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Análise do Sistema de Informação da Vigilância de Eventos Adversos Pós-Vacinação no Brasil, 2014 a 2016

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Abstract

RESUMO Objetivo Descrever as características das notificações de eventos adversos pós-vacinação (EAPV) no Sistema de Informação da Vigilância de EAPV (SI-EAPV) on-line nos primeiros 2 anos de operação do sistema. Método Foi realizado um estudo descritivo dos registros de EAPV notificados no SI-EAPV entre julho de 2014 e junho de 2016. Resultados Durante o período do estudo, foram registradas 24 732 notificações. De 5 570 municípios brasileiros, 2 571 (46,2%) realizaram notificação de algum EAPV. Entretanto, somente 1 622 (6,6%) notificações estavam encerradas no momento do estudo; dessas, 89,9% não apresentaram gravidade. Entre as notificações encerradas, 19,7% não tiveram o preenchimento da variável “atendimento médico” e 98,7% não apresentaram registro de exames laboratoriais. As manifestações clínicas sistêmicas neurológicas foram as mais frequentes entre os eventos adversos graves encerrados, correspondendo a 59,5% dos sinais e sintomas. Em relação à idade, os maiores coeficientes de notificação foram registrados entre os menores de 4 anos. Conclusão O SI-EAPV mostra-se útil no monitoramento da segurança das vacinas. Contudo, os municípios precisam ampliar a adesão ao sistema, bem como realizar as investigações e notificações dos EAPV, preenchendo a ficha de notificação de forma adequada e oportuna. O conhecimento sobre EAPV pode ser aplicado na prática dos serviços de vigilância em saúde, melhorando a segurança de utilização dos imunobiológicos.
Rev Panam Salud Publica 42, 2018 1
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Análise do Sistema de Informação
da Vigilância de Eventos Adversos
Pós-Vacinação no Brasil, 2014 a 2016
Flávia Caselli Pacheco,1 Carla Magda Allan Santos Domingues,1 Ana Goretti
Kalume Maranhão,1 Sandra Maria Deotti Carvalho,1 Antonia Maria da Silva Teixeira,1
Rui Moreira Braz,1 Renata Cristina Freitas Rebelo1 e Dirce Bellezi Guilhem2
Pan American Journal
of Public Health
Artigo Original
Como citar Pacheco FC, Domingues CMAS, Maranhão AGK, Carvalho SMD, Teixeira AMS, Braz RM, et al. Análise
do Sistema de Informação da Vigilância de Eventos Adversos Pós-Vacinação no Brasil, 2014 a 2016. Rev
Panam Salud Publica. 2018;42:e12. doi: 10.26633/RPSP.2018.12
Os eventos adversos pós-vacinação
(EAPV) são ocorrências clínicas indeseja-
das ou não intencionais que ocorrem após
a vacinação, sem que haja necessariamen-
te uma relação causal com o uso da
vacina ou outro imunobiológico (1).
Eventos desse tipo podem envolver um
sintoma, uma doença ou um achado labo-
ratorial anormal. Podem também ser rela-
cionados à composição da vacina, à
técnica usada em sua administração, aos
próprios indivíduos vacinados – sendo a
predisposição genética individual um im-
portante fator no desenvolvimento de al-
gumas desordens após a vacinação –, ou à
coincidência com outros agravos (1–4).
Os EAPV não graves são mais frequen-
tes e causam manifestações clínicas de
leves a moderadas no local ou próximo
ao sítio de administração da vacina (5–7).
RESUMO Objetivo. Descrever as características das notificações de eventos adversos pós-vacinação
(EAPV) no Sistema de Informação da Vigilância de EAPV (SI-EAPV) on-line nos primeiros
2 anos de operação do sistema.
Método. Foi realizado um estudo descritivo dos registros de EAPV notificados no SI-EAPV
entre julho de 2014 e junho de 2016.
Resultados. Durante o período do estudo, foram registradas 24 732 notificações. De 5 570
municípios brasileiros, 2 571 (46,2%) realizaram notificação de algum EAPV. Entretanto,
somente 1 622 (6,6%) notificações estavam encerradas no momento do estudo; dessas, 89,9%
não apresentaram gravidade. Entre as notificações encerradas, 19,7% não tiveram o preenchi-
mento da variável “atendimento médico” e 98,7% não apresentaram registro de exames labora-
toriais. As manifestações clínicas sistêmicas neurológicas foram as mais frequentes entre os
eventos adversos graves encerrados, correspondendo a 59,5% dos sinais e sintomas. Em relação
à idade, os maiores coeficientes de notificação foram registrados entre os menores de 4 anos.
Conclusão. O SI-EAPV mostra-se útil no monitoramento da segurança das vacinas. Contudo,
os municípios precisam ampliar a adesão ao sistema, bem como realizar as investigações e noti-
ficações dos EAPV, preenchendo a ficha de notificação de forma adequada e oportuna. O conhe-
cimento sobre EAPV pode ser aplicado na prática dos serviços de vigilância em saúde, melho-
rando a segurança de utilização dos imunobiológicos.
Palavras-chave Vacinação; sistemas de informação; epidemiologia descritiva; saúde pública; Brasil.
1 Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância
em Saúde, Coordenação Geral do Programa
Nacional de Imunizações, Brasília (DF), Brasil.
Correspondência: Flávia Caselli Pacheco,
fpcaselli@gmail.com
2 Universidade de Brasília, Programa de Pós-
Graduação em Ciências da Saúde, Brasília (DF),
Brasil.
2 Rev Panam Salud Publica 42, 2018
Artigo Original Pacheco et al. • Vigilância de eventos adversos pós-vacinação
Por sua vez, os eventos adversos consi-
derados graves, embora menos frequen-
tes, requerem hospitalização por pelo
menos 24 horas ou prolongamento de
hospitalização já existente, produzem
disfunção significativa ou incapacidade
persistente (sequela), podem resultar em
anomalia congênita e, quando apresen-
tam risco de morte, exigem intervenção
clínica imediata para evitar o óbito (1–3).
No Brasil, os registros de EAPV em in-
divíduos vacinados na rede pública são
disponibilizados pelo Ministério da Saú-
de, por meio da Coordenação Geral do
Programa Nacional de Imunizações
(PNI), no Sistema de Informação da
Vigilância de Eventos Adversos Pós-
Vacinação (SI-EAPV) (8, 9). O PNI iniciou
a vigilância de EAPV em 1992, sendo a
notificação compulsória instituída em 15
de julho de 2005 (3). Para os serviços da
rede privada, a Agência Nacional de Vi-
gilância Sanitária (ANVISA) disponibili-
za o Sistema Nacional de Notificações
para a Vigilância Sanitária (NOTIVISA)
(10). Assim, os EAPV notificados no país
procedem de duas fontes.
Para subsidiar o preenchimento das
informações no sistema pelos profissio-
nais, é disponibilizado um formulário
próprio de investigação/notificação e o
Manual de Vigilância dos EAPV, com in-
formações sobre principais eventos rela-
cionados às vacinas utilizadas na rede
pública e instruções sobre a conduta a ser
adotada ante a ocorrência desses agra-
vos. Essa avaliação refere-se ao instru-
mento de notificação dos eventos no
SI-EAPV, versão on-line (3).
Diante da importância do conheci-
mento sobre EAPV e sobre sua ocorrên-
cia para a tomada de decisões acertadas
nos serviços e práticas de saúde a eles
relacionados, este estudo teve como obje-
tivo descrever as características das noti-
ficações de EAPV no SI-EAPV on-line nos
primeiros 2 anos de operação do
sistema.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizado um estudo descritivo
com base nas notificações de EAPV re-
gistradas no Sistema de Informações do
Programa Nacional de Imunizações
(SI-PNI), módulo SI-EAPV, no período
de 1o de julho de 2014 (data de implan-
tação da versão on-line do SI-EAPV) a 31
de junho de 2016. Foram analisadas to-
das as notificações registradas nesse pe-
ríodo. Ressalte-se que, neste estudo, não
foram incluídas as notificações realiza-
das no NOTIVISA, que é utilizado para
os serviços de vacinação privados e se
constitui em um sistema separado de no-
tificação de EAPV.
A análise teve abrangência nacional,
com dados por unidade federativa. So-
mente foram utilizados dados secun-
dários, sem possibilidade de identificação
de indivíduos, sendo portanto dispensa-
da a aprovação por Comitê de Ética.
