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Reformas na Gestão Hospitalar: Análise dos efeitos da empresarialização

Authors:
  • Universidade de Lisboa - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas

Abstract

The reforms of hospital management since the creation of the National Health Service were aimed in maximizing the efficiency of hospitals to make the sector more sustainable. Based on four experiences of management and integration of the NPM, a new reform of hospital management was created in 2002 that has continued until this day: the corporatization. To improve the way the resources are used, the tutelage also bet on the development of a politic of merge/ concentration of the health units. The goal of the study is to analyse the behaviour and effects of corporatization in the efficiency of public hospitals, in the productivity of hospital centres (created from the merge of hospital units) and in the efficiency of the hospitals after the intervention of the austerity program. The analysis considered the time period between 2002 and 2013. For this study, we started by using the technique of Data Envelopment Analysis (DEA) to asses efficiency, and then the Malmquist index for assessing the productivity of hospitals units and centres, based on the concepts of non-radial efficiency and super efficiency. In a second phase, aiming to determine the effects that be in the origin of the variation in efficiency, we conducted semi-structured interviews with managers/ directors of efficient and inefficient units, that were then analyzed trough the method of content analysis. From the study of the 49 hospitals considered in the year 2002, we can conclude that: the efficiency in business units only began to increase starting from the year 2005 (which corresponds to the transition to the E.P.E. status); the policy of merging health units did not have the expected outcome in terms of productivity; external intervention ,although has generated increased efficiency of the units it has resulted, according to the interviewers, in significant losses in the health care provided to users of the NHS.
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... Foi um processo de gestão realizado com o objetivo de unificar as pequenas unidades numa mesma gestão que facilita a integração e articulação desse nível de cuidados com os restantes (hospitalar, de reabilitação e de paliação). Atualmente são 46 os ACES existentes em Portugal (Nunes, 2016). ...
... Os hospitais portugueses dão uma resposta para todos os problemas de saúde em todas as especialidades e por isso estão organizados em rede e sempre que uma unidade hospitalar não pode dar resposta imediata a um problema encaminha logo o seu paciente para outro hospital, com maior disponibilidade, ou com melhor desempenho numa área especializada. Este é um programa recente que facilita o acesso e promove uma maior satisfação e mais saúde para os portugueses (Nunes, 2016). ...
... • Colaboração dos profissionais de ambos os níveis de cuidados • Aplicação de sistemas de informação e comunicação para facilitar a troca de informação e a partilha dos processos clínicos dos pacientes (Nunes, 2016). Em 2007, foi publicado o regime jurídico das Unidades Locais de Saúde que as considera entidades "pessoas coletivas de direito público de natureza empresarial, dotadas de autonomia administrativa, financeira e patrimonial, nos termos do Decreto-Lei n.º 558/99, de 17 de dezembro". ...
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A boa resposta dos serviços de atenção primária à saúde em articulação com os serviços hospitalares é um dos principais objetivos de qualquer sistema de saúde. Em Portugal, encontrou-se uma solução que passou pela interação de ambos numa mesma administração. Este estudo apresenta a experiência portuguesa, seus resultados e a perspectiva dos gestores em relação ao sucesso e à reprodução do modelo. Realizou-se uma análise estatística dos resultados e um estudo exploratório de abordagem qualitativa com a participação de vinte gestores hospitalares do Serviço Nacional de Saúde. Os dados discursivos foram coletados por meio de entrevistas e analisados com recurso à análise de conteúdo. Como resultados se verificou que os gestores consideram que a articulação melhorou o acesso, aumentou a qualidade e a eficiência de ambos os níveis de cuidados.
... A saúde em todo o mundo é sentida intensamente pela população, que dá grande importância, ao nível individual e coletivo, porque só com uma população saudável se pode desenvolver um país (Nunes & Nunes, 2016). ...
... A prestação de cuidados disponível no SNS foi originalmente em dois níveis de cuidados: a atenção primária e a prestação hospitalar (Nunes, 2013). Estas são prestação de cuidados amplas e diversificadas que envolvem atividades de promoção da saúde e prevenção da doença, com consulta e acompanhamento no domicílio, internação, tratamentos exames complementares de diagnóstico e terapêutica (análises clinicas, anatomia patológica, exames e tratamentos como quimioterapia e radioterapia) (Nunes, 2016). ...
