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VARIANTES SINTÁTICAS (PADRÃO E NÃO-PADRÃO)
EM CONSTRUÇÕES PRONOMINAIS DO PORTUGUÊS:
USOS, REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E ATITUDES
LINGUÍSTICAS DE FALANTES MADEIRENSES
Aline Bazenga*, Catarina Andrade* e Lorena Rodrigues**
(UMa, Portugal*; UFC-CAPES/PDSE, Brasil**)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 2
INTRODUÇÃO
Mudança e Variação nas construções pronominais em
variedades do português:
1. Variação e mudança em PE
2. Variação dialetal em PE
3. Variação em variedades não europeias do
português: variedades do PB e Africanas (Angola e
Moçambique)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 3
INTRODUÇÃO
Etapas de uma investigação ainda em curso sobre
Variantes não-padrão de OD em variedades do PE
na Madeira (usos eperceção)
1. Dados atestados em falantes madeirenses
◦Amostra do CSF (Corpus Sociolinguístico do Funchal); BAZENGA (2011)
◦Primeiros resultados quantitativos -trabalhos de mestrado de 2014
2. Dados da perceção de falantes madeirenses
◦ANDRADE (2014); BAZENGA e ANDRADE (2015)
◦RODRIGUES (2015); RODRIGUES e BAZENGA (2016)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 4
VARIAÇÃO EMUDANÇA NA SINTAXE
PRONOMINAL EM PE (MARTINS, 1994)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 5
Século XIII
(1) a. (Lx, 1290) presente fuy e esta procuraçõ cõ
mha mãão propria escreuy e rapeyaae
emmendeyana oytaua regra no logo que diz
Achelas
b. (NO, 1277) e o dito Steuã díaz uoctorgou
Século XV
(2) a. (NO, 1408) e façouos della doaçom Antre vjuos
b. (NO, 1414) e xe lho obrigem A lhas defender
e lhas Asy darem desëbargadas
Século XVI
(3) a. (Lx, 1544 e desta maneira os ha ella dita
senhora dona guyomarpor Reçebidos em sy
Fonte: http://cvc.instituto-camoes.pt/hlp/gramhist/sxgenerativa.html
ordem 1250-99 1300-49 1350-99 1400-
49
1450-
99
1500-
49
cl V7.1%
(4/56)
24.6%
(15/61)
41.9%
(18/43)
78.9%
(30/38)
92.7%
(38/41)
98.8%
(80/81
)
V-cl 92.9%
(52/56)
75.4%
(46/61)
58.1%
(25/43)
21.1%
(8/38)
7.3%
(3/41)
1.2%
(1/81)
Tabela 1. Dados retirados de documentos de tipo legal (Martins, 1994)
VARIAÇÃO EMUDANÇA NA SINTAXE
PRONOMINAL EM PE (MARTINS,1994)
AUTORES
PR
ÓCLISE
ÊNCLISE
INTERPOLAÇÃO
Afonso de Albuquerque (1462
-1515)
73
.5% (119)
26
.5% (43)sim
Damião de Góis (1502
-1574)
97
.1% (130)
2
.9% (4) sim
Fernão Mendes Pinto (1510?
