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INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo avaliar, qualitativa e quantitativamente, os
aspectos hidrogeoquímicos das águas do sistema aquífero da Formação Marizal
(Aptiano), na Bacia do Recôncavo Norte, estado da Bahia.
METODOLOGIA
Os dados dos poços foram obtidos no Sistema de Informações de Águas
Subterrâneas (SIAGAS) da CPRM. Através de 22 poços tubulares selecionados com
suas respectivas análises químicas das águas, e com o programa QualiGraf v.1.17,
foi possível realizar o balanço iônico, além da classificação segundo o diagrama
triangular de Piper (1994), diagrama de Stiff (1951), a salinidade em relação aos
sólidos totais dissolvidos (STD), e classificação para irrigação, utilizando-se o
gráfico de razão de adsorção de sódio (RAS) versus condutividade elétrica (CE).
Com isso, obteve-se informações a respeito dos tipos de água subterrânea,
potabilidade e a correlação linear entre as variáveis químicas (Na++K+, Ca+2,
Mg+2, Cl-, CO3-2+HCO3-, e SO4-2) com a condutividade elétrica.
RESULTADOS E CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 2914, de 12 de dezembro de 2011. Disponível em:
<http://dtr2011.saude.gov.br/dab//saudebucal/legisl acao/portaria>.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Dados dos poços tubulares construídos nos limites da área de estudo.
Sistema de Informações de Águas Subterrâneas –SIAGAS, 2016.
Tabela 1. Resultado do balanço iônico dos poços.
CARACTERIZAÇÃO DAS ÁGUAS DO SISTEMA AQUÍFERO MARIZAL, BACIA DO RECÔNCAVO NORTE (BA).
Carvalho, J.A.A.1; Jesus, T.C.1, Nascimento, S.A.M.1.
Universidade Federal da Bahia
Figura 2: Exemplos dos Diagramas de
Stiff para cada classe de água obtida. P-
01 bicarbonatada sódica, P-02
bicarbonatada cálcica e P-04 cloretada
sódica.
Na análise hidroquímica das
amostras de água do aquífero
Marizal, dispostas na tabela, as
amostras P-03, P-05, P-06, P-
09, P-13, P-16 e P-18 até P-22
são as que atendem aos
cálculos do balanço iônico. Ou
seja, estas obtiveram erro
prático abaixo do máximo
permitido de acordo com os
métodos adotados pelo
programa QualiGraf. Isso
significa que não há problemas
relacionados com essas
amostras.
BALANÇO IÔNICO
CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS –DIAGRAMA DE PIPER
CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS –DIAGRAMAS DE STIFF
De acordo com o diagrama de Stiff, representados a seguir, as amostras podem ser
classificadas como:
Bicarbonatada sódica: P-01, P-03, P-12, P-13, P-14, P-15, P-16, P-17
Bicarbonatada cálcica: P-02
Cloretada sódica: P-04, P-05, P-06, P-07, P-08, P-09, P-10, P-11, P-18, P-19, P-
20, P-21, P-22
CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS SÓLIDOS TOTAIS DISSOLVIDOS - STD
O QualiGraf estimou o STD e classificou as amostras de acordo com a classificação
proposta pela resolução CONAMA357/2005. Dentre as amostras envolvidas, a P-07
e P-10 foram classificadas como água salobra e as demais amostras como água
doce, como pode ser visto na tabela abaixo.
Nome da Amostra
STD estimado (mg/L)
Classificação das águas segundo STD
P - 01
123,5
Água Doce
P -02
104,7
P- 03
89,9
P- 04
217,1
P- 05
214,5
P- 06
134,6
P- 08
80
P- 09
249,6
P-11
172,3
P-12
31,3
P-13
47,1
P-14
37,1
P-15
81,9
P-16
74,8
P-17
76,1
P-18
78
P-19
132,6
P-20
139,8
P-21
134,8
P-22
118,3
P- 07
1.055,00
Água Salobra
P- 10
514,2
CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS PARA IRRIGAÇÃO
De acordo com o gráfico SAR,
todas as amostras pertencem à
categoria S1, significando que têm
baixo teor de sódio. Apesar da alta
salinidade das amostras P-07 e P-
10, todas as águas amostradas são
apropriadas para irrigação. E as
melhores águas para irrigação são
as amostras P-01 a P-03, P-06, P-
08, P-12 a P-22,que se encontram
no campo C1-S1.
