas podem ser unidas por um segmento de fio 0,017” x 0,025” Blue Elgiloy, para uma melhor distribui-
ção das forças (“Ponte Saigon”) (D). Mecânica de elásticos de intercuspidação da miniplaca superior aos dentes inferiores (canino e
primeiro pré-molar), com objetivo de remodelação óssea extrusiva inferior (E).
A
D
B
E
C
Figura 10: A) Fotografia intrabucal lado direito ilustrando a remodelação óssea intrusiva superior (anterior e posterior) e inferior (ante-
rior), distalização e extrusão dos dentes posteriores inferiores, associadas ao uso do cursor. B) Note, na fotografia frontal, a remodelação
óssea intrusiva anterior ativa no lado direito e passiva no lado esquerdo. C) Fotografia intrabucal lado esquerdo ilustrando a remode-
lação óssea intrusiva superior ativa na região posterior e passiva na região anterior (mantida por meio de fio de amarrilho adaptado do
arco superior à miniplaca). Na arcada inferior, note a intrusão ativa na região anterior e distalização associada à extrusão dos dentes
posteriores com o uso do cursor.
A B C
Correção da má oclusão com auxílio da
translação condilar
No caso ilustrado, foram instaladas quatro mi-
niplacas em uma paciente que apresentava, além
da tendência à má oclusão de Classe III associa-
da ao deslocamento do mentoniano para o lado
esquerdo, mordida aberta anterior e padrão de
crescimento vertical (Fig. 5A a 5G). Depois de
realizada a intrusão dos dentes posteriores, uma
rotação anti-horária da mandíbula e diminuição
da altura facial foram observadas, com conse-
quente surgimento de má oclusão de Classe III.
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Figura 11: A) Planejamento para a instalação das miniplacas e biomecânica aplicada. B) Fotografias intrabucais da mecânica de dista-
lização dos dentes inferiores, com consequente melhora do posicionamento condilar — translação do côndilo para uma posição mais
posterior — com o uso da mecânica de elásticos de Classe III.
A
B
Para a correção dessa má oclusão, foi planeja-
da a distalização dos dentes inferiores (Fig. 11A,
11B) e remoção das interferências oclusais, com
objetivo da translação dos côndilos para pos-
terior e, dessa forma, auxiliar na correção da
Classe III (Fig. 11A). Nesse caso, o desloca-
mento tende a ocorrer de forma assimétrica, com
a centralização do mentoniano em relação ao
plano sagital mediano.
Impacção maxilar
O caso ilustrado é de uma paciente com má
oclusão de Classe I, excesso de crescimento verti-
cal maxilar, apinhamento inferior e desvio da linha
média dentária inferior para o lado direito. A impac-
ção maxilar foi iniciada desde o primeiro o orto-
dôntico. Com objetivo de ganho de espaço para
um correto posicionamento dos dentes inferiores e
manutenção da relação dentária de Classe I, foi
realizada a distalização inferior e superior (Fig.12A
a 12C), distalizando inicialmente com cursor o lado
esquerdo, para correção da linha média inferior.
Iniciou-se a distalização do lado direito com ligas
elastoméricas, para obtenção de espaço na arca-
da dentária, deixando o dente #43 inicialmente
fora da mecânica. Uma mola de secção aberta foi
instalada para estimular o deslocamento lateral dos
incisivos inferiores. Simultaneamente, a impacção
maxilar prosseguiu com uso de ligas elastoméricas
dos caninos e pré-molares superiores às miniplacas.
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Figura 12: A) Fotografia intrabucal do lado direito, com uso de liga elastomérica para remodelação óssea intrusiva superior, associada
ao uso de cursor para distalização dos dentes posteriores. Na arcada inferior, liga elastomérica na mesial do molar, para movimento
de intrusão e distalização nessa hemiarcada. B) Na vista frontal, nota-se o uso de mola de secção aberta ativa, para movimento mesial
dos incisivos e distal dos pré-molares inferiores, com objetivo de abertura de espaço para o dente #43. C) Fotografia intrabucal lado
esquerdo, demonstrando uso de cursores para distalização dos dentes superiores e inferiores, associado ao uso de ligas elastoméricas
para promover a remodelação óssea intrusiva superior e a distalização inferior.