-1583)
98
.1% (102)
1
.9% (2) sim
Diogo do Couto
(1542-1616)
72
.5% (74)
27
.5% (28)sim
Francisco
M.de Mello (1608-1666)
92
.3% (36)
7
.7% (3) sim
(residual)
António
Vieira (1608-1697)
31
.6% (117)
68
.4% (248)não
António
Verney (1713-1792)
27
.3% (18)
72
.7% (48)não
Almeida Garrett
(1799-1854)
19
.3% (11)
80
.7% (46)não
Oliveira
Martins (1845-1894)
2
.4% (2)
97
.6% (80)não
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 6
Fonte: disponível em : http://www.clul.ul.pt/files/ana_maria_martins/MartinsFromUnity.pdf
Tabela 2. Colocação dos clíticos em PE do século XVI ao século XIX (Martins, 2003)
VARIAÇÃO E MUDANÇA NA SINTAXE
PRONOMINAL EM PE (Português Arcaico)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 7
!Nunes, José Joaquim Nunes, Compêndio de Gramática
histórica, 1989: 235 (pronomes)
!ele ou el acusativo (ou OD): exemplos publicados por Pedro D’Azevedo
(Revista Lusitana, VIII, 39)
(4) Séc. XIII (1270) a. “(...) faredes senpre per tal preeto que uos
tenades ele em uossa uida”
Séc. XIV (1311) b. “(...) que esta carta mandamos fazer ela per
dante homees “
VARIAÇÃO NA SINTAXE PRONOMINAL
–PE dialetal
(5) a velha onti à nõiti dê Øuma pazada (Odeleite – p. 125)
(6) começa Øsó com duas ripas tambéim (Odeleite – p. 128)
(7) Eu não quero ele cá dentro (Ericeira – p. 180)
(8) Molhómos elas todas (Ericeira – p. 180)
(9) dá para mim guardari (Odeleite – p. 153)
(GUEDES E BERLINCK, 2006: 1476)
(10) apenas eu lhe boto no forno (Ajuda da Bretanha/Açores)
(BERNARDO e MONTENEGRO, 2003: 88)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 8
VARIAÇÃO NA SINTAXE PRONOMINAL
-PB
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 9
Pessoa
Português brasileiro formal Português brasileiro informal
Sujeito Complemento Sujeito Complemento
1ª pessoa singular
Eu
Me, mim, comigo
Eu, a gente
Eu, me, mim,
Prep + eu,
mim
2ª pessoa singular
Tu, você, o senhor, a
senhora
Te, ti, contigo, (preposição +)
o senhor, com a senhora
Você/
ocê, tu
Você/
ocê/ cê, te,
Preposição + você/
ocê
(=
docê, cocê)
3ª pessoa singular
Ele, ela
0/a (em desaparecimento),
lhe, se, si, consigo
Ele/ei
Ele
, ela, lhe, Prep + a
gente
1ª pessoa plural
Nós
Nos, conosco
A gente
A gente,
Prep
+ a gente
2ª pessoa plural
Vós (de uso restrito),
os senhores, as
senhoras, vocês
(preposição +)
os senhores, as senhoras
Vocês/
ocês/ cês
Vocês/
ocês/ cês,
Preposição + Vocês/
vocês
3ª pessoa plural
Eles
, elas
Os/as (em
desaparecimento), lhes, se, si,
consigo
Eles/eis, elas
Eles/eis, elas, Preposição
+ eles/eis, elas
Tabela 3. Paradigmas dos pronomes pessoais em PB (CASTILHO E ELIAS, 2012)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 10
21
Por esse motivo, Cyrino (1997), utilizando a teoria para elipses de Fiengo & May
(1994), propõe que, devido a fatores históricos que descreveremos abaixo, o objeto nulo
é um fenômeno de elipse em Forma Fonética e reconstrução em Forma Lógica, nos
moldes das elipses de sintagma verbal.
Essa proposta tenta resgatar a idéia avançada em Kato (1993) de que o objeto nulo em
Português Brasileiro é a contraparte nula do pronome neutro o, o primeiro pronome
clítico de terceira pessoa a desaparecer nessa língua. Como veremos abaixo, o objeto
nulo parece ter surgido a partir da queda desse pronome, em construções em que a
elipse também era permitida pela gramática.