Variáveis
Foram analisados os casos de EAPV
com e sem encerramento. As seguintes
variáveis foram analisadas para os casos
de EAPV encerrados: data do preenchi-
mento da notificação; data de encerra-
mento; tempo de encerramento (intervalo
entre a notificação e o encerramento: 1 a
3 meses, 4 a 6 meses, 7 a 9 meses, 10 a
12 meses, 13 a 17 meses); faixa etária
(< 1 ano, 1 ano, 2 anos, 3 anos, 4 anos, 5 a
9 anos, 10 a 14 anos, 15 a 19 anos, 20 a 29
anos, 30 a 39 anos, 40 a 49 anos, 50
anos); sexo (masculino, feminino); raça/
cor (parda, branca, negra, amarela, indí-
gena, não informado); tipo de EAPV (não
grave, grave, erro de imunização, erro de
imunização com evento adverso); aten-
dimento médico (sim, não, ignorado);
tipo de atendimento médico (ambulato-
rial, observação, hospitalização, não
informado); registro de exames laborato-
riais (sim, não); e evolução do caso (cura
sem sequelas, cura com sequelas, em
acompanhamento, não é EAPV, óbito,
outros). O coeficiente de incidência foi
calculado para cada 100 000 habitantes.
Os eventos adversos graves encerrados
foram classificados de acordo com as
manifestações clínicas (manifestações lo-
cais, manifestações clínicas sistêmicas
em pele e mucosa, manifestações clínicas
sistêmicas cardiovasculares, manifes-
tações clínicas sistêmicas respiratórias,
manifestações sistêmicas neurológicas,
manifestações clínicas sistêmicas gastrin-
testinais, outras manifestações).
Para análise dos casos notificados de
EAPV sem encerramento, foram utiliza-
das as seguintes variáveis: número de
notificações por municípios; número
de notificações por unidade federativa
e coeficiente de incidência em 100 000
habitantes.
As notificações de EAPV também fo-
ram analisadas com base no calendário
nacional de vacinação do país e no nú-
mero de doses aplicadas por faixa etária.
Para crianças com até 30 dias de vida,
observou-se a vacina hepatite B. Nas
crianças menores de 1 ano, foram consi-
deradas as vacinas oral rotavírus huma-
no, BCG, pentavalente, meningocócica C
conjugada, pneumocócica 10 valente
conjugada, poliomielite inativada e po-
liomielite oral. Para as crianças com ida-
de entre 1 e 4 anos, foram consideradas
as vacinas hepatite A, tríplice viral e tetra
viral. Para meninas entre 9 e 14 anos de
idade considerou-se a vacina papiloma-
vírus humano (HPV) quadrivalente; e
entre os idosos ( 60 anos), as vacinas
consideradas foram influenza trivalente,
hepatite B e febre amarela.
Os dados populacionais por faixa
etária e unidade federativa, bem como o
número de municípios por unidade fede-
rativa, foram gerados pelo Instituto Bra-
sileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e
disponibilizados no site Datasus [Infor-
mações de Saúde (Tabnet) > Demográfi-
cas e socioeconômicas > População
residente > Censos]. Esses dados foram
utilizados para cálculo do coeficiente de
incidência de EAPV por faixa etária, por
unidade federativa, e do número e pro-
porção de municípios que realizaram no-
tificações para EAPV. O número de doses
aplicadas no período do estudo foi ex-
traído do SI-PNI (Consultas > Infor-
mações > Estatística > Doses aplicadas).
Controle de viés e análise
estatística
Para evitar o viés de informação, foram
analisadas somente as notificações regis-
tradas a partir de 1o de julho de 2014, pe-
ríodo de implantação do sistema, mesmo
que algumas unidades federativas tives-
sem realizado a retroalimentação dos ca-
sos suspeitos de EAPV no SI-EAPV. Essa
medida foi adotada para evitar que mu-
nicípios que fizeram a implantação do
SI-EAPV posteriormente tivessem baixas
notificações quando comparados aos que
já estavam com o sistema implantado. A
completude e a consistência dos registros
foram avaliadas apenas para as notifi-
cações encerradas.
Os dados foram analisados por meio
de estatística descritiva, utilizando-se o
programa Microsoft Excel 2010.
RESULTADOS
Entre 1o de julho de 2014 e 31 de junho
de 2016, foram administradas 309 072 286
doses de imunobiológicos no Brasil.
Rev Panam Salud Publica 42, 2018 3
Pacheco et al. • Vigilância de eventos adversos pós-vacinação Artigo Original
Desse total, 24 732 casos foram notifica-
dos como suspeitos de terem desenvolvi-
do EAPV no sistema público. Dos 5 570
municípios brasileiros, 2 571 (46,2%) rea-
lizaram a notificação de algum EAPV,
envolvendo as 27 unidades da federação.
Os estados do Espírito Santo e de Minas
Gerais, ambos na região Sudeste, apre-
sentaram a maior proporção de municí-
pios com notificação de casos suspeitos
de EAPV (tabela 1). A tabela 2 mostra a
distribuição das 24 732 notificações de
EAPV de acordo com imunobiológico e
faixa etária.
A tabela 3 mostra a distribuição por
unidade federativa dos 24 732 casos
suspeitos de EAPV registrados no
SI-EAPV no período do estudo por uni-
dade federativa e o número de casos
encerrados por região/unidade federa-
tiva. Do total acumulado de EAPV noti-
ficados no Brasil, somente 1 622 (6,6%)
estavam encerrados ao final do período
do estudo.
Em relação às características das 1 622
notificações com encerramento, observou-
se que o sexo feminino representou 949
(58,5%) dos casos notificados e o mascu-
lino, 673 (41,5%). Embora a raça/cor par-
da tenha sido a mais frequente (36,6%)
entre as notificações encerradas, vale no-
tar que essa informação foi preenchida
em apenas 67,5% dos registros, como
mostra a tabela 4. Em relação às faixas
etárias encontradas no estudo, os maio-
res coeficiente de incidência de notifi-
cações encerradas de EAPV em 100 000
habitantes foram registrados entre os
menores de 4 anos de idade. O coeficien-
te de incidência de EAPV em 100 mil ha-
bitantes foi o seguinte: 0,52 para < 1 ano;
18,85 para idade de 1 ano; 15,83 para
2 anos; 3,24 para 3 anos; 1,07 para 4 anos;
0,89 para a faixa dos 5 aos 9 anos; 0, 54
para a faixa de 10 a 14 anos; 0,28 para a
faixa de 15 a 19 anos; 0,16 para a faixa de
20 a 29 anos; 0,21 para a faixa de 30 a 39
anos; 0,23 para a faixa de 40 a 49 anos; e
0,16 para idade 50 anos.
Foram classificados como não graves
1 295 (79,8%) dos casos notificados.
Houve atendimento médico em 854
(52,7%) dos casos notificados; contudo,
319 (19,7%) tiveram o preenchimento
desta variável ignorada. No que tange ao
tipo de atendimento, somente 83 (5,1%)
necessitaram de hospitalização, ao passo
que 866 (53,4%) não informaram o tipo
de atendimento recebido (tabela 4).
Do total de 1 622 notificações, 1 601
(98,7%) não apresentaram registro de
nenhum resultado laboratorial. A evo-
lução ocorreu com cura sem sequelas em
1 310 (80,8%) de todas as notificações en-
cerradas no período do estudo.
As manifestações clínicas sistêmicas
neurológicas foram as mais frequentes
entre os eventos adversos graves encer-
rados no sistema, com 97 ocorrências,
correspondendo a 59,5% dos sinais e sin-
tomas. Essas foram seguidas por outras
manifestações (17/10,4%), manifestações
locais (16/9,8%) e por manifestações clí-
nicas sistêmicas em pele e mucosa
(16/9,8%), gastrintestinais (11/6,7%),
respiratórias (3/1,8%) e cardiovasculares
(3/1,8%). A variável manifestações clíni-
cas foi preenchida em todos os 1 622
registros.
O óbito foi registrado em seis (0,4%)
casos notificados e encerrados (tabela 5),
sem ter tido necessariamente uma re-
lação causal com a vacinação. Além dis-
so, 11 casos (0,7%) não foram confirmados
como EAPV após investigação. O tempo
de encerramento foi entre 1 e 3 meses em
772 (47,6%) das notificações encerradas
(tabela 4).
DISCUSSÃO
O presente estudo se propôs a avaliar
os dados registrados nos 2 primeiros
anos de operação do SI-EAPV on-line.
