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Relação entre ansiedade competitiva, autoconfiança e desempenho esportivo: uma revisão ampla da literatura

Authors:

Abstract

This study aimed to make a broad review of the literature on studies that investigated the relationship between anxiety and sports performance, measured by the Competitive State Anxiety Inventory-2 (CSAI-2), as well as studies that applied Confirmatory Factor Analysis to check the psychometric properties of the CSAI-2. For this review we carried out a search in the following databases: Capes, Pub Med / Med-line, Lilacs and Web of Science using as descriptors the terms Anxiety, Sports and CSAI-2, selecting articles published between the years of 2000 and 2015 . A total of 199 articles were found, of which 80 were selected for initial analysis. Among the selected studies, 10 showed relative values between anxiety and performance and 8 evaluated the psychometric properties of the CSAI-2. The results showed that 50% of the analyzed studies find a significant relationship between competitive anxiety and performance, while 50% have not confirmed these findings. Moreover, the CSAI-2 showed acceptable psychometric properties in different cultural contexts, highlighting the use of a reduced version (CSAI- 2R). The theo-retical and practical implications of these results are discussed in view of contributing to the advance-ment of knowledge regarding the competitive anxiety. Keywords: Anxiety, performance, sports, psycholgy.
PsicolArgum. 2016 abr./jun., 34(85), 156-169
doi: 10.7213/psicol.argum.34.085.AO06
Relação entre ansiedade competitiva, autoconfiança
e desempenho esportivo: uma revisão ampla da lite-
ratura
Relationship between competitive anxiety, self-confidence and
sport performance: a broad review of the literature
Ana Carolina Paludo [a], Sandra Adriana Neves Nunes [b], Antonio Carlos Simões[c], Marcos Gimenes
Fernandes [d],
[a] Doutoranda pela Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil. Email: anacarolinapaludo@usp.br
[b] Professora Adjunta da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Itabuna, BA, Brasil. Email: psandranu-
nes7@hotmail.com
[c] Professor Titular da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil. Email: acsimoes@usp.br
[d] Professor Adjunto da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Líder do Grupo de Pesquisa em Desempe-
nho Humano G_PED, Ilhéus, BA, Brasil. Email: gimenes@uesc.br
Ansiedade, autoconfiança e desempenho esportivo
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Resumo
O presente estudo teve como objetivo fazer uma ampla revisão da literatura acerca dos estudos que inves-
tigaram a relação entre ansiedade e desempenho esportivo, avaliada pelo CompetitiveStateAnxietyInven-
tory -2 (CSAI-2), assim como de estudos que aplicaram Análise Fatorial Confirmatória para verificar as
propriedades psicométricas do CSAI-2. Para isso, realizou-se uma busca nas bases de dados: Periódicos
Capes, Pub Med/Medline, Lilacs e Web of Science utilizando os descritores Anxiety, Sports e CSAI-2,
selecionando artigos publicados entre os anos de 2000 e 2015. Um total de 199 artigos foram encontra-
dos, sendo que 80 foram selecionados para análise inicial. Dos 19 estudos selecionados, 11 apresentaram
valores de relação entre ansiedade e desempenho e 8 avaliaram as propriedades psicométricas do CSAI-2.
Os resultados demonstraram que 50% dos estudos analisados encontram relação significativa entre ansie-
dade competitiva e desempenho, enquanto 50% não confirmaram esses achados, e o CSAI-2 apresentou
propriedades psicométricas aceitáveis em diferentes contextos culturais, destacando a utilização de sua
versão reduzida (CSAI-2R). As implicações teóricas e práticas desses resultados foram discutidas tendo
em conta contribuir para o avanço do conhecimento com relação à ansiedade competitiva.
Palavras-chave: Ansiedade, desempenho, esportes, psicologia.
Abstract
This study aimed to make a broad review of the literature on studies that investigated the relationship
between anxiety and sports performance, measured by the Competitive State Anxiety Inventory-2 (CSAI-
2), as well as studies that applied Confirmatory Factor Analysis to check the psychometric properties of
the CSAI-2. For this review we carried out a search in the following databases: Capes, Pub Med / Med-
line, Lilacs and Web of Science using as descriptors the terms Anxiety, Sports and CSAI-2, selecting
articles published between the years of 2000 and 2015 . A total of 199 articles were found, of which 80
were selected for initial analysis. Among the selected studies, 10 showed relative values between anxiety
and performance and 8 evaluated the psychometric properties of the CSAI-2. The results showed that
50% of the analyzed studies find a significant relationship between competitive anxiety and performance,
while 50% have not confirmed these findings. Moreover, the CSAI-2 showed acceptable psychometric
properties in different cultural contexts, highlighting the use of a reduced version (CSAI- 2R). The theo-
retical and practical implications of these results are discussed in view of contributing to the advance-
ment of knowledge regarding the competitive anxiety.
Keywords: Anxiety, performance, sports, psycholgy.
Introdução
Nas últimas décadas, técnicos e treinadores relatam que a Psicologia do Esporte
tornou-se uma das disciplinas mais importantes para a ciência esportiva (Bakker, Whiting,
& van der Brug, 1990), sendo que os estudos dos estados emocionais relacionados ao
rendimento esportivo têm se tornado foco das pesquisas dessa área do conhecimento.
Entre os estados emocionais estudados, a ansiedade competitiva no esporte tem recebido
especial atenção por parte de autores de diferentes continentes, nos últimos 20 anos
(Keisha, Yusof, & Jourkesh, 2015). Dessa forma, o estudo da relação entre ansiedade e
desempenho é uma das áreas que mais tem despertado o interesse e investigada na Psico-
logia Esportiva (Craft, Magyar, Becker, & Feltz, 2003).
Para a avaliação da ansiedade no esporte há um número extenso de instrumentos
que podemos encontrar na literatura (Ostrow, 1996), entretanto um dos mais utilizados
tem sido o Competitive State Anxiety Inventory-2 (CSAI-2) (Fernandes, Vasconcelos-
Raposo, & Fernandes, 2012a). Esse instrumento foi desenvolvido de acordo com a Teoria
Ana Carolina Paludo, A.C., Nunes, S.A>N., Simões, A.C., & Fernandes, M.G.
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Multidimensional de Ansiedade (Martens, Vealey, & Burton, 1990) na qual a ansiedade
competitiva enquadra-se numa perspectiva multidimensional, composta pela ansiedade
cognitiva, ansiedade somática e autoconfiança. Para Martens et al.(1990), a ansiedade
cognitiva é definida como o aspecto mental da ansiedade competitiva, caracterizada por
expectativas pessimistas e autoavaliações negativas sobre o próprio desempenho. Por
outro lado, a ansiedade somática é definida como o componente afetivo e fisiológico da
ansiedade, comprometendo o sistema nervoso autônomo, na medida em que produz o
arousal. Finalmente, a autoconfiança é definida como o estado oposto da ansiedade cogni-
tiva, isto é, seria a crença por parte do indivíduo nas suas capacidades para obter um de-
sempenho positivo. Dessa forma, o Competitive State Anxiety Inventory-2 (CSAI-2) é
constituído de três dimensões: ansiedade cognitiva, ansiedade somática e autoconfiança.