Os resultados do estudo diacrônico em Cyrino (1997) mostram vários fatos acerca do
Português Brasileiro:
a) um decréscimo de posições preenchidas para o objeto direto - veja a tabela 1.
posições nulas posições
preenchidas
TOTAL
Século
n. % n. % n. %
XVI 31 11 259 89 290 100
XVII 37 13 256 87 293 100
XVIII 53 19 234 81 287 100
XIX 122 45 149 55 271 100
XX 193 79 51 21 244 100
Tabela 1. Distribuição de posições nulas vs. preenchidas, em Cyrino (1997).
b) o primeiro objeto nulo a aparecer é aquele cujo antecedente é proposicional, isto é, o
objeto que poderia ser realizado pela clítico neutro o:37
Século NP[+específico] NP[-específico] proposicional genérico
XVI 3 % (4/139) 9% (3/34) 23% (23/99) 50% (1/2)
XVII 4% (4/100) 18% 16/90) 21% (14/68) 33% (3/12)
XVIII 8% (9/120) 6% (2/33) 45% (41/90) 25% (1/4)
XIX 31%(38/121) 4% (1/24) 83% (81/98) 33% (1/3)
XX 67% (64/95) 86% (31/36) 91% (97/107) 0
Tabela 2. Objetos nulos de acordo com o tipo de antecedente, adaptado de
(Cyrino1997) - excluídos: elipse de VP e objeto nulo dêitico
1.2 O trabalho de Duarte
Duarte (1987 e 1989), trabalhando principalmente com corpus de língua falada
da cidade de São Paulo, identifica um processo de mudança lingüística em
curso com relação à realização do objeto direto anafórico, com a substituição
do clítico acusativo de 3ª pessoa (o/a/os/as) pela categoria vazia [cv] e, em
menor escala, pelo pronome lexical na forma nominativa (ele[s]/ela[s]). De
um total de 1.974 ocorrências, o clítico só representa 4,9% dos dados,
conforme a tabela:
Tabela 1: Realização do objeto direto anafórico em Duarte (1987)
Variante Ocorrências %
Clítico 97 4,9
Pronome lexical 304 15,4
Categorial vazia 1235 62,6
SNs anafóricos 338 17,1
Total 1974 100,0
Fonte: Duarte (1989, p. 21), adaptado.
Note-se que o uso de SNs anafóricos não se constitui exatamente como uma
variante lingüística, mas sim pode ser visto como um processo de esquiva
diante da avaliação social da variação.
Com efeito, Duarte busca identificar os valores sociais adquiridos pelas
variantes. Embora seja a forma conservadora e investida de prestígio pela
tradição gramatical, o uso do clítico não tem boa aceitação social entre os
informantes, por ser considerado “pedante”, sendo pouco apropriado para a
fala natural e a conversação espontânea. Já o pronome lexical, que passa a
ocupar “naturalmente” a função do clítico, sofre uma forte estigmatização
social, ao ser identificado como característico de classes baixas, e é evitado.
Diante desse quadro, desponta o uso da categoria vazia como estratégia
neutra, não marcada socialmente. Entretanto, há também vários fatores de
ordem estrutural que entram em jogo no uso das variantes.
3
Tabela 4. Variação OD nulo / realizado no PB (CYRINO, 1997;
2002)
Tabela 5. Variantes OD em PB, num corpus de língua fa la d a em S.
Paulo (Duarte, 1986; 1989)
VARIAÇÃO NA SINTAXE PRONOMINAL
-PB
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 11
VARIAÇÃO NA SINTAXE PRONOMINAL
-PB
!uso do clítico o
(11) A- Meu filho estava no shopping.
B- a. Eu vi seu filho lá. [estr. SN pleno –muito frequente]
b. Eu vi ele lá. [estr. ‘ele acusativo’, estigmatizado]
c. Eu vi-o lá. [estr. Clítico o –Norma culta]
d. Eu vi [ ] lá. [estr. Omissão ]
!uso do clítico lhe (perda da sua função como dativo e uso crescente como
acusativo em alternância com te (mesmo se o falante trata o interlocutor por
você)
(12) a. Você gosta mesmo de golfe! Eu lhe vejo sempre no clube. [estr. ‘lhe
acusativo’]
b. Você gosta mesmo de golfe! Eu te vejo sempre no clube. [estr.
