ArticlePDF Available

Extensão da distribuição geográfica de Aegolius harrisii na região central do Brasil: registros inéditos para estados de Goiás e Tocantins

Authors:
  • Bolsista GEF Terrestre ICMBio/CEMAVE
  • Cesurg - Centro de Ensino Superior Riograndense

Abstract and Figures

Deste modo, com intuito de contribuir para a melhor compreensão da distribuição geográfica da espécie, apresentamos neste trabalho quatro novas localidades de ocorrência de Aegolius harrisii no Brasil. Dentre esses registros, destaca-se o primeiro registro documentado de A. harrisii para o estado do Tocantins. Os registros foram efetuados nos estados de Goiás e Tocantins, em quatro ocasiões: durante rápida prospecção ornitológica em maio/2014 e setembro/2016, e também durante duas campanhas de inventariamento ornitológico entre os meses de dezembro/2015 a janeiro/2016 e julho/2016 a agosto/2016. Os indivíduos registrados são atribuídos à subespécie A. h. iheringi com base em sua distribuição geográfica. Por fim, também são feitos comentários a respeito das buscas, sem sucesso, da espécie em outras localidades no Tocantins
Content may be subject to copyright.
Túlio Dornas1, Carlos Eduardo Agne2,
Lia Nahomi Kajiki3, Nunes D’Acosta4
& Kennedy Borges5
No Brasil é conhecida a ocorrência de
23 espécies de corujas, sendo Aegolius
harrisii (Cassin, 1849), (Strigiformes:
Strigidae), o caburé-acanelado, a única
espécie do gênero (Piacentini et al. 2015,
Holt et al. 2016). Com ampla, porém
disjunta distribuição geográca ao lon-
go da América do Sul, a espécie possui
variada amplitude altitudinal, ocorrendo
desde 50 m a 3.800 m de altitude (Konig
et al. 2009, Girão & Albano 2010, Bra-
vo & Barrio 2014, Holt et al. 2016). A
grande variedade de habitat usado pela
espécie é marcante, habitando áreas de
orestais tropicais, orestas montanas
andinas, orestas de araucárias, cerra-
dos, chaco, caatinga e até mesmo bordas
de orestas junto a pastagens e cafezais
ou mesmo áreas urbanas (Konig et al.
2009, Girão & Albano 2010, Rebelato et
al. 2011, Pereira et al. 2012, Santos et
al. 2014). Nos locais onde ocorrem, pre-
sume-se que as populações de A. harri-
sii são pequenas, discretas e subestima-
das (Girão & Albano 2010, Rosa et al.
2015). Detalhes sobre a biologia básica
da espécie ainda são pouco conhecidos
(Konig et al. 2008).
Atualmente são reconhecidas três subespécies: A. h. har-
risii, com distribuição prevista do noroeste da Venezuela até
região central do Peru; A. h. iheringi, ocorrendo do leste da
Bolívia, Paraguai, leste e porção central do Brasil até nor-
deste de Argentina e Uruguai e, por m, A. h. dabbenei no
noroeste da Argentina e sul da Bolívia (Holt et al. 2016). Gi-
rão & Albano (2010) discutem a possibilidade de sinonímias
entre as subespécies descritas. Contudo, existe a possibilida-
de da descrição de uma quarta subespécie para a região de
Cerro Neblina, sul da Venezuela (Konig et al. 2009, Holt et
al. 2016).
No Brasil, Girão & Albano (2010) reuniram os registros
da espécie apontando a sua ocorrência nos estados do Ceará,
Pernambuco, Alagoas, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Minas
Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. Registros após essa compilação expandiram a
ocorrência da espécie para outras localidades do Rio Grande
do Sul (Rebelato et al. 2011), Paraíba (Pereira et al. 2012),
São Paulo (Ubaid et al. 2012, Rosa et al. 2015) e Minas Ge-
rais (Ubaid et al. 2012, Santos et al. 2014). Nos últimos anos,
inúmeros registros da espécie têm sido depositados no portal
WikiAves, ampliando as localidades de ocorrência, principal-
mente no Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Paraná
(vide https://goo.gl/MSw2DP). Alguns desses registros mos-
tram, inclusive, presas e ninhos da espécie (Martins 2013,
Faitarone 2013, Rocha 2016).
Deste modo, com intuito de contribuir para a melhor com-
preensão da distribuição geográca da espécie, apresentamos
Extensão da distribuição geográca
de Aegolius harrisii na região central
do Brasil: registros inéditos para
estados de Goiás e Tocantins
Figura 1. A: uso e cobertura do solo no local do registro de Aegolius harrisii em Goiânia, assinalado
com ponto vermelho. B: paisagem da área do achado, com várias macaúbas, pastagem, mata de
galeria do rio Meia Ponte e centro urbano de Goiânia, ao fundo. C: indivíduo de A. harrisii
agrado no oco do tronco de macaúba. Mapa: Google Earth. Fotos: Nunes D’acosta.
Atualidades Ornitológicas, 196, março e abril de 2017
18
não emergiu mais. Novas visitas foram
realizadas nos dias seguintes a este ma-
caubal, sendo constatada a presença do
indivíduo no mesmo oco.
