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Comunicação e participação política no Facebook: análise dos comentários em páginas de parlamentares brasileiros

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Abstract

O caráter relacional e colaborativo proporcionado por plataformas online e mídias sociais como Facebook oferecem novos contornos para a comunicação e participação política sobretudo em seus aspectos de mediação da informação. Propomos uma categorização de conteúdo de participação política elaborada a partir da análise de comentários públicos postados em páginas de parlamentares brasileiros. Por meio de uma abordagem qualitativa analisamos um total de 450 comentários distribuídos em páginas oficiais de nove parlamentares brasileiros da região nordeste. O esquema proposto é composto por 5 categorias e 14 subcategorias que foram criadas por meio de uma triangulação metodológica na aplicação da Teoria Fundamentada guiada pelas garantias (literária, organizacional, usuário e cultural) utilizadas na atividade de planejamento de classificação em projetos de monitoramento de mídias sociais
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1 INTRODUÇÃO
Com cerca de 1,6 bilhão de usuários
globais, o Facebook se consolida, em larga
diferença das demais, como a mídia social mais
expressiva em número de usuários, tempo de
conexão e plataforma de conteúdo, se tornando
um dispositivo de uso cada vez mais recorrente
na vida diária das pessoas em todo o mundo.
Estima-se que a cada 60 segundos são postados
em torno de 510.000 comentários, 293.000
atualizações e 136.000 fotos e vídeos (PERON,
2016).
De acordo com Luis Olivalves, diretor de
parcerias da rede social na América Latina, além
de possuir com cerca de 102 milhões de usuários
ativos mensalmente, o Brasil, conta com mais
de 100 milhões de horas de vídeos postados por
dia na plataforma. O país não só se destaca no
quesito de transmissão e visualização de vídeos,
como registrou um recorde no Facebook em
relação ao número de vídeos postados na noite
da votação do impeachment na Câmara dos
Deputados, ocorrido em 17 de abril (SUMARES,
2016).
Isso indica que, assim como em outras
mídias sociais, o Facebook tem sido usado para o
engajamento cívico e registrado ações de informação
de cunho político, estando estas relacionadas às
eleições, empatia e antipatia partidária e polarização
política, o que torna esse ambiente especialmente
complexo para análises sobre o comportamento
de usuários no que tange a ações de comunicação
política e participação política.
O amplo uso da internet e dos sites de
redes sociais por candidatos a cargos políticos,
COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO
POLÍTICA NO FACEBOOK:
análise dos comentários em páginas de
parlamentares brasileiros
Ronaldo Ferreira Araújo*
Crispulo Travieso-Rodríguez**
Sarah Rúbia de Oliveira Santos***
RESUMO: O caráter relacional e colaborativo proporcionado por
plataformas online e mídias sociais como Facebook oferecem
novos contornos para a comunicação e participação política
sobretudo em seus aspectos de mediação da informação.
Propomos uma categorização de conteúdo de participação
política elaborada a partir da análise de comentários públicos
postados em páginas de parlamentares brasileiros. Por
meio de uma abordagem qualitativa analisamos um total de
450 comentários distribuídos em páginas oficiais de nove
parlamentares brasileiros da região nordeste. O esquema
proposto é composto por 5 categorias e 14 subcategorias que
foram criadas por meio de uma triangulação metodológica
na aplicação da Teoria Fundamentada guiada pelas garantias
(literária, organizacional, usuário e cultural) utilizadas na
atividade de planejamento de classificação em projetos de
monitoramento de mídias sociais.
Palavras-chave: Comunicação política. Participação política. Facebook. Análise
de conteúdo. Parlamentares brasileiros.
comunicação de pesquisa
* Doutor em Ciência da Informação pela
Universidade Federal de Minas Gerais,
Brasil.Professor Adjunto do Curso de
Biblioteconomia da Universidade Fede-
ral de Alagoas, Brasil. Pesquisador do
Laboratório de Estudos Métricos da In-
formação na Web (Lab iMetrics).
E-mail: ronaldfa@gmail.com.
** Doctor em Documentación pela
Universidade de Salamanca, Espanha.
Professor no Departamento de Bibliote-
conomía y Documentación da Universi-
dade de Salamanca, Espanha.
E-mail: ctravieso@usal.es.
*** Bacharel em Biblioteconomia pela
Universidade Federal de Alagoas, Brasil.
Pesquisadora do Laboratório de Estudos
Métricos da Informação na Web (Lab
iMetrics).
E-mail: sarahrubia22@gmail.com.
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Ronaldo Ferreira Araújo, Crispulo Travieso-Rodriguez e Sarah Rúbia de Oliveira Santos
gestores públicos, parlamentares em exercício de
mandato, eleitores, movimentos sociais, cidadãos
e sociedade civil em geral, marca cada vez mais
a entrada de países no contexto da ciberpolítica
(MARQUES, 2016). Desenhada nos moldes de
uma cultura digital participativa, a ciberpolitica
tem despertando o interesse de inúmeros
pesquisadores e grupos de pesquisa que
analisam as novas mídias enquanto mediadoras
dos processos comunicativos e informacionais
em torno da política.
Talvez por terem seus papéis mais
denidos e claros no jogo político, nos
estudos de ciberpolítica é possível vericar
alguns trabalhos que se dedicam a análise do
comportamento de agentes políticos durante o
pleito ou durante seus mandados no que tange
as suas estratégias de comunicação política. Tais
estudos indicam adesão que estes fazem das
mídias sociais, frequência de uso, tipo de uso e
até mesmo com categorização de conteúdo de
suas postagens para identicação das estratégias
de comunicação que adotam.
Mas quando se trata de participação
política, sobretudo aquela de reação e de
interação ao que é comunicado pelos agentes
políticos, o campo ainda carece de melhor
sistematização das formas de manifestação.
Talvez a própria dinâmica social da rede e as
múltiplas formas de manifestação e expressão
tornam essa tarefa o tanto quanto complexa.
Algoritmos conseguem aferir por meio de
análise de sentimento o grau de positividade,
negatividade ou mesmo neutralidade de
postagens, mas deixam uma lacuna quanto sua
qualicação.
O presente artigo pretende contribuir com
essa discussão e para tanto elaboramos uma
proposta inicial de categorização de conteúdo de
participação política elaborada a partir da análise
de comentários públicos postados em páginas de
parlamentares brasileiros no Facebook.