Os municípios da região Sudeste foram,
proporcionalmente, os que mais notifi-
caram os EAPV. Por sua vez, em relação
ao coeficiente de incidência de notifi-
cações para a população residente no
estado, o Paraná (região Sul) foi o que
apresentou o maior valor. No que
TABELA 1. Distribuição dos municípios com noticação de eventos adversos pós-
vacinação por unidade federativa, Brasil, julho de 2014 a junho de 2016
Região e unidade federativa No. total de municípios Municípios com notificação
No. %
Norte 450 106 23,6
Rondônia 52 20 38,5
Acre 22 13 59,1
Amazonas 62 6 9,7
Roraima 15 4 26,7
Pará 144 22 15,3
Amapá 16 3 18,8
Tocantins 139 38 27,3
Nordeste 1 794 693 38,6
Maranhão 217 58 26,7
Piauí 224 44 19,6
Ceará 184 94 51,1
Rio Grande do Norte 167 18 10,8
Paraíba 223 55 24,7
Pernambuco 185 52 28,1
Alagoas 102 43 42,2
Sergipe 75 39 52,0
Bahia 417 290 69,5
Sudeste 1 668 915 54,9
Minas Gerais 853 575 67,4
Espírito Santo 78 58 74,4
Rio de Janeiro 92 44 47,8
São Paulo 645 238 36,9
Sul 1 191 626 52,6
Paraná 399 277 69,4
Santa Catarina 295 37 12,5
Rio Grande do Sul 497 312 62,8
Centro-Oeste 467 231 49,5
Mato Grosso do Sul 79 36 45,6
Mato Grosso 141 57 40,4
Goiás 246 137 55,7
Distrito Federal 1 1 100,0
Brasil 5 570 2 571 46,2
4 Rev Panam Salud Publica 42, 2018
Artigo Original Pacheco et al. • Vigilância de eventos adversos pós-vacinação
concerne à gravidade, a maioria dos
EAPV notificados foi não grave. O óbito
ocorreu em um número reduzido de
casos.
Entende-se que a variação no núme-
ro de notificações registradas pelos
municípios em cada unidade federati-
va pode ser resultado da baixa adesão
ao registro de notificações; mas pode,
também, ser resultado da implantação
recente, em alguns estados, do módulo
on-line do SI-EAPV, ou da ausência de
recursos humanos treinados ou com
conhecimento adequado para registro
das notificações nessas unidades
federativas.
Outro fator que pode interferir no re-
gistro dos casos suspeitos de EAPV está
relacionado a problemas estruturais,
como a dificuldade de concluir os rela-
tórios para fechamento dos casos, difi-
culdades na conexão do SI-PNI/
SI-EAPV com a base de dados nacional
e curto tempo disponibilizado pelo sis-
tema para o preenchimento das fichas
de notificação (caso o notificador demo-
re com o preenchimento da ficha no sis-
tema, terá que iniciar novamente a
sessão). A mitigação desses problemas é
de responsabilidade do Departamento
de Informática do Sistema Único de
Saúde (SUS) e deve merecer atenção.
Tais fatores podem comprometer a
adoção de medidas adequadas e opor-
tunas diante de EAPV (11), além de fa-
vorecerem o descrédito da vacinação
por parte dos imunizados, dos seus fa-
miliares e dos próprios profissionais de
saúde, que podem atribuir às vacinas
eventos que não se devem a elas, ou que
refletem apenas uma associação tempo-
ral (12, 13).
Em relação à proporção de notifi-
cações de EAPV, as cinco regiões do
país apresentaram risco de EAPV. Con-
tudo, esse risco distribuiu-se de forma
desigual entre elas. Estudos realizados
no Brasil também constataram distri-
buição heterogênea dos EAPV, com
maiores incidências em regiões com
desenvolvimento considerado alto,
como as regiões Sudeste e Sul (14). Ao
serem comparados os resultados deste
estudo com outros estudos realizados
nas unidades federativas, observou-se
que, em 2011, o estado do Ceará notifi-
cou 402 EAPV (15) e Minas Gerais,
1 449 (16). O estado de Pernambuco no-
tificou 1 167 casos entre 2009 e 2013
(17), e Rondônia registrou 516 casos
entre 1998 e 2008 (18).
Mais de 90% dos casos notificados no
SI-EAPV não foram encerrados até a data
de atualização do banco de dados.
Outros estudos também encontraram
um elevado número de notificações sem
encerramento, o que leva a inferir que
existem problemas na qualidade da in-
formação do SI-EAPV – como erros na
digitação, incompletude dos campos e
falhas no fluxo de informações (16, 19). O
tempo de encerramento da maioria dos
casos foi inferior a 6 meses, porém al-
guns demandaram um tempo superior a
7 meses.
No que se refere ao sexo, embora a di-
ferença tenha sido pequena, houve
maior ocorrência de EAPV entre o sexo
feminino. Quanto ao preenchimento da
variável raça/cor, o valor encontrado
não foi satisfatório quando comparado
à completude de 98% identificada em
outros estudos brasileiros, embora o sis-
tema de informação tenha sido diferen-
te (20, 21). O preenchimento dessa
variável fornece elementos importantes
para um diagnóstico da situação de saú-
de dos indivíduos com notificação de
EAPV, permitindo o planejamento de
ações, programas e políticas para esta
população.
Os EAPV mais frequentes foram
classificados como não graves, refor-
çando a segurança das vacinas utili-
zadas no país. Por outro lado, a
subnotificação dos eventos impede a
generalização desse achado. A maior
ocorrência de eventos não graves está
de acordo com os achados de outros
estudos realizados em diversos países
(22–24).
Constataram-se registros de erros de
imunização. Porém, sabe-se que eles po-
dem ter ocorrido em função de erro pro-
gramático, como resultado do preparo,
manejo ou administração inadequados
da vacina; ou podem ter sido coinciden-
tes, ocorrendo após a vacinação por uma
associação apenas temporal, sem nexo
causal (25).
Aproximadamente um quinto dos
casos notificados teve o preenchimen-
to da variável “atendimento médico”
ignorada. A proporção de casos hospi-
talizados foi baixa, o que remete, pro-
vavelmente, à baixa gravidade. Além
disso, verificou-se também que a
maioria dos casos evoluiu sem seque-
las. O percentual de ocorrências que
evoluíram ao óbito e a não gravidade
dos casos foi semelhante ao divulgado
em relatório dos Estados Unidos que,
entre 2006 e 2010, relatou morte em
0,6% dos casos, 7,7% de eventos
TABELA 2. Distribuição das 24 732 noticações de eventos adversos pós-
vacinação de acordo com imunobiológico e faixa etária, Brasil, julho de 2014 a
junhode 2016
Idade/vacina No. doses No. de eventos adversos
pós-vacinação
30 dias
Hepatite B 7 646 884 201
< 1 ano
Vacina oral rotavírus humano 16 665 918 16 870
BCG 8 914 786 2 645
Pentavalente 25 213 402 29 280
Meningocócica C conjugada 16 903 460 1 579
Pneumocócica 10 valente conjugada 22 557 934 16 615
Poliomielite inativada 10 017 792 18 112
Poliomielite oral 1 507 213 1 857
1 a 4 anos
Hepatite A 6 519 620 1 201
Tríplice viral 21 527 751 2 925
Tetra viral 5 031 850 1 153
9 a 14 anos
HPV quadrivalente 112 292 2 251
60 anos ou mais
Influenza trivalente 1 935 992 795
Hepatite B 1 064 493 83
Febre amarela 324 806 81
Rev Panam Salud Publica 42, 2018 5
Pacheco et al. • Vigilância de eventos adversos pós-vacinação Artigo Original
adversos graves não fatais e 91,7% de
eventos não graves (26).
A baixa gravidade observada nos
eventos não deveria inibir a realização
de exames laboratoriais como hemogra-
ma, gota espessa, elementos anormais e
sedimentoscopia, citologia do líquor,
bacterioscopia e exames de diagnóstico
por imagem em situações que requeiram
este recurso (3). É indispensável uma cri-
teriosa avaliação clínica e laboratorial
dos casos para a busca rigorosa do diag-
nóstico etiológico e causal, com a finali-
dade de que o EAPV não seja atribuído à
vacina sem fundamentação científica
nem elucidação adequada do diagnósti-
co (27–29).
