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Inovação em Software as a Service: funcionalidades em ferramentas de monitoramento de mídias sociais

Authors:

Abstract and Figures

O presente artigo busca descrever o lançamento de inovação incremental em softwares de monitoramento de mídias sociais. A tática, típica de produtos SaaS (software as a service) vai ao encontro do conceito de beta perpétuo, característico das mídias sociais e web 2.0. Como estudo de caso, trazemos a referência ao lançamento de módulos de análise de redes baseadas em grafos em 4 fornecedoras de serviço: Sysomos, Pulsar, Digimind, V-Tracker.
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INOVAÇÃO EM SOFTWARE AS A SERVICE:
FUNCIONALIDADES EM FERRAMENTAS DE
MONITORAMENTO DE MÍDIAS SOCIAIS
Innovation in Software as a Service: Functionalites in Social Media Monitoring
Tools
Innovación en Software as a Service: funcionalidades en herramientes de
monitoreo de medios sociales
Tarcízio Roberto da Silva
Universidade Metodista de São Paulo - UMESP
eu@tarciziosilva.com.br
Resumo
O presente artigo busca descrever o lançamento de inovação incremental em softwares de
monitoramento de mídias sociais. A tática, típica de produtos SaaS (software as a service) vai
ao encontro do conceito de beta perpétuo, característico das mídias sociais e web 2.0. Como
estudo de caso, trazemos a referência ao lançamento de módulos de análise de redes baseadas
em grafos em 4 fornecedoras de serviço: Sysomos, Pulsar, Digimind e V-Tracker. Propõe-se a
relevância da descrição e visibilidade destes atores organizacionais, sobretudo como atores
condicionantes dos ambientes interacionais online a partir das relações entre inovação e
particularidades da comunicação digital.
Palavras-chave: inovação, software as a service, mídias sociais, monitoramento de mídias
sociais
Abstract
This article aims to describe the launch of incremental innovation in social media monitoring
software. The tactic, typical of SaaS (software as a service) products, is in line with the
concept of perpetual beta, which is characteristic of social media and web 2.0. As a case
study, we bring the reference to the release of network-based analysis modules in four service
providers: Sysomos, Pulsar, Digimind, V-Tracker. It is proposed the relevance of the
description and visibility of these organizational actors, especially as conditioning actors of
interactive online environments through the relation between innovation and particularities of
digital communication.
Key words: innovation, software as a service, social media, social media monitoring
Resumen
El presente artículo busca describir el lanzamiento de innovación incremental en softwares de
monitoreo de medios sociales. La táctica, típica de productos SaaS (software as a service) va
al encuentro del concepto de beta perpetuo, característico de los medios sociales y web 2.0.
Como estudio de caso, traemos la referencia al lanzamiento de módulos de análisis de redes
basadas en grafos en 4 proveedores de servicio: Sysomos, Pulsar, Digimind, V-Tracker. Se
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propone la relevancia de la descripción y visibilidad de estos actores organizacionales, sobre
todo como actores condicionantes de los ambientes interactivos online a partir de las
relaciones entre innovación y particularidades de la comunicación digital.
Palabras clave: Innovación, software as a service, medios sociales, monitoreo de medios
sociales
1 MÍDIAS SOCIAIS, “REDES SOCIAIS” E NOVOS MERCADOS
Ao longo dos últimos 10 anos, plataformas de mídias sociais como Orkut, MySpace,
Facebook e Twitter ganharam destaque como negócios inovadores, gerando amplo debate
sobre seus impactos na economia, política, mídia, comunicação e até aspectos psicossociais.
Hoje, entre os sites mais visitados do mundo ocidental temos o Facebook com 1,59 bilhões de
usuários, Tumblr com 555 milhões, Instagram com 400 milhões e Twitter com mais de 320
milhões de usuários
1
.
Entre os conceitos definidores mais referenciados sobre “mídias sociais”, vale
mencionar o trabalho de Haenlein e Kaplan que propôs que “Social Media is a group of
Internet-based applications that build on the ideological and technological foundations of Web
2.0, and that allow the creation and exchange of User Generated Content.” (2010, p.61). O
termo “conteúdo gerado pelo usuário” teve seu boom de interesse entre 2006 e 2008
2
, período
no qual os serviços comerciais de comunicação (sobretudo nas áreas de publicidade e relações
públicas) se estruturaram ao redor do mundo em agências e empresas que buscavam entender
este novo panorama e lucrar através de sua operacionalização para todos os tipos de negócios.
A histórica capa da Time que colocou “Você” (“You”) como a “Pessoa do Ano” (“Person of
the Year”) deu o reconhecimento definitivo às mídias sociais como Facebook, Twitter e
YouTube que ganhavam popularidade meteórica
3
. Mas, para além dos ganhos de valor em
Bolsas de Valores e sistemas de publicidade, estes sites começaram a ser vistos como locais
de intervenção criativa por profissionais de publicidade, marketing, relações públicas e áreas
afins. Em documento publicado pelo Interactive Advertising Bureau no início de 2008, a
seguinte definição pode ser lida:
UGC has been around in one form or another since the earliest days of the
Internet itself. But in the past five years, thanks to the growing availability of
1
Dados do portal Statista http://www.statista.com/statistics/272014/global-social-networks-ranked-by-number-
of-users/
2
Como dados obtidos do Google Trends atestam -
https://www.google.com.br/trends/explore#q=user%20generated%20content
3
http://content.time.com/time/specials/packages/0,28757,2019341,00.html
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high-speed Internet access and search technology, it has become one of the
dominant forms of global media. It is currently one of the fastest growing
forms of content on the Internet. UGC is fundamentally altering how
audiences interact with the Internet, and how advertisers reach those
audiences. (IAB, 2008, p.2)
Como representante da indústria da “publicidade interativa”, a IAB tenta consolidar
neste documento algumas boas práticas para agências e profissionais do segmento
enfrentarem o novo panorama estabelecido a partir da liberação do pólo de emissão na
cibercultura (LEMOS, 2003). Nas palavras do autor,
o que está em jogo como o excesso de informação nada mais é do que a
emergência de vozes e discursos anteriormente reprimidos pela edição da
informação pelos mass media. A liberação do pólo da emissão está presente
nas novas formas de relacionamento social, de disponibilização da
informação e na opinião e movimentação social da rede. Assim chats,
weblogs, sites, listas, novas modalidades midiáticas, e-mails, comunidades
virtuais, entre outras formas sociais podem ser compreendidas por essa
segunda lei [da Cibercultura]” (LEMOS, 2003, p. 20).
