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A observação de aves como ferramenta para educação ambiental.

Authors:
A OBSERVAÇÃO DE AVES COMO FERRAMENTA PARA A
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Rosimary Aparecida dos Santos
1
Fabiano Duarte Carvalho
2
RESUMO
A relação entre a teoria e a prática é de suma importância para o aprendizado
moderno. Nesses tempos em que o mundo vem sofrendo com a demasiada
degradação ambiental, causada principalmente pelo homem, fica evidente a
necessidade de maiores investimentos em Educação Ambiental. Uma das
formas de trabalhar com Educação Ambiental lançando mão da parte prática
é através da observação de aves. Essa atividade tem o poder de levar o aluno
a uma aprendizagem interdisciplinar diretamente relacionada à natureza.
Apresenta caráter lúdico onde o aluno aprende com prazer, além de
possibilitar o contato com animais que fascinam os seres humanos. A
observação de aves também desperta o desejo de conhecer sempre mais e de
preservar o meio ambiente, visto que a partir desta atividade o aluno passa a
conhecer um pouco mais sobre a biodiversidade local. O objetivo principal
desse trabalho foi demonstrar o poder da observação de aves como
ferramenta para a Educação Ambiental. As atividades foram realizadas com
alunos do ao ano da Escola Municipal Álvaro Botelho, Lavras, MG.
Inicialmente foram ministradas aulas expositivas sobre as regras de conduta
de um observador e também a respeito das aves. Após essa etapa, procedeu-
se com atividades de campo de observação de aves em 4 localidades
diferentes no município de Lavras, sendo uma urbana e as outras três
realizadas em matas da região. Pode-se perceber que até mesmo na área
urbana é possível desenvolver essa atividade, com 14 espécies observadas no
entorno da escola. Nas demais observações, todas em ambientes de mata, o
número de espécies observadas foi maior, sendo, 32 espécies na mata da
UFLA, 39 na “Ecolândia” e 59 no Parque Ecológico Quedas do Rio Bonito.
Através da análise do envolvimento doa alunos nas atividades e das
respostas dadas ao questionário, pode-se confirmar a eficácia dessa prática.
Por meio deste estudo fica evidente que a observação de aves é uma
atividade agradável, estimulante e contagiante, que pode ser utilizada como
estratégia eficaz para a Educação Ambiental.
Palavras-chave: Preservação, Meio Ambiente, Ornitologia, Pássaros.
1
Graduada em Normal Superior, Especialista em Educação Ambiental pela Universidade Federal de
Lavras, Professora da Escola Municipal Álvaro Botelho, Lavras, MG. E-mail: rosi_apss@hotmail.com.
2
Biólogo, Doutor em Entomologia pela Universidade Federal de Lavras, Professor do Centro Federal de
Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), Campus Belo Horizonte, MG. E-mail:
fabianoinsecta@yahoo.com.br.
1 INTRODUÇÃO
A partir de inúmeros documentários, filmes, livros e artigos
avaliados, pode-se perceber que quando existe relação da teoria com a
prática, a aprendizagem ocorre de forma mais eficiente e prazerosa. A
prática da observação da biodiversidade local, com enfoque na observação
de aves pode ser uma ferramenta eficaz para a Educação Ambiental. Através
dessa prática é possível colocar os alunos em contato direto com a natureza,
fazendo com que estes percebam melhor o ambiente em que estão inseridos,
além de usufruir de um período de lazer com o lado lúdico da aprendizagem.
O Brasil apresenta grande potencial para observação de aves, pois
possui ampla biodiversidade, principalmente, em virtude de sua extensão e
dos diversos tipos de biomas que possui. Nesse contexto, Souza (2005)
afirma que a observação de aves é importante não só para o conhecimento do
ambiente, mas também para o conhecimento e percepção do bioma no qual
estamos inseridos.
Através da observação de aves, os alunos são estimulados a perceber
as características do ambiente ao seu redor, e até mesmo, em casos de
degradação, são capazes de reconhecer aquilo que ainda resta do bioma em
sua região, aquilo que realmente já foi perdido e o que ainda pode ser feito
para sua recuperação.
Outro ponto importante é o fato da observação de aves fazer com
que o aluno saia da sala de aula e aprenda de forma mais atrativa através da
prática, encontrando a partir das aves os demais elementos da natureza que
podem estar presentes no seu dia-a-dia, como, por exemplo, plantas, insetos
e outros animais.
Atualmente, a observação de aves tem sido mais divulgada e a cada
dia, novos observadores estão aderindo a essa prática. Apesar disso, alguns
autores relatam que ainda faltam observadores especializados no assunto.
Dessa forma, observadores amadores ou naturalistas, que praticam esta
atividade apenas por prazer, acabam fornecendo suporte às pesquisas
científicas relacionadas ao assunto.
Um dos requisitos principais para o sucesso da observação de aves é
o gosto por esses animais, mas é importante salientar que isso não é
suficiente para o sucesso desta atividade. Há a necessidade de seguir alguns
cuidados básicos com relação a essa prática, principalmente no que diz
respeito a preservação das aves, do meio ambiente, e também cuidados com
os equipamentos e com o bem estar do próprio observador.
Diante do exposto, o presente trabalho objetivou demonstrar que a
observação de aves pode ser uma prática prazerosa, capaz de fazer com que
os observadores aprendam de forma lúdica e abrangente, podendo ser
utilizada como ferramenta na Educação Ambiental. Além disso, objetivou
oferecer aos alunos a oportunidade de participar de atividades ao ar livre e
contato direto com a natureza, despertando sua atenção para os demais
componentes do meio ambiente no qual estão inseridos.
2 A OBSERVAÇÃO DE AVES COMO FERRAMENTA PARA A
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
2.1 A Educação Ambiental e os problemas ambientais
Basta olhar os acontecimentos do mundo como um todo para
perceber que não existe ainda um consenso e uma Educação Ambiental
capaz de solucionar todos os problemas gerados, na maior parte das vezes,
pelo próprio homem.
Apesar de suas raízes terem surgido um longo tempo, ainda não
se pode ver efetivamente o sucesso da Educação Ambiental, pois, esta ainda
caminha lentamente. Recentemente se ressaltou a necessidade de
investimentos em uma educação que fosse voltada para o ambiente como um
todo, onde o ser humano deixa de ser mero expectador e passa a estar
inserido, sendo capaz de gerar expressivas mudanças nesse ambiente.
Dias (2004) afirma que, apesar das conquistas da humanidade, o
consumismo, aliado a um desenfreado crescimento da população, tornou a
sociedade mais injusta, desigual e insustentável. Segundo o autor, nunca em
toda a história da humanidade, precisou-se tanto de mudança de paradigma,
de uma educação renovadora e libertadora. Um exemplo claro de
insustentabilidade e desequilíbrio pode ser visto no setor agrícola, no qual,
apesar da grande produção, ainda há fome e enormes perdas de produtos
estocados. Nesse panorama, é cada vez mais visível a necessidade de
investimentos na área da Educação Ambiental de forma que o ser humano
aprenda realmente a viver de maneira sustentável.