Ao se observar o maior coeficiente de
incidência de EAPV por 100 000 habitan-
tes entre os menores de 4 anos de idade,
é importante notar que, devido ao calen-
dário nacional de vacinação adotado
pelo PNI, o maior número de vacinas –
um total de 13 imunobiológicos – é dis-
ponibilizado pelas mais de 37 mil salas
de vacinação do SUS para esta faixa
etária. O mesmo foi relatado em crianças
até 5 anos de idade, entre os anos de 1999
e 2008, em Cuba (30).
Informações equivocadas sobre
EAPV podem diminuir a adesão à vaci-
nação. Sabe-se que, diante da redução,
ou até mesmo eliminação de doenças
infecciosas imunopreveníveis, alguns
indivíduos deixam de se preocupar
com o risco de serem infectados, e cada
vez mais se preocupam com os riscos
associados às vacinas (1, 2). Porém,
muitos países compreenderam a im-
portância de reunir informações mais
completas sobre os EAPV e os erros de
imunizações e incorporaram em suas
rotinas de trabalho sistemas de vigilân-
cia dos EAPV (31, 32).
Como limitações deste estudo desta-
cam-se a ausência de notificações em to-
dos os municípios do país, o número
elevado de notificações sem encerramen-
to e a falta de qualidade de informações
registradas no SI-EAPV. Além disso,
foram analisadas somente as notificações
TABELA 3. Total de noticações de eventos adversos pós-vacinação por unidade federativa e proporção de casos encerrados,
Brasil, julho de 2014 a junho de 2016
Região/unidade federativa
Notificações Casos encerrados
No. % No. % do total de notificações para
aunidade
Norte 758 3,0 202 26,6
Rondônia 102 0,4 11 10,8
Acre 185 0,7 113 61,1
Amazonas 178 0,7 2 1,1
Roraima 50 0,2 19 38,0
Pará 103 0,4 - -
Amapá 7 0,0 - -
Tocantins 133 0,5 57 42,9
Nordeste 4 022 16,3 1 086 27,0
Maranhão 171 0,7 25 14,6
Piauí 174 0,7 42 24,1
Ceará 598 2,4 60 10,0
Rio Grande do Norte 36 0,1 32 88,9
Paraíba 277 1,1 1 0,4
Pernambuco 148 0,6 1 0,7
Alagoas 219 0,9 56 25,6
Sergipe 201 0,8 121 60,2
Bahia 2 198 8,9 748 34,0
Sudeste 10 713 43,3 213 2,0
Minas Gerais 5 138 20,8 156 3,0
Espírito Santo 665 2,7 14 2,1
Rio de Janeiro 1 389 5,6 7 0,5
São Paulo 3 521 14,2 36 1,0
Sul 7 295 29,5 72 1,0
Paraná 3 867 15,6 22 0,6
Santa Catarina 209 0,8 - -
Rio Grande do Sul 3 219 13,0 50 1,6
Centro-Oeste 1 944 7,9 49 2,5
Mato Grosso do Sul 271 1,1 2 0,7
Mato Grosso 270 1,1 4 1,5
Goiás 1 203 4,9 42 3,5
Distrito Federal 200 0,8 1 0,5
Brasil 24732 100,0 1622 6,6
6 Rev Panam Salud Publica 42, 2018
Artigo Original Pacheco et al. • Vigilância de eventos adversos pós-vacinação
registradas a partir de 1° de julho de
2014, período de implantação do siste-
ma, mesmo que algumas unidades
federativas tivessem realizado a retroali-
mentação dos casos suspeitos de EAPV
no SI-EAPV ou tivessem mais registros
de eventos notificados em outra fonte de
informação. Finalmente, outra limitação
é o fato de não terem sido incluídas infor-
mações do sistema de notificação da saú-
de suplementar.
Em conclusão, o conhecimento e a di-
vulgação das análises do sistema de noti-
ficação de EAPV são importantes para a
saúde pública, tanto no planejamento
quanto na implementação de uma ação
efetiva por parte de gestores, profissio-
nais e população. Neste estudo, obser-
vou-se que os municípios precisam
ampliar a adesão ao SI-EAPV, bem como
preencher a ficha de notificação de forma
mais adequada e oportuna. A solicitação
dos exames laboratoriais deve ocorrer
para subsidiar o encerramento adequado
do caso suspeito, bem como a avaliação
médica e a investigação minuciosa de
cada caso.
Os problemas estruturais do sistema
precisam ser sanados o mais brevemente
possível pela área responsável no SUS.
Os serviços de imunização, nas três
esferas de governo, devem divul-
gar os dados relacionados ao banco
SI-EAPV por meio de boletins semanais,
quinzenais ou mensais, adequando a
linguagem de comunicação para os pro-
fissionais de saúde e para a população.
É importante que todos, nas suas devi-
das competências, estejam aptos a de-
tectar sinais e sintomas relacionados aos
EAPV e busquem, o mais rapidamente
possível, o serviço de saúde apropriado,
para evitar complicações e risco de
morte. O entendimento equivocado dos
profissionais de saúde e da população
em relação aos EAPV pode comprome-
ter a adesão à vacinação e levar ao
ressurgimento de doenças imunopreve-
níveis controladas ou eliminadas no
país.
Conflitos de interesse. Nada declara-
do pelos autores.
Declaração. As opiniões expressas
no manuscrito são de responsabilidade
exclusiva dos autores e não refletem
necessariamente a opinião ou política da
RPSP/PAJPH ou da Organização Pan-
Americana da Saúde (OPAS).
TABELA 4. Características das 1622 noticações de eventos adversos pós-vacinação
com encerramento, Brasil, julho de 2014 a junho de 2016
Característica No. %
Sexo
Masculino 673 41,5
Feminino 949 58,5
Raça/cor
Parda 593 36,6
Branca 388 23,9
Negra 91 5,6
Amarela 18 1,1
Indígena 5 0,3
Não informado 527 32,5
Tipo de evento adverso pós-vacinação
Não grave 1 295 79,8
Grave 163 10,0
Erro de imunização 151 9,3
Erro de imunização com evento adverso 13 0,8
Atendimento médico
Sim 854 52,7
Não 449 27,7
Ignorado 319 19,7
Tipo de atendimento médico
Ambulatorial 476 29,3
Observação 197 12,1
Hospitalização 83 5,1
Não informado 866 53,4
Registro de exame laboratorial
Sim 21 1,3
Não 1 601 98,7
Evolução do caso
Cura sem sequelas 1 310 80,8
Cura com sequelas 26 1,6
Em acompanhamento 78 4,8
Não é evento adverso pós-vacinação 11 0,7
Óbito 6 0,4
Outros 41 2,5
Não informado 150 9,2
Tempo de encerramento do caso (meses)
1 a 3 772 47,6
4 a 6 464 28,6
7 a 9 307 18,9
10 a 12 64 3,9
13 a 17 15 0,9
TABELA 5. Características dos seis óbitos em noticações de eventos adversos
pós-vacinação com encerramento, Brasil, julho de 2014 a junho de 2016
Idade Vacina Diagnóstico notificado no sistemaa
3 anos Tríplice viral Meningoencefalite
1 ano e 7 meses Vacina oral de rotavírus humano Obstrução do trato gastrintestinal
1 ano e 2 meses Vacina oral de rotavírus humano Dor abdominal agravada
13 anos e 3 meses HPV quadrivalente Cefaleia, agitação mental, hipotonia,
irritabilidade e letargia
1 ano e 5 meses Vacina oral de rotavírus humano Dor gastrintestinal, parada
cardiorrespiratória e choque séptico
15 anos e 5 meses HPV quadrivalente Encefalite
a Os óbitos não têm necessariamente uma relação com a vacina.
Rev Panam Salud Publica 42, 2018 7
Pacheco et al. • Vigilância de eventos adversos pós-vacinação Artigo Original
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Manuscrito recebido em 20 de março de 2017. Aceito
em versão revisada em 9 de setembro de 2017.
8 Rev Panam Salud Publica 42, 2018
Artigo Original Pacheco et al. • Vigilância de eventos adversos pós-vacinação
ABSTRACT Objective. To describe the characteristics of vaccine adverse events (VAE) reports in
the online VAE Reporting System (VAE-RS) after 2 years of operation.
Method. A descriptive analysis of VAE reports entered into the VAE-RS between July
2014 and June 2016 was performed.
