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The landscaping styles and the areas of Curitiba-PR squares

Authors:

Abstract

As praças trazem benefícios ecológicos para as cidades, tanto por suas áreas compostas por vegetação quanto pela permeabilidade do solo, que proporcionam a drenagem de águas pluviais. O objetivo desta pesquisa foi medir e caracterizar as áreas total, permeável e impermeável das praças de Curitiba-PR e relacioná-las com as linhas projetuais paisagísticas predominantes na época em que as praças foram criadas. Foram medidas as áreas de 32 praças da cidade, sendo encontradas praças com área total entre 541,00 m² e 37.113,00 m². Do total, 75% das praças possuem área superior a 2.500 m², conforme definição estabelecida pela legislação municipal. As praças apresentaram área impermeável que variaram de 0% a 99,1%, sendo que as praças seguiram as características típicas das linhas projetuais paisagísticas dominantes em suas datas de criação, com maior proporção de impermeabilização do solo na época da linha eclética (em média de 74%). Palavras-chave: arborização urbana, impermeabilização, paisagismo The squares bring ecological benefits for cities, both for their vegetated and permeable areas, which provide drainage of rainwater. The objective of this research was to measure and characterize the total, permeable and impermeable areas of the squares of Curitiba-PR, and relate them to the prevailing characteristics of the Brazilian landscape styles of the era in which the squares were created. For this, the areas of 32 squares of the city were measured. Squares were found with a total area between 541.00 m² and 37,113.00 m². Of the total, 75 % of the squares have area of over 2,500 m², as established by municipal legislation. The squares have impervious area from 0% to 99.1 %, and followed the typical characteristics of the landscape styles dominant in their creation period, with a higher proportion of impermeability at the time of eclectic style (74% on average). Keywords: urban forest, impermeability, landscape architecture 1. INTRODUÇÃO As primeiras praças brasileiras eram caracterizadas por espaços abertos, que surgiram de maneira marcante e típica no centro das cidades, diante de capelas, igrejas, catedrais e conventos, porém sem a função de área verde e sem possuírem ajardinamento [1-3]. De acordo com Almeida (2001) [4], foi depois da Revolução Industrial, no século XIX, que o sentido de urbanização muda profundamente no Brasil, e as cidades passam a ter graves problemas de insalubridade devido às ruas mal traçadas, construções irregulares, pavimentação incompleta, distribuição e escoamento de água defeituoso. As cidades então passam a ser objeto de estudo de diversos pesquisadores, entre eles urbanistas, médicos e engenheiros sanitaristas, que começam a traçar as primeiras intervenções higienistas para limpar a cidade. Surge assim a estratégia de reordenação do espaço urbano e, entre elas, a criação de áreas verdes. A figura da praça é então modificada de um espaço aberto e seco, palco da vida mundana e religiosa, civil, e militar da cidade, para um local ajardinado e arborizado, destinado às atividades de recreação e voltado para o lazer contemplativo, a convivência da população e o passeio que trazem benefícios ecológicos para a cidade tanto pela presença da vegetação quanto pela
VOL. 12, NUM. 09
2016
www.scientiaplena.org.br doi: 10.14808/sci.plena.2016.099901
099901 1
As linhas projetuais paisagísticas e as áreas das praças de
Curitiba-PR
The landscaping styles and the areas of Curitiba-PR squares
J. Viezzer1*; D. Biondi2; A. Martini2; K. Zamproni2; M. M. Grise2; D. A. da Silva2
1Departamento de Ecossistemas/ Secretaria de Biodiversidade e Florestas, Ministério do Meio Ambiente, 70.730-542,
Brasília - Distrito Federal, Brasil
2Departamento de Ciências Florestais/Laboratório de Paisagisno, Universidade Federal do Paraná, 80.210-170,
Curitiba - Paraná, Brasil
* jennifer.viezzer@mma.gov.br
(Recebido em 02 de fevereiro de 2016; aceito em 10 de agosto de 2016)
As praças trazem benefícios ecológicos para as cidades, tanto por suas áreas compostas por vegetação quanto
pela permeabilidade do solo, que proporcionam a drenagem de águas pluviais. O objetivo desta pesquisa foi
medir e caracterizar as áreas total, permeável e impermeável das praças de Curitiba-PR e relacioná-las com
as linhas projetuais paisagísticas predominantes na época em que as praças foram criadas. Foram medidas as
áreas de 32 praças da cidade, sendo encontradas praças com área total entre 541,00 m² e 37.113,00 m². Do
total, 75% das praças possuem área superior a 2.500 m², conforme definição estabelecida pela legislação
municipal. As praças apresentaram área impermeável que variaram de 0% a 99,1%, sendo que as praças
seguiram as características típicas das linhas projetuais paisagísticas dominantes em suas datas de criação,
com maior proporção de impermeabilização do solo na época da linha eclética (em média de 74%).