2 COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO
POLÍTICA NO FACEBOOK
O caráter relacional e colaborativo
proporcionado por plataformas online
oferecem novos elementos para se (re)pensar
a comunicação política sobretudo em seus
aspectos de mediação. Mídias sociais como o
Facebook possibilitam ao cidadão, além de obter
informação sobre questões relativas ao mandato
de um parlamentar ou conhecer as propostas de
um determinado candidato em período eleitoral,
o poder de se engajar no debate político e na
prática participativa democrática, tendo uma
formação diferenciada sobre as questões políticas
de seu interesse. Em se tratando de períodos
eleitorais os candidatos precisam ter em mente
que nesse tipo de ambiente o conteúdo político
deve ser criado
[...] levando-se em conta que o eleitor,
nesta época, recebe um número
exagerado de material persuasivo e
poluitivo que circula na rede, o que
certamente desfavorece a eficácia
das mensagens preparadas. Assim, as
mensagens não devem ser criadas de
forma que necessite muito esforço para
assimilá-las: mensagens diretas e claras
(GONÇALVES; FERREIRA, 2013, p.268)
Para Rossetto, Carreiro, Reis (2015) o
Facebook vem sendo vastamente utilizado
como ferramenta de divulgação de informações
governamentais, campanhas eleitorais e outras
ações coletivas para alcance de um objetivo
político especíco, e isso se na circulação
de material político diluído entre as formas
de interação que a mídia social proporciona.
Segundo os autores essas comunicações
“perpassam o dia a dia dos cidadãos em suas
relações sociais e fazem parte do cenário de
discussão política da esfera pública, mais
especicamente do repertório de conversação
cotidiana política dos indivíduos” (ROSSETTO,
CARREIRO, REIS, 2015, p.2).
Ao interagir com algum agente político
nessa mídia social o cidadão explora o ideal de
mediação informacional cívica do dispositivo e
expressa seu interesse em estabelecer diálogo, e
ao responder comentários recebidos, os agentes
políticos conrmam o uso dialógico dessas
plataformas na participação democrática. Nessas
trocas informacionais temos um percurso que
vai dos aspectos interativos aos conversacionais,
que por sua vez, demandam reexões teóricas e
metodológicas para os estudos das campanhas
online (ARAÚJO, 2014, p.1463).
Tal aproximação pode inclusive fornecer
uma ideia de accountability eleitoral (MAIA,
2012; MENDONÇA, CAL, 2012), não aquela
formal e institucionalizada, mas a que, de algum
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Comunicação e participação política no facebook
modo, também exige ‘prestação de conta’ e
coloca o cidadão como avaliador e julgador do
comportamento do agente político, sua atuação e
suas propostas.
O Facebook tem ganhado destaque em
diversas pesquisas no âmbito da comunicação
política e pode ser considerado um dispositivo de
mediação da informação, seja como fonte e canal
de informação politica ou mesmo promovendo
mecanismos de participação. Algumas pesquisas
retratam a utilização do Facebook pelo poder
executivo (RAMINELLI; RODEGHERI;
OLIVEIRA, 2014), legislativo (ALEIXO, 2014;
RÚAS ARAÚJO; DAPENA GONZÁLEZ, 2011;
TÚÑEZ; SIXTO, 2011), em períodos eleitorais
(MASSUCHIN; TAVARES, 2015; AGGIO; REIS,
2013; CARLISLE; PATTON, 2013; BACHINI et
al., 2013) ou mesmo em conversações de cunho
político geral pela sociedade (ROSSETTO;
CARREIRO; REIS, 2015) ou por partidos políticos
(PRADO, 2013).
No primeiro caso, Raminelli, Rodegheri
e Oliveira (2014) analisaram a página do
Gabinete Digital do Poder Executivo do Rio
Grande do Sul e a interação que esta mantinha
com seus seguidores (como a participação
expressa na forma de curtidas, comentários
e compartilhamentos). Por meio do método
de abordagem dedutivo e do método de
procedimento de estudo de caso, após análise das
postagens, os autores concluíram que apesar de
inovadora, a iniciativa estatal ainda peca por não
apresentar um comportamento governamental
adequado para estes tipos de página, sendo
necessário além de criar a página, “interagir,
adicionar conteúdos, [e] incentivar a discussão”
(RAMINELLI; RODEGHERI; OLIVEIRA, 2014,
p.262).
Na linha de estudos sobre o uso que o
legislativo faz da rede social Aleixo (2014) analisa
por meio de uma abordagem netnográca os
usos de elementos pessoais nas páginas de 14
vereadores da cidade de Itupeva, interior de
São Paulo, no Facebook. A autora vericou as
vinte postagens mais recentes de cada perl
uma a partir de três elementos: freqüência de
atualização das páginas, interações obtidas
(curtidas, comentários e compartilhamentos) e
conteúdo abordado. Em sua análise Aleixo (2014)
procurou descrever em que medida elementos
pessoais estão inseridos nas atualizações a partir
da variável conteúdo. Para a autora mesmo
que não haja evidências sobre o impacto destes
elementos nos ganhos em termos de interação e
engajamento, “pode-se pressupor que o elemento
pessoal não é algo necessariamente dissociável
da vida pública” (ALEIXO, 2014, p.16).
Rúas Araújo e Dapena González (2011)
analisaram a presença e uso do Facebook
por membros do Parlamento de Galiza.
Por meio de uma pesquisa quantitativa, de
caráter exploratório e longitudinal, os autores
mapearam as contas do Facebook de 75
parlamentares por um período de cinco meses,
e acompanhamento diário da atividade de rede
de deputados, observando as diferentes variáveis
e possibilidades proporcionadas na utilização
desta rede social. Os resultados mostram que
a evolução no uso do Facebook é maior na
sociedade do que no Congresso parlamentar
dos Deputados e do Parlamento da Galiza e
que, embora nos representantes galegos tenha
sido observada maior presença do que em anos
anteriores, apenas um terço deles registrou
alguma atividade.
Com vistas a compreensão do marketing
político 2.0 Túñez e Sixto (2011) mapearam
350 deputados do Congresso da Espanha no
Facebook, com o objetivo de vericar a presença
e tipologia, atualização, conteúdo, recursos
utilizados e tipo de informações divulgadas. Para
os autores a comunicação política em ambientes
pessoais, tais como redes sociais requer dos
agentes políticos uma mudança da abordagem
participativa à ação para participar; isto é,
comprometer-se a realizar a interação 2.0 que a
rede exige.
Quanto aos trabalhos que investigam o uso
do Facebook em campanhas eleitorais Massuchin
e Tavares (2015) analisaram as estratégias
utilizadas pelos três principais candidatos à
presidência do Brasil nas eleições de 2014 –
Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves – no
Facebook. A partir de observações quanto aos
modelos de estratégias tradicionais e digitais,
no emprego da análise de conteúdo, os autores
monitoraram 90 dias do primeiro turno da
campanha eleitoral, com análise de uma amostra
de 803 postagens. Os resultados indicaram que
há na rede social uma predominânia de estratégia
de mobilização (online e ofine), mesclada com a
promoção de agenda.
Aggio e Reis (2013), por sua vez,
analisaram o papel estratégico atribuído ao
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Ronaldo Ferreira Araújo, Crispulo Travieso-Rodriguez e Sarah Rúbia de Oliveira Santos
Facebook por partidos e candidatos em disputa
eleitoral, tendo como análise empírica, a
presença, no Facebook, dos candidatos eleitos a
prefeito em três capitais brasileiras nas eleições
de 2012: São Paulo, Salvador e Manaus. Os
autores procuraram entender como se deu a
atuação das campanhas nesta rede e para eles os
resultados demonstram que o Facebook cumpriu
um papel central e integrador nas estratégias de
comunicação online das campanhas analisadas.