O ser humano precisa compreender que não há uma receita pronta
para resolver os problemas ambientais e para colocar em prática a Educação
Ambiental, esse fato é citado por Ferreira e Borém (2011), no qual os autores
apontam que cada realidade é diferente da outra. Há a necessidade de maior
conhecimento sobre o local no qual estamos inseridos, sobre as
transformações sofridas por este, sobre as causas e consequências destas
transformações para, só assim, buscar a solução dos problemas locais de
forma articulada com o global envolvendo o meio natural e o social.
Lembrando que as práticas devem ser contextualizadas de forma a responder
à problemática ambiental.
A observação de aves pode ser uma das propostas para unir o uso de
aulas práticas com o entendimento a respeito da Educação Ambiental. Essas
práticas podem ir além do esperado pelo professor agindo de forma
interdisciplinar e alcançado vários conteúdos. Vieira da Rocha e Molin
(2008) afirmam que a observação de aves apresenta caráter interdisciplinar e
pode ser usada com enfoques diferenciados, abordando de forma integrada
as diversas formas do saber. Os projetos desenvolvidos dão oportunidades de
investigação do aluno sobre o mundo e o meio em que vive.
2.2 As aves
Apesar da grande diversidade e da existência de mais de 1.800
espécies de aves no Brasil, muitas pessoas não são capazes de perceber a
presença desses seres vivos ao seu redor. De forma geral, as aves podem ser
facilmente reconhecidas, pois, são os únicos animais dotados de penas. Essas
penas podem possuir diversos formatos, cores e estruturas, assim como as
asas que variam de acordo com a necessidade de cada uma (Belton, 2004).
Os tamanhos são os mais variados, partindo de pequenos beija-flores
e alcançando grandes dimensões como o avestruz. Esses animais podem ser
encontrados em praticamente todos os ambientes, suportando grande
variação de temperatura, desde as partes mais geladas do mundo, até os
locais mais quentes. Isso só é possível porque são capazes de regular sua
temperatura corporal, o que faz com que possam viver até mesmo em regiões
muito frias. Apesar dessa distribuição é importante salientar que, em sua
maioria, elas são encontradas principalmente nas regiões mais quentes
(PORTAL EDUCAÇÃO, 2011).
As aves geralmente possuem exuberante beleza e cantos
maravilhosos, por isso sempre fascinam os seres humanos. Algumas vezes
elas podem demonstrar a qualidade do ambiente, pois são pouco tolerantes a
mudanças em seus habitats, indicando, pela sua presença, o grau de
preservação da área (Gorgulho, 2003).
Juntamente com os mamíferos, as aves formam um dos grupos de
animais mais conhecidos pelo ser humano. Apesar da grande diversidade
morfológica existente entre as aves, sua morfologia é bem mais uniforme
que a dos mamíferos, e grande parte dessa uniformidade se deve a
adaptações específicas para o voo (Pough, 2008).
Com características próprias as aves possuem bicos e põem ovos de
formas e tamanhos variados. Têm como característica principal a capacidade
de voo, apesar de existirem aquelas que não voam. A alimentação é
extremamente variada, elas podem se alimentar de grãos, frutas, insetos,
pequenos roedores, cobras, sapos, outras aves, ovos, animais mortos,
crustáceos, peixes, moluscos, folhas, talos de plantas, sementes, castanhas,
néctar, entre outros (Andrade, 1997; Schmidt-Nielsen, 2002; Pough, 2008).
O Brasil é o país com maior número de espécies de aves ameaçadas
de extinção e muitos são os fatores que contribuem para o aumento desse
número. Dentre estes fatores são citados os desmatamentos, as queimadas, a
poluição, a caça predatória, o tráfico e o uso de artefatos confeccionados
com diversas partes de aves (Marini & Garcia, 2005).
2.3 A observação de aves
A prática de observação de aves vem desde a era primitiva quando
os homens das cavernas desenhavam nas rochas traços de aves e outros
animais que viam, observavam e caçavam (Omena Júnior, 2003).
Antes mesmo do século XVIII o ser humano mantinha com as aves
uma relação baseada em superstições e religiosidade. As populações
primitivas faziam o uso de suas penas e plumas para enfeites e adornos, além
disso, era por meio da caça que faziam das aves sua fonte de proteínas. A
partir do século XVIII muda a relação do ser humano com a natureza e esse
passa a fazer coletas maciças de plantas, animais, ovos e até mesmo de
ninhos para coleções particulares, sem interesse no que se diz respeito à
ecologia e comportamento animal (Moss, 2005).
Yourth (2001) citado por Pivato (2005) relata que o aumento da
observação da vida silvestre se dá em consequência de uma busca maior da
valorização dos animais silvestres. As observações passam a possuir então
cunho ecológico e há a percepção de que os animais são capazes de se
adaptar e sobreviver, mesmo em uma época em que o ser humano domina a
natureza de forma perigosa e insustentável.
Um dos pontos importantes da observação de aves é a forma
prazerosa com que a atividade acontece, ou seja, enquanto o observador faz
seus estudos, observações e levantamentos, aproveita o contato direto com a
natureza que essa atividade pode proporcionar. Como citado por Omena
(2003) quando diz que “observar aves é diversão em meio à natureza”. Além
de se divertir, o observador ganha resistência física, devido a caminhada que
normalmente é realizada durante essas atividades. Subidas e descidas muitas
vezes são realizadas sem se perceber o esforço, visto que a atenção está
diretamente voltada para as aves.
Pereira (2006) comenta ainda que a observação de aves não é uma
atividade dispendiosa, pois, o preço dos materiais utilizados se encaixa no
orçamento da maioria das pessoas que deseja fazer desta uma opção de lazer.
Atualmente, a observação de aves está voltada para o lazer e a
conservação desses animais. Trata-se de uma atividade que envolve milhões
de pessoas. Nenhum outro grupo de animais silvestres tem atraído tanto a
atenção do ser humano quanto as aves, mesmo que seja simplesmente para
admirar e contemplar o voo, o colorido, o canto e a nobreza desses animais
(Figueiredo, 2007).
2.4 O observador de aves
É cada vez maior o contingente de pessoas que saem de suas casas
para praticar a observação de aves, sendo o contato com a natureza o fator
que faz dessa atividade uma atividade extremamente agradável, que, além de
estimular os observadores a conservar o ambiente para a sobrevivência das
mesmas, se torna contagiante.
Para ser um bom observador de aves o requisito primordial é gostar
destes animais. Além de admirar as aves, é preciso ser curioso, paciente e
gostar de estar em contato direto com a natureza. Isso é importante, pois
muitas vezes é necessário ficar horas no meio da mata para observar uma ave
por apenas alguns segundos. Um bom observador precisa ter olhos e ouvidos
atentos, ter boa memória e conhecimento prévio, além de pesquisar sobre as
aves avistadas, para conhecer melhor sua relação com a natureza (PORTAL
EDUCAÇÃO, 2011).
Um bom observador não deve se limitar apenas as cores e cantos que
esses animais nos oferecem, deve procurar compreender o papel ecológico
de cada espécie no ambiente, seja através da disseminação de sementes, da
polinização ou da regulação das populações de insetos, répteis, artrópodes e
outros animais.
Allegretti e Pires (2008) afirmam que há dois tipos principais de
observador de aves. Um que observa da sua própria janela ou no próprio
jardim e outro que viaja constantemente e se prepara para a prática com
equipamentos especializados.