Em 14 janeiro de 2015, outro regis-
tro foi efetuado por NDA, por volta das
17:00 h. Após recorrer ao uso do méto-
do de esfregaço em uma macaúba vizi-
nha ao tronco do primeiro registro de
maio/2014, um indivíduo de A. harrisii
apareceu na borda do oco, cujo orifí-
cio era coberto pelas raízes da orquídea
sumaré-do-mato (Cyrtopodium puncta-
tum). Ao tentar maior aproximação, o in-
divíduo alçou voo e se refugiou na mata
próxima, às margens do rio Meia Ponte.
Contudo, a documentação fotográca do
encontro foi efetuada, presumindo-se,
inclusive, que seja o mesmo indivíduo
avistado em maio de 2014, uma vez que
as duas árvores dos respectivos registros
estão a pouco mais de 10 m de distância
uma da outra. Desta data em diante, no-
vas buscas não se converteram em mais
registros de A. harrisii na região. Mora-
dores locais relatam a frequente presen-
ça de pessoas armadas com espingardas
de pressão abatendo aves e répteis; por-
tanto não é descartado que a espécie te-
nha sido abatida na região.
A segunda localidade está situada no
estado do Tocantins e trata-se de uma
área de cerradão adjacente à área de pas-
tagem em recuperação com manchas de
capoeira, no município de Paranã, região sudeste de Tocan-
tins (12°17’58”S, 47°42’22”W) (Figura 2A e Figura 4). O
primeiro registro da espécie, efetuado por TD e CEA, ocorreu
na madrugada de 09 de dezembro de 2015, por voltas das
4:40 h da manhã. Após reprodução da voz (playback) de Ae-
golius harrisii, a espécie respondeu minutos depois, pousada
em árvore na borda de cerradão e pastagem (Figura 2). O
indivíduo detectado foi fotografado (Agne 2015) e teve sua
vocalização gravada (Dornas 2015).
No dia seguinte, foi estabelecido um novo contato com a
espécie no mesmo local e horário do registro do dia anterior.
Dessa vez foi escutada a voz, em resposta ao playback, de
pelo menos três indivíduos, conforme as sucessivas respos-
tas percebidas entre o trio. Somente um dos indivíduos foi
visualizado na oportunidade. Nos dias 11 e 12 de dezembro
foram realizados chamados da espécie em áreas de cerradão,
cerrado sensu strictu e mata de galeria em locais distantes 1 a
5 km da localidade do registro. Contudo, em nenhum desses
pontos de chamada foi obtida resposta da espécie.
O segundo registro de Aegolius harrisii nesta mesma loca-
lidade do estado do Tocantins foi realizado por TD e LNK e
ocorreu nos dias 27 de julho e 01 de agosto de 2016, no exato
local onde foram realizados os registros do mês de dezembro
de 2015. Os chamados de playback ocorreram entre 4:30 h e
5:00 h da manhã, quando houve resposta de um único indi-
víduo. As documentações fotográca (Kajiki 2016) e sonora
neste trabalho quatro novas localidades de ocorrência de Ae-
golius harrisii no Brasil. Dentre esses registros, destaca-se o
primeiro registro documentado de A. harrisii para o estado do
Tocantins. Os registros foram efetuados nos estados de Goiás
e Tocantins, em quatro ocasiões: durante rápida prospecção
ornitológica em maio/2014 e setembro/2016, e também du-
rante duas campanhas de inventariamento ornitológico entre
os meses de dezembro/2015 a janeiro/2016 e julho/2016 a
agosto/2016. Os indivíduos registrados são atribuídos à su-
bespécie A. h. iheringi com base em sua distribuição geo-
gráca. Por m, também são feitos comentários a respeito
das buscas, sem sucesso, da espécie em outras localidades no
Tocantins.
A primeira localidade, situada no estado de Goiás, trata-
-se de uma área de pastagens a alguns quilômetros do rio
Meia Ponte, no setor Samambaia, em Goiânia (16°35’14”S,
49°17’51”W). O registro da espécie foi conduzido por NDA,
na manhã do dia 10 de maio de 2014, por voltas das 07:30 h.
Durante atividade de observação de aves na região foi nota-
do um aglomerado de macaúbas (Acrocomia aculeata) com
ocos e perfurações em seus troncos. Após esfregar as mãos
no tronco com o intuito de provocar ruído no interior e, pos-
sivelmente, desalojar algum animal de seu interior, um indi-
víduo de Aegolius harrisii despontou e permaneceu pousado
estático durante alguns instantes na abertura do oco (Figura
1), até se enar novamente para o interior do tronco de onde
Figura 2. A: local do registro de A. harrisii em Paranã, Tocantins (marcador vermelho) e pontos de
buscas sem êxito (círculos). Mapa: Google Earth. B: indivíduo de A. harrisii (Foto: Carlos E. Agne).
C: aspecto da capoeira na área de borda, entre cerradão e pastagem. Foto: Túlio Dornas.
Atualidades Ornitológicas, 196, março e abril de 2017 19
playback no fragmento de oresta estacional decidual onde
não havia sido registrado durante buscas em janeiro de 2016
(14°28’52”S, 46°58’31”W). Um único indivíduo foi regis-
trado, através somente de registro auditivo. Entre os dias 2
e 3, 5 e 6 de agosto, tentativas de encontro da espécie foram
realizadas sem êxito, no fragmento das buscas bem sucedidas
de janeiro. Embora existam cerca de 2 km de pastagens com
árvores esparsas separando os fragmentos, implicando em
certo grau de isolamento e determinação de indivíduos dife-
rentes, não se descarta a possibilidade destes registros serem
todos de um mesmo indivíduo, que possivelmente tenha se
deslocado entre os respectivos fragmentos.