Carlisle e Patton (2013) debateram o engajamento
político no Facebook e examinaram a atividade
política dos usuários desta rede social durante
as eleições pesidenciais amaricanas de 2008
e a eleição geral. Os autores vericaram um
engajamento limitado, mas com ações individuais
expressivas indicando, por exemplo, discussão
política, atualizações de status políticos, anúncios
de intenção de voto e suporte a candidatos.
Em seu estudo Bachini et al. (2013)
analisam as campanhas online realizadas pelos
quatro principais candidatos à prefeitura de São
Paulo, em suas respectivas páginas públicas
do Facebook nas eleições de 2012. Segundo
os autores, embora esta rede social tenha
possibilitado aos eleitores se manifestarem
a respeito dos problemas da cidade e se
organizarem em prol das candidaturas neste
pleito, nas cibercampanhas pelo Facebook
prevalece ainda à lógica unidirecional de
comunicação das campanhas tradicionais.
Nos últimos estudos temos exemplos
de análises voltada ao uso do Facebook para
ns políticos pelos cidadãos ou por partidos
políticos. Ao analisarem o potencial de expressão
política do cidadão no Facebook e compreender
de que forma os cidadãos discutem a respeito
de um assunto de interesse público Rossetto,
Carreiro e Reis (2015) apresentam uma análise
de 539 postagens em murais dos usuários
acerca do tema crise da água. Os autores partem
do pressuposto teórico da importância da
conversação civil e dos espaços informais de
discussão e expressão política para a democracia
contemporânea, concebendo, a partir disso, a
dinâmica proporcionada pelas redes digitais
como formadora de vontades e interesse
políticos latentes entre as mais diversas formas
de interação. No geral, os resultados apontam
para predominância de posts compartilhados
sem conteúdo próprio – destes, maioria de
links de mídia alternativa – e, das mensagens
com texto próprio, uso constante de recursos
argumentativos.
Por m, a pesquisa de Prado (2013)
procurou analisar e perceber o que os partidos
políticos portugueses comunicam pelas suas
páginas ociais e nacionais no Facebook.
Segundo o autor dos seis partidos políticos
portugueses com assento parlamentar nem todos
tinham páginas ociais e nacionais na rede social,
e aqueles que possuíam não utilizam de forma
plena as potencialidades da ferramenta no que
tange à comunicação direta, imediata e interativa.
Na maioria dos estudos mencionados,
sejam com abrangência nacional, ou municipal,
os autores, mesmo reforçando a importância do
Facebook para a interação como concretização
do ideal participativo, privilegiam na análise o
comportamento do candidato ou do parlamentar,
ou seja, as estratégias de campanha no que se
refere à comunicação política, caracterizando
número de curtidas na páginas no período
analisado; e distribuição de suas postagens
por frequência de publicação, por tipo (links,
imagens, vídeos) e por categorias (contextos ou
assuntos das postagens).
O presente trabalho busca uma melhor
compreensão dos efeitos dessa comunicação
política, principalmente na caracterização do
que ela gera de participação política, ou seja, o
que mobiliza e engaja, explorando as narrativas
dos eleitores e cidadãos, descentralizando a
analise para trilhar uma espécie de abordagem
que favorecesse compreender as “condições
de interação” (PRIMO, 2007) no âmbito da
participação política e para tanto, qualicar os
contextos e aspectos dessa interação.
3 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo propositivo que
busca atender à necessária tarefa de se pensar as
condições de interação entre agentes políticos e
cidadãos por meio da análise da conversação com
atenção especial à participação política expressa
nas narrativas de engajamento cívico. Para tanto
o trabalho segue a orientação de Araújo e Steimer
(2016) para análise e organização da informação
de dados provinientes de monitoramento de
mídias sociais e a proposta segue as garantias
(literária; organizacional; do usuário; e cultural)
no planejamento de classicação.
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Comunicação e participação política no facebook
A abordagem teórico-metodológica
utilizada para ordenação e sistematização
dos comentários presentes no esquema
de classicação proposto, foi a Teoria
Fundamentada (TF) nos próprios dados –
também conhecida como Teoria Fundada, ou
Grounded Theory (GLASER; HOLTON, 2004;
FRAGOSO; RECUERO; AMARAL, 2012).
No âmbito da TF as categorias foram
criadas por meio da comparação entre os
conteúdos e conceitos, e possuem um caráter mais
generalizante, em que abrangem subcategorias.
Categoprias e subcategorias foram denidas por
processos de codicação: (a) codicação aberta
diz respeito ao início da análise, em que se foca
na “identicação, descrição e categorização
do fenômeno encontrado em campo”; (b)
codicação axial, quando começamos a observar
relacionamentos, semelhanças e diferenças nas
categorias identicadas no passo anterior; e (c)
codicação seletiva, momento em que a partir
das observações feitas, podemos integrar as
categorias encontradas em uma categoria central
(FRAGOSO; RECUERO; AMARAL, 2012).
Ao coletar os comentários e proceder para
a análise, observamos quais tipos de comentários
se repetiam e fomos agrupando-os para termos
noção do que aquele conjunto representava. A
presente pesquisa não teve a intenção de analisar
todas as conversas online que foram postadas nas
páginas dos parlamentares no período estudado.
Como critério metodológico e para garantir
a diversidade de conversações, reuniu-se, por
meio de uma amostra randômica os comentários
em cada um dos pers políticos, o que foi feito
também para ns de viabilidade do estudo.
Inicialmente foram consideradas postagens que
obtiveram maior número de comentários, e da
maior para a menor (quando necessário) extraiu-
se entre os primeiros 10 a 15 comentários de cada
postagem até concluir (n=50) por parlamentar.
De acordo com Valera-Ordaz (2012) a análise
dos primeiros comentários é mais propensa a
satisfazer as diferentes condições regulamentares
da participação política, bem como ao modelo
de democracia deliberativa. Em seu estudo, para
constituição de seu corpus de análise, a autora
também considerou os primeiros 15 comentários.
Ao todo foram analisados um total de 450
comentários de participação política postados
em páginas ociais de parlamentares da região
nordeste do Brasil. A região nordeste conta com
151 deputados (CAMARA DOS DEPUTADOS,
2014), foram considerados para a análise os
09 (5,96%), sendo um de cada estado, tendo
como critério de escolha a página com maior
numero de curtidas no período da coleta dos
dados entre 29 de março de 2015 a 30 de abril
de 2015, conforme Quadro 1, que indica nome
do Parlamentar, estado (UF), partido ao qual é
liado, o link de sua página ocial no Facebook e
o número de curtidas.