Figueiredo (2007) argumenta que para o sucesso da iniciação na
observação de aves é importante que o observador iniciante esteja em
contato com pessoas experientes nesta área para que o aprendizado ocorra de
forma mais rápida e eficaz. Nota-se que um observador iniciante sozinho
leva um tempo maior para identificar as aves e associar cada espécie aos
diversos tipos de habitat.
Não é tarefa difícil distinguir um pequeno número de aves, mas no
campo, onde o fator distância muitas vezes prevalece, também não é tarefa
fácil. Para isso é preciso conhecer o habitat, o comportamento, a silhueta, a
forma, a dimensão, as marcas, a coloração, além de ficar atento aos
pequenos detalhes (Pereira, 2006).
A dimensão das aves nem sempre pode ser determinada com
facilidade, portanto é comum fazer o uso de aves conhecidas, seguindo
certa escala de tamanho como, por exemplo, o beija flor, o pardal, o pombo,
a galinha, entre outros.
É grande a importância do conhecimento da anatomia das aves tanto
para o pesquisador que estuda uma determinada ave, como para o
observador amador que realiza essa atividade apenas por prazer. Ambos têm
a necessidade de descrever características percebidas para conseguir
identificar a espécie observada.
Alguns dados morfológicos o de suma importância nessa
atividade, por exemplo, o formato do bico está diretamente ligado à questão
alimentar e pode também ter função reprodutiva ou sinalizadora do tipo de
trabalho que exerce. Já o tipo de pernas indica a adaptação da ave à
localidade. Seriemas, que possuem pernas altas, vivem no cerrado, pois neste
ambiente o capim é bem alto. Além da morfologia, o canto e o
comportamento também são referenciais para o reconhecimento (Pough,
2008; PORTAL EDUCAÇÃO, 2011).
Com relação ao comportamento precisa-se focar a atenção ao tipo de
voo, ao canto, como se alimentam, se locomovem, as paradas nupciais, entre
outros fatores importantes. Por exemplo, cada grupo de aves possui tipos
diferentes de voos, podendo ser, batido, planado ou rápido (Pereira, 2006).
A forma de locomoção das aves ajuda na sua identificação, portanto
é importante conhecer um pouco do seu comportamento para saber o local e
o horário ideal para encontrar cada espécie. A maioria das aves é mais ativa
no período da manhã, apesar de ter aquelas que apresentam comportamento
noturno e só serão vistas com o cair da noite.
Além destas dicas as vocalizações das aves também são importantes
para o reconhecimento destas que algumas são difíceis de serem vistas e
muitas vezes só se pode contar com seu canto. Na primavera é possível
escutar os machos cantando para marcar território, para atrair a fêmea ou, até
mesmo, quando estão brigando (PORTAL EDUCAÇÃO, 2011).
Sigrist (2009) aponta sugestões de Sick (1997), sobre as anotações
das observações feitas em campo e indica o uso de cadernetas de bolso.
Nesta caderneta deve-se anotar os dados do observador, o local, a data, o
horário, as condições do tempo, biótipo, cor das partes nuas, detalhes da
plumagem, desenhos e comportamentos.
Observar aves não é simplesmente sair por ai olhando, mexendo,
revirando matas para encontrar as aves. necessidade de se ter
conhecimento das normas de comportamento de um bom observador e
colocá-las em prática para o sucesso da observação (Almeida, 2003).
Pereira (2006) menciona as normas aconselhadas pela Sociedade
Portuguesa para os estudos das aves, dentre elas a relacionada ao bem estar
das aves, onde se pode entender que nenhuma ave deve ser perturbada.
Deve-se evitar passar ou parar em locais onde haja ninhos ou filhotes, para
que os indivíduos adultos não abandonem os mesmos.
De acordo com o Código de Ética do Observador de Aves (2011),
disponível no site do clube de observadores de aves do Rio de Janeiro,
percebe-se que as normas são importantes não para o sucesso da
observação, mas também para a segurança do observador e proteção
ambiental. Entre elas podemos destacar:
1- Promova o bem estar das aves e de seu ambiente.
2- Antes de comunicar a ocorrência de uma ave rara, avalie o potencial de
perturbação para a ave, para o ambiente e para as pessoas naquela
localidade e somente prossiga se o acesso à região puder ser controlado,
a perturbação minimizada e se for o caso, tiver sido obtida a permissão
do proprietário da área. Os locais de nidificação de aves raras só devem
ser divulgados às autoridades competentes.
3- Permaneça nas estradas, trilhas e caminhos onde existem, em caso
contrário, procure reduzir ao mínimo a perturbação ao habitat.
4- Respeite as leis e o direito alheio.
5- Assegure-se de que os alimentadores, as caixas de nidificação e outros
ambientes artificiais para aves sejam seguros.
O observador precisa seguir também algumas dicas voltadas para sua
proteção e bem estar. Primeiramente deve-se fazer uso de roupas leves,
cômodas que permitam os movimentos necessários à observação. Essas
devem ter cores que se misturem na vegetação, ser resistente a água e, claro,
devem ser adaptadas à estação em que se vai observar (Pereira, 2006).
Os calçados também precisam ser bem escolhidos, de preferência
utilize aqueles que sejam resistentes a água e que apresentem boa aderência.
Bonés ou chapéus também são indicados, principalmente para a proteção
contra o sol, o frio e até mesmo a chuva (Pereira, 2006).
Outro item importante é uma mochila para a bagagem necessária,
como água, lanche, lápis, caderneta para anotações, máquina fotográfica,
binóculos, assim como um guia de campo, por meio do qual se consegue
identificar as aves avistadas. Este guia deve ser prático e fácil de ser
consultado.
2.5 A observação de aves como ferramenta para a Educação Ambiental
Muitos são os relatos que apontam a observação de aves como
importante ferramenta para unir a prática e a Educação Ambiental. Alguns
desses relatos são descritos abaixo.
Oliveira (1996) afirma que as aves despertam interesses que muitos
animais urbanos não despertam, além disso, mesmo no ambiente urbano é
possível contar com grande quantidade de espécies para pesquisa, com a
facilidade de visualização e a grande diversidade existente. O autor cita dois
pontos de destaque da observação de aves, o primeiro, é atração que estas
despertam na maioria das pessoas e o segundo a facilidade de encontrá-las
mesmo nas cidades.
Segundo Andrade (1997) e Athiê (2007) a observação de aves além
de ser uma atividade de lazer e descontração, ainda são grandes as
recompensas intelectuais e científicas, sendo uma ferramenta de Educação
Ambiental e de conservação da biodiversidade, já que favorece a consciência
ecológica dos praticantes.
Atualmente, um dos desafios do educador é trabalhar de forma que a
Educação Ambiental seja crítica e inovadora. Frente a esse desafio, a
atividade de observação de aves pode vir a ser utilizada como ferramenta
didático-pedagógica de uma educação inovadora e formadora do cidadão
(Jacobi, 2003). Para Ruscheinsky (2003) a Educação Ambiental ultrapassa
as barreiras da sala de aula, une professor, aluno e suas realidades, além de
levar desafios que garantam aprendizados constantes em parceria com o
meio ambiente.
Segundo Pivatto e Sabino (2005), as aves garantem condições
favoráveis e adequadas à manutenção da biodiversidade, pois disseminam
sementes, controlam pragas e a população de vários grupos de animais.
Percebe-se, então, que por meio da observação de aves os alunos passam a
ter realmente o conhecimento de toda a biodiversidade local.