A quarta localidade, também situada no estado de Goiás, é
um fragmento orestal próximo às matas ciliares do rio Claro,
no município de Cachoeira de Goiás, na porção sudoeste do
estado (16°49’0.93”S, 50°44’47.46”O). Durante atividades
de observação de aves KB ouviu e visualizou um indivíduo
que após atravessar a estrada do fragmento continuou a emitir
sua vocalização por um curto período de tempo. Um pequeno
trecho da vocalização foi gravada (WA2491443), contudo no
momento não foi possível fazer playback e, assim, uma nova
gravação sonora ou mesmo um registro fotográco. A região
se apresenta bastante antropizada, com extensas formações
de pastagens, onde havia macaúbas e sucupiras (Figura 3).
Contudo, dentro de um raio de 3 km a partir do local do re-
gistro ainda se observa fragmentos orestais relativamente
grandes para as condições ambientais da região demonstran-
do uma matriz em mosaico, parcialmente dividido entre áreas
naturais e antropizadas.
Os registros apresentados em Goiás parecem ser os primei-
ros devidamente documentados nos limites do estado. A es-
pécie é mencionada para Goiás por Sick (1997), no entanto,
(Dornas 2016a) do indivíduo foram tomadas. Acreditamos
que este indivíduo possa ser exatamente um dos três indi-
víduos registrados na campanha anterior na região. Entre os
dias 28 e 31 de julho, tentativas de detecção da espécie foram
conduzidas em pontos de mata de galeria, cerradão e cerrados
sensu strictu distantes de 3 a 5 km do local do registro, no in-
tuito de encontrar um agrupamento distinto da espécie na re-
gião. Entretanto, não se obteve êxito neste esforço de busca.
A terceira localidade, também situada no estado de Goiás,
trata-se de dois fragmentos vizinhos, mas isolados, de oresta
estacional decidual. Esses fragmentos estão inseridos numa
área de extensas pastagens no munícipio de Flores de Goiás,
região nordeste do estado (Figura 4). O primeiro registro da
espécie na localidade foi efetuado por TD e CEA e ocorreu
na madrugada de 10 de janeiro de 2016, por volta das 04:30
min. Um único indivíduo respondeu ao playback da espécie
na borda de um dos fragmentos entre a mata e a estrada adja-
cente (14°29’30”S, 46°57’09”W). Documentação fotográca
(Agne 2016) e gravação sonora (Dornas 2016b) foram obti-
das. Um novo contato com a espécie foi obtido neste mesmo
local na madrugada seguinte, de modo que novamente so-
mente um indivíduo respondeu (Figura 3); presume-se que
seja o mesmo indivíduo registrado na madrugada anterior.
Nos dias 12 e 13 de janeiro foram conduzidos chamados da
espécie a 2 km do local de registro, em outro fragmento de
oresta estacional decidual e também no mesmo fragmento
do registro, porém no seu lado oposto, distante 2,5 km do
ponto do achado. Em ambos os casos não se obteve êxito na
detecção da espécie.
O segundo registro obtido nesta localidade ocorreu na ma-
drugada de 04 de agosto de 2016, efetuados por TD e LNK.
Por volta das 5:00 h a espécie respondeu ao chamado de
Figura 3. A: registro de A. harrisii em Flores de Goiás: marcadores vermelho e verde representam registros de janeiro e agosto de 2016, respectivamente.
Círculos branco e azul indicam pontos de busca, sem êxito, em janeiro e agosto de 2016, respectivamente. B: aspecto da oresta estacional decidual
dos fragmentos amostrados. Foto: Túlio Dornas. C: primeiros 10 s do sonograma da voz do indivíduo registrado no ponto vermelho em janeiro
de 2016 (Dornas 2016a). D e E: respectivamente: localidade do registro e os 6 s de gravação da voz de A. harrisii em Cachoeira de Goiás.
Atualidades Ornitológicas, 196, março e abril de 2017
20
cumentados da espécie em território
tocantinense. Inventários ornitológicos
históricos conduzidos por José Hidasi
não detectaram a espécie no estado do
Tocantins (Dornas 2009), tampouco os
estudos mais recentes na região sudeste
do Tocantins (Pacheco & Olmos 2006,
T. Dornas dados não publicados). Os re-
gistros de A. harrisii em Paranã indicam,
até o momento, um novo limite de distri-
buição noroeste da espécie, ampliando-o
em pelo menos 200 km a partir da lo-
calidade mais próxima, Correntina, no
oeste da Bahia (Girão & Albano 2010)
(Figura 4).
A presença de A. harrisii em área de
cerradão, margeado por área de pasta-
gem em recuperação, permite presumir
a ocorrência da espécie para outras áre-
as de vegetação de cerrado no estado do
Tocantins, principalmente nas porções
leste, central e sul. Entretanto, uma série
de pelo menos 20 tentativas, com total
de aproximadamente 40 h de busca, em
áreas potenciais de ocorrência da espé-
cie, falhou em sua detecção. Bordas de
orestas estacionais semidecíduais e
decíduas com pastagens, cerrados sen-
su strictu e cerradões nos municípios de
Novo Acordo, Palmas, Porto Nacional,
Ipueiras, Oliveira de Fátima, Gurupi e
Figueirópolis, foram prospectados com
uso de playback em buscas noturnas de pelo menos duas ho-
ras de duração, sempre antes da alvorada (Figura 4).