Neste efervescente período também são lançadas empresas que passam a definir os
padrões para o trabalho em monitoramento de mídias sociais ou social listening. A Radian6,
que anos depois faz história ao ser adquirida por 326 milhões de dólares
4
, é lançada em 2006.
Neste e no ano seguinte, algumas das líderes atuais do mercado (como veremos ao tratar do
Forrester Research Social Listening Report a seguir): Synthesio, Brandwatch e Sysomos são
algumas delas. No Brasil, o mercado de monitoramento de mídias sociais passa a se estruturar
entre 2009 e 2010, com o lançamento da atual líder Scup e concorrentes relevantes como
Seekr e Livebuzz.
Mas o que compõe as mídias sociais e, mais especificamente, os sites de redes sociais?
Que elementos os diferenciam de outros ambientes da internet? Também em 2008 uma edição
do Journal of Computer-Mediated Communication, Boyd e Ellison definem os sites de redes
sociais como
serviços de web que permitem aos usuários (1) construir um perfil público
ou semipúblico dentro de um sistema conectado, (2) articular uma lista de
outros usuários com os quais eles compartilham uma conexão e (3) ver e
mover-se pela sua lista de conexões e pela dos outros usuários (BOYD e
ELLISON, 2008. p.211).
Desta definição podemos depreender a relevância das conexões não por acaso o
termo “rede social” se tornou sinônimo popular destes sites. Além do papel da existência de
4
https://www.crunchbase.com/organization/radian6#/entity
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um perfil público ou semipúblico que representa indivíduos em suas presenças digitais
acessíveis 24 horas por dia, os outros dois itens da definição tratam da descoberta e navegação
de outros através das conexões. Entretanto, ao longo do tempo, o fluxo de conteúdo nestes
sites ganha mais e mais relevância, como o lançamento dos recursos de “Timeline”
5
, para
enfatizar a temporalidade do conteúdo relacionado a pessoas, organizações e eventos não
no presente, mas quanto ao passado e futuro também.
As autoras revisitam o conceito, respostas e críticas ao trabalho nos anos seguintes ao
publicar em 2013 uma nova proposição da definição:
web-based services that allow individuals to (1) construct a public or semi-
public profile within a bounded system, (2) articulate a list of other users
with whom they share a connection, and (3) view and traverse their list of
connections and those made by others within the system. The nature and
nomenclature of these connections may vary from site to site. (ELLISON &
BOYD, 2013).
O primeiro traço característico sofre uma modificação relevante ao incluir que os
perfis também consistem de conteúdo adicionado não pelos usuários, mas também pelo
sistema e por outros. Esta característica é central para o negócio do mercado de
monitoramento de mídias sociais, uma vez que dinâmicas como persistência, replicabilidade,
escalabilidade e buscabilidade (BOYD, 2011, p.46) transformam as conversações online e
marketing boca a boca (KIETZMANN & CANHOTO, 2013) sobre marcas e indivíduos
componentes de suas imagens.
O terceiro traço, na nova definição, enfatiza a ideia de “fluxo”: os conteúdos são
publicados continuamente sobre múltiplos interesses, traços, características e atividades dos
usuários. Assim a ideia de que o monitoramento de mídias sociais seria um método de
pesquisa com a vantagem da espontaneidade do cotidiano ganha força, pois os conteúdos
publicados pelos usuários de forma natural “depicts their innermost feelings and daily
activities, which bestows upon analysts a unique opportunity to gain insight from people of
the kind that has traditionally been available through polling and surveys.” (AMPOFO, 2011,
p.27)
5
https://www.facebook.com/notes/facebook/timeline-now-available-worldwide/10150408488962131/
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2 FERRAMENTA DE MONITORAMENTO DE MÍDIAS SOCIAIS: DEFINIÇÃO E
STATUS
O novo panorama da comunicação “opens up great potential for the early recognition
of issues, topics and trends, of corporate risks, market potential and opportunities for
innovation” (GRUBLBAUER & HARIC, 2013, p.686). Entre aplicações para marketing,
publicidade e pesquisa, as práticas de monitoramento de mídias sociais podem ser descritas:
coleta, armazenamento, classificação, categorização, adição de informações
e análise de menções online públicas a determinado(s) termo(s) previamente
definido(s) e seus emissores, com os objetivos de: (a) identificar e analisar
reações, sentimentos e desejos relativos a produtos, entidades e campanhas;
(b) conhecer melhor os públicos pertinentes; e (c) realizar ações reativas e
pró-ativas para alcançar os objetivos da organização ou pessoa de forma
ética e sustentável. (SILVA, 2010, p.43)
Ampofo apresenta definição focada nos aspectos da publicação ao dizer que
monitoramento de mídias sociais em tempo real “is the aggregation and analysis of social
media content, as it is published, from social media portals” (2011, p.23). As aplicações do
monitoramento são múltiplas: gerenciamento de reputação; detecção de eventos e
gerenciamento de crises; análise de competição; monitoramento de campanhas; descoberta de
tendências de mercado; pesquisa de mercado; detecção de influenciadores; customer-
relationship management; e inovação em produtos (STAVRAKANTONAKIS, 2012, p.54).
