Technical ReportPDF Available

Qualidade de Dados Geoespaciais

Authors:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Instituto de Informática
Curso de Pós-Graduação em Ciência da Computação
Qualidade de Dados Geoespaciais
por
Eliseu Weber, Roni Anzolch, Jugurta Lisboa Filho
Andréia Castro Costa e Cirano Iochpe
RP-293
Março/1999
Relatório de Pesquisa
ÓRGÃOS FINANCIADORES: RHAE / CNPq
UFRGS - II - CPGCC
Caixa Postal 15064 - CEP 91509-900
Porto Alegre - RS - BRASIL
Telefone: (051) 316-6155
Fax: (051) 319-1776
Email: PGCC@INF.UFRGS.BR
2
Resumo
O presente relatório descreve os resultados obtidos na pesquisa de padrões
internacionais de metadados (implementados ou propostos) e no estudo das categorias
de metadados abrangidas pelos diversos padrões. Contém uma revisão de conceitos
básicos relacionados a geodados, tipos de aplicações de metadados e aspectos
relacionados à sua produção, além de um comparativo entre os padrões existentes.
Enfoque especial é dado nos metadados de qualidade. Traz ainda a experiência do grupo
na documentação de dados de uma aplicação real de Sistema de Informação Geográfica
utilizando um dos padrões estudados, com relato das dificuldades encontradas.
Palavras-chaves: Qualidade, dados geoespaciais, metadados, padrões de metadados.
Abstract
This report describes results obtained on a review of the implemented or proposed
international metadata standards and on the study of metadata categories included by
these standards. Contains a review of basic concepts related to geodata, metadata
applications, aspects related to metadata production and a comparison between the
existing standards. Special focus is given on quality metadata. Brings still the
experience of the working group on a GIS application data documentation using one of
the studied standards and relates the difficulties encountered on the work.
Keywords: Quality, geospatial data, metadata, metadata standards.
3
Agradecimentos
Ao programa de fomento à pesquisa RHAE/CNPq, pela concessão de recursos na forma
de bolsas;
Ao convênio GTZ-FEPAM, em cuja aplicação de SIG se baseou a documentação dos
dados, possibilitando uma experiência com dados espaciais reais;
4
Conteúdo
Lista de Figuras........................................................................................ 5
1Introdução.......................................................................................... 6
2Metadados.......................................................................................... 8
2.1 Tipos de aplicações de metadados .................................................................. 8
2.1.1 Transferência ............................................................................................ 9
2.1.2 Acesso e disponibilização de dados ........................................................... 9
2.1.3 Interoperabilidade..................................................................................... 9
2.2 Metadados de qualidade ............................................................................... 10
2.2.1 Linhagem ................................................................................................ 10
2.2.2 Acurácia.................................................................................................. 10
2.2.3 Consistência lógica ................................................................................. 11
2.2.4 Completeza.............................................................................................. 12
2.2.5 Cobertura de nuvens................................................................................ 12
2.2.6 Precisão.................................................................................................. 12
2.2.7 Erro......................................................................................................... 12
2.3 Problemas na produção e implementação de metadados ............................ 12
3Padrões de Metadados Geoespaciais .............................................. 14
3.1 Spatial Data Transfer Standard - SDTS ...................................................... 14
3.2 Content Standards for Digital Geospatial Metadata - CSDGM.................. 15
3.3 Spatial Archive and Interchange Format - SAIF......................................... 16
3.4 CEN TC287 ................................................................................................... 18
3.5 ANZLIC......................................................................................................... 18
3.6 GCMD/NASA................................................................................................ 19
3.7 Dublin Core................................................................................................... 19
3.8 Principais categorias de metadados.............................................................. 20
3.9 Critérios para escolha do padrão de metadados.......................................... 21
4Estudo de Caso................................................................................. 22
4.1 Resultados e considerações sobre a aplicação da bacia do rio Caí.............. 26
5Catálogo de Metadados................................................................... 28
5.1 Catálogo de metadados do FGDC ................................................................ 28
6Considerações Finais....................................................................... 30
Bibliografia............................................................................................. 31
ANEXO 1 - Exemplo de Relatório de Documentação de Dados.......... 33
5
Lista de Figuras
FIGURA 1 - Localização da bacia do rio Caí no Estado do Rio Grande do Sul e na área
do programa Pró-Guaíba..................................................................................... 23
FIGURA 2 – Imagem de satélite classificada com os diferentes usos do solo na área da
bacia do rio Caí................................................................................................... 25
FIGURA 3 – Mapa com a hidrografia, divisas municipais e pontos de deposição de
resíduos sólidos na área da bacia do rio Caí......................................................... 26
6
1Introdução
A humanidade já faz uso de informação espacial há vários séculos, tendo reconhecido
seu valor em uma série de atividades importantes, como a navegação, a demarcação de
territórios, a elaboração de estratégias militares e comerciais, entre outras. Inicialmente
a informação espacial era manuseada na forma de mapas manuscritos ou impressos. A
partir da década de 60, em paralelo com o desenvolvimento dos computadores
eletrônicos, iniciou-se na América do Norte a pesquisa e o desenvolvimento de sistemas
de informação especialistas para tratar e analisar esse tipo de informação, denominados
sistemas de informação geográfica - SIG [TEI 95, ANT 91]. Na década de 80 o
desenvolvimento e a difusão desses sistemas experimentou um impulso significativo,
verificando-se aplicações nas mais diversas áreas de conhecimento, tanto no setor
público quanto no setor privado. A produção de software para aplicações geográficas
logo atingiu um caráter fortemente comercial, a ponto de haver nos Estados Unidos no
final dos anos 80 nada menos do que 62 sistemas diferentes já registrados [PAR 89].
Originou-se a partir de então uma intensa demanda por dados espaciais digitais. No
início, cada órgão, instituição ou empresa produzia sua própria base de dados para
preencher necessidades específicas da aplicação pretendida. Uma grande quantidade de
dados espaciais de diversas regiões começou a ser armazenada em meio digital. A
confecção da base de dados tornou-se a etapa mais crítica, longa e onerosa das
aplicações de SIG. No início da década de 90, estimativas mostravam que a base de
dados totalizava um custo cerca de 10 vezes superior ao do software SIG e 100 vezes
superior ao do hardware [BUR 92]. O elevado custo de estruturação de uma base de
dados e a facilidade de reproduzir dados em meio digital tornou necessário evitar a
redundância na confecção e no armazenamento. Com essa finalidade, em vários países a
produção e distribuição de dados espaciais digitais foi normatizada e regulamentada,
tornando-se uma atividade comercial executada em alguns países pelo setor público e
em outros pela iniciativa privada.
Além da redução de custos, a produção normatizada trouxe como vantagem adicional o
fato de que todas as aplicações realizadas sobre uma determinada região utilizassem a
mesma base de dados geográfica e pudessem, dessa forma, em qualquer momento ser
confrontadas ou integradas. Resolveu-se em parte os problemas decorrentes do uso de
bases distintas por diferentes usuários, mas uma nova lacuna surgiu no que se refere ao
conhecimento, por parte dos usuários, das características dos dados digitais disponíveis.
Para que os dados pudessem ser utilizados com segurança pela diversificada
comunidade de usuários tornou-se necessário prover algumas informações básicas sobre
a qualidade desses dados.
As informações que descrevem dados ou conjuntos de dados são denominadas de
metadados. A informação prestada pelos metadados representa uma substancial
economia de recursos na pesquisa e busca de dados geoespaciais existentes, bem como
no monitoramento, controle e aquisição dos mesmos. Sua importância reside, entre
outras coisas, no fato de possibilitarem avaliar o grau com que um conjunto de dados
satisfaz as necessidades de uma determinada aplicação geográfica e inferir o produto
que pode ser esperado como resultado de uma análise com eles efetuada.
Na tentativa de organizar os metadados para facilitar seu uso na localização e acesso a
dados geográficos surgiram várias propostas de padrões de metadados. Os padrões
7
estabelecem categorias e elementos de metadados necessários para descrever
adequadamente os dados. As iniciativas mais significativas no estabelecimento de
padrões ocorreram no início da presente década nos Estados Unidos, com o trabalho
coordenado pelo Federal Geographic Data Comittee (FGDC). Logo depois surgiram
estudos sobre outros padrões no Canadá, na Europa e na Austrália. Atualmente, com a
facilidade de distribuição de dados on-line através da Internet, o tema metadados
geoespaciais voltou a ganhar relevância sob aspectos como interoperabilidade,
compartilhamento, disponibilidade, busca e transferência de dados [TIM 96].
Até agora já foram propostos diversos padrões, os quais encontram-se em diferentes
estágios de desenvolvimento, alguns ainda em nível conceitual e outros já
implementados. Esses padrões de metadados são alvo de intensa pesquisa na tentativa
de identificar um conjunto satisfatório de metadados que possa suprir as necessidades de
documentação de dados geoespaciais.
Para o Brasil, a pesquisa com metadados geoespaciais torna-se área importante devido
ao contato com a tecnologia de SIG ser muito recente. A primeira oportunidade do
público em geral trabalhar com esses sistemas ocorreu no final dos anos 80, durante o
período da reserva de mercado de informática, através do software SGI, produzido pelo
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O desenvolvimento das primeiras
aplicações foi lento e em pequeno número e o meio acadêmico tardou a incorporar a
nova tecnologia nos currículos de cursos relacionados a aplicações geográficas.
Somente nos últimos anos é que se verificou um sensível acréscimo na difusão de
aplicações geográficas no País, resultado do surgimento de microcomputadores de
maior capacidade de processamento e de softwares mais eficazes e de menor custo, bem
como da participação do setor privado, entre outros fatores.
Passada uma década do contato inicial com a tecnologia de SIG no País, existe
atualmente uma forte demanda por bases de dados geoespacias digitais, sendo que
muitas instituições ainda estão iniciando a sua produção. Por estar em um estágio
inicial, a geração de bases de dados espaciais digitais é um setor que carece do
estabelecimento de normas e regras para facilitar o posterior intercâmbio e evitar a
redundância na produção. Praticamente em todos os encontros recentes de especialistas
e usuários na área de geoprocessamento, bastante atenção tem sido dada a uma série de
aspectos referentes à produção e distribuição de dados.
A vantagem de se criar em âmbito nacional um mecanismo para auxiliar as instituições
no compartilhamento de dados geoespaciais tem sido bastante discutida [RIB 96,
GUI 97, WEB 98]. Contudo, é aconselhável não esquecer que tão importante quanto
produzir e distribuir dados geoespaciais confiáveis é prover informações sobre esses
dados que permitam seu emprego correto por parte dos usuários.
O presente relatório, no âmbito do projeto SIGMODA, reúne os resultados de um
estudo sobre os padrões de metadados existentes com o objetivo de fornecer subsídios
para a adoção de um padrão em nível nacional. O Capítulo 2 apresenta conceitos
relacionados a metadados geoespaciais, principais tipos de aplicação e problemas rela-
cionados à produção e implementação de metadados. O Capítulo 3 descreve os padrões
de metadados mais importantes e relaciona as principais categorias de metadados. No
Capítulo 4 é apresentado um estudo de caso relatando a experiência de documentação
de conjuntos de dados espaciais pertencentes à aplicação da bacia hidrográfica do Rio
Caí, com base em um dos padrões de metadados analisados. O Capítulo 5 descreve a
estrutura de catálogos de metadados existentes, apresentando em detalhes o catálogo de
metadados do FGDC. As considerações finais do estudo são descritas no Capítulo 6.
8
2Metadados
Os dados que descrevem dados ou conjuntos de dados são chamados de metadados.
Metadados descrevem o conteúdo, a qualidade, os procedimentos de geração e outras
características dos dados. Metadados referentes a dados geoespaciais são denominados
metadados geoespaciais [SHE 97]. Dados geoespaciais, neste contexto, incluem os mais
variados tipos de coleções de dados georreferenciados como imagens de satélite,
fotografias aéreas, amostragem geológica, observações biológicas, dados de redes de
infra-estrutura, dados censitários, entre outros.
Os metadados podem ser usados para uma descrição de alto nível, disponibilizando
informações sobre referenciamento espacial, qualidade, linhagem e periodicidade dos
dados [GOO 97]. Os maiores objetivos ou benefícios do uso dos metadados incluem:
preservar os investimentos internos de uma organização em dados geoespaciais;
prover informação sobre uma organização para catálogos de dados;
prover informação necessária para processar e interpretar dados a serem recebidos
através de transferência de uma fonte externa.
Em linhas gerais, uma coleção de metadados, em vários níveis de agregação ou
granularidade, forma um catálogo. Este catálogo, pode, por exemplo, pertencer a
coleções de conjuntos de dados, a conjuntos de dados simples ou somente a certo tipo
de dados. Atuando como índice, um catálogo serve como referência de autoridade em
uma ou mais coleções de dados e pode incluir um dicionário de dados e modelos de
dados. Usuários potenciais da informação podem pesquisar no catálogo a relevância dos
dados, sua extensão, custos e os meios válidos para acessar os dados.