Quadro 1 - Fanpage dos Parlamentares considerados para análise
Parlamentar UF Partido Endereço da Página Ocial Curtidas
João Henrique Caldas AL PSB www.facebook.com/jhc/ 48.049
Antônio Imbassahy BA PSDB www.facebook.com/antonio.imbassahy 213.144
José Guimarães CE PT www.facebook.com/DeputadoJoseGuimaraes 57.454
Juscelino Filho MA DEM www.facebook.com/DepJuscelinoFilho 13.621
Manoel Júnior PB PMDB www.facebook.com/ManoelJuniorOcial 33.473
Augusto Coutinho PE SD www.facebook.com/augusto.coutinho 45.388
Júlio César PI PSD www.facebook.com/depfederaljuliocesar/ 11.494
Fábio Faria RN PSD www.facebook.com/fabiofaria5555 59.377
Laércio Oliveira SE SD www.facebook.com/deputadolaerciooliveira 98.398
Fonte: Dados da pesquisa.
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Ronaldo Ferreira Araújo, Crispulo Travieso-Rodriguez e Sarah Rúbia de Oliveira Santos
A pesquisa levou em consideração o
critério da diversidade das conversações para
constituição do corpus (Valera-ORDAZ, 2012).
Tal diversidade prevaleceu sobre as conversações
sobre o número de comentários, uma vez que
se considerou postagens com estratégias de
comunicação política distintas que abordavam
temas e assuntos variados. E em uma mesma
postagem foram coletados comentários com
diferentes tipos de manifestação.
4 ESQUEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE
CONTEÚDO DE PARTICIPAÇÃO
POLÍTICA NO FACEBOOK
O esquema proposto é composto por 5
categorias e 14 subcategorias, cujas as indicações,
descrições e denições podem ser visualizadas
no Quadro 2. Cada domínio primário foi dividido
em uma série de subcategorias com base em suas
características. Uma vez que não há limitação de
caracteres sendo possível postar textos extensos e
tendo em vista a própria dinâmica da linguagem
bem como da multiplicidade da conversação em
rede, alguns comentários podem ser classicados
em duas ou mais categorias ou subcategorias.
Quadro 2 - Esquema de classicação de conteúdo de participação política no Facebook
Categorias/subcategorias Denição
Accountability discursivo
1. Avaliação Julgamentos, críticas e avaliações relacionadas a atuação e posicionamentos
do parlamentar.
2. Demanda Solicitações, demandas ou cobranças.
3. Questionamento Perguntas realizadas pelo cidadão acerca da atuação do deputado.
Adesão
1. Agradecimento Expressões de gratidão a algo ou alguém.
2. Congratulante Felicitações ao deputado, a sua ação parlamentar e/ou a terceiros.
3. Saudações Saudações e cumprimentos. (ex. “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite” etc.)
4. Cunho religioso
Narrativas de caráter religioso de cunho apreciativo ou pejorativo. (Podem ser
percebidas por meio de expressões como “Deus abençoe”, “amém”, “Oxalá”,
etc.)
Posicionamento
1. Aprovação Expressam concordância e/ou apoio.
2. Crítica a terceiros Críticas direcionadas a indivíduos, grupos e/ou instituições.
3. Opinião Conteúdo reexivo. Apresenta o ponto de vista e a posição do cidadão.
Informativo
1. Informativo Mensagens que possuem conteúdo que busca informar sobre algo. Pode ser
feita com indicação de fontes e links.
Outros
1. Comentários em branco Mensagens sem conteúdo textual com indicativo apenas da presença do
usuário entre os “comentaristas”, mas sem texto.
2. Autopromoção Conteúdo com intuito de promover a si, amigo próximo ou familiar.
3. Indenido Que não se enquadra em nenhuma das anteriores.
Fonte: Dados da pesquisa.
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Comunicação e participação política no facebook
A categoria ‘Accountability discursivo’ é
um indicativo de participação política que coloca
o cidadão como cobrador, avaliador e/ou crítico
quando se trata da atuação durante o mandato de
determinado agente político, que por sua vez está
na condição de prestar conta do que faz e como
atua (MENDONÇA, 2008; MENDONÇA, CAL,
2012) tendo suas pretensões de representação
permanentemente testadas por meio do
debate público (SAWARD, 2010) e contínuo de
comunicação dialógica e responsiva (DRYZEK;
NIEMEYER, 2008; MAIA, 2012).
Quadro 3 – Mensagens na categoria Accountability discursivo
Categoria N (%) Exemplo
Accountability discursivo 116 25,8
1. Avaliação 73 62,9
John Damasceno VC é a favor do
trabalho escravo deputado? Ao invés de
VC ajudar às pessoas a se libertar, VC
é a favor de pagar 4 trabalhadores no
terceirizado, ao invés de pagar um só. Reveja seu voto!
2. Demanda 45 38,8 Não À Terceirização Sem Limite Não ao PL 4330/2004
Projeto de Lei 4330/2004!!
3. Questionamento 21 18,1 VC VOTOU CONTRA O VOTO FACULTATIVO?
Fonte: dados da pesquisa.
Em sua análise do sentimento de ecácia
e cinismo em conversações no Facebook, Valera
(2013) aponta que os cidadãos criam uma
desconança com os partidos que possuem maior
força política, principalmente quando o país está
passando por um período de instabilidade. Isto
se evidencia, também, em nosso estudo. Devido
a diversos escândalos de corrupção envolvendo
partidos como o Partido dos Trabalhadores (PT)
e o Partido Social Democrata Brasileiro (PSDB),
os comentários traduzem o momento, possuindo
caráter agressivo, de descrédito e, muitas vezes,
de desabafo.
Essa categoria reuniu mensagens bem
enérgicas, principalmente em situações em que
o eleitor na condição de avaliador do agente
político se decepciona com determinada atitude
do parlamentar, gerando falas ofensivas ou de
descrédito, como nas mensagens a seguir:
Figura 1 – Exemplos de mensagens na categoria
Accountability discursivo
Fonte: Dados da pesquisa.
286 Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.2, p. 279-290, maio/ago. 2017
Ronaldo Ferreira Araújo, Crispulo Travieso-Rodriguez e Sarah Rúbia de Oliveira Santos
A categoria ‘Adesão’ agrupa mensagens
cuja a participação política indica na maioria
dos casos uma relação positiva com o agente
político inclusive com certa pessoalidade com
narrativas de trato social, de assentimento, de
cooperação. Trata-se de uma mobilização de
aderência à estratégia de comunicação política
utilizada e pode ser percebida na forma de
cumprimentos, agradecimentos, saudações,
dentre outros.
Quadro 4 – Mensagens na categoria Adesão
Categoria N (%) Exemplo
Adesão 98 21,8
1. Agradecimento 11 11,2 Deputado, obrigado por ter
nos recebido e pelo apoio!!
2. Congratulante 45 38,8 Parabéns jornalista!!
3. Saudações 63 64,3 Bom dia
4. Cunho religioso 21 18,1 A paz de Jesus esteja com
todos.?