A despeito do uso expressivo o CSAI-2 em todo o mundo e, mesmo no Brasil,
nem sempre os pesquisadores brasileiros se basearam em versões nas quais a validade de
constructo foi suportada pela Análise Fatorial Confirmatória. A validade de constructo ou
de conceito pode ser descrita como uma forma mais fundamental de validade de instru-
mentos psicológicos, uma vez que ela permite verificar diretamente a hipótese da legitimi-
dade da representação comportamental de traços latentes (Pasquali, 2009). No contexto
esportivo, os inventários utilizados na avaliação psicológica de atletas necessitam da veri-
ficação da sua confiabilidade (consistência interna) e validade (Beckmann & Kellmann,
2003). Após o desenvolvimento do CSAI-2, houve um crescente número de publicações
que tratam de investigar a relação entre ansiedade e desempenho. No ano de 2003, foram
publicados dois estudos de meta-análise que podem servir de marco científico para o estu-
do da relação mencionada anteriormente. Woodman e Hardy (2003) revelaram que 60%
dos estudos analisados associaram negativamente a ansiedade cognitiva com o desempe-
nho. Com relação autoconfiança, 76% os autores reportaram relação positiva com o de-
sempenho. Corroborando com esses achados, Craft et al. (2003) revelaram que a autocon-
fiança tem efeito significativo sobre o desempenho e relatam que a autoconfiança estabe-
leceu uma forte e mais consistente relação com o desempenho comparado com a ansiedade
cognitiva.
Após 2003, não foram encontrados estudos publicados de revisão sistemática ou de
meta-análise sobre a relação entre ansiedade competitiva e desempenho. Dessa forma, o
presente estudo objetivou buscar artigos que foram publicados após 2000, se propondo a:
i) analisar e descrever os estudos que investigaram a relação entre ansiedade e desempe-
nho publicados no período estipulado, utilizando como critérios o tamanho da amostra, a
modalidade de esporte (individual e coletivo), o momento da aplicação do CSAI-2R e a
medida de desempenho, ii) analisar os resultados referentes a relação entre ansiedade
competitiva e desempenho, iii) identificar e analisar os estudos que verificaram as proprie-
dades psicométricas do Competitive State Anxiety Inventory-2.
Materiais e Métodos
Para a estrutura do presente estudo levou-se em consideração as orientações sobre
revisão sistemática no desporto e saúde proposta por Bento (2014). A busca se deu através
das bases de dados eletrônicas: Periódicos Capes, Pub Med/Medline, Lilacs e Web of
Science, utilizando os descritores: Anxiety, Sports, CSAI-2 separadas pelo operador bole-
anoAND, limitando os artigos publicados no ano de 2000 até o primeiro semestre de 2015.
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Um total de 199 estudos foram encontrados nessa primeira etapa. Para o primeiro
objetivo, como critérios de inclusão dos estudos foram considerados: artigos originais e
realizados com atletas e como critérios de exclusão: artigos que não utilizaram o instru-
mento CSAI-2 para avaliação da ansiedade e artigos repetidos. Sendo assim, o número foi
reduzido para oitenta estudos. Após isso, foi aplicado um novo critério de exclusão, man-
tendo somente os estudos que utilizaram, também, medidas de desempenho. Assim, a
amostra final foi composta de 19 estudos, sendo que 11deles foram considerados para
realizar análises para atender ao primeiro objetivo, que foi de descrever os estudos usando
como critérios o tamanho da amostra, a modalidade de esporte (individual e coletivo), o
momento da aplicação do CSAI-2R e a medida de desempenho, e ao segundo objetivo,
que foi analisar as principais conclusões acerca da relação entre ansiedade e desempenho
esportivo.O terceiro objetivo foi explorado com a seleção de oito artigos que apresentaram
testes estatísticos de confiabilidade, validade de constructo por Análise Fatorial Confirma-
tória e invariância métrica do CSAI-2.
Resultados
Os resultados serão apresentados e discutidos em tópicos em consonância com os
objetivos estabelecidos. Primeiramente, serão apresentados os dados referentes ao tama-
nho da amostra, a modalidade de esporte (individual e coletivo), o momento da aplicação
do CSAI-2R e a medida de desempenho. Em seguida, serão expostos os principais achados
da ansiedade no desempenho esportivo e, por fim, os estudos de validação do CSAI-2 em
diversos contextos culturais.
Tamanho da amostra, a modalidade de esporte (individual e coletivo), momento da
aplicação do CSAI-2 e a medida de desempenho.
O tamanho da amostra variou de seteà86 participantes para os estudos que analisa-
rem a relação entre ansiedade e desempenho. Para os estudos de validação do CSAI-2 as
amostras variaram de 90 a 1213 sujeitos.
A modalidade de esporte individual foi predominante (75%) nos estudos da relação
em ansiedade competitiva e desempenho. Para os estudos de validação, ambas as modali-
dades individuais e coletivas estavam presentes na amostra.
O momento de aplicação do CSAI-2 variou de uma hora à imediatamente antes da
competição para os estudos que investigaram a relação entre ansiedade e desempenho.
Quanto aos estudos de validação, o momento de aplicação variou, na maioria dos estudos,
de dois dias anteriores à competição à 15 minutos antes dela. A única exceção foi de um
estudo em que foi solicitado aos atletas que se lembrassem do estado de ansiedade compe-
titiva de uma competição importante.No caso específico dos estudos que investigaram a
relação entre ansiedade e desempenho, as medidas de desempenho foram diversificadas,
sendo que somente dois estudos utilizaram a mesma medida (números de vitórias e derro-
tas), ou seja, cada estudo utilizou uma medida desempenho distinta (para maiores detalhes
dos dados descritivos ver tabela 1).
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Relação entre Ansiedade, Autoconfiança e Competitiva e Desempenho
Na Tabela 1, são apresentados os12 artigos que apresentaram, com clareza no seu
texto, valores de ansiedade e de desempenho. Dos estudos analisados, seis deles utilizaram
design correlacional, investigando as correlações simples entre as variáveis ou investigan-
do o valor preditivo das dimensões de ansiedade sobre o desempenho (Cottyn et al., 2006;
Kais & Raudsepp, 2005; Lautenbach et al., 2014; Modroño & Guillién, 2011, Wolfram &
Micklewright, 2010) e quatro deles compararam as médias dos escores de ansiedade somá-
tica, ansiedade cognitiva e autoconfiança em dois grupos independentes (isto é, grupo de
vitoriosos e perdedores ou grupo com resultados superiores e grupo com resultados inferi-
ores) (Calvo, 2007; Filaire et al., 2001; Fernandez-Fernandez et al., 2015; Hatzigeorgiadis
et al., 2009). Além disso, um estudo (Tsopani et al., 2011)tanto comparou grupos (alto e
baixo desempenho e finalista e não finalistas) como realizou análise de regressão múltipla
com a finalidade de identificar o melhor preditor de desempenho. Apenas dois dos estudos
incluíram as escalas de respostas de intensidade, direção e frequência. Dentre os estudos
correlacionais, apenas um não encontrou relação significativa entre nenhuma dimensão do
CSAI- 2R e desempenho de ginastas (medido pela pontuação e pela vitória ou derrota).
Além disso, dos estudos analisados, 25% (n=3) não apresentaram efeito significa-
tivo da ansiedade e da autoconfiança no desempenho esportivo,enquanto para 50% (n=6)
dos estudos, a ansiedade competitiva apresentou relação com o desempenho dos atle-
tas.Por fim, em 33,3% dos estudos (n=4) a autoconfiança obteve um papel de destaque na
relação com o desempenho, sendo a melhor preditora, a variável moderadora ou a única
que exerceu feito sobre o desempenho.
Mais especificamente, Filaire et al. (2009) relataram que tenistas vencedores tinham
altos escores de autoconfiança e baixos escores de ansiedade cognitiva e somática compa-
rados aos perdedores. Na mesma perspectiva, Calvo (2007) reportou que nadadores e
corredores que tiveram um desempenho melhor, apresentaram níveis baixos de ansiedade
cognitiva e somática e elevados níveis de autoconfiança.