A B C
RESULTADO DOS TRATAMENTOS
Distalização dos dentes inferiores
Nos dois tratamentos ilustrados, os dentes inferio-
res caram bem posicionados na base óssea mandi-
bular no sentido transversal e anteroposterior (Fig. 13).
Controle vertical
Os resultados mostraram uma reformatação óssea
superior e inferior no sentido anteroposterior, transver-
sal e vertical (Fig. 14A a 14D). Em controle realizado
cinco anos pós-tratamento, é possível observar a es-
tabilidade dos resultados obtidos (Fig. 14E a 14G).
Correção dos planos oclusais superior e
inferior
(roll)
Nesse caso, a paciente ainda se encontra em
tratamento. Uma melhora da má oclusão já pode
ser observada, onde o lado esquerdo já se encon-
tra adequado, mas é necessária uma maior intru-
são do lado direito (Fig.15).
Correção dos planos oclusais superior e
inferior
(pitch)
Trata-se do mesmo caso utilizado para ilustrar
a correção do
roll
, onde uma melhora do
pitch
também pode ser observada (Fig. 16).
Correção da má oclusão com auxílio da
translação condilar
Com o caso nalizado, pode-se notar a ro-
tação mandibular no sentido anti-horário (Fig. 17A),
além da correção da mordida aberta anterior
(Fig. 17B, 17C) e da boa relação oclusal antero-
posterior (Fig. 17C). Podem, ainda, ser observadas
a centralização do côndilo na cavidade articular
bilateralmente (Fig. 17B, 17C) e a coincidência do
mentoniano com o plano sagital mediano (Fig.17D).
Impacção maxilar
Por se tratar de uma paciente dolicofacial,
com excesso de crescimento vertical da maxi-
la, a conduta terapêutica deveria considerar a
cirurgia ortognática na hipótese de tratamento
ortodôntico convencional sem o uso de ancora-
gem esquelética com miniplacas. Conseguiu-se
uma impacção maxilar, rotação anti-horária
da mandíbula, diminuição da altura facial e
o correto posicionamento dentário (Fig. 18A
a 18G). Dessa forma, tornam-se evidentes os
benefícios da utilização de miniplacas na práti-
ca ortodôntica, que não substituem as cirurgias
ortognáticas, mas ampliam as possibilidades de
sucesso no tratamento de casos complexos.
Biomecânica com miniplacas
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Figura 13: Ilustração de dois casos clínicos finalizados, após a distalização dos dentes inferiores. Note o correto posicionamento dos
incisivos superiores e inferiores após a mecânica de distalização (A, D), com boa intercuspidação dos dentes (B, E) e formato parabólico
da arcada dentária inferior (C, F).
A
B
C
D
E
F
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Figura 14: Sobreposições tomográficas nas fases pré (vermelho) e pós-tratamento (cinza), realizadas pela Dra. Lucia Cevidanes: vista
lateral da sobreposição maxilar parcial lados direito (A) e esquerdo (B), além da sobreposição parcial mandibular nas vistas lateral (C) e
superior (D). As fotografias intrabucais ao fim do tratamento atestam o bom engrenamento oclusal cinco anos após o tratamento (E-G).
Figura 16: Fotografias in-
trabucais lado direito de-
monstrando a melhora da
rotação do plano oclusal
superior
(pitch)
.
A
E
B
F
C D
G
Figura 15: Fotografias
extrabucais frontais de-
monstrando a melhora na
inclinação do plano oclu-
sal
(roll)
.
Biomecânica com miniplacas
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Figura 17: Telerradiografias laterais lado direito geradas a partir das tomografias inicial e final (A). Fotografias intrabucais e posi-
cionamento condilar ao início (B) e ao fim do tratamento (C). Avaliação frontal das reconstruções 3D inicial e final, evidenciando a
centralização do mentoniano em relação do plano sagital mediano (D).
