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O Impacto dos Valores Individuais no Burnout
PEREIRA, Vera; CORREIA, Adriana; MATAVELLI, Rafaela; PALMA, Vitor Hugo; MENDES, José
3.º Ciclo de Estudos em Psicologia, Ualg
Introdução
Resultados
Objetivos
Referências Bibliográficas
Metodologia
Aexigência profissional quotidiana, pautada pela urgência do cumprimento de objetivos epelo atingir de critérios de excelência conduziu-nos ao
questionamento sobre oimpacto dos valores individuais no burnout.
Os valores individuais, compreendidos enquanto “crenças duradouras sobre formas específicas de comportamentos sociais” (Rokeach,1973;citado
por Macêdo et al., 2005), constituem-se como manifestação das necessidades do indivíduo, orientando oseu comportamento, com vista ao atingir da
satisfação (Schwartz,1992,citado por Pereira, 2006;Dylang et al.2013). Por sua vez, “o burnout éum prolongamento do stress ocupacional, sendo o
resultado de um processo de longa duração, em que otrabalhador sente que os seus recursos para lidar com as exigências colocadas pela situação
já estão esgotados’” (Maslach &Schaufeli,1993,citado por Cruz, 2000;Leiter &Maslach,2016).
Onão alcançar de metas pessoais através do trabalho pode originar comprometimento organizacional, podendo, inclusive, constituir-se como um
fator preditor de burnout ede rotatividade no trabalho (Silva, 2007;Doolittle et al.2013).
Segundo Silva (2007), obem-estar do indivíduo émais acentuado quando ahierarquia de valores, que este perceciona no contexto da organização é
similar àque possui, ao nível dos seus valores pessoais.
◊Compreender oimpacto dos valores individuais no burnout e, consequentemente, possibilitar ofuturo desenho de práticas de gestão de
colaboradores, de forma aotimizar odesempenho easatisfação dos mesmos, assim como, diminuir oburnout.
Aamostra foi constituída por 36 sujeitos (com predominância do género feminino (N=26), profissionalmente ativos,pertencentes ao setor terciário,
residentes na região centro de Portugal, com uma faixa etária compreendida entre os 28 eos 52 anos de idade.
No que concerne aos instrumentos, foram aplicados os seguintes:
- o Inventário dos Valores de Vida (Crace &Brown, 1996,adaptado por Almeida &Pinto), constituído por 3componentes, que combinam os
valores no trabalho eos valores gerais, numa escala de tipo Lickert,de 5pontos, num total de 14 valores (realização, pertença, preocupação com o
ambiente, preocupação com os outros, criatividade, prosperidade económica, saúde eatividade física, humildade, independência, lealdade àfamília
ou grupo, privacidade, responsabilidade, compreensão científica eespiritualidade);
- o Maslach Burnout Inventory (MBI-GS)(Maslach, Jackson &Leiter, 1996), desenvolvido para “avaliar afrequência eaintensidade da situação de
cansaço emocional eesgotamento” (Maslach &Jackson, 1997) e constituído por um total de 22 itens e3subescalas (exaustão, cinismo eeficácia
profissional), avaliados numa escala tipo Lickert,de 6pontos.
De acordo com os gráficos apresentados, ovalor individual “preocupação com os outros” influencia oscore
total de burnout, e na análise das subescalas verificámos que os valores “preocupação com oambiente”,
“preocupação com os outros”, “humildade”, “espiritualidade” e“responsabilidade” influenciam asubescala
eficácia profissional.
Segundo Golden, Piedmont,Clarrocchi &Rodgersona (2004), aespiritualidade éimportante na previsão do
burnout.Além disso, pessoas mais modestas, obedientes, retraídas (“humildade”), preocupadas em preservar
eproteger oambiente (“preocupação com oambiente”), com facilidade em perdoar, empatizar,desejando o
bem-estar dos outros (“preocupação com os outros”), enas quais tendemos aconfiar eadepender
(“responsabilidade”), estão mais vulneráveis ao burnout,devido àtensão que podem sentir em situações
adversas.De acordo com Martini (2006), também os profissionais mais idealistas, dedicados, que não se
permitem aerrar eque lidam com pessoas, tendo alguma responsabilidade sobre estas, podem apresentar
uma maior suscetibilidade ao fenómeno de burnout.
Almeida, L. (2005). Live values inventory (LVI):um estudo com mulheres portuguesas.Análise Psicológica, 2, 187-199.
Cruz, J., Gomes, A.R.,Melo, B. (2000). Stress eburnout nos psicólogos portugueses.Braga: S.H.O.
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Cadernos de Psicologia,8, 29-42.
Martini, F. (2006). Condições de trabalho podem provocar burnout.Consultado a10 de Maio de 2008 através de:
http://www.jornal.uem.br/cms/index.php?option=com_content&task=view&id=280&Itemid=2
Pereira, E. L. (2006). Valores individuais e valores organizacionais:uma contribuição para oestudo de congruências. Pós-Graduação apresentada na Universidade Prisbiteriana
Mackenzie, São Paulo.
Silva, L. S. (2007). Valores organizacionais e valores humanos como factores de impacto no bem-estar ocupacional.Pós-Graduação apresentada na Universidade Prisbiteriana
Mackenzie, São Paulo.