Essas sucessivas buscas frustradas de A. harrisii podem
indicar uma suposta ausência da espécie em boa parte dos
limites do Tocantins, reetindo uma ocorrência exclusiva e
tangencial da espécie na porção sudeste do estado, nas áre-
as de cerradão e formações orestais com forte anidade
deciduais. Esse delineamento está de acordo com marcante
ausência amazônica da espécie, sobretudo da subespécie em
questão, A. h. inheringi, a qual também foi alvo de algumas
buscas eventuais, sem êxito, nos limites da Amazônia tocanti-
nense (TD obs. pess.) e também de tentativas de detecção em
diferentes partes da Amazônia (Sidnei de Melo Dantas 2016,
com. pess.).
Por outro lado, a presença da espécie em outras áreas do
bioma Cerrado no Tocantins não pode ser descartada justa-
mente pelas características de inconspicuidade que são atri-
buídas a A. harrisii (Girão & Albano 2010). A atividade so-
nora da espécie parece restrita a determinada época do ano e,
além disso, foi notada a ocorrência pontual da espécie com
aglomerados populacionais em área de raio de 100 m (Konig
1999 apud Girão & Albano 2010). As buscas frustradas de A.
harrisii em diferentes locais, com mesma sionomia e carac-
terísticas ambientais, num raio de 5 km de distância do local
do registro no cerradão de Paranã reforçam essa condição.
Embora o esforço empregado tenha sido expressivo (mais de
20 h), a ausência de registros pode ser explicada por não ter
atingido um destes locais de aglomeração populacional, ou
o autor não informa a localidade exata do registro, e a dene
apenas como situada a 1.000 m de altitude no Planalto Cen-
tral. Girão & Albano (2010) também mencionam e questio-
nam esse registro. Outro registro recente para o estado de
Goiás em relação aos registros apresentados neste trabalho
é fornecido para o município de Planaltina de Goiás (Bor-
ges 2016), localidade muito próxima dos pontos de registros
da Fazenda Grotão, na porção norte do Distrito Federal (Ro-
cha 2015, Silva & Silva 2015). Além disso, durante visita de
NDA ao MOG, José Hidasi, relatou que um indivíduo havia
sido coletado na região do município de Ouro Verde, região
central de Goiás, entre os anos de 1960 e 1980. No entanto, o
espécime não teve seu paradeiro conrmado na referida co-
leção e pode ter sido envolvido, segundo o próprio J. Hidasi,
em permutas com outras coleções internacionais.
Considerando-se todos os registros documentados recentes
da espécie que conrmam sua presença no Distrito Federal e
a diversidade de habitat utilizada por A. harrisii, a espécie
possivelmente tem ampla ocorrência no estado de Goiás, es-
pecialmente ao longo de todo eixo nordeste-central-sudoeste
do estado. Certamente novos registros serão efetuados ao
longo desta transecção, de modo que há suspeitas de que A.
harrisii deva ocorrer em importantes Unidades de Conserva-
ção goianas, como o Parque Estadual Terra Ronca, o Parque
Nacional Chapada dos Veadeiros, Parque Estadual Altamiro
de Moura e Parque Nacional das Emas.
Por sua vez, os registros efetuados nos cerradões do mu-
nicípio de Paranã caracterizam os primeiros registros do-
Figura 4. Distribuição geográca de Aegolius harrisii no Brasil (círculos vermelhos segundo Girão
& Albano 2010, Rebelato et al. 2011, Ubaid et al. 2012, Pereira et al. 2012, Santos et al. 2014, Rosa et
al. 2015 e portal WikiAves). Em azul, os novos registros apresentados: círculo, Paranã; quadrado,
Flores de Goiás; triângulo, Goiânia; estrela, Cachoeira de Goiás. Pontos de interrogação representam
localidades no Tocantins onde ocorreram buscas sem êxito da espécie. Mapa: Túlio Dornas.
Atualidades Ornitológicas, 196, março e abril de 2017 21
Holt, D.W., R. Berkley, C. Deppe, P. Enríquez Rocha, J.L. Petersen, J.L.
Rangel Salazar, K.P. Segars, K.L. Wood & A. Bonan (2016) Bu-fron-
ted Owl (Aegolius harrisii). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J.,
Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the
World Alive. Barcelona: Lynx Edicions Disponível em: <http://www.
hbw.com/node/55098>. Acesso em: 30 de setembro de 2016.
Hortal, J., F. Bello, J.A.F. Diniz-Filho, T.M. Lewinsohn, J.M. Lobo & R.J.
Ladle (2015). Seven shortfalls that beset large-scale knowledge of bio-
diversity. The Annual Review of Ecology, Evolution and Systematics
46:523-549.
Kajiki, L.N. (2016) [WA2319541, Aegolius harrisii (Cassin, 1849)]. WikiA-
ves. Disponível em: <http://www.wikiaves.com/2319541> Acesso em:
03 Março de 2017.
Konig, C. (1999). Zur Ökologie und zum Lautinventar des Blaßstirnkauzes
Aegolius harrisii (CASSIN 1849) in Nordargentinien. Ornithologische
Mitteilungen 51(4): 127-138.
Konig, C., F. Weick & J.H. Becking, (2009) Owls of the world. Second edi-
tion. New haven: Yale University Press.