... Assim, em todo o país foi criada uma Rede de Cuidados Continuados Integrados, que oferece uma resposta aos casos de pacientes que necessitam de reabilitação ou acompanhamento médico para recuperar a médio e longo prazo suas capacidades (Machado & Carvalho, 2012). Mais recentemente foi integrada uma resposta de cuidados paliativos que considera as necessidades do paciente até ao momento final da sua vida (Nunes & Nunes, 2016). ...
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O sistema de saúde português é reconhecido internacionalmente pelo seu Serviço Nacional de Saúde, universal, geral e tendencialmente gratuito para todos os cidadãos. Como qualquer sistema de saúde, o português envolve, no seu governo, aspectos políticos, econômicos e de prestação de cuidados, desde o ingresso do paciente, à prevenção, ao diagnóstico e até ao tratamento e à reabilitação. O funcionamento do Serviço Nacional de Saúde português depende de um orçamento, da estratégia politica, dos modelos de gestão e de toda a gama de serviços disponíveis, desde a atenção primária, aos cuidados hospitalares e aos cuidados continuados de reabilitação. A organização de todo o sistema é um desafio para os gestores, conta com o seu melhor gerenciamento, exige profissionais dedicados e qualificados e necessita de um contínuo investimento em tecnologia, nos sistemas de informação e na inovação terapêutica. Neste artigo, pretende-se caracterizar o Serviço Nacional de Saúde português, demonstrar seu funcionamento, apresentar seus principais pontos críticos e as estratégias que estão em curso para alcançar melhores cuidados de saúde e resultados de gestão.
... Technical efficiency measures the output obtained from given inputs, while allocative efficiency ensures optimal resource allocation, and economic efficiency balances cost minimization with output maximization, as elucidated by Afonso & Fernandes (2008) [46]. In examining efficiency within healthcare, Nunes (2016) highlights the importance of technical efficiency in utilizing available resources to achieve desired outcomes [47]. Magnussen (1996) emphasizes allocative efficiency, focusing on the ideal distribution of production factors to maximize output. ...
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The Fourth Industrial Revolution is transforming industries, including healthcare, by integrating digital, physical, and biological technologies. This study examines the integration of 4.0 technologies into healthcare, identifying success factors and challenges through interviews with 70 stakeholders from 33 countries. Healthcare is evolving significantly, with varied objectives across nations aiming to improve population health. The study explores stakeholders' perceptions on critical success factors, identifying challenges such as insufficiently trained personnel, organizational silos, and structural barriers to data exchange. Facilitators for integration include cost reduction initiatives and interoperability policies. Technologies like IoT, Big Data, AI, Machine Learning, and robotics enhance diagnostics, treatment precision, and real-time monitoring, reducing errors and optimizing resource utilization. Automation improves employee satisfaction and patient care, while Blockchain and telemedicine drive cost reductions. Successful integration requires skilled professionals and supportive policies, promising efficient resource use, lower error rates, and accelerated processes, leading to optimized global healthcare outcomes.
... However, the criticism of this transformation involves the public-private dichotomy, which is considered the paradigm of current criticism of European health systems, due to the fact that most countries have adopted a social insurance model (Germany, Belgium, France) while others (United Kingdom, Portugal, Spain, Greece, Italy) an NHS model. In the latter case, the solution to this problem involved the adoption of business management models for public services to improve both efficiency and effectiveness and/or resorting to public-private partnerships for financing and/or management of health units, which implied a greater effort from managers, debureaucratization, and decentralization of management processes [22]. ...
