As espécies recentes de Doras são diagnosticas, no presente estudo, entre os Doradidae pela exclusiva combinação de barbilhão maxilar longos e fimbriados; mesetmóide com margens anteriores convergindo em uma ponta afilada; fontanela craniana única, contida entre os frontais e anteriormente no mesetmóide (fontanela posterior fechada); placa nucal anterior larga, pentagonal ou quase hexagonal, suturada lateralmente ao epioccipital, e isolando o supraoccipital da placa nucal mediana; forame nucal ausente; processo posterior do coracóide curto, extremidade posterior anterior à extremidade do processo pós-cleitral; dentário com dentes aciculares. Uma espécie fóssil, †D. dioneae, e duas espécies nominais recentes, D. carinatus e D. micropoeus, são reconhecidas como válidas e redescritas. Além destas, três espécies recentes, D. phlyzakion, D. higuchii e D. zuanoni, são descritas como novas do médio rio Amazonas e tributários, baixo rio Amazonas e tributários e do rio Araguaia (drenagem do rio Tocantins), respectivamente. Doras phlyzakion e D. zuanoni formam um grupo monofilético encontrado em terras baixas, ambientes lênticos, e caracterizado pelos múltiplos poros na pele do peito e abdômen, um caráter exclusivo entre doradídeos e raro, se não único entre todos os siluriformes. As demais espécies recentes, D. carinatus, D. higuchii e D. micropoeus, de relações incertas, são encontradas em terras altas, e ambientes lóticos. A ocorrência de D. carinatus na bacia do rio Orinoco sugere uma ligação histórica entre os tributários da margem direita do baixo rio Orinoco (e.g., Caroni) que drenam o oeste do Escudo Guianense e rios mais a leste (e.g., Cuyuni-Essequibo) que drenam os Escudo diretamente para o oceano Atlânico. Uma chave de identificação para as espécies recentes de Doras é fornecida, um neótipo para Silurus cariantus Linnaeus, 1766 é designado, e Mormyopsis Miranda Ribeiro, 1911 é considerado sinônimo júnior de Doras Lacepède, 1803.