Martins, J.C. (2013) [WA979921, Aegolius harrisii (Cassin, 1849)]. WikiA-
ves. Disponível em: <http://www.wikiaves.com/979921>. Acesso em:
21 de setembro de 2016.
Pereira, G.A., L.W. Lobo-Araújo, S. Leal, J. Medcraft, C.A. Marantz, M.T.F.
Toledo, H.F.P. Araújo, C. Albano, T. Pinto, C.H.A. Santos, L.C.H. Se-
rapião, G.B.M. Silva & D. Pioli (2012) Important birds records from
Alagoas, Pernambuco and Paraíba, north-east Brazil. Cotinga 34:17-22
Piacentini, V.Q., A. Aleixo, C.E. Agne, G.N. Mauricio, J.F. Pacheco, G.A.
Bravo, G.R.R. Brito, L.N. Naka, F. Olmos, S. Posso, L.F. Silveira, G.S.
Betini, E. Carrano, I. Franz, A.C. Lees, L.M. Lima, D. Pioli, F. Schun-
ck, F.R. Amaral, G.A. Bencke, M. Cohn-Haft, L.F.A. Figueiredo, F.C.
Straube & E. Cesari (2015) Annotated checklist of the birds of Brazil
by the Brazilian Ornithological Records Committee / Lista comentada
das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos.
Revista Brasileira de Ornitologia 23(2): 91-298.
Rebelato, M.M., G.G. Cunha, R.F. Machado & P.A. Hartmann (2011) Novo
registro do caburé-acanelado (Aegolius harrisii) no Bioma Pampa, sul
do Brasil. Biotemas 24(1): 105-107.
Rocha, J.S. (2015). [WA1899080, Aegolius harrisii (Cassin, 1849)]. WikiA-
ves. Disponível em: <http://www.wikiaves.com/1899080>. Acesso em:
30 de setembro de 2016.
Rocha, J.S. (2016). [WA2277470, Aegolius harrisii (Cassin, 1849)]. WikiA-
ves. Disponível em: <http://www.wikiaves.com/2277470>. Acesso em:
21 de setembro de 2016.
Rosa, R.D., J.C. Silveira, M.A. Crozariol, W. Menq & M. Vabo (2015) Pri-
meiros registros documentados do caburé-acanelado Aegolius harrisii
(Cassin, 1849) para o Vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira, São Pau-
lo. Atualidades Ornitológicas 183:6-8.
Santos, K.K., M. Miguel, & V.T. Lombardi (2014) Novos registros do cabu-
ré-acanelado Aegolius harrisii (Cassin, 1849) para o estado de Minas
Gerais e comentários sobre sua biogeograa. Atualidades Ornitológi-
cas 181: 7-11.
Sick, H. (1997) Ornitologia brasileira. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira.
Silva e Silva, R. (2015) [XC279031, Bu-fronted Owl Aegolius harrisii].
Xeno-canto. Disponível em: <www.xeno-canto.org/279031>. Acesso
em: 06 de outubro de 2016.
Ubaid, F.K., F. Maei, G.M. Moya & R.J. Donatelli (2012) Range extension
for Buf-fronted Owl Aegolius harrisii in south-east Brazil. Bulletin of
the British Ornithologists’ Club 132(3):175-179.
1 Universidade Estadual do Tocantins/Unitins,
Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação. Palmas,
Tocantins, Brasil. E-mail: tuliodornas@yahoo.com.br
2 Centro de Ensino Superior Riograndense/Cesurg e
Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos/CBRO.
E-mail: caduornito@yahoo.com.br
3 Laboratório de Comportamento Animal, Departamento
de Zoologia, Universidade de Brasília, Brasília, Distrito
Federal. E-mail: lia.nahomi@gmail.com
4 Alta Floresta Eventos, Goiânia, Goiás.
E-mail: avesnunes@gmail.com
5 Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio). E-mail: kennedy.borges@icmbio.gov.br
por encontrar a espécie em um período do ano de inatividade,
isento de respostas a chamados de playback.
Os registros inéditos apresentados preenchem uma lacuna
de conhecimento da distribuição geográca da espécie para a
região central do Brasil, sobretudo no Cerrado goiano. Esses
registros também estendem a ocorrência de A. harrisii até o
estado do Tocantins (Figura 4), indicando possíveis áreas de
ocorrência ao norte, pelo menos até os limites da transição
entre Amazônia e Cerrado, nas porções centrais do estado.
Além disso, deixa evidente a potencial ocorrência da espécie
ao longo de outras regiões do bioma Cerrado, como em Mato
Grosso do Sul e, sobretudo também, nos estados do Mara-
nhão, Piauí e Bahia, reetindo uma possível conexão latitu-
dinal, ainda que caracterizada por uma distribuição pontual,
junto aos contingentes populacionais do nordeste do Brasil,
em especial com aqueles estabelecidos no Ceará.
Assim, destaca-se a importância de documentações como
essas para reduzir uma das principais barreiras existentes ao
conhecimento da biodiversidade – os Wallacean shortfalls,
ou o desconhecimento da real distribuição geográca das es-
pécies (Hortal et al. 2015). Por m, para Aegolius harrisii,
ca evidente que a descoberta de novas localidades de ocor-
rência necessitará do aumento das buscas noturnas, preferen-
cialmente em horários afastados dos crepúsculos vespertinos
e matutinos para que as probabilidades de encontro sejam
maiores.