Palavras-chave: arborização urbana, impermeabilização, paisagismo
The squares bring ecological benefits for cities, both for their vegetated and permeable areas, which provide
drainage of rainwater. The objective of this research was to measure and characterize the total, permeable
and impermeable areas of the squares of Curitiba-PR, and relate them to the prevailing characteristics of the
Brazilian landscape styles of the era in which the squares were created. For this, the areas of 32 squares of
the city were measured. Squares were found with a total area between 541.00 m² and 37,113.00 m². Of the
total, 75 % of the squares have area of over 2,500 m², as established by municipal legislation. The squares
have impervious area from 0% to 99.1 %, and followed the typical characteristics of the landscape styles
dominant in their creation period, with a higher proportion of impermeability at the time of eclectic style
(74% on average).
Keywords: urban forest, impermeability, landscape architecture
1. INTRODUÇÃO
As primeiras praças brasileiras eram caracterizadas por espaços abertos, que surgiram de maneira
marcante e típica no centro das cidades, diante de capelas, igrejas, catedrais e conventos, porém
sem a função de área verde e sem possuírem ajardinamento [1-3]. De acordo com Almeida (2001)
[4], foi depois da Revolução Industrial, no século XIX, que o sentido de urbanização muda
profundamente no Brasil, e as cidades passam a ter graves problemas de insalubridade devido às
ruas mal traçadas, construções irregulares, pavimentação incompleta, distribuição e escoamento de
água defeituoso. As cidades então passam a ser objeto de estudo de diversos pesquisadores, entre
eles urbanistas, médicos e engenheiros sanitaristas, que começam a traçar as primeiras intervenções
higienistas para limpar a cidade. Surge assim a estratégia de reordenação do espaço urbano e, entre
elas, a criação de áreas verdes.
A figura da praça é então modificada de um espaço aberto e seco, palco da vida mundana e
religiosa, civil, e militar da cidade, para um local ajardinado e arborizado, destinado às atividades
de recreação e voltado para o lazer contemplativo, a convivência da população e o passeio que
trazem benefícios ecológicos para a cidade tanto pela presença da vegetação quanto pela
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permeabilidade do solo que proporciona a drenagem de águas pluviais em áreas altamente alteradas
pela urbanização.
No Brasil, as áreas públicas ajardinadas e arborizadas obedeceram às três linhas projetuais
paisagísticas brasileiras, sendo elas: eclética, moderna, e contemporânea [3]. Cada linha possui
características distintas, com elementos de composição típicos.
Segundo Macedo (1999) [5], Bonametti (2006) [6], Scalise (2010) [7] e Oliveira et al. (2013)
[8], a linha projetual paisagística eclética foi predominante no período de 1783 a 1933,
apresentando a natureza dominada pela mão do homem, prevalecendo a geometria, a simetria e a
construção de perspectivas monumentais com a utilização de planos ortogonais, caminhos em cruz,
passeios perimetrais, estar central com ponto focal e espaços espelhados. Ainda, com grande
quantidade de áreas impermeáveis e vegetação arbórea exótica, com forte influência europeia,
plantada ao longo dos caminhos.
A linha projetual paisagística moderna foi predominante entre 1934 e 1989, e surgiu com os
trabalhos de Roberto Burle Marx, um dos maiores paisagistas do século XX, que rompeu com as
escolas tradicionais e iniciou um movimento de valorização da vegetação nativa, até então
desprezada nos projetos paisagísticos [9-11].
A linha projetual paisagística contemporânea teve início em 1990, sendo predominante até hoje,
e possui diretrizes que sofrem uma concorrência de novos posicionamentos direcionados tanto por
um viés ecológico como por tendência pós-modernista de utilização de antigos ícones do passado,
e possibilitam o surgimento de novas organizações para os espaços livres [3].
O objetivo desta pesquisa foi medir e caracterizar as áreas total, permeável e impermeável das
praças de Curitiba-PR e relacioná-las com as características predominantes das linhas projetuais
paisagísticas da época em que as praças foram criadas.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Curitiba é a capital do Estado do Paraná, possui uma área de 435,036 km², está localizada a 934,6
metros de altitude, e possui relevo levemente ondulado, com colinas suavemente arredondadas [12].