A
C
D
B
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32
A
C
E
B
D
F G
Figura 18: Fotografias extrabucais frontal e perfil nas fases pré (A,B) e pós-tratamento (C,D). Fotografias intrabucais ao término do
tratamento ortodôntico (E-G).
Biomecânica com miniplacas
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33
DISCUSSÃO
A simples utilização de ancoragem esquelética
ampliada (miniplacas e miniparafusos) não é sinô-
nimo de excelência nos resultados do tratamento
ortodôntico. As mecânicas com miniplacas pos-
sibilitam tratamentos mais rápidos quando há um
correto controle dos movimentos. Dessa forma, tor-
na-se necessário um correto diagnóstico e domínio
biomecânico da técnica executada.
A impacção maxilar ou remodelação óssea ma-
xilar vertical é um dos maiores benefícios da mecâ-
nica com miniplacas. Pacientes jovens, portadores
de uma má oclusão de Classe II, dolicofaciais e
do sexo feminino pertencem a um grupo de risco
para reabsorções condilares15,16, que apresentam
tendência para se intensicar após a cirurgia ortog-
nática13,17. Os movimentos executados no procedi-
mento cirúrgico para alterar os planos oclusais e
realizar grandes avanços mandibulares exigem mui-
to da musculatura desses pacientes e aumentam a
possibilidade de reabsorções condilares, especial-
mente se o paciente apresentar algum indício de
reabsorção que regenerou siologicamente antes
do tratamento ortodôntico-cirúrgico, ou resultado de
um tratamento para disfunção temporomandibular.
A impacção e correção do plano oclusal maxi-
lar realizada pelo tratamento ortodôntico ocorre de
forma mais lenta do que a realizada na cirurgia or-
tognática, permitindo uma melhor adaptação muscu-
lar, o que provavelmente reduz a possibilidade de
reabsorção condilar após a realização da cirurgia
ortognática, quando essa ainda se faz necessária,
resumindo-se ao movimento de avanço mandibular
e/ou mentoplastia. A não execução da cirurgia na
maxila minimiza a complexidade da cirurgia ortog-
nática, reduzindo a invasividade do procedimento,
o que proporciona um melhor pós-operatório.
A mecânica utilizada para distalização dos
dentes posteriores para ganho de espaço — com
necessidade de extração dos terceiros molares
tende a proporcionar maior estabilidade pós-trata-
mento. A substituição da extração de pré-molares
por terceiros molares parece razoável ao se consi-
derar que os terceiros molares são dentes imprevisí-
veis e, frequentemente, não irrompem na cavidade
bucal, mesmo em pacientes tratados com extração
de pré-molares. Cabe, ainda, ressaltar a possibili-
dade de reabertura de espaços após o tratamento
com extração de pré-molares, cuja etiologia pode
estar associada à intercuspidação dentária inade-
quada, falta de paralelismo radicular, desequilí-
brio entre as forças intra e extrabucais, falta de
um adequado protocolo de contenção e distorção
das bras periféricas18,19. A mecânica para dista-
lização dos dentes posteriores com ancoragem
esquelética não obriga o completo fechamento do
espaço criado com a extração dos terceiros mola-
res, o que reduz o tempo de tratamento.
Um fator importante e de difícil manejo para
a Ortodontia convencional sem ancoragem es-
quelética é o controle dos planos oclusais. A ci-
rurgia ortognática, muitas vezes, é realizada
com objetivo de provocar rotação dos planos
oclusais, e as mecânicas com o auxílio das mi-
niplacas têm a capacidade de minimizar esse
tipo de indicação. Velásquez et al.20 relataram
que o controle do plano oclusal e a mudança na
dimensão vertical durante o tratamento ortodôn-
tico provocam melhora concomitante na posição
mandibular e permitem o funcionamento adequa-
do do sistema estomatognático. Dessa forma, o
controle dos planos oclusais é de grande impor-
tância na solução de muitas más oclusões.