Certas aplicações de metadados surgiram como resultado de usos muito específicos, que
implicavam na geração e monitoramento de grandes conjuntos de dados e permitiam
uma adequação mais exata do domínio e suas aplicações. Com o desenvolvimento da
Internet, questões relativas à disponibilidade, adequação, acesso e transferência dos
dados tornaram-se relevantes devido à possibilidade de ampliar o acesso às informações
e dados para um número maior de usuários.
Além da potencial expansão do número de usuários, há o aspecto de diversificação, pois
um número crescente de aplicações diferenciadas podem ser feitas a partir do uso da
informação já disponível, bem como de aplicações que necessitam só uma parte destes
dados ou mesmo de dados obteníveis da composição ou compartilhamento de partes de
bancos de dados diferentes. Aumentar o número de usuários implica, obviamente, na
inclusão de indivíduos com pouco conhecimento sobre os dados, o que reforça a
importância de existirem metadados adequados tanto para a caracterização quanto para
a descrição e compreensão dos dados.
2.1 Tipos de aplicações de metadados
Os tipos de aplicações de metadados podem ser reunidos em três grandes grupos, quais
sejam a transferência de dados, o acesso e a disponibilização e a interoperabilidade de
sistemas.
9
2.1.1 Transferência
A transferência dos dados implica numa série de ações conjuntas envolvendo acesso,
disponibilidade e adequação dos dados, que dependem de software de conversão.
Metadados para transferência compreendem a informação necessária para processar e
usar um conjunto de dados. É importante, neste caso, determinar o volume de
informação a ser transferida, levando em consideração quais os dados realmente
necessários, a compatibilidade dos sistemas e a compartimentação dos arquivos e meios
(digital ou analógico).
Nos casos de processos de transferência de dados entre diferentes sistemas a estrutura
dos dados e metadados em pouco ou nada deve ser afetada, permitindo a busca e
pesquisa entre sistemas e indicando a adequação ou possibilidade de transferência de
dados. Os metadados devem traduzir as características dos dados que podem ser
transferidos e a maneira como isto pode ser feito. Nesse sentido, aspectos de
padronização devem ser averiguados, bem como a cobertura e confiabilidade que os
aspectos de qualidade propostos pretendem garantir.
2.1.2 Acesso e disponibilização de dados
Para a transferência de dados é necessário um conhecimento prévio do conteúdo dos
arquivos. O acesso engloba os itens necessários para se obter um conjunto determinado
de dados que pode ser estabelecido ou solicitado pelo usuário final e sob quais
condições. A disponibilização se refere a um levantamento direto das características,
conteúdos e compartimentação dos dados existentes para uma localização geográfica
sem acessar aos dados propriamente ditos. Os metadados que desempenham essa função
permitem conhecer a estrutura da informação e orientam o usuário na navegação do
conjunto de dados, permitindo que o mesmo decida sobre a adequação dos dados para a
transferência.
2.1.3 Interoperabilidade
A interoperabilidade refere-se ao uso efetivo em um determinado sistema da informação
residente em outro sistema. As preocupações em torno de dados espaciais dizem
respeito ao acesso fácil aos dados por seus eventuais consumidores e como estes podem
saber se os dados são realmente utilizáveis, se os dados de uma origem são compatíveis
com os dados de outra, se os modelos de dados são também compatíveis com as
necessidades dos clientes e, por fim, quais tecnologias estão disponíveis e necessárias.
As conversões de sistema, em especial, devem considerar a preservação das relações
topológicas e de referenciamento geográfico. O problema é extensível aos catálogos de
metadados que, considerados aqui como uma coleção de metadados aplicados a vários
níveis de agregação e granularidade, são indispensáveis para a avaliação da relevância
dos dados, sua extensão, custo e caminho de busca.
A interoperabilidade e o gerenciamento de dados são vistos e concebidos sob duas
óticas principais diferentes. Uma delas constitui um protótipo de distribuição
descentralizada a partir de servidores já existentes, o conceito de Clearinghouse, tônico
na América do Norte e Europa. A outra tem uma abordagem mais centralizadora, onde
se disporia de um diretório único e geral de dados que os usuários poderiam acessar,
como é a proposta da Austrália e Nova Zelândia.
10
2.2 Metadados de qualidade
Metadados de qualidade são dados que descrevem a qualidade de dados utilizados em
aplicações geográficas. A qualidade é uma característica essencial ou de distinção
necessária para dados cartográficos de forma a torná-los aptos para uso. A existência de
medidas de qualidade de dados é fundamental para avaliar a confiabilidade de
resultados obtidos a partir de aplicações efetuadas com esses dados.
A qualidade da informação espacial e de seus produtos é multidimensional e complexa,
variando espacial e temporalmente. Além disso, a necessidade de informação depende
da aplicação pretendida. Em outras palavras, qualidade não é a performance máxima
mas o respeito da performance especificada para responder às necessidades. A
informação sobre a qualidade muda com o tempo e com a pretensão dos usuários
[FAI 97]. Uma informação imprecisa para um usuário pode ser boa para outro, pois ela
é simplesmente suficiente para as suas necessidades. Por exemplo, uma estrada cujo
cruzamento com outra está deslocado 30 metros de sua posição real pode ser
perfeitamente aceitável para estudos de infra-estrutura regional, mas inaceitável para um
projeto de pavimentação, que necessita de medidas muito acuradas para realizar
cálculos de áreas e volumes.
Os metadados de qualidade de maior evidência incluem a linhagem, a acurácia, a
consistência lógica e a completeza. Além destes, há ainda outros elementos
contemplados em alguns padrões, como a cobertura de nuvens, a precisão e o erro. As
definições dessas categorias são detalhadas a seguir.
2.2.1 Linhagem
A linhagem contém o detalhamento dos passos seguidos na criação dos dados, tudo que
se refere à descrição do material de origem, métodos de derivação utilizados,
transformações executadas e comentários. É um “histórico” do processamento do dado
(interpolação, filtragem, retificações, classificação). No caso de dados espaciais, a
linhagem deve incluir ainda os pontos de controle utilizados para permitir a futura
reconstrução com os mesmos parâmetros. Deve trazer também os algoritmos de
transformação utilizados.
A linhagem traz informação sobre os eventos, parâmetros e dados de origem que
construíram o conjunto de dados documentado, bem como informações sobre as partes
responsáveis pela construção. Inclui referências sobre quais dados originais foram
utilizados para gerar o conjunto, a escala e o meio (ex.: papel, magnético, dados de
campo) de cada um, o período de tempo que cada dado original descreve e a base de
medição desse período, descrição dos processos utilizados (cada evento, processo ou
passo com os parâmetros e tolerâncias relacionados), data da realização de cada passo e
período de processamento, citação sobre a fonte de dados intermediários (significante na
opinião do produtor, gerada no passo de processamento ou usada em processamentos
posteriores) e, finalmente, informação sobre a parte responsável pela informação para o
passo de processamento. A linhagem é uma informação do tipo composto, com valores
quantitativos e texto descritivo.
2.2.2 Acurácia
A acurácia constitui uma medida de quão correto é o dado, quão próximo o dado,
resultado de uma observação, cálculo ou estimativa, se encontra do valor verdadeiro ou
tido como verdadeiro. Seu conceito assemelha-se à definição de exatidão, sendo
11
freqüentemente assim traduzida para o português. A acurácia é um dos metadados de
qualidade de caráter mais quantitativo, com métodos razoavelmente padronizados de
obtenção dos valores. É uma informação do tipo composta, formada por um valor
quantitativo e um texto descritivo sobre esse valor.
Acurácia posicional ou geométrica: medida de quanto o dado difere espacialmente (em
termos de posição absoluta, posição relativa e forma) daquele tido como referência. O
teste de acurácia é feito através de funções trigonométricas ou estatísticas conhecidas
(ex.: desvio médio quadrado - RMS), e os valores podem ser absolutos ou relativos.
Exprime o grau de atendimento às normas de registro espacial ou normas geodésicas.
Métodos de medição da acurácia posicional:
estimativa dedutiva: qualquer sentença dedutiva baseada no conhecimento de erros
em cada passo da produção;
evidência interna: procedimentos para testes de repetição de medidas e redundâncias
tais como fechamento de cruzamentos e resíduos de ajustamento;
comparativo de origem: para o caso de inspeção gráfica. Descrição das tolerâncias
gráficas e métodos de registro;
origem independente de alta acurácia: comparação com um ponto de alta acurácia
independente, resultados numéricos em unidades de terreno, bem como o número e
a localização dos ponto de teste.
Acurácia temporal: é uma medida de atualidade do dado, geralmente representada pela
data de produção do dado.
Acurácia de atributos: retrata a fidelidade dos dados descritivos, com uma avaliação
geral da identificação de entidades e atribuição de valores de atributo no conjunto de
dados. As estimativas são feitas basicamente através de funções estatísticas que medem
a concordância/discordância dos atributos existentes em relação àqueles tidos como
verdadeiros. Os métodos mais empregados consistem a avaliação de matrizes de erro e
tabulação cruzada. O relatório contempla a apresentação de um valor médio para
quantificar a acurácia e a identificação do teste que gerou esse valor.
Métodos de medição da acurácia de atributos:
estimativa deduzida: qualquer estimativa é permitida, até mesmo “palpites” com
base na experiência. A base de dedução deve ser explicada. Qualificativos como
“bom” ou “pobre” devem ser referidos de forma quantitativa;
testes em exemplos independentes: matriz de erros como base em categorias de
amostra e material testado, descrição do procedimento de amostragem e localização
das amostras devem ser descritos;
testes de sobreposição de polígonos: a relação entre dois mapas deve ser explicada e,
tanto quanto seja possível, os mapas devem ser independentes e um deve ter maior
acurácia. Geralmente o resultado é apresentado numa matriz de erros.
2.2.3 Consistência lógica
Este item informa sobre a manutenção de relações lógicas e topológicas consistentes. Os
testes de consistência lógica incluem testes de valores válidos, testes gerais para dados
gráficos (ex.: se os nós estão todos unidos, se os polígonos estão todos fechados) e
testes topológicos específicos (ex.: se limites de polígonos vizinhos não estão se
12
cruzando, se o sentido de fluxo não é contrário em elementos de uma rede). É uma
informação textual, embora seja possível atribuir uma nota referente à porcentagem
revisada. O relatório deve contemplar a data da aplicação dos testes. Correções e
modificações por motivo de consistência lógica, devem ser mencionadas juntamente
com os métodos utilizados para checagem.
2.2.4 Completeza
A completeza engloba informações sobre omissões, critérios de seleção, generalizações,
definições utilizadas e outras regras de mapeamento. Propriedades espaciais e
taxonômicas (atributos) de um conjunto de feições podem ser testadas É uma
informação textual.
2.2.5 Cobertura de nuvens
Relata a área de um conjunto de dados (imagens aéreas ou de satélite, neste caso)
obstruída por nuvens, expressa como uma porcentagem da área total coberta pelo
conjunto de dados. É um valor quantitativo entre 0 e 100, constituindo informação típica
de dados oriundos de imagens de sensoriamento remoto.
2.2.6 Precisão
A precisão refere-se ao número de casas decimais utilizado em um valor descritivo ou
de posição (coordenadas) de um dado ou conjunto de dados.
2.2.7 Erro
O erro constitui uma medida de quão incorreto é o dado, é o desvio do valor
considerado como verdade. Da mesma forma que a acurácia, o erro pode ser medido em
valores absolutos ou relativos. No caso de erro de posição ou geométrico, as formas de
obtenção dos valores são praticamente idênticas às utilizadas para medir a acurácia. A
semelhança aparente dos conceitos pode fazer com que o erro seja confundido com o
conceito de acurácia. Os tipos básicos de erro são o erro inerente, os erros de
processamento (modo de operação das máquinas) e os erros comuns aos processos de
análise e implementação de procedimentos.
2.3 Problemas na produção e implementação de metadados
Apesar de todas as vantagens já relacionadas, a produção e o uso de metadados enfrenta
certas dificuldades de natureza técnico-operacional causadas por problemas de
quantidade, qualidade, descrição e durabilidade (ou obsolescência). Alguns tipos de
dados, especialmente as imagens rasterizadas por satélite, produzem uma enorme
quantidade de arquivos de grande tamanho e de curta vida útil (período de utilização).
