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Um interessante e educativo problema de cinemática elementar aplicada ao trânsito de veículos automotores – a diferença entre 60 km/h e 65 km/h

Authors:

Abstract and Figures

http://dx.doi.org/10.5007/2175-7941.2011v28n2p468 Um vídeo educativo do Monash University Accident Research Centre inspira a proposição de um problema de cinemática com um resultado contraintuitivo. A solução do problema tem como pressupostos conhecimentos sobre a aceleração máxima possível em frenagens de emergência, bem como do intervalo de tempo que transcorre entre a percepção do perigo de colisão pelo motorista e o início efetivo da frenagem. A resposta intuitiva de um engenheiro e de diversos alunos de graduação em física é discutida. O problema exemplifica que o ensino da física pode e deve envolver situações conceitualmente ricas e interessantes, em contraposição às questões repetitivas e irrelevantes usualmente encontradas nos livros-texto.
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Cad. Bras. Ens. Fís., v. 28, n. 2: p. 468-475, ago. 2011.
468
DOI: 10.5007/2175-7941.2011v28n2p468
UM INTERESSANTE E EDUCATIVO PROBLEMA DE
CINEMÁTICA ELEMENTAR APLICADA AO TRÂN-
SITO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIFE-
RENÇA ENTRE 60 KM/H E 65 KM/H+*
Fernando Lang da Silveira
Instituto de Física UFRGS
Porto Alegre RS
Resumo
Um vídeo educativo do Monash University Accident Research Centre ins-
pira a proposição de um problema de cinemática com um resultado con-
traintuitivo. A solução do problema tem como pressupostos conhecimen-
tos sobre a aceleração máxima possível em frenagens de emergência, bem
como do intervalo de tempo que transcorre entre a percepção do perigo
de colisão pelo motorista e o início efetivo da frenagem. A resposta intui-
tiva de um engenheiro e de diversos alunos de graduação em física é dis-
cutida. O problema exemplifica que o ensino da física pode e deve envol-
ver situações conceitualmente ricas e interessantes, em contraposição às
questões repetitivas e irrelevantes usualmente encontradas nos livros-
texto.
Palavras-chave: Cinemática. Tempo de pré-frenagem. Aceleração máxi-
ma em frenagens. Trânsito de veículos automotores.
+ An interesting and educational Elementary Kinematics problem applied to automotive
traffic. The difference between 60 km/h and 65 km/h.
* Recebido: janeiro de 2011.
Aceito: abril de 2011.
Silveira, F. L.
469
Abstract
An educacional video from The Monash University Accident Research
Centre inspires a Kinematics problem proposition with a counter-intuitive
result. The problem solution must have alleged knowledge on maximum
possible acceleration in emergency braking, as well as the spent interval
between the perception of the collision danger by the driver and the
beginning of the effective braking. The intuitive answer of an engineer and
various Physics undergraduated students is discussed. The problem
illustrates that Physics teaching can and must involve rich and interesting
conceptual situations, opposed to the repetitive and irrelevant questions
that are found in textbooks.
Keywords: Kinematics. Pre-braking time. Maximum acceleration in
braking. Automotive traffic.
I. O problema
O problema que proponho a seguir foi formulado tendo como referência
um instrutivo vídeo produzido na Austrália pelo Monash University Accident
Research Centre (Centro de Pesquisa de Acidentes da Universidade Monash),
instituição dedicada à pesquisa e à prevenção de acidentes com veículos automoto-
res. O vídeo, que explicitamente alerta para o perigo do excesso de velocidade no
trânsito, com tradução de áudio para o português, é encontrado em
<http://www.youtube.com/watch?v=OeDgcTOOYdo> (acessado em 03
jan. 2011).
O vídeo mostra o que ocorre com dois carros idênticos, inicialmente lado
a lado, um a 60 km/h e o outro a 65 km/h, quando, então, os motoristas percebem o
perigo e passam à ação de frenagem.
Com o objetivo de verificar a informação divulgada ao final desse vídeo,
formulei o seguinte problema:
Diferença entre 60 km/h e 65 km/h!
Um automóvel desloca-se a 60 km/h quando o motorista avista à sua fren-
te um caminhão atravessado na pista. Transcorre um intervalo de tempo de 1 s
entre a percepção do obstáculo pelo motorista e o início efetivo da frenagem do
automóvel. A frenagem ocorre em situação ideal (pista seca, pneus desgastados,
mas em bom estado, freios ABS) e o automóvel acaba por colidir com o caminhão,
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tendo no momento da colisão sua velocidade valendo 5 km/h (nesta velocidade, a
colisão produz estragos de pequena monta). Qual seria o valor da velocidade no
momento da colisão caso o automóvel, nas mesmas condições, se deslocasse inici-
almente a 65 km/h?