Te/você]
Gráfico1.Resultados globais: "#$%&#'(#)*+,-.$,/.&#.0%1$,$12(0-+,.,/.-.-1,-+,3+&%(2(4$,567,1,689,#0,:;7<;7=,>??@A,B?C9
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 12
47%
8%
14%
31%
77%
0%
11% 12%
Clítico
Pronome ele
SNanafórico
Objeto Nulo
Freire (2005), A realização do acusativo e do dativo anafóricos de
Te rc eir a p es so a na es cr ita b r as ile ir a e lu sita na
PB PE
VARIAÇÃO NA SINTAXE PRONOMINAL
–PB (+ PE)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 13
(13) PM: Levam a miúda para o quarto, vestem-lhe.
PA: minha mãe diz que lhe vão buscar e lhe vão levar
todos os dias.
(GONÇALVES, 2015: 175 )
VARIAÇÃO NA SINTAXE PRONOMINAL
–PM e PA
!Uso de lhe como OD, o fenómeno mais frequente em PA
(CHAVAGNE, 2005: 227 )
VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS
FALADO NO FUNCHAL (BAZENGA, 2011)
oAmostra do CSF (Corpus Sociolinguístico do Funchal)
–0
(14) a. […] jogava-opo chão (FNC11_MA1:032)
b. […] é normal que a seguir prevaleça e os corrija
de com maior cuidado do que corrija o meu teste.
(FNC-MA3.1:101)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 14
oAmostra do CSF (Corpus Sociolinguístico do Funchal)
objeto nulo [ ]
(15) a. […] faço o jantar sirvo [ ] [sirvo-o] à família
(FNC11_MA1:010)
b. o meu pai falava comuigue e eu ouvuia [ ][ouvia-o]
logue (FNC11_MA1:082)
c. a minha licenciatura termina-se antes do tempo
pretendido_ tive que me enquadrar no bolonha e
tive que [ ] [a] acabar mais cedo – (FNC-MA3.1:013)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 15
VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS
FALADO NO FUNCHAL (BAZENGA, 2011)
oAmostra do CSF (Corpus Sociolinguístico do Funchal)
repetição lexical
(16) a. gostava de comprar uma mota_ e os meus pais
detestam motas [detestam-nas] (FNC-HA1:004)
b. queria a minha roupa vestia a minha roupa [vestia-
a] (FNC11_MA1:067)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 16
VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS
FALADO NO FUNCHAL (BAZENGA, 2011)
oAmostra do CSF (Corpus Sociolinguístico do Funchal)
ELE
(17) a. ponho ele a ver boneques [bonecos] (FNC11_MA1
243)
b. mete [meto] ele andar de bicicleta (FNC11_MA1 243)
c. vi ele a passar ao pé dela (FNC11_MA1 270)
d. e depois o maride deixou ela e ficou na na quinta
(FNC11_MC1.1 453)
e. e então _devorava logo eles todos (FNC11_MA2.2 31)
f. levou ele à cozinha (FNC-MB1: 344)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 17
VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS
FALADO NO FUNCHAL (BAZENGA, 2011)
oAmostra do CSF (Corpus Sociolinguístico do Funchal)
LHE
(18) a. tento-lhe explicar e lhe informar [informá-lo] sobre
as coisas (FNC11_HA1426)
b. levo-lhe [levo-o] a escola (FNC11_MA1 006)
c. eu não gostava dele nem lhe [nem o podia] podia
ver a frente (FNC11_MA1 204-5)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 18
VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS
FALADO NO FUNCHAL (BAZENGA, 2011)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 19
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3
OD NÃO-PADRÃO
(FUNCHAL ,2011)
OD-ele OD-Lhe
5
0 00
2
4
6
8
10
12
(18-35) (36-55) (56-75)
OD NÃO-PADRÃO
(FUNCHAL, 2011)
OD-ele OD-Lhe
VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS
FALADO NO FUNCHAL (BAZENGA, 2011)
Gráfico2. Variantes ele/-lhe e fator nível de escolaridade
(Corpus Funchal) Gráfico3. Variantes ele/-lhe e fator faixa etária (Corpus
Funcha l)
32,70%
18,20%
30,90%
16,40%
1,80%
Repetição
Padrão
OD Nul o
Ele
Lhe
36,10%
5,60%
33,30%
22,20%
2,80%
27,30%
36,40%
27,30%
9,10%
0%
25% 25%
50%
0% 0%
Repetição Padrão OD Nulo Ele Lhe
Nível 1
Nivel 2
Nível 3
Gráfico 4. Realização OD, 6 informantes mais velhos do Funchal (CAIRES
e LUIS, 2014).