Essas imagens constituem uma das informações mais organizadas e seus metadados
existem para utilizações muito específicas. No campo das imagens vetoriais ou
digitalizadas, pelo contrário, a informação tem uma cobertura espaço-temporal precária,
sua utilidade é múltipla e provém de várias fontes com diferentes graus de qualidade e
diferentes formas de referenciamento espacial. É também a que menos dispõe de
metadados, não apenas por sua menor qualidade de produção e baixa organização, mas
também por sua difícil interpretação para disponibilização e acesso pela diversidade de
usuários e aplicações. Isso implica em problemas de descrição e especificação dos
13
dados e conteúdos em função de uma provável aptidão dos arquivos a um fim
presumível.
Os problemas relacionados à produção de metadados podem ser agrupados nos
seguintes tópicos:
disponibilidade: apenas parte da informação digital atualmente existente está
documentada com metadados, sendo extremamente difícil recuperar o que não
existe;
durabilidade: o tempo de validade para disponibilizarão de dados e metadados não é
necessariamente o mesmo, sendo necessário estabelecer uma periodicidade para a
atualização dos metadados;
quantidade de dados: a quantidade e a qualidade de dados produzida em diferentes
campos de atividades é desproporcional; produzindo-se muita informação em
algumas áreas de conhecimento e quase nada em outras;
volume de dados: se refere à quantidade de dados e também ao tamanho dos
arquivos, sendo que freqüentemente os metadados podem ser de maior volume do
que os próprios dados documentados;
interoperabilidade: a compatibilidade de dados entre sistemas exige grande número
de informações;
padronização: é necessário adotar e seguir normas para constituição de metadados;
aspectos de qualidade: que tipo de metadados são realmente necessários e
indispensáveis para se acessar a confiabilidade da informação geoespacial;
universo da informação: não apenas os dados digitais possuem metadados. Os dados
analógicos também podem e devem ser documentados com metadados.
A implementação de metadados em larga escala apresenta algumas limitações
relacionadas a hardware e a software. No que se refere ao hardware, apesar da evolução
dos últimos anos, o desafio ainda se concentra na forma de armazenamento da
informação e na velocidade de transferência da informação digital. Quanto ao software,
as necessidades incluem o desenvolvimento e refinamento dos browsers , especialmente
no sentido do tipo de busca pretendido, o desenvolvimento de programas de conversão
de dados e o desenvolvimento de programas de codificação e produção dos próprios
metadados.
14
3Padrões de Metadados Geoespaciais
Há atualmente padrões internacionais que visam garantir a transferência de dados
geoespaciais digitais, bem como permitir o cruzamento de suas informações, controle de
qualidade, metodologias de transferência, terminologia e requisitos mínimos para
disponibilização. Estes padrões estabelecem basicamente uma terminologia comum aos
fenômenos espaciais, classes de geodados e seus modelos de informação, além de regras
para produção de metadados. Alguns padrões já são operacionais, dispondo inclusive de
software para cadastramento de metadados e esquemas para disponibilizar os metadados
em sites da Internet. Os principais padrões de dados e metadados geoespaciais
operacionais e propostos são detalhados a seguir.
3.1 Spatial Data Transfer Standard - SDTS
O padrão Spatial Data Transfer Standard (SDTS) [MOE 88] foi desenvolvido pelo
Federal Geographic Data Comitee (FGDC) dos Estados Unidos e publicado no US
Federal Information Processing Standard em 1992. Foi desenvolvido para permitir às
agências federais dos Estados Unidos o compartilhamento de dados espaciais entre
aplicações que usavam hardware, software e sistemas operacionais diferentes. É o
protocolo mais antigo de transferência de informação espacial digital entre software de
informações espaciais. Leva em consideração aspectos topológicos e a correspondência
de arquivos gráficos.
Um subconjunto limitado do SDTS, projetado para uso com um tipo específico de dado
forma um perfil SDTS. Seleções específicas são feitas para codificar possibilidades não
contempladas, deixadas como opcionais ou deixadas com seleções numerosas dentro do
padrão SDTS.
O primeiro perfil desenvolvido foi o Topological Vector Profile (TVP), para uso com
dados geográficos vetoriais com topologia gráfica planar. O segundo perfil
desenvolvido foi o Raster Profile, que pode acomodar dados de imagens, modelos
digitais de elevação, planos raster de sistemas de informação geográfica e outros tipos
de dados em grade. Esse perfil se aplica a dados georreferenciados (dados
geograficamente registrados à superfície da terra).
A Parte 2 do SDTS representa uma tentativa formal de desenvolver uma lista
padronizada de termos. Atualmente, esta lista consiste de termos topográficos e
hidrográficos, baseados em uma metodologia hierárquica que pode acomodar a maioria
das especificações de conteúdo de dados. É esperado que a Parte 2 seja expandida até
formar um registro de feições espaciais que inclua termos de cada subcomitê de
categoria de dados do FGDC.
Para facilitar o acesso e o uso do SDTS, o United States Geological Survey (USGS)
desenvolveu ferramentas de software que dão suporte à implementação do SDTS. A
ferramenta mais importante é uma biblioteca de funções C++ que pode ser chamada por
programas do usuário para ler e escrever arquivos em conformidade com o padrão
usado pelo SDTS para sua implementação física.
Por ser um dos primeiros padrões, o SDTS é bastante utilizado, sendo requerido em
todas as contratações do governo americano para obtenção de dados geoespaciais.
Também forma parte do conjunto de especificações DIGEST (Digital Geographic
15
Information Exchange Standards), utilizado em aplicações militares por vários países
membros da OTAN, que no nível conceitual parece-se muito com o SDTS. Esse
conjunto de especificações reúne uma família de padrões internacionalmente aceitos que
fornecem um método uniforme para intercâmbio de informação geográfica digital. Seus
formatos de dados possibilitam o intercâmbio de dados cartográficos de texto, matriz,
raster e vetorial.
3.2 Content Standards for Digital Geospatial Metadata - CSDGM
O Content Standards for Digital Geospatial Metadata (CSDGM) [FED 97] foi
desenvolvido pelo Federal Geographic Data Comitee (FGDC) dos Estados Unidos. O
padrão foi aprovado em 1994 e entrou em vigor em 1995.
O padrão CSDGM especifica o conteúdo da informação de metadados para um conjunto
de dados geoespaciais digitais. O objetivo do padrão é prover um conjunto comum de
terminologia e definições para a documentação ligada a esses metadados. Estabelece o
nome dos elementos de dados e grupos de elementos de dados a serem usados para o
intercâmbio de dados, as definições desses elementos e grupos de dados, e informação
sobre os valores que serão dados para os elementos de dados. Informação sobre termos
que são obrigatórios, obrigatórios sob certas condições, e opcionais (fornecidos na
opinião do produtor de dados) é provida no padrão.
A informação incluída no padrão foi selecionada com base em quatro funções que os
metadados em geral devem desempenhar:
disponibilidade: dados necessários para determinar os conjuntos de dados que
existem para uma localização geográfica;
adequabilidade para uso: dados necessários para determinar se um conjunto de
dados preenche uma necessidade específica;
acesso: dados necessários para adquirir um conjunto de dados identificado;
transferência: dados necessários para processar e usar um conjunto de dados.
O padrão CSDGM é complementar ao padrão SDTS e vice-versa. O padrão SDTS foi
desenvolvido para permitir a transferência de conjuntos de dados espaciais entre
diferentes sistemas, enquanto o padrão CSDGM foi desenvolvido para definir os
elementos de metadados usados para documentar dados geoespaciais digitais para vários
propósitos. Isso inclui metadados para preservar o valor e o significado de um dado,
para ajudar a catalogar o dado e para ajudar na transferência de dados. Uma vez que o
SDTS é um padrão para transferência de dados, o conteúdo de seus metadados
primários é usado para determinar a aptidão do conjunto de dados para o propósito do
usuário.
Há um relacionamento estreito entre o padrão CSDGM e os elementos de metadados
contidos no modulo Data Quality do SDTS, e em outros locais dentro do conjunto de
transferência SDTS. Como o padrão CSDGM contem metadados usados para procurar
por conjuntos de dados espaciais digitais, esses elementos não precisam estar contidos
no conjunto de transferência SDTS.
O padrão CSDGM define os seguintes grupos de metadados:
identificação: informação básica sobre o conjunto de dados. Inclui o título, a área
geográfica coberta, atualidade e rotinas para adquirir ou usar os dados;
16
qualidade dos dados: uma avaliação da qualidade do conjunto de dados. Inclui a
acurácia posicional e de atributos, completeza, consistência, as fontes da informação
e métodos usados para produzir os dados (recomendações sobre a informação a ser
reportada e tarefas a executar estão no padrão SDTS);
organização dos dados espaciais: o mecanismo usado para representar a informação
espacial no conjunto de dados. Inclui os métodos usados para representar posições
espaciais diretamente (como raster e vetor) e indiretamente (como endereços de
ruas e códigos de cidades) e o número de objetos espaciais no conjunto de dados;
referência espacial: descrição da rede de referência e meios de codificar
coordenadas no conjunto de dados. Inclui o nome e parâmetros para projeções de
mapa ou sistemas de grade de coordenadas, datuns verticais e horizontais e a
resolução do sistema de coordenadas;
entidade e atributo: informação sobre o conteúdo do conjunto de dados, incluindo os
tipos de entidades, seus atributos e os domínios dos valores que serão atribuídos aos
atributos. Inclui os nomes e definições das feições, atributos e valores de atributos;
distribuição: informação sobre a obtenção dos dados. Inclui contato com o
distribuidor, formatos disponíveis, informação sobre como obter conjuntos de dados
on-line ou em meio físico;
referência dos metadados: informação sobre a atualidade da informação dos
metadados e a parte responsável pelos mesmos.
Em termos de uso, as normas do FGDC têm servido de referência para o
desenvolvimento de praticamente todos os demais padrões hoje propostos. Existem
bases de metadados de várias regiões do mundo, mas principalmente nos EUA. Em abril
de 1994, o presidente dos Estados Unidos assinou a Ordem Executiva 12096,
Coordinating Geographic Data Acquisition and Access: The National Spatial Data
Infrastructure. Essa ordem instruiu todas as agências federais americanas a usar o
padrão do FGDC para documentar novos dados geoespaciais a partir de 1995, além de
disponibilizar esses metadados ao público através da National Geospatial Data
Clearinghouse.
Existem vários sistemas disponíveis para cadastramento de metadados nesse padrão,
sendo NBII MetaMaker v. 2.10 e Corpsmet 95, os mais difundidos.
3.3 Spatial Archive and Interchange Format - SAIF
O Spatial Archive and Interchange Format (SAIF) [BRI 95] foi desenvolvido pela
Divisão de Levantamento e Mapeamento de Recursos do Ministério do Ambiente,
Território e Parques da Columbia Britânica (Canadá). O padrão SAIF foi concebido
para facilitar a interoperabilidade, particularmente no contexto da troca de dados. Ele
representa também um meio eficiente para arquivamento de dados num formato neutro.
Uma característica extremamente importante é que o SAIF é capaz de tratar dados
geográficos como simplesmente outro tipo de dados, isto é, suas raízes estão nas
ciências da informação.
Os objetivos que nortearam o desenvolvimento do SAIF foram:
O padrão deve ser apropriado para modelar e mover dados em geral, isto é, ele deve
ser capaz de lidar tanto com a informação espaço-temporal quanto com a
informação tradicional;
17
Ele deve manusear virtualmente qualquer tipo de dado geográfico, incluindo
aqueles: (i) com ou sem descrições extensivas de atributo, (ii) com geometria
definida por estruturas raster ou vetoriais em duas ou três dimensões (p. ex., dados
topográficos, cadastrais e temáticos típicos, mas também dados geológicos de
subsuperfície, climáticos, hidrográficos, etc.);
O padrão precisa abordar tempo, de forma que eventos temporais e relacionamentos
possam ser manuseados (p. ex., manchas de óleo móveis, navegação de veículos,
atividades gerais de monitoramento);
Ele precisa contemplar requerimentos de gerenciamento de dados (suporte para
atualizações, integração com dados de multimídia, aplicabilidade tanto a grandes
quanto a pequenos volumes de dados, possibilidade de estabelecer interface com
consultas a bancos de dados e compatibilidade com desenvolvimentos de catálogo);
O padrão precisa ser apto a operações efetivas em ambientes de rede, assim como
deve ser apropriado para transferência convencional de arquivos em meio magnético
ou ótico;
Ele precisa ser fácil de usar e de baixo custo, além de ser fácil de manter e expandir
para atender as necessidades dos usuários e mudanças tecnológicas (sem demandar
maiores investimentos por parte dos produtores ou usuários de dados);
O padrão deve ser harmonizado com novos desenvolvimentos SQL e iniciativas
Open GIS, assim como a outros padrões geográficos como DIGEST e SDTS.
O SAIF não enfatiza a separação entre entidades gráficas e atributos, incorpora a noção
de compartilhamento de objeto (dados espaciais e espaço-temporais), permitindo um
maior leque de informações e possibilidade de atendimento específico. Introduz
estruturas de mais alto nível que contém um número arbitrário de atributos. Alguns
atributos podem definir espaço, tempo e topologia, além de outros atributos tradicionais.