Oliveira (2006), avaliando o número de pesquisadores dedicados às
aves, sugere que a lista de interessados por estes seres deve ser aumentado. É
muito importante o aumento do número de pessoas interessadas em registrar
e compartilhar seus registros, para possíveis trocas de experiências e
informações. D’Angelo Neto et al. (2007) afirmam que o número de aves
registradas tende a aumentar, devido a micro-regiões que ainda não foram
amostradas.
Santos (2009) aponta que em diversidade de espécies de aves, o
Brasil perde para a Colômbia, mas como nosso país conta com diversos
ambientes até então inexplorados, é possível que um grande número de
espécies esteja fora dessa estatística. Esse autor aponta que a vontade de
aprender deve ser o combustível daqueles que desejam se tornar
observadores de aves.
A observação de aves é uma atividade que vem crescendo no mundo
todo. De acordo com Dias (2011) são várias as circunstâncias que levam as
pessoas a procurarem essa atividade, entre elas destaca a consciência da
preservação ambiental, a procura por atividades diferentes das rotineiras
encontradas nos grandes centros urbanos, a fuga da complexidade da vida
moderna, a melhorara da qualidade de vida e a maior interação com a
natureza.
Mohr e Moser (2011) ainda destacam que, com esta prática o
observador fica em sintonia com o ambiente, pois, ao estar presente em
ambientes naturais desenvolve a sua capacidade de observação e percepção,
além de ampliar seus conhecimentos sobre a natureza e compreender a
necessidade de conservar o meio ambiente.
Como podemos ver é ampla a lista de autores que citam a
observação de aves como ferramenta na Educação Ambiental, cada um com
suas peculiaridades e perspectivas diferentes, mas todos apontam um
denominador comum, sua eficácia nesse processo.
3 MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi realizado com alunos do sexto ao nono ano
da Escola Municipal Álvaro Botelho, em Lavras, Minas Gerais.
Inicialmente, foi realizado um levantamento com o objetivo de saber quais
alunos da referida escola possuíam interesse e disponibilidade de participar
das atividades de observação de aves. Após o levantamento, foi enviado para
os pais dos alunos um pedido de autorização, para que os mesmos pudessem
sair acompanhados pela professora responsável e o ornitólogo. Esses dois
profissionais atuaram como orientadores dessas atividades.
As saídas foram organizadas da seguinte forma: aula de iniciação à
observação de aves no ambiente escolar e no entorno da própria escola, e
posteriormente à observação em matas da Universidade Federal de Lavras
(UFLA), do Centro de Educação Ambiental da Polícia Militar de Lavras,
“Ecolândia” e do Parque Ecológico Quedas do Rio Bonito, uma área de
preservação ambiental do município de Lavras.
Diante do proposto, foi entregue aos alunos as normas gerais para
observação de aves. Essa etapa apresentou grande importância para garantir
que desde o primeiro dia de observação os alunos já estivessem devidamente
vestidos e preparados para a saída de campo. Estas normas também citavam
condutas que os observadores deveriam ter dentro das matas para qualquer
observação de aves.
No primeiro encontro, foi realizada uma aula expositiva na qual
foram passadas orientações básicas a respeito das aves, bem como a forma
que deviam proceder ao registro gráfico e fotográfico das aves no momento
em que estivessem em campo (Figura 1A). Nessa aula os alunos aprenderam
como fazer desenhos de aves e também a utilizar alguns equipamentos,
como, por exemplo, binóculos e câmera fotográfica (Figura 1B).
Além da aula expositiva, foi realizada também a primeira
observação de aves, feita na área da própria escola e também no seu entorno.
A escola possui muitas árvores e vegetação variada apresentando grande
potencial para observação de aves. Essa etapa de observação teve papel
fundamental por despertar nos alunos o interesse por um ambiente que faz
parte do seu dia a dia. A partir do primeiro encontro, percebeu-se grande
interesse dos alunos em dar continuidade à observação de aves. Os alunos se
organizaram e deram continuidade à prática, mesmo sem a presença dos
orientadores.
Figura 1 (A) Aula expositiva sobre observação de aves e (B) Alunos
aprendendo a manusear os binóculos.
Após a aula de apresentação sobre o assunto, as orientações gerais, e
o primeiro dia de observação, os alunos juntamente com a professora e o
ornitólogo, partiram para a segunda etapa do trabalho realizada nas matas da
UFLA. No caminho entre a escola e a universidade, representado por poucos
quarteirões, foi possível observar várias espécies de aves, como, pardais,
suiriri, bem te vi, urubus, lavadeira, João de barro, tucanos e gaviões. O
ornitólogo seguia orientando os alunos fazendo a relação entre os cantos e as
aves observadas.
O terceiro encontro, ocorrido na Ecolândia, foi realizado em dia
chuvoso e mesmo assim os alunos compareceram para as observações
(Figuras 2A e B). Clara demonstração de grande interesse por parte do grupo
envolvido nessa atividade. Nesse encontro, procedeu-se primeiramente a
uma observação no entorno da mata e o registro de algumas espécies
avistadas. Após esse momento, a equipe seguiu para o prédio principal da
A
B
Ecolândia para que todos os presentes se abrigassem da chuva, que se tornou
mais forte, mas não impediu a continuidade das observações.
Figura 2 (A) Alunos fazendo observação de aves em dia chuvoso e (B)
Alunos fazendo anotações das aves avistadas em cadernetas
O fato das aves não serem incomodadas pelos observadores facilitou
muito o procedimento e os trabalhos de observação. Assim que a chuva
cessou os observadores retornaram à mata e foram realizadas observações de
alguns pássaros e reconhecido os cantos de outros de visualização menos
comum.
Para o último dia de observações previsto em calendário, o grupo de
observadores seguiu para o Parque Ecológico Quedas do Rio Bonito. Nessa
etapa, o grupo de alunos estava acompanhado pela professora Rosimary
Aparecida dos Santos e pelo ornitólogo Matusalém Miguel (equipe que
trabalhou nas outras observações) além destes, o grupo pode contar também
com a importante presença do ornitólogo convidado Santos D’Ângelo Neto,
que abrilhantou a observação com seus conhecimentos (Figura 3A).
Ao entrar no Parque Ecológico, foi realizada a primeira parada para
as recomendações sobre atitudes que os alunos deveriam ter nas trilhas.
Além disso, aproveitou-se para reforçar as regras próprias da observação de
aves que já haviam sido esclarecidas nas observações anteriores. Logo após,
foram feitas as distribuições dos binóculos aos participantes e então se
iniciou as observações (Figura 3B).
A
B
Figura 3 (A) Santos D’Angelo Neto, Rosimary Aparecida dos Santos e
Matusalém Miguel e (B) Alunos fazendo a observação de aves no Parque
Ecológico Quedas do Rio Bonito, Lavras, MG.
Os alunos não se separavam do nosso convidado, Santos D’Ângelo
Neto, que sempre apresentava uma parte interessante da vegetação ou da
fauna local e estavam encantados com tanto conhecimento. Santos seguiu
orientando o grupo e dando uma invejável aula de observação de aves. Além
disso, ele fez desenhos de várias aves avistadas com muita perfeição e
rapidez, deixando a equipe de observadores impressionada.
Nesse encontro foi utilizado um aparelho capaz de emitir o som
gravado do canto de alguns pássaros com o objetivo de atraí-los (play back).