Fonte: Dados da pesquisa.
De acordo com Recuero (2013) para
que a conversação ocorra de forma coerente e
organizada os atores participantes precisam
respeitar e negociar certas normas, as
quais constroem a polidez, que por sua
vez consiste em um elemento ritualístico
dentro da conversação que visa preservar a
cooperação nas interações e evitar o conito.
Trata-se dos “aspectos do discurso que são
regidos por regras cuja função é preservar o
caráter harmonioso da relação interpessoal”
(KERBRAT-ORECCHIONI, 2006, p.77 apud
RECUERO, 2013). Tais características são bem
presentes na categoria adesão cujas mensagens
costumam ser curtas e objetivas e seguem o
protocolo formal da conversação em rede sem
muito prolongamento das falas:
Figura 2 – Exemplos de mensagens na categoria
Adesão
Fonte: Dados da pesquisa.
A categoria ‘Posicionamento’, por sua
vez, agrupa narrativas de participação política
que indicam na estrutura social, variáveis que
permitiram prever que um lado foi escolhido,
pode ser de simpatia ou antipatia em relação à
comunicação política do agente político.
Quadro 5 – Mensagens na categoria
Posicionamento
Categoria N (%) Exemplo
Posicionamento 204 45,3
1. Aprovação 147 72,1
Merece meu voto e o
voto dos cearenses! Me
sinto orgulhosa de você,
deputado!
2. Crítica a terceiros 59 28,9
Concordo deputado,
PSDB e DEM nunca
tiveram compromisso
com o Pais, e baixaria
é inevitável, por que os
rebaixados estão ai, o povo
elege ele para um papel,
e eles se presta outro, a
defender interesse de seus
grupos que nanciaram
suas campanhas, e o povo
que se Dane
3. Opinião 63 64,3
Se faz necessário não
só adiar mas também
impedir que as atividades
m no serviço público
seja terceirizada
Fonte: Dados da pesquisa.
Análogo ao estudo de Valera-Ordaz (2012,
p. 327), em que 69% dos comentários analisados
não exibem nenhum tipo de intenção em gerar
287
Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.2, p. 279-290, maio/ago. 2017
Comunicação e participação política no facebook
uma discussão, apresentando apenas preferências
pessoais, mostras de apoio ao agente político e
manifestações ideológicas imprecisas e gerais,
observamos que 45,8% dos comentários aqui
analisados se dão na forma de Posicionamento,
isto é, mensagens de aprovação, crítica a terceiros
e opinião. Porém, aqui, essas mostras de opinião
e críticas geram conversação, não entre agente
político e cidadão, mas entre os cidadãos.
Figura 3 – Conversação entre os usuários
Fonte: Dados da pesquisa.
Os comentários no Facebook são
percebidos como práticas mais evidentes do
diálogo e não apenas sinalizam a participação,
como o curtir ou compartilhar. Ao comentar
o usuário traz uma contribuição para a
conversação, expressa como participação
mais efetiva, demandando um maior esforço
e acontecendo quando se tem algo a dizer
sobre o assunto (RECUERO, 2014) e se
posicionar sobre ele. Mensagens que sinalizam
as escolhas os usuários, seja de aprovação
e apoio, de crítica a terceiros, bem como de
conteúdos opinativos estão representadas
nesta categoria:
Figura 4 – Exemplos de mensagens na categoria
Posicionamento
Fonte: Dados da pesquisa.
A categoria ‘Informativo’ reúne
comentários nos quais os usuários trazem junto
com suas narrativas algum conhecimento prévio
ou momentâneo do que é discutido, o que pode
ser feito com auxílio de fontes terceiras no uso de
links externos ou não.
Quadro 6 – Mensagens na categoria
Posicionamento
Categoria N (%) Exemplo
Informativo 16 3,6
1. Informativo 16 100
Idealizada pelo grande
pedro segundense
Deputado Milton
Brandão.
Fonte: Dados da pesquisa.
As mensagens de caráter informativo
podem ser feitas de forma direta ou indireta,
em ambos os casos apresentando a intenção
de fornecer a informação de um fato, não
necessariamente emitindo juízos ou reexões.
Elas indicam que as publicações podem partir do
compartilhamento de outras fontes de informação
ou como uma forma de complementação dos
outros tipos de publicações.
Figura 5 – Exemplos de mensagens na categoria
Informativo
Fonte: Dados da pesquisa.
Por m, na categoria ‘Outros’ estão
agrupadas mensagens que não se encaixam nas
categorias e subcategorias listadas anteriormente
ou mesmo comentários peculiares ou especícos
que não se repetiram ao longo da análise.
Categorias como essa são necessárias pois a
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Ronaldo Ferreira Araújo, Crispulo Travieso-Rodriguez e Sarah Rúbia de Oliveira Santos
comunicação que ocorre em murais do Facebook
é caracterizada como sendo tipo assíncrona.
Por serem abertas os usuários podem postar
comentários ao longo de vários dias após
a publicação, o que pode gerar conversas
intermináveis, comentários problemáticos
(VALERA-ORDAZ, 2012) ou mesmo
indetermináveis, dicultando sua categorização.
Quadro 7 – Mensagens na categoria Outros
Categoria N (%) Exemplo
Outros 16 3,6
1. Comentários em
branco 5 31,3
2. Autopromoção 1 6,3
Convidos todos a para
visitar a página de minha
mãe (Dueto Atelier)! e
curtirem por favor...de já
agradeço!!!
https://www.facebook.
com /pages/Dueto
Atelier/ 70369876
3006451?fref=ts
3. Indenido 10 62,5
Minha mãe nédina ela
diz . Meu lho branco se
emociona
Fonte: Dados da pesquisa.
Figura 6 – Exemplos de mensagens na categoria
Outros
Fonte: Dados da pesquisa.
De acordo com Valera-Ordaz (2012)
nem todos os comentários costumam estar de
acordo com o assunto publicado pelo dono do
perl, ao longo da conversação, as negociações
passam a ter todos os tipos de derivações
remotas a partir do tópico original da postagem,
e por vezes encontra-se comentários dispersos e
inconsistentes.
6 CONCLUSÃO
Pesquisas sobre monitoramento e métricas
em mídias sociais que consideram o critério
de visibilidade estimam o público alcançado
tendo em vista o número de seguidores das
contas analisadas. Esse tipo de critério é
pouco qualitativo e mesmo que somado ao
comportamento dos agentes políticos quanto à
frequência e o volume de postagens, abrangência
temática e de assuntos, bem como ao tipo de
discurso, tende a mascarar a performance do
candidato.
Além do que abordagens assim não
são sucientes para responder a questões que
indicam o engajamento cívico e mediação
informacional na participação política, como:
quantas pessoas se envolveram no debate
proposto (iniciando ou participando de um
existente)? Quantas vozes se zeram ouvir e
foram respondidas? O que atrai o envolvimento
em discussões? Sobre o que se quer saber quando
pergunta?
