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Abstract

As intervenções psicológicas on-line foram regulamentadas no Brasil em 2000, sendo a última atualização em 2012, com a Resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) No 011/2012. O principal avanço foi permitir a orientação psicológica on-line, limitada a 20 sessões. Contudo as implicações de intervenções psicológicas on-line e suas regulamentações ainda não receberam a devida atenção na literatura brasileira especializada. Assim, o objetivo deste artigo é analisar pontos críticos da Resolução CFP No 011/2012. Tais pontos são discutidos à luz de estudos internacionais sobre psicoterapia on-line e comparados a regulamentações vigentes em outros países. A análise indicou que atendimentos on-line já estão bem estabelecidos em países como Suécia, Austrália, Holanda e Reino Unido, apoiados em estudos empíricos sobre eficácia, efetividade e aspectos éticos como sigilo e confidencialidade. Conclui-se que as orientações do CFP acompanham, em certa medida, as políticas e as ações de associações e de órgãos profissionais de outros países. Mesmo assim, há elementos que precisam ser atualizados, como definir o que é orientação psicológica, clarificar como podem ser contabilizados os encontros assíncronos, especificar situações contempladas pela Resolução, estabelecer número de encontros virtuais para clientes em viagem ou impossibilitados de comparecer presencialmente e informar parâmetros a partir dos quais os honorários poderão ser estabelecidos. Por fim, argumenta-se a pertinência de algum tipo de certificação para psicólogos que ofereçam serviços on-line, considerando que a interface com a tecnologia amplia o campo profissional e o alcance do atendimento psicológico.
Doi: 10.4025/psicolestud.v20i3.28478
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 20, n. 3 p. 437-447, jul./set. 2015
ASPECTOS ÉTICOS DAS INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS ON-LINE NO BRASIL:
SITUAÇÃO ATUAL E DESAFIOS
1
Gerson Siegmund
2
Marcos Ricardo Janzen
William Barbosa Gomes
Gustavo Gauer
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
RESUMO. As interveões psicogicas on-line foram regulamentadas no Brasil em 2000, sendo a
última atualização em 2012, com a Resolão do Conselho Federal de Psicologia (CFP) No 011/2012.
O principal avao foi permitir a orientação psicogica on-line, limitada a 20 seses. Contudo as
implicões de intervenções psicológicas on-line e suas regulamentões ainda não receberam a
devida ateão na literatura brasileira especializada. Assim, o objetivo deste artigo é analisar pontos
críticos da Resolução CFP No 011/2012. Tais pontos o discutidos à luz de estudos internacionais
sobre psicoterapia on-line e comparados a regulamentações vigentes em outros países. A análise
indicou que atendimentos on-line eso bem estabelecidos em países como Scia, Austlia,
Holanda e Reino Unido, apoiados em estudos empíricos sobre eficácia, efetividade e aspectos éticos
como sigilo e confidencialidade. Conclui-se que as orientações do CFP acompanham, em certa
medida, as políticas e as ões de associações e de óros profissionais de outros países. Mesmo
assim, elementos que precisam ser atualizados, como definir o que é orientação psicológica,
clarificar como podem ser contabilizados os encontros assíncronos, especificar situões
contempladas pela Resolão, estabelecer número de encontros virtuais para clientes em viagem ou
impossibilitados de comparecer presencialmente e informar parâmetros a partir dos quais os
honorios poderão ser estabelecidos. Por fim, argumenta-se a pertinência de algum tipo de
certificão para psicólogos que oferam servos on-line, considerando que a interface com a
tecnologia amplia o campo profissional e o alcance do atendimento psicogico.
Palavras-chave: Terapia on-line; internet; ética profissional.
ETHICAL ASPECTS OF ONLINE PSYCHOLOGICAL INTERVENTIONS IN BRAZIL:
CURRENT SITUATION AND CHALLENGES
ABSTRACT. Online psychological interventions were regulated in Brazil in 2000 and its last update was
in 2012 through the Resolution No 011/2012 of the Federal Council of Psychology (CFP). This update
permitted online psychological counseling, limited to 20 sessions; however, the Brazilian specialized
literature have not given yet proper attention to regulations and implications of online psychological
interventions. This article aims to analyze critical topics of Resolution 011/2012. Findings from the
international literature on online psychotherapy are discussed and compared to current regulations in
other countries. Analysis indicated that online treatments are already well established in countries such
as Sweden, Australia, the Netherlands, and the United Kingdom. They are supported by empirical
studies on efficacy, effectiveness, and ethical aspects such as doctor-patient confidentiality. It is
concluded that the CFP guidelines follow to some extent the policies and actions of associations and
1
Apoio e financiamento: CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior)
2
E-mail: siegmund.gerson@gmail.com
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professional bodies from other countries. Even so, several elements still need to be updated. This
would include defining exactly what psychological counseling is, clarifying how to number the
asynchronous meetings, specifying situations that are covered by the Resolution, setting a number of
virtual meetings for patients who are traveling or unable to attend sessions in person, and providing
parameters from which the service prices can be established. Lastly, the relevance of some kind of
certification for psychologists who provide online services is debated, considering that the interface with
the technology broadens the professional field and the scope of psychological care.
Keywords: Online therapy; internet; professional ethics.
ASPECTOS ÉTICOS DE LAS INTERVENCIONES PSICOLÓGICAS ONLINE EN
BRASIL: SITUACIÓN ACTUAL Y DESAFÍOS
RESUMEN. Las intervenciones psicológicas online fueron reguladas en Brasil en 2000, la última actualización fue en
2012, con la Resolución del Consejo Federal de Psicología (CFP) Nº 011/2012. El principal avance fue permitir el
asesoramiento online, limitado a 20 sesiones. Sin embargo, las implicaciones de las intervenciones psicológicas online
y los reglamentos aún no han recibido la debida atención en la literatura brasileña especializada. El objetivo de este
artículo es analizar los puntos críticos de la Resolución N° 011/2012 de lo CFP. Estos puntos se discuten a la luz de
estudios internacionales acerca de la psicoterapia online y en comparación con las reglas vigentes en otros países. El
análisis indicó que las consultas online ya están bien establecidas en países como Suecia, Australia, Holanda y Reino
Unido, con el apoyo de estudios empíricos de eficacia, efectividad, y los aspectos éticos como el secreto y la
confidencialidad. Se concluye que las directrices de lo CFP siguen en cierta medida las políticas y acciones de las
asociaciones y organizaciones profesionales de otros países. Sin embargo, hay elementos que necesitan ser
actualizados, como la forma de definir lo que es el asesoramiento, aclarar cómo contabilizar los encuentros
asíncronos, especificar las situaciones contempladas por la Resolución, establecer el número de encuentros virtuales
para los clientes que viajan o que no pueden asistir a las sesiones presenciales, e informar los parámetros a partir del
cual se podrán establecer los honorarios. Por último, se argumenta la relevancia de algún tipo de certificación para los
psicólogos que prestan asistencia online, teniendo en cuenta que la interfaz con la tecnología expande el campo
profesional y el ámbito de la asistencia psicológica.
Palabras-clave: Terapia online; internet; ética profesional.