Em síntese, a mecânica ortodôntica com auxílio
das miniplacas baseada em um diagnóstico 3D,
no posicionamento condilar, numa oclusão funcio-
nal e no equilíbrio muscular permite soluções para
muitas más oclusões que apresentavam limitações
para tratamento por meio da mecânica ortodônti-
ca convencional.
Silva E, Meloti F, Pinho S, Cardoso MA, Consolaro A
© Dental Press Publishing | Rev Clín Ortod Dental Press. 2018 Jun-Jul;17(3):17-34
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beam computed tomography. Cranio. 2017 Mar;16:1-13.
CONCLUSÃO
Após a compilação dos casos clínicos aqui
apresentados, ca evidente a eciência nos trata-
mentos com ancoragem esquelética para a solução
de problemas dentoalveolares complexos. Trata-se
de uma mecânica dinâmica, rápida e precisa, mas
para sua execução é necessário um correto diag-
nóstico, plano de tratamento e conhecimento bio-
mecânico. A grande vantagem dessa mecânica é
ampliar as possibilidades dos movimentos ortodônti-
cos, produzindo alterações articulares, musculares,
dentárias e ósseas. Essas alterações são controla-
das e proporcionam um equilíbrio que torna os re-
sultados estáveis em longo prazo.
... 3,7,13 In some cases, they may be used as an alternative to orthognathic surgery, as they lead to successful bone remodeling of the dental arches. 6,7,13,14,15 Intrusion of posterior tooth using miniplates as anchorage may be a good alternative, because tooth movement during orthodontic treatment is greater than when conventional techniques are used 10 . The use of miniplates simplifies the complexity of intrusion and prevents undesired lateral movements. ...
... The "T" miniplates were placed in the region of the left and right infrazygomatic crest in the maxilla and in the posterior region of the external cortical bone of the mandible, at the external oblique line. The patients were treated using the same protocol: 15 standard Ricketts prescription brackets with 0.018 x 0.028-in slots (Forestadent, Pforzheim, Germany) and four miniplates placed in the left and right maxilla and the left and right mandible. Leveling, aligning and moving teeth distally were performed using a progressive increase in wire caliber: 0.012-in nickel-titanium (NiTi) (Forestadent, Pforzheim, Germany), 0.016 x 0.016-in 80-g Neo Sentalloy (Dentsply Sirona, São Paulo, Brazil), 0.016 x 0.016-in 80-g Titanol low force (Forestadent, Pforzheim, Germany), 0.016 x 0.022-in 120-g Titanol low force (Forestadent, Pforzheim, Germany), 0.016 x 0.016-in Blue Elgiloy (Rocky Mountain Orthodontics, Denver, CO) and 0.016 x 0.022-in Blue Elgiloy (Rocky Mountain Orthodontics, Denver, CO). ...
... As they withstand greater forces, simultaneous tooth movements in the transverse, vertical and horizontal planes can be attempted, and clinical results are better than those obtained when using mini-implants as TAD. 3,6,7 Miniplates also affect all the extent of the maxilla and mandible, and the side effects of bone remodeling produced by miniplates contribute to the correction of anterior open bites, reducing treatment time 15 . Lateral radiographs of treatments using skeletal anchorage with miniplates for intrusion revealed a significant 1.76-mm intrusion of maxillary molars and non-significant inclination, with a reduction of the anterior facial height, counterclockwise rotation of the mandible and changes in the occlusal plane. ...
Article
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Introduction: When miniplates are used as anchoring for orthodontic mechanics for anterior open bite correction by retraction of anterior teeth and posterior teeth intrusion and retraction, orthodontically induced inflammatory external apical root resorption is clinically negligible. Methods: A homogeneous sample of 32 patients was used, and the roots of the teeth were compared on CT scans performed before and after orthodontic treatment. Results: The observed root resorption was minimal, and this can be explained by the uniform distribution of forces in several teeth, simultaneously, in the set of the dental arch and in the bone that supports the teeth. Conclusion: The most important thing to prevent root resorption in orthodontic practice, besides being concerned with the intensity of the applied forces, is to be careful with its distribution along the roots of each tooth, in the dental arch and in the bone that supports the teeth.