A modelagem de dados torna-se mais vigorosa, é maior a compatibilidade de formatos,
os dados são auto-descritivos e os formatos são neutralizados. Torna-se possível uma
maior densidade de informação.
O SAIF enfatiza a estrutura de dados dos objetos através do paradigma da orientação a
objetos. Os dados são considerados como instâncias de tipos (classes) que seguem uma
hierarquia extensível pelo usuário. O modelo de dados é definido como um conjunto de
conceitos e regras de composição associados, usadas para descrever tipos e
relacionamentos entre instâncias destes tipos. Classes de metadados são colocadas
abaixo dos metadados ou em uma de suas subclasses. Outros metadados podem ser
definidos pela inclusão de atributos determinados em classes definidas pelo usuário.
Estes atributos podem ter como domínio classes de metadados do SAIF ou classes
definidas pelo usuário.
Numa estrutura de alto nível há uma distinção entre a maneira como a informação é
descrita e a forma como é codificada. Existem três níveis de descrição. No nível mais
abstrato toda a informação é definida como construções matemáticas, incluindo objetos
abstratos, listas, enumerações e primitivas. Usando isso como blocos de construção, o
SAIF introduz várias construções espaciais e temporais. Torna-se possível, então, dizer
que o mundo real pode ser representado como um tipo de objeto espacial, existindo no
espaço e no tempo e com vários tipos de relações com outros objetos geográficos.
Atualmente, o SAIF vem sendo usado no Canadá e em várias regiões dos Estados
Unidos. Apesar disso, é extremamente raro encontrar disponibilizadas bases de
18
metadados cadastrados de acordo com esse padrão. Entre os usuários cita-se o Projeto
Sequoia 2000.
Existem alguns sistemas disponíveis para cadastramento de metadados no padrão SAIF,
entre eles o SaifSuite1.1; o FMEBC (Feature Manipulation Engine (BC)), o Saif3.1 e o
Saif3.2. Na verdade, não são programas para cadastramento, o usuário tem de escrever
seu próprio programa usando as bibliotecas em C++.
3.4 CEN TC287
O CEN TC287 é o padrão de metadados Europeu preparado pelo Comitê Técnico 287
(TC287) do Comitê Europeu de Padronização (CEN) [CEN 96]. Atualmente o TC287
do CEN está no processo de solicitação de comentários sobre o esboço do padrão, de
caráter ainda propositivo. No entanto o padrão CEN já está sendo usado como parte do
projeto Multipurpose Europeean Ground Related Information Network (MEGRIN) e
também está previsto que servirá de base para o desenvolvimento da norma ISO 15096.
O padrão CEN define um conjunto mínimo de metadados que devem ser providos pelos
produtores/fornecedores de dados. A maior razão da criação do padrão é encorajar o uso
generalizado de dados geoespaciais.
O conjunto de normas CEN (ISO) constituirá a futura Norma Européia para informação
geográfica. Este grupo de normas interrelacionadas provê técnicas de desenvolvimento
de esquemas para primitivas geométricas, qualidade de informação, diretórios de
informação e dicionários. A parte de busca e atualização de arquivos utiliza uma
linguagem de busca, que incorpora operadores espaciais e sistemas de identificação para
busca e atualização de dados geográficos, inclusive metadados.
As categorias de metadados previstos no padrão CEN-TC287 são muito equivalentes às
categorias do padrão CSDGM. No padrão CEN-TC287, os esquemas conceituais são
definidos usando a linguagem EXPRESS. A linguagem EXPRESS foi desenvolvida
para ser usada na modelagem e representação de dados geoespaciais. O objetivo do
desenvolvimento da linguagem foi o de prover um mecanismo neutro capaz de
descrever os dados de forma independente de implementação.
3.5 ANZLIC
O padrão ANZLIC, proposto pelo Australia New Zealand Land Information Council
[ANZ 97], tomou como base o padrão americano CSDGM, mas utiliza um subconjunto
reduzido (núcleo) dos elementos de metadados, proposto pelo padrão CSDGM. O
objetivo foi manter no padrão, somente aqueles elementos essenciais e indispensáveis,
para facilitar ao máximo o uso por parte dos usuários e produtores de dados
geoespaciais. Uma das características diferenciais deste padrão é a possibilidade de
incluir a documentação de dados não digitais. Isto foi necessário devido à existência de
grande quantidade de dados em meio analógico.
O núcleo de elementos do ANZLIC foi definido através de um longo processo de
consultas a usuários e produtores de dados geoespaciais. O resultado consiste em um
conjunto de aproximadamente quarenta elementos, contra os duzentos e vinte elementos
do padrão CSDGM. As principais categorias de metadados são: identificação do
conjunto de dados; descrição; data de atualização; estado do conjunto de dados (ex.:
ativo, desatualizado); formato de acesso; qualidade dos dados; informações para contato
e data de confecção do metadado.
19
A Austrália começou com a coleta, gerenciamento e apresentação de metadados
espaciais no início da década de 80, mas parou pela dificuldade e o alto custo de coleta e
atualização. Em 1989 o National Resource Information Centre (NRIC) iniciou o
desenvolvimento de um sistema de diretório de dados espaciais. Foi desenvolvido o
software FINDAR, que tinha como metas coletar, manter e prover acesso ao diretório de
metadados. Com ele as agências federais e regionais podiam gerenciar seus próprios
metadados, uma porção apropriada dos quais era passada para um diretório nacional,
provendo um ponto de acesso único.
Apesar do esforço, apenas uma pequena parte das agências adotou o software. Foram
então estabelecidos alguns princípios para obter melhores resultados, como a
administração dos dados, em que a responsabilidade em gerenciar e manter os dados foi
atribuída a agências individuais, e o intercâmbio de informação entre agências
estimulada o tanto quanto possível. O desenvolvimento de um diretório nacional para a
Austrália e Nova Zelândia faz parte das metas atuais do grupo de trabalho ANZLIC
[SHE 97].
3.6 GCMD/NASA
O Global Change Master Directory (GCMD) foi desenvolvido pela NASA. É uma
fonte compreensível de informação sobre dados de satélite e de ciências da Terra “in
situ”, com recobrimento da atmosfera, hidrosfera, oceanos, terra firme e biosfera.
Dispõe de uma interface de procura que permite ao usuário acessar essa base de dados.
O formato Directory Interchange Format (DIF) permite ao GCMD integrar informação
de aproximadamente 700 diferentes provedores de dados de várias disciplinas e
compartilhar entradas com outros nós na International Directory Network (IDN).
Os metadados do GMDC identificam o item a ser procurado, descrevem os dados no
domínio temporal e espacial e fornecem informação adicional útil para o pesquisador,
tais como o estado, formato e restrições de acesso. A maioria desses metadados pode ser
usada para acesso aos dados, mas somente seis são indispensáveis. O GCMD combina
campos de procura controlados com outros descritivos, mais extensos e de formato
livre. Por isso a interoperabilidade entre os centro de dados participantes do diretório é
muito difícil de funcionar quando utilizados todos os campos. O conjunto mínimo de
metadados é necessário para integrar descrições de dados desses sistemas, mas um
conjunto mais completo está disponível, case seja necessário.
3.7 Dublin Core
O padrão Dublin Core é uma especificação de metadados para catálogo de documentos
eletrônicos. Atualmente, a intenção desse padrão é definir um conjunto pequeno e
universalmente aceito de elementos de metadados que permita a autores e provedores de
informação espacial a descrever seu trabalho. Além disso, deve facilitar a
interoperabilidade entre ferramentas de descobrimento de recursos. Como a geração
automática de metadados resulta em informação insuficiente e a geração manual é muito
cara, o Dublin Core procura conceber um sistema que esteja entre esses dois extremos,
especificando que os elementos de metadados sejam opcionais e extensíveis.
20
3.8 Principais categorias de metadados
Examinando os padrões é possível identificar algumas categorias que são mais
relevantes. Numa abordagem classificatória, Drewry [DRE 97] propõe uma definição de
requisitos por categorias para os metadados segundo temas comuns na arquitetura de
informação dos padrões, chegando a um conjunto de metadados que poderia servir a
uma descrição de dados suficiente para qualquer aplicação. Essas categorias são:
identificação: identificador de entrada, identificador de título, identificador de
recurso, título do conjunto de dados;
origem: investigador, contato técnico, centro de origem, centro de dados, criador ou
autor, editor, contribuidores, distribuição, organização;
cobertura espacial: localização, limites de coordenada (norte, sul, leste, oeste);
cobertura temporal: data de publicação, início e final;
domínio específico: disciplina, parâmetros, palavras-chave (tema e locais), resolução
dos dados, projeto, tipo de recurso, linguagem, relação;
restrições de uso: acesso, restrições, direitos, datas de limite de acesso e de uso;
documentação: conjunto de dados, citação, link de catálogo (URL), referência,
sumário, assunto, descrição, resumo, proposta, informação suplementar;
formato: distribuição, formato, tipo de browser, tipo de dados espaciais, forma de
apresentação;
status: progressão do conjunto de dados (estado atual);
metadados de qualidade: medida da qualidade dos dados em aspectos de posição,
atributos e estruturação;
exemplos: multimídia;
atributos de custódia: meio de armazenamento (digital ou analógico), datas de
manutenção e revisão, agregação (bandeira), edição, referência periódica.
Das categorias acima, é possível notar que os dados de identificação e origem são
próprios à organização do produtor dos dados e ao sistema utilizado. Os dados de
cobertura espacial e cobertura temporal são os mais comuns e necessários, pois se
destinam à procura e busca dos dados no espaço, tais como sistema de coordenadas,
referências hidrográficas, controle (horizontal e vertical), transformação (de
coordenadas) método de posicionamento (satélite, rádio, aproximação e métodos
tradicionais entre outros, além de aspectos de localização geral como descrição textual,
designação de mapas e boundingbox (retângulo de variação em duas, três ou quatro
dimensões) e no tempo, como as de tipo comum (Greenwich [UTC], GPS ou referência
local), offset (+/- Greenwich) e intervalo (estimativa de erro não estatística). Ausentes à
lista, no entanto, estão os dados relativos à periodicidade com que os mesmos dados são
atualizados, informação que pode variar com a freqüência de segundos a anos.
Os dados de domínio configuram especificações de natureza técnica, uma vez que
tratam de unidades de medida, granularidade da informação (imagens raster), a forma
de aquisição (equipamentos) e o sistema de operação e produção dos dados. Os demais
dados são de natureza administrativa ou textual, pois tratam das formas de acesso aos
dados, gerenciamento, qualidade, controle e disponibilização, incluindo comentários
adicionais, para o que se veiculam anotações sobre aspectos de natureza genérica e de
21
difícil classificação e feitas na forma de texto ou símbolos que podem ser espacialmente
referidos.
3.9 Critérios para escolha do padrão de metadados
Com o propósito de efetuar o cadastramento dos metadados referentes à aplicação da
bacia do rio Caí (ver Capítulo 4), foram estudados e comparados os padrões SDTS,
FGDC, SAIF e CEN. Os critérios utilizados foram os seguintes:
Propósito do padrão: finalidade para a qual o padrão foi concebido;
Grupos de metadados contemplados por cada padrão: a sugestão é ver quais grupos
cada padrão contempla e abrir (detalhar) alguns para verificar em que nível de
detalhamento os ítens estão identificados. Num primeiro momento a sugestão é abrir
os metadados de qualidade e de referência espacial;
Se são contemplados tanto os dados quanto os metadados;
Possibilidade de incluir informações sobre os próprios metadados;
Ferramentas de software disponíveis.
Facilidade de uso/método e dados produzidos (base existente)
Formatos e padrões de disponibilização dos metadados cadastrados
Buscou-se e avaliou-se softwares disponibilizados na Internet pelas organizações
responsáveis por cada padrão. Os critérios de escolha do software para cadastramento
incluíram a facilidade de manuseio, a clareza dos menus, o sistema operacional
necessário para a sua execução e a disponibilidade de exemplos de metadados. Os
softwares comparados foram:
STDS: SDTS; SDTS-EP (Spatial Data Transfer Standard Encoding Program)
FGDC: Corpesmet 95 e NBII Metamaker 2.10;
SAIF: SaifSuite1.1; FMEBC (Feature Manipulation Engine (BC)),Saif3.1 e Saif3.2;
CEN: ST-Developer_1.5
O padrão escolhido para o primeiro teste de cadastramento dos metadados foi o
CSDGM, do Federal Geographic Data Commitee. A escolha justifica-se pela facilidade
de uso e pela existência de um grande número de metadados para estudar como
exemplo, além da existência de softwares prontos para uso. O software escolhido para o
cadastramento dos metadados foi o NBII Metamaker versão 2.10, disponível no
endereço de FTP Anonymous fgdc.er.usgs.gov, do National Biological Service dos
Estados Unidos, fabricante do software.