Agradecimentos
TD, CEA e LNK agradecem à Biota Soluções Ambientais
e Concremat Ambiental, nas pessoas de Rafael Becker, Re-
ginaldo Cruz e Michele Drummond por todo apoio logístico
fornecido em campo.
Referências bibliográcas
Agne, C.E. (2015) [WA2309807, Aegolius harrisii (Cassin, 1849)]. Wiki-
Aves. Disponível em: <http://www.wikiaves.com/2309807>. Acesso
em: 07 de outubro de 2016.
Agne, C.E. (2016). [WA2484600, Aegolius harrisii (Cassin, 1849)]. WikiA-
ves Disponível em: <http://www.wikiaves.com/2484600> Acesso em:
03 de Março de 2017.
Borges, K.A. (2016) [WA2289147, Aegolius harrisii (Cassin, 1849)]. Wi-
kiAves. Disponível em: <http://www.wikiaves.com/2289147>. Acesso
em: 30 de setembro de 2016.
Bravo, A.G. & J. Barrio (2014) New distribution records of the Bu-fronted
Owl Aegolius harrisii Cassin, 1849 (Aves: Strigidae) in Peru. Che-
ckList 10(1): 156–159.
Dornas, T. (2009) Compilação dos registros de quelônios, crocodilianos
e aves do estado do Tocantins: biodiversidade e lacunas de conhe-
cimento. Dissertação de Mestrado. Palmas: Universidade Federal do
Tocantins.
Dornas, T. (2015) [WA2309618, Aegolius harrisii (Cassin, 1849)]. WikiA-
ves. Disponível em: <http://www.wikiaves.com/2309618>. Acesso em:
07 de outubro de 2016.
Dornas, T. (2016a) [WA2310105, Aegolius harrisii (Cassin, 1849)]. WikiA-
ves. Disponível em: <http://www.wikiaves.com/2310105>. Acesso em:
07 de outubro de 2016.
Dornas, T. (2016b) [WA2310182, Aegolius harrisii (Cassin, 1849)]. WikiA-
ves. Disponível em: <http://www.wikiaves.com/2310182>. Acesso em:
07 de outubro de 2016.
Faitarone, A.T. (2013) [WA989653, Aegolius harrisii (Cassin, 1849)]. Wiki-
Aves. Disponível em: <http://www.wikiaves.com/989653>. Acesso em:
21 de setembro de 2016.
Girão, W. & C. Albano (2010) Sinopse da história, taxonomia, distribuição e
biologia do caboré Aegolius harrisii (Cassin, 1849). Revista Brasileira
de Ornitologia 18:102–109.
Atualidades Ornitológicas, 196, março e abril de 2017
22
... Su distribución es aparentemente discontinua: se distribuye en el oriente de los Andes desde el noroeste de Venezuela hasta el norte de Perú, sudoeste de Bolivia y noroeste de Argentina, y desde el noreste de Brasil hasta el noreste de Argentina, Paraguay y el norte y noreste de Uruguay (Barlow & Cuello 1964;Holt et al. 2020;Aponte et al. 2022;Saralegui & Calimares 2023). En las dos últimas décadas, múltiples trabajos han contribuido nuevas localidades en diferentes áreas de Sudamérica (Bodrati & Cockle 2006;Ribas & Santos 2007; Barrionuevo et al. 2008;Kaminski 2009;Santos 2009;Girão & Albano 2010;Rebelato et al. 2011;Azpiroz et al. 2012 a, b;Pereira et al. 2012;Ubaid et al. 2012;Bravo & Barrio 2014;Santos et al. 2014;Cadena-Ortiz et al. 2015;Bodrati et al. 2016;Dornas et al. 2017;Ruiz-Esparza et al. 2017;Penagos et al. 2018;Oliveira et al. 2019;da Silva et al. 2021;Aponte et al. 2022). La aparente rareza de la Lechucita Canela podría deberse a que vocaliza con intensidad en cortos períodos del año, responde a la reproducción de sus voces (playback) sólo en ciertas circunstancias, y sus vocalizaciones pueden ser confundidas con anfibios, insectos y otras lechuzas (Olrog 1985;König 1999;Bodrati & Cockle 2006;Girão & Albano 2010;Bodrati et al. 2016Bodrati et al. , 2019Pagano et al. 2021). ...
... iheringi habita bosques caducifolios secos del Chaco, bosques del Cerrado, y la Caatinga con densas arboledas, bosques semi-húmedos abiertos, y bosques cubiertos de musgos (König & Weick 2010;Bodrati et al. 2016;Holt et al. 2020). También habita paisajes modificados y artificiales en bordes de bosques, plantaciones de frutales y de palmeras, y bosque húmedo subtropical entreabierto con Pino Paraná (Araucaria angustifolia) disperso en claros y pastizales (König & Weick 2010;Ubaid 2012;Dornas et al. 2017;Holt et al. 2020). Sin embargo, son pocas las caracterizaciones de hábitat de la Lechucita Canela en el noreste de Argentina y es poco conocida su presencia en ambientes degradados y transformados. ...