Introdução
As inovações tecnológicas e a crescente demanda por atenção à saúde mental têm ensejado o
estudo e o desenvolvimento de novas modalidades de atendimento psicológico, especialmente a
psicoterapia mediada por internet. Estudos internacionais abordam intervenções on-line de diversos
tipos, havendo reconhecimento unânime dos seus resultados positivos (Hedman, Ljótsson, &
Lindefors, 2012; Newman, Szkodny, Llera, & Przeworski, 2011). No Brasil, são poucos os estudos
publicados sobre psicoterapia on-line. Até o momento, os estudos da área abordaram a relação
terapêutica em ambiente on-line assíncrono (Prado & Meyer, 2006), uma intervenção de orientação
profissional on-line (Spaccaquerche, 2005), e a demanda de um serviço de orientação psicológica via
e-mail (Fortim & Cosentino, 2007). No entanto, atento a esse novo canal de serviços psicológicos, o
Sistema Conselhos de Psicologia já tomou a iniciativa em regular as práticas pelos meios tecnológicos
de comunicação e de informação. Esses meios são entendidos “como sendo todas as mediações
computacionais com acesso à internet, por meio de televisão a cabo, aparelhos telefônicos, aparelhos
conjugados ou híbridos, ou qualquer outro modo de interação que possa vir a ser implementado”
(Resolução 011/2012, Conselho Federal de Psicologia [CFP], 2012, p.1).
Por se tratar de uma área de desenvolvimento recente, o campo de pesquisa das intervenções
pela internet ainda não conta com um conjunto de termos e conceitos claramente definidos. Isso torna
fundamental o esclarecimento e a descrição de suas várias modalidades (Proudfoof et al., 2011). A
lista de termos é extensa, como indicado a seguir, mantendo a forma original: E-Psychology,
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Telepsychology, Online Therapy, Online Counselling, Web-based interventions, Internet interventions,
Computerized Cognitive Behaviour Therapy, E-Therapy, e Mediated Services. No Brasil, o termo
terapia on-line é frequentemente utilizado.
Os atendimentos on-line são oferecidos em dois grandes modos: síncrono e assíncrono. O
atendimento é síncrono quando a interação terapêutica é simultânea, isto é, imediatamente reativa. Os
meios síncronos incluem comunicação por chat, áudio e/ou vídeo, havendo contato simultâneo entre
terapeuta e paciente. O atendimento é assíncrono quando terapeuta e paciente dão seguimento às
interações conforme a disponibilidade do tempo, por exemplo, no atendimento por e-mail. O modo de
atendimento deve estar claro desde os contatos iniciais da prestação do serviço. No contexto
internacional, expressões como therapist-guided, self-guided e self-administered indicam modalidades
de atendimento, definindo a ausência ou a presença de um terapeuta e o nível de contato com ele.
Deve ficar claro qual é a finalidade da intervenção, os recursos utilizados, o grau de interatividade e o
tipo de feedback existente. Uma vez que não há consenso na literatura quanto à terminologia e,
mesmo que houvesse, certamente seria desconhecida pelo paciente, os terapeutas devem fazer uma
descrição clara da intervenção (Proudfood et al., 2011)
No Brasil, a Resolução CFP N.º 011/2012 (CFP, 2012) estabelece, por um lado, a orientação
psicológica on-line como prática profissional permitida e passível de remuneração. Por outro lado, o
texto restringe a psicoterapia on-line somente a título de pesquisa. A Resolução define que a prática da
orientação on-line deve acontecer em um limite de 20 encontros virtuais, síncronos ou assíncronos, e
deve-se manter o atendimento focado na situação trazida pelo cliente. A Resolução permite o
atendimento virtual eventual quando o cliente se encontra impedido de comparecer presencialmente.
Essa Resolução também regulamenta aspectos relacionados à supervisão on-line e aos sites
profissionais dos psicólogos.
É notável que o órgão legal responsável pela Psicologia demonstre essa preocupação, por se
tratar de um tema recente no país. No entanto, ao mesmo tempo em que a legislação busca proteger
a população, ela pode prejudicar o cliente e limitar a atuação do psicólogo, pois impossibilita
atendimentos mais longos e aprofundados, quando necessário. Já se sabe que a busca e o acesso a
tratamentos psicológicos para transtornos comuns são baixos, como ocorre com os transtornos de
ansiedade (Roberge, Fournier, Menear, & Duhoux, 2014). Neste sentido, é reconhecido que o
ambiente on-line promove a desinibição pessoal e a autorrevelação (Pieta & Gomes, 2014),
favorecendo possibilidades de tratamento com grande potencial de tornar os serviços de saúde mental
mais acessíveis, mais flexíveis e menos custosos (Pruitt, Luxton, & Shore, 2014).
Ao observar outros países, vê-se uma situação diferente da brasileira. Estados Unidos, Canadá,
Inglaterra, Austrália e Alemanha permitem a psicoterapia on-line. Esses países têm como base pelo
menos 50 anos de pesquisa sobre efetividade e eficiência em tratamentos mediados por meios
tecnológicos (Higgins, Dunn, & Conrath, 1984).
Pieta e Gomes (2014) realizaram uma revisão sobre os estudos de psicoterapia on-line no Brasil e
internacionalmente, na qual examinaram os recursos e os limites dessa modalidade de atendimento,
as implicações para a relação terapêutica à distância, a efetividade desses tratamentos e suas
implicações legais e éticas. No entanto, o estudo não abordou a Resolução CFP No 011/2012,
provavelmente pelo tempo da tramitação editorial do artigo. Assim, não foram encontrados estudos da
literatura especializada que discutissem a última Resolução do CFP, o que contrasta com o número
expressivo de sites que oferecem o serviço. O mesmo ocorre com o exame das implicações éticas da
Resolução, principalmente quando comparada a resoluções e códigos de ética de outros países onde
a prática já é mais estabelecida.
Este artigo tem por objetivo analisar e discutir questões éticas e operacionais dos atendimentos
psicológicos on-line, tomando como base a Resolução CFP No 011/2012. Serão também consideradas
as sugestões de estudos de outros países, tanto conceituais quanto empíricos, e os encaminhamentos
éticos indicados na literatura e nas legislações nacionais. O texto está organizado em seis partes: (1)
Aspectos legais do atendimento por meios eletrônicos em diferentes países; (2) Aspectos legais do
atendimento no Brasil com base na Resolução 011/2012; (3) Evidências científicas sobre intervenções
por meios eletrônicos; (4) Princípios éticos estabelecidos por outros países; (5) Pontos críticos da
Resolução atual, onde elencamos possíveis problemas da Resolução e apontamos possíveis
440 Siegmund et al.
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soluções; (6) Inovação tecnológica em Psicologia, onde discutimos aspectos da formação do psicólogo
no que tange a intervenções on-line e apresentamos possibilidades de inovação em psicologia. A
conclusão avalia os atendimentos psicológicos on-line quanto à sua atratividade técnica, às
possibilidades de ampliação do alcance dos serviços de atenção à saúde mental, ao atendimento dos
aspectos éticos e legais e à sua capacidade de apresentar resultados efetivos.