Os pássaros ao ouvir o som se aproximam na tentativa de encontrar o dono
do canto que supostamente tenha invadido seu território. É importante
ressaltar que esse tipo de aparelho precisa ser usado com cautela,
principalmente afastado de ninhos e sem muitas repetições para não estressar
a ave a ser observada.
Ao final das observações no Parque Ecológico, foram feitas algumas
perguntas sobre as aves para os alunos, uma espécie de Quiz e aqueles que
acertavam eram premiados com barrinhas de cereal.
Ao término das 4 etapas de observação, foi aplicado um questionário
para averiguação do interesse, do conhecimento, da aprendizagem e da
mudança nos hábitos e atitudes dos alunos após a participação nas
atividades.
A
B
29%
7%
29%
21%
Ótima
Gostei muito
Muito interessante
Legal
Amei
Muito boa
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
No decorrer e após o término desse estudo foram realizadas
observações e questionamentos relacionados ao assunto para os alunos
participantes e pode-se perceber que todos, ou seja, 100% deles aprovaram a
observação de aves, por considerar uma atividade divertida, interessante e
prazerosa, demonstrando maior facilidade de aprendizagem com a prática
(Figura 4).
O que você achou da observação de aves?
Figura 4 - Respostas dos alunos do 6º ao 9º ano da Escola Municipal
Álvaro Botelho ao questionário aplicado nesse estudo.
Pode-se perceber que mesmo alunos que apresentam rendimento
escolar abaixo da média, revelaram-se interessados e comprometidos com a
proposta oferecida pelos orientadores dessa atividade. Esses alunos
participaram de maneira eficaz, relacionando as aves observadas à coloração,
tamanho, hábitos e os diferentes comportamentos apresentados pelas
mesmas.
Vale citar ainda a fala de uma das alunas sobre o prazer que aqueles
momentos proporcionaram a ela: “Se aula fosse assim eu já tinha passado de
ano”. Todos os demais colegas concordaram com ela. Este fato vem
comprovar o que afirma Costa (2007), com relação à observação de aves,
demonstrando que esta auxilia o trabalho de conteúdos e atitudes nos
educandos, já que possui caráter prático, onde se aprende por meio das
experiências (Figuras 5).
Você acha que a observação de aves pode te ajudar em outras matérias?
72%
21%
7%
Sim
Algumas matérias,
mas não todas
Não respondeu
Figura 5 - Respostas dos alunos do 6º ao 9º ano da Escola Municipal Álvaro
Botelho ao questionário aplicado nesse estudo.
Poucos alunos ficaram afastados do grupo, enquanto a maioria
estava diretamente atenta ao ornitólogo, sempre fazendo perguntas sobre
aspectos da área observada ou de determinados comportamentos das aves. A
partir desse fato observou-se que mais de 90% dos alunos estavam realmente
envolvidos no processo, sempre atentos às orientações do professor e do
ornitólogo. Diante disso, pode-se verificar que a observação de aves une
professor e aluno, suas vivências, seus conhecimentos e faz com que a
aprendizagem entre estes seja constante, como descrito por Ruscheinsky
(2003).
Esse trabalho rompe uma barreira de muitos alunos, a aversão a
alguns representantes do reino animal, como, por exemplo, algumas espécies
de insetos e cobras. A partir desta prática esses alunos conseguiram perceber
a importância desses seres vivos para as aves e para o ambiente, conhecendo
o papel de cada um. Mesmo os que apresentaram resistência à entrada nas
matas, acabaram por fazê-lo, interessados na visualização das aves, as quais
só ouviam o canto. É importante salientar que foram seguidas todas as
medidas de segurança nesses locais.
Outro fator importante a ser destacado foi o relato de mudança de
hábito de alguns alunos após se tornar um observador. Um deles relatou que
antes de ser integrante desse grupo de observação, capturava aves, mas após
a participação nesta atividade passou a colecionar fotos e a fazer pesquisas
sobre as aves encontradas e registradas. Essa atitude corrobora com
Biagolini (2010), quando declara que trabalhar a observação de aves com
jovens pode levá-los ao hábito de não prender as aves nativas e
“monopolizar seu canto”.
Outros relatos apresentados no questionário, quando os alunos foram
arguidos sobre a mudança de atitudes após a participação nesse trabalho,
podem ser destacados: “Minha vida mudou bastante, agora sou mais
observador e cuidadoso com o ambiente”, “Aprendi a importância de
preservar as aves e os outros seres vivos”, “Mudou minha forma de ver
como cada ser vivo ajuda o outro” e “Percebi que além de aprender eu posso
ensinar outras pessoas sobre o assunto”.
Interessante destacar, que após as atividades, alguns dos alunos se
viam como potenciais disseminadores do assunto trabalhado, como citado no
último relato, onde o aluno se coloca a disposição para ensinar. Esses relatos
apresentaram grande importância para o estudo, pois, através deles foi
possível verificar a aprendizagem relacionada ao trabalho desenvolvido.
Um grupo expressivo de alunos envolvidos nessa atividade, 93%
deles, relatou ter aprendido muito sobre a natureza, afirmando ter se tornado
observadores efetivos, entendendo a importância da preservação não das
aves, mas da natureza como um todo (Figura 6).
Você aprendeu algo sobre a natureza que você não sabia com a
observação de aves?
93%
7%
Sim
Não
Figura 6 - Respostas dos alunos do 6º ao 9º ano da Escola Municipal Álvaro
Botelho ao questionário aplicado nesse estudo.
Relato semelhante foi descrito por Gorgulho (2003) onde o autor
afirma que estudar as aves para preservá-las e protegê-las significa dar mais
valor à vida como um todo. Dessa forma a observação de aves passa a fazer
parte de nossas vidas.
O grupo em sua totalidade demonstrou grande interesse em
continuar com as atividades mesmo após o término desse estudo, o que
remete a uma possível continuidade dos trabalhos na escola, sugerindo, até
mesmo a construção de um guia de aves da escola e seu entorno, bem como,
das demais áreas estudadas. Fato semelhante foi proposto por Sigrist (2009),
que indica o uso das anotações feitas nas cadernetas para a confecção de um
guia de aves com as fotos e anotações feitas pelos próprios alunos durante as
observações.
Todas as etapas de observação foram proveitosas, com um
expressivo número de aves observadas e experiências muito ricas em contato
direto com a natureza. Já na primeira etapa, realizada no entorno e na área da
própria escola, foi possível observar 14 espécies diferentes de aves (Tabela
1). Entre elas, vale destacar o sanhaçu cinzento, saí andorinha, tesourinha,
bem te vi rajado e a saíra amarela. Apesar disso, esse foi o local que
apresentou menor diversidade, principalmente por se tratar de um ambiente
urbano.