Article
Full-text available
Es difícil determinar el estatus de la Lechucita Canela (Aegolius harrisii) en Argentina por falta de una síntesis del conocimiento actual. Realizamos trabajo de campo en Misiones, Corrientes y Chaco (Argentina; 2003–2024) y revisamos datos de terceros, aportando 36 localidades nuevas que sugieren una distribución contínua en el nordeste argentino. Es probable que su abundancia y distribución hayan sido subestimadas por características de sus vocalizaciones, similares a otras lechuzas (Megascops sp.) y anfibios (Rhinella sp.), pero podemos usar la frecuencia dominante para separar estas especies en sonogramas. En Misiones, ocurre con frecuencia en ambientes degradados y parece ser rara en Selva Atlántica bien conservada. Es importante buscarla en Corrientes y Entre Ríos para determinar el alcance austral de su distribución en el noreste de Argentina, y en el Chaco Seco para entender si existe una conexión entre las poblaciones de las subespecies iheringi en el noreste y dabbenei del noroeste. ABSTRACT: It is difficult to assess the status of the Buff-fronted Owl (Aegolius harrisii) in Argentina because a synthesis of current knowledge is lacking. We conducted field work in Misiones, Corrientes, and Chaco (Argentina; 2003–2024) and we reviewed third-party data, contributing 36 new localities that suggest a continuous distribution in northeastern Argentina. It is likely that the abundance and distribution of the Buff-fronted Owl have been underestimated because of characteristics of its vocalizations, similar to other owls (Megascops sp.) and amphibians (Rhinella sp.), but we can use dominant frequency to separate these species in sonograms. In Misiones, the Buff-fronted Owl occurs frequently in degraded environments but it appears to be rare in well-conserved Atlantic Forest. It is important to search for Buff-fronted Owl in Corrientes and Entre Ríos to determine the southern extent of its distribution in northeastern Argentina, and in the Dry Chaco to understand if there is a connection between populations of the subspecies iheringi in the northeast and dabbenei in the northwest.
... A prominent gap exists in the central-western portion of this region (Fig. 2), and the occurrence of A. harrisii in the states of Rio Grande do Norte and Piauí has yet to be confirmed. Aegolius harrisii appears to prefer arboreal vegetation of varying densities and with a low canopy, including riparian forest and forest edges and at different stages of succession (Kaminski 2009;Santos 2009;Girão and Albano 2010;Rebelato et al. 2011;Ubaid et al. 2012;Rosa et al. 2015;Santos et al. 2014;Dornas et al. 2017). While little is known of the ecological requirements of this species, it does appear to be relatively flexible and able to occupy a wide range of varied phytophysiognomies. ...
... In Goiânia, Goiás, this owl was observed occupying a hole in the trunk of a macaúba palm (Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd ex R.Keith) in a deforested area near the urban zone (Dornas et al. 2017). These findings are relatively consistent with our study, in which A. harrisii was recorded in fragments of secondary forest in the vicinity of an anthropogenic landscape of villages and pastures. ...
Article
Full-text available
We present the first record of Aegolius harrisii (Cassin, 1849) from the state of Maranhão, extending the known distribution of the species 283 km to the west in the Brazilian Northeast. This record also represents the northernmost locality of the species within the Cerrado phytogeographic domain, which coincides with the ecotone between the Cerrado, Caatinga, and Amazon domains. Given the considerable gaps in the data on the occurrence of this owl in the Brazilian Northeast, we would recommend more surveys in specific areas with similar phytophysiognomies. Citation: Silva AFT, Melo HRS, Ubaid FK (2021) First records of Buff-fronted Owl, Aegolius harrisii (Cassin, 1849) (Aves, Strigiformes), from the state of Maranhão, northeastern Brazil, and the northernmost record for the Cerrado domain. Check List 17 (2) 353-358. https://doi.
... lidad: vocaliza en cortos períodos del año y en épocas distintas, responde a la reproducción de sus voces (playback) solo en ciertas circunstancias, y sus vocalizaciones pueden ser confundidas con ranas, insectos y otras lechuzas (Olrog 1985, König 1999, Bodrati & Cockle 2006, Girão & Albano 2010, Bodrati et al. 2016. En los últimos 15 años, nuevos registros ampliaron el conocimiento de su distribución y actualizaron su presencia en distintas regiones de Sudamérica (Bodrati & Cockle 2006, Ribas & Santos 2007, Barrionuevo et al. 2008, Kaminski 2009, Santos 2009, Girão & Albano 2010, Rebelato et al. 2011, Azpiroz et al. 2012b, Pereira et al. 2012, Ubaid et al. 2012, Bravo & Barrio 2014, Santos et al. 2014, Cadena-Ortiz et al. 2015, Bodrati et al. 2016, Dornas et al. 2017, Ruiz-Esparza et al. 2017, Penagos et al. 2018. Sin embargo, el conocimiento de su biología sigue siendo muy limitado. ...
Article
Full-text available
Nesting of the Buff-fronted Owl (Aegolius harrisii) in Misiones, Argentina. Knowledge of the distribution of the Buff-fronted Owl (Aegolius harrisii) has increased notably in the last decade, but its biology remains poorly known. Knowledge of nesting is based on one confirmed nest, which was not monitored, and a series of observations of possible nests where the presence of eggs or nestlings was not confirmed. Between December 2018 and January 2019, we confirmed and studied a nest in an old cavity excavated by Lineated Woodpeckers (Dryocopus lineatus), 9.6 m above the ground in a dead garapa (Apuleia leiocarpa) tree, in primary Atlantic Forest at Parque Provincial Cruce Caballero, Misiones, Argentina. The nest contained three white eggs that hatched on alternate days. During incubation we found abundant beetle (Scarabaeidae: Coleoptera) remains below the nest entrance. On hatching, nestlings had sparse dark grey down; at 10 days old they began to have a facial disk like the adults; and by 24 days they looked similar to adults. One adult roosted in the nest all day from incubation until the oldest nestling reached 20-24 days of age. From when the first nestling hatched until the last nestling fledged, the adults brought at least 32 small rodents to the nest. There was a peak in prey delivery just after sunset. The three nestlings fledged successfully 35 to 37 days after hatching, which is at the high end of the range reported for Boreal (A. funereus) and Northern Saw-whet Owl (A. acadicus). They did not return to use the cavity once the last nestling had fledged. Further study is required to clarify the incubation period, the role of each sex in reproduction, and the role of cavities (e.g., for roosting) outside of the breeding cycle.
