O Paraná é destaque no cenário agropecuário nacional, apresentando um grande potencial agrícola. A utilização de avançadas técnicas agronômicas e conservacionistas coloca o estado em destaque em termos de produtividade. Nesse cenário, a fruticultura é um dos mais notórios segmentos agrícolas brasileiros. Apresenta evolução contínua de produção, atendendo a crescente demanda interna e externa, além de ser um dos principais segmentos da agricultura familiar. Apesar dos recentes avanços tecnológicos e científicos, o clima é ainda a variável mais importante na produtividade agrícola. Estudos que evidenciem a variabilidade climática e o impacto no desenvolvimento fisiológico das espécies são fundamentais para o planejamento e calendário agrícola, visando a conservação de recursos e um manejo sustentável da produção. Nesse contexto, uma das primeiras informações a serem consideradas ao iniciar o cultivo de determinada cultura é o zoneamento de risco agroclimático, visto que este fornece informações de risco meteorológico, melhor época de semeadura e disponibilidade hídrica. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi realizar o zoneamento de risco agroclimático para espécies frutíferas na bacia do Rio Paraná 3, que contemplou as seguintes espécies frutíferas: abacate, abacaxi, banana, goiaba, lima ácida tahiti, mamão, manga, maracujá e uvas rústicas. Por meio do zoneamento é possível recomendar por cultura e área/município a viabilidade, períodos e época de plantio e colheita indicados por meio do zoneamento, além de determinar os riscos para cada espécie frutífera. Para isso foram utilizados dados meteorológicos de 43 estações com recorte temporal de 1976-2018. A análise do risco agroclimático foi pautada nas exigências edafoclimáticas de cada espécie, sendo utilizados os elementos meteorológicos de temperatura, geada, precipitação, insolação, soma térmica, umidade e informações geográficas (latitude, longitude e altitude). Foram aplicadas técnicas estatísticas e de geoprocessamento, como regressões e interpolações para garantir uma plena cobertura regional de informações e contribuir para a tomada de decisão na agricultura da região. Identificou-se grande discrepância em todas as variáveis meteorológicas analisadas mesmo sendo uma área relativamente pequena do Estado do Paraná. Por estar localizado em região de transição climática, toda a área apresentou aptidão agrícola e potencialidades para o cultivo de uma série de espécies frutíferas. Promovendo assim, uma maior biodiversidade para o campo da região e maior segurança para os produtores, visando a possibilidade de conseguirem financiamento e crédito agrícola por meio do zoneamento. Espacialmente observou-se que a região na borda do Rio Paraná, com menores altitudes, apresentou maior aptidão para boa parte das frutas tropicais. O fator da altimetria garantiu maiores temperaturas, e menores risco de geada, mesmo sendo uma área relativamente mais seca, quando comparada ao restante da bacia. A precipitação e o balanço hídrico se mostraram suficientes, em todos os cenários analisados para o cultivo de frutas. O elemento meteorológico que mais limita a produção de frutas na região foi a geada. Toda a região apresenta risco de geada, o que restringe o plantio de frutíferas na região com maiores altitudes, próximo a Cascavel. A combinação do período mais chuvoso do ano e maior tempo hábil para o desenvolvimento das espécies antes do risco da primeira geada, resultou na recomendação de plantio das espécies para o início da primavera, no mês de outubro.