ANÁLISE DE CORRELAÇÕES DAS VARIÁVEIS
Com base na Portaria Nº 2914/2011 do
Ministério da Saúde têm-se os seguintes
valores máximos permitidos para os
parâmetros químicos de potabilidade:
50% das amostras foram reprovadas em
potabilidade, principalmente em relação
aos valores de ferro total presente nas
águas. Valores reprovados de STD e
turbidez são, geralmente, revertidos com
simples filtragem.
QUALIDADE DA ÁGUA –POTABILIDADE
A correlação entre condutividade elétrica e as variáveis Na+K, Ca, Mg, Cl, CO3+HCO3,
SO4demonstra o quão C.E. é influenciada por esses elementos presentes nas
amostras. Observando-se os valores de R² constata-se que a condutividade elétrica
nas águas do aquífero Marizal depende principalmente da quantidade de Na + K (R² =
0,98), e subordinadamente por valores de Ca (R² = 0,80) e SO4 (R² = 0,78).
Nome da
Amostra
Na + K
(meq/L)
Ca
(meq/L)
Mg
(meq/L)
Cl
(meq/L)
CO3 +
HCO3
(meq/L)
SO4
(meq/L)
C.E.
(meq/L)
∑ Cations
(meq/L)
∑ Anions
(meq/L) B.I.I (%) B.I.II (%) Observações
P -01 0,8561 0,4499 0,88 0,6629 0,8031 0,1145 190 2,186 1,5806 32,15 16,07 Não atende B.I. 1 e 2
P -02 0,5882 2,1096 1,2336 0,6172 1,3519 0,1541 161 3,9314 2,1232 59,73 29,86 Não atende B.I. 1 e 2
P- 03 0,6496 0,4349 0,2138 0,3526 0,6245 0,0708 138,3 1,2984 1,0479 21,35 10,68 OK
P- 04 1,9958 0,5049 0,6826 2,3358 0,4098 0 334 3,1833 2,7455 14,77 7,38 Não atende B.I. 1
P- 05 1,9138 0,5399 0,7319 2,821 0,1459 0 330 3,1857 2,9669 7,11 3,56 OK
P- 06 1,6222 0,3499 0,2632 1,3654 0,4851 0,0833 207 2,2353 1,9338 14,46 7,23 OK
P- 07 8,6895 5,099 6,3243 13,2023 1,3753 3,123 1623 20,1127 17,7005 12,76 6,38 Não atende B.I. 1
P- 08 1,5273 0,11 0,1563 0,9027 0,2491 0,0167 123 1,7935 1,1685 42,2 21,1 Não atende B.I. 1 e 2
P- 09 2,2619 0 3,5116 5,554 0,4042 0,0833 384 5,7735 6,0414 4,54 2,27 OK
P- 10 3,6845 3,7842 3,1827 6,0369 0,7507 0,05 791 10,6514 6,8376 43,61 21,81 Não atende B.I. 1 e 2
P-11 1,7154 0,9998 0,6332 1,529 0,1672 0,1791 265 3,3485 1,8752 56,41 28,2 Não atende B.I. 1 e 2
P-12 0,3761 0,15 0,1809 0,1975 0,1475 0 48,2 0,707 0,345 68,83 34,41 Não atende B.I. 2
P-13 0,261 0,25 0,0411 0,2257 0,2131 0,0187 72,5 0,5521 0,4575 18,74 9,37 OK
P-14 0,3697 0,15 0,1809 0,1975 0,2704 0,0208 57 0,7006 0,4887 35,63 17,81 Não atende B.I. 1 e 2
P-15 0,6128 0,3999 0,3043 0,4937 0,3852 0,0583 126 1,317 0,9371 33,7 16,85 Não atende B.I. 1 e 2
P-16 0,8956 0 0,2632 0,409 0,7894 0,0312 115 1,1587 1,2297 5,94 2,97 OK