Existem mais de 500 softwares do tipo (GILLIAT, 2016) e as líderes no mercado
brasileiro são empresas locais lideradas por Scup (comprada pela internacional Sprinklr em
2015) e Seekr (SIRI, 2015). Estima-se o mercado de social business software - que inclui
ferramentas de monitoramento de mídias sociais e automação - movimentou USD 13,9
bilhões em 2014 que poderá chegar a USD 37 bilhões em 2019
6
.
Técnica, a definição de ferramenta de monitoramento de mídias sociais de Laine e
Fruhwirth:
software services offered over the Internet to filter and analyze the textual
content produced by and in social media. The tools find content based on
user-defined keywords. The tools incorporate multiple functionalities, such
as analyse of volume, source, author, keyword, region and sentiment, and
then reporting these analyses conveniently and in a graphical fashion. Most
often the tools are based upon reading and aggregating multiple freely
accessible RSS-feeds of updates from the social media websites (LAINE &
FRUHWIRTH, 2010, p.195)
6
http://marketingland.com/social-business-software-market-expected-to-reach-37-billion-by-2019-128217
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Tornou-se datada a concepção de que os dados são “gratuitamente acessíveis”, uma
vez que intermediários entre as mídias sociais e as ferramentas de monitoramento, como Gnip
e Datasift (BATRINCA & TRELEAVEN, 2015) ganharam mercado e se tornaram essenciais
para as ferramentas enterprise. Porém, as principais funcionalidades apresentadas pelos
autores permanecem como centrais nestes softwares.
Um expediente útil para documentar estas funcionalidades é recorrer aos rankings de
produtos desenvolvidos por consultorias de pesquisa e auditoria. Como explicam Pollock e
D’Adderio, “there is growing evidence to suggest that rankings play an enhanced role in
decision-making” (POLLOCK & D’ADDERIO, 2012, p.2). Na Figura 1, podemos ver o “The
Forrester Wave”, gráfico característico de relatórios sobre softwares produzidos pela
Forrester Research. Publicado no primeiro trimestre de 2016, o relatório sobre softwares de
“enterprise social listening” possui circulação limitada, pois é oferecido comercialmente, mas
sumários executivos são divulgados pelas empresas mapeadas
7
. Exibe 12 ferramentas
avaliadas em variáveis de Presença de Mercado, Oferta Atual (Current Offering) e Estratégia.
As variáveis analisadas sobre aspectos técnicos da Oferta Atual são Informação; Fontes de
Dados; Processamento de Dados; Funcionalidades de Dashboard; Interação. Serviços de
Consultoria e Análise.
Figura 1: The Forrester Wave™: Enterprise Social Listening Q1 2016
7
Ver https://www.forrester.com/report/The+Forrester+Wave+Enterprise+Social+Listening+Platforms+Q1+2016/-/E-
RES122523 e https://www.sprinklr.com/pt-br/the-way/forrester-listening-wave-2016/
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Com modelo similar, mas baseada em avaliações peer-to-peer, a G2 Crowd procura
representar e ranquear os softwares de monitoramento de mídias sociais. Para qualificarem na
categoria, os softwares devem englobar as possibilidades: “Listen for specific mentions across
social media; Identify trending topics or phrases; Detail customer sentiment; Organize
customer information; Identify thought leaders and influencers”
8
.
Figura 2: G2 Crowd Grid for Social Media Monitoring
Por fim, como último exemplo, a Goldbach Interactive, consultoria digital suíça,
publica o documento bilíngue (alemão e inglês) Die Besten Social Media Monitoring Tools
2015
9
. Entre os itens analisados estão: Capacidades de Busca; Cobertura de Fontes; Análise
de Mídia Espontânea; Engajamento e Mídia Própria; Funcionalidades de CRM; Alertas e
Relatórios; Performance e Volume de Dados; Usabilidade. A partir da análise de 40
fornecedores de soluções de monitoramento, a empresa oferece análise detalhada em formato
de texto e infográfico, incluindo ranking, notas para os diferentes critérios e identificação de
tendências.
8
https://www.g2crowd.com/categories/social-media-monitoring
9
https://www.goldbachinteractive.ch/insights/fachartikel/tool-report-2015
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Figura 3: Goldbach Interactive - Evaluation Monitoring Tools Top 10
Rankings não são mecanismos nem puramente objetivos nem independentes do
mercado que descrevem. Possuem impactos constitutivos ao selecionar determinadas
características e itens a serem avaliados. Representam uma concepção do que merece atenção
e “do more than simply grade or describe: they also offer new interpretations of a situation.
Actors then adapt their behaviour to conform with this altered understanding” (POLLOCK &
D’ADDERIO, 2012, p.3).
Podemos, dessa forma, tomar como fato que existem alguns consensus quanto a
funcionalidades padronizadas oferecidas pelas ferramentas de monitoramento de mídias
sociais, que constituem e são constituídas por rankings como os citados. Para alcançar os
objetivos deste artigo, vamos discorrer sobre três softwares que apresentaram entre 2014 e
2015 como inovação incremental a visualização de redes e grafos: a ferramenta canadense
Sysomos, as americanas Pulsar e Digimind e a brasileira V-Tracker. Antes de tratar destas de
forma específica, é necessário contextualizar este Mercado no panorama do modelo de
negócio software as a service, assim como falar da visualização de redes e grafos enquanto
metodologia inspirada em metodologias científicas e em outros softwares.
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3 SOFTWARE AS A SERVICE E VISUALIZAÇÃO DE REDES E GRAFOS: TRÊS
CASOS DE INOVAÇÃO INCREMENTAL
Para além da definição do relevante mercado de monitoramento de mídias sociais em
suas particularidades, devemos posicionar as práticas e serviços no panorama de seus modelos
de negócio. São programas oferecidos no modelo Software as a Service (SaaS), definidos pela
consultoria Gartner como:
Software that‟s owned delivered and managed remotely by one or more
providers. [...] The provider delivers an application based on a single set of
common code and data definitions, which are consumed in a one-to-many
model by all contracted customers anytime on a pay-for-use basis, or as a
subscription based on use metrics (Clark et al 2006 apud CHUKAROVA &
MIKHRAMOVA, 2010, p.6).