A arborização urbana de Curitiba é composta de aproximadamente 300.000 árvores em vias
públicas e 1.066 áreas verdes, sendo 454 praças, que compõem um índice de áreas verdes de 64,5
m²/hab. [13].
Para esta pesquisa buscou-se classificar as praças de Curitiba nas três linhas paisagísticas
brasileiras de acordo com as suas datas de criação: eclética (1783 - 1933), moderna (1934 - 1989)
e contemporânea (1990 - atual). Para isso, foram determinados dois critérios para se definir a
população a ser estudada nesta pesquisa: possuir nome próprio e data de criação. Buscaram-se os
decretos de criação e as datas de inauguração das praças por meio da Secretaria Municipal do Meio
Ambiente de Curitiba e junto aos arquivos da Casa da Memória de Curitiba sendo que das 454
praças, 157 (34,6%) atenderam os critérios estabelecidos.
Destas 157 praças que compõem a população estudada, 16 (10%) foram sorteadas por meio do
método de amostragem aleatória para uma caracterização inicial das praças em um estudo piloto
onde foi realizado o levantamento de uma variável de interesse: a relação entre área permeável e
área total das praças. Esta variável foi escolhida por estar fortemente ligada às linhas projetuais
paisagísticas, uma vez que a linha eclética se caracteriza por possuir maior área impermeabilizada,
a linha contemporânea por possuir menor área impermeabilizada e a linha moderna por ser
intermediária às demais linhas. Por meio desta variável, foi possível realizar o cálculo do número
de amostras necessárias a este estudo através da fórmula de cálculo amostral para população finita
[14]:
𝑛 = 𝑡2 𝑆²
𝐸2+ 𝑡2 𝑆²
𝑁
onde n: tamanho da amostra; t: valor tabelado da estatística “t” de Student; : variância da variável de
interesse analisada; E: precisão requerida ou erro admissível em torno da média e N: número total da
população.
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A amostragem inicial de 10% das praças no estudo piloto permitiu o cálculo da quantidade
adequada de praças a ser amostrada para que o resultado fosse considerado significativo. O cálculo
foi realizado admitindo um limite de erro de 15% e uma probabilidade de 10%. Por meio deste
cálculo, mostrou-se necessário o levantamento de 32 praças para que o estudo fosse significativo.
Por isso, mais 16 praças foram sorteadas de maneira aleatória e somadas às 16 praças componentes
do estudo piloto. As 32 praças estão apresentadas na Tabela 1 com suas respectivas datas de criação.
Tabela 1: Praças amostradas em Curitiba (PR), seus respectivos anos de criação e as linhas projetuais
paisagísticas dominantes em suas épocas de criação.
PRAÇAS
ANO DE
CRIAÇÃO
LINHA PROJETUAL
PAISAGÍSTICA
1.
Tiradentes
1880
Eclética
2.
Carlos Gomes
1890
Eclética
3.
José Borges de Macedo
1898
Eclética
4.
Santos Andrade
1901
Eclética
5.
Garibaldi
1946
Moderna
6.
do Redentor
1953
Moderna
7.
da Espanha
1955
Moderna
8.
Padre João Bagozzi
1961
Moderna
9.
Alfredo Andersen
1969
Moderna
10.
Villa Lobos
1970
Moderna
11.
Abílio de Abreu
1974
Moderna
12.
Itália
1975
Moderna
13.
Isaac Milder
1976
Moderna
14.
Presidente Eisenhower
1977
Moderna
15.
Tobias Bueno Arruda
1978
Moderna
16.
Francisco R. A. de Macedo
1980
Moderna
17.
Nova República
1985
Moderna
18.
Lúcia Bozza Pilatti
1991
Contemporânea
19.
Piazza San Marco
1992
Contemporânea
20.
Padre Agostinho Legros
1992
Contemporânea
21.
do Japão
1993
Contemporânea
22.
Vivían Calopreso Braga
1994
Contemporânea
23.
Nelson Monteiro
1994
Contemporânea
24.
Rio Iguaçu
1994
Contemporânea
25.
Padre Dario Zampiero
1995
Contemporânea
26.
Professora Rosa Kolody
1997
Contemporânea
27.
da Colonização Menonita
2000
Contemporânea
28.
Irene Pereira e Silva
2000
Contemporânea
29.
Loris Scorsin
2000
Contemporânea
30.
Emirados Árabes Unidos
2001
Contemporânea
31.