Por outro lado, Kais e Raudsepp (2005), num estudo com jogadores de vôlei de
praia, relatam que a intensidade da ansiedade não foi um preditor do desempenho. Para
esses autores, a escala de resposta de direção da ansiedade é um melhor preditor do de-
sempenho. Mais recentemente, Tsopani et al. (2011) relataram que encontraram diferenças
significativas de ansiedade cognitiva e somática entre os melhores ou piores desempenhos
em atletas de ginástica rítmica. De acordo com esses pesquisadores, a autoconfiança foi a
única variável que predisse de forma significativa o desempenho.
Propriedades psicométricas do CSAI-2
No que se refere às propriedades psicométricas do CSAI-2, na tabela 2 são apresen-
tados os oito estudos de validação por Análise Fatorial Confirmatória em diferentes con-
textos culturais, a saber: nos EUA (Martens et al., 1990), na Suíça (Lundqvist & Hassmén,
2005), na Estônia (Raudsepp & Kais, 2008), na Espanha (Fernández et al., 2007), Portugal
(Coelho et al., 2010), na França (Martinent, Ferrand, Guillet, & Gautheur, 2010) e no
Brasil (Fernandes, Vanconcelos-Raposo, Fernandes, & 2012b; Fernandes, Nunes, Van-
concelos-Raposo, Fernandes, & Brustad 2013. Importante destacar que esse último estudo
validou o CSAI-2 para o contexto brasileiro com as escalas de respostas de intensidade,
direção e frequência, a exemplo do estudo de Martinent et al. (2010).
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Com relação à confiabilidade e consistência interna, todos os estudos reportaram
valores de alpha de Cronbach maior do que é aceito pela literatura (α > 0,70), o que indica
que nesses contextos culturais o CSAI-2 é uma medida consistente e confiável. Com rela-
ção Análise Fatorial Confirmatória, a maioria dos estudos acima citados encontraram
índices de ajustamento insatisfatórios para o modelo original do CSAI-2 (27 itens), por
outro lado, confirmaram a estrutura fatorial proposta por Cox et al. (2003), uma forma
reduzida do CSAI-2 denominada de CSAI-2R (17 itens), como uma medida válida para se
avaliar ansiedade competitiva nos diferentes contextos. A única exceção é o estudo de
Coelho et al. (2010) que propõem um novo modelo denominada Escala de Negativismo e
Autoconfiança. No entanto esse modelo foi testado no Brasil por Fernandes et al. (2012b)
e não alcançou aceitáveis índices de ajustamento. A Tabela 2 demonstra os índices de
ajustamento do modelo original do CSAI-2 e do CSAI-2R nos diferentes contextos. Fi-
nalmente, ainda no contexto brasileiro, apenas Fernandes et al. (2012) avançaram para
análise de invariância métrica para gênero, tipo de esporte (individual e coletivo) e nível
competitivo (internacional e nacional).
Discussão
Este estudo teve como objetivos principais descrever os estudos que investigaram a
relação entre ansiedade e desempenho esportivo publicados entre 2000 e 2015, usando
como critérios o tamanho da amostra, a modalidade de esporte (individual e coletivo), o
momento da aplicação do CSAI-2R e a medida de desempenho. Além disso, buscou-se
analisar e sistematizar os principais resultados referentes à relação entre ansiedade compe-
titiva e desempenho e, por fim, objetivou-se analisar os estudos que verificaram as propri-
edades psicométricas do Competitive State Anxiety Inventory-2. Para Bento (2014), as
revisões sistemáticas são fundamentais para a tomada de decisões do investigador, assim
como, para profissionais no desempenho do seu trabalho e, também, para atualização dos
conhecimentos científicos acumulados.
Em resposta ao primeiro objetivo, pode-se observar que a ansiedade competitiva es-
sendo estudada com amostras relativamente pequenas. Alguns estudos (ver tabela 1)
aplicaram o CSAI-2 numa amostra de sete participantes e outro 86 sujeitos. Ambas as
amostras são inadequadas para se aplicar instrumentos psicométricos, Tabanick e Fidell
(2001), sugerem no mínimo dez observações por item do instrumento, ou seja, dez sujeitos
para cada pergunta do instrumento. Como o CSAI-2 tem na sua versão original tem 27
itens e na sua versão reduzida tem 17 itens, seriam necessários 270 sujeitos na utilização
da versão original do CSAI-2, ou no mínimo 170 sujeitos, se foi utilizado o CSAI-2R. A
maioria dos estudos foi conduzida com esportes individuais. Levanta-se a importância da
realização de estudos em esportes coletivos, assim como a busca do conhecimento do
comportamento ansioso do atleta e se este gera influência no desempenho da sua equipe.
No que se refere ao momento de aplicação do CSAI-2, houve uma enorme diversi-
ficação de estratégias (de uma hora a imediatamente antes da competição), contrariando as
orientações de Martens et al. (1990) no que diz respeito ao instrumento ser aplicado uma
hora antes da competição, uma vez que acontece flutuações no estado de ansiedade com a
proximidade da competição. Por fim, o desempenho foi medido de formas distintas pelos
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estudos (somente dois mediram o desempenho de forma semelhante). O fato de serem
adotadas medidas distintas de desempenho (número de vitórias e derrotas, pontuação es-
pecífica no ranking da modalidade, percepção subjetiva do técnico ou do atleta) compro-
mete, ou, pelo menos, dificulta a chegada a um consenso sobre o tema.
De modo geral, Moritz, Feltz, Fahrbach e Mack (2000) afirmam que pesquisadores
utilizam três formas de se medir o desempenho esportivo, onde a medida de desempenho é
feita de forma subjetiva (julgamento subjetivo de um observador externo acerca do de-
sempenho), a forma obejtiva ( tempo numa prova de corrida ou de natação) e por fim, a
forma de autorrelato (proprio atleta relata o seu desempenho esperado). São necessarios
futuros estudos com uniformidade nas medidas de desempenho, assim como, a utilização
de medidas objetivas para se avançar no conhecimento da relação entre ansieadade comep-
titiva e desempenho.
No que concerne à relação entre ansiedade competitiva e desempenho, 83,3% dos
estudos investigados confirmaram a relação entre alguma dimensão do CSAI-2R e o de-
sempenho, sendo que 33,3% deles (quatro dos 12 estudos), concluíram que dentre as três
dimensões investigadas, autoconfiança foi a variável explicativa mais importante da rela-
ção. De fato, em 58,3% dos estudos (sete dos 12 estudos), a autoconfiança participou de
alguma forma na explicação do desempenho, seja relacionando-se com desempenho, exer-
cendo efeito significativo, exercendo efeito moderador ou predizendo, melhor do que as
outras variáveis, o desempenho.
No estudo de meta-análise de Woodman e Hardy (2003), os autores concluíram que
60% dos estudos investigados encontraram uma associação negativa entre a ansiedade
cognitiva e o desempenho (sendo a média do tamanho do efeito de 0,10, num nível de
significância de p < 0,05 e Z = 4,73, p < 0,001). Dessa forma, foram encontradas evidên-
cias científicas, ainda que o tamanho do efeito tenha sido pequeno, de que a ansiedade
cognitiva influencia negativamente o desempenho. No que se refere à autoconfiança, uma
porcentagem maior (76%) dos estudos reportaram uma relação positiva com o desempe-
nho, com uma média de tamanho do efeito de 0,24, com o Teste Stouffer Z associado ao
tamanho do efeito também estatisticamente significativo (Z = 10,90, p < 0,001). Corrobo-
rando com esses achados, Craft et al. (2003), no seu estudo de meta-análise revelaram que
todas as três variáveis (ansiedade cognitiva, ansiedade somática e autoconfiança) apresen-
taram um efeito significativo sobre o desempenho: autoconfiança (β = 0,36, IC = 0,30 a
0,41), ansiedade cognitiva (β = 0,13, IC = 0,08 a 0,18) e ansiedade somática (β = 0,09 , IC
= 0,03 a 0,14). Entretanto, como podemos perceber pelo maior valor do coeficiente beta
(β), a autoconfiança foi o melhor preditor entre os três, isto é, é a variável que melhor
explica a variabilidade no desempenho.