Results. During the study period, 24 732 VAE were reported. Of 5 570 Brazilian muni-
cipalities, 2 571 (46.2%) reported at least one VAE; however, only 1 622 (6.6%) reports
had been completed/closed at the end of the study period. Of these, 89.9% referred to
mild VAE. Among the completed reports, 19.7% did not provide information on “type
of medical care provided,” and 98.7% had no information regarding laboratory tests.
Systemic neurological symptoms were the most frequent serious VAE among closed
reports (59.5% of serious signs/symptoms). Concerning age, the highest VAE repor-
ting coefficients were recorded for children aged 4 years.
Conclusion. The VAE-RS is useful to monitor immunization safety. However, munici-
pal services must increase adherence to the system and perform the required investi-
gation and reporting of VAE, with timely and adequate completion of the VAE-RS
form. Knowledge regarding VAE can be used in the daily routine of surveillance ser-
vices, improving the safety of immunobiological agents.
Analysis of the Vaccine
Adverse Event Reporting
System in Brazil, 2014
to2016
Keywords Vaccination; information systems; epidemiology, descriptive; public health; Brazil.
RESUMEN Objetivo. Describir las características de las notificaciones de eventos adversos posva-
cunación (EAPV) en el Sistema de Información de Vigilancia de EAPV (SI-EAPV, un
sistema en línea, durante los primeros 2 años de ejecución del sistema.
Método. Se realizó un estudio descriptivo de los registros de EAPV notificados en el
SI-EAPV entre julio de 2014 y junio de 2016.
Resultados. Durante el período del estudio, se registraron 24 732 notificaciones. De 5
570 municipios brasileños, 2 571 (46,2%) notificaron algún EAPV. Sin embargo, sola-
mente 1 622 (6,6%) notificaciones estaban cerradas al momento del estudio; de ellas, el
89,9% no presentó gravedad. Respecto a las notificaciones cerradas, en el 19,7% no fue
anotada la variable “atención médica” y el 98,7% no presentó registro de exámenes de
laboratorio. Entre los eventos adversos graves cerrados, las manifestaciones clínicas
sistémicas neurológicas fueron las más frecuentes, representado el 59,5% de los signos
y síntomas. En cuanto a la edad, los mayores coeficientes de notificación se registraron
entre los menores de 4 años.
Conclusión. El SI-EAPV es útil para el monitoreo de la seguridad de las vacunas. Sin
embargo, los municipios necesitan ampliar la adhesión al sistema, así como realizar
las investigaciones y notificaciones de los EAPV, llenando la ficha de notificación de
forma adecuada y oportuna. El conocimiento sobre EAPV puede ser aplicado en la
práctica de los servicios de vigilancia en salud, mejorando la seguridad en la utiliza-
ción de los productos inmunobiológicos.
Palabras-clave Vacunación; sistemas de información; epidemiología descriptiva; salud pública; Brasil.
Análisis del Sistema de
Información de Vigilancia de
Eventos Adversos
Posvacunación en Brasil,
2014 a 2016
... Apesar de sua comprovada eficácia e segurança, a vacinação não é uma prática isenta de riscos. Podem ocorrer alterações clínicas indesejadas e não intencionais após sua administração, denominados Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou Imunização (ESAVI) (3)(4)(5) que podem estar relacionados ao próprio imobiológico administrado e ao processo de vacinação. Além disso, estes ESAVI podem variar desde febre baixa e dor no local na administração até ao choque anafilático. ...
... A partir de 2014, as notificações/investigações/encerramentos passaram a ser digitadas no módulo EAPV do Sistema de Informação do PNI (SIPNI). Adicionalmente, em 2005, este tipo de evento adverso tornou-se um agravo de notificação compulsória no Brasil, contribuindo para a identificação de preditores e grupos de risco (3)(4)(5) . No contexto da vacinação em gestantes, atualmente, o Ministério da Saúde (MS) recomenda 4 vacinas, sendo elas: tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (Difteria, Tétano e Coqueluche) -dTpa; Dupla adulto (Difteria e Tétano) -dT; Influenza e a vacina contra Hepatite B para todas as gestantes suscetíveis, sendo considerada imunizada contra a Hepatite B a gestante com esquema completo de 3 doses (1,(6)(7)(8) . ...
... Os dados apresentados foram coletados no Sistema de Informação da Vigilância de Eventos Adversos Pós-Vacinação (SI-EAPV) e no módulo SI-EAPV do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização on-line (SIPNI). O SIPNI é uma ferramenta online de coleta, processamento, análise e transmissão de informações, disponibilizadas pela Coordenação Geral do PNI, referentes aos ESAVI de indivíduos da rede pública e privada de saúde (4,16) . Os ESAVI analisados basearam-se no calendário nacional de vacinação recomendado pelo PNI para a população gestante do Brasil, sendo assim, foram analisadas as seguintes vacinas: dTpa, dT, Influenza e a vacina contra Hepatite B. ...
Article
Full-text available
Objetivo: Analisar os eventos supostamente atribuíveis à vacinação ou imunização (ESAVI) associados às vacinas Dupla adulto, Tríplice bacteriana acelular adulto, Hepatite B e Influenza e sua gravidade em gestantes de Minas Gerais. Métodos: Estudo epidemiológico, de série temporal sobre ESAVI registrados no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações no período de 2015 a 2020. Analisou-se 459 ESAVI em gestantes segundo tipo do evento, necessidade de atendimento médico e evolução do caso. Resultados: A vacina dTpa apresentou maior proporção de ESAVI nesse período (56,86%), seguida da vacina contra Hepatite B (29,41%), vacina contra Influenza (20,04%) e vacina Dupla adulto (16,00%). As manifestações locais foram mais prevalentes, sendo a dor no local da injeção a mais relatada. Destaca-se que gestantes vacinadas com a vacina Tríplice bacteriana acelular adulto e/ou com vacina contra Hepatite B tiveram uma maior proporção de eventos classificados como Erro de Imunização. Observou-se tendência significativa de aumento da taxa de ESAVI em decorrência da vacina Dupla adulto (p=0,024). Conclusão: Evidencia que a taxa de incidência ESAVI durante a gestação do estado foi baixa e que não houve um aumento no risco da gestante de apresentar algum evento adverso grave após a administração das vacinas recomendadas durante a gestação.
... Um dos fatores contribuintes para o crescimento no número de erros de imunização é o aumento considerável de imunobiológicos e a complexidade dos calendários de vacinação (3) , além das práticas inadequadas em sala de vacinação. Tais erros podem vir acompanhados ou não de eventos leves, moderados ou até fatais (4)(5)(6)(7)(8)(9)(10) , além de gerar custos diretos e indiretos aos serviços de saúde (11,12) ; reduzir a confiança da população nos programas nacionais de imunizações (PNI) e repercutir diretamente nas coberturas vacinais e no controle e erradicação de doenças imunopreveníveis (6,13) . ...
... Ao longo dos anos, discussões e estudos envolvendo erros de imunização vêm sendo publicizados em diversos países, por ser um dos principais fatores que favorecem o surgimento de eventos supostamente atribuíveis à vacinação ou imunização (ESAVI). Estes erros têm sido destacados nos dias atuais como ocorrências graves e são considerados um problema de nível internacional, ligado diretamente às boas práticas de imunização (5)(6)(7)(8)(9)13) . ...
... A maior parte dos estudos discorreu que os erros de imunização, com ESAVI reportados, foram considerados leves a moderados e ocasionaram ao vacinado sintomas transitórios, e em sua maioria não geraram danos aos afetados e nem desencadearam sequelas (5)(6)(7)12,21,25,26) . Houve um relato de morte súbita cardíaca após administração de vacina fora da idade recomendada, sem relação causal estabelecida (24) . ...
Article
Full-text available
Objective To identify the prevalence of errors that caused events supposedly attributable to vaccination or immunization. Method Systematic literature review with meta-analysis carried out on the Medline, Cochrane Library, Cinahl, Web of Science, Lilacs, Scopus; Embase; Open Grey; Google Scholar; and Grey Lit databases; with studies that presented the prevalence of immunization errors that caused events or that provided data that allowed this indicator to be calculated. Results We evaluated 11 articles published between 2010 and 2021, indicating a prevalence of 0.044 errors per 10,000 doses administered (n=762; CI95%: 0.026 - 0.075; I² = 99%, p < 0.01). The prevalence was higher in children under 5 (0.334 / 10,000 doses; n=14). The predominant events were fever, local pain, edema and redness. Conclusion A low prevalence of errors causing events was identified. However, events supposedly attributable to vaccination or immunization can contribute to vaccine hesitancy and, consequently, have an impact on vaccination coverage. Descriptors: Immunization; Vaccination; Medication errors; Systematic review
... One of the factors that contribute to the growth in the number of immunization errors is the considerable increase in immunobiologicals and the complexity of vaccination schedules (3) , in addition to inadequate practices in vaccination rooms. Such errors may or may not be accompanied by mild, moderate or even fatal events (4)(5)(6)(7)(8)(9)(10) , in addition to generating direct and indirect costs for health services (11,12) ; reduce the population's confidence in national immunization programs (PNI) and have a direct impact on vaccination coverage and the control and eradication of vaccine-preventable diseases (6,13) . ...