Domingas Bianco Stoco
2009
Contemporânea
32.
Professor Doutor Manoel Lourenço Branco
2012
Contemporânea
As variáveis área total, área permeável e área impermeável foram coletadas in loco e com apoio
cartográfico proveniente do software Google Earth Pro. Para as coletas in loco foram necessários
uma equipe de campo, geralmente composta por três pesquisadores, e equipamentos como
prancheta e lápis, e trena para medições.
O programa Google Earth Pro foi utilizado para auxiliar na medição das áreas total, permeável
e impermeável das praças, por meio da ferramenta da medição de área. Segundo Google (2016)
[15], este software tem a função de apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre,
construído a partir de mosaico de imagens de satélite obtidas de fontes diversas, imagens aéreas
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(fotografadas de aeronaves) e GIS 3D, e pode ser usado como um gerador de mapas bidimensionais
e imagens de satélite.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As 32 praças amostradas tiveram suas áreas totais, permeáveis e impermeáveis medidas,
apresentadas na Tabela 2. Todas as praças somadas obtiveram uma área total de 223.064,00 m²,
como pode ser visto na tabela. Este número representa, em média, 6.970,75 m² de área total por
praça, porém há grande variação no tamanho da área das praças na cidade. A amplitude de áreas
encontrada foi de 36.572,00 m², sendo que a Praça Vívian Calopreso Braga foi a menor praça
medida, com 541,00 m² de área total, e a maior praça foi a Praça Abílio de Abreu com 37.113,00 m².
Tabela 2: Áreas impermeável e total (m2) das praças amostradas em Curitiba, PR. Ordem e cores segue a
apresentada na Tabela 1.
ÁREA
IMPERMEÁVEL
ÁREA TOTAL (m²)
%
1.
6.015,80
67,16
8.958,00
2.
4.722,70
64,58
7.313,00
3.
4.185,20
98,22
4.261,00
4.
8.075,00
65,89
12.225,00
5.
1.476,10
70,97
2.080,00
6.
1.595,50
99,10
1.610,00
7.
3.040,60
46,64
6.519,00
8.
756,70
90,41
837,00
9.
1.858,00
42,57
4.365,00
10.
736,50
22,56
3.265,00
11.
5.320,00
14,33
37.113,00
12.
187,40
5,27
3.555,00
13.
405,80
43,54
932,00
14.
00,00
00,00
2.176,00
15.
318,00
3,96
8.025,00
16.
6.391,40
49,68
12.866,00
17.
404,70
9,21
4.396,00
18.
259,20
8,56
3.027,00
19.
1.585,90
40,22
3.943,00
20.
2.416,20
24,49
9.867,00
21.
2.890,60
32,47
8.902,00
22.
323,00
59,70
541,00
23.
2.552,00
24,45
10.439,00
24.
3.778,30
46,84
8.066,00
25.
00,00
00,00
1.647,00
26.
181,00
20,36
889,00
27.
7.734,00
31,68
24.415,00
28.
527,00
6,69
7.880,00
29.
862,60
8,06
10.708,00
30.
723,20
19,26
3.755,00
31.
778,00
17,95
4.334,00
32.
54,00
1,31
4.125,00
70.154,40
31,45
223.064,00
J. Viezzer et al., Scientia Plena 12, 099901 (2016) 5
Conforme Robba e Macedo (2010) [3], com um plano diretor eficiente e sucessivas
administrações municipais técnicas, Curitiba apostou na valorização do verde para aumentar o nível
de qualidade de vida dos habitantes. A política de transformar a cidade na “capital ecológica” do
país foi a estratégia usada pelo poder público para promover e divulgar as administrações públicas
locais da década de 80. A legislação de Curitiba, segundo o decreto 427 de 20/10/1983 [16], define
praças como “áreas com mais de 2.500 metros quadrados”. Esta definição mostra-se muito ampla,
dispondo de um limite mínimo, mas não um limite máximo, o que dá margem a contemplação de
qualquer área, com ou sem edificação, construção parcial e/ou vegetação, pois nada consta no
decreto [17]. Mesmo com esta definição tão ampla, ainda assim foram encontradas praças que não
se enquadram dentro desta definição oficial. É o caso da menor praça amostrada, Vivian Calopreso
Braga (541 m²), junto a outras sete praças que representam 25% do total de praças amostradas:
Padre João Bagozzi (837 m²), Professora Rosa Kolody (889 m²), Isaac Milder (932 m²), do
Redentor (1610 m²), Padre Dario Zampiero (1647 m²), Garibaldi (2080 m²) e Presidente
Eisenhower (2176 m²). Buccheri Filho (2010) [17], ao pesquisar sobre as áreas verdes de Curitiba,
encontrou a mesma proporção de 25% das praças da cidade com áreas inferiores a 2.500 m², o que,
segundo o autor, demonstra total desinteresse da prefeitura com a regularização dessas áreas.