Aspectos legais do atendimento por meios eletrônicos em diferentes países
Legislação profissional e códigos de ética variam entre os países, de acordo com suas tradições
culturais e jurídicas, e em um mesmo país, conforme a jurisdição de diferentes corporações
profissionais. Nesta análise, será tomado como exemplo o que vem ocorrendo recentemente nos EUA,
no Reino Unido, no Canadá e na Nova Zelândia. Estes são os países pioneiros nos tratamentos
psicológicos on-line e onde o desenvolvimento das práticas e a pesquisa sobre sua efetividade estão
mais avançados.
Nos EUA, a Associação Americana de Psicologia (APA) legisla sobre todos os psicólogos norte-
americanos de modo semelhante ao CFP no Brasil. Também existem a Associação Americana de
Aconselhamento (ACA), a Associação dos Conselheiros Norte-Americanos de Saúde Mental (AMHCA)
e as Comissões de Avaliação (Commission Boards), que certificam os profissionais em cada estado
norte-americano. Todas elas permitem o uso de intervenções por meios eletrônicos.
No código de ética da APA, o uso de electronic transmission e other forms of communication já faz
parte da prática do psicólogo. A alteração para incluir essas formas de comunicação ocorreu na
atualização do código de ética em 2002 (American Psychological Association, 2002). A ACA, em 2014,
afirmou que “os conselheiros ativamente tentam compreender a natureza evolutiva da profissão, no
que diz respeito a aconselhamento a distância, tecnologia, mídia social e como outros recursos podem
ser usados para melhor servir seu cliente(ACA, 2014, p. 17). A AMHCA também se posiciona a favor
das novas práticas, desde que sejam mantidas as normas éticas. A referida associação acrescenta a
necessidade do conselheiro se assegurar de que o cliente seja capaz do ponto de vista intelectual,
físico e emocional para usar serviços mediados por tecnologia (American Mental Health Counselors
Association, 2010).
No Reino Unido, a Sociedade Britânica de Psicologia permite a terapia on-line. Porém, além de
aderir ao código de ética existente, há a necessidade de atentar a quesitos específicos, como a
certificabilidade do psicólogo e o maior cuidado com fraudes (The British Psychological Society [BPS],
2009). O Canadá segue os modelos da Inglaterra, com normas que englobam o consentimento
informado e comunicam quais os benefícios para a sociedade (Canadian Psychological Association,
2006). A Associação Neo-Zelandesa de Conselheiros estabelece alguns parâmetros segundo os quais
os conselheiros precisam informar os clientes sobre as limitações e os riscos da comunicação
eletrônica, por meio de contratos específicos para essa modalidade de intervenção (The New Zealand
Association of Counsellors, 2012).
Aspectos legais do atendimento por meios eletrônicos no Brasil
No Brasil, o CFP regula a profissão do psicólogo, bem como todas as suas intervenções. No caso
das intervenções on-line, o CFP implementou recentemente a Resolução No 011/2012, que
regulamenta tanto atendimentos psicológicos mediados por tecnologia quanto a pesquisa em
psicoterapia on-line. O documento está organizado em considerações e mais dois capítulos. As
considerações são colocadas de forma a pautar as decisões e os artigos. O primeiro capítulo tem oito
artigos, e neles estão descritos os serviços psicológicos mediados por computador que podem ser
exercidos profissionalmente. O segundo capítulo compreende os artigos de 9 a 15 e estabelece
diretrizes para pesquisa sobre psicoterapia on-line.
No primeiro capítulo, a Resolução estabelece que são permitidos somente alguns serviços
psicológicos por meios tecnológicos de comunicação a distância (Art. 1o, CFP, 2012). Os serviços
incluem as orientações psicológicas limitadas a 20 encontros síncronos ou assíncronos, os processos
de seleção pessoal prévios e a aplicação de testes regulamentados. Nela também se incluem a
supervisão pontual de trabalho de outros psicólogos e o atendimento eventual de clientes em trânsito
Intervenções psicológicas on-line 441
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ou impossibilitados de comparecerem ao atendimento presencial. Os demais artigos focam a
necessidade de o psicólogo regulamentar um site próprio, construído para fins dessa resolução, como
deve funcionar e como obter certificado pelo CFP.
No segundo capítulo, a Resolução determina que a psicoterapia on-line deve ocorrer somente em
caráter experimental, de acordo com instruções específicas. Assim, o artigo 9o estabelece que as
pesquisas com intervenções on-line deverão ser aprovadas por um Comitê de Ética em Pesquisa,
respeitar o Código de Ética profissional vigente, garantir o sigilo das informações e não remunerar o
participante de nenhuma forma. Os demais artigos estabelecem que as intervenções em forma de
pesquisa devem seguir as mesmas normas que as práticas profissionais do primeiro capítulo.
O grande avanço da Resolução CFP No 011/2012 foi expandir o limite de sessões da orientação
psicológica on-line para 20 encontros. O escopo de atendimento também foi ampliado, juntando-se a
orientação profissional, a orientação afetivo-sexual, a orientação ergonômica e outras (CFP, 2005).
Disposições semelhantes já eram encontradas na Resolução de 2000 (CFP, 2000), e a Resolução de
2005 atualizou os procedimentos de diretrizes para os sites, bem como a especificação dos links
possíveis nas páginas dos profissionais.
Evidências científicas sobre intervenções por meios eletrônicos
Um dos principais quesitos que pautam a Resolução CFP No 011/2012 é o respaldo científico.
Verifica-se isso pela menção das necessidades inclusas de estar “de acordo com os critérios
científicos estabelecidos no campo da Psicologia” (CFP, 2012, p. 1), de contribuir “para o
desenvolvimento da Psicologia como campo científico” (CFP, 2012, p. 1) e de prestar serviços
“utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência
psicológica” (CFP, 2012, p.1). O décimo artigo é dedicado inteiramente ao reconhecimento da
comunidade científica:
Art. 10: O reconhecimento da validade dos resultados das pesquisas em atendimento
psicoterapêutico realizadas por meios tecnológicos de comunicação à distância depende da ampla
divulgação dos resultados e do reconhecimento da comunidade científica e não apenas da
conclusão de pesquisas isoladas (CFP, 2012, pág. 3).
A comunidade científica tem estabelecido critérios, conhecimentos e técnicas na área de
atendimentos on-line há décadas. Ela conta com mais de 50 anos de pesquisas, começando na
telemedicina por meio do telefone (Higgins et al., 1984), demonstrando ser uma alternativa viável e
funcional para o atendimento em saúde. Especialmente nos últimos anos, o número de estudos de
eficácia e efetividade de intervenções eletrônicas tem crescido exponencialmente, conforme pode ser
visto a seguir.
Uma revisão sistemática com mais de 100 estudos utilizando a Terapia Cognitivo-Comportamental
baseada na Internet (TCCBI) (Hedman et al., 2012) revelou que a TCCBI parece produzir efeitos
equivalentes à Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) presencial. Esses autores argumentam que
se a TCC é eficaz para determinado transtorno, então sua contraparte baseada na internet também
será. De acordo com os autores da revisão sistemática, os estudos analisados respondiam ao critério
da APA para tratamentos baseados em evidências (APA, 2006), incluindo ensaios clínicos
randomizados. A revisão apontou ainda que esses atendimentos requerem menor tempo do terapeuta,
sem prejuízo para a efetividade do tratamento. Em síntese, o tratamento on-line se mostrou viável e de
baixo custo.