Esta lógica de software como serviço acessível a partir da internet traz em seu núcleo a
ideia de inovação contínua como chave para manutenção dos negócios em ambientes cada vez
mais competitivos. Traz um paralelo com a noção citada de “beta perpétuo” (O’REILLY,
2005) que impacta também a ponta final do processo: os cidadãos, consumidores ou usuários,
a depender do ponto de vista, devem ser continuamente surpreendidos com novos recursos e
desenhos da comunicação nos ambientes chamados de “sociais” na internet. Assim, o ciclo de
inovação das abordagens neo-schumpeterianas (invenção, inovação, imitação ou difusão) é
propulsionado pela evolução cada vez mais rápidas em aspectos técnicos que materializam a
inovação aberta (SILVA, JUNQUEIRA & CARDOSO, 2016, p. 109).
Os impactos das tecnologias digitais e amplitude da era informacional são vistos por
pensadores da inovação como condicionantes do atual paradigma do capitalismo
informacional e seus desdobramentos nas firmas e indústrias de áreas tão abrangentes como
comércio e indústria. A particularidade aqui, ao tratarmos de cibercultura e seus negócios
digitais como plataformas de mídias sociais, é que os novos recursos são desenvolvidos em
uma contínua reapropriação das tensões entre abertura e concentração dos meios.
Os fornecedores de monitoramento de mídias sociais são utilizados por centenas de
clientes. Com vasta amplitude de planos comerciais, de modelos freemium e mensalidades de
centenas de reais até planos customizados que custam dezenas de mil reais, se baseiam
sobretudo em métricas pay-for-use como número de mensagens ou ocorrências coletadas
(como tweets, postagens no Facebook e blogs, vídeos YouTube ou notícias). A grande
maioria oferece o modelo trial de acesso, período de teste gratuito com capacidade de coleta
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limitada e geralmente através de cadastro automatizado nos websites. A relativa facilidade de
uso das ferramentas e alta competitividade do segmento podem explicar a característica.
As imagens abaixo dão uma boa ideia da similaridade de recursos das ferramentas.
São respectivamente excertos retirados do Scup, Seekr e Vtracker. As imagens mostram
primeiro a página de visualização de análise das ocorrências coletadas. Além da exibição do
conteúdo (avatar do usuário, links e conteúdo da mensagem), é possível ver também botões e
áreas para seleção de Sentimento (Positivo/Negativo/Neutro) e inserção de tags (códigos de
análise que permitem quantificar variáveis observadas pelos analistas).
Figura 4: Tela de ocorrências no Scup
Figura 5: Tela de ocorrências no Seekr
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Figura 6: Tela de ocorrências na vTracker
Abaixo, telas de Relatórios, onde gráficos exibem dados de Distribuição de
Sentimento, Volume de Menções e Principais Tags (códigos de análise).
Figura 7: Tela da página de relatórios do Scup
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Figura 8: Tela da página de relatórios do Seekr
Figura 9: Tela de página de relatórios da V-Tracker
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Esta similaridade cria desafios de posicionamento dos fornecedores de monitoramento
de mídias sociais, que tentam competir em termos de posicionamento no mercado. Troca de
software traz problemas de gestão, então “industry may be still satisfied with the current
solution, and consequently will be reluctant to change, even if the new solution is superior in
terms of technology or service delivery.” (CHUKAROVA & MIKHRAMOVA, 2010, p.70).
Inovações e melhorias contínuas, portanto, se fazem necessárias para gerar interesse
de novos clientes, sendo o caso da análise e visualização de redes e grafos. O termo “análise
de redes sociais” ousocial network analysis” no inglês não é novo, uma vez que dá conta de
metodologia de pesquisa proveniente de interfaces entre as ciências sociais e matemática já há
algumas décadas. Tem sido utilizado como sinônimo de análise de conteúdo publicado nas
redes sociais online, mesmo quando não veem os conteúdos e atores em estrutura de rede.
A interconectividade dos indivíduos em um mundo globalizado é comumente
referenciada em termos de “grau de separação”. Cada pessoa estaria a poucos “passos” de
qualquer outra no mundo, medida empiricamente através de experimentos na década de 1970
(MILGRAM, 1972) e pelo próprio Facebook. Cientistas da plataforma em diversos momentos
(BACKSTROM et al, 2012; EDUNOV et al, 2016) demonstraram a diminuição dos graus de
separação nas redes do site ao longo dos anos. Como explica Recuero:
é o surgimento dessa possibilidade de estudo das interações e conversações
através dos rastros deixados na Internet que dá novo fôlego à perspectiva de
estudo de redes sociais a partir do início da década de 90. É, neste âmbito,
que a rede como metáfora estrutural para a compreensão dos grupos
expressos na Internet é utilizada através da perspectiva de rede social
(RECUERO, 2009, p.24).
A análise estrutural de redes sociais se baseia em três pilares: os nós, vértices ou
pontos, que sempre representam, no caso de redes sociais, pessoas ou organizações;
as conexões, arestas ou linhas, que representam as relações entre estes nós; e as métricas de
redes, que permitem identificar, através de parâmetros definidos, o tamanho da rede,
centralidade dos nós, graus de entrada e saída etc.
O Gephi é um dos principais softwares para visualização de redes utilizados hoje no
mundo por pesquisadores. Como explicam alguns de seus criadores,
In the aim of understanding networks, the visualization of large graphs has
been developed for many years in many successful projects. Visualizations
are useful to leverage the perceptual abilities of humans to find features in
network structure and data. (BASTIAN, HEYMANN & JACOMY, 2009,
p.361)
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Figura 10: Tela do software Gephi
Pesquisadores interessados em estudar as mídias sociais elegem sobretudo o Gephi
para a análise de dados, inclusive no Brasil (REGATTIERI et al, 2014; RECUERO, ZAGO &
BASTOS, 2014). A análise de estruturas sociais online pode
provide insights into the interleaving of human interactions with the technological
platforms used to enable and support them: the specific affordances of different
social networking sites are also reflected in the structure of the social networks
which form around them, if not always in the ways intended by their designers.”