O artigo procurou contribuir com esses
aspectos com a proposição de um esquema
de classicação de conteúdo de participação
política desenvolvido por meio do aporte
teórico-metodológico da Teoria Fundada a
partir em comentários de páginas ociais de
parlamentares.
A participação dos usuários em termos
de comentários ocorre principalmente na forma
de ‘Posicionamento’ (45,3%) e ‘Accountability
discursivo’ (25,8%). No primeiro caso os usuários
expressam sua simpatia ou antipatia em relação
à comunicação política do agente, no segundo
caso eles cobram, avaliam e críticam a atuação do
parlamentar.
O esquema é composto por cinco
categorias amplas e que oferece a opção de
renar a classicação de conteúdo em uma
das 14 subcategorias. Uma vez que foi criado
levando em considerações os comentários
postados em páginas de nove parlamentares,
outros estudos precisam ser elaborados para
testar e validar o esquema, inclusive para ver se
ele se aplica em outros contextos de participação
política.
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Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.2, p. 279-290, maio/ago. 2017
Comunicação e participação política no facebook
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Artigo recebido em 24/03/2017 e aceito para publicação em 19/06/2017
POLITICAL COMMUNICATION AND INTERACTION ON FACEBOOK:
a study of comments posted on Brazilian representatives’ pages
ABSTRACT: Due to their relational and collaborative features and options, social networks as Facebook provide new
spaces for political communication and interaction, especially referred to information exchange. This
study presents a content categorization for political participation, based on the comments posted on
Brazilian representatives. A total of 450 comments on nine north-eastern politicians’ official profiles
were analysed. The proposed scheme is composed by five categories and 14 subcategories created by
a methodological application of the Grounded Theory, according to the literal, organizational, by-user
and cultural levels used in the classification planning for social networks monitoring projects.
Keywords: Political communication; political interaction; Facebook; contents analysis; Brazilian politicians.
290 Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.2, p. 279-290, maio/ago. 2017
Ronaldo Ferreira Araújo, Crispulo Travieso-Rodriguez e Sarah Rúbia de Oliveira Santos
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... Apesar de algoritmos permitirem a identificação do nível de receptividade de determinados conteúdos postados, ainda não permitem uma compreensão aprofundada dessa relação entre usuária(o) e tema discutido. Por proporcionar espaços colaborativos e mecanismos de participação, inclusive política, as redes sociais servem como termômetros para estudos sociais, políticos e psicológicos (Araújo, Travieso-Rodríguez, & Santos, 2017). Diante do exposto, o objetivo geral deste estudo foi analisar os comentários nas postagens do CFP publicadas no Facebook alusivas à campanha "16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres". ...
Article
Full-text available
Resumo: Este estudo, de caráter qualitativo e exploratório, busca analisar os comentários nas postagens do Conselho Federal de Psicologia alusivas à campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, publicada no Facebook em 2020. Por meio da abordagem indutiva da análise temática, identificaram-se três eixos temáticos: a) tangenciamento da pauta sobre direitos das mulheres; b) despolitização do Conselho Federal de Psicologia; e c) formação profissional. No primeiro tema, discute-se a reação negativa à campanha, vista como tentativa de perpetuar a estrutura social patriarcal, incentivando a cultura do estupro e a marginalização dos direitos das mulheres. No segundo tema, discorre-se sobre como o Conselho é percebido pela categoria profissional, com atribuições voltadas principalmente aos direitos trabalhistas. Por fim, no terceiro tema, são questionados os currículos de formação, seu incentivo à neutralidade nas práticas psi e a qualificação ética que tem sido proporcionada às(aos) profissionais. Entende-se que as repercussões contrastantes à campanha evidenciam a necessidade de consolidar a agenda de direitos das mulheres na Psicologia brasileira, investindo na formação e capacitação profissional para ofertar serviços de qualidade. A presença do Conselho Federal de Psicologia nesse processo, posicionando-se e promovendo discussões, potencializa as diretrizes, resoluções e materiais fornecidos sobre o tema.
... Obviamente, esse processo é mais visível nos perfis pessoais dos políticos, tais como parlamentares ou ministros. No Brasil, boa parte dos estudos sobre política e redes sociais tematizam, exatamente, a relação dos parlamentares e/ou candidatos a cargos públicos com os usuários dessas plataformas (Almeida 2017;Amaral 2016;Araújo, Travieso-Rodríguez & Santos 2017;Barros, Bernardes & Rodrigues 2015;Braga 2013;Braga & Cruz 2012;Contreiras 2012;Miola et al., 2018;Tavares 2014;Tavares & Quiroga 2015). Em relação ao uso das redes nas eleições, por exemplo, destacam que o Facebook se tornou a ferramenta preferida dos candidatos aos cargos majoritários nos últimos pleitos brasileiros, enquanto websites e outras redes como o Twitter tiveram um decréscimo nas estratégias eleitorais. ...
Article
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Introduction In a context of intensification of interactivity, hyperconnectivity and mobility, and expansion of the possibilities of digital contact between legislative institutions and citizens, this study compares how the four legislative assemblies of the Southeast region of Brazil use the institutional profiles created on Facebook. The objective is to understand how the process of public engagement, as conceptualized by Leston-Bandeira (2014), is being carried out by the legislative houses on this platform. Materials and Methods The recollection of empirical data on the profiles of the legislative assemblies of São Paulo (ALESP), Minas Gerais (ALMG), Rio de Janeiro (ALERJ) and Espírito Santo (ALES) was held between August 2018 and October 2019. The following techniques were applied: 1) in-depth interviews with the managers of digital communication of the houses and 2) comparative analysis of publications and comments on Facebook in the period between August 2018 and January 2019. Profile data were collected through the Netvizz application and later analyzed in Excel. The interviews were conducted between August and December 2018 and in October 2019 in person or via Skype / WhatsApp video. Results Comparative data reveal that the @assembleiademinas profile made more intense use of Facebook in the period analyzed, despite having fewer followers than the profiles of ALERJ and ALESP. In addition to posting more, ALMG’s profile achieved more interactions with citizens, especially through reactions to some posts made in October and December 2018. Of the four assemblies analyzed, ALES’ profile had the lowest quantitative reach, in number of users who interact, both in reactions and comments. ALMG has the profile that received most reactions per post, while ALESP received more comments per post in the period. Discussion The most general conclusion is that the four legislative houses analyzed fail to monitor the contributions of internet users and promote a more dialogical interaction with them, focusing on the levels of information, understanding and identification of the process of public engagement. There is, therefore, a difficulty in including aspects of participation and intervention in political decision-making in the dynamics of social media. To a last extent, by not taking advantage of the dialogical potential of networks, legislative assemblies waste opportunities for engagement with the citizen and intensify their distance from society. KEYWORDS: Legislatures; Legislative Assemblies; Facebook; Social Media; Public Engagement
Article
Em entrevista em 2004, Andreas Huyssen defende que a ascensão de uma “cultura de memória” na década de 1980 está atrelada a uma multiplicidade de fatores. A narrativa midiática esmaece a distinção entre passado e futuro, reforçando a ideia de presente, fortalecendo uma certa nostalgia de um passado idealizado. Assim, “a função social do historiador exige que nos voltemos para uma variedade de espaços públicos nos quais a memória histórica tem desempenhado papel importante.” As associações de historiadores na esteira dessas mudanças, propõem, constroem e permeiam diversos formatos/espaços para a divulgação do conhecimento histórico. Compartilhando não apenas pesquisas acadêmicas, mas (re)dimensionando narrativas, questões e fatos históricos em novas roupagens que são traduzidas aos novíssimos ambientes digitais. Nesse contexto, a proposta texto é apresentar as análises feitas sobre as redes sociais de algumas associações latino-americanas de História. Objetiva-se compreender de forma preliminar quais redes sociais são utilizadas e como, dimensionando assim possíveis hipóteses e relações dessas nos diversos países latino-americanos com os usos da História nesses ambientes e a construção de uma imagem do investigador em História nas redes sociais.