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COVID-19 is a well-known respiratory disease that has spread worldwide since January 2020, causing many deaths and massive pressure on health systems. This pandemic’s appearance compromised health service sustainability and quality as many procedures were postponed or canceled, with an expected increase of adverse events like nosocomial infections, in-hospital deaths, and the worsening of the patient’s clinical status. For instance, the year 2020 featured an increase in undesirable results in Portugal: a rise of 10% in delayed first medical appointments, 0.02% in avoidable bloodstream infections, and more than 100 post-operative pulmonary embolisms and septicemia cases per 100,000 inpatients. Therefore, assessing whether the healthcare providers’ performance has changed is paramount. In this case, we evaluated public hospitals in Portugal. To this end, we developed a network data envelopment analysis model relating to efficiency and effectiveness. We observed consistent drops in efficiency when the pandemic started, followed by a recovery to levels above the pre-pandemic ones. Regarding effectiveness, we observed a positive trend during the evaluated period. We conclude that, apart from the great resilience of public healthcare providers, the Portuguese state was unprepared for a pandemic like COVID-19, but still the actions taken (including massive vaccination) were beneficial.
... Não obstante, parece prevalecer uma transformação do sentido para a formação no que diz respeito aos conhecimentos e saberes que ela prioriza num contexto altamente diferenciado e com demandas tão distintas quanto ao objeto e métodos de trabalho, tendo em conta que de uma forma direta ou indireta toda a atividade hospitalar se centra na prestação de cuidados, e em última instância na responsabilidade pela vida de outrem. Ao mesmo tempo, a organização do trabalho do hospital atende a uma dualidade de objetivos, sendo que se o primeiro se inscreve na ordem do cuidar, fica, de certo modo, condicionado pelo segundo, que atenta à sua sustentabilidade financeira (Gonçalves, 2008;Nunes, 2016). Como refere Gonçalves (2008), o hospital está sujeito às exigências e imposições orçamentais e à lógica de "eficiência" e "produção" que regulam os atuais modelos de gestão hospitalar. ...
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Este artigo traz para a discussão o papel que a formação profissional contínua pode ter na humanização do ambiente hospitalar. Numa época em que (também) as instituições de saúde se norteiam por indicadores de produtividade e padrões de qualidade, com as novas tecnologias a ganhar espaço e domínio, a necessidade de se humanizar os serviços de saúde tem sido amplamente discutida e mesmo reclamada, com a própria tutela a reconhecer que há um importante trabalho a desenvolver nesse sentido. Neste paradigma, e tendo em conta os princípios basilares da formação profissional contínua, é legítimo questionar o papel que ela pode ter enquanto processo de humanização num contexto diferenciado como é o hospital. Os dados encontrados neste estudo realizado num hospital apontam, precisamente, para a necessidade de a formação contínua dos hospitais atender mais ao seu lado interativo e reflexivo, condições que a aproxima dos princípios da humanização.
... avança que existe uma certa dificuldade em medir a precisão das consequências da implementação da Nova Gestão Pública.Nunes (2016), afirma que uma das principais críticas apontadas à Nova Gestão Pública, prende-se com o facto de se tentar perspetivar os problemas do setor público como os problemas do setor privado, utilizando as mesmas ferramentas para solucionar os mesmos. Outra das críticas apontadas a este modelo, é a perda de controlo nos processos de mudança, ...
... A ULS implementada pela primeira vez em Portugal no ano de 1999, integrada em um conjunto de experiências-piloto, foi influenciada pela perspectiva da nova gestão pública (Nunes, 2016). Quanto à estrutura, elas dispõem de uma equipe de gestão (denominada por conselho de administração), constituída por um presidente (gestor), dois vogais executivos (um deles formado em economia ou administração e outro indicado pela prefeitura), dois diretores clínicos (médico da atenção básica e um outro da atenção especializada, ambos com reconhecido mérito de gestão) e um enfermeiro diretor (licenciado e especialista em enfermagem com formação acadêmica de gestão). ...