Das oito praças com área menor do que a definição legal, 71,4% são praças criadas no período
anterior ao decreto, podendo-se especular que a mudança destas praças para outra tipologia de áreas
verdes acarretaria em uma perda da identidade da praça para os usuários e moradores do entorno,
fazendo com que a praça perdesse seu valor referencial no meio urbano. Segundo Brasil (1993)
[18], a praça é um elemento estruturador da imagem urbana, um referencial simbólico para a
população e um fornecedor de matéria prima para a memória coletiva. Por serem pontos de
referência reconhecidos pela população, as praças tornam-se marcos simbólicos e, quanto mais
consolidadas, mais providas de identidade e de potencial para evocar sentidos e significados. Por
isso, a mudança destas praças para uma nova tipologia poderia ocasionar problemas na
identificação da praça e no seu valor simbólico. Ainda assim, 28,6% das praças com áreas abaixo
de 2.500 foram criadas após o decreto, mostrando então certo descaso por parte dos planejadores
urbanos.
Outra constatação é que, segundo o decreto, é apenas a área que diferencia as tipologias praça e
jardinete, sendo que o jardinete é definido como uma “área com até 2.500 metros quadrados”. Ao
se encontrar uma quantidade significativa de praças com área inferior a 2.500 m², as diferenças
entre as tipologias praça e jardinete se perdem ou no mínimo se confundem, e é questionável a
necessidade da criação da tipologia jardinete. Buccheri Filho (2010) [17] encontrou 19 jardinetes
em Curitiba com áreas acima de 2.500 m², o maior deles com 20.000 m², sem entender o motivo
para estes espaços serem denominados jardinetes e não praças. Por não se encaixarem na definição
prevista pela legislação, o autor considera que esta situação “deixa margem para qualquer mudança
ou alteração, para melhor ou para pior (...), sem prévio aviso para os cidadãos”.
Em relação à impermeabilidade do solo, as 32 praças amostradas apresentaram um total de
70.154,50 de área impermeabilizada, o que representa 31,45% da área total das praças. De
acordo com Nucci (2008) [19], para uma área ser identificada como área verde, esta deve ter
predominantemente áreas plantadas, cumprir com as três categorias de funções (estética, ecológica
e lazer), e apresentar uma cobertura vegetal e solo permeável de, pelo menos, 70% de sua área total,
o que significa que 30% de sua área são passíveis de impermeabilização. Levando-se esta afirmação
em consideração, as praças amostradas apresentaram em média uma proporção de área
impermeabilizada dentro do esperado para uma tipologia de área verde. Porém, ao se analisar cada
praça individualmente, observa-se uma grande variação na proporção de área impermeabilizada,
conforme Figura 1.
J. Viezzer et al., Scientia Plena 12, 099901 (2016) 6
Figura 1: Porcentagem de área impermeável das praças amostradas em Curitiba, PR. Cores das barras
representam as linhas projetuais paisagísticas conforme Tabela 1.
As praças amostradas apresentaram uma variação entre 0% de área impermeável, caso das praças
Presidente Eisenhower e Padre Dario Zampiero, e 98,22% e 99,10% de área impermeável, nas
praças José Borges de Macedo e do Redentor, respectivamente. Das 32 praças, 50% possuem um
grau de impermeabilidade superior a 30% de sua área total. Deve-se levar em consideração que a
tipologia praça, mesmo como área verde, tem mais forte ligação com a sua função social. Por isso
e pela forma como estão inseridas na malha urbana, as praças se configuram como oásis, possuindo
uma estrutura e uma composição de elementos bastante diferenciados das demais tipologias de
áreas verdes, proporcionando algumas vezes áreas com um maior grau de permeabilidade.