Como é possível concluir, o que emerge na maioria dos estudos é uma forte relação
entre autoconfiança e desempenho e, por outro lado, uma fraca ou inexistente relação entre
as ansiedades (cognitiva e somática) com o desempenho. Esses achados vão ao encontro
dos estudos seminais de meta-análises sobre ansiedade competitiva (Craft et al., 2003;
Woodman & Hardy, 2003) descritos acima. Ao que tudo indica, a autoconfiança é melhor
preditor de desempenho, quando todas as variáveis são incluídas na análise de regressão.
A supremacia da autoconfiança encontrada nos estudos revisados vão ao encontro
dos resultados de um estudo recente que concluiu que autoconfiança e cortisol predizem
desempenho sob pressão em atletas de tênis, quando outras variáveis psicológicas são
entradas na equação de regressão (Laborde, Lautenbach, Allen, Herbert, & Achtzehn,
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2014). Além disso, autoconfiança tem sido descrita como um dos atributos do Mental
Thoughness (vigor mental), entendido como a capacidade pessoal de produzir, de forma
consistente, altos níveis de desempenho subjetivo (meta pessoal para atingir sucesso) e
objetivo (real desempenho), a despeito dos estressores, desafios e dificuldades que se
enfrenta (Bell, Hardy, & Beattie, 2013; Gucciardi, Hanton, Gordon, Mallett, & Temby,
2015; Mahoney, Gucciardi, Ntoumanis, & Mallett, 2014). Por essa razão, pesquisadores e
psicólogos do esporte, convencidos da importância impar dessa variável sobre o desempe-
nho de atletas, têm sugerido estratégias psicológicas e técnicas para o desenvolvimento e
manutenção da autoconfiança no esporte (Beaumont, Maynard, & Butt, 2014).
Com relação os estudos de validação do CSAI-2 em diversos países, analisados pela
presente revisão, há evidências da preferência pelo CSAI-2R (87%) em comparação com o
modelo original do CSAI-2. Além da melhor adequação do CSAI-2R como uma medida
válida de ansiedade competitiva, esse modelo é composto de somente 17 itens, facilitando
a sua rápida administração em função do tempo de preenchimento, uma vez que as coletas
devem acontecer minutos antes da competição (Fernandes, Nunes, Raposo, & Fernandes,
2014). No que se refere ao CSAI-2R no contexto brasileiro, a invariância métrica foi su-
portada para gênero, tipo de esporte e nível competitivo por Fernandes et al. (2013). Dessa
forma, de acordo com esse estudo, a versão brasileira do CSAI-2R possibilita compara-
ções de percepções de ansiedades (cognitiva e somática) e de autoconfiança entre atletas
masculinos e femininos, atletas de esportes individuais e de esportes coletivos, e de nível
nacional/ internacional. Importa destacar que no Brasil são escassos os estudos que utiliza-
ram o CSAI-2 válido e confiável no contexto brasileiro. De acordo com Fernandes et al.
(2013), diversos estudos têm sido conduzidos no contexto esportivo brasileiro com uma
estrutura fatorial do CSAI-2 (27 itens) não válida para o Brasil, ou seja, inadequada para
se medir ansiedade competitiva nesse contexto. A estrutura fatorial válida do CSAI-2 no
Brasil é o CSAI-2R (17 itens) (Fernandes et al., 2012b). No momento temos somente no
Brasil, dois estudos (Fernandes et al., 2013; Fernandes et al., 2014) que avaliaram a ansie-
dade competitiva com o CSAI-2R, embora não analisaram a relação entre ansiedade com-
petitiva e desempenho.
A esse respeito, uma questão merece destaque: Martinent et al. (2010) e Fernandes
et al. (2013) validaram para a França e Brasil, respectivamente, o CSAI-2R com as escalas
de respostas adicionais de direção e frequência. Para Jones e Swain (1992) e Swaine e
Jones (1993), o estudo da ansiedade competitiva pode ser beneficiado com a verificação
de outras dimensões de repostas adicionadas à dimensão de intensidade, comumente utili-
zada em questionários de auto relato. Dessa forma, Jones e Swain (1992) sugeriram adici-
onar a dimensão de resposta de direção, a qual verifica se as percepções dos atletas são
facilitadoras ou dificultadoras do desempenho, ou seja, é um instrumento que possibilita
aos pesquisadores brasileiros uma forma de se investigar a relação entre ansiedade compe-
titiva e desempenho.
Na mesma perspectiva, Swain e Jones (1993) incluíram a dimensão de resposta de
frequência, a qual verifica o tempo que os atletas dispensam com as suas percepções de
ansiedade competitiva. Ambas as dimensões de respostas adicionadas ao CSAI-2R têm
por finalidade identificar as individualidades com relação à percepção do atleta acerca dos
sintomas de ansiedade competitiva. Para Cerin (2004), a avaliação da ansiedade competi-
tiva necessita de abordagens ideográficas (i. e., dimensão de resposta de direção e fre-
Ana Carolina Paludo, A.C., Nunes, S.A>N., Simões, A.C., & Fernandes, M.G.
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quência) em conjunto com a tradicional abordagem nomotética (i. e.,dimensão de resposta
de intensidade).
Em suma, nota-se que a ansiedade esportiva vem sendo investigada nas últimas dé-
cadas, principalmente em esportes individuais, entretanto a relação da ansiedade com o
desempenho esportivo é explorada por um número limitado de estudos, ressaltando assim
a necessidade da realização de mais estudos explorando essa relação. Ainda que esse estu-
do de revisão de literatura venha contribuir para colmatar a lacuna existente na literatura e
para avançar na discussão da pesquisa sobre a relação da ansiedade e desempenho no
esporte, a presente revisão apresenta a limitação de ter somente analisado artigos que
obtiveram dados de ansiedade a partir do questionário CSAI-2. É sugerido que em futuros
estudos sejam analisados a ansiedade pelo CSAI-2 em conjunto com outros parâmetros
como hormonais e autonômicos, como por exemplo, as medidas de cortisol.
Considerações finais
Em conclusão, podemos afirmar que a ansiedade esportiva, medida pelo CSAI-2,
vem sendo foco de estudo, nos últimos 15 anos, principalmente pela comunidade científica
internacional, ainda que nos últimos quatro anos, pesquisadores brasileiros passaram a se
debruçar sobre esse tema, com objetivo principal de validar para o Brasil, esse instrumento
que mede ansiedade competitiva no esporte, e que tem se mostrado valido em diversos
paias de mundo.
Do ponto de vista metodológico, é possível concluir, que entre os estudos internaci-
onais e nacionais, há um predomínio no foco por esportes individuais. Além disso, a ansi-
edade tem sido investigada em conjunto com outras variáveis psicológicas, tais como
autoconfiança. No que diz respeito à forma de avaliação, o Competitive State Anxiety
Inventory -2 vem sendo aplicado preponderantemente no período antes da competição.
No que se refere à relação entre ansiedade e desempenho, principal objetivo dos es-
tudaos revisados, os resultados ainda encontram-se inconclusivos, fato que pode ser expli-
cado pela a variedade metodológica observada (tamanho da amostra, rigor estatístico,
medida de desempenho empregada, por exemplo). No entanto, pode se afrmar que há uma
convergência de estudos que demonstraram que maiores valores de autoconfiança e meno-
res valores de ansiedade cognitiva e somática apresentam tendem a estar associados a
resultados satisfatórios ao desempenho esportivo.