II. Frenagens de automóveis em condições ideais
Este problema se presta a uma profícua reflexão, contextualizada em uma
situação verossímil e, portanto, potencialmente atraente aos alunos, ensejando, para
começar, a explicação para o intervalo de tempo de pré-frenagem de cerca de 1 s.
Tal se deve ao bem conhecido tempo de reação do condutor (0,2 a 0,4 s), acrescido
do tempo de transferência do pé (0,2 a 0,3 s) em direção ao pedal do freio e do
tempo de resposta e de pressurização (0,3 a 0,4 s) para que o sistema hidráulico
que aciona os freios efetivamente atue nas rodas (Bosch, 2005). De fato, 1 s é um
intervalo de tempo razoável para o início da frenagem, mas em algumas situações,
dependendo do estado de atenção do motorista e da integridade do seu sistema
perceptivo e de reação, poderá ser maior (ARTMANOV et al., 1976).
Em condições ideais (pneus desgastados, pista seca com pavimento asfál-
tico ou cimentado), com sistema de freios ABS Anti-lock Breaking System
(Sistema de Freio Antibloqueante) e em velocidades inferiores a 90 km/h, é pos-
sível se obter, durante a frenagem, acelerações médias de cerca de 36 km/h/s ou 10
m/s2. Cabe aqui um comentário importante sobre as condições dos pneus, em con-
flito com as recomendações usualmente dadas em revendas de pneus. Os pneus
novos (sem desgaste) apresentam um coeficiente de atrito estático com a estrada,
seca e pavimentada com concreto ou com asfalto, de 0,85, enquanto que os pneus
já desgastados (com profundidade de sulco na banda de rodagem não inferior a 1,6
mm) têm esse mesmo coeficiente em cerca de 1,0 (Bosch, 2005). Dessa forma,
pneus novos acarretam acelerações, em frenagens e em curvas, inferiores àquelas
que podem ser conseguidas com pneus desgastados, pois tais acelerações depen-
dem do coeficiente de atrito. Por outro lado, a possibilidade de ocorrência de acele-
rações maiores repercute em distâncias de frenagem menores, bem como maior
segurança nas curvas. A troca de pneus deve, preferencialmente, ocorrer com dois
deles apenas, colocando-se os pneus novos no eixo traseiro do automóvel. Nas
frenagens de emergência os pneus que mais colaboram para o efeito de “segurar” o
automóvel são os pneus dianteiros e por isto não devem ser novos.
Silveira, F. L.
471
III. Resposta intuitiva ao problema
Tomei conhecimento do vídeo, que serve de inspiração para o problema
proposto, através de um aluno do Curso de Licenciatura em Física, que me questi-
onava sobre o resultado surpreendente e contraintuitivo apresentado no vídeo. O
aluno expressava dúvidas sobre a plausibilidade do que o vídeo expõe e pedia a
minha opinião. O vídeo indica que, no momento da colisão, a velocidade do auto-
móvel mais veloz (lembremos que inicialmente os automóveis se movimentavam,
um a 60 km/h e o outro a 65 km/h) excede em 27 km/h a velocidade de colisão do
automóvel menos veloz (enquanto um automóvel atinge o caminhão a 5 km/h, o
outro o atinge a cerca de 32 km/h). O resultado intuitivo para o problema, apresen-
tado pelo aluno que me questionava sobre a verossimilhança do que assistia no
vídeo, era de que a diferença inicial de 5 km/h, entre as velocidades dos dois car-
ros, se conservasse até a colisão.
No dia seguinte à chegada do questionamento, eu o repassei para diversos
alunos de Física e, de um modo geral, eles se mostraram surpresos com o que vi-
am, verbalizando sua intuição de que, até a colisão, haveria conservação da dife-
rença entre as velocidades dos dois veículos.
Ao repassar o vídeo para outras pessoas com formação científica, afian-
çando eu a verossimilhança do que lá é apresentado, recebi de um engenheiro o
comentário que transcrevo literalmente: A intuição nos diria que, na hora da bati-
da, a diferença de velocidade entre os dois carros deveria ser os mesmos 5 km/h
do momento do início da freada! Vou aguardar tua explicação.