22
4Estudo de Caso
Para propiciar um maior aprofundamento no conhecimento do assunto metadados e
aspectos relacionados à sua constituição, bem como para adquirir experiência prática,
foi efetuado um estudo piloto documentando-se os dados de uma aplicação geográfica já
concluída.
A área de estudo da aplicação utilizada é a bacia do rio Caí, uma das cinco sub-bacias
do programa Pró-Guaíba. Uma bacia hidrográfica pode ser definida como a área total de
drenagem que alimenta uma determinada rede hidrográfica, ou ainda como um espaço
geográfico de sustentação dos fluxos d´água de um sistema fluvial hierarquizado
[MIN 87]. É cada vez mais utilizada como unidade de planejamento e gestão territorial.
No gerenciamento ambiental, sobretudo, tem-se adotado a bacia hidrográfica como
unidade do espaço geográfico para o desenvolvimento de projetos e ações relativos aos
recursos naturais.
A bacia do Guaíba abrange uma área total de 85.900 km2 e uma população de
aproximadamente 6 milhões de pessoas distribuída em 227 municípios do Rio Grande
do Sul. A bacia do rio Caí totaliza uma área de 5.057,25 km² e uma população estimada
em 383.929 habitantes distribuída em 41 municípios, entre as latitudes 29° 06’ e 30° sul
e as longitudes 50° 24’ e 51° 40’ oeste (figura 1). Limita-se a sul e a leste com a bacia
do rio dos Sinos e a norte e oeste com a bacia dos rios Taquari-Antas. O curso principal
tem 257,6 km de extensão, medidos desde suas nascentes mais altas, a 1000 m de
altitude, até sua foz, no delta do rio Jacuí, podendo ser dividido em 3 segmentos de
características distintas [AGR 71]. O curso superior apresenta declividades de 0,15 a
3,5%, o curso médio tem de 0,07 a 0,37% e o curso inferior de 0,01 a 0,07%.
Em termos da geologia, a bacia do rio Caí encontra-se inserida quase totalmente sobre
rochas que compõem a seqüência vulcano-sedimentar da Bacia do Paraná. Depósitos
aluvionares e lacustres, de idades quaternárias, localizam-se junto ao rio principal, em
seus cursos médio e inferior [AGR 71, SEP 86]. Ocorrem basicamente 5 tipos de solos,
quais sejam, Terra Bruna Estruturada intermediária para Podzólico Bruno-Acinzentado
húmica álica, Terra Roxa Estruturada álica distrófica e eutrófica, Brunizem
avermelhado, Cambissolo Bruno húmico álico e Solos Aluviais eutróficos e distróficos
[SEP 86]. Quanto ao clima, predomina o tipo Cfa pela classificação de Köppen,
subtropical úmido com precipitações durante todo o ano, sofrendo a influência de
massas de ar tropicais e polar-atlânticas [IPA 89]. A precipitação varia de 1.300 a 1.400
mm/ano no curso inferior, de 1.400 a 1.600 mm/ano no curso médio e de 1.600 a 2.000
mm/ano no curso superior.
A aplicação de SIG da bacia do Caí consiste na estruturação de um sistema de
informação ambiental, composto por dados cartográficos e temáticos e tabelas com
dados descritivos. Seu propósito foi o levantamento dos usos da água e do solo na bacia
do rio Caí, colhendo subsídios para uma proposta de segmentação do curso principal em
trechos bem como para identificar os conflitos de uso da água e do solo existentes na
bacia, contemplando a primeira etapa do processo de enquadramento dos recursos
hídricos definida na Resolução CONAMA 20/86
23
FIGURA 1 - Localização da bacia do rio Caí no Estado do Rio Grande do Sul e na área
do programa Pró-Guaíba.
O enquadramento dos recursos hídricos é um importante instrumento de gestão, pois
estabelece restrições e potencialidades, definindo objetivos de qualidade da água a
serem alcançados e/ou mantidos, com base nos usos preponderantes de cada trecho do
curso d’água principal da bacia analisada. A partir da Resolução CONAMA 20/86, o
enquadramento das águas recebeu novas diretrizes, incluindo novas classes e padrões
24
ambientais e atribuindo ainda a responsabilidade pelo processo ao órgão ambiental
estadual [CON 93]. Posteriormente, a Lei 10.350, de 30 de dezembro de 1994, instituiu
o Sistema Estadual de Recursos Hídricos, incluindo novos atores no processo de
enquadramento e exigindo sua readequação à nova realidade. Os comitês de bacias
hidrográficas passaram a ter um papel fundamental, pois tornaram-se também
responsáveis pela elaboração da proposta de enquadramento, partindo de subsídios
técnicos fornecidos pelas agências de bacias hidrográficas e do levantamento dos
anseios da sociedade [RGS 94]. Desse modo, cabe à FEPAM (Fundação Estadual de
Proteção Ambiental), como órgão estadual de meio ambiente do Rio Grande do Sul,
aprovar as propostas encaminhadas pelos comitês, bem como atuar no sentido de suprir
as necessidades resultantes do fato do Sistema Estadual de Recursos Hídricos ainda não
estar completamente implantado.
A metodologia proposta pela FEPAM para o enquadramento dos recursos hídricos
constitui-se de várias etapas, quais sejam o levantamento dos usos da água e do solo, a
definição e a classificação da qualidade atual da água; a identificação dos interesses da
sociedade; a aprovação da proposta e publicação de seu instrumento legal e a efetivação
do enquadramento, através da elaboração de um plano de ação para a recuperação ou
conservação do recurso hídrico. Atualmente a FEPAM, em convênio com o GTZ
(Agência de Cooperação Técnica Alemanha - Brasil), numa iniciativa inédita, está
estruturando o sistema de informação ambiental da bacia do rio Caí para auxiliar no seu
enquadramento e gerenciamento.
Assim como a maioria das aplicações existentes no Brasil, a estruturação do sistema foi
efetuada por especialistas de diversas áreas de aplicação diretamente em um software de
SIG, no caso o IDRISI for Windows, sem passar por uma fase prévia de modelagem
conceitual dos dados nem pela especificação das informações a serem coletadas sobre
os dados utilizados. Isso ocorreu devido à necessidade de atender uma demanda
imediata, sem levar em conta o fato de que esses dados poderão ser total ou
parcialmente utilizados mais tarde para outro propósito, proporcionando economia de
recursos financeiros e de tempo. A documentação dos dados é fundamental para
permitir esse reaproveitamento.
Como o intuito do trabalho foi analisar o padrão e sua viabilidade de uso, apenas alguns
dados do conjunto completo de dados da aplicação da bacia do rio Caí foram
documentados. A seleção foi feita visando-se contemplar dados representativos dos
tipos de dados normalmente existentes em aplicações ambientais de SIG. Os dados
documentados foram:
Imagem de satélite classificada com os diferentes usos do solo na área da bacia
(raster);
Mapa da hidrografia (linhas);
Mapa de divisas municipais em escala 1:250.000 fornecido pelo IBGE (polígonos);
Mapa de pontos de deposição de resíduos sólidos (pontos);
Dados de atributo dos pontos de deposição de resíduos sólidos (tabela de banco de
dados Access).
Os metadados foram levantados na informação analógica, fornecida pelas organizações
responsáveis pela produção dos dados, e nos procedimentos utilizados na estruturação
dos dados no SIG, fornecida pela equipe que estruturou os dados. Para auxiliar a
compreensão dos itens a preencher no trabalho de cadastramento dos metadados foram
25
também buscadas na Internet exemplos de metadados disponíveis.
As figuras 2 e 3 ilustram os dados espaciais da aplicação de SIG do rio Caí que foram
documentados.
FIGURA 2 – Imagem de satélite classificada com os diferentes usos do solo na área da
bacia do rio Caí.
26
FIGURA 3 – Mapa com a hidrografia, divisas municipais e pontos de deposição de
resíduos sólidos na área da bacia do rio Caí.
4.1 Resultados e considerações sobre a aplicação da bacia do rio Caí
As dificuldades encontradas no teste de cadastramento de metadados referem-se
basicamente a dois problemas distintos: (1) recuperação das informações sobre os dados
(metadados); (2) utilização do padrão.
Como de fato acontece na maioria dos casos, quando a documentação dos dados é feita
subsequentemente à sua produção, é necessário um considerável esforço para recuperar
as informações necessárias, e nem sempre haverá a possibilidade de recuperar todas.
Mesmo que a documentação seja conduzida pelo técnico ou grupo que produziu os
dados, é impossível reunir a partir do que existe em meio analógico e na memória das
pessoas, todos os detalhes das características, parâmetros e procedimentos adotados. Os
dados documentados têm origens muito diversas e não há informação completa e
confiável, motivo pelo qual o cadastramento de vários itens teve de ser ignorado.
A geração dos metadados concomitantemente à produção/digitalização dos dados evita
uma série de problemas decorrentes da documentação a posteriori, com redução de
custos e maior fidelidade da informação. Quando feito mais tarde, como de fato
27
acontece na maioria dos casos, é necessário um considerável esforço para recuperar as
informações necessárias, e nem sempre todas ainda serão possíveis de serem obtidas.
Mesmo que isso seja feito pela pessoa ou grupo que gerou os dados, é impossível reunir
a partir do que existe em meio analógico e na memória das pessoas, todos os detalhes de
características, parâmetros e procedimentos adotados. Num país com história
cartográfica muito recente, como o Brasil, esse aspecto é ainda mais crítico, pois a
importância de muitos detalhes referentes aos dados não recebe a devida atenção
durante a sua produção. A preocupação concentra-se em produzir os dados para que os
usuários os utilizem com valor absoluto, sem lhes fornecer subsídios para julgamentos.
A reunião e cadastramento dos metadados por quem estruturou o conjunto de dados,
como feito no presente estudo de caso, permite avaliar bem as dificuldades da
documentação de dados após a sua produção.
Uma dificuldade encontrada no cadastramento foi saber exatamente o que é e como
preencher cada um da extensa lista de itens do padrão CSDGM. É difícil dominar
suficientemente a terminologia do padrão.
Outra grande dificuldade foi a recuperação das informações necessárias, visto que os
dados têm origens muito diversas. Não há informação completa disponível e alguns
itens foram ignorados ou esquecidos (memória humana tem duração).
Quanto ao padrão CSDGM, num primeiro momento foi difícil dominar bem sua
terminologia, saber exatamente o que cada item da extensa lista de itens representa e
como preenchê-lo. Em parte, essa dificuldade é fruto da nossa pequena experiência com
metadados, mas ela é rapidamente vencida à medida que o contato com o padrão
aumenta.
O Anexo 1 traz um exemplo de relatório com os metadados cadastrados para um dos
conjuntos de dados documentados. É possível verificar que sua análise, compreensão e
avaliação não é muito simples nem muito clara. Talvez por ser muito abrangente, o
padrão utilizado se torna muito extenso e complexo, especialmente para quem não tem
uma maior familiaridade com o tema. Para que se recomendasse sua adoção num País
com pouca experiência como o Brasil, um padrão deveria ser ao menos fácil de usar.
Um padrão adequado de metadados deveria ser ao mesmo tempo abrangente o
suficiente para permitir uma adequada descrição de um conjunto de dados e simples e
claro o suficiente para permitir sua fácil operação por parte de produtores de dados e
usuários.
Apesar de algumas limitações, o CSDMG serviu de base para o desenvolvimento dos
demais padrões, sendo amplamente aceito nos Estados Unidos e empregado em vários
outros países. O grande número de usuários, a existência de uma grande quantidade de
metadados e a disponibilidade de softwares prontos para uso, de fácil aprendizado, são
pontos positivos que contam a favor no momento de indicá-lo como padrão a adotar no
Brasil.
As dificuldades encontradas neste estudo de caso com relação à recuperação de
informações sobre dados já produzidos e ao uso do padrão de metadados servem de
alerta. Elas tendem a ser maiores num processo sistemático de documentação, onde
quem fará o trabalho de cadastramento provavelmente teve pouco contato com os dados
geoespaciais que está documentando e não é especialista na área de dados ou de
metadados geoespaciais [TIM 96]. Dessa forma, torna-se importante aprofundar a
discussão e a pesquisa em metadados para o caso do Brasil.
28
5Catálogo de Metadados
A efetiva reutilização de dados geoespaciais digitais depende de diversos fatores, entre
eles pode-se citar a interoperabilidade dos dados e a vontade de compartilhamento dos
dados entre as instituições (de forma comercial ou não). Para que o maior número
possível de usuários possam reutilizar os dados geoespaciais existentes, catálogos de
metadados estão sendo disponibilizados, na maioria das vezes, através da Internet.