Finalmente, no que concerne às propriedades psicométricas do CSAI-2, os resulta-
dos pareceram bastante concordantes. Em diferentes contextos culturais, incluindo no
Brasil, a versão reduzida (CSAI-2R) tem apresentado melhores resultados, sendo reco-
mendada sua utilização no contexto esportivo nacional e internacional.
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Recebido / Received: 15/10/2016
Aprovado / Approved: 10/11/2016
... These emotions are commonly considered unpleasant by athletes and are associated with anxiety states that influence athletes' sports performance, irrespective of the sport or gender. According to Paludo et al. (2017), performance anxiety in sports is a relational process between a system of interdependent psychological variables and processes of a cognitive and motivational nature. Thus, anxiety can have different effects on performance, either enhancing, impairing, or not interfering, depending on the psychological characteristics everyone brings to the situation (Silva et al., 2015). ...
... Regarding the athlete's competitive level, studies have also demonstrated that athletes with better results had lower levels of competitive anxiety. This supports the findings of Paludo et al. (2017), which showed that lower levels of anxiety/negativity tend to be associated with more satisfactory outcomes in sports. ...
... Similarly, Paludo et al. (2017) argue that the reduced version of CSAI-2 (CSAI-2R), which excludes the activation subscale and its nine items (consisting of 18 items, nine on anxiety/negativity and nine on self-confidence), provides more conclusive results. When examining the validation studies of the questionnaire, there is an 80% preference for using CSAI-2R compared to the original version (Paludo et al., 2017). ...
Article
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An athlete’s sporting experience is a factor associated with better-coping strategies and emotional regulation, especially concerning competitive anxiety and its symptoms. To verify whether more experienced athletes have lower rates of negativism and higher levels of self-confidence, we compared the means of these two variables between athletes with more and less experience. A meta-analysis was performed, following the PRISMA model. Seven articles were selected that measured, through the Competitive State Anxiety Inventory – 2 (CSAI-2 or its shortened version, CSAI-2R), the levels of self-confidence and negativism of high-performance athletes with different sports experiences. Significant statistical differences were found regarding the levels of negativism between athletes with more and less experience (p < .001). The same occurred with the levels of self-confidence between athletes with more and less sports experience (< .001). The results align with our initial hypothesis, formulated by Martens et al. (1990), that athletes with more experience would have higher self-confidence and lower negativism averages. One of the reasons may be using more effective coping strategies that are improved during the career years.
... Similarly, there have been indications that self-confidence is a key skill developed by successful elite athletes (Brewer, 2009). Moreover, a meta-analysis study (Craft et al., 2003) and the systematic review by Paludo et al. (2016) concluded that self-confidence can be a positive predictor of athletic performance. In the competitive context, studies by and Fernandes et al. (2012), which are consistent with the findings of this research, reported that self-confidence aids athletes in managing and even reducing their levels of cognitive and somatic anxiety. ...
... According to the theoretical model proposed in this study, competitive anxiety consists of cognitive and somatic anxieties, as well as self-confidence. Moreover, there exists theoretical consensus (Lochbaum et al., 2022;Ong & Chua, 2021;Paludo et al., 2016;Rice et al., 2019) that self-confidence is the best predictor of performance. Consequently, this study offers a pathway for Sports Psychology, specifically in the form of a psychological skills development program aimed at assisting athletes in achieving adequate levels of selfconfidence to maximize their performance. ...
Article
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The present study aimed to investigate the effect of frequency of use of psychological skills (relaxation, emotional control, automatization, goal setting, imagery, self-talk, negative thoughts, and activation) on somatic and cognitive anxieties, as well as self-confidence in competitive elite athletes. The study employed a cross-sectional, relational, and ex post facto design. The nonprobabilistic, intentional sample consisted of 64 competitive elite athletes with a mean age of 25.70 (SD = 4.53), participating in various sports disciplines. The Brazilian versions of the Competitive State Anxiety Inventory-2 and the Test of Performance Strategies-2 were administered in the week preceding the competitions. Significant effects of frequency of use were observed for relaxation, automatization, and imagery on cognitive anxiety and somatic anxiety. Conversely, frequency of use in negative thoughts and emotional control demonstrated significant effects on both cognitive and somatic anxieties, as well as self-confidence. Additionally, the frequency of use in goal setting and activation showed a significant effect solely on self-confidence. These findings are of utmost importance to Sports Psychology in Brazil, suggesting that the frequency of utilizing psychological skills may influence competitive anxiety.
... Conforme a teoria da ansiedade multidimensional (Martens, Vealey & Burton, 1990), a ansiedade competitiva é constituída por três dimensões: i) a ansiedade cognitiva, que representa o aspecto mental da ansiedade, caracterizado por pensamentos negativos e preocupação (Ong & Chua, 2021); ii) ansiedade somática, que está relacionada aos elementos afetivos e fisiológicos da experiência de ansiedade associados à ativação do sistema nervoso autônomo (Fortes et al., 2018), responsável por respostas da função autonômica como o aumento da frequência cardíaca; e iii) a autoconfiança, que é definida como o estado oposto da ansiedade cognitiva, isto é, a crença por parte do indivíduo nas suas capacidades para obter um desempenho positivo (Paludo et al., 2016). ...
... Além disto, atletas com altos níveis de autoconfiança tendem a relatar baixos níveis de ansiedade cognitiva e somática, independente da modalidade praticada . A autoconfiança tem sido descrita como uma possível variável preditora e/ou moderadora do desempenho esportivo (Paludo et al., 2016). Por exemplo, enquanto que a ansiedade cognitiva e somática podem prejudicar e diminuir o desempenho na tomada de decisão, a autoconfiança pode contribuir para um efeito positivo na melhora desse componente cognitivo em atletas de futsal e vôlei (Fortes, et al., 2018;Fortes, et al., 2019). ...
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The relationship between psychological variables and their influence on the sporting context has been the object of study for sport psychology. Among the psychological aspects that may influence an athlete's athletic performance is competitive anxiety. However, there is still no consensus regarding the perception of competitive anxiety in volleyball and the effect of the gender variable. Therefore, the objectives of the study were to 1) identify the dimensions of anxiety (cognitive anxiety, somatic anxiety, and self-confidence) most commonly perceived by amateur volleyball players in terms of intensity, direction, and frequency, and 2) analyze the effects of the gender variable on perceptions of the dimensions of anxiety. Sixty-two amateur volleyball players participated in the study, 25 men and 37 women who participated in the inter-municipal volleyball championship, a round valid for the qualification phase. Participants answered the Portuguese version of the Competitive State Anxiety Inventory - 2 (CSAI-2R) questionnaire, which consists of 16 items measuring the three dimensions of anxiety: Cognitive Anxiety, Somatic Anxiety, and Self-Confidence in the three response levels: Intensity, Direction, and Frequency. Overall, significant differences were found in the 3 response dimensions of the construct. Self-confidence was perceived more strongly than cognitive anxiety and somatic anxiety in terms of intensity, direction, and frequency. The results of this study suggest that the dimension of anxiety perceived most strongly by amateur volleyball players in the 3 response dimensions is self-confidence. Finally, no differences were found in any of the response dimensions in relation to the gender variable. © 2022 Federacion Espanola de Docentes de Educacion Fisica. All rights reserved.