IV. A solução do problema
No problema que formulei na Seção 1, temos um único automóvel, em
duas situações que diferem apenas pela velocidade inicial, que é conhecida em
ambas as situações. É dada, também, a duração do intervalo de tempo de pré-
frenagem, e assumirei agora um valor para a aceleração de frenagem compatível
como as informações da literatura (vide seção 2). Conhecida a velocidade no mo-
mento da colisão, para a situação de menor velocidade inicial, queremos calcular
com que velocidade colidirá o automóvel, na situação de maior velocidade inicial.
O deslocamento total dT do automóvel na situação de menor velocidade inicial,
desde o momento em que o motorista percebe a presença do caminhão até o mo-
mento da colisão, é a soma de dois deslocamentos (vide a Fig. 1): o deslocamento
d1, durante o intervalo de tempo tPF = 1 s, de pré-frenagem, que ocorre com veloci-
dade constante v1 = 60 km/h = 16,7 m/s; e o deslocamento d2, durante a etapa
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em que o automóvel efetivamente freia com aceleração constante a = -10
m/s2. Esse segundo deslocamento é facilmente calculado, pela equação de Torri-
celli, pois são conhecidas as velocidades v1, no início, e v2, no final da frenagem
(no momento da colisão com o caminhão, v2 = 5 km/h = 1,39 m/s). Assim,
݀ൌ݀
൅݀
ൌݒ
Ǥݐ
௉ி
ି௩
ଶǤ௔ . (1)
Representemos, agora, por DT o deslocamento do automóvel na segunda
situação, desde o momento que o motorista percebe o caminhão até a sua colisão.
Novamente, esse deslocamento é a soma de dois deslocamentos: o deslocamento
D1, durante o intervalo de tempo de pré-frenagem tPF = 1 s, que ocorre com veloci-
dade constante V1 = 65 km/h = 18,1 m/s; e o deslocamento D2, durante a etapa em
que o automóvel efetivamente freia com aceleração constante a = - 10 m/s2. Da
mesma forma que na situação anterior, usaremos a equação de Toricelli para ex-
pressar esse segundo deslocamento em função das velocidades V1 e V2, no início e
no final da frenagem, respectivamente. Assim,
Fig. 1 - O deslocamento do automóvel até o momento da colisão.
ܦൌܦ
൅ܦ
ൌܸ
Ǥݐ
௉ி
ି௏
ଶǤ௔ . (2)
Evidentemente, os deslocamentos dT e DT, dados pelas expressões (1) e
(2), são iguais. Portanto, podemos escrever:
ݒǤݐ
௉ி
ି௩
ଶǤ௔ ൌܸ
Ǥݐ
௉ி
ି௏
ଶǤ௔ (3)
do qual, isolando V22, e usando o fato de que a = -|a|, obtemos:
ܸ
ൌܸ
൅ݒ
െݒ
൅ʹǤȁܽȁǤܸ
െݒ
Ǥݐ
௉ி. (4)
Silveira, F. L.
473
Substituindo em (4) os valores conhecidos das velocidades ݒ, ݒ, ܸ
, do
tempo ݐ௉ி de pré-frenagem, e da aceleração a durante a frenagem, determinamos
ܸ
ൌ͹ͺǡͷ
, (5)
e, finalmente, a velocidade procurada:
ܸൌ ͺǡͺ͸
 ؆ ͵ʹ ௞௠
. (6)
Concluímos, portanto, que, caso o automóvel se deslocasse inicialmente a
65 km/h, sua velocidade no momento da colisão seria de 32 km/h. Esse valor cor-
robora a informação divulgada no vídeo. O vídeo é impactante, pois mostra o au-
tomóvel mais veloz “mergulhando” por baixo da carroceria do caminhão e, portan-
to, danificando diretamente a cabine dos passageiros. Dessa forma, o vídeo de-
monstra dramaticamente que aquela pequena diferença entre as velocidades iniciais
pode determinar colisões com consequências muito diversas.