(BRUNS, 2012, 1328).
A relevância da compreensão da sociedade através das redes torna-se um consenso ao
ponto de existirem iniciativas de promoção da educação sobre redes, como o Network Science
in Education
10
, que busca engajar jovens e adultos a estudar ciência de redes. Para a
organização, “visualization of a network often helps to understand it and communicate ideas
about connectivity in an intuitive, non-technical way” (NETSCIED, 2015, p.6).
Não é por acaso, então, que a Sysomos, empresa mais avançada e melhor posicionada
no mercado do que as concorrentes citadas, enfatiza a simplicidade ao apresentar sua
visualização de grafos. A descoberta de influenciadores é principal apelo comercial utilizado,
como podemos ler na ocasião de lançamento: “Sysomos Heartbeat’s new Influencer
Communities makes it super simple for you to identify, measure and track people who hold
the key to your social media success.”
11
10
http://nysci.org/projects-main/netscied/
11
https://blog.sysomos.com/2014/02/06/updates-to-map-heartbeat-powered-by-sysomos-influencer-communities-
instagram-and-more/
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Figura 11: "Influencer Graph' da Sysomos
Em documento com estudo de caso mais detalhado
12
, explica o papel do Gephi no
desenvolvimento da solução: The implementation of the community detection algorithm uses
Gephi, an open source graph analysis package, and the visualization is done using both
Gephi and the D3 javascript library”.
Trata-se de uma reapropriação de software de código aberto, fenômeno notável em
inovações de produto, que podem “utilizar novos conhecimentos ou tecnologias, ou podem
basear-se em novos usos ou combinações para conhecimentos ou tecnologias existentes”
(OECD, 1997, p.57). Na descrição da funcionalidade oferecida pelo software Vtracker, esta
combinação fica explícita, mas com uma hierarquização
13
. Apresenta-se como alternativa ao
software Gephi, com supostas vantagens de menor curva de aprendizado e capacidade
computacional:
E como você pode ter isso? Baixando o Gephi, lendo 300 tutoriais e depois fritando o seu
computador processando o grafo (para quem nunca tentou, essa operação utiliza muito poder
computacional, esquentando muito, literalmente, o seu computador!)?
12
http://www.marketwired.com/solutions/pdf/influencer-communities
13
http://www.vtracker.com.br/blog/2014/08/nova-funcionalidade-analise-e-geracao-automatica-de-grafos/
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283
Figura 12: Tela de funcionalidade de grafos da V-Tracker
A Pulsar Analytics, por sua vez, não diminui a importância do Gephi, deixando
explícitas duas fases no desenvolvimento da solução
14
:
Last year we released the first integration with Gephi that gives our users the ability to plug
their social data directly into Gephi. This year we released a new interactive graph
visualisation that shows the core of any network right in the browser
14
http://www.pulsarplatform.com/blog/2015/pulsar-top-10-innovations-of-2015-how-were-changing-the-game-
in-the-social-listening-industry/
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A Digimind
15
, por fim, traz a visualização mais simples (sem algoritmos de clustering e
layout force-directed), e realiza a divulgação principal da funcionalidade através de vídeo.
Como informações acionáveis coletadas a partir da análise de redes e grafos, lista: Identify
key opinion leaders; see relationship & communities that matter; improve communication
plan”.
Figura 13: Tela da ferramenta Digimind
Desse modo, empresas e suas agências de comunicação podem ser persuadidos pela
inovação incremental contínua através de funcionalidades dos softwares. A apresentação desta
funcionalidade é valorizada pela Goldbach Interactive ao listar as três tendências no
segmento: monitoramento em tempo real; dashboards e insights públicos; e análise de redes.
Quanto à última diz que “as empresas tentam compreender a dinâmica das redes sociais e até
mesmo a capacidade de influência na audiência. Encontramos até análise de redes
sofisticadas em ferramentas como Digimind e BrandCare. Estas últimas tornam possível a
análise de vários tipos de redes (páginas do Facebook, Instagram e Twitter) possível.”
Uma particularidade dos softwares as a service para uso de outras empresas em suas
atividades-fim como monitoramento de mídias sociais, neste caso, é um caráter duplo da
abordagem da inovação. Segundo a classificação do Manual de Oslo, existem quatro tipos de
áreas de inovações nas empresas: produto, processo, marketing e organização (OECD, 1997).
Como vimos nas telas acima, as funcionalidades de visualização de redes e grafos tratam-se
de inovações incrementais de produto, trazendo uma diferenciação aos softwares que a
apresentam, expandindo as possibilidades de análise de dados. Ao mesmo tempo, para o
15
http://www.digimind.com/news/digimind-launches-the-influencer-network-for-twitter/
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285
cliente (consultorias, agências de publicidade e afins) que utiliza o software para realizar
outros produtos para o cliente final (empresa comercial, instituição pública etc). Em alguns
casos, esta inovação pode ser vista como de processo, como no argumento sobre a
“descoberta de influenciadores” facilitada pela análise de redes.
Assim, a noção de beta perpétuo como traço particular da web 2.0 (O’REILLY, 2005)
permeia os negócios criados em torno desse novo panorama. Na descrição do lançamento, a
Pulsar fala da aplicação dos dados, que teriam como objetivo “to help the researcher make
sense of information flows and audience behaviour before they go onto working on a full
network analysis of the dataset.”. Em outro texto intitulado “Funcionalidades que o V-tracker
tem e sua ferramenta provavelmente não tem”
16
, a V-Tracker cita a funcionalidade com o
argumento “Ideal para você que está cansado daquele mesmo relatório de positivo e negativo,
os grafos dão diversos insights como integração e interação entre assuntos, grupos e outros”.