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Resumo A integração da atenção primária à saúde com a atenção especializada em hospitais foi um importante desafio colocado ao sistema de saúde português. Iniciado em 1999, por intermédio de uma experiência-piloto, essa integração ocorreu com a criação de Unidades Locais de Saúde. Toda a assistência (atenção primária e especializada) na mesma região passou a depender de uma só equipe de gestão, com as mesmas regras e modelos de funcionamento. Embora o modelo tenha já vários anos e atualmente existam oito Unidades Locais de Saúde, não há pesquisas que avaliem essa transformação. Diante desse objetivo, foi encontrado um artigo publicado na revista Saúde e Sociedade que avaliou o grau de integração da atenção primária à saúde de município de pequeno porte na Rede de Atenção à Saúde, cuja metodologia de avaliação se enquadra perfeitamente no propósito do presente estudo. Assim, foi adotado esse método de avaliação, por meio de uma matriz com 25 indicadores com parâmetros de avaliação pontuados em escala de zero a três. Seguidamente, com o objetivo de mensurar o grau de integração, foram aplicados questionários aos profissionais de saúde. A pontuação final (grau de integração) foi calculada pela relação entre a soma dos pontos recebidos e esperados, multiplicado por 10. Os resultados mostram um escore nacional de integração de 7,03, o que indica a boa integração entre atenção primária e especializada.
Thesis
To answer to the availability, quality and fairness of healthcare, the governments reshape politics in the healthcare system, pointing for resources optimization. Leadership as dynamic force for organizations, can increase operationalization of the current strategies of the political and moderate lines for the Public Administration. This study seeks to characterize the current state in the Health Sector in the Public Administration, identifying which leadership skills are assumed by the tactical line, as middle managers, how the strategy of the health organization where they are placed is perceived, and what are their academic skills to hold office. While problematic, the reorientation of centralization/decentralization processes of the several National Healthcare Service of Health organizations, implies different approaches. In the identification of the leadership skills, it is intended to verify which of those are associate to the different strategies and which are present in ideal strategic alignments, in other words, whose perception is more associated to the instituted strategy. The study has a hypothetical-deductive approach of quantitative content, with three questionnaires seeking the leadership roles; strategic organizational behavior; and sociodemographic description. It was carried out in mainland Portugal, being its universe all entities that provide Primary and/or Hospital Health Care, while included in the NHS and the sample with top technical chiefs of the medical and surgical areas and chiefs of Health Units providing Primary and/or Hospital Health Care. It is verified that there is a misalignment between, perceived and established strategies by middle managers, that more expressive leadership skills don't come aligned with the strategies, and that there is equal formative deficit in management/administration areas in these leaders. Despite the misalignment, the procedures that involve technical leadership and knowhow in the management/administration areas, can be supplied to prepare these leaders in way that will answer in a more efficient way in the implementation of the strategic guidelines that they are them confident.
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A pandemia de COVID-19 chocou o mundo e demonstrou a relativa falta de planeamento dos governos para algo que vários peritos tinham alertado previamente. De facto, formular políticas de longo-prazo é politicamente custoso para os governantes porque os benefícios apenas são visíveis no futuro, apesar dos recursos terem de ser mobilizados no presente. Em democracias liberais, esta dificuldade é acentuada pelo fluxo noticioso, eleições e a pressão política que permitem o escrutínio público, mas também forçam os governantes a priorizar o imediato. Mesmo neste contexto, Portugal adotou várias medidas de longo prazo, mostrando que governar para as próximas gerações, e não apenas para as próximas eleições, é possível. O livro analisa medidas de longo-prazo para determinar as razões para a sua adoção ou rejeição.
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Em abril de 2011, uma grave crise econômica e social eclodiu em Portugal, levando o país a solicitar ajuda financeira ao Fundo Monetário Internacional, à Comissão Europeia e ao Banco Central Europeu que, em troca, exigiu o cumprimento de um conjunto de várias medidas de austeridade constante de um memorando. Parte dessas medidas focalizaram o Serviço Nacional de Saúde, ao qual foi exigido um corte na despesa e um conjunto de reformas promotoras de eficiência que gerassem economias por meio da melhor realocação dos recursos e da redução do investimento. Este artigo pretende, através da análise da literatura e das políticas de saúde implementadas, mostrar os resultados/efeitos da austeridade e os passos já dados no período pós crise. Como resultados se verificou algumas melhorias ao nível da eficiência, mas graves problemas no acesso aos serviços de saúde. Em conclusão pode-se afirmar que a austeridade foi necessária, mas foi pensada apenas para aquele momento e não numa perspectiva de construção da política de saúde para o futuro.
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