Tabela 1 Lista de aves observadas na Escola Municipal Álvaro
Botelho, Lavras, MG
Espécies
Nome Popular
Ordem Columbiformes
Família Columbidae
Patagioenas cayennensis
pomba-galega
Patagioenas picazuro
pombão
Ordem Passeriformes
Família Tyrannidae
Pitangus sulphuratus
bem-te-vi
Myiodynastes maculatus
bem-te-vi-rajado
Myiozetetes similis
bentevizinho-de-penacho-vermelho
Tyrannus melancholicus
suiriri
Tyrannus savana
tesourinha
Família Turdidae
Turdus leucomelas
sabiá-barranco
Família Coerebidae
Coereba flaveola
cambacica
Família Thraupidae
Tangara cayana
saíra-amarela
Tangara sayaca
sanhaçu-cinzento
Tangara palmarum
sanhaçu-coqueiro
Tersina viridis
saí-andorinha
Dacnis cayana
saí-azul
Total de espécies observadas 14
Alguns alunos nunca tinham observado tamanha diversidade de aves
que os circundavam e puderam perceber que para realizar a observação não
são obrigatórias saídas para matas ou parques, é possível ser um observador
de aves até mesmo nas grandes cidades.
Nas observações realizadas na mata da Universidade Federal de
Lavras e nas dependências da Ecolândia, a diversidade de aves observada foi
semelhante, sendo encontradas, 32 espécies na UFLA (Tabela 2) e 39
espécies na Ecolândia (Tabela 3).
Na área da UFLA um dos primeiros pássaros observados foi o fim-
fim, ave que, apesar de pequena, chama a atenção por suas cores, um
amarelo bem vivo que contrasta com o preto azulado. Pouco à frente, em um
coqueiro, gaviões, macho e fêmea, foram avistados em um ninho.
Além do ninho com os gaviões pode-se observar também um
pombão, mais conhecido como trocal, também no seu ninho. A partir deste
ninho a observação foi ficando cada vez mais interessante. Belas aves, como
tucanos, japus, falcões, saíras, e muitas outras, puderam ser vistas ou
identificadas pelo seu canto.
Na Ecolândia, mesmo em dia chuvoso, foi possível observar diversas
espécies, como, por exemplo, tucanuçu, periquitão maracanã, sabiá
laranjeira, sabiá do campo, alma de gato, jandaia de testa vermelha e
periquito de encontro amarelo.
Tabela 2 Lista de aves observadas na Universidade Federal de Lavras
Espécies
Nome Popular
Pelecaniformes
Ardeidae
Bubulcus ibis
garça-vaqueira
Cathartiformes
Cathartidae
Coragyps atratus
urubu-de-cabeça-preta
Accipitriformes
Accipitridae
Rupornis magnirostris
gavião-carijó
Falconiformes
Falconidae
Caracara plancus
caracará
Falco sparverius
quiriquiri
Columbiformes
Columbidae
Columbina talpacoti
rolinha-roxa
Patagioenas picazuro
pombão
Psittaciformes
Psittacidae
Aratinga leucophthalma
periquitão-maracanã
Aratinga auricapillus
jandaia-de-testa-vermelha
Apodiformes
Trochilidae
Eupetomena macroura
beija-flor-tesoura
Piciformes
Ramphastidae
Ramphastos toco
tucanuçu
Picidae
Picumnus cirratus
pica-pau-anão-barrado
Passeriformes
Furnariidae
Furnarius rufus
joão-de-barro
Rhynchocyclidae
Todirostrum
poliocephalum
teque-teque
Tyrannidae
Pitangus sulphuratus
bem-te-vi
Machetornis rixosa
suiriri-cavaleiro
Myiodynastes maculatus
bem-te-vi-rajado
Megarynchus pitangua
neinei
Tyrannus melancholicus
suiriri
Empidonomus varius
peitica
Fluvicola nengeta
lavadeira-mascarada
Hirundinidae
Pygochelidon cyanoleuca
andorinha-pequena-de-casa
Troglodytidae
Troglodytes musculus
corruíra
Turdidae
Turdus leucomelas
sabiá-barranco
Thraupidae
Tangara sayaca
sanhaçu-cinzento
Tangara cayana
saíra-amarela
Hemithraupis ruficapilla
saíra-ferrugem
Emberizidae
Zonotrichia capensis
tico-tico
Icteridae
Psarocolius decumanus
Japu
Molothrus bonariensis
vira-bosta
Fringillidae
Euphonia chlorotica
fim-fim
Passeridae
Passer domesticus
Pardal
Total de espécies observadas 32
Tabela 3 Lista de aves observadas no Centro de Educação Ambiental
da Polícia Militar de Lavras, “Ecolândia”
Espécies
Nome Popular
Galliformes
Cracidae
Penelope obscura
Jacuaçu
Cathartiformes
Cathartidae
Coragyps atratus
urubu-de-cabeça-preta
Gruiformes
Rallidae
Aramides saracura
saracura-do-mato
Columbiformes
Columbidae
Columbina
talpacoti
rolinha-roxa
Columba livia
pombo-doméstico
Patagioenas
picazuro
Pombão
Psittaciformes
Psittacidae
Aratinga
leucophthalma
periquitão-maracanã
Aratinga
auricapillus
jandaia-de-testa-vermelha
Brotogeris chiriri
periquito-de-encontro-amarelo
Cuculiformes
Cuculidae
Piaya cayana
alma-de-gato
Apodiformes
Trochilidae
Eupetomena
macroura
beija-flor-tesoura
Coraciiformes
Alcedinidae
Megaceryle
torquata
martim-pescador-grande
Piciformes
Ramphastidae
Ramphastos toco
Tucanuçu
Picidae
Picumnus cirratus
pica-pau-anão-barrado
Passeriformes
Furnariidae
Furnarius rufus
joão-de-barro
Synallaxis spixi
joão-teneném
Tyrannidae
Elaenia flavogaster
guaracava-de-barriga-amarela
Myiarchus
tyrannulus
maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado
Pitangus
sulphuratus
bem-te-vi
Machetornis rixosa
suiriri-cavaleiro
Myiodynastes
maculatus
bem-te-vi-rajado
Myiozetetes similis
bentevizinho-de-penacho-vermelho
Tyrannus savana
Tesourinha
Empidonomus
varius
Peitica
Colonia colonus
Viuvinha
Fluvicola nengeta
lavadeira-mascarada
Hirundinidae
Pygochelidon
cyanoleuca
andorinha-pequena-de-casa
Turdidae
Turdus rufiventris
sabiá-laranjeira
Turdus leucomelas
sabiá-barranco
Mimidae
Mimus saturninus
sabiá-do-campo
Coerebidae
Coereba flaveola
Cambacica
Thraupidae
Tangara sayaca
sanhaçu-cinzento
Tangara cayana
saíra-amarela
Tersina viridis
saí-andorinha
Emberizidae
Sicalis flaveola
canário-da-terra-verdadeiro
Parulidae
Basileuterus
hypoleucus
pula-pula-de-barriga-branca
Basileuterus
leucoblepharus
pula-pula-assobiador
Fringillidae
Euphonia
chlorotica
fim-fim
Passeridae
Passer domesticus
Pardal
Total de espécies observadas 39
A última etapa de observação foi também a mais rica. O grupo
conseguiu identificar, através da observação e cantos, aproximadamente 60
espécies de aves durante a caminhada nas trilhas do Parque Ecológico
Quedas do Rio Bonito (Tabela 4). Incluindo algumas espécies difíceis de
serem vistas, como, por exemplo, o macuquinho, um pássaro territorialista,
que, motivado pelo seu canto emitido pela gravação (play back), veio de
encontro ao som e acabou sendo percebido por um dos observadores.