Em todos os casos, a funcionalidade não apresenta um adicional nos planos oferecidos,
tática comum no segmento como concordam Chukarova & Mikhramova: “To succeed in the
emerging market, service vendors will have to make the transition as painless as possible for
the users, or even consider offering services for free” (2010, p.70)
CONCLUSÕES
O conceito de inovação incremental é peça chave no panorama do modelo de negócio
de software as a service. As ferramentas de monitoramento de mídias sociais, que seguem o
modelo SaaS e oferecem seus serviços a centenas de empresas e agências dividem um
ambiente de alta competição. Mesmo com características em comum, buscam oferecer
diferenciais marginais para fortalecimento de posicionamento no mercado.
As possibilidades e constrições midiáticas dos usuários estão inscritas em contexto
mercadológico que se adaptou aos novos desenhos da comunicação digital, ao mesmo tempo
que os influencia. Entender desenhos mercadológicos de ambientes interacionais (as mídias
sociais, neste caso) para além da relação direta entre cidadão-usuário e plataforma
comunicacional permite evoluir a compreensão das questões sobre instâncias comerciais da
cibercultura.
16
http://www.vtracker.com.br/blog/2015/08/funcionalidades-que-o-v-tracker-tem-e-sua-ferramenta-
provavelmente-nao-tem/
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
286
Descrevemos e observamos aqui, como parte de projeto maior de pesquisa, a
apresentação comercial de nova funcionalidade de análise e visualização de redes e grafos
sociais, apontada como tendência em rankings e avaliações de segmento da tecnologia. Ao
estudar os modos pelos quais os fornecedores descrevem os lançamentos da inovação, o
caráter de aplicação direta e otimização do trabalho são enfatizados e dividem espaço com
referências à metodologia e software livre que os inspiraram.
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
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Original recebido em: 19 de dezembro de 2016
Aceito para publicação em: 08 de abril de 2017
Tarcízio Roberto da Silva
Doutorando pela UMESP (com apoio taxa CAPES/PROSUP) e mestre em Comunicação e Cultura
Contemporâneas pelo PPGCCC-UFBa. Cofundador e Diretor de Pesquisa em
Comunicação do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados. Professor convidado de MBAs e
especializações (como Digicorp-USP, Unisinos e FBB). Co-organizador de livros como Para
Entender o Monitoramento de Mídias Sociais (Bookess, 2012) e Monitoramento e Pesquisa em Mídias
Sociais: metodologias, aplicações e inovações (Uva Limão, 2016). Experiência em agências digitais,
ferramentas de monitoramento e pesquisa aplicada de inovação (Social Figures, Flagcx, Coworkers,
PaperCliQ e outras).
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
... O termo é parte central da ideologia do Vale do Silício, que usa inovação para substituir a procura desenfreada por expansão característica do capitalismo tardio(CRAWFORD, 2021). Isso é refletido também na lógica de constante atualização presente em outras plataformas e serviços digitais(SILVA, 2017), afirmando aos usuários que as novas ferramentas vão proporcionar uma melhor experiência de uso e, para os investidores, uma maior conversão de receita. No entanto, é válido mencionar que apesar de se descrevercomo pioneira no mercado de aluguéis de DVDs via internet, a Netflix não foi o primeiro empreendimento a investir nesse ramo. ...
Thesis
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Esta tese explora o desenvolvimento de séries brasileiras feitas pela Netflix durante os anos de 2016 e 2023 e os desdobramentos dessa estratégia de localização para o audiovisual brasileiro. Como um serviço de vídeo sob demanda financiado por assinaturas (SVOD), a Netflix possui capacidades tecnológicas e econômicas que a distinguem dos modelos de televisão linear, especialmente aqueles baseados em anúncios comerciais. Devido a isso, a empresa apresenta outras oportunidades e limitações que orientam sua lógica de produção e distribuição de conteúdo. Além disso, à medida que o serviço de SVOD estadunidense avança em seu projeto de expansão transnacional, oferece um espaço alternativo para a criação de novas obras, ao mesmo tempo em que promove a reorganização das indústrias midiáticas nacionais – muitas vez por meio de uma perspectiva estrangeira. A partir de textos que abordam as estratégias de financiamento e produção de séries implementadas pela Netflix no Brasil, juntamente com entrevistas em profundidade realizadas com roteiristas vinculados a séries brasileiras do serviço, este trabalho tem como objetivo identificar: quais são os formatos investidos pela Netflix ao longo dos anos, como eles contribuem para a construção do catálogo da empresa no país e como os aspectos industriais da empresa afetam as etapas de desenvolvimento das narrativas. Os resultados apontam que a presença da Netflix no Brasil é marcada pela dualidade. 1) De um lado, a empresa contribui para diversificação dos formatos seriados produzidos no país, se posicionando como um importante agente neste campo de produção cultural. 2) Simultaneamente, estabelece para com os profissionais brasileiros uma relação de dependência, fruto das opacas políticas internas do serviço, que são pautadas em uma assimetria informacional; e das crises econômicas e políticas que perpassaram o passado recente do Brasil, que resultaram na diminuição dos agentes financiadores de séries e, consequentemente, no “poder de barganha” de realizadores.
... Portanto, cada plataforma é estruturada de modo a guardar semelhanças, estéticas e de funcionalidade, através dos múltiplos dispositivos pelos quais se encontram disponíveis. Ao mesmo tempo, vale ressaltar que uma das características de plataformas e demais modelos de negócios estruturados no meio digital perpassa a noção de "beta perpétuo", no qual os indivíduos devem ser constantemente surpreendidos com atualizações e novas funcionalidades das plataformas (O'Reilly, 2005;Silva, 2017). ...