Entretanto, deve-se haver certa preocupação com a proporção de área impermeabilizada nas
praças, para que não haja grandes perdas dos benefícios ambientais que essa tipologia de área verde
proporciona às cidades e aos seus habitantes. Segundo Font (2003) [20], quanto mais permeável
for o solo, maior será a quantidade de água que ele pode absorver. Quando um solo permeável é
transformado numa superfície impermeabilizada, ocorre a diminuição da infiltração com
consequente aumento no escoamento superficial. Nesta situação, até mesmo precipitações
consideradas de pequena ou média intensidade podem provocar problemas de inundações [21]. As
consequências diretas das inundações urbanas são perdas materiais, perdas de vidas humanas e
diversos impactos ambientais [22], por provocar alterações das características naturais do solo,
aumentando a ocorrência de alagamentos [23].
Ao dividir as áreas totais e impermeáveis das 32 praças amostradas por linhas projetuais
paisagísticas obteve-se o resultado visualizado na Tabela 3.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Presidente Eisenhower
Pe. Dario Zampiero
Prof. Dr. Manoel Lourenço Branco
Tobias B. Arruda
Itália
Irene Pereira e Silva
Loris Scorsin
Lucia Bozza Pilatti
Nova República
Abílio de Abreu
Domingas Bianco Stoco
Emirados Árabes Unidos
Profa. Rosa Kolody
Villa Lobos
Nelson S. Monteiro
Pe. Agostinho Legros
da Colonização Menonita
do Japão
Piazza San Marco
Alfredo Andersen
Isaac Milder
da Espanha
Rio Iguaçu
Francisco R A de Macedo
Vivian Calopreso Braga
Carlos Gomes
Santos Andrade
Tiradentes
Garibaldi
Pe. João Bagozzi
José Borges de Macedo
do Redentor
Área impermeável (%)
Praças de Curitiba
J. Viezzer et al., Scientia Plena 12, 099901 (2016) 7
Tabela 3: Áreas médias total e impermeável (m2) das praças amostradas em Curitiba (PR) por linha
projetual paisagística. Cores representam as linhas projetuais paisagísticas conforme Tabela 1.
LINHAS PROJETUAIS
PAISAGÍSTICAS
ANOS*
ÁREA TOTAL
MÉDIA
ÁREA IMPERMEÁVEL
MÉDIA
Eclética
1783 1933
8.195,75 m²
5.748,67 m²
Moderna
1934 1989
6.749,00 m²
1.730,05 m²
Contemporânea
1990 atual
6.835,00 m²
1.644,33 m²
TOTAL
6.970,75 m²
2.192,32 m²
(*) Baseado na classificação de Robba e Macedo (2010).
A época de criação das praças não influenciou a sua área total, sendo as praças da linha projetual
paisagística eclética um pouco maiores, com 8.195,75 m² em média, contra 6.749,00 e 6.835,00 m²
das linhas projetuais paisagísticas moderna e contemporânea, respectivamente. Já a proporção de
área impermeável das praças possui forte ligação com a linha projetual paisagística dominante em
sua época de criação (Figura 2).
Figura 2: Área impermeável (%) das praças amostradas em Curitiba (PR) por linha projetual
paisagística. Cores das barras representam as linhas projetuais paisagísticas conforme Tabela 1.
A proporção de área impermeável em relação à área total das praças foi, como esperado, de
acordo com as características das linhas projetuais paisagísticas. As praças ecléticas tiveram maior
proporção de área impermeável, com 74,0%, as praças modernas foram intermediárias, com 38,3%
de área impermeável, e as praças contemporâneas tiveram menor proporção de área impermeável,
com 22,8%.
Apesar dos problemas ocasionados pela impermeabilização do solo das praças, principalmente
em um ambiente já muito alterado pelo processo de urbanização, ao se analisar a proporção de área
impermeável nas praças deve-se levar em consideração que esta característica está fortemente
conectada às linhas projetuais paisagísticas. Desta forma, os resultados encontrados nesta pesquisa
mostraram-se coerentes com a hipótese de que as praças de Curitiba representam as linhas
projetuais paisagísticas brasileiras de sua época de criação. A linha projetual paisagística eclética
representa a natureza dominada pela mão do homem, com grande quantidade de áreas
impermeáveis devido aos seus diversos caminhos e passeios, além de uma ampla área central [7,
24]. A linha moderna se caracteriza pelo rompimento da linha anterior e pela valorização da
paisagem brasileira, havendo então uma diminuição na proporção de área impermeável [10, 11],
mesmo estando acima do recomendado. durante a linha contemporânea, que possui forte viés
ecológico, ocorre o foco na recuperação de áreas degradadas, o que justifica uma maior
74,0%
38,3%
22,8%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Eclética Moderna Contemporânea
Área impermeável (%)
Linha projetual paisagística
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preocupação com as funções ambientais exercidas pelas áreas verdes e uma diminuição ainda maior
na proporção de solo impermeabilizado [3, 25].