Em pouco mais de 10 anos, a TCCBI se tornou um tratamento bem-estabelecido para depressão e
para alguns transtornos de ansiedade (Hedman et al., 2012). Suécia, Austrália e Holanda já utilizam a
TCCBI como parte do cuidado psiquiátrico padrão. Essa mesma revisão mostra que, somente na
Suécia, mais de 2.000 pacientes psiquiátricos foram atendidos com TCCBI e mais de 100 estudos
clínicos randomizados em todo o mundo já foram realizados desde 2000. Segundo Andersson (2009),
o número de estudos empíricos com bons resultados a respeito do tema permite afirmar que a prática
da TCC pela internet continuará acontecendo. No Reino Unido, o National Institute for Health and
Clinical Excellence (http://www.nice.org.uk/), órgão responsável por avaliar os tratamentos baseados
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em evidência, indica a TCC computadorizada para depressão e para determinados transtornos de
ansiedade.
Uma revisão crítica da literatura sobre tratamento on-line para ansiedade e depressão (Newman et
al., 2011) avaliou mais de uma centena de estudos e demonstrou que diversos transtornos apresentam
melhorias. Essas melhorias ocorrem até mesmo com menos contato direto com o terapeuta, utilizando
instrumentos autoaplicados. Os autores concluem que, em geral, os tratamentos computadorizados
têm sido opção menos intensiva do que os tradicionais, porém mais efetiva em termos de custo-
benefício, obtendo tratamentos validados empiricamente para uma variedade de problemas
psicológicos.
Certas revisões sistemáticas focam em intervenções específicas, como o uso do chat (Dowling &
Rickwood, 2013), ou a comparação entre intervenções face a face e intervenções on-line (Andersson,
Cuijpers, Carlbring, Riper, & Hedman, 2014). A revisão sistemática sobre intervenções por chat
encontrou poucos artigos e concluiu que mais estudos nessa modalidade são necessários. Ainda
assim, os resultados encontrados são positivos. A revisão sistemática, que compara intervenções face
a face com intervenções baseadas em internet, obteve resultados positivos e semelhantes à revisão
de TCCBI citada anteriormente, indicando que os efeitos de ambas são equivalentes (Andersson et al.,
2014). Essa revisão abarcou diversos transtornos distintos, como transtorno do pânico, depressão e
transtorno de ansiedade social.
Revisões sistemáticas para outros transtornos específicos também têm sido desenvolvidas. A
terapia baseada na internet tem sido efetiva para o tratamento de adições (Gainsbury & Blaszczynski,
2011), transtornos alimentares (Loucas et al., 2014) e outros. A área tem crescido com a criação de
novas revistas, a exemplo da Internet Interventions, em 2014. Também conta com revistas mais
tradicionais na saúde, como a Telemedicine & e-Health, desde 1995, e mais generalistas, como a
Journal of Technology in Human Services desde 1999 (chamada Computer in Human Services desde
1985).
No Brasil, a tese de doutorado de Pieta (2014) tratou do tema da relação terapêutica na
intervenção on-line. No seu estudo empírico, comparou-se uma intervenção psicanalítica presencial
com sua equivalente on-line. Os resultados foram significativos, não ocorrendo diferença para os três
principais fatores de uma psicoterapia: aliança de trabalho, objetivos e vínculo. Ambos os grupos
apresentaram melhoras significativas. A conclusão do estudo é de equivalência das psicoterapias on-
line ou presencial, mesmo com o cunho psicanalítico. Também no Brasil, Donnamaria e Terzis (2011)
descreveram um projeto de pesquisa de psicoterapia em grupo de referencial psicanalítico, com
resultados positivos até o momento da escrita do presente artigo.
Princípios éticos estabelecidos por outros países
A declaração universal dos princípios éticos para psicólogos (International Union of Psychological
Science [IUPsyS], 2014) estabelece quatro princípios básicos sobre os quais os profissionais e
pesquisadores devem pautar-se: 1) Respeito pela dignidade das pessoas e dos povos; 2) Cuidado
competente pelo bem estar de pessoas e dos povos; 3) Integridade; 4) Responsabilidades profissional
e científica à sociedade. Para manter o respeito a esses quatro princípios centrais, cuidados e
procedimentos éticos devem ser tomados de forma a proteger o usuário e o profissional praticante do
serviço. Uma orientação geral da Sociedade Britânica de Psicologia (BPS) é que quanto maior o risco
envolvido no atendimento, maiores devem ser os cuidados éticos (BPS, 2009, 2013).
Intervenções on-line atendem plenamente a declaração de princípios da IUPsyS. Confidencialidade
e sigilo são premissas básicas do serviço psicológico em qualquer instância (CFP, 2012). No contexto
on-line, é necessária atenção redobrada a esse quesito. O cliente deverá ser informado dos riscos
relacionados à segurança dos dados (BPS, 2009, 2013). Para tanto, o profissional pode incluir em
seus atendimentos um consentimento informado, em formato virtual, para que a pessoa clique,
indicando que está ciente dos riscos e que aceita realizar o serviço. Outro cuidado é a utilização de
serviços criptografados para armazenamento de dados.
Em princípio, atendimentos on-line requerem o reconhecimento da identidade do cliente para
assegurar que ele(a) é quem diz ser. Transações por cartão de crédito podem ajudar a verificar a
Intervenções psicológicas on-line 443
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identidade do usuário (BPS, 2009). Para pacientes com potencial de dano a si mesmo ou a outros,
obter informações pessoais como endereço e número de telefone pode ser um pré-requisito para o
atendimento (BPS, 2009). Nesses casos, o cliente deve ser informado sobre providências a serem
tomadas caso se coloque em risco e deve concordar previamente com isso.
Uma característica única das intervenções on-line é a possibilidade de contemplar o anonimato em
casos onde tal providência seja benéfica ao tratamento. O anonimato representa uma abertura
adicional do atendimento on-line, por incentivar a exposição e a desinibição pessoal (Pruitt et al., 2014).
Há situações em que as pessoas só buscam ajuda se tiverem certeza de que não serão identificadas.
Um exemplo são as orientações relacionadas ao uso de álcool ou a decisões ocupacionais. Diante de
um caso no qual o anonimato se faça necessário, o psicoterapeuta deverá se cercar de cuidados
especiais para caracterizar o perfil e a demanda clínica por outros recursos como indicações familiares
ou institucionais. Em exceção, o atendimento anônimo poderia ocorrer em serviços de emergência.
Pontos críticos da Resolução atual
Alguns pontos da atual Resolução merecem especial consideração, conforme listagem
apresentada a seguir. O primeiro artigo é o que apresenta maior número de lacunas e ambiguidades,
conforme pode ser visualizado na Tabela 1.
Outros pontos de discussão foram encontrados nos artigos posteriores, além da falta de referência
aos honorários. Os demais pontos podem ser observados na Tabela 2. Possivelmente a incompletude
de alguns pontos da Resolução reflete a pouca experiência profissional da Psicologia brasileira com
essas questões. São propostas justificativas e sugestões a serem discutidas para os pontos
levantados.