... Conforme a teoria da ansiedade multidimensional (Martens, Vealey & Burton, 1990), a ansiedade competitiva é constituída por três dimensões: i) a ansiedade cognitiva, que representa o aspecto mental da ansiedade, caracterizado por pensamentos negativos e preocupação (Ong & Chua, 2021); ii) ansiedade somática, que está relacionada aos elementos afetivos e fisiológicos da experiência de ansiedade associados à ativação do sistema nervoso autônomo (Fortes et al., 2018), responsável por respostas da função autonômica como o aumento da frequência cardíaca; e iii) a autoconfiança, que é definida como o estado oposto da ansiedade cognitiva, isto é, a crença por parte do indivíduo nas suas capacidades para obter um desempenho positivo (Paludo et al., 2016). ...
... Além disto, atletas com altos níveis de autoconfiança tendem a relatar baixos níveis de ansiedade cognitiva e somática, independente da modalidade praticada . A autoconfiança tem sido descrita como uma possível variável preditora e/ou moderadora do desempenho esportivo (Paludo et al., 2016). Por exemplo, enquanto que a ansiedade cognitiva e somática podem prejudicar e diminuir o desempenho na tomada de decisão, a autoconfiança pode contribuir para um efeito positivo na melhora desse componente cognitivo em atletas de futsal e vôlei (Fortes, et al., 2018;Fortes, et al., 2019). ...
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A relação entre as variáveis psicológicas e sua influência no contexto esportivo tem sido objeto de estudo para a psicologia do esporte. Dentre os aspectos psicológicos que podem influenciar o desempenho esportivo de um atleta está a ansiedade competitiva. No entanto, ainda não há um consenso em relação à percepção da ansiedade competitiva no vôlei e o efeito da variável sexo. Diante disto, os objetivos do estudo foram: 1) identificar as dimensões de ansiedade (ansiedade cognitiva, ansiedade somática e autoconfiança) mais percebidas entre os atletas amadores de vôlei nos seus níveis de resposta intensidade, direção e frequência e 2) analisar o efeito da variável sexo na percepção das dimensões da ansiedade. Participaram do estudo 62 atletas amadores de voleibol, sendo 25 homens e 37 mulheres que disputaram o Campeonato Intermunicipal de Voleibol, rodada válida pela fase classificatória. Os participantes responderam a versão em idioma português do questionário Competitive State Anxiety Inventory – 2 (CSAI-2R), composto por 16 itens que medem as três dimensões da ansiedade: Ansiedade cognitiva, Ansiedade Somática e Autoconfiança dentro dos 3 níveis de resposta: intensidade, direção e frequência. De modo geral, foram encontradas diferenças significativas nas 3 dimensões de resposta do construto. A autoconfiança foi mais percebida que a ansiedade cognitiva e a ansiedade somática na intensidade, direção e frequência. De acordo com os resultados desse presente estudo, é possível concluir que a dimensão da ansiedade mais percebida pelos atletas amadores de vôlei nas três dimensões de resposta foi a autoconfiança. Por fim, não foram observadas diferenças em nenhuma dimensão de resposta em relação à variável sexo.
... The assessment consists of the 27 questions analysis distributed over 3 subscales, with 9 items each, namely cognitive anxiety, somatic anxiety, and self-confidence. According to Paludo et al. [17], cognitive anxiety is defined as the mental aspect of competitive anxiety, characterized by pessimistic expectations and negative self-assessments about one's performance. On the other hand, somatic anxiety is defined as the affective and physiological component of anxiety, compromising the autonomic nervous system. ...
... Finally, self-confidence anxiety is defined as the opposite state of cognitive anxiety, that is, the individual's belief in their abilities to achieve positive performance. Each item was scored according to the answer (none = 1 point; something = 2 points; moderate = 3 points; a lot = 4 points) [16,17]. For the analysis of cognitive, somatic, and self-confidence anxiety, the following scores were considered: low = 9 to 18 points, average = 19 to 27 points, high = 28 to 36 points [16,18]. ...
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Introdução: A elevada carga de treinamento associada ao padrão estético exigido pela ginástica rítmica (GR) tem sido considerada um fator estressor para as atletas de alto rendimento, podendo culminar em ansiedade, má qualidade de sono e risco para desenvolvimento de transtornos alimentares. Objetivos: Avaliar o estado de ansiedade, a qualidade do sono e o risco de transtorno alimentar, e suas possíveis correlações, em ginastas rítmicas de alto rendimento em busca de uma vaga na seleção brasileira juvenil. Métodos: Foram avaliadas 21 ginastas do gênero feminino (13,4 ± 0,5 anos, 1,56 ± 0,1 m, 45,6 ± 6,1 kg). As ginastas responderam a três questionários: o Inventário do Estado de Ansiedade Competitiva (CSAI-2) para avaliar ansiedade cognitiva e somática como também a autoconfiança, o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), e o Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26) para avaliar o risco de transtornos alimentares. Resultados: As ginastas apresentaram predominantemente baixa ansiedade cognitiva e somática, e elevada autoconfiança. No entanto, 23,8% das ginastas rítmicas apresentaram risco para transtornos alimentares, e 23,8% apresentaram má qualidade de sono. Houve correlação estatística significativa entre qualidade de sono e ansiedade somática, porém os transtornos alimentares não se correlacionaram com ansiedade ou qualidade de sono. Conclusão: As ginastas rítmicas juvenis de alto rendimento avaliadas neste estudo apresentaram altas frequências para risco de transtorno alimentar e má qualidade de sono, sendo indicado monitoramento por equipe multidisciplinar.
... A validação proposta por Fernandes et al.25 conduziu análises somente para dimensão intensidade. Assim, Fernandes et al.26 traduziu e validou o CSAI-2R para todas as dimensões: intensidade, direção e frequência, com 16 itens, mas com as mesmas qualidades psicométricas da versão original de 17 itens23 .Avaliando os níveis de ansiedade com o uso do CSAI-2 e de suas versões reduzidas (com 17 e 16 itens), alguns estudos foram realizados1,7,11,13,14,16,17,[25][26][27][28][29][30][31][32] , demonstrando bons resultados de validade e fidedignidade para os três instrumentos. Esses resultados acerca do instrumento são de grande valia, pois demonstram que o instrumento é robusto e coerente para avaliar o traço latente que é objeto do instrumento (ansiedade pré-competitiva). ...
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Resumo: O objetivo do presente estudo foi investigar os níveis de ansiedade de caratecas de alto rendimento e avaliar a influência da experiência competitiva, da modalidade que competem e do sexo nos níveis de ansiedade antes de iniciarem uma competição de nível nacional. Participaram do estudo 49 caratecas de ambos os sexos, com idade entre 18 e 50 anos (25,40 anos ± 7,17). Os atletas foram distribuídos em diferentes grupos, de acordo com a variável investigada: experiência competitiva (anos de prática competitiva), modalidade que competiu no campeonato e sexo. Utilizou-se o Competitive State Anxiety Inventory-2r (CSAI-2r), respondido antes da estreia dos atletas na competição. Os resultados demonstraram que o sexo foi a única variável que influen ciou os resultados (p<0,05), tendo os homens apresentado, estatisticamente, mais autoconfiança e menos ansiedade cognitiva, comparados às mulheres. Além disso, os homens apresentaram escores elevados para autoconfiança em relação as subescalas de ansiedade (somática e cognitiva) (p<0,05), entretanto as mulheres não apresentaram diferenças entre as subescalas (p>0,05). Para as demais variáveis (experiência e modalidade), os resultados não demonstraram diferenças entre os grupos (p>0,05). Referente a experiência, o grupo com menos experiência não apresentou diferenças entre as subescalas (p>0,05), enquanto que os outros grupos apresentaram escores elevados para autoconfiança em relação as subescalas de ansiedade (somática e cognitiva) (p<0,05). Tratando-se da modalidade, os dois grupos apresentaram escores elevados para autoconfiança em relação as subescalas de ansiedade (somática e cognitiva) (p<0,05). Com base nesses achados, pode-se concluir que o sexo foi a única variável que influenciou os níveis de ansiedade antes dos atletas iniciarem a competição, mas devido ao baixo número de participantes, não é possível a generalização dos resultados para além da amostra investigada.