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Nos últimos anos, é notável a proliferação de empresas de televisão distribuídas via internet, especialmente as orientadas pelo modelo de assinatura (SVoD). No campo acadêmico, diversas incursões já foram feitas para abordar esses serviços dentro do contexto televisivo. Contudo, ainda há uma lacuna no que tange o enquadramento enquanto plataformas, regida por lógicas semelhantes a outras empresas de tecnologia, como Facebook e Google. Dessa forma, este artigo tem como objetivo traçar um panorama teórico combinando os estudos de televisão com as discussões atuais sobre os processos de dataficação e plataformização da internet. Para tanto, é feita uma análise preliminar em duas plataformas SVoD, Netflix e Amazon Prime Video, observando como cada uma delas se comporta quanto aos aspectos de relacionados aos mecanismos de personalização algorítmica e ao tratamento de dados sobre a audiência. Argumenta-se que, tendo em vista a acentuada intersecção de modelos televisivos com o meio digital na atualidade, não se pode mais encarar termos como catálogo e audiência sem levar em consideração elementos como a interface do sistema, os algoritmos de personalização e a maneira como os dados são trabalhados.
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No comércio, de modo geral, o marketing engloba diversas ações de comunicação, desta forma, em relação a especificação relativa a vinhos o conceito não se diferencia. Para melhor entendimento dos contratempos ocorridos no setor, o presente artigo diz respeito a um estudo de caso sobre uma empresa de pequeno porte, especializada em vinhos, a Bacozon Comércio de Bebidas Ltda., que através do marketing visa um forte mercado. O questionamento norteador desta pesquisa é: Como a implementação do sistema de Cliente Oculto pode auxiliar no planejamento estratégico e melhorar o marketing da empresa? Seu objetivo geral consiste em desenvolver propostas de melhorias de planejamento estratégico com a implementação do sistema de cliente oculto na corporação. A pesquisa originou-se a partir das análises críticas nas áreas funcionais da empresa, onde destaca-se o setor de marketing como o mais desprovido. Em decorrência deste fato, realizou-se uma pesquisa qualitativa, exploratória e com fins bibliográficos. A ferramenta interventiva 5W2H também foi aderida para a elaboração de ações de melhoria na capacitação dos colaboradores e setores de marketing e comunicação digital. Nesta abordagem, objetiva-se o alcance da eficiência e fidelização, por meio da padronização e gestão das atividades virtuais e físicas da empresa, que por finalidade gera-se mais associados a instituição, com acréscimo nas vendas e lucro na empresa Bacozon.
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Este trabalho propõe uma metodologia de análise de conjuntura, a partir de investigação sobre de que modo uma discussão política com grande volume de publicações em redes sociais se comporta. Delineamos um método de monitoramento e coleta de dados, tendo como objeto publicações no Twitter, com o intuito de capturar o momento em que determinado assunto ganha proeminência discursiva. Com base em quatro indicadores observáveis – alta relevância política, clara controvérsia, rápida irradiação e crescimento em escala de publicações relacionadas –, apresentamos análise em torno do caso da possível soltura do ex-presidente Lula, em julho de 2018.
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Recursos de inteligência artificial, tais como processamento de linguagem natural e reconhecimento de imagens, estão ficando cada dia mais acessíveis graças ao oferecimento das APIs (ou Interface de Programação de Aplicações) de serviços de computação em nuvem, tais como Google Cloud Platform, IBMWatson, Microsoft Azure e Amazon Web Services. Este artigo apresenta contextualização, discussão e aplicação de um serviço de reconhecimento de imagens, através de scripts Python, à pesquisa de mercado nas mídias sociais através do estudo de cerca de 8,5 mil imagens publicadas com a hashtag #férias no Instagram. Como resultado, apontamos a relevância dos recursos na compreensão de uma esfera de comportamento relevante para segmentos de marketing turístico, entretenimento e consumo.
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Recursos de inteligência artificial, tais como processamento de linguagem natural e reconhecimento de imagens, estão ficando cada dia mais acessíveis graças ao oferecimento das APIs (ou Interface de Programação de Aplicações) de serviços de computação em nuvem, tais como Google Cloud Platform, IBMWatson, Microsoft Azure e Amazon Web Services. Este artigo apresenta contextualização, discussão e aplicação de um serviço de reconhecimento de imagens, através de scripts Python, à pesquisa de mercado nas mídias sociais através do estudo de cerca de 8,5 mil imagens publicadas com a hashtag #férias no Instagram. Como resultado, apontamos a relevância dos recursos na compreensão de uma esfera de comportamento relevante para segmentos de marketing turístico, entretenimento e consumo.
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O artigo apresenta uma discussão teórica sobre o tema inovação a partir de Schumpeter, e as contribuições dos autores neo-schumpeterianos articuladas a análise dos constructos da abordagem crítica da Teoria Institucional. O principal objetivo deste artigo é analisar a partir dos constructos da Teoria Institucional o processo de inovação como estratégia organizacional suas contribuições e/ou aspectos da Teoria que impactam o processo da inovação organizacional. Trata-se de ensaio baseado em revisão bibliográfica com ênfase nas obras de Schumpeter e dos neo-schumpeterianos, os quais oferecem análises situadas no campo da economia e da administração. Observa-se pela análise dos resultados que os constructos da teoria Institucional não conseguem dar conta das tensões causadas pelos processos inovadores, uma vez que essas tensões não podem ser eliminadas, pois são inerentes às atividades de inovação, além de ajudarem a energizar o processo da inovação.
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This paper is written for (social science) researchers seeking to analyze the wealth of social media now available. It presents a comprehensive review of software tools for social networking media, wikis, really simple syndication feeds, blogs, newsgroups, chat and news feeds. For completeness, it also includes introductions to social media scraping, storage, data cleaning and sentiment analysis. Although principally a review, the paper also provides a methodology and a critique of social media tools. Analyzing social media, in particular Twitter feeds for sentiment analysis, has become a major research and business activity due to the availability of web-based application programming interfaces (APIs) provided by Twitter, Facebook and News services. This has led to an ‘explosion’ of data services, software tools for scraping and analysis and social media analytics platforms. It is also a research area undergoing rapid change and evolution due to commercial pressures and the potential for using social media data for computational (social science) research. Using a simple taxonomy, this paper provides a review of leading software tools and how to use them to scrape, cleanse and analyze the spectrum of social media. In addition, it discussed the requirement of an experimental computational environment for social media research and presents as an illustration the system architecture of a social media (analytics) platform built by University College London. The principal contribution of this paper is to provide an overview (including code fragments) for scientists seeking to utilize social media scraping and analytics either in their research or business. The data retrieval techniques that are presented in this paper are valid at the time of writing this paper (June 2014), but they are subject to change since social media data scraping APIs are rapidly changing.