Gráfico 5. Realização OD, 6 informantes mais velhos do Funchal (CAIRES e LUIS,
2014).
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 20
VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS
FALADO NO FUNCHAL (Dados quantitativos, 2014)
Repetição
29%
Padrão
16%
Nulo; 30;
37%
Lhe; 7;
9%
Ele
9%
Repetição Padrão Nulo Lhe Ele
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
nivel 1
nivel 2
nivel 3
Repetição (R)
Padrão (O)
Nulo (Z)
Lhe (L)
Ele (E)
Gráfico 6. Realização OD, 6 informantes jovens do Funcha l
(NÓBREGA e COELHO, 2014)
Gráfico 7. Realização OD, 6 informantes jovens do Funchal: Variável
Nível de escolaridade (NÓBREGA e COELHO, 2014)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 21
VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS
FALADO NO FUNCHAL (Dados quantitativos, 2014)
37,1%
36,4%
4,2%
2,8%
19,6%
SNRep OD Nulo Lhe Padrão Ele
23,30%
46,50%
11,60%
2,30%
16,30%
34%
22%
1,90%
0%
22,60%
53,20%
21,30%
0%
6,40%
19,10%
SNREP OD NULO LHE PA D R ÃO ELE
Faixa A Faixa B Faixa C
Gráfico 8. Variação na realização OD, 6 informantes com
escolaridade básica (nível 1) do Funchal (AVEIRO e SOUSA, 2014). Gráfico 9. Variação na realização OD, 6 informantes com escolaridade básica
(nível 1) e por faixa etária do Funchal (AVEIRO e SOUSA, 2014).
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 22
VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS
FALADO NO FUNCHAL (Dados quantitativos, 2014)
4,9
15,4
62,6
17,1
16
9
37
29
18,2
16,4
30,9
32,7
CLÍTICO
PRO-ELE
VAZIO/NULO
REPETIÇÃO SN
PB (S.Paulo) PE (Funchal)A PE (Funchal)C
Gráfico10. Variação na realização OD no português falado (variedades PB e PE - Madeira
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 23
VARIANTES DE OD NO PORTUGUÊS
FALADO NO FUNCHAL (Dados quantitativos, 2014)
Pontos de Inquérito (6)
Funchal, Santa Cruz, Machico,Câmara
de Lobos, Santana e S. Vicente
Figura 1. Pontos de Inquérito (Andrade, 2014)
Idade Escolaridade Sexo
A18 -35
anos 1> Básico HHomem
B36 -55
anos 2> Secundário MMulher
C56 -75
anos 3 > Superior
Tabela 6.Amoststra estratificada (18 informantes p/ ponto de inquérito) num total
de 126 (Andrade, 2014)
PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES
DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO
FUNCHAL (ANDRADE, 2014)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 24
A
B
B1
C
Variantes sintáticas (escala de Lickert)
PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES
DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO
FUNCHAL (ANDRADE, 2014)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 25
Figura 2. Questionário (excerto) (Andrade, 2014) Figura 3. Questionário: Parte C (Variantes sintáticas)(Andrade, 2014)
65%
16%
7% 8% 4%
10% 6% 7%
13%
63%
54%
17%
11% 9% 10%
33%
11% 9%
18%
29%
1- very bad 2- bad 3-average 4- good 5- very good
Sim, eu sei, eu vi-lhe ontem
Sim, eu sei, eu vi-o ontem
sim, eu sei, eu o vi ontem
sim, eu sei, eu vi ele ontem
O namorado da Carolina estava na praia
PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES
DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO
FUNCHAL (ANDRADE, 2014)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 26
Gráfico11. Avaliação de variantes sintáticas (OD) por informantes madeirenses (Andrade, 2014)
50%
17%
0%
22%
11%
61%
0% 0% 6%
33%
1-Very Bad
2- Bad
3- Average%
4- Good
5- Very Good
Sim, eu vi ele ontem
Calheta Câmara de Lobos
11%
22%
17%
28%
22%
0% 0%
17%
39%
44%
1-Very Bad 2- Bad 3- Average% 4- Good 5- Very Good
Sim, eu vi ele ontem
Funchal Machico
PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES
DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO
FUNCHAL (ANDRADE, 2014)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 27
Gráfico12. Avaliação de variantes sintáticas (OD) por informantes
madeirenses (Calheta e Cª de Lobos) (Andrade, 2014) Gráfico13. Avaliação de variantes sintáticas (OD) por informantes
madeirenses (Funchal e Machico) (Andrade, 2014)
58%
48%
33%
17%
12%
“Porque estava
chovendo”
“Sim, eu sei, eu vi ele
ontem.”