... Over the years, discussions and studies on immunization errors have been publicized in several countries, as these are the main factors that favor the emergence of events supposedly attributable to vaccination or immunization (ESAVI). Such errors are currently described as serious occurrences and are considered an international problem, directly related to good immunization practices (5)(6)(7)(8)(9)13) . ...
... In most studies, the reported ESAVI immunization errors were considered mild to moderate and caused transient symptoms in vaccinated individuals, and in most cases they did not cause damage or trigger sequelae (5)(6)(7)12,21,25,26) . There has been one report of sudden cardiac death after administration of a wrong dose of vaccine (dose not recommended for the patient's age), with no established causal relationship (24) . ...
Article
Full-text available
Objective To identify the prevalence of errors that caused events supposedly attributable to vaccination or immunization. Method Systematic literature review with meta-analysis carried out on the Medline, Cochrane Library, Cinahl, Web of Science, Lilacs, Scopus; Embase; Open Grey; Google Scholar; and Grey Lit databases; with studies that presented the prevalence of immunization errors that caused events or that provided data that allowed this indicator to be calculated. Results We evaluated 11 articles published between 2010 and 2021, indicating a prevalence of 0.044 errors per 10,000 doses administered (n=762; CI95%: 0.026 - 0.075; I² = 99%, p < 0.01). The prevalence was higher in children under 5 (0.334 / 10,000 doses; n=14). The predominant events were fever, local pain, edema and redness. Conclusion A low prevalence of errors causing events was identified. However, events supposedly attributable to vaccination or immunization can contribute to vaccine hesitancy and, consequently, have an impact on vaccination coverage. Descriptors: Immunization; Vaccination; Medication errors; Systematic review
... Mesmo sendo um assunto de extrema relevância, estudos apontam para uma subnotificação de erros de imunização que ainda não foi mensurada nos serviços de saúde (9)(10)(11) . Tal condição pode comprometer a adoção de medidas preventivas pelos gestores que, por desconhecimento da real extensão do problema, presumem que erros não estão acontecendo, contribuindo diretamente para sua ocorrência e manutenção (1) . ...
... A maioria dos estudos já realizados no Brasil, sobre a prevalência/incidência de erros de imunização, utilizou as notificações registradas na base de dados secundários do Sistema de Informação de Eventos Adversos Pós-Vacinação (SIEAPV) do Programa Nacional de Imunizações (PNI) (2,9,10,12,13) e, por esse motivo, podem não demonstrar a realidade enfrentada nos serviços de saúde. Essas notificações apontam para a falta de qualidade das informações registradas nas fichas de investigação, erros de digitação, incompletude de campos e subnotificação (9,10,12,13) . ...
... A maioria dos estudos já realizados no Brasil, sobre a prevalência/incidência de erros de imunização, utilizou as notificações registradas na base de dados secundários do Sistema de Informação de Eventos Adversos Pós-Vacinação (SIEAPV) do Programa Nacional de Imunizações (PNI) (2,9,10,12,13) e, por esse motivo, podem não demonstrar a realidade enfrentada nos serviços de saúde. Essas notificações apontam para a falta de qualidade das informações registradas nas fichas de investigação, erros de digitação, incompletude de campos e subnotificação (9,10,12,13) . ...
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Objective To investigate underreporting of immunization errors based on vaccination records from children under five years of age. Method An epidemiological, cross-sectional analytical study, carried out through a household survey with 453 children aged 6 months to 4 years in three municipalities in Minas Gerais in 2021. A descriptive analysis was carried out, and the prevalence of the error was calculated per 100 thousand doses applied between 2016 and 2021. The magnitude was estimated of the association between variables by prevalence and 95% Confidence Intervals (95%CI). To analyze underreporting, State reporting records were used. Results A prevalence of immunization errors was found to be 41.9/100,000 doses applied (95%CI:32.2 – 51.6). The highest prevalence occurred between 2020 (50.0/100,000 doses applied) and 2021 (78.6/100,000 doses applied). The most frequent error was an inadequate interval between vaccines (47.2%) associated with adsorbed diphtheria, tetanus and pertussis (DTP) vaccine (13.7/100,000) administration. Vaccination delay was related to immunization errors (7.55 95% CI:2.30 – 24.80), and the errors found were underreported. Conclusion The high prevalence of underreported errors points to a worrying scenario, highlighting the importance of preventive measures. DESCRIPTORS Drug-Related Side Effects and Adverse Reactions; Nursing; Medication Errors; Immunization; Patient Safety; Vaccination
... Even though it is an extremely relevant subject, studies point to an underreporting of immunization errors that has not yet been measured in health services (9)(10)(11) . This condition can compromise the adoption of preventive measures by managers who, due to lack of knowledge of the real extent of the problem, assume that errors are not occurring, directly contributing to their occurrence and maintenance (1) . ...
... Most of studies already carried out in Brazil, on the prevalence/incidence of immunization errors, used reports registered in the secondary database of the Adverse Events Following Immunization Information System (SIEAPV -Sistema de Informação de Eventos Adversos Pós-Vacinação) of the Brazilian National Immunization Program (PNI -Programa Nacional de Imunizações) (2,9,10,12,13) and, for this reason, may not demonstrate the reality faced in health services. These reports point to lack of quality of information recorded in investigation forms, typing errors, incomplete fields and underreporting (9,10,12,13) . ...
... Most of studies already carried out in Brazil, on the prevalence/incidence of immunization errors, used reports registered in the secondary database of the Adverse Events Following Immunization Information System (SIEAPV -Sistema de Informação de Eventos Adversos Pós-Vacinação) of the Brazilian National Immunization Program (PNI -Programa Nacional de Imunizações) (2,9,10,12,13) and, for this reason, may not demonstrate the reality faced in health services. These reports point to lack of quality of information recorded in investigation forms, typing errors, incomplete fields and underreporting (9,10,12,13) . ...
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Objective To investigate underreporting of immunization errors based on vaccination records from children under five years of age. Method An epidemiological, cross-sectional analytical study, carried out through a household survey with 453 children aged 6 months to 4 years in three municipalities in Minas Gerais in 2021. A descriptive analysis was carried out, and the prevalence of the error was calculated per 100 thousand doses applied between 2016 and 2021. The magnitude was estimated of the association between variables by prevalence and 95% Confidence Intervals (95%CI). To analyze underreporting, State reporting records were used. Results A prevalence of immunization errors was found to be 41.9/100,000 doses applied (95%CI:32.2 – 51.6). The highest prevalence occurred between 2020 (50.0/100,000 doses applied) and 2021 (78.6/100,000 doses applied). The most frequent error was an inadequate interval between vaccines (47.2%) associated with adsorbed diphtheria, tetanus and pertussis (DTP) vaccine (13.7/100,000) administration. Vaccination delay was related to immunization errors (7.55 95% CI:2.30 – 24.80), and the errors found were underreported. Conclusion The high prevalence of underreported errors points to a worrying scenario, highlighting the importance of preventive measures. DESCRIPTORS Drug-Related Side Effects and Adverse Reactions; Nursing; Medication Errors; Immunization; Patient Safety; Vaccination
... This may have been influenced by the implementation of the SI-ESA-VI notification system, which did not occur simultaneously in all health macro-regions, as well as access to computers in immunization rooms 20 . Furthermore, there may have been a lack of knowledge about the need to notify cases, in addition to the difficulty of registering them in a short period of time and the slowness of the notification system on computers 21 . ...
... With regard to medical care and the evolution of immunization errors without ESAVI, the value found demonstrates that the notification forms are not being filled out properly, which significantly interferes with the quality of the information generated by SI-ESAVI 21 . ...