P-17 0,7037 0,25 0,2961 0,4119 0,3311 0,1208 117 1,2497 0,8637 36,53 18,26 Não atende B.I. 1 e 2
P-18 0,7727 0,2999 0,1563 0,6263 0,2442 0,0687 120 1,2289 0,9392 26,73 13,36 OK
P-19 1,3101 0,215 0,2303 0,7278 0,5015 0,0979 204 1,7553 1,3272 27,78 13,89 OK
P-20 1,0913 0,2549 0,2303 1,1848 0,1606 0 215 1,5765 1,3454 15,82 7,91 OK
P-21 0,9697 0,4799 0,2385 1,1284 0,3606 0,0208 207,4 1,6881 1,5098 11,15 5,58 OK
P-22 1,0877 0,1 0,0987 0,7476 0,3426 0,0316 182 1,2864 1,1218 13,67 6,84 OK
Nome da Amostra
Classificação das Águas segundo
Diagrama de Piper
P -01 Mista Bicarbonatada
P -02 Cálcica Bicarbonatada
P- 03, P-14, P-16 Sódica Bicarbonatada
P-17 Sódica Mista
P-13 Mista Mista
P- 07, P- 10, P-15 Mista Cloretada
P- 09 Magnesiana Cloretada
P
- 04, P- 05, P- 06, P- 08, P-18, P-11, P
-
12, P-19, P-20, P-21, P-22 Sódica Cloretada
Figura 1. Diagrama Piper com
classificação das águas dos poços.
Tabela 3. Classificação das
águas em relação ao STD.
Tabela 2. Classificação das águas segundo
Diagrama de Piper.
Figura 3. Gráfico SAR x C.E. com
distribuição das águas nas categorias de
risco de salinização.
Parâmetros
Valor Máximo
Permitido
Sódio (Na)
200 mg/L
Cloreto (Cl)
250 mg/L
Sulfato (SO4)
250 mg/L
Nitrato
10 mg/L
Nitrito
1 mg/L
Ferro
0,3 mg/L
Fluoreto
1,5 mg/L
Dureza total
500 mg/L
Sólidos Totais Dissolvidos (STD)
1000 mg/L
Turbidez
5 uT
As amostras qualitativamente aprovadas para o consumo humano foram P-03, P-04,
P- 05, P-09, P-10, P-11, P-14, P-16, P-17, P-19, e P-21.
Tabela 4. Valores máximos permitidos segundo
portaria MS 2914/2011.
Amostra Na Cl SO4Fluoreto Nitrato Nitrito
Dureza total
STD Turbidez Fe total
P -01 14,8 23,5 5,5 - - - 53 166 5,8 0,7
P -02 9,7 21,88 7,4 - - - 103,68 136 1,85 0,46
P- 06 32,0 48,4 4,0 - 0,6 0,05 19,9 174 67 0,71
P- 07 180,0 468 150,0 0,013 6,56 0,043 419 1300 - -
P- 08 29,7 32 0,8 0,019 0,098 0,003 10 142 4,72 0,44
P-12 6,0 7 - - - - 12 68 4,4 0,52
P-13 6,0 8 0,9 - - - 7 100 30 1,02
P-15 8,5 17,5 2,8 - - - 23 82 7,6 0,44
P-18 16,0 22,2 3,3 - 1,69 0,01 13,9 - 2,71 1,03
P-20 22,5 42 - 0,05 3,1 0,01 16,6 140 0,64 0,38
P-22 21,3 26,5 1,52 0,056 0,095 0,007 9,4 130 5,79 0,14
Tabela 5. Amostras reprovadas segundo valores
máximos permitidos na portaria MS 2914/2011.
Figura 4. Gráficos de
regressão linear
mostrando a correlação
entre C.E. e elementos
presentes nas amostras.
Na+K x C.E.
Ca x C.E.
CO3 + HCO3 x C.E.
SO4 x C.E.
Trabalhos como esse auxiliam na gerência de recursos hídricos e permitem
direcionar ou restringir o uso em tempos de crises hídricas.