“Tem muito trânsito nas
ruas.”
Porque só no verão é que
a gente vai-se à praia.”
“Sim, eu sei, eu vi-lhe
ontem.”
Pe rc e ção de c ons tr uç õe s nã o-padrão no PE insular (ilha da Madeira)
World Conference on Pluricentric languages and their non-dominant varieties
08-11 July 2015, University of Graz, Austria
PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES
DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO
FUNCHAL (ANDRADE, 2014)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 28
Gráfico14. Avaliação de construções sintáticas não-padrão do PE por informantes madeirenses: continuum percetivo (Andrade, 2014)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 29
PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES
DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO
FUNCHAL (RODRIGUES, 2015)
!412 estudantes da Universidade
da Madeira;
!De ambos os sexos;
!Das áreas de Humanidades,
psicologia, engenharia,
educação física e gestão
Figura 4. Universidade da Madeira (Funchal, Ilha da Madeira)
IV CIDS -SORBONNE, PARIS -2016 30
PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES
DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO
FUNCHAL (RODRIGUES, 2015)
!Avaliação dada a cada forma
!Sexo do informante
!Curso
!Viveu fora da ilha
!Traço [±humano] do OD
!Género do OD
!Forma do verbo (simples ou
composta)
!Posição do pronome
Figura 5. Questionário (excerto).(Rodrigues, 2015)
Gráfico 15. Resultados globais da avaliação das variantes OD ele e -lhe por estudantes da UMa (RODRIGUES, 2015;
RODRIGUES e BAZENGA, 2016).
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PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES
DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO
FUNCHAL (RODRIGUES, 2015)
Gráfico 16.Resultados da avaliação das variantes OD ele e-lhe por estudantes da UMa (RODRIGUES, 2015; RODRIGUES e BAZENGA,
2016): fator social (g énero dos inquiridos).
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PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES
DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO
FUNCHAL (RODRIGUES, 2015)
Gráfico 17.Resultados da avaliação das variantes OD ele e-lhe por estudantes da UMa (RODRIGUES, 2015; RODRIGUES e BAZENGA,
2016): fatores linguísticos (traço semântico [humano] e género de N).
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PERCEÇAO / AVALIAÇÃO - VARIANTES
DE OD NO PORTUGUÊS FALADO NO
FUNCHAL (RODRIGUES, 2015)
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
!O sistema pronominal da Língua Portuguesa está
em processo de mudança avançado nas variedades
brasileira, africanas e madeirense, em comparação
com o PE continental.
!Anão distinção de formas entre nominativo,
acusativo edativo, na terceira pessoa, aponta para
uma mudança em que osistema de casos passa a
um sistema referencial (FREIRE, 2005; RODRIGUES
(no prelo)).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
!Fatores cognitivos e culturais (LABOV, 2010)
estariam no centro dessas mudanças, uma vez
que ocorrem de modo semelhante em
diversas variantes geográficas do português
“pós-colonial”.
MUITO OBRIGADA!
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