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As instituições públicas vêm utilizando as mídias sociais digitais como plataforma de comunicação e relacionamento com o público. Este artigo busca compreender como o monitoramento dessas mídias pode contribuir para a construção de uma imagem institucional pública. A metodologia utilizada é a revisão de literatura, com busca na base de dados Scopus. Os resultados permitiram identificar que o monitoramento das redes sociais são parte essencial no planejamento de marketing institucional e que as informações coletadas podem ser utilizadas no processo de inteligência competitiva como referência para a construção de uma imagem organizacional positiva.
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O objetivo do trabalho foi identificar se houve mudança estatisticamente significante na quantidade de filiados em partidos políticos, sua escolaridade e idade após os escândalos políticos ocorridos em 2005 (Mensalão) e 2014 (Operação Lava Jato). Como metodologia foi analisada a base de dados de filiações do TSE e, a classificação dos partidos políticos da [ABCP] para a segregação por vertentes partidárias. Foi realizada a decomposição das séries temporais utilizado o software RStudio®. Os dados foram tratados como séries temporais de ciclos quadrienais. Com vistas a testar os dados com base em métodos supervisionados, foi efetuada a análise de autorregressão com médias móveis para modelos sazonais (SARIMA) para as séries temporais. Foram inseridas duas variáveis binárias, cada uma para referenciar temporalmente os eventos mencionados. Tal procedimento teve o intuito de verificar a significância estatística de sua inclusão como coeficientes dos modelos gerados. Analisando-se as séries temporais observa-se que o comportamento das novas filiações partidárias no Brasil a partir da redemocratização segue um padrão sazonal (esperado) de 4 anos. Os fatores de idade e níveis de escolaridade não apresentaram mudanças significativas. No entanto, verificou-se que as novas filiações migraram de partidos tradicionais para novos partidos, reduzindo o poder de partidos tradicionais, e que a esquerda, quando a segregação de partidos é feita em 5 vertentes, mostra pouca expressividade quantitativa. Em relação entre mobilização popular e filiação partidária, os resultados obtidos sugerem que tal relação inexiste e que o ritmo e o perfil dos novos filiados se mantêm os mesmos das últimas décadas.
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Resumo: Este artigo busca compreender os discursos de parlamentares brasileiras sobre mulheres e relações de gênero em pronunciamentos na Câmara dos Deputados e em suas mídias sociais pessoais. O objetivo é desvelar quais temas, reivindicações, símbolos e termos são enunciados por representantes mulheres localizadas em pontos diferentes do espectro político. Para tanto, a pesquisa se debruça sobre 344 posts de Instagram, 57.309 tuítes e 444 trechos de discursos das deputadas federais Gleisi Hoffmann (PT), Jandira Feghali (PCdoB), Bia Kicis (PL) e Carla Zambelli (PL) que datam de março e maio de 2019, 2020 e 2021. A partir da análise do discurso crítica e da análise léxica automatizada, os resultados apontam a baixa tematização de discussões sobre gênero no corpus e uma atuação discursiva próxima às pautas gerais de seus partidos, divididos entre oposição e base governista.
Article
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Introdução: A pandemia de Covid-19 levantou novas discussões na sociedade e, em especial, no setor de saúde. No Brasil, um dos grandes debates foi sobre o tratamento precoce com medicamentos como hidroxicloroquina, que mesmo não sendo recomendado por autoridades sanitárias, foi defendido por autoridades políticas e por parcela da população. Indaga-se então sobre o que influencia alguém a acreditar em defesas sem fundamento científico. Objetivo: Acerca disso, analisamoso conteúdo de comentários em uma publicação sobre estudo acerca da hidroxicloroquina, presente em um veículo de mídia de Minas Gerais. Como objetivos específicos elencamos: Entender o que é considerado tratamento precoce; discutir brevemente o contexto da pós-verdade e conceitos como rumores, Misinformation, Desinformatione autoridade cognitiva. Método: Adotamos como metodologia a pesquisa exploratório-descritiva e a abordagem quali-quantitativa. Como coleta de dados, optamos pela pesquisa bibliográfica e extração de dados dos comentários, utilizando a análise de conteúdo. Resultados: Os resultados indicam uma politização, de caráter partidário, por parte da amostra da população pesquisada para o tratamento da Covid e a própria pandemia; corroborando com pensamentos que vão contra as recomendações sanitárias. Conclusão: O fato da autoridade política, por vezes, gerar uma confiança cega no seu discurso, pode levar ao óbito de cidadãos.
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Os negros – a soma de pretos e pardos – representam a maioria na população brasileira, porém, historicamente, são sub-representados na Câmara dos Deputados. Nesse sentido, o objetivo do trabalho é entender a presença digital dos vinte e um deputados federais autodeclarados pretos na 56ª legislatura (2019-2023) da Câmara dos Deputados brasileira e como ela pode estar relacionada às variáveis sociopolíticas. Coletou-se informações sobre o perfil dessa elite do repositório de dados eleitorais do TSE, assim como a presença no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube desses parlamentares, para construir um índice de presença digital. Os dados quantitativos foram analisados pela técnica de análise de conteúdo. O perfil dessa elite é majoritariamente masculino, com alto grau de escolaridade, mais velho e de políticos profissionais, e o indicador da presença digital dos deputados pretos é de 84%, demonstrando que existe um cuidado em estar presente dentro das redes sociais digitais.
Article
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Por meio de entrevistas em profundidade, o estudo analisa como os conceitos de e -transparência e e-participação são mobilizados pelas equipes que gerenciam os perfis institucionais nas redes sociais das quatro assembleias legislativas da Região Sudeste do Brasil. A partir dos depoimentos dos gestores dos processos de digitalização das casas legislativas, percebe-se que as possibilidades de comunicação abertas nas mí­dias sociais podem contribuir para ampliação e melhoria da relação entre parlamentares e cida dãos. Também são analisadas as dificuldades que as equipes relatam e que servem como alerta para as boas práticas na área.