Uma vez elaborado um conjunto de metadados, é necessário torná-lo acessível através
de ferramentas de busca, o que vem suprir o primeiro objetivo dos metadados que é a
localização dos dados. Os conjuntos de dados geoespaciais são localizados através dos
metadados, no entanto, estes conjuntos não estão, necessariamente, disponíveis para
serem obtidos automaticamente (ex.: download via ftp). Pode-se, por exemplo, localizar
um conjunto de dados para uma determinada região geográfica de interesse. Através dos
metadados de qualidade, avalia-se a adequabilidade desse conjunto para o uso
planejado. Por último, pode ser necessário, caso o dado não esteja disponível, fazer o
contato direto com o fornecedor do dado a fim de obte-lo.
A seguir é descrito o catálogo de metadados do Federal Geographic Data Commitee
(FGDC), que disponibiliza os metadados gerados segundo o padrão CSDGM.
5.1 Catálogo de metadados do FGDC
O FGDC foi encarregado pelo governo americano de desenvolver procedimentos e
auxiliar na implementação de um mecanismo distribuído de divulgação de dados
geoespaciais digitais. Usando os elementos de metadados definidos no padrão CSDGM,
participantes governamentais e não governamentais, no mundo todo, podem tornar suas
coleções de informação espacial localizáveis e acessíveis na Internet, usando o sistema
de clearinghouse, desenvolvido pelo próprio FGDC. Clearinghouse é um sistema
descentralizado de servidores localizados na Internet, os quais contêm metadados sobre
os dados geoespaciais digitais disponíveis [NEB 96].
O FGDC coordena o desenvolvimento de uma infra-estrutura para dados espaciais
(National Spatial Data Infrastructure - NSDI). A NSDI abrange políticas, padrões e
procedimentos para organizações produzirem e compartilharem dados geoespaciais
cooperativamente. Quinze agências federais, que compõem o FGDC, estão
desenvolvendo a NSDI em cooperação com organizações de governos locais e
estaduais, a comunidade acadêmica e o setor privado.
Um nó do sistema de clearinghouse pode ser estabelecido sempre que se dispuser de
uma coleção de dados e metadados que os descrevem. Instituições com poucos
conjuntos de metadados, com conexão limitada à Internet, ou que não desejam criar
seus próprios servidores de metadados são orientadas a estabelecer parcerias com outras
instituições na sua região (ou disciplina). O objetivo principal é tornar os metadados
acessíveis através do sistema de busca da clearinghouse, independente de onde os
metadados estão armazenados. Alguns países (ex.: África do Sul, Costa Rica) optaram
por adotar o sistema de clearinghouse do FGDC para promover a interoperabilidade ou
para aproveitar a tecnologia existente.
29
O FGDC fornece suporte técnico e os programas necessários para a implementação de
um nó de clearinghouse. Para ser inserido no sistema de clearinghouse um participante
deve dispor dos seguintes itens [NEB 96]:
metadados (campos descritivos) que descrevem um conjunto de dados geoespaciais.
Esses metadados devem ser armazenados localmente em arquivos texto ou em
banco de dados. Os elementos de dados devem corresponder aos campos e à lógica
do padrão CSDGM. Os metadados precisam ser fornecidos em formato texto ou em
SGML, uma linguagem específica para o padrão CSDGM;
hardware para armazenar os metadados indexados em várias formas, conectado à
Internet. As plataformas suportadas incluem Intel (Linux), Sun, DEC, HP, IBM e
Data General com suporte para Windows NT e Mac (MachUNIX);
o software Z39.50 que suporta o acesso aos metadados usando o Geospatial
Metadata Profile (GEO). O FGDC oferece uma referência de implementação de
programa que suporta a indexação e serve os metadados do FGDC;
programa analisador de metadados (opcional), que suporta validação e reformatação
de metadados do FGDC nos formatos SGML, HTML, TEXTO e DIF. É
recomendado para a geração rápida e padronizada de HTML para clientes Web e
para a criação de intercâmbio e indexação de dados em SGML;
servidor www (opcional). A descoberta e acesso primário a metadados geoespaciais
na clearinghouse é através do protocolo Z39.50, provendo capacidade de busca em
nível de campo. Os sites podem prover uma interface para complementar o serviço
de busca oferecido pelo Z39.50.
Para possibilitar a interoperabilidade de busca entre os diferentes servidores de
metadados o sistema de clearinghouse adotou o protocolo ANSI Z39.50-1995 (ISO
10163-1995). O protocolo Z39.50 foi desenvolvido, originalmente, para recuperar
material bibliográfico em registros de bibliotecas a partir de conjuntos de atributos
predefinidos (ex.: nome do autor, título e assunto). Através de uma conexão cliente-
servidor, o sistema passe uma consulta formatada, retorna os resultados da consulta
usando um conjunto de atributos e apresenta os documentos identificados ao cliente, em
um dos diversos formatos disponíveis.
Agências de manutenção do protocolo Z39.50 são responsáveis pelo registro de
conjuntos de atributos específicos, operadores e regras de implementação, para a
geração de um novo profile de aplicação. Com base em um subconjunto dos elementos
de metadados do padrão CSDGM, foi definido o profile para aplicações geográficas,
denominado “GEO”. Este profile, juntamente com os programas do protocolo Z39.50,
possibilitam um mecanismo de busca a metadados geoespaciais, através na Internet,
muito mais eficiente do que as máquinas de busca tradicionais. Consultas a conjuntos de
metadados podem ser feitas, por exemplo, baseadas nos limites espaciais da região
relativa ao conjunto de dados.
30
6Considerações Finais
Metadados têm vários usos distintos. Alguns atributos de metadados são necessários
para descobrir o histórico e a localização de um objeto de dados dentro de um sistema
de acesso e disponibilização, enquanto outros são úteis para um usuário externo
determinar quais objetos de dados extrair. Há um grande volume de informação que
pode ser catalogada sobre um conjunto de dados, mas a porção que se refere aos
metadados somente tem valor para o usuário mais informado, aquele que já obteve os
dados. Assim, como determinar quais atributos de metadados coletar e manter num
sistema de procura e solicitação de dados? Quanto é suficiente? Quanto é excessivo?
Uma vez determinados quais os itens necessários, como fazer para obtê-los? Na
localização de um objeto de dados particular, o metadado certo é freqüentemente mais
valioso que a maior parte dos metadados.
Como não se pode determinar ou controlar a quantidade de metadados, que em nível
especialista pode ultrapassar uma centena, um número mínimo de metadados poderia
garantir uma estrutura de metadados mais homogênea, mais confiável e mais robusta. A
maioria dos padrões abrange uma quantidade excessiva de metadados de caráter
administrativo, quando aspectos de qualidade seriam muito mais importantes e
decisivos no uso e implementação de metadados. Assim, o mínimo a ser contemplado
em metadados para qualquer conjunto de dados geoespaciais são os itens de qualidade,
que permitiriam o uso adequado destes dados.
Aspectos de qualidade como linhagem, acurácia, consistência lógica e completeza
tornam-se fundamentais para se determinar a confiabilidade dos dados espaciais, que
nunca é absoluta. Tais descrições têm repercussões positivas, pois uma melhor noção
das limitações técnicas implica numa melhor noção da adequabilidade dos dados
utilizados, numa tomada de decisões mais apurada e melhor informada, numa
transferência de informação mais robusta e, por fim, numa melhor delimitação das
responsabilidades dos produtores de dados.
A redução na quantidade de metadados é, sem dúvida, a razão do grande número de
padrões propostos até hoje e do interesse de especialistas pelo tema. O caminho no
desenvolvimento do tema metadados geoespaciais aponta para uma definição de um
conjunto mínimo de dados que satisfaça a maior parte das necessidades de aplicação, o
que parece estar contido numa intersecção dos padrões existentes.
Um padrão para metadados, concordando com o afirmado por [TIM 96], precisa ser
claro, compreensível, consistente, completo, flexível e, principalmente, fácil de usar. É
difícil fazer uma comparação mais aprofundada entre padrões pois apenas um foi
realmente utilizado para documentar dados neste projeto. Além disso, a pouca
existência de bases de metadados e de softwares de cadastramento também dificulta a
comparação e avaliação.
31
Bibliografia
[AGR 71] AGRAR UND HIDROTECHNIK/SOP-RS. Planejamento hidrológico e
estudo de desenvolvimento regional da bacia do rio Caí. 5v. Porto
Alegre, 1971.
[ANT 91] ANTENUCCI, J.C. et al. Geographic Information Systems: a guide to
the technology. New York: Van Nostrand Reinhold, 1991.
[ANZ 97] ANZLIC THE AUSTRALIA NEW ZEALAND LAND INFORMATION
COUNCIL.
Core Metadata Elements for Land and Geographic
Directories in Australia and New Zealand. 1997.
<http://www.anzlic.org.au/metaelem.htm>
[BRI 95] BRITISH COLUMBIA SPECIFICATIONS AND GUIDELINES FOR
GEOMATICS.
Spatial Archive and Interchange Format
: SAIF formal
definition. Release 3.2. British Columbia, Canada: Ministry of
Environment, Lands and Parks, Reference series. 1995. v.1. Disponível
em <http://www.lii.crl.gov.bc.ca/saif/saifHome.html>
[BUR 92] BURROUGH, P. A. Principles of geographical information systems
for land resources assessment. Oxford: Oxford University Press, 1992.
194p.
[CEN 96] CEN EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION.
Geographic Information – Data Description Language – Conceptual
Schema Language. Brussels: CEN, 1996. (Report CR 287005).
[CON 93] CONAMA. Resoluções CONAMA entre 1984 e 1992. Brasília:
Ministério do Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente, 1993.
[DRE 97] DREWRY, M. et al. Metadata: Quality vs. Quantity. In: 2nd IEEE
Metadata Conference, 1997, Silver Spring. Disponível em
http://computer.org/conferen/proceed/meta97/papers/hconover/mdrewry.
html.
[FAI 97] FAIZ, S. Modelisation, Exploitation et Visualisation de l’Information
Qualité dans les Bases de Données Geographiques
. Orsay: Université
de Paris-Sud, 1996. PhD thesis.
[FED 97] FEDERAL GEOGRAPHIC DATA COMITEE. Content Standard for
Digital Geospatial Metadata. Washinton, D.C.: FGDC - Federal
Geographic Data Comitee, 1997. Disponível em: http://www.fgdc.gov.
[GOO 97] GOODCHILD, M. (ed.). GIS Interoperability, 1997. Disponível em:
http://www.env.gov.bc.ca/gdbc/fmebc/comment.htm.
[GUI 97] GUIDARA, P. J.; QUINTANILHA, J. A. Padrões de metadados para
base de dados geográficos. In: IV SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
GEOPROCESSAMENTO, São Paulo, 1997. Anais... São Paulo: UPUSP,
1997.
[IPA 89] IPAGRO. Atlas agroclimático do estado do Rio Grande do Sul. 3 v.
Porto Alegre: IPAGRO - Seção de Ecologia Agrícola, 1989.
32
[MIN 87] MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Programa Nacional de
Microbacias Hidrográficas:
Manual Operativo. Brasília: Ministério da
Agricultura, 1987. 60p.
[MOE 88] MOELLEWING, H. The proposed standard for digital cartographic data:
report of the digital cartographic data standards task force. The
American Cartographer, v.15, n.1, 1988.
[NEB 96] NEBERT, D. D. Information Architecture of a Clearinghouse. In: WWW
ACCESS TO EARTH OBSERVATION / GEO-REFERENCED DATA
WORKSHOP, 1996, World Web Conference. Proceeding... 1996.
Disponível em <http://www.fgdc.gov/clearinghouse/>
[PAR 89] PARKER, H. D. GIS software 1989: a survey and commentary.
Photogrammetric Engineering & Remote Sensing
. vol. 55, 1989. p.
1589-1591.
[RGS 94] RGS. Política Estadual de Recursos Hídricos. LEI N° 10.350
(30/12/94).
[RIB 96] RIBEIRO, G. P.; SOUZA, J. M.; FREITAS, A. L. B. Digital geospatial
metadata: a brazilian case federal databases. In: IEEE METADATA
CONFERENCE, 1., 1996, Maryland.
Proceedings...
Maryland: IEEE,
1996.
[SEP 86] SEPLAN/IBGE. Levantamento de Recursos Naturais. V 33. Rio de
Janeiro: Radambrasil, 1986. 791p.
[SHE 97] SHELLEY, E.P. el alli. Spatial Metadata in Austrália - a learning
experience. In: 2nd IEEE Metadata Conference, 1997, Silver Spring.
http://computer.org/conferen/proceed/meta97/papers/pshelley/pshelley.
html
[TEI 95] TEIXEIRA, A.A. et al. A história dos SIG. Revista Fator GIS, no 10,
1995. p. 21-26.