... Regarding errors with adverse events, the majority progressed to cure without sequelae, which refers to the low severity of these episodes 21 . However, the lack of seriousness should not inhibit the notification and investigation of the case with medical monitoring and laboratory tests 21 . ...
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Objective To describe adverse event following immunization or vaccination in children in Minas Gerais: 2015 to 2020, resulting from immunization errors in children from zero to nine years old. Methods An ecological, descriptive study with a quantitative approach, based on event notifications available in the National Immunization Program Information System. Results Among the 39,903,277 doses of immunobiologicals in children aged zero to nine, administered in the state of MG, 3,259 events of types of immunization errors were recorded, around 0.008% of the total and, of these, 91.86% did not result in adverse events and 56.02% were children under one year of age. The most frequent diagnosis was application outside the recommended age (29.12%). Among the manifestations, 71.91% were local and systemic, with fever being the most common (40.85%). Conclusion The study demonstrated that immunization errors were rare and that most of them were not associated with adverse events, which reinforces the safety of the immunization process. This undoubtedly raises reflection on the need and relevance of continuing education for health professionals.
... No que se refere ao atendimento médico e à evolução dos erros de imunização sem ESAVI, o valor encontrado demonstra que as fichas de notificação não estão sendo preenchidas adequada, o que interfere significativamente na qualidade das informações geradas pelo SI-ESAVI 21 . ...
... Sobre os erros com evento adverso, a maioria evoluiu para cura sem sequelas, o que remete à baixa gravidade desses episódios 21 . Porém a falta de gravidade não deve https://doi.org/10.1590/1980-549720230056.2 inibir a notificação e a investigação do caso com acompanhamento médico e exames laboratoriais 21 . ...
... Sobre os erros com evento adverso, a maioria evoluiu para cura sem sequelas, o que remete à baixa gravidade desses episódios 21 . Porém a falta de gravidade não deve https://doi.org/10.1590/1980-549720230056.2 inibir a notificação e a investigação do caso com acompanhamento médico e exames laboratoriais 21 . ...
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Objective To describe adverse event following immunization or vaccination in children in Minas Gerais: 2015 to 2020, resulting from immunization errors in children from zero to nine years old. Methods An ecological, descriptive study with a quantitative approach, based on event notifications available in the National Immunization Program Information System. Results Among the 39,903,277 doses of immunobiologicals in children aged zero to nine, administered in the state of MG, 3,259 events of types of immunization errors were recorded, around 0.008% of the total and, of these, 91.86% did not result in adverse events and 56.02% were children under one year of age. The most frequent diagnosis was application outside the recommended age (29.12%). Among the manifestations, 71.91% were local and systemic, with fever being the most common (40.85%). Conclusion The study demonstrated that immunization errors were rare and that most of them were not associated with adverse events, which reinforces the safety of the immunization process. This undoubtedly raises reflection on the need and relevance of continuing education for health professionals. Keywords: Immunization; Medication errors; Child; Patient safety; Public health surveillance; Communicable diseases
... Com isso, o sistema de informação do PNI aprimora o planejamento e a implementação de ações vacinais, permitindo uma gestão mais eficaz. Isso leva à criação de calendários vacinais na rede pública e a expansão da oferta de vacinas para diferentes faixas etárias, auxiliando no combate de doenças imunopreveníveis (Silva et al., 2021;Pacheco et al., 2018). ...
... Such events can be a symptom, a new disease, or even an abnormal laboratory finding. In addition to the composition of the vaccine itself, they may be related to the technique used in its administration, inappropriate prescriptions and/or administration, to the vaccinated individuals themselves, either due to individual genetic predisposition, considered one of the main factors, or coinciding with other aggravations (5,6). ...
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Context: In 2020, the first vaccines were approved, according to the WHO. However, speculations have arisen regarding its efficacy and post-vaccination adverse events (AEFI). Objective: To evaluate the prevalence of headache as AEFI from the SARSCoV-2 vaccine in Piauí, Brazil.Methods: This is a quantitative, observational, cross-sectional and prevalence study. The data were provided by the Post-Vaccination Adverse Events Information System (SI-AEFV), of cases reported in the period from January to September 2021. The data were analyzed and the research was approved by the Research Ethics Committee of the UFPI. Results: 2,008 cases were analyzed. Headache was reported in 752 cases (27.99%) as AEFI after vaccination against SARS-CoV-2. In most cases, the patients were from Teresina (67.62%), of mixed race/ethnicity (52.67%), female (79.00%) and the majority were not healthcare professionals (54. 27%). The most common age of patients, with the original data, was 33 years old. After correcting the data, the most common age was 28 years old. The majority of these cases were not serious (96.44%) and the majority of cases were associated with the first dose of the Covid-19-Covishield-Oxford/AstraZeneca vaccine (43.18%). Conclusion: Thus, it is concluded from the partial analysis of the results that headache is the most common adverse event after vaccination against SARS-CoV-2. The profile of patients with the most notifications was mixed-race women aged between 30 and 40 years who received the first dose of the Covid-19-Covishield-Oxford/AstraZeneca vaccine. Regarding the severity of the events, the vast majority were considered non-serious and no deaths were mentioned, demonstrating the safety of immunobiologicals.
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Leishmaniasis is currently a complex and neglected disease, making it a public health problem. Visceral leishmaniasis is the most serious systemic form and can be fatal if left untreated. Thus, knowing the epidemiological profile of visceral leishmaniasis can support the actions of health professionals and managers. To investigation was to describe the spatial distribution of visceral leishmaniasis in the State of Paraíba, Brazil, between 2007 and 2017. An ecological, observational and descriptive study, with a quantitative approach using data from the Notifiable Diseases Information System (Sistema de Informação de Agravos de Notificação, Sinan), recorded between 2007 and 2017. Statistical analysis was performed with the calculation of the Relative Risk, the Spatial Scan Method and the Local Empirical Bayesian Method, with use of R-Project, version 3.5.1. In Paraíba 431 cases of visceral leishmaniasis were recorded, 227 (52.7%) of which were in male individuals and with a higher incidence in the years 2012 and 2014, in the age group of 20 to 40, with a predominance of new cases (first time that the case was recorded in the information system, which differs from recurrence), as regards entry method in the Sinan. Most of the cases occurred in the white race and with laboratory criterion for diagnostic confirmation. Spatial clusters of visceral leishmaniasis are evidenced in the State, described in the micro region of the South Coast, of Cajazeiras, Sousa and Catolé do Rocha, in addition to the municipality of Campina Grande. It is urgent to carry out actions that can implement comprehensive assistance to people exposed to the risk of infection of this disease, in order to prevent the disease or to minimize its impacts when installed.
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OBJETIVO: descrever a frequência e distribuição dos eventos adversos pós-vacinação (EAPV) no estado do Ceará, Brasil, em 2011. MÉTODOS: estudo descritivo, com dados das fichas de notificação de eventos adversos pós-vacinação obtidos do Sistema de Informação da Vigilância de Eventos Adversos Pós-Vacinação (SI-EAPV). RESULTADOS: entre as 552 fichas existentes, 402 foram avaliadas; a vacina Tetravalente foi a que resultou em maior número de registros com EAPV (80,1%); a ocorrência de EAPV foi mais frequente nas vacinas bacterianas (82,6%) do que nas vacinas virais (17,4%); de modo geral, foram detectados 677 eventos; os EAPV mais frequentes foram episódio hipotônico hiporresponsivo (16,3%) e febre com temperatura >39,5ºC (12,7%) para as vacinas bacterianas, e exantema generalizado (19,5%) e febre com temperatura >39,5ºC (13,6%) para as vacinas virais. CONCLUSÃO: os resultados encontrados aproximaram-se do esperado quando comparados a outros estudos ou aos dados do Ministério da Saúde.
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Objective To characterize adverse events following immunization in children under one year old. Methods Cross-sectional study conducted with data from the Brazilian Notification System on Adverse Events Following Immunization between 2009 and 2013. Results A total of 810 cases were analyzed, with a rate of 6.76 adverse events per 100,000 doses. Adverse events were related to the tetravalent (45.1%) and pentavalent (37.4%) vaccines, and associated with age, dosage, time elapsed from immunization, and adopted course. Hypotonic-hyporesponsive episode (27.0%) was the most prevalent event (p<0.001). Conclusion Adverse events were more frequent in children younger than three months that received the first dose of the tetravalent and pentavalent vaccines; they occurred within the first twenty-four hours following immunization, and the prevalent course consisted in changing the immunization schedule.