A expressão (4) é útil para uma discussão adicional. Ela pode ser reescrita
da seguinte forma:
ܸ
െܸ
ൌݒ
െݒ
൅ʹǤȁܽȁǤܸ
െݒ
Ǥݐ
௉ி. (7)
Caso o tempo de pré-frenagem tPF pudesse ser desprezado (melhor situa-
ção possível para o automóvel mais veloz) haveria conservação da diferença entre
os quadrados das velocidades iniciais, isto é, a diferença entre os quadrados das
velocidades no momento da colisão seria a mesma diferença entre os quadrados
das velocidades iniciais. Dessa forma, para velocidades iniciais de 60 km/h e 65
km/h, a expressão 7 resulta em
ܸ
െ͸ͷൌݒ
െ͸Ͳ, (8)
ܸ
െݒ
ൌ͸ͷ
െ͸Ͳ ͸ʹͷ ௞௠
. (9)
A diferença de 625 km2/h2, entre os quadrados das velocidades iniciais,
manter-se-ia e assim, se o automóvel inicialmente menos veloz tiver velocidade de
5 km/h no momento da colisão, o automóvel mais veloz se chocaria com uma ve-
locidade de ξ͸ʹͷ ൅ ʹͷ ؆ ʹͷȀ. Fica assim bem demonstrado que, contraria-
mente à intuição dos alunos e do engenheiro, a diferença entre as velocidades dos
automóveis, no momento da colisão, é de, no mínimo, (25 - 5) km/h = 20 km/h,
sendo esta diferença ampliada quando se considera tempos de pré-frenagem realis-
tas.
Cad. Bras. Ens. Fís., v. 28, n. 2: p. 468-475, ago. 2011.
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Finalmente, a resposta que dei ao questionamento do engenheiro (vide o
final da seção 3) foi a seguinte:
Quanto à tua intuição primeira (sobre a conservação da velocidade rela-
tiva, ou seja, da conservação da diferença de 5 km/h) está correta dado que as
acelerações dos dois carros durante a frenagem são iguais, mas tal se aplica ao
mesmo instante de tempo. De fato, os eventos de colisão são temporalmente dife-
rentes, considerando que o início das frenagens é simultâneo como proposto no
vídeo. Explicando melhor, quando o automóvel mais veloz colide, então a 32 km/h,
a velocidade do outro automóvel é 27 km/h. Mas o automóvel menos veloz ainda
está distante do caminhão (ainda não bateu) e continuará a ser freado durante
mais algum tempo, colidindo, portanto, a uma velocidade menor ainda, amplian-
do, assim, a diferença entre as velocidades de colisão para os dois carros.
A Fig. 2 representa os dois automóveis inicialmente alinhados e depois,
quando o automóvel mais veloz colide com o caminhão a 32 km/h, o outro auto-
móvel se movimenta a 27 km/h mas lhe resta (como é fácil demonstrar) cerca de 3
m de espaço para frenagem até bater, então a apenas 5 km/h.
Fig. 2 - Representação dos dois automóveis inicialmente alinhados e de-
pois quando o mais veloz colide com o caminhão.
V. Conclusão
Este instrutivo e interessante problema possui outras abordagens possí-
veis. Aqui, restringi-me a tratá-lo cinematicamente; uma abordagem dinâmica, por
exemplo a partir do Teorema Trabalho - Energia Cinética, é possível também.
Entretanto, intencionalmente o resolvi dessa forma, com o objetivo de mostrar que
a cinemática pode (e deve, em nossa opinião) ser desenvolvida em contextos inte-
Silveira, F. L.
475
ressantes e desafiadores, conceitualmente ricos, evitando os problemas maçantes e
de mera aplicação de fórmulas.
Finalmente, transcrevo o pertinente comentário de um dos dois árbitros
ad-hoc do CBEF que julgaram o artigo:
O artigo apresenta uma situação simples e extremamente relevante que cer-
tamente vai interessar aos alunos do Ensino Médio e, mais importante ain-
da, acessível até mesmo àqueles que estão iniciando o seu estudo de física
no Ensino Médio. É claro que isso só vai ocorrer se o professor iniciar o
curso pela cinemática, procedimento criticado por muitos educadores da
área de ensino de física, em geral sob a insensata alegação de que “cinemá-
tica não é física”. Se não o for, este artigo trata do que?
É verdade que o ensino da cinemática costuma ser lamentavelmente esten-
dido ou inchado com problemas repetitivos e irrelevantes, mas essa não me
parece razão suficiente para propor a sua exclusão. Que conteúdo da Física
não costuma sofrer essa deformação no Ensino Médio?
Agradecimento
Agradeço à Profa Maria Cristina Varriale do IM-UFRGS pela leitura crite-
riosa e pelas sugestões apresentadas. Agradeço também aos árbitros do CBEF por
comentários e sugestões dadas.