Ensino acerca de intervenções on-line
Com a atualização do conhecimento científico, também se verifica a necessidade da atualização
do ensino. A formação em atendimento on-line ainda é incipiente no Brasil e em outros países. Um
levantamento realizado nos Estados Unidos mostrou que 94% dos 93 e-counsellors que responderam
à pesquisa não tiveram treinamento para atender pela internet e 56% não realizavam qualquer tipo de
supervisão para esta prática (Finn & Barak, 2010). Também se reconhece a necessidade de gerar
parâmetros para o treinamento de psicólogos que desejam realizar orientação psicológica e/ou terapia
on-line, uma vez que elas exigem alguns conhecimentos e técnicas específicas relacionadas ao uso de
mídias digitais Suler, 2002). De qualquer modo, seria oportuno incluir estudos apoiados em evidências
sobre intervenções on-line nas disciplinas sobre aconselhamento psicológico e psicoterapia nos cursos
de graduação, acenando para essa recente ampliação do campo profissional (Andersson, 2009).
Seria possível e desejável certificar profissionais que pretendam atuar nessa área, através de
um curso de capacitação ou de especialização em atendimentos psicológicos on-line. Dado que o
CFP certifica os sites que permitem as intervenções on-line, com mais um passo seria viável certificar
os profissionais, assegurando uma maior qualidade no serviço. O treinamento poderia incluir questões
específicas como técnicas de resposta a e-mail, confidencialidade e garantia de sigilo (Suler, 2002).
A própria internet poderia ser utilizada como plataforma de ensino para profissionais da saúde,
visto que o tamanho de efeito da aprendizagem pela internet é tão alto quanto aprendizagens
presenciais (Cook, Levinson, & Garside, 2010). Dessa forma, seria possível alcançar muitos
profissionais em todo o país em pouco espaço de tempo e, comparativamente, com baixo custo. Com
esse enfoque de atualização do profissional, também se estaria atendendo às considerações da
Resolução do CFP sobre aprimoramento profissional.
444 Siegmund et al.
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Tabela 1 - Limitações do Artigo 1 da Resolução, motivos das limitações e possíveis soluções
para resolvê-las
Limitações
Motivo
Sugestões
Art. 1: Número de encontros ou
contatos virtuais síncronos ou
assíncronos limitado a 20
Uma mensagem via SMS e uma
resposta poderiam ser contados
como um contato. Uma simples
combinação de horário pode
“consumir” diversos encontros
assíncronos.
Especificar melhor o que configura
um contato virtual assíncrono, ou
indicar o volume necessário para
ser considerado um encontro
virtual. Outra solução seria limitar
somente o número de contatos
virtuais síncronos.
Art. 1: Orientação psicológica
Não se especifica o que é uma
orientação psicológica.
Fornecer maiores informações
sobre a diferença entre orientação
psicológica on-line e psicoterapia
(pois existem abordagens
psicoterapêuticas breves e
pontuais, realizadas em menos de
20 sessões).
Art. 1: Supervisão eventual ou
complementar
Não se especifica o quão
“eventual” ou “complementar” a
supervisão pode ser.
Determinar um número de
supervisões que podem ser
realizadas on-line.
Art. 1: Atendimento eventual de
clientes que não podem estar
presentes
Não se especifica o quão
“eventual” o atendimento pode ser.
Determinar um número de sessões
que podem ser realizadas on-line
para pacientes que faziam
atendimento presencial.
Art. 1: Atendimento eventual de
clientes que não podem estar
presentes
Não se especifica outros casos,
tais como o cliente ou o psicólogo
estarem residindo em outro país.
Especificar os casos que a
Resolução abrange, especialmente
quando se tratar de diferentes
países.
Inovação tecnológica em Psicologia
A interface entre Psicologia e Tecnologia apresenta possibilidades tão numerosas que é difícil
pensar em todas elas (Suler, 2002). Estamos em um momento em que Psicologia e Tecnologia podem
interagir em um esforço conjunto e colaborativo para o aprimoramento de ambas as áreas. A
Psicologia deve estar atenta a essa mudança e participar dela da melhor forma possível, evoluindo
para atender às necessidades da profissão e das pessoas que a ela recorrem (APA, 2009).
Os atuais desenvolvimentos não parecem apontar para um futuro em que os computadores
substituam a profissão do psicólogo, mas sim para seu uso como ferramenta de ajuda ao profissional
para otimizar e melhorar seu trabalho, como no caso da avaliação psicológica (Suler 2002).
Prontuários e registros eletrônicos são outra forma de utilizar a tecnologia a favor da área. Mais do que
ser uma ferramenta útil, essa possibilidade se torna uma forma prática de integrar as diversas áreas
da saúde (APA, 2009).
A interdisciplinaridade aparece como ponto chave no futuro da Psicologia. Pode ser benéfico
mudar a forma como nos relacionamos com outras disciplinas, como engenharia e ciência da
computação (APA, 2009). O conhecimento de especialistas em computação e em internet pode
informar os Psicólogos em relação às tecnologias que estão disponíveis e o que elas podem fazer por
nós (Suler, 2002). Dessa forma, teremos tecnologias mais próximas e adaptadas de acordo com as
necessidades da profissão, seja na criação de ferramentas para a prática presencial, seja no
desenvolvimento de intervenções computadorizadas.
Intervenções psicológicas on-line 445
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 20, n. 3 p. 437-447, jul./set. 2015
Tabela 2 - Limitações de outros pontos da Resolução, motivos das limitações e possíveis
soluções para resolvê-las
Limitações
Motivo
Sugestões
Art. 3: O site não pode conter links,
exceto os definidos pela Resolução
Impossibilita o profissional de
colocar links úteis, tais como
artigos científicos que demonstrem
a efetividade das intervenções on-
line.
Permitir o uso de outros links,
desde que não firam nenhum
preceito ético.
Art. 4: Atendimento a crianças e
adolescentes deve seguir o
Estatuto da Criança e do
Adolescente e ao Código de Ética
do Psicólogo
Não orienta como garantir que o
cliente que se apresenta como
responsável seja maior de idade.
Sugerir certificar que o cliente é
maior de idade através de cópia de
documento de identificação ou
transação por cartão de crédito. Se
for menor de idade, solicitar
documentação dos pais e sua
respectiva autorização para o
atendimento.
Art. 12: As pesquisas sobre
psicoterapia on-line deverão seguir
os mesmos procedimentos de
cadastro das outras modalidades
Para algumas pesquisas (que
utilizem apenas softwares ou
intervenções autoadministradas,
por exemplo) não seria necessário
ter um site.
Exigir o cadastro apenas para
pesquisas que lidem com terapia
on-line em que haja interação
regular entre um terapeuta e um
paciente. Para as demais
pesquisas, exigir apenas
notificações ao CFP.
O valor do atendimento não é
especificado.
Ocorre a possibilidade de
profissionais cobrarem fora do
valor exercido pelo mercado.
Sugerir valores compatíveis com a
referência nacional de honorários
de psicólogos, como a disponível
no site do CFP
(http://site.cfp.org.br/servicos/tabela
-de-honorarios/), ou estabelecer
valores específicos para orientação
psicológica on-line.
Considerações finais
As intervenções psicológicas à distância configuram uma área que surgiu cerca de 50 anos
(Higgins et al., 1984), mas cuja maior concentração em termos de pesquisa e resultados se deu na
última década. É visível a preocupação das associações e dos conselhos de diversos países em
promover o cuidado ético nessa prática. É importante observar, no entanto, que o futuro da profissão
do psicólogo não depende apenas de uma Resolução, mas é determinado pelo desempenho dos
próprios profissionais ao se depararem com novos desafios e encontrar formas de superá-los.