Tabela 4 Lista de aves observadas no Parque ecológico Quedas do Rio
Bonito, Lavras, MG
Espécies
Nome Popular
Pelecaniformes
Ardeidae
Bubulcus ibis
garça-vaqueira
Cathartiformes
Cathartidae
Coragyps atratus
urubu-de-cabeça-preta
Accipitriformes
Accipitridae
Rupornis magnirostris
gavião-carijó
Falconiformes
Falconidae
Caracara plancus
caracará
Milvago chimachima
carrapateiro
Cariamiformes
Cariamidae
Cariama cristata
seriema
Columbiformes
Columbidae
Patagioenas picazuro
pombão
Psittaciformes
Psittacidae
Aratinga leucophthalma
periquitão-maracanã
Forpus xanthopterygius
tuim
Brotogeris chiriri
periquito-de-encontro-amarelo
Cuculiformes
Cuculidae
Piaya cayana
alma-de-gato
Crotophaga ani
anu-preto
Apodiformes
Trochilidae
Phaethornis pretrei
rabo-branco-acanelado
Eupetomena macroura
beija-flor-tesoura
Amazilia lactea
beija-flor-de-peito-azul
Piciformes
Ramphastidae
Ramphastos toco
tucanuçu
Picidae
Picumnus cirratus
pica-pau-anão-barrado
Passeriformes
Thamnophilidae
Drymophila malura
choquinha-carijó
Rhinocryptidae
Scytalopus petrophilus
tapaculo-serrano
Dendrocolaptidae
Sittasomus griseicapillus
arapaçu-verde
Lepidocolaptes
angustirostris
arapaçu-de-cerrado
Furnariidae
Lochmias nematura
joão-porca
Automolus
leucophthalmus
barranqueiro-de-olho-branco
Philydor rufum
limpa-folha-de-testa-baia
Synallaxis ruficapilla
pichororé
Pipridae
Ilicura militaris
tangarazinho
Chiroxiphia caudata
tangará
Cotingidae
Platyrinchus mystaceus
patinho
Rhynchocyclidae
Phylloscartes eximius
barbudinho
Tolmomyias
sulphurescens
bico-chato-de-orelha-preta
Todirostrum
poliocephalum
teque-teque
Tyrannidae
Hirundinea ferruginea
gibão-de-couro
Serpophaga subcristata
alegrinho
Pitangus sulphuratus
bem-te-vi
Myiozetetes similis
bentevizinho-de-penacho-vermelho
Colonia colonus
viuvinha
Vireonidae
Hylophilus
amaurocephalus
vite-vite-de-olho-cinza
Hirundinidae
Pygochelidon cyanoleuca
andorinha-pequena-de-casa
Progne tapera
andorinha-do-campo
Troglodytidae
Troglodytes musculus
corruíra
Turdidae
Turdus leucomelas
sabiá-barranco
Turdus amaurochalinus
sabiá-poca
Mimidae
Mimus saturninus
sabiá-do-campo
Coerebidae
Coereba flaveola
Cambacica
Thraupidae
Tachyphonus coronatus
tiê-preto
Lanio melanops
tiê-de-topete
Tangara cyanoventris
saíra-douradinha
Tangara sayaca
sanhaçu-cinzento
Tangara palmarum
sanhaçu-do-coqueiro
Tangara cayana
saíra-amarela
Dacnis cayana
saí-azul
Emberizidae
Zonotrichia capensis
tico-tico
Volatinia jacarina
tiziu
Sporophila lineola
bigodinho
Sporophila nigricollis
baiano
Parulidae
Basileuterus hypoleucus
pula-pula-de-barriga-branca
Basileuterus
leucoblepharus
pula-pula-assobiador
Icteridae
Molothrus bonariensis
vira-bosta
Fringillidae
Euphonia chlorotica
fim-fim
Total de aves observadas 59
Com os dados das quatro etapas de observação em mãos foi
organizada uma lista com todas as aves observadas em cada localidade,
identificadas por seu nome científico e também pelo nome popular (Tabelas
1, 2, 3 e 4), bem como uma lista de fotos das mesmas, das quais algumas
podem ser vistas nas Figuras 7, 8 e 9.
Figura 7 (A) Canário da terra verdadeiro/Sicalis flaveola; (B) Fogo
apagou/Columbina squammata; (C) Coruja-buraqueira/Athene cunicularia;
(D) Saí andorinha/Tersina viridis; (E) Periquito rei/Aratinga aurea; (F)
Jandaia de testa vermelha/ Aratinga auricapillus.
A
B
C
D
E
F
Figura 8 (A) Pica pau do campo/Colaptes campestris; (B) Suiriri/ Tiranus
melancholicus; (C) Seriema/Cariama cristata; (D) Caracara /Caracara
plancus; (E) Lavadeira mascarada/Fluvicola nengeta; (F) Alma de
gato/Pyaia cayana.
A
B
C
D
E
F
Figura 9 (A) Rolinha caldo de feijão/Columbina talpacoti; (B) Rolinha
roxa/Columbina talpacoti; (C) Pombão ou Asa branca/Patagioenas
picazuro; (D) Andorinha pequena de casa/Pygochelidon cyanoleuca; (E)
Tucanuçu/Ramphastos toco; (F) Jacuaçu/Penelope obscura.
A
B
C
D
E
F
5 CONCLUSÕES
A partir desse estudo conclui-se que a observação de aves é uma
estratégia eficaz para estudos relacionados a Educação Ambiental,
principalmente pela grande atração que maioria das pessoas tem pelas aves,
suas cores, cantos, comportamentos e sua diversidade. Outro ponto que
merece destaque é o fato dessa atividade poder ser realizada em qualquer
local, até mesmo nos grandes centros urbanos.
A observação de aves apresenta ainda a grande vantagem de unir
diversas áreas de estudo podendo se tornar uma atividade interdisciplinar,
além de fortalecer a ligação existente entre o professor e o aluno. Esta
ferramenta também pode ser usada para mudar a relação do ser humano com
o ambiente, despertando a percepção e o interesse dos estudantes, não só
pelas aves, mas também por outros componentes da natureza que os
circundam, até mesmo por aqueles animais que muitos têm aversão.
Seja pela ciência, pela educação ou simplesmente por prazer, a
observação de aves tem crescido a cada dia e pode ser considerada como um
efetivo instrumento de aprendizagem. Nessa atividade o observador
investiga o meio em que vive por puro prazer, conhecendo cada vez mais o
ambiente em que se encontra, o que faz com que perceba a necessidade de
protegê-lo como forma a garantir um futuro melhor para as próximas
gerações.
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O presente artigo tem como objetivo analisar as políticas públicas relacionadas a Educação Ambiental em Angola no período pós-colonial do país. A análise visa identificar a presença da Educação Ambiental, mesmo que forma incipiente nos documentos oficiais que orientaram a estruturação e as reformas do sistema de ensino angolano. Este artigo explora a seguinte questão: qual o contributo das reformas educativas no processo de implementação da Educação Ambiental em Angola? Este estudo consiste em analisar e sistematizar os conteúdos presentes na legislação e na Estratégia Nacional da Educação Ambiental em Angola (2022-2050). Para desenvolvimento desta pesquisa, foi aplicada uma metodologia de análise documental e análise histórica das políticas públicas relacionadas ao campo da Educação Ambiental em Angola. As conclusões do estudo contribuem para a sistematização da história educativa angolana numa perspectiva crítica, que pode colmatar algumas lacunas nos estudos que já foram realizados e situar a atual Estratégia Nacional de Educação Ambiental em um marco político que orientará as ações até o ano de 2050.