... The intrusive effect of inclination forces during the mechanics known as intrusive (Fig 3) can, in part, be explained by regional orthopedic stimulus to reshaping, represented by the forces on the bone, at the expense of the periosteal and endosteal tissues. 1 The periosteum reacts to stimuli or aggressions of low intensity and long duration with the formation of new bone layers on the cortical surfaces; that is, at the periosteum-cortical interface. 1,7,8 This reaction capacity can modify the shape of the bone in ques- Apolinário STMPM, Meloti AF, Silva E, Cardoso MA, Consolaro A Intrusion of posterior teeth using miniplates: intrusive mechanics is not the same as intrusion force 10 In intrusive mechanics, the tooth that entered into the bone space and was repositioned therein, also called intruded tooth, is repositioned in relation to the bone as a whole, and in relation to the other teeth, by the application of stimuli of an orthodontic and orthopedic nature (Fig 3). The height and shape of periodontal tissues can be altered without modifying the biological distances of periodontal tissues and without affecting the biological viability of the pulp tissues. ...
Article
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Objective: Biologically explain some of the bone mechanisms involved in the intrusion, or intrusive effect, of teeth submitted to skeletal open bite correction using four miniplates. Methods: The results of dental intrusion were measured and compared in 3D reconstructions of cone beam computed tomography scans taken before and after treatment of 20 patients with skeletal open bite, aged between 18 and 59 years. Results: The results allow deducing that the compression and traction forces biologically promoted deformation or deflection of the osteocyte network that controls bone design, and these effects involved the external and internal surfaces of the bone, with the formation of new layers, including the cervical portion of the alveolar bone crest. This helps understanding how dental intrusion occurs in intrusive mechanics, whose forces are of inclination rather than intrusion. The root resorptions caused by the use of miniplates were insignificant, due to the more homogeneous distribution of forces in the several teeth simultaneously involved. Conclusion: Imaging studies in CT scans tend to capture in details the subperiosteal and endosteal phenomena of dental intrusion - before and after the application of intrusive mechanics -, in the form of a set of modifications called dental intrusion or intrusive effect .
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Introduction: Induced tooth-bone movement occurs by a synchronicity of dental and bone phenomena, thanks to the osteocytic network, which is a three-dimensional network that controls the bone shape or design. Objective: To describe the tooth-bone movement induced by enhanced anchorage, divided into three distinct moments: zero, start and stop. Question: From this description, the main question arises: with the use of mini-implants/miniplates, what changes in the biology of induced tooth-bone movement? The answer is: nothing changes, either biologically or microscopically. Conclusion: This technique optimizes the treatment time, and the range of therapeutic possibilities is broadened, thanks to the synchronicity of phenomena - which remain the same, in all teeth and bones, yet in a synchronized manner. Bone anchorage represents synchronicity in induced tooth-bone movement.
Article
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Background: Prediction of the treatment outcome of various orthodontic procedures is an essential part of treatment planning. Using skeletal anchorage for intrusion of posterior teeth is a relatively novel procedure for the treatment of anterior open bite in long-faced subjects. Methods: Data were analyzed from lateral cephalometric radiographs of a cohort of 28 open bite adult subjects treated with intrusion of the maxillary posterior segment with zygomatic miniplate anchorage. Mean ratios and regression equations were calculated for selected variables before and after intrusion. Results: Relative to molar intrusion, there was approximately 100% vertical change of the hard and soft tissue mention and 80% horizontal change of the hard and soft tissue pogonion. The overbite deepened two folds with 60% increase in overjet. The lower lip moved forward about 80% of the molar intrusion. Hard tissue pogonion and mention showed the strongest correlations with molar intrusion. There was a general agreement between regression equations and mean ratios at 3 mm molar intrusion. Conclusions: This study attempted to provide the clinician with a tool to predict the changes in key treatment variables following skeletally anchored maxillary molar intrusion and autorotation of the mandible.