Conclui-se que as determinações políticas que o CFP tem tomado refletem a preocupação de
associações e órgãos profissionais de outros países. O CFP demonstra estar atento às modificações
no campo, ao propôr a nova Resolução em 2012. No entanto, há elementos que poderiam ser
atualizados, e a área da Psicologia ganhará mais ao acompanhar as mudanças provocadas pela
interface com a tecnologia.
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Recebido em 26/08/15
Aceito em 31/10/15
Gerson Siegmund: Graduado em Psicologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS - São Leopoldo-
RS (2011). Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014). Especialista em Terapia
Cognitivo-Comportamental pela IWP (2014). Doutorando em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS),
Marcos Ricardo Janzen: Graduado em Psicologia pela Universidade Federal do Paraná (2009). Mestre em Psicologia
pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2013). Doutorando em Psicologia pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Graduado em Psicologia pela Universidade Federal do Paraná (2009).
William Barbosa Gomes: Bacharel e Psicólogo pela Universidade Católica de Pernambuco (1971). Especialista em
Aconselhamento Psicológico pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1977). Mestre em Reabilitação
Psicológica pela Southern Illinois University Carbondale (1980). Doutor em Higher Education pela Southern Illinois
University Carbondale (1983).
Gustavo Gauer: Graduado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1998). Mestre em
Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2000). Doutor em Psicologia pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2005).
... A primeira corresponde a uma relação assíncrona; ou seja, as duas pessoas envolvidas não estão conectadas ao mesmo tempo, sendo que essas intervenções são "constituídas por programas computadorizados, nos quais pode ou não haver a participação do terapeuta, que incluem a utilização de softwares, CDs, DVDs, realidade virtual, aplicativos de smartphones, tarefas e feedback on-line" (ASSI; THIEME, 2020, p. 270), que tem por objetivo contribuir para a prevenção ou melhora de quadros de transtornos mentais, por exemplo (PINTO, 2002;PIETA;GOMES, 2014;PIETA et al., 2015;SIEGMUND;NONOHAY;GAUER, 2016), podendo conter informações a respeito do diagnóstico ou outros aspectos que abraçam a condição do sujeito que faz uso. Cabe salientar que tal mecanismo tem por restrição o envolvimento de pessoas com quadros psicóticos e com "alto grau de ansiedade e angústia" (ASSI; THIEME, 2020, p. 270). ...
... No estudo citado, por exemplo, foram identificadas altas taxas, em meio on-line, de vinculação e comprometimento com a terapia, assim como no estudo de Pietra (2014 apud FARIA, 2019, p. 70), que apresentou evidências de "presença, confiança, conexão, compreensão e participação do paciente" na relação terapêutica. Assim, fica patente que o meio virtual não é um fator que compromete o estabelecimento do vínculo terapêutico, já que tal ferramenta demanda, por parte do terapeuta, de uma construção empática, e não da simples necessidade de estarem ambos no mesmo espaço geográfico (COOK; DOYLE, 2002apud FARIA, 2019SIEGMUND et al., 2015;SIEGMUND;LISBOA, 2015;SIEGMUND;NONOHAY;GAUER, 2016). ...
... No estudo citado, por exemplo, foram identificadas altas taxas, em meio on-line, de vinculação e comprometimento com a terapia, assim como no estudo de Pietra (2014 apud FARIA, 2019, p. 70), que apresentou evidências de "presença, confiança, conexão, compreensão e participação do paciente" na relação terapêutica. Assim, fica patente que o meio virtual não é um fator que compromete o estabelecimento do vínculo terapêutico, já que tal ferramenta demanda, por parte do terapeuta, de uma construção empática, e não da simples necessidade de estarem ambos no mesmo espaço geográfico (COOK; DOYLE, 2002apud FARIA, 2019SIEGMUND et al., 2015;SIEGMUND;LISBOA, 2015;SIEGMUND;NONOHAY;GAUER, 2016). ...
Article
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Este estudo busca relatar a experiência de formandos em psicologia no atendimento on-line de agentes de segurança pública e seus familiares, a partir de uma experiência de estágio supervisionado na cidade de Salvador/BA. Diante do contexto pandêmico, os formandos de uma determinada instituição tiveram a sua experiência de estágio, previamente planejada como presencial, adaptada para o modelo remoto, sendo tais atendimentos realizados, por meio de uma plataforma virtual e na perspectiva da saúde do trabalhador, ao longo do ano de 2020. O presente artigo, assim, tem por método de pesquisa o Relato de Experiência, e procura abordar as vivências pessoais dos estagiários frente aos desafios vinculares e outras particularidades implicadas diante do sofrimento dentro e fora do trabalho, bem como do conhecimento teórico-técnico sobre a temática em tela.
... (Participante 8); "Me ajudou a ficar mais tranquila em relação às minhas cobranças internas." (Participante 6); "Ajudou a me animar, a aliviar a apreensão e culpa, a pensar em novas estratégias de cuidado [. (Siegmund et al., 2015). Essa prática é viável e promissora e tem similaridades com a relação terapêutica presencial (Pieta, 2014), e pode ser bastante útil, especialmente em um momento em que o distanciamento físico é necessário para a maior segurança da saúde populacional. ...
Article
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Os indicadores sobre saúde mental dos estudantes universitários têm piorado nos últimos anos no Brasil. Isso tem gerado preocupação e demandado ações de promoção da saúde e cuidado para essa população. Considerando a previsão do agravamento de fatores de risco para a saúde mental, a possibilidade de aumento do sofrimento emocional da comunidade estudantil na pandemia de covid-19 e suas consequências psicossociais e acadêmicas, o projeto Você Importa foi desenhado. Trata-se de uma ação institucional e extensionista desenvolvida com o objetivo de promover o cuidado de si e do outro, bem como a prevenção ao suicídio na comunidade da Universidade Federal do Paraná. Este artigo objetiva relatar a experiência de cinco rodas de conversa on-line com estudantes de pós-graduação. As intervenções foram orientadas pelos Primeiros Cuidados Psicológicos. Para tanto, analisamos as respostas obtidas por meio de um formulário de avaliação disponibilizado ao final de cada encontro. As respostas de 21 participantes foram categorizadas em quatro unidades temáticas: acolhimento, compartilhamento, alívio de emoções negativas e aspectos negativos. Conclui-se que a roda de conversa on-line realizada de forma síncrona e mediada por pessoas treinadas em Primeiros Cuidados Psicológicos mostrou-se uma estratégia profícua de promoção de saúde mental e suporte entre pares no contexto de distanciamento físico. Recomenda-se que as universidades se atentem à relevância de realizar ações de prevenção e promoção da saúde mental dos estudantes, especialmente no contexto de crises como a da pandemia iniciada em 2020.
... Desde então, cresce o número de produções que discutem os desdobramentos dessa nova modalidade de atuação. Desafios éticos, possibilidades psicoterapêuticas e a viabilidade do vínculo terapêutico figuram entre os tópicos abordados nas produções organizadas sob esse eixo (Hallberg & Lisboa, 2016;Pieta & Gomes, 2014;Pinto, 2002;Siegmund, Janzen, Gomes, & Gauer, 2015). ...