4. CONCLUSÃO
Foi encontrada uma grande variação nas áreas totais, permeáveis e impermeáveis das praças de
Curitiba-PR, sendo que 25% apresentaram uma área total que não atende à definição da tipologia
segundo a legislação municipal.
A proporção de área impermeável encontrada nas praças seguiu às características típicas das
linhas projetuais paisagísticas dominantes em sua época de criação, isto é, com maior
impermeabilização nas praças criadas no período dominado pela linha eclética, e menor
impermeabilização nas praças criadas durante período contemporâneo.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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RESUMO: O presente trabalho é referente à análise e avaliação de todos os indivíduos (árvores, palmeiras, coníferas e arbustos) contidos nas vias públicas da Estância de Águas de São Pedro -SP, excetuando-se as áreas verdes. Foram inventariados 3694 indivíduos, dos quais 1,08% se constituía de indivíduos mortos, 3,85% apresentavam-se em estado péssimo, 15,35% em estado regular, 58,68% em estado bom e 20,50% em estado ótimo. Dentre os indivíduos, 62,15% apresentavam-se desequilibrados, e constatou-se uma altura média da primeira bifurcação de 1,18m, o que confirma o plantio de mudas sem condução e de porte inferior ao desejável. Notou-se 1,09% dos indivíduos com hemiparasitas, 0,57% com ataque pesado de pragas e 1,94% com lesões graves. Constatou-se que 14,56% dos indivíduos cadastrados danificavam o calçamento e que 1,99% dos indivíduos apresentavam o colo circundado por pavimento. Foram encontrados 52,12% dos indivíduos sob fiação. Como conclusão, nota-se a necessidade de acompanhamento técnico, para a implantação de mudas adequadas para a arborização urbana, assim como, sua condução e manejo efetivo desses indivíduos. Evidencia-se a necessidade de iniciativas alternativas para os conflitos dos equipamentos urbanos com a arborização. PALAVRAS-CHAVE: Arborização de ruas; Inventário.
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Resumo: O aumento de ocorrência de enchentes nas cidades brasileiras nos últimos anos motivou o desenvolvimento deste trabalho, no qual é analisado o efeito do aumento da impermeabilização dos solos urbanos no crescimento do escoamento superficial. Para simular os avanços da urbanização foi escolhida uma bacia hidrográfica na cidade de Uberlândia, pertencente ao Estado de Minas Gerais, sobre a qual foram construídos e analisados quatro cenários de ocupação distintos: pré-urbanização, atual, futuro I e futuro II, sendo o cenário de pré-urbanização considerado como o de referência. As simulações mostraram que para um aumento de 54% de área impermeável, a vazão de pico pode sofrer um aumento de 59,40% sobre a vazão de pico do cenário de pré-urbanização, tornando necessário o uso de medidas alternativas para o controle das cheias, já que, os sistemas de drenagem existentes na bacia não comportam tal acréscimo. Palavras-chave: Controle de escoamento superficial. Drenagem urbana. Atenuação de vazão de pico. Abstract: The increase of the inundations occurrence in the Brazilian cities in the last years motivated the development of this work, in which the effect of the impermeable urban area increase in the runoff growth is analyzed. To simulate urbanization a watershed was chosen in Uberlândia city, then four different occupation sceneries were analyzed: pre-urbanization, current, future I and future II, being the pre-urbanization scenery the reference scenery. The simulations showed that for an increase of 54% in the index of impermeable area, the peak discharge can suffer an increase of 59,40% on the peak discharge of the pre-urbanization scenery. In the face of those increments, the net pluvial drainage installed showed insufficient to drain the new coming discharge, affirming the need to use alternative measures for the flood control. Key-words: Runoff control. Urban drainage. Reduction of discharge peak.
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Este trabalho tem como objeto de estudo a investigação da paisagem urbana brasileiracomo produto da arquitetura eclética do iní­cio do século XX, principalmente as intervençõespaisagí­sticas e urbaní­sticas nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Tendo o ecletismo comoparâmetro artí­stico estruturador da paisagem urbana, detecta os efeitos produzidos pela arquiteturaeclética na construção de espaços livres eou revitalização dos antigos; como ocorreu este processo equais as suas causas e conseqüências.PALAVRAS-CHAVE: Arquitetura, paisagem urbana, ecletismo, intervenções.