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Objectives: To evaluate the premise that skeletal anchorage with SAS miniplates are highly successful and predictable for a range of complex orthodontic movements. Materials and methods: This retrospective cross-sectional analysis consisted of 421 bone plates placed by one clinician in 163 patients (95 female, 68 male, mean age 29.4 years ± 12.02). Simple descriptive statistics were performed for a wide range of malocclusions and desired movements to obtain success, complication, and failure rates. Results: The success rate of skeletal anchorage system miniplates was 98.6%, where approximately 40% of cases experienced mild complications. The most common complication was soft tissue inflammation, which was amenable to focused oral hygiene and antiseptic rinses. Infection occurred in approximately 15% of patients where there was a statistically significant correlation with poor oral hygiene. The most common movements were distalization and intrusion of teeth. More than a third of the cases involved complex movements in more than one plane of space. Conclusions: The success rate of skeletal anchorage system miniplates is high and predictable for a wide range of complex orthodontic movements.
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The treatment of severe skeletal anterior open bite is extremely difficult in adults, and orthognathic surgery is generally selected for its treatment. We report an adult patient with skeletal anterior open bite and temporomandibular disorders, who was successfully treated using temporary anchorage devices. The patient was a woman aged 18 years and 2 months. She had open bite of −2.0 mm and increased facial height. Miniplates were implanted in both the maxilla and mandible, and molar intrusion resulted in counterclockwise rotation of the mandible over a period of 12 months. After active treatment, her upper and lower first molars were intruded by approximately 2 mm each, and her overbite became +2.5 mm. Her retrognathic profile improved with counterclockwise rotation of the mandible. Therefore, we believe that skeletal anchorage is beneficial for intrusion of bimaxillary molars in patients with anterior open bite.
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This case report presents the treatment of a patient with skeletal Cl II malocclusion and anterior open-bite who was treated with zygomatic miniplates through the intrusion of maxillary posterior teeth. A 16-year-old female patient with a chief complaint of anterior open-bite had a symmetric face, incompetent lips, convex profile, retrusive lower lip and chin. Intraoral examination showed that the buccal segments were in Class II relationship, and there was anterior open-bite (overbite -6.5 mm). The cephalometric analysis showed Class II skeletal relationship with increased lower facial height. The treatment plan included intrusion of the maxillary posterior teeth using zygomatic miniplates followed by fixed orthodontic treatment. At the end of treatment Class I canine and molar relationships were achieved, anterior open-bite was corrected and normal smile line was obtained. Skeletal anchorage using zygomatic miniplates is an effective method for open-bite treatment through the intrusion of maxillary posterior teeth.
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A rede tridimensional formada pelos osteócitos controla o designósseo ao coordenar a atividade das células nas superfícies trabeculares e corticais, especialmente os osteoblastos e os clastos. Miniplacas e mini-implantes servem de ancoragem para que os demais componentes ortodônticos e ortopédicos possam - mesmo que à distância - deformar e estimular a rede de osteócitos a comandar uma remodelação no design de acordo com a "demanda funcional" criada pela forças aplicadas e seus vetores. Na transmissão próxima ou longínqua de forças, com base na ancoragem oferecida pela miniplacas, pode-se mudar a posição, o formato, tamanho e relação entre os ossos maxilares. Compreender a biologia óssea e a remodelação constante do esqueleto permite atuar com segurança e precisão nesse tipo de planejamento reabilitador dos pacientes, aumentando as possibilidades e tipos de intervenção para devolver a estética e função a eles.
Article
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The aim of this research was to evaluate the risk factors related to condylar resorption (CR) after orthognathic surgery. Was realized a systematic review with a search of the literature performed in the electronic databases PubMed, MedLine, Ovid, Cochrane Library for current evidence in the world literature as conducted, and relevant articles were selected in according to inclusion and exclusion criteria and the findings were compared. Eight papers, (follow-up 12 months to 69 months) were including. A sample of 2567 patient with mandible or bi maxillary surgery with an age range from 14 to 46 year old was observed. In 137 patients (5.3%) CR was observed, with a 97.6% (122) female. CR was related to 118 cases with mandibular deficiencies with high mandibular plane (advancement surgery). CR were present principally in bi maxillary surgery with a 103 cases (75.2%) and only two papers show any analysis to the relation with TMJ dysfunction. Current evidence in CR is poor but supports those female patients with mandibular deficiency and high mandibular plane angle submitted to bi maxillary surgery with change in occlusal plane (counterclockwise) are associated with condylar resorption after orthognathic surgery.