Article
The study aims to analyse the strategies adopted by the Brazilian Federal Chamber of Deputies during the period 2019–2022 (56th legislature) on social media platforms. The survey with political advisers includes the following platforms: Facebook, Instagram, YouTube, Twitter, WhatsApp, Telegram and LinkedIn. The sample consists of 155 informants, 30.21% of the total of 513 parliamentary offices. The conclusions show that 65% of the offices adopt specific strategies for each type of social media, although there is a wider principle, which is the constitution of multi-networks, in a coordinated and complementary way. Within these strategies, the disclosure regarding the parliamentarian’s own actions and the agenda of their electoral bases is prioritized over institutional legislative activities.
Article
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O texto discute a legitimação ou contestação do direito à fala em um grupo do facebook, criado por ocasião do plebiscito sobre a divisão do Pará. Depois de contextualizar o caso, o grupo sob investigação e a metodologia empregada, o artigo analisa as falas e busca estabelecer alguns paralelos entre os argumentos sobre a legitimidade dos falantes e dois corpos de literatura: (1) a discussão sobre a tendência de formação, na internet, de comunidades like-minded; e (2) os debates atuais em torno do conceito de representação política.
Book
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Ciberpolítica é o tema deste e-book, produzido sob supervisão da Editora da Universidade Federal da Bahia (Edufba) para a “Coleção Cibercultura/Lab404”. O objetivo do livro é apresentar, de forma introdutória, alguns dos conceitos e casos mais relevantes de uso político da comunicação digital. Dentre os temas discutidos estão: • Internet e participação; • Internet e transparência; • Internet e governo eletrônico; • Internet, política e exclusão digital; • Internet, política e individualização; • Internet e personalização da política; • Internet e eleições. Download gratuito em: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/19351 Salvador: EDUFBA, 2016, 61 p. Coleção Cibercultura. LAB404 ISBN 978-85-232-1485-2
Article
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Este artigo busca demonstrar a diversidade de interagentes com quem um mesmo blogueiro interage e os diferentes relacionamentos mantidos. Pelo procedimento metodológico qualitativo utilizado (Primo 2006) na investigação empírica do blog Martelada, procura-se discutir as dicotomias ego/alter e laços fracos/laços fortes. A pesquisa visa observar não o aspecto de conteúdo, o que é dito, ou meramente as questões tecnológicas envolvidas, mas sim o aspecto relacional das interações. Palavras-chave: Interação mediada por computador; análise de redes sociais; blog; conversação. ABSTRACT This article aims to show the diversity of interagents with whom any given blogger interacts and the different relationships that are established in this context. Through qualitative methodological procedures used in the empirical investigation of the blog Martelada (Primo 2006), we try to discuss the ego/alter and the strong bonds/weak bonds dichotomies. This piece of research aims to analyse not what is said – the content – or purely technological questions involved, but to focus on the relational aspect of these interactions. Keywords: Computer-mediated interaction; analysis of social networks; blog; conversation.
Article
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En una sociedad avanzada tecnológica y sociológicamente las organizaciones que no utilicen los nuevos soportes y técnicas de la comunicación cibernética están previsiblemente abocadas al fracaso. En esta esfera virtual las redes sociales se erigen como un recurso y canal adecuado para la implementación del marketing político 2.0, creando un escenario donde es posible la interacción con los usuarios. Desde esta perspectiva, hemos realizado un seguimiento de los 350 diputados del Congreso de España en Facebook, la red social de mayor audiencia del país, con el objetivo de constatar las presencias y su tipología, frecuencias de actualización, contenidos, recursos utilizados y tipo de información difundida. También se estudia la interactividad del emisor en lo que conceptuamos como Compromiso 2.0: la comunicación política en entornos personales como las redes sociales exige pasar de la actitud participativa a la acción de participar; es decir, comprometerse con la interacción 2.0 como conducta en la red.
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This paper outlines my concerns with Qualitative Data Analysis’ (QDA) numerous remodelings of Grounded Theory (GT) and the subsequent eroding impact. I cite several examples of the erosion and summarize essential elements of classic GT methodology. It is hoped that the article will clarify my concerns with the continuing enthusiasm but misunderstood embrace of GT byQDA methodologists and serve as a preliminary guide to novice researchers who wish to explore the fundamental principles of GT. Key words: grounded theory, qualitative data analysis, constant comparative method, theoretical sensitivity
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Este artigo faz uma análise das estratégias que os três principais candidatos de 2014 – Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves – empregam nas redes sociais, tomando-se como exemplo o Facebook. A análise tem como ponto de partida os modelos de Figueiredo et al. (1998) e Albuquerque (1999) para a observação das estratégias tradicionais e sugere a inclusão de estratégias tipicamente verificadas na internet (Willians e Gulati, 2013; Bor, 2013; Jensen e Dyrby, 2013). Utiliza-se como metodologia a análise de conteúdo quantitativa para monitorar os 90 dias que compõem o primeiro turno da campanha eleitoral no Brasil, sendo a análise feita a partir de uma amostra de 803 postagens. Os resultados indicam que a estratégia de mobilização (online eoffline), mesclada com a promoção de agenda, é o que predomina no Facebook.
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As campanhas eleitorais online vêm, ao menos desde 2004, atuando nos chamados sites de redes sociais ou social media. Facebook, Twitter e MySpace são algumas das plataformas mais populares entre partidos e candidatos em disputa eleitoral e, consequentemente, têm atraído a atenção de pesquisadores da área da comunicação política. Mundialmente mais popular dentre os três sites mencionados, o Facebook ainda possui lacunas a serem exploradas pela pesquisa acadêmica no concernente ao modo como tem sido apropriado pelas campanhas e qual o nível de integração com outros sites de redes sociais. Este artigo busca preencher essa lacuna presente na literatura ao quantificar quão extensiva foi a presença dos candidatos a prefeito em três capitais brasileiras nas eleições de 2012: São Paulo, Salvador e Manaus. Além disso, busca-se entender como se deu a atuação das campanhas nesta rede, se houve adequação dos conteúdos publicados à gramática pré-existente, mas também de que maneira ocorreu a relação com os conteúdos produzidos em outras redes. A partir dessa análise demonstramos que o Facebook cumpriu um papel central e integrador das estratégias de comunicação online das campanhas analisadas.
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This research conceptualizes political engagement in Facebook and examines the political activity of Facebook users during the 2008 presidential primary (T1) and general election (T2). Using a resource model, we test whether factors helpful in understanding offline political participation also explain political participation in Facebook. We consider resources (socioeconomic status [SES]) and political interest and also test whether network size works to increase political activity. We find that individual political activity in Facebook is not as extensive as popular accounts suggest. Moreover, the predictors associated with the resource model and Putnam's theory of social capital do not hold true in Facebook.