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Resumo: A importância dos espaços de uso público, livres de edificação e com vegetação nas cidades é cada vez mais reconhecida no que se refere à qualidade de vida e qualidade ambiental, sendo que em muitos países, estes espaços são considerados parte integrante nas decisões de planejamento quanto ao uso e parcelamento do solo. Cada localidade possui sua própria abordagem para o planejamento destes espaços, onde não há consenso geral sobre o melhor tipo ou método de planejamento, ou critérios a respeito de quanto espaço livre é desejável e/ou necessário, ou ainda onde estes espaços devem ser localizados e/ou utilizados. A partir dos princípios do Planejamento da Paisagem, o trabalho de levantamento e análise de métodos de planejamento para os espaços livres de Maruani e Amit-Cohen (2007), e a análise dos dados obtidos para os espaços de uso público, livres de edificação e com vegetação do município de Curitiba, o trabalho investigou como o município considerou os espaços de uso público, livres de edificação e com vegetação (EUPLEVs) no planejamento urbano, principalmente no século XX, verificando qual modelo de planejamento foi utilizado para a criação destes espaços. Com base em todas as observações sobre os EUPLEVs do município de Curitiba, pôde-se concluir que, a maioria destes espaços pode ser enquadrada no “modelo oportunista” (MARUANI E AMIT-COHEM, 2007) de planejamento, o qual utiliza possibilidades e/ou oportunidades de instalação de algum tipo de EUPLEV, com base em acomodações e aproveitamento de circunstâncias para se chegar mais facilmente a algum resultado, e não como conseqüência de um planejamento sistemático, ou ainda outra variante deste modelo, chamado de SLOPE (Space left over after planning em inglês), o qual representa espaços deixados após o arcelamento do solo, aproveitando parcelas residuais de terras que foram deixadas após o planejamento e alocação de todos os outros usos, para a criação de EUPLEVs.
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O objetivo da dissertação é identificar o processo de transformação pelos quais passam as praças no Brasil, no século XX, portanto, identificar os momentos e as características morfológicas e funcionais gerais e específicas, comuns e marcantes de cada período que esta atravessa, por meio da análise das estruturas formais e funcionais da mesma e sua relação direta com o contexto urbano, isto é, com suas ruas, edifícios e sistemas de transporte. Além de alguns elementos marcantes na organização espacial, e específicos como a distribuição da vegetação, equipamentos, seu traçado - contribuem para a formaçào das características de determinados momentos. Pretende através da recuperação sistemática de um grupo de imagens representativas: projetos, fotos, pintura, e sugeridas em base literal, em estágios significativos de transformação, compor um quadro geral para a análise e leitura da praça enquanto processo e não somente como produto - o desenho do espaço público e seus elementos estruturadores como reflexo de influência das decisões político-administrativas, sociais e culturais, subsidiadas pelo desenho, uso e funções da praça e seus elementos constitutivos. Procurou-se como foco, as áreas centrais da metrópole brasileira, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, além de referências e exemplos em Salvador, Recife, Belém, Manaus, Curitiba e Porto Alegre. Etapas gerais e específicas foram classificadas e caracterizadas: La. Dissertação (Mestrado).
Curitiba em dados In: <http://goo.gl/4izhzg>
  • Instituto De
INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO DE CURITIBA (IPPUC). Curitiba em dados. In: <http://goo.gl/4izhzg>. Acesso em: 20/01/2016.
Modernidade no jardim: síntese ou dialética das artes? Artepaisagem em Roberto Burle Marx e Waldemar Cordeiro
  • G L Medeiros
Medeiros GL. Modernidade no jardim: síntese ou dialética das artes? Artepaisagem em Roberto Burle Marx e Waldemar Cordeiro. In: SEMINÁRIO docomomo, 8., 2009, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: DOCOCOMO, 2009.
Introdução à engenharia ambiental
  • S Motta
Motta S. Introdução à engenharia ambiental. Rio de Janeiro: ABES, 1997. 276p.
Inventário quali-quantitativo da arborização viária da Estância Águas de São Pedro – SP [dissertação] Piracicaba
  • S Bortoleto
Bortoleto S. Inventário quali-quantitativo da arborização viária da Estância Águas de São Pedro – SP [dissertação] Piracicaba: Universidade de São Paulo, 2004, 85p.
Paisagismo contemporâneo: Fernando Chacel e o conceito de ecogênese [dissertação]
  • Mm Curado
Curado MM. Paisagismo contemporâneo: Fernando Chacel e o conceito de ecogênese [dissertação]. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2007. 117p.