... que podem interferir de forma positiva ou negativa no desempenho (Christensen & Smith, 2018;Nascimento Junior et al., 2014;Rossi et al., 2016). Tais emoções podem afetar o nível de atenção e concentração do atleta, agindo de forma positiva ou negativa no alcance de suas metas (Arruda et al., 2017;Paludo et al., 2017). ...
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This study investigated the pre-competitive anxiety and the indications of burnout of 12 athletes of a futsal team from Floresta-PR during a short competition. As instruments, the Competitive Anxiety in Sports Inventory (CSAI-2) and the Burnout Questionnaire for athletes were used. Data analysis was conducted using the Shapiro-Wilk, Repeated Measurement Anova and Pearson correlation tests (p <0.05). The results showed an increase in cognitive anxiety (AC) and physical and emotional exhaustion (EFE) throughout the competition. There was a significant correlation between AC and EFE in games 2 (r = 0.48) and 3 (r = 0.56), and a negative correlation between self-confidence and the reduced sense of sporting accomplishment in game 3 (r = -0.47). It was concluded that the demand for games can be considered an intervening factor in CA and EFE young futsal athletes.
... Ansiedade cognitiva está relacionada a fatores internos, como os pensamentos do atleta referente ao desempenho em uma competição 4 , enquanto que ansiedade somática está relacionada a fatores externos (físicos), como aumento da frequência cardíaca 12 . ...
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O presente manuscrito teve o objetivo de avaliar a variabilidade dos níveis de ansiedade pré-competitiva de atletas de Basquetebol ao longo de uma competição, utilizando-se de um estudo de caso. Para isso, acompanhou-se uma pequena amostra de um clube, que foi escolhida por conveniência. O estudo foi composto por 27 atletas de Basquetebol das categorias de base do clube, com idade entre 13 e 15 anos e todos do sexo masculino, pertencentes a duas categorias da base: sub-15 e sub-14, que eram treinados pela mesma comissão técnica e que seguiam a mesma filosofia de treinamento (modelo de treinamento). Os atletas participaram do estudo de forma voluntária. Os participantes preencheram o termo de assentimento, pois todos eram menores de idade, e seus responsáveis preencheram o termo de consentimento livre e esclarecido. Após essa etapa, todos os atletas responderam ao CSAI-2r, o qual foi respondido em seis jogos ao longo do campeonato, sendo o primeiro jogo a estreia das equipes e o sexto jogo a final da competição. No presente estudo, em função do número de participantes, utilizou-se de testes não paramétricos para análises dos resultados. Os resultados demonstraram que os atletas investigados apresentaram, durante toda a competição, elevados níveis de autoconfiança e baixos níveis de ansiedade (somática e cognitiva), independentemente da categoria (sub-14 e sub-15). Além disso, no decorrer da competição os atletas conseguiram, também, diminuir os níveis de ansiedade somática, independentemente da categoria. Por fim, pode-se concluir que para este estudo de caso, o fator tempo de clube e o fator idade não influenciaram os níveis de ansiedade dos atletas, pois não houve diferenças significantes entre as equipes.
... Assim, utilizando-se o CSAI-2 e as versões reduzidas, alguns estudos foram realizados (ARRUDA et al., 2017;CORRÊA, 2016;FERNANDES et al., 2013bFERNANDES et al., , 2021FERNANDES, 2012;FERREIRA et al., 2021;FORTES et al., 2017;GUERRERO;FERNANDES, 2021;HAGAN;POLLMANN;SCHACK, 2017;MARENUCCI et al., 2020;MILAVIĆ;JURKO;GRGANTOV, 2013;NASCIMENTO JUNIOR et al., 2016;PAES et al., 2016;PALUDO et al., 2016;PONS et al., 2018;SANTANA et al., 2020;SILVA et al., 2021;TEIXEIRA;NUNES;CRUZ, 2016;TERTULIANO et al., 2019 (ALEJO et al., 2020;SANTANA et al., 2020;SANTOS et al., 2019). Além disso, outro fator que pode influenciar os níveis de ansiedade é a idade dos atletas (SANTOS et al., 2019;TERTULIANO et al., 2019). ...
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O objetivo deste estudo foi verificar o efeito da idade (sub-13 versus sub-15) e do momento da competição (início da temporada versus final da temporada) nos níveis de ansiedade pré-competitiva de atletas de basquetebol. Participaram do estudo, de forma voluntária, 26 atletas federados do sexo masculino de duas categorias: sub-13 (13 atletas) e sub-15 (13 atletas). Os atletas responderam o Competitive State Anxiety Inventory - 2R (CSAI[1]2R) antes da primeira partida da temporada e antes da partida da final da temporada. Os resultados revelaram a inexistência de diferenças entre os grupos para todas as variáveis (ansiedade somática, ansiedade cognitiva e autoconfiança), comparando[1]os no início e no final da temporada. Também foi verificado que os atletas, independente do grupo ou do momento da coleta, apresentam escores elevados de autoconfiança, comparados ao de ansiedade somática e cognitiva. Pode-se concluir que não houve efeito da idade e do momento competitivo para este estudo, pois não houve diferença entre os grupos para nenhuma variável e/ou momento competitivo, e que durante a temporada os dois grupos apresentaram alto escore de autoconfiança e baixo escore de ansiedade (cognitiva e somática), ou seja, pode-se dizer que a autoconfiança atuou como reguladora da ansiedade, como previsto pela teoria multidimensional da ansiedade.
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O desempenho dos atletas é influenciado por diversos fatores, incluindo aspectos físicos, técnicos, táticos, sociais e psicológicos. Entre esses, a ansiedade pré-competitiva, dividida em ansiedade cognitiva e somática, tem recebido destaque por seu impacto potencial no desempenho esportivo. Este estudo investigou as correlações entre ansiedade pré-competitiva, tempo de treinamento e classificação de atletas de Levantamento de Peso Olímpico (LPO). Participaram do estudo 31 atletas, com média de idade de 27,8 anos, que competiram na I Copa Princesa do Vale de LPO. Para avaliar a ansiedade pré-competitiva, utilizou-se a versão brasileira do Competitive State Anxiety Inventory-2 (CSAI-2r). A análise dos dados, realizada por meio de testes não paramétricos devido à não normalidade das variáveis, revelou que o tempo de treino não apresentou correlações significativas com as subescalas de ansiedade pré-competitiva e autoconfiança. No entanto, foi observada uma correlação negativa moderada entre ansiedade somática e classificação final para os homens, sugerindo que níveis mais elevados de ansiedade somática foram associados a melhor desempenho. Para as mulheres, encontrou-se uma correlação negativa significativa entre tempo de treino e classificação final, indicando que mais tempo de treino estava associado a melhor desempenho. O estudo não encontrou diferenças significativas nos níveis de ansiedade pré-competitiva entre os sexos. Estes achados sugerem que, enquanto o tempo de treino pode prever o desempenho em competições para as atletas femininas, a ansiedade somática pode desempenhar um papel importante no desempenho dos atletas masculinos. Estes insights podem ser valiosos para o desenvolvimento de estratégias de treinamento que visam otimizar o desempenho dos atletas de LPO.
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Based on recent evidence, this study identified 10 strategies advocated by sport psychology consultants as effective at developing and maintaining robust sport-confidence in athletes. Due to the study's exploratory nature, qualitative interviews were conducted and content analyzed. Six themes emerged for developing robust sport-confidence and 4 emerged for maintaining robust sport-confidence. Findings reveal a need to develop an athlete's signature strengths, increase pressure experienced in training, and identify broad stable sources of confidence to develop robust sport-confidence. Consultants reported that maintaining robust sport-confidence occurs through constant development. Theoretical implications and future research directions are discussed.