[TIM 96] TIMPF, S. et al. Experiences with Metadata. In: SDH’96, Delft, 1996.
http://www.geoinfo.ac.at /publications/timpf. htm
[WEB 98] WEBER, E. J.; LISBOA F., J.; IOCHPE, C.; HASENACK, H. Geospatial
metadata in Brazil: an experience in data documentation of an
environmental GIS application. In: INT. CONFERENCE &
EXHIBITION ON GEOGRAPHIC INFORMATION - GIS Planet, 1998,
Lisbon, Portugal. Proceedings... Lisbon: USIG,1998.
33
ANEXO 1 -
Exemplo de Relatório de Documentação de Dados
Report Date: 13-Jan-1998
Metadate Data Set Name: Cahybhcl_Imagem
1 Identification Information
1.1 Citation Information:
8.1 Originator: Eliseu Weber
8.1 Originator: Andréia Costa
8.2 Publication Date: 19970820
8.3 Publication Time: 9:00
8.4 Title:
Levantamento dos usos da água e do solo na bacia do rio Caí
8.6 Data Presentation Form: Relatório
8.8.1 Publication Place: Porto Alegre - RS, Brasil
8.8.2 Publisher: FEPAM ( Fundação Estadual de Proteção Ambiental)
1.2 Description
1.2.1 Abstract:
In the present study a GIS was used as auxiliar tool for the diagnosis and
management of the Caí watershed, located in the state of Rio Grande do Sul. The aim
was to perform an environmental diagnosis due to the survey of the main soil and water
uses throughout the watershed, the first step for the classification of the riverbasin
regarding its water resources. The integration of data was done with IDRISI GIS, and
new information was derived. the results allowed a characterization of the watershed
with a proposal of river segmentation according to the uses of the water and the
conflicts associated to them. This will be an important input for the classification of the
water resources. The results showed the possibility of using GIS technics in water
resource studies to obtain good practical responses at a low cost.
1.3 Time Period Of Content
9.3 Range of Dates/Times
9.3.1 Beginning Date: 19961111
9.3.2 Beginning Time: 10:00
9.3.3 Ending Date: 19970511
9.3.4 Ending Time: 19:00
1.3.1 Currentness Reference: Publication Date
1.4 Status
1.4.1 Progress: Completo
1.4.2 Maintenance and Update Frequency: Não planejado
1.5 Geographic Extent
1.5.1 Description of Geographic Extent:
34
A extensão geográfica dos dados abarca a bacia hidrográfica do Rio Caí
1.5.2 Bounding Rectangle Coordinates
1.5.2.1 West Bounding Coordinate: -51.6984978
1.5.2.2 East Bounding Coordinate: -50.3572731
1.5.2.3 North Bounding Coordinate: -29.0524693
1.5.2.4 South Bounding Coordinate: -30.0003681
1.6 Keywords
1.6.1.1 Theme Keyword Thesaurus: None
1.6.1.2 Theme Keyword: Uso/Cobertura do Solo
1.6.2.1 Place Keyword Thesaurus: None
1.6.2.2 Place Keyword: Rio Grande do Sul, rio Caí
1.10 Point of Contact
10.1 Contact Person Primary
10.1.1 Contact Person: Dra. Pineda, Maria Dolores
10.1.2 Contact Organization: Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM)
10.3 Contact Position: Coordenadora Brasileira do Convênio FEPAM / GTZ
10.4 Contact Address
10.4.1 Address Type: Mailing and Physical Address
10.4.2 Address: Carlos Chagas,55/sala 803
10.4.3 City: Porto Alegre
10.4.4 State or Province: Rio Grande do Sul
10.4.6 Country: Brasil
10.5 Contact Voice Telephone: (051)225-6532
10.7 Contact Facsimile Telephone: (051)225-6532
10.8 Contact Electronic Mail Address: gtz@pro.via-rs.com.br
10.9 Hours of Service: 08:00 a.m - 18:00 p.m. - segunda-sexta
1.12 Data Set Credit: Fundação Estadual de Proteção
Ambiental (FEPAM)
1.14 Native Data Set Environment: IDRISI for Windows
2 Data Quality Information
2.1 Attribute Accuracy
2.1.1 Attribute Accuracy Report:
Não testado. É sabido que a classe solo exposto inclui também as áreas urbanas.
2.2 Logical Consistency Report:
Não aplicável
2.3 Completeness Report:
Não aplicável
2.4 Positional Accuracy
2.4.1 Horizontal Positional Accuracy
2.4.1.1 Horizontal Positional Accuracy Report:
Não aplicável.
2.4.2.1 Vertical Positional Accuracy Report:
35
Não aplicável
2.5 Lineage
2.5.1 Methodology
2.5.1.1 Methodology Type: Campo/Laboratorio
2.5.1.2.2 Methodology Keyword: Classificação de imagens
2.5.1.3 Methodology Description:
Classificação pelo método da máxima verossimilhança gaussiana. Áreas de
treinamento definidas com base em trabalho de campo, num total de 1095 áreas de
treinamento. A imagem foi classificada em duas partes, referentes a duas órbitas
diferentes. As duas partes foram depois reunidas por concatenação para formar a
imagem de uso do solo.
2.5.1.4 Methodology Citation:
8.1 Originator: Eliseu Weber
8.1 Originator: Andréia Costa
8.2 Publication Date: 19970820
8.3 Publication Time: 9:00
8.4 Title:
Levantamento dos usos da água e do solo na bacia do rio Caí
8.6 Data Presentation Form: Map
8.8.1 Publication Place:
Porto Alegre - RS, Brasil
8.8.2 Publisher:
FEPAM ( Fundação Estadual de Proteção Ambiental)
2.5.2 Source Information
2.5.2.1 Source Citation:
8.1 Originator: Eliseu Weber
8.1 Originator: Andréia Costa
8.2 Publication Date: 19970820
8.3 Publication Time: 9:00
8.4 Title:
Levantamento dos usos da água e do solo na bacia do rio Caí
8.6 Data Presentation Form: Map
8.8.1 Publication Place: São José dos Campos- SP, Brasil
8.8.2 Publisher: INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)
2.5.2.3 Type Of Source Media: CD-ROM
2.5.2.4 Source Time Period Of Content:
9.1 Single Date/Time
9.1.1 Calendar Date: 19951021
9.1.2 Time Of Day: 10:00
2.5.2.4.1 Source Currentness Reference: Publication Date
2.6 Cloud Cover: 0
3 Spatial Data Organization Information
36
3.2 Direct Spatial Reference Method: Point
3.4 Raster Object Information
3.4.1 Raster Object Type: Pixel
3.4.2 Row Count: 3500
3.4.3 Column Count: 4333
3.4.4 Vertical Count: 256
4 Spatial Reference Information
4.1 Horizontal Coordinate System Definition
4.1.2 Planar
4.1.2.1.1 Map Projection Name: Transverse Mercator
4.1.2.1.2.2 Longitude Of Central Meridian: -51
4.1.2.1.2.3 Latitude Of Projection Origin: 0
4.1.2.1.2.4 False Easting: 500000
4.1.2.1.2.5 False Northing: 1000000
4.1.2.4.1 Planar Coordinate Encoding Method: Coordinate Pair
4.1.2.4.2.1 Abscissa Resolution: 1
4.1.2.4.2.2 Ordinate Resolution: 1
4.1.2.4.4 Planar Distance Units: Meters
4.1.4.1 Horizontal Datum Name: Corrego Alegre
4.1.4.2 Ellipsoid Name: Internacional
4.1.4.3 Semi-Major Axis: 6378388
5 Entity and Attribute Information
6 Distribution Information
7 Metadata Reference Information
7.1 Metadata Date: 19971205
7.2 Metadata Review Date: Não revisado
7.3 Metadata Future Review Date: 19971208
7.4 Metadata Contact:
10.1 Contact Person Primary
10.1.1 Contact Person: Weber, E. J. ; Costa, A. C.
10.1.2 Contact Organization: Universidade Federal Do Rio Grande
do Sul - Instituto de Informática (UFGRS)
10.3 Contact Position: Bolsista
10.4 Contact Address
10.4.1 Address Type: Mailing Address
10.4.2 Address: Eweber@ecologia.ufrgs.br
10.4.2 Address: acosta@inf.ufrgs.br
10.4.3 City: Porto Alegre
37
10.4.4 State or Province: Rio Grande do Sul
10.4.5 Postal Code:
10.4.6 Country: Brasil
7.5 Metadata Standard Name: FGDC Content Standards For
Digital Geospatial Metadata
7.6 Metadata Standard Version: NBII Draft of December 1995,
Based FGDC of June 8, 1994
7.7 Metadata Time Convention: Local Time
7.8 Metadata Access Constraints: Nenhuma
7.9 Metadata Use Constraints: Nenhum
7.10 Metadata Security Information
7.10.1 Metadata Security Classification System: None
7.10.2 Metadata Security Classification: Unclassified
7.10.3 Metadata Security Handling Description: None
... As aplicações de metadados podem ser classificadas em três principais grupos: a) transferência de dados; b) acesso e disponibilização; e c) interoperabilidade de sistemas (WEBER et al., 1999). A transferência de dados envolve ações relacionadas à disponibilidade, adequação e acesso aos dados, e está condicionada a um software de conversão. ...
... Várias são as propostas para padrões de metadados geográficos. De acordo com Weber et al. (1999), as principais são: i) o padrão canadense Spatial Archive and Interchange Format (SAIF); ii) padrão australiano proposto pelo Australia New Zealand Land Information Council (ANZLIC); iii) padrão americano do United States Federal Geographic Data Comitte (FGDC); iv) padrão internacional da International Organization of Standards (ISO). ...
... As informações em formato vetorial ou digitalizadas geralmente dispõem de menos metadados. A ausência de informação decorre da menor preocupação na qualidade do processo de produção e da diversidade de aplicações e usuários no qual estão inseridas (WEBER et al., 1999). É necessário que esse tipo de informação geográfica, que dispõe de inúmeras fontes de origem, busque níveis padronizados de qualidade e projeção espacial. ...
Article
Full-text available
Geographic metadata or geospatial metadata can be described as a file of information used to describe geographic contents of datasets. The geospatial metadata records are used to document the geographic information related to digital resources, such as geospatial databases and raster digital data down to individual files through core library catalog elements. Also, they can help to assess the data quality and distribution. This paper compares the two most widely used standards of geospatial metadata: the ISO 19115:2003 (International Organization of Standards) and the standard of the U.S. Federal Geographic Data Committee (FGDC). This comparison is done through description of structure, main classes, library elements, implementations, syntax language and related applications, followed by final considerations. The results show that the ISO 19115:2003 have a more complex structure. However, the advantage of incorporate many classes can sometimes be balanced by the disadvantage of class overlapping in some cases. Furthermore, the free and more robust FGDC standard shows a strong topic related to the entities and attributes that can aid to contextualize the unpleasant geographical information semantic. Thus, this paper aims to identify the main characteristics of these standards and illustrate the whole of metadata implementation. Moreover, since Brazil do not have a standard for geospatial metadata, evaluation of these standards could help identifying a minimum set of elements necessary to allow the interoperability between distinct digital geographic data and improve the assembly or adoption of a standard for existing and future data.
... As aplicações de metadados podem ser classificadas em três principais grupos: a) transferência de dados; b) acesso e disponibilização; e c) interoperabilidade de sistemas (WEBER et al., 1999). A transferência de dados envolve ações relacionadas à disponibilidade, adequação e acesso aos dados, e está condicionada a um software de conversão. ...
... Várias são as propostas para padrões de metadados geográficos. De acordo com Weber et al. (1999), as principais são: i) o padrão canadense Spatial Archive and Interchange Format (SAIF); ii) padrão australiano proposto pelo Australia New Zealand Land Information Council (ANZLIC); iii) padrão americano do United States Federal Geographic Data Comitte (FGDC); iv) padrão internacional da International Organization of Standards (ISO). ...
... As informações em formato vetorial ou digitalizadas geralmente dispõem de menos metadados. A ausência de informação decorre da menor preocupação na qualidade do processo de produção e da diversidade de aplicações e usuários no qual estão inseridas (WEBER et al., 1999). É necessário que esse tipo de informação geográfica, que dispõe de inúmeras fontes de origem, busque níveis padronizados de qualidade e projeção espacial. ...
Article
Full-text available
Geographic metadata is a file of information used to describe geographic contents of datasets. The geographic metadata records are used to document the geographic information related to digital resources, such as geospatial databases and raster digital data down to individual files through core library catalog elements. Also, they can help to assess the data quality and distribution. This paper compares two standards of geographic information metadata: the ISO 19115:2003 (International Organization of Standards) and the standard of the U.S. Federal Geographic Data Committee (FGDC). These standards used to create geographic metadata can illustrate the whole of metadata implementation. Moreover, since Brazil do not have a standard for geographic metadata, evaluation of these standards could help identifying a minimum set of elements necessary to allow the interoperability between distinct digital geographic data and improve the assembly or adoption of a standard for existing and future data.