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Este artigo analisa a importância do segmento turístico de observação de aves. Descreve a importância que vem assumindo a observação da fauna em várias partes do mundo. Identifica as possibilidades econômicas de exploração desse segmento como alternativa de renda para as comunidades locais. Descreve o desenvolvimento do Turismo de Observação de Aves em Ubatuba/SP, a parceria com o setor privado local, seu significado para o município e os desdobramentos para outras localidades. Finalmente identifica e destaca os aspectos positivos da observação de aves para a sustentabilidade do ecossistema local.
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O Brasil é o quinto maior país do mundo, e o primeiro dentre os países megadiversos, contri- buindo com aproximadamente 14% da biota mundial. Ele abriga também a maior diversidade de mamíferos, com mais de 530 espécies descritas, com muitas a serem descobertas e catalo- gadas ainda. Poucas localidades foram adequadamente amostradas e listas locais são usual- mente incompletas. A deficiência de conhecimento prejudica iniciativas conservacionistas e de manejo, assim como análises regionais. De acordo com o Instituto Brasileiro de Meio Am- biente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), há 66 espécies de mamíferos ameaçadas; a União Mundial para a Natureza (IUCN) lista 74. Os primatas, em sua maioria endêmicos à Mata Atlântica, contribuem com 40% dos táxons ameaçados. Carnívoros e roedores são tam- bém particularmente ameaçados. Levando-se em consideração o número de espécies de ma- míferos ameaçados por habitat, 29% vivem em ambientes marinhos, 18% na Mata Atlântica, 13% nos Pampas, 12% no Cerrado, 11% no Pantanal, 7% na Amazônia e 6% na Caatinga. A perda e a fragmentação de habitat causados pela ocupação humana constituem as maiores ameaças para os mamíferos terrestres. Aqueles de médio e grande porte ainda sofrem pressão de caça. A maior ameaça aos pequenos mamíferos é a escassez de conhecimento científico básico, particularmente em taxonomia, sistemática, distribuição e história natural. Os mamíferos aquáticos são ameaçados pela caça comercial, captura acidental em redes de espera, poluição química, degradação de habitat, turismo e tráfego de barcos. A conservação de mamíferos tem se beneficiado de iniciativas de organizações governamentais e não-governamentais, in- cluindo avanços na legislação, iniciativas em âmbito nacional para definição de áreas prioritárias para conservação, planos de manejo para várias espécies ameaçadas, planejamento sustentá- vel da paisagem e a criação de novas unidades de conservação. No entanto, dada a perda de habitat no país, torna-se urgente a definição de um programa nacional para inventários de curta e longa duração, além de apoio às coleções científicas. Nos últimos anos houve um progresso notável em relação à conservação de mamíferos no Brasil, porém as ameaças estão crescendo rapidamente e a ciência da conservação precisa acompanhar este crescimento a fim de minimizar e eliminar estas ameaças.
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New ornithological records for south-central Minas Gerais state: municipalities of Lavras, São João Del Rei, and adjacent areas, with the revised checklist of the region. The south-central region of Minas Gerais state is composed by a mosaic of vegetation types formed by transitional zones of Atlantic Forest and Cerrado. Rupestrian fields ('cam-pos rupestres') also occur in the summit of mountains. The variety of habitats created by this mosaic of vegetation is responsible to a rich bird community. The preliminary bird checklist presented for Lavras municipality and adjacent areas was updated with new field records, now comprising more municipalities in this region, especially São João Del Rei. These new records implicate for the conservation of natural areas and for obtaining biological information on several bird species, since the area supports rare and threatened birds besides en-demic species of the Atlantic Forest and Cerrado.
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A proposta deste trabalho foi de analisar a importância da identificação do produto turístico para a possível adaptação a novos segmentos. A atividade de observação de aves como um segmento do ecoturismo concilia a conservação dos recursos naturais com a diversificação de opções de entretenimento para o turista. Esta atividade, além de proporcionar um incremento ao turismo local, contribui para o desenvolvimento sustentável, por meio da educação ambiental.
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Recommendations to minimize impacts on avi- lômbia, entre outros, através do turismo de observação de aves, bir- fauna by birdwatching activities. The quick growth of birdwat- ding ou birdwatching, como é mais conhecido (Figueiredo 2003). ching tourism, a segment of ecotourism, needs to be analyzed on Entretanto, esta atividade pode também trazer alterações ambien- its benefits and resulting problems. Negative impacts were detec- tais negativas, se não for conduzida de maneira responsável e com ted in regions where birdwatching is practiced, thus minimizing conduta visando mínimo impacto (Lindberg & Hawkins 1995). economical, environmental and social gains that such activity Este artigo tem por objetivo identificar estes impactos e direci- could bring. Due to its economical relevance in various threate-
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Resumo A observação de aves é uma atividade iniciada na Europa em meados do século XVIII como lazer, passando atualmente ao status de turismo ecológico, sendo ainda muito limitada a sua exploração como ferramenta didática, apesar dos reconhecidos benefícios que ela pode proporcionar para a educação, mormente a ambiental, visto seu caráter lúdico, prático, não conteudista, sensorial e experimental, oferecendo assim múltiplas possibilidades de trabalhar conteúdos e atitudes nos alunos. A facilidade de condução da observação de aves se funda na atração que as aves exercem sobre as pessoas, sobretudo jovens e crianças, aliada à sua ocorrência em todas as regiões e ambientes, a condução sem necessidade de equipamentos, materiais didáticos e capacitação de professores. Palavras-chave: observação de aves, educação ambiental, didática. Abstract The observation of birds is an activity initiated in Europe in the middle of the XVIII century as leisure, passing now to the status of ecological tourism, being still very limited its exploration as didactic tool, in spite of the recognized benefits that it can provide for the education, especially the environmental, considering its ludic, practical, not based on content, sensorial and experimental character, offering thus multiple possibilities to work contents and attitudes whith the students. The easiness of the observation of birds is founded in the attraction that the birds exercise on the people, above all young and children, allied to its occurrence in all of the areas and atmospheres, the activity without need of equipments, didactic materials and teachers' training.
Subsídios para atuação de biólogos em Educação Ambiental: o uso de aves em educação ambiental. Mundo da Saúde
  • Argel De Oliveira
ARGEL DE OLIVEIRA, M. M.Subsídios para atuação de biólogos em Educação Ambiental: o uso de aves em educação ambiental. Mundo da Saúde, São Paulo, v. 20, n. 8, p. 263-270, 1996. Disponível em: <www.marthaargel.com.br/ornitologia/publicados/ea_urbanas.htm>. Acesso em:24 maio 2011.
Aves silvestres do Rio Grande do Sul. 4.ed. Porto Alegre: Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul
  • W Belton
BELTON, W. Aves silvestres do Rio Grande do Sul. 4.ed. Porto Alegre: Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 2004. p. 13-19.
Disponível em: <www.coa.rj.com/sitecoa.htm>. Acesso em: 13 set
  • Código De
  • Do
  • De Aves
CÓDIGO DE ÉTICA DO OBSERVADOR DE AVES. Disponível em: <www.coa.rj.com/sitecoa.htm>. Acesso em: 13 set. 2011.