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Background The human papilloma virus (HPV) infections were addressed with two FDA-approved HPV vaccines: quadrivalent and bivalent vaccine. The objective of this manuscript is to determine the safety of the HPV vaccine. Results A search of PubMed articles for “human papillomavirus vaccine” was used to identify all-type HPV clinical studies prior to October 2014. A refined search of clinical trials, multicenter studies, and randomized studies were screened for only randomized controlled trials comparing HPV vaccine to controls (saline placebo or aluminum derivatives). Studies were limited to the two FDA-approved vaccines. Following PRISMA guidelines, the literature review rendered 13 publications that met inclusion/ exclusion criteria. Gender was limited to females in 10 studies and males in 1 study. Two studies included both males and females. Of the 11,189 individuals in 7 publications reporting cumulative, all-type adverse events (AE), the AE incidence of 76.52 % (n = 4544) in the vaccinated group was statistically significantly higher than 67.57 % (n = 3548) in the control group (p < 0.001). The most common AE were injection-site reactions. On the other hand, systemic symptoms did not statistically significantly differ between the vaccination cohort (35.28 %, n = 3351) and the control cohort (36.14 %, n = 3198) (p = 0.223). The pregnancy/ perinatal outcomes rendered no statistically significant difference between the vaccine group and control group. Conclusion Because the statistically significantly higher incidence of AE in the HPV vaccine group was primarily limited to injection-site reactions, the vaccinations are safe preventative measures in both males and females.
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Vaccines are different from most medicines in that they are administered to large and mostly healthy populations including infants and children, so there is a low tolerance for potential risks or side-effects. In addition, the long-term benefits of immunisation in reducing or eliminating infectious diseases may induce complacency due to the absence of cases. However, as demonstrated in recent measles outbreaks in Europe and United States, reappearance of the disease occurs as soon as vaccine coverage falls. Unfounded vaccine scares such as those associating the combined measles-mumps-rubella vaccine with autism, and whole-cell pertussis vaccines with encephalopathy, can also have massive impacts, resulting in reduced vaccine uptake and disease resurgence. The safety assessment of vaccines is exhaustive and continuous; beginning with non-clinical evaluation of their individual components in terms of purity, stability and sterility, continuing throughout the clinical development phase and entire duration of use of the vaccine; including post-approval. The breadth and depth of safety assessments conducted at multiple levels by a range of independent organizations increases confidence in the rigour with which any potential risks or side-effects are investigated and managed. Industry, regulatory agencies, academia, the medical community and the general public all play a role in monitoring vaccine safety. Within these stakeholder groups, the healthcare professional and vaccine provider have key roles in the prevention, identification, investigation and management of adverse events following immunisation (AEFI). Guidelines and algorithms aid in determining whether AEFI may have been caused by the vaccine, or whether it is coincidental to it. Healthcare providers are encouraged to rigorously investigate AEFIs and to report them via local reporting processes. The ultimate objective for all parties is to ensure vaccines have a favourable benefit-risk profile.
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Avaliou-se o preenchimento da variável raça/cor em oito sistemas/módulos nacionais de informação em saúde, bem como a viabilidade de cálculo e uso de indicadores segundo esse quesito na avalição do Sistema Único de Saúde. Somente três sistemas/módulos estavam adequados para validar três dos 24 indicadores usados pelo Índice de Desempenho do SUS. Apesar dos avanços nas estratégias para saúde de grupos étnico-raciais, o aprimoramento do preenchimento da variável permitirá melhor avaliação da situação de saúde da população negra. Recomenda-se monitoramento dessa variável por meio da qualificação da coleta e alimentação dos dados. É importante socializar o debate sobre equidade étnico-racial em saúde, utilizando-se o referido índice de desempenho para acompanhamento da atenção à saúde da população negra pelos governos e movimentos sociais.
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Objective: to analyze the main adverse events occurring following immunization in Minas Gerais State, Brazil, in 2011. Methods: this is a cross-sectional study using secondary data from the Brazilian Information System on Adverse Events Following Immunization. Results: 1,449 adverse events were found; more than half occurred in children under one year of age (56.1%; OR=1.39; 95%CI: 1.08;1.78); the highest rates per 100,000 doses administered were found in the Southern Triangle (36.3), Northwest (25.7) and Southern (22.7) areas of the state; tetravalent vaccine had the highest reactogenicity (46.1%) and hypotonic-hyporesponsive episode was the most frequent event (15.9%); events were significantly associated with inactivated vaccines (OR=4.08; 95%CI: 3.51;4.75); most of the reported events were closed as 'undefined' (58.9%). Conclusion: events were found in all regions of Minas Gerais state and were most frequent following administration of inactivated vaccines and among children under one year of age.
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OBJETIVE: to describe vaccination coverage (VC) and its homogeneity, dropout rates (DR) and the occurrence of vaccine-preventable diseases in Brazil. METHODS: a descriptive cross-sectional study was conducted based on National Immunization Program (PNI) information systems data for the period 2002-2012 in order to calculate VC, its homogeneity and DR indicators, and also based on data provided by the Ministry of Health's Communicable Diseases Coordination sector for the period 1982-2011 in order to calculate disease incidence. RESULTS: VC was high in both routine vaccination and campaigns, resulting in the elimination or drastic reduction in preventable disease incidence, despite VC heterogeneity. CONCLUSION: the vaccination strategies adopted have increased vaccine availability in terms of territorial extension and, above all, in terms of population coverage. The establishment of the PNI as a public health policy priority has contributed to the reduction in vaccine-preventable disease incidence.
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Using data from digitized weekly surveillance reports of notifiable diseases for U.S. cities and states for 1888 through 2011, the authors derived a quantitative history of disease reduction in the United States, focusing particularly on the effects of vaccination programs.
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The Centers for Disease Control and Prevention (CDC) and the U.S. Food and Drug Administration (FDA) conduct post-licensure vaccine safety monitoring using the Vaccine Adverse Event Reporting System (VAERS), a spontaneous (or passive) reporting system. This means that after a vaccine is approved, CDC and FDA continue to monitor safety while it is distributed in the marketplace for use by collecting and analyzing spontaneous reports of adverse events that occur in persons following vaccination. Various methods and statistical techniques are used to analyze VAERS data, which CDC and FDA use to guide further safety evaluations and inform decisions around vaccine recommendations and regulatory action. VAERS data must be interpreted with caution due to the inherent limitations of passive surveillance. VAERS is primarily a safety signal detection and hypothesis generating system. Generally, VAERS data cannot be used to determine if a vaccine caused an adverse event. VAERS data interpreted alone or out of context can lead to erroneous conclusions about cause and effect as well as the risk of adverse events occurring following vaccination. CDC makes VAERS data available to the public and readily accessible online. We describe fundamental vaccine safety concepts, provide an overview of VAERS for healthcare professionals who provide vaccinations and might want to report or better understand a vaccine adverse event, and explain how CDC and FDA analyze VAERS data. We also describe strengths and limitations, and address common misconceptions about VAERS. Information in this review will be helpful for healthcare professionals counseling patients, parents, and others on vaccine safety and benefit-risk balance of vaccination. Copyright © 2015. Published by Elsevier Ltd.
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Post-licensure vaccine safety studies are essential to identify uncommon events that may be difficult to assess during pre-licensure studies. The aim of our study was to evaluate the safety of serogroup C meningococcal conjugate (MCC) vaccine in Tuscany from 2005 to 2012. All adverse events (AEs) to MCC vaccine notified from 2005 to 2012 were obtained from the regional health authority. Following 451,570 doses administered, 110 suspected AEs were notified (mean annual reporting rate: 2.8/10,000 doses). The most frequently AE reported was fever (60%), followed by swelling at the injection site (11%) and febrile seizures (10%). Overall, 77.3% of cases were not severe, while 21.8% required hospitalization. Almost four months after the receipt of the vaccine, a one-year-old infant was diagnosed with a pervasive developmental disorder with disturbance of speech, but any link with the vaccinations received was refuted. Most AEs (80.9%) occurred after co-administration with other vaccines, especially with MMR or MMRV vaccines (42.7%) or the DTPa-HBV-IPV/Hib vaccine (33.7%). Our study confirmed the high level of safety of MCC vaccine in Tuscany: AEs proved rare and all cases had only temporary and self-resolving consequences. As usually only the most severe suspected AEs are reported, the true proportion of AEs requiring hospitalization was most probably overestimated, and it is plausible that most of these cases were in fact only temporally related.