... As aplicações de metadados podem ser classificadas em três principais grupos: a) transferência de dados, que envolve ações relacionadas à disponibilidade, adequação e acesso aos dados, e está condicionada a um software de conversão; b) acesso e disponibilização, que são utilizados para a obtenção de um conjunto de dados definido pelo usuário, sendo que este conjunto permite a realização de pesquisas sobre as características e os conteúdos dos dados, sem acesso direto aos dados de referência; e c) interoperabilidade de sistemas, que se refere ao uso de informações residentes em determinado sistema em outro sistema. Os metadados geográficos aplicados para garantir a interoperabilidade permitem avaliar se a estrutura dos dados de uma origem é compatível com um segundo formato, bem como se os modelos são ajustáveis com a necessidade de descrição da informação (Weber et al., 1999). ...
... Além disso, existe uma série de problemas relacionados à produção, padronização e manutenção dos metadados. Weber et al. (1999) ...
... Para isso deve-se incluir uma descrição do material de origem, referências a informações de controle, métodos de derivação, métodos de codicação e todas as transformações matemáticas envolvidas em cada etapa, até a obtenção do produto digital nal (MOELLERING, 1988). A linhagem é uma informação do tipo composto, com valores quantitativos e texto descritivo (WEBER et al., 1999). ...
Thesis
Full-text available
The use of old maps is recurrent in several scientific technical works, as for example: in environmental, urban and territorial occupation. Because they are spatial records, often unique, old maps are used to determine the existence and positioning of features. Considered cartographic documents, these old maps, are subject to nonconformities, with the new standards, that sometimes are not known. The present work proposes the elaboration of a methodology for the analysis of the quality of these maps. It was elaborated from the qualitative analysis of the systemic mapping, produced during the 1960s in part of the territory of São Paulo. In this set of documents stands out the collection of letters, which are becoming historical, in the scale 1: 25,000 (unpublished) and others in the scale 1: 50,000. Realization of the Geographic and Geological Institute of the State of São Paulo (IGGSP) and produced by aerial photogrammetry companies. An important part of this methodological proposal was the consultation of technical documents and interviews. That collaborated to find technical details that not was docummented of the production these mappings. Another point, detached in this method, was the definition of which technique to be used for coordinate transformation. This allowed comparisons to be made between the older mappings and more current and accurate cartographic products, referenced to different coordinate systems. Thus, using the observed discrepancies, in these comparisons, and qualitative parameters, such as the Cartographic Accuracy Standard (Brazilian-PEC), it was possible to define the quality of the mappings in question. And so, from this case study, propose a methodology that can be applied to other ancient maps.
... Estas camadas podem, certamente, ser utilizado para criar mapas compostos, mas eles podem também ser usados para gerar uma variedade de informação útil através de análise SIG (FU; SUN, 2011). Para a agricultura de precisão, o banco de dados de um SIG deve ser constituído por diferentes temas, onde cada tema represente dados espaciais georreferenciados de uma determinada variável como, por exemplo, a hidrografia, o relevo, as classes de solos e os mapas de produtividade (MITCHELL, 2005;MOURA, 2005;DAVIS JUNIOR et al., 2009;WEBER et al., 1999 ...
Article
Full-text available
A agricultura de precisão utiliza comumente os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) pois estes apresentam-se como excelentes ferramentas de gestão espacial. Os recentes desenvolvimentos em tecnologias da Internet têm contribuído para o acesso, publicação, exploração e distribuição da Informação Geográfica. A utilização de SIG distribuídos na Internet (WebGIS) é uma solução viável na gestão de sistemas agropecuários e em estudo em diversas escalas visto que coloca funcionalidades de SIG ao alcance de usuários, através de um simples browser, sem necessidade de grandes investimentos em relação a softwares ou mesmo em formação técnica especializada. Assim, no presente artigo, apresenta-se as funcionalidades de um protótipo de WebGIS, desenvolvido utilizando softwares livres, que disponibiliza informações geográficas de camadas que estão sob a responsabilidade da Embrapa Pecuária Sul, perm itindo aos usuários a visualização e a realização de pesquisas e operações de análise espacial típicas de um SIG convencional. Como resultado apresenta-se sucintamente as funcionalidades do WebSIG e demonstra-se duas aplicações em diferentes escalas geográficas de modo a explicitar sua capacidade multiescalar e seu uso potencial em áreas que interagem direta ou indiretamente com a agricultura de precisão e a gestão do espaço agropecuário.
... Sob o ponto de vista estrutural, os entraves para o planejamento territorial e agroenergético relacionam-se à disponibilidade (acessibilidade, interoperabilidade, custo e obstância 5 ) e à qualidade (ontologia, semântica, acurácia, topologia) dos dados geoespaciais, pois, muitas vezes, estes encontram--se dispersos em diferentes instituições e em diferentes formatos, bem como é possível encontrar bases de dados estruturadas com métodos e tecnologias inadequados ou ultrapassados, coexistindo com outras elaboradas com técnica apurada e recursos modernos (WEBER et al., 1999;DEVILLERS et al., 2007), sem que haja, para cada base, metadados que informem sobre o significado, pertinência, abrangência, consistência e relevância das mesmas (MOURA, 2005;DEVILLERS et al., 2005). ...
Article
Full-text available
Since early times, the human kind has been using the biomass for energy purposes. However, the current increasing energy demand can endanger the energy security of the nations and, as well, could put in risk the planet's environmental quality and human health. Thus, by the issues concern about the fossil fuels utilization, the importance of renewable energy sources is being rescued. In this scenario, the biomass energy planning becomes very important to tropical countries, like Brazil, because it would allow stimulating the production of biomass for energy where it is required, but in a sustainable way, considering the social and environmental aspects. Thus, this study aims to present important aspects related with regional energy planning as a contribution for proposing better solutions to energy demands and to think about better public policies related to energy production from biomass. Besides, a contribution of Remote Sensing and Geographic Information System in order to assess areas for biomass energy production and a conceptual model are presented as framework which demonstrates how these techniques can constitute support tools to strategic decision making process in bioenergy issues. Some difficult and constraints to territorial and agro-energy planning in Brazil was also presented.
Article
Full-text available
This article presents the point of view of mapping evolution supply, in particular for ground systematic mapping, based on past and current facts, and, among them, considering the current efforts of the National Cartographic Commission (CONCAR), through its executive branch, the Army Geographic Service Directory (DSG), and presenting the efforts that have been done to change the currently considered mapping scenario. (Este artigo apresenta uma visão da evolução da oferta de informação cartográfica terres-tre básica, particularmente da informação oriunda do mapeamento sistemático terrestre, com base em fatos passados e recentes e, dentre estes, nos esforços que vêm sendo desenvolvidos no âmbito da Comissão Nacional de Cartografia (CONCAR), por intermédio de seu braço executivo, a Diretoria de Serviço Geográfico do Exército (DSG), e apresentando os esforços que estão sendo feitos para mudar o cenário cartográfico atual.)
Article
Full-text available
Devido ao constante aprimoramento das técnicas de tratamento de dados geoespaciais são inúmeras as pesquisas e aplicações dessas técnicas nas mais variadas áreas do conhecimento. Porém, a necessidade de validação desses dados tem recebido pouca atenção, principalmente no meio acadêmico, pondo em risco a precisão e confiabilidade de muitos estudos. Dentre os parâmetros utilizados para o controle da qualidade de dados geográficos, o presente trabalho teve por objetivo a verificação da consistência topológica de dados referentes ao mapeamento de cobertura da terra do município de Curitiba/PR, na escala original de 1:35.000. Este parâmetro se distinguiu dos demais pela necessidade de quantificação da área de cada classe mapeada. Constatou-se que apesar desse mapeamento ter sido de uma pequena extensão, em uma escala considerada de detalhe, os dados apresentaram inconsistência em sua topologia. Os erros de topologia apontam para possíveis divergências na quantificação das áreas se comparados ao seu tamanho real, especialmente por conta de pequenos polígonos não classificados ou polígonos que extrapolam a área de classificação. Por fim, cabe ressaltar que, como as informações espaciais apresentadas em um trabalho científico podem servir de base a outros, é fundamental ter atenção na confiabilidade dos dados, para que possíveis erros não sejam replicados.
Conference Paper
Full-text available
The need to share and integrate spatial data has spurred an interest in metadata. This paper documents the acquisition and modeling of metadata from eleven digital geodata sources in Austria. It shows how the information was modeled according to the proposed CEN standard on metadata, how it was encoded in a database, and what problems were encountered during these processes. The paper concludes with a discussion of recent developments around metadata and of the option to make meta-databases available on the world-wide web. Keywords metadata, standards, OpenGIS, meta-databases, WWW 1. Motivation The topic of metadata has recently received considerable attention [Blott, and Vckovski, 1995; Dorf, and Scholten, 1993; Fisher, 1993; Strobl, 1995]. While many discussions addressed conceptual, architectural, and organizational requirements, practical experience with producing metadata has scarcely been documented. This might be caused by the fact that not a lot of meta-databases exist beca...
Article
A GIS Software Survey was conducted during April 1989 using a four-page questionnaire containing over 100 questions about Geographic Information Systems (GIS) firms and products. The survery contained questions on general system characteristics, computing environment, number of users, pricing, data structure, database management, and 68 questions on system functional characteristics. A total of over 100 information fields was completed for each system. Some of the most significant findings are summarized. A summary is presented of the percentages of systems that perform some of the more important analytical GIS functions. Each class of function listed may have one or more subfunctions within it. Each subfunction usually translates to a specific system command. A brief summary is also presented of basic information about each system represented in the survey.
Planejamento hidrológico e estudo de desenvolvimento regional da bacia do rio Caí. 5v Geographic Information Systems: a guide to the technology
  • Bibliografia
  • Agrar
  • Hidrotechnik
  • J C Sop-Rs
Bibliografia [AGR 71] AGRAR UND HIDROTECHNIK/SOP-RS. Planejamento hidrológico e estudo de desenvolvimento regional da bacia do rio Caí. 5v. Porto Alegre, 1971. [ANT 91] ANTENUCCI, J.C. et al. Geographic Information Systems: a guide to the technology. New York: Van Nostrand Reinhold, 1991.
Core Metadata Elements for Land and Geographic Directories in Australia and New Zealand Spatial Archive and Interchange Format: SAIF formal definition. Release 3.2. British Columbia, Canada: Ministry of Environment, Lands and Parks, Reference series. 1995. v.1. Disponível em <http
  • Anzlic The
  • Australia New
  • Land
  • Council
  • Columbia
  • Specifications
  • Guidelines
  • Geomatics
[ANZ 97] ANZLIC THE AUSTRALIA NEW ZEALAND LAND INFORMATION COUNCIL. Core Metadata Elements for Land and Geographic Directories in Australia and New Zealand. 1997. <http://www.anzlic.org.au/metaelem.htm> [BRI 95] BRITISH COLUMBIA SPECIFICATIONS AND GUIDELINES FOR GEOMATICS. Spatial Archive and Interchange Format: SAIF formal definition. Release 3.2. British Columbia, Canada: Ministry of Environment, Lands and Parks, Reference series. 1995. v.1. Disponível em <http://www.lii.crl.gov.bc.ca/saif/saifHome.html> [BUR 92] BURROUGH, P. A. Principles of geographical information systems for land resources assessment. Oxford: Oxford University Press, 1992. 194p.
Geographic Information -Data Description Language -Conceptual Schema Language
  • Cen European Committee For
  • Standardization
CEN EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION. Geographic Information -Data Description Language -Conceptual Schema Language. Brussels: CEN, 1996. (Report CR 287005).
Quality vs. Quantity
  • M Drewry
[DRE 97] DREWRY, M. et al. Metadata: Quality vs. Quantity. In: 2nd IEEE Metadata Conference, 1997, Silver Spring. Disponível em http://computer.org/conferen/proceed/meta97/papers/hconover/mdrewry. html.
Exploitation et Visualisation de l'Information Qualité dans les Bases de Données Geographiques
  • S Faiz
  • Modelisation
FAIZ, S. Modelisation, Exploitation et Visualisation de l'Information Qualité dans les Bases de Données Geographiques. Orsay: Université de Paris-Sud, 1996. PhD thesis.
Content Standard for Digital Geospatial Metadata. Washinton, D.C.: FGDC -Federal Geographic Data Comitee
  • Federal Geographic
  • Comitee
[FED 97] FEDERAL GEOGRAPHIC DATA COMITEE. Content Standard for Digital Geospatial Metadata. Washinton, D.C.: FGDC -Federal Geographic Data Comitee, 1997. Disponível em: http://www.fgdc.gov. [GOO 97]
GIS Interoperability
  • M Goodchild
[GOO 97] GOODCHILD, M. (ed.). GIS Interoperability, 1997. Disponível em: http://www.env.gov.bc.ca/gdbc/fmebc/comment.htm.