... De acuerdo con los registros previos, su distribución altitudinal en Colombia estaría entre 800 y 2900 m s. n. m., así que este registro aumenta 464 m el límite superior de su rango altitudinal en Colombia. Sin embargo, este rango ya se ha reportado en alturas que van desde 50 hasta 3800 m s. n. m. (Dornas et al., 2017) en Venezuela, Ecuador, Brasil, Bolivia, Perú, Argentina y Paraguay. ...
Article
Full-text available
El búho bicolor (Aegolius harrisii) es un ave rapaz nocturna poco conocida, con distribución amplia y discontinua en Suramérica. Reportamos un nuevo registro de distribución de A. harrisii para Colombia, en el Parque Natural Regional Cerro Páramo de Miraflores, departamento del Huila. Este registro constituye una ampliación geográfica de la distribución conocida para esta especie hacia el sur de la cordillera Oriental. Corrobora la continuidad de su distribución a lo largo de los Andes, y también amplía 464 metros el límite superior de su rango altitudinal.
Article
Full-text available
Since 2005, the Brazilian Ornithological Records Committee (CBRO) has published updated checklists of Brazilian birds almost every year. Herein, we present a completely new and annotated version of our checklist. For the first time, we list all bird subspecies known from Brazil that are currently accepted by at least one key ornithological reference work. The inclusion of the subspecies should be seen as a synthesis, and not as a taxonomic endorsement. As such, we include in the new checklist 1919 avian species, 910 of which are treated as polytypic in reference works (2042 subspecies), totaling 3051 taxa at the species and subspecies level. We anticipate that several of the subspecies included in our list may be subject to future taxonomic upgrades to species status, while others will probably be shown to be invalid in the light of future taxonomic studies. The results highlight Brazil as a megadiverse country and reinforce the need for proper enforcement of political tools, laws and international commitments assumed by the country to preserve its biodiversity.
Article
Full-text available
Apresentamos aqui três novos registros de A. harrisii para o estado de São Paulo, sendo os primeiros para a região do Vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira.
Article
Full-text available
We review the distribution of the Buff-fronted Owl Aegolius harrisii harrisii in Peru, supported by unpublished museum records and new specimens and observations. Compared to previous published records, the distribution and elevation range for the species in Peru are expanded significantly. Based on all records, we deduce that the overall distribution of A. harrisii in Peru is almost continuous, from the northwestern Andes to the eastern southern Andes, between 250 and 2960 m. The northern Peruvian Andes show a dense distribution of A. harrisii records compared to the distribution elsewhere in the Andes.
Article
Full-text available
Apresentamos o segundo registro do caburé-acanelado (Aegolius harrisii) para o Bioma Pampa no sul do Brasil. No dia 17 de janeiro de 2010, um macho adulto de A. harrisii foi encontrado morto no acostamento da rodovia BR-290, município de São Gabriel, centro-oeste do Estado do Rio Grande do Sul. O indivíduo provavelmente colidiu com um veículo quando usava a rodovia como área de forrageamento. Esse registro indica que A. harrisii pode utilizar áreas abertas e degradadas.
Article
Full-text available
Buff-fronted Owl Aegolius harrisii is a poorly known species. Field records are rare and sparse, with large gaps throughout its distribution. We present five new records of A. harrisii in south-east Brazil, in the states of São Paulo and Minas Gerais, and the second ever nest description. In São Paulo, records from Franca are >300 km from previous records, while the new record in Minas Gerais is 600 km from the only previous state record. More nocturnal field work is required to better evaluate the true distribution of A. harrisii.
Zur Ökologie und zum Lautinventar des Blaßstirnkauzes Aegolius harrisii (CASSIN 1849) in Nordargentinien
  • C Konig
Konig, C. (1999). Zur Ökologie und zum Lautinventar des Blaßstirnkauzes Aegolius harrisii (CASSIN 1849) in Nordargentinien. Ornithologische Mitteilungen 51(4): 127-138.
Aegolius harrisii (Cassin, 1849)]. WikiAves
  • J S Rocha
Rocha, J.S. (2015). [WA1899080, Aegolius harrisii (Cassin, 1849)]. WikiAves. Disponível em: <http://www.wikiaves.com/1899080>. Acesso em: 30 de setembro de 2016.
[XC279031, Buff-fronted Owl Aegolius harrisii]. Xeno-canto. Disponível em: <www.xeno-canto.org/279031>
  • R Silva E Silva
Silva e Silva, R. (2015) [XC279031, Buff-fronted Owl Aegolius harrisii]. Xeno-canto. Disponível em: <www.xeno-canto.org/279031>. Acesso em: 06 de outubro de 2016.