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Reliable summaries of the available evidence are essential to help researchers and practitioners make well-informed decisions. For this reason, the quality of the final result depends on the accuracy in each stage of the development of a systematic review. The aim of the present study is to draw guidelines and recommendations for planning, conducting, reporting and evaluating systematic reviews that support the work of researchers and reviewers. Initially, we address the main characteristics and differences of a systematic review compared to other literature reviews. Then, we describe the main procedures and concerns to be considered in each phase of developing a systematic review. Finally, we present a commented version of a checklist for reporting systematic reviews and guide the reader. We intend to contribute to the set of standards for the structure and quality of knowledge published in review papers, in the fields of Sport and Health, which support more informed decisions.
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The present study had the following objectives: i) to examine the inter-scale correlations between the three dimensions of responses (intensity, direction and frequency) of the CSAI-2R and its relationship with competitive experience, and ii) evaluate the effect of competitive experience anxiety (cognitive and somatic) and self-confidence in the total sample and for different types of modalities (individual vs. team). The sample consisted of 267 athletes (196 male and 71 female), of different sports, aged between 18 and 40 years (M = 24.30, SD = 5.62). Athletes completed the Brazilian version of the CSAI-2, which included the addition of the dimensions of direction and frequency response. Spearman test and Manova were used for the data analysis. Overall, it was found that the competitive experience has a high multivariate and significant effect on the dimensions of competitive anxiety. Both individual and team athletes with low competitive experience showed a trend to report lower levels of self-confidence intensity, compared to counterparts with high competitive experience. These results were discussed in view of the theoretic framework and practical implications planning Sport Psychology intervention programs in local athletes with different backgrounds.
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[Correction Notice: An Erratum for this article was reported in Vol 2(4) of Sport, Exercise, and Performance Psychology (see record 2013-38704-002). The three figures were mislabeled and in the wrong order. All versions of this article have been corrected.] The purpose of the present study was to evaluate the effectiveness of a mental toughness intervention delivered to a group of elite youth cricketers. The central feature of the intervention was repeated exposure to punishment-conditioned stimuli in the training environment. To avoid the potentially harmful effects of punishment, the intervention was designed and delivered in a multidisciplinary transformational manner, and participants were taught a variety of coping strategies to deal with the threatening environment. A mixed model (group × time) design was used to compare the intervention group against a comparison control group on various markers of mental toughness over time. Generally speaking, the intervention group demonstrated significant improvements in mental toughness in comparison with the control group. To the best of our knowledge, this is the first theoretically derived mental toughness intervention that has shown meaningful effects that can be differentiated from general psychological skills training effects. Theoretical implications are discussed in the context of systematic desensitization training (Wolpe, 1958), and applied recommendations are offered in relation to the intelligent use of punishment in athletic training environments. (PsycINFO Database Record (c) 2013 APA, all rights reserved)
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We argue that basic psychological needs theory (BPNT) offers impetus to the value of mental toughness as a mechanism for optimizing human functioning. We hypothesized that psychological needs satisfaction (thwarting) would be associated with higher (lower) levels of mental toughness, positive affect, and performance and lower (higher) levels of negative affect. We also expected that mental toughness would be associated with higher levels of positive affect and performance and lower levels of negative affect. Further, we predicted that coaching environments would be related to mental toughness indirectly through psychological needs and that psychological needs would indirectly relate with performance and affect through mental toughness. Adolescent cross-country runners (136 male and 85 female, Mage = 14.36) completed questionnaires pertaining to BPNT variables, mental toughness, and affect. Race times were also collected. Our findings supported our hypotheses. We concluded that BPNT is generative in understanding some of the antecedents and consequences of mental toughness and is a novel framework useful for understanding mental toughness.
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The purpose of the study was to examine the reliability, factorial validity evidence, invariance (by gender, type of sport and competitive level) and evidence of convergent validity of the CSAI-2. The total sample consisted of 375 athletes (284 males and 91 females). For evidence of convergent validity, the sample consisted of 163 athletes (115 males and 48 females). The athletes responded to the instruments (CSAI-2 and reduced version of the State Trait Anxiety Inventory - STAI) an hour before starting competitions. The results showed reliability (α > .70) and good indices of fit (CFI = .959, GFI = .942 and RMSEA = .044) for the reduced model of 17 items (CSAI-2R). The invariance and the evidence of convergent validity were supported. The Brazilian reduced version of CSAI-2 showed good psychometric properties, supporting its use in Brazilian athletes.
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The Competitive State Anxiety Inventory (CSAI-2) has been a widely used instrument for the assessment of anxiety in sport but within limited cultural contexts. Conceptual issues as well as concerns about the psychometric properties of the measure have resulted in questions surrounding its use. The purposes of the present study were (a) to examine the factorial validity and reliability of the CSAI-2, including the intensity, direction, and frequency dimensions with a Brazilian sample; (b) to investigate the inter-scale correlations among the three measured dimensions and between the original and the reduced scales; and (c) to examine the properties of the CSAI-2 within a novel cultural context. A sample of 334 athletes (245 male, 89 female) completed the CSAI-2 questionnaire 1hr prior to competition. Confirmatory factor analyses were conducted that contrasted the proposed model with competing models. These results provided support for a reduced measurement model (CSAI-2R; 16 items) that was comprised of three factors (cognitive anxiety, somatic anxiety and self-confidence). The pattern of inter-scale associations revealed correlated, but not identical, factors. Correlations between the original and the reduced scales were high. In conclusion, these results provide evidence that the CSAI-2R (16 items) has good psychometric properties for all response dimensions within a Brazilian cultural context and is a valid competitive state anxiety and self-confidence measure when used immediately prior to competition.
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KEY WORDS: Anxiety, Self-confidence, Outcome expectancies. ABSTRACT: This study describes the intensity and direction of pre-competitive somatic and cognitive state anxiety and self-confidence and relates them to expectations of results. A sample of 59 swimmers and track and field athletes completed the modified version (Jones and Swain, 1992) of the CSAI-2 prior to competing and recorded their predictions of the outcome of an event. Three different outcome expectancies groups were formed after comparing predicted performance with real performance. The study's descriptive results provided lower mean values in the intensity of anxiety than did previous studies on other types of sport and the correlation coefficient between the intensity and direction subscales was higher. Subjects who performed better in competitions than expected displayed less cognitive anxiety, less somatic anxiety and greater self-confidence and this group considered anxiety and self-confidence to be more facilitative than the other two groups did.
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The aims of this study were to compare the psycho-physiological stress responses during a real competitive game and a training session in a group of high level young female tennis players. Twelve players were monitored during one match and a training day (i.e. simulated match play). Measurements included salivary cortisol (SC); the revised Competitive Sport Anxiety Inventory, heart rate (HR), and rate of perceived exertion (RPE). Match day elicited higher SC levels for losers in all-time points when compared to winners. All players showed significantly lower SC levels during training when compared to the match at all-time points except at evening for winners. Winners on match and training situations had significantly higher self-confidence and lower cognitive anxiety and somatic anxiety scores than losers. Heart rate and RPE were significantly higher for losers only during the match (158.9 ± 8.3 vs. 168 ± 6.7 bpm; 12.9 ± 1.2 vs. 15 ± 0.8, for losers and winners, respectively). There were moderate to strong correlations between SC, self-confidence and anxiety scores, and match workload (i.e. HR and RPE) only during the match day. These results indicate that the interplay between psycho-physiological responses, match workload and outcome was evident only under real competitive situations.