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The aim of this study was to present the orthodontic treatment of a 15-year-old boy with a unilateral maxillary molar distalization system, called the zygoma-gear appliance. It consisted of a zygomatic anchorage miniplate, an inner bow, and a Sentalloy closed coil spring (GAC International, Bohemia, NY). A distalizing force of 350 g was used during the distalization period. The unilateral Class II malocclusion was corrected in 5 months with the zygoma-gear appliance. The maxillary left first molar showed distalization of 4 mm with an inclination of 3°. The maxillary premolars moved distally with the help of the transseptal fibers. In addition, there were slight decreases in overjet (-0.5 mm) and maxillary incisor inclination (-1°), indicating no anchorage loss from the zygoma-gear appliance. Preadjusted fixed appliances (0.022 × 0.028-in, MBT system; 3M Unitek, Monrovia, Calif) were placed in both arches to achieve leveling and alignment. After 14 months of unilateral distalization with the zygoma-gear appliance and fixed appliances, Class I molar and canine relationships were established with satisfactory interdigitation of the posterior teeth. Acceptable overjet and overbite were also achieved. This article shows that this new system, the zygoma-gear appliance, can be used for unilateral maxillary molar distalization without anchorage loss.
Article
Objective: The purpose of this study was to evaluate the morphologic characteristics of MLD malocclusions using 3D imaging. Materials and methods: MLD characteristics were examined using CBCT data in 40 subjects. A 3D Cephalometric analysis was developed to describe the spatial position of the mandible and temporal bones. Results: Vertical dental heights were shorter and the posterior occlusal plane (POP) presented a steeper sagittal inclination on the shifted side (the side of the laterally displaced bony chin) than on the contralateral side. (p < 0.01). The MLD was related to a superiorly inclined POP Cant in the same direction (r = 0.82; p < 0.01). The shifted side condyle was dislocated medially and was smaller. Temporal bone sagittal inclination showed a more forward and medial inclination on the contralateral side (p < 0.01). Conclusions: A unilateral decrease in the vertical height of the dentition and the subsequent steeper occlusal plane inclinations correlated with (1) mandibular rotational displacement and condylar lateral displacement, (2) mandibular and condylar morphologic changes (3) changes in temporal bone position.
Article
Purpose: The purpose of this study was to assess gender differences in dentofacial characteristics of adult patients according to temporomandibular joint (TMJ) disc displacement (DD) status. Materials and methods: The sample consisted of 293 adult patients (80 male and 213 female). Male and female patients were divided into 3 groups based on magnetic resonance images of bilateral TMJs: bilateral normal disc position (BN), bilateral DD with reduction (DDR), and bilateral DD without reduction (DDNR). Seventeen variables from lateral cephalograms were analyzed by 2-way analysis of variance to identify differences in dentofacial morphologies with respect to gender and TMJ DD status. Results: Patients with TMJ DD had short ramus height, short mandibular body length, and backward positioning of the ramus and mandible. These dentofacial characteristics became more severe as TMJ DD progressed to DDNR. In addition, dentofacial characteristics associated with TMJ DD were not significantly different between men and women except for effective mandibular length (Articulare to pogonion). Effective mandibular length even tended to decrease as TMJ DD progressed, but male patients showed a larger difference in effective mandibular length between BN and DDR than female patients. Conclusions: This study's findings suggest that dentofacial morphology is strongly associated with TMJ DD status and that skeletal Class II hyperdivergent pattern with a short ramus and mandible may be a potential indicator of TMJ DD regardless of gender.