Bibliografia
ARTMONOV, M. D.; ILARIONOV, V. A.; MORIN, N. M. Motor vehicles.
Moscou: MIR, 1976.
BOSCH, R. Manual de tecnologia automotiva. São Paulo: Edgard Blücher,
2005.
... Na problematização sugerida por Silveira (2011), a situação-problema apresenta informações que mobilizam conhecimentos prévios dos alunos, relacionados ao trânsito de veículos automotores e a resolução de problemas de cinemática, envolvendo movimentos uniforme e uniformemente variado. Sua comunicação aos alunos é pautada principalmente pela análise de um vídeo no qual os motoristas de dois carros idênticos, com velocidades de 60,00 km/h e 65,00 km/h respectivamente, verificam no instante em que estão lado a lado, um caminhão atravessando a pista. ...
... O autor aponta que a solução da situação problema é simples e acessível até mesmo para aqueles alunos estão iniciando o seu estudo de física, no ensino médio. Contudo, corroborando resultados indicados em trabalhos como os realizados por Menzel (2012) e Urruth (2014), após o emprego da proposta de Silveira (2011), observou-se que pouquíssimos alunos conseguiram entender, analisar e resolver corretamente a situação-problema. Menzel (2012) relata as experiências vivenciadas durante as disciplinas Projetos de Desenvolvimento em Ensino de Física (2011/2) e Estágio Docente em Física (2012/1). ...
... Logo, de acordo com nossa interpretação, concluímos que tal situação-problema, pelo menos na forma como foi inicialmente formulada por Silveira (2011), parece estar exigindo um nível de desenvolvimento cognitivo, complexidade e abstração muito acima das reais possibilidades e preparação do nosso público alvo. ...
... Os pneus novos originam acelerações, em frenagens e em curvas, inferiores àquelas que podem ser conseguidas com pneus desgastados, pois tais acelerações dependem do coeficiente de atrito. Por outro lado, a possibilidade de ocorrência de acelerações maiores reflete em distâncias de frenagem menores, bem como maior segurança nas curvas (SILVEIRA, 2011). Quando os outros dois pneus forem trocados os pneus traseiros serão repassados para a dianteira, colocando-se um par de pneus novos atrás. ...
... A força externa ao automóvel, que o impulsiona para frente, é usualmente uma força de atrito estático entre as rodas de tração e a pista de rolamento (exceto quando as rodas patinam ou deslizam sobre a pista, quando então vale o atrito cinético) (SILVEIRA, 2012). ...
... Quanto menor é a região deformada (mantido todo o resto constante), menor será a resistência ao rolamento, visto que nas rodas de bicicletas de corrida deseja-se a menor resistência ao rolamento possível. A resistência ao rolamento não pode ser confundida com a força de atrito entre o pneu e a pista (SILVEIRA, 2012). ...
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http://dx.doi.org/10.5007/2175-7941.2013v30n3p614 O objetivo deste trabalho é oferecer alguns elementos teóricos que contribuam para a elucidação de questionamentos sobre os pneumáticos, apontando o potencial do tema para problematizações. Discorre-se ao longo do texto sobre a evolução histórica do pneumático, bem como, sobre os conceitos físicos básicos necessários para a compreensão dos mesmos. Acredita-se que essa discussão, além de elucidar muitas dúvidas cotidianas sobre os pneus, possa servir de referência para professores, uma vez que, surpreendentemente o tema de pneus está ausente nos livros de física geral de Ensino Médio e Superior.
... A RA proporciona novas formas de interação humano-computador, auxiliando na manipulação de dados. Ela se mostra multissensorial e aumenta a percepção do usuário no uso de uma interface computacional (ROLIM et al, 2011). No caso do ensino, a RA pode apresentar uma série de vantagens, entre as quais destaca-se a suave transição entre realidade e virtualidade. ...
... No caso do ensino, a RA pode apresentar uma série de vantagens, entre as quais destaca-se a suave transição entre realidade e virtualidade. Além disso, no momento em que um material didático é incrementado com elementos virtuais amplia-se os aspectos sensoriais desse material, podendo aumentar a capacidade cognitiva de aprendizagem (ROLIM et al, 2011). Por se mostrar amplamente interativa o uso dessa tecnologia pode estimular e motivar os estudantes nas questões acadêmicas. ...