Article
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Resumo O presente artigo objetiva compreender como profissionais de psicologia relacionam-se com as mídias. Para tanto, serão apresentados resultados de uma pesquisa realizada com psicólogos residentes no estado de Santa Catarina, a fim de verificar como eles lidam com as mídias, tanto como fonte de informação quanto como objeto e ferramenta de trabalho. Neste estudo, entende-se a mídia como um instrumento de mediação que contribui para o processo de constituição de subjetividades, sendo assim, um campo que merece atenção por parte da Psicologia. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística descritiva e as respostas às questões discursivas foram analisadas por meio do método da análise de conteúdo temática. Entre os resultados encontrados, a mídia figura como um tema raramente discutido durante a formação. Destaca-se, também, a centralidade da internet como meio para obtenção de informações, de modo que o celular é o dispositivo mais acessado para essa finalidade. Além disso, as redes sociais são utilizadas por 65% dos participantes para a troca e compartilhamento de informações profissionais. Tal fato aponta para a importância de pensar os novos modos de interação com a mídia, bem como o alcance das transformações que as mídias já têm operado. Frente a isso, surgem importantes questões éticas que merecem ser alvo de discussão por parte da Psicologia. Diante da escassez de discussões acerca da interface mídia e Psicologia, espera-se que esta pesquisa contribua para a ampliação desse debate e seus desdobramentos práticos.
... A primeira, no modelo síncrono, ou seja, uma comunicação imediata entre o psicólogo e o paciente, por meio de chats, áudios ou vídeos. Sendo assim, mediado pelas TICs, esse modelo tem uma interação instantânea, o que demanda um período de tempo contínuo entre as duas partes ao mesmo tempo (Siegmund, Jazen, Gomes & Gauer, 2015). ...
... Também reconhecemos a necessidade de parâmetros para o treinamento de psicólogos que desejam trabalhar online, já que ela exige alguns conhecimentos e técnicas específicas relacionadas ao uso de mídias digitais. Uma opção possível seria certificar profissionais que pretendam atuar nessa área, através de um curso ISSN 2318-0404I de capacitação ou de especialização, ou mesmo através de prova para verificar os conhecimentos e habilidades do profissional proponente 16 . Rodrigues 5 elabora um compilado dos possíveis motivadores para uma pessoa recorrer ao serviço de psicoterapia online: condição física que limite a mobilidade; residir em áreas nas quais não exista atendimento especializado disponível; condições psicológicas que restrinjam deslocamentos ou viagens; impedimento de comprometer-se com atendimento presencial devido a constantes viagens; mulheres grávidas ou com filhos recém-nascidos; pais que não tem a possibilidade de deixar as crianças para outra pessoa tomar conta; conflito de agendamento inesperado que impeça a presença em consulta previamente marcada, em caso de psicoterapia presencial em andamento; agenda de trabalho extensa que provoque falta de tempo para deslocamentos; dificuldade para relatar queixas ou admitir determinados conteúdos pessoais face-a-face. ...
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This study investigated the impressions of clinical psychotherapists about online therapy and counseling. The sample was eight psychologists that practiced using online tool. They were five women and three men with ages varying from 25 to 56 years old, and who were working in different Brazilians states. Interviews were conducted both online and personally using a semi structured interview protocol. Participants were selected by snowball sampling and theoretical saturation was considered as a criterium for sample size. Interview transcriptions were evaluated using content analyses, following the steps of pre-analysis, exploration and categorization. The collected data indicated that the participants understand online practice as a contemporary modality of service and identify its limits and potentials. Overall, the professionals described this clinical arrangement as a secondary and/or complementary to presential appointments. It was also found that participants see the therapeutic alliance in online services as different fromin-office sessions, but as if they could still be able to plan strategies with their clients, as well as support those who seek help. Online clinical practiceis a new modality that needs further investigation to better understood and assessed. Such practice modality could also enrich undergraduate and graduate clinical trainings.
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Resumo Este artigo resulta de estudos empíricos e teóricos sobre a captação da psicologia pelo digital e a lógica de mercado que atravessa a psicoterapia on-line. Nosso objeto de estudo é a plataforma FalaFreud, analisada a partir do aporte teórico-metodológico da Teoria Crítica da Sociedade. Na primeira fase, realizamos uma imersão netnográfica no aplicativo, seu site oficial, blog, e páginas em redes sociais. Na segunda, coletamos avaliações do aplicativo na Play Store de uma e cinco estrelas, e realizamos análises estatísticas e lexicográficas através do software Iramuteq. Os resultados apontaram quatro questões principais: a tecnologia como entrave à terapia, o usuário como entrave ao lucro, a terapia distante do aplicativo e, por fim, a felicidade como obrigação. Sugerimos a diferenciação entre terapia on-line e psicoterapia mediada por computadores, e apontamos a necessidade de discussão dessas questões no contexto da formação em psicologia em conjunto com a compreensão da sociedade mercadológica atual.
Chapter
Introduction: The nursing profession in recent years has had a special recognition at the societal level. Being a nurse has been of relevance to the health and well-being of populations. Today it is recognized that the nursing profession is one of the professions with the greatest impact on communities, as it translates into significant gains for different countries. Objectives: Starting from the research question, what are the motivations that lead students of the first year of the Degree in Nursing, to want to be Nurses? in Nursing, to want to be Nurses. Methods: We developed a qualitative study, with 109 students of the 1st year of the degree in nursing. For data analysis, we used Lawrence Bardin's conceptual assumptions. Results: The main findings of this study show us that young students who opt for the nursing course yearn for the possibility of being able to take care of others, reveal a concern for the well-being of others, satisfaction in helping, understanding, and relating to others. the other, still associating a high sense of mission. Conclusions: It is emphasized through this study that young people who yearn to become Nurses are governed by ethical and moral values ??marked by altruism.
Article
With the recent technological advance, internet-based CBT emerges as an alternative to the traditional psychotherapy, while being a promising and effective mental health care. Adolescents may engage and benefit from these internet-based programs, but there are still few interventions led with this specific population. In order to investigate the evidences of efficacy of internet-based CBT among adolescents, a systematic review was conducted, while using the Prisma method, on studies published in the last five years on Academic Google, PubMed and Scielo academic data basis. The descriptors used were ("cognitive behavioral therapy" OR "CBT") AND ("internet" OR "online"). After analysis and application of inclusion and exclusion criteria, 14 studies were selected. No research was found in the Brazilian context. Participants from the selected studies presented significant reductions on symptoms after the interventions; furthermore, half of the publications pointed out that significant percentages of adolescents were recovered or in remission of a psychological disorder. From these preliminary analyses, it may be concluded that internet-based CBT programs seem to be effective models to the promotion of adolescents mental health.
Article
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Home-based telemental health (HBTMH) has several important benefits for both patients and clinical practitioners including improved access to services, convenience, flexibility, and potential cost savings. HBTMH also has the potential to offer additional clinical benefits that are not realized with traditional in-office alternatives. Through a review of the empirical literature, this article presents and evaluates evidence of the clinical benefits and limitations of HBTMH. Particular topics include treatment attendance and satisfaction, social support, access to contextual information, patient and practitioner safety, and concerns about privacy and stigma. By making use of commonly available communication technologies, HBTMH affords opportunities to bridge gaps in care to meet current and future mental health care needs.