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For ‘viral marketing’, it is critical to understand what motivates consumers to share their consumption experiences through ‘electronic word of mouth’ (eWoM) across various social media platforms. This conceptual paper discusses eWoM as a coping response dependent on positive, neutral, or negative experiences made by potential, actual, or former consumers of products, services, and brands. We combine existing lenses and propose an integrative model for unpacking eWoM to examine how different consumption experiences motivate consumers to share eWoM online. The paper further presents an eWoM Attentionscape as an appropriate tool for examining the amount of attention the resulting different types of eWoM receive from brand managers. We discuss how eWoM priorities can differ between public affairs professionals and consumers, and what the implications are for the management of eWoM in the context of public affairs and viral marketing.
Article
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Abstract Social network,sites,(SNSs) are increasingly attracting the attention of academic,and,industry researchers intrigued by their affordances and reach.,This special theme section of the,Journal,of Computer-Mediated,Communicationbrings ,together scholarship on these emergent phenomena.,In this introductory article, we describe features of SNSs and propose a comprehensive definition. We then present one perspective on the history of such sites, discussing key changes and developments. After briefly summarizing existing scholarship concerning SNSs, we discuss the articles,in this special section and conclude with considerations for future,research.
Article
Social network sites have gained tremendous traction recently as a popular online hangout spaces for both youth and adults. People flock to them to socialize with their friends and acquaintances, to share information with interested others, and to see and be seen. While networking socially or for professional purposes is not the predominant practice, there are those who use these sites to flirt with friends-of-friends, make business acquaintances, and occasionally even rally others for a political cause. I have been examining different aspects of social network sites, primarily from an ethnographic perspective, for over six years. In making sense of the practices that unfold on and through these sites, I have come to understand social network sites as a genre of "networked publics." Networked publics are publics that are restructured by networked technologies. As such, they are simultaneously (1) the space constructed through networked technologies and (2) the imagined collective that emerges as a result of the intersection of people, technology, and practice. Networked publics serve many of the same functions as other types of publics – they allow people to gather for social, cultural, and civic purposes and they help people connect with a world beyond their close friends and family. While networked publics share much in common with other types of publics, the ways in which technology structures them introduces distinct affordances that shape how people engage with these environments. The properties of bits – as distinct from atoms – introduce new possibilities for interaction. As a result, new dynamics emerge that shape participation. Analytically, the value of constructing social network sites as networked publics is to see the practices that unfold there as being informed by the affordances of networked publics and the resultant common dynamics. Networked publics' affordances do not dictate participants' behavior, but they do configure the environment in a way that shapes participants' engagement. In essence, the architecture of a particular environment matters and the architecture of networked publics is shaped by their affordances. The common dynamics fall out from these affordances and showcase salient issues that participants must regularly contend with when engaging in these environments. Understanding the properties, affordances, and dynamics common to networked publics provides a valuable framework for working out the logic of social practices.
Article
This article asks if it is possible to use commercial data analysis software and digital by-product data to do critical social science. In response this article introduces social media data aggregator software to a social science audience. The article explores how this particular software can be used to do social research. It uses some specific examples in order to elaborate upon the potential of the software and the type of insights it can be used to generate. The aim of the article is to show how digital by-product data can be used to see the social in alternative ways, it explores how this commercial software might enable us to find patterns amongst 'monumentally detailed data'. As such is responds to Andrew Abbott's as yet unresolved eleven year old reflections on the crucial challenges that face the social sciences in a data rich era.
Article
Twitter is now well established as the world's second most important social media platform, after Facebook. Its 140-character updates are designed for brief messaging, and its network structures are kept relatively flat and simple: messages from users are either public and visible to all (even to unregistered visitors using the Twitter website), or private and visible only to approved ‘followers’ of the sender; there are no more complex definitions of degrees of connection (family, friends, friends of friends) as they are available in other social networks. Over time, Twitter users have developed simple, but effective mechanisms for working around these limitations: ‘#hashtags’, which enable the manual or automatic collation of all tweets containing the same #hashtag, as well allowing users to subscribe to content feeds that contain only those tweets which feature specific #hashtags; and ‘@replies’, which allow senders to direct public messages even to users whom they do not already follow. This paper documents a methodology for extracting public Twitter activity data around specific #hashtags, and for processing these data in order to analyse and visualize the @reply networks existing between participating users – both overall, as a static network, and over time, to highlight the dynamic structure of @reply conversations. Such visualizations enable us to highlight the shifting roles played by individual participants, as well as the response of the overall #hashtag community to new stimuli – such as the entry of new participants or the availability of new information. Over longer timeframes, it is also possible to identify different phases in the overall discussion, or the formation of distinct clusters of preferentially interacting participants.
Conference Paper
The proliferation of social media is opening up new possibilities for companies to increase their awareness of openly expressed consumer sentiment about themselves and their competitors. In this paper a wide variety of software tools designed for monitoring social media are reviewed. Definitions for relevant concepts are given. Several tool characteristics are evaluated including analyzable social media types and language support. The main finding is that the tools offer a wide coverage of social media, but vary significantly in other characteristics with notable room for improvements. Therefore, careful judgment should be exercised when selecting the right tool for a particular use.
The Social life of real-time social media monitoring. Participations, v. 8, n. 1
  • Lawrence Ampofo
AMPOFO, Lawrence. The Social life of real-time social media monitoring. Participations, v. 8, n. 1, p. 21-47, 2011.
  • Lawrence Ampofo
AMPOFO, Lawrence et al. HALFPENNY, Peter; PROCTER, Rob (Ed.). Innovations in digital research methods. Sage, 2015.