Article

O supereu: imperativo de gozo e voz

Authors:
To read the full-text of this research, you can request a copy directly from the authors.

Abstract

The subject of this paper is the superego, a concept that crosses changes and displacements in Freud's work and Lacan's teaching. Its objectives are to trace the path that leads to the superego instance, understood as a voice that prohibits the voice of jouissance, and to point out, in conclusion, the consequences of the superego approach as imperative of jouissance to the discussion on contemporary discontent and psychoanalytic treatment. The procedure of this paper is to discuss this instance, first identified with the categorical imperative, clearly showing the senseless law that it encloses, distinguishing it and connecting it to the ideal, to then discern the imperative of jouissance, as well as the object dimension involved in it. Such dimension, based on Lacan's teaching, determines the voice as object a.

No full-text available

Request Full-text Paper PDF

To read the full-text of this research,
you can request a copy directly from the authors.

... Acredita-se que o supereu não está mais ausente ou mais enfraquecido a partir do suposto esvaziamento dos ideais, pelo contrário, sua força e sua exigência de gozo encontram-se extremamente ativas. Supõe-se que os sujeitos sofram os efeitos dessa exigência maciça, que tem reverberações, como em alguns casos, a angústia e em outros o mais-gozar como tentativa e repetição de recuperação do gozo (Cordeiro & Bastos, 2011). ...
... Quando o sujeito acredita ter acessado alguns ideais da sociedade e da cultura, que supostamente o impediam de gozar, ele se vê compelido por um forte supereu. (Cordeiro & Bastos, 2011). ...
Article
Full-text available
O presente trabalho busca abordar os diferentes lugares que o corpo ocupa nas relações contemporâneas. Para isso, foi realizado um levantamento bibliográfico dos principais autores que tratam da temática, utilizando-se do método e da teoria psicanalítica como recurso para a produção fundante de uma análise interpretativa. Após a apresentação e introdução dos caminhos que conduziram a produção deste estudo, o corpo é situado na conjuntura da teoria psicanalítica e perpassa diferentes tópicos de discussão. Neste sentido, é abarcado como objeto na medida em que representa os investimentos da exploração industrial promotora da liberação e bombeamento das pulsões e situado como imagem através do imperativo de gozo. Nestes enfoques o corpo se faz ser representado por uma perversão comum nas tentativas de dar conta de aspectos singulares do mundo contemporâneo. O corpo também é concebido como borda quando resta como consistência na inscrição entre o sujeito e o outro, legitimando a constituição de relações. Reconhecer estas peculiaridades do contemporâneo nos coloca na posição de assumir que, para além das investigações psíquicas, os corpos precisam ser indagados e cuidados.
... A perspectiva de um supereu primitivo e nefasto, inclusive, possibilitou a Lacan trabalhar, já em O seminário, livro 3, a presença do supereu em casos de psicose. Contudo, apenas alguns anos mais tarde, com o amadurecimento teórico e clínico, no Seminário, livro 10, é que Lacan, perto de inaugurar seu segundo ensino, pôde formular o supereu como objeto a, cujo aparecimento se daria, enquanto supereu, na sua forma "voz" (Cordeiro & Bastos, 2011). Essa formalização consolida teoricamente e de forma contundente a concepção lacaniana de uma instância intrusiva, extremamente real e primitiva. ...
Article
Full-text available
Neste artigo buscou-se demarcar uma formulação sobre o supereu, apoiada na obra de Freud e no ensino de Lacan, que destacasse seu modo de funcionamento, no qual prevalece sua gula estrutural, seu estatuto Real e seu estatuto de instância psíquica capazes de obrigar o sujeito a gozar. Traçar as vicissitudes teóricas e clínicas do supereu por um percurso histórico que leva do excesso de moralidade descrito por Freud à amoralidade desvelada por Lacan, evidencia sua gula de gozo como o que lhe confere uma posição estrutural no psiquismo.
... It is from the latter that the demonic power of the superego is surmised, its side of an "evil impulse", the side capable of guiding toward the senseless order and that never fulfills its pacifying function. In the face of that, Cordeiro and Bastos (2011) highlight that the superego emerges as a psychic agency which is not identified with the regulating law; on the contrary, it conveys a senseless law since it incites enjoyment beyond measure. ...
Article
Full-text available
This article develops reflections that aims to evidence the prominence of the Totem and Taboo work in the theoretical body of psychoanalysis. In this sense, it uses the notion of superego, which we recognize as an example of this profitable “heuristic power” of Totem and Taboo to raise developments on culture, clinic and psychoanalytic theory. The superego consists of an important notion of the psychoanalytic theory even before its formulation as psychic agency; it is a conceptual element in constant elaboration work. Therefore, this paper accentuates the misconception aspect of this concept, because it consists of a notion fraught of paradoxes. Finally, it utilizes the work The Ego and Id while the other pole of this contract, because it is in this work that the superego is finally appointed and designated as psychic instance. It is also emphasized then that the paradoxical aspect of the superego can be referred to the father’s place in the Freudian myth of the primal horde.
Os seis paradigmas do gozo
  • J.-A. Miller