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Online interventions are increasingly seen as having the potential to meet the growing demand for mental health services. However, with the burgeoning of services provided online by psychologists, counselors, and social workers, it is becoming critical to ensure that the interventions provided are supported by research evidence. This article reviews evidence for the effectiveness of individual synchronous online chat counseling and therapy (referred to as “online chat”). Despite using inclusive review criteria, only six relevant studies were found. They showed that although there is emerging evidence supporting the use of online chat, the overall quality of the studies is poor, including few randomized control trials (RCTs). There is an urgent need for further research to support the widespread implementation of this form of mental health service delivery.
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A psicoterapia pela internet é uma prática que, no Brasil, só é permitida aos psicólogos na forma de pesquisa. O objetivo do presente artigo foi realizar uma revisão dos estudos em psicoterapia pela internet, discorrendo sobre os recursos e os limites desse atendimento psicológico e suas implicações para a relação terapêutica e para a efetividade do tratamento. São apresentadas questões legais e éticas concernentes à prática. Os resultados apontaram similaridades entre a relação terapêutica online e a presencial, mostrando-se a psicoterapia pela internet efetiva nas mais distintas modalidades, embora a maioria dos estudos seja sobre intervenções cognitivo-comportamentais. As questões legais e éticas podem ser parcialmente solucionadas com diretrizes claras das organizações profissionais e com o treino de terapeutas na modalidade online. Concluímos que a psicoterapia pela internet, embora requeira maiores estudos, anuncia-se como uma prática viável e promissora.
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The widespread availability of the Internet and mobile-device applications (apps) is changing the treatment of mental health problems. The aim of the present study was to review the research on the effectiveness of e-therapy for eating disorders, using the methodology employed by the UK’s National Institute for Health and Care Excellence (NICE). Electronic databases were searched for published randomised controlled trials of e-therapies, designed to prevent or treat any eating disorder in all age groups. Studies were meta-analysed where possible, and effect sizes with confidence intervals were calculated. The GRADE approach was used to determine the confidence in the effect estimates. Twenty trials met the inclusion criteria. For prevention, a CBT-based e-intervention was associated with small reductions in eating disorder psychopathology, weight concern and drive for thinness, with moderate confidence in the effect estimates. For treatment and relapse prevention, various e-therapies showed some beneficial effects, but for most outcomes, evidence came from single studies and confidence in the effect estimates was low. Overall, although some positive findings were identified, the value of e-therapy for eating disorders must be viewed as uncertain. Further research, with improved methods, is needed to establish the effectiveness of e-therapy for people with eating disorders.
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Internet-delivered cognitive behavior therapy (ICBT) has been tested in many research trials, but to a lesser extent directly compared to face-to-face delivered cognitive behavior therapy (CBT). We conducted a systematic review and meta-analysis of trials in which guided ICBT was directly compared to face-to-face CBT. Studies on psychiatric and somatic conditions were included. Systematic searches resulted in 13 studies (total N=1053) that met all criteria and were included in the review. There were three studies on social anxiety disorder, three on panic disorder, two on depressive symptoms, two on body dissatisfaction, one on tinnitus, one on male sexual dysfunction, and one on spider phobia. Face-to-face CBT was either in the individual format (n=6) or in the group format (n=7). We also assessed quality and risk of bias. Results showed a pooled effect size (Hedges' g) at post-treatment of -0.01 (95% CI: -0.13 to 0.12), indicating that guided ICBT and face-to-face treatment produce equivalent overall effects. Study quality did not affect outcomes. While the overall results indicate equivalence, there are still few studies for each psychiatric and somatic condition and many conditions for which guided ICBT has not been compared to face-to-face treatment. Thus, more research is needed to establish equivalence of the two treatment formats.
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This paper presents the general principles, the structure and methodology of a vocational guidance program conceived for the virtual mean. The Vocational Guidance Program - the VGP online - developed by the author together with the Catholic University of São Paulo, started in August, 2000. In the years 2003 and 2004, it attended a population of 851 boys and girls working at the Brazilian State Bank (Banco do Brasil), who participated in a program of education and development. The general results and observations of this experience are related.
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Group psychological care provided at a distance through communication technologies offer an unprecedented condition of disembodied presence. Therapy groups, however, have the potential to reactivate actions and perceptions held by psychic formations of group properties only with group interaction. Possible risks or benefits on this modality are not sufficiently known. Thus, an ongoing research project is hereafter described aimed at characterizing the online group therapy under the support of the psychoanalytic groups. In includes the first management considerations and ethical challenges.
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Internet-delivered cognitive behavior therapy (ICBT) has been tested in many research trials, but to a lesser extent directly compared to face-to-face delivered cognitive behavior therapy (CBT). We conducted a systematic review and meta-analysis of trials in which guided ICBT was directly compared to face-to-face CBT. Studies on psychiatric and somatic conditions were included. Systematic searches resulted in 13 studies (total N=1053) that met all criteria and were included in the review. There were three studies on social anxiety disorder, three on panic disorder, two on depressive symptoms, two on body dissatisfaction, one on tinnitus, one on male sexual dysfunction, and one on spider phobia. Face-to-face CBT was either in the individual format (n=6) or in the group format (n=7). We also assessed quality and risk of bias. Results showed a pooled effect size (Hedges' g) at post-treatment of −0.01 (95% CI: −0.13 to 0.12), indicating that guided ICBT and face-to-face treatment produce equivalent overall effects. Study quality did not affect outcomes. While the overall results indicate equivalence, there are still few studies for each psychiatric and somatic condition and many conditions for which guided ICBT has not been compared to face-to-face treatment. Thus, more research is needed to establish equivalence of the two treatment formats.
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Anxiety disorders are common mental health problems in the community, and primary care has a predominant role in the diagnosis and treatment of these conditions. While most patients are treated with pharmacotherapy, clinical practice guidelines recommendations also comprise psychotherapy interventions. The aims of this study were: (a) to examine access to psychotherapy for anxiety disorders in a sample of primary care patients; and (b) to examine individual factors associated with access to psychotherapy. Data were drawn from the “Dialogue” project, a large primary care study conducted in 67 primary care clinics. After a mental health screening, patients with anxiety or depressive symptoms were invited to participate in a telephone/Web structured interview to assess Diagnostic and Statistical Manual for Mental Disorders–Fourth Edition (DSM–IV) anxiety and depressive disorders, as well as service utilization. In our sample, a total of 740 adults met DSM–IV criteria for panic disorder, generalized anxiety disorder or social anxiety disorder in the past 12 months. Nearly half of the respondents with anxiety disorders had received a form of psychotherapy or counselling in the past 12 months, and 20% of respondents reported at least 12 sessions with the same health care professional. Individual correlates of access to psychotherapy, based on a logistic regression model, included being a woman, less than 60 years old, a university education level, supplementary insurance and having a comorbid depression episode. These findings emphasize the need to improve access to psychotherapy for individuals with anxiety disorders in primary care and to reduce disparities in access to psychotherapy. (PsycINFO Database Record (c) 2014 APA, all rights reserved)