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Neste trabalho exploramos alguns aspectos e características da realidade aumentada e apresentamos uma outra forma de trabalho com essa tecnologia pouco empregada na área educacional a partir do software LAYAR. Explicamos o funcionamento do software e de suas principais ferramentas, sugerindo como que cada uma delas pode ser usada em aulas de física. Um exemplo de material didático incrementado com recursos de realidade aumentada empregando o LAYAR também é detalhado. Por fim, acreditamos que essa tecnologia se aproxima muito das características que atendem às demandas educacionais atuais e se revela uma versátil ferramenta para contribuir na qualificação da prática docente.
... En este sentido, este estudio pretende evaluar la efectividad de una estrategia didáctica basada en la enseñanza mediante la resolución de las situaciones-problemas. Algunas investigaciones narran el éxito de este enfoque en la enseñanza de las Ciencias (Silveira, 2011;Carneiro y Dal Farra, 2011;Latasa, et al., 2012;Lorenzo, et al., 2011) y, particularmente, en la enseñanza de la química (Lacerda, et al., 2012, Simões Neto, et al., 2013Vega, et al., 2014). Por esta razón hemos adoptado esta estrategia en la enseñanza del enlace químico. ...
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This study analyses the contribution of a problem-situation approach linked to teaching tools for the teaching of the concepts of ionic bonding and metallic bonding. Students of chemistry of the Federal Rural University of Pernambuco in Brazil participated in the study. The methodology involved: i) developing a problem-situation; ii) a didactic intervention that made use of theoretical classes, simulations, videos and hypermedia; and iii) manual preparation of crystal lattices with use of styrofoam bails and toothpicks. The results showed that the students were able to identify the electrostatic nature of the chemical bonds, correctly classified the type of chemical bond and represented the crystal structures of ionic and metallic compounds, as expected. However some alternative conceptions were identified. For example, the association of the strong bond to the ionic compounds compared to metallic substances.
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Todos fazemos parte do trânsito, seja na função de condutor, passageiro, seja na de pedestre. Esse tema é rico em situações que podem ser analisadas sob a ótica da Física. Compreender as relações entre Física e Trânsito, além de possuir um grande potencial problematizador dentro do Ensino de Física, pode levar a desenvolver nos cidadãos uma cultura de cuidado e responsabilidade. Além disso, por ser um contexto presente no cotidiano da maioria, acredita-se que a temática possa servir de meio para verificar se os alunos conseguem transpor os saberes supostamente estudados no Ensino Médio a um contexto específico no qual esses conhecimentos encontram-se aplicados. A presente pesquisa buscou averiguar se egressos do Ensino Médio com diferentes características socioeconômicas demonstram desempenhos semelhantes ou diferentes em dois testes: um para medir o nível de Alfabetização Científica e outro para verificar suas habilidades de relacionar a Física escolar com o cotidiano do trânsito. Nossas conclusões remetem à defesa da importância de considerar os conhecimentos prévios, assim como da utilização de situações cotidianas como objetos de contextualização e problematização das aulas de Física. Palavras-chave: Física aplicada ao trânsito; alfabetização científica; pesquisa quantitativa; proficiência científica.
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Apresenta-se os resultados de uma pesquisa que investigou se egressos do Ensino Médio relacionam a Física escolar com o cotidiano do trânsito. Para tal, foi aplicado um questionário com questões de Física aplicadas a este contexto, e posteriormente, testes de hipótese foram realizados, a fim de verificar se grupos com características opostas dessa mesma amostra apresentaram desempenhos estatisticamente diferentes entre si. Foram testadas hipóteses de igualdade de médias entre gênero, idade, realidade escolar, experiência com veículos e nível educacional atual, por meio do Teste U de Mann-Whitney. Notou-se que participantes que concluíram o Ensino Médio em escolas particulares, assim como os que já haviam dirigido até o momento da pesquisa, obtiveram desempenhos estatisticamente maiores do que o grupo oposto. Tais constatações corroboram com a concepção de que a qualidade do ensino, a consideração dos conhecimentos prévios dos estudantes e as experiências vivenciadas por cada indivíduo, podem ser fatores de impacto na aprendizagem, potencializando uma maior retenção de conceitos físicos em egressos da educação básica e a possibilidade de desenvolver uma visão crítica do seu cotidiano, preceitos básicos de uma Alfabetização Científica.
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O presente trabalho traz um levantamento bibliográfico realizado a partir de 10 periódicos da área de Ensino, das publicações de 2005 até 2014, sobre a temática audiovisual na Educação em Ciências. Utilizamos a metodologia da pesquisa documental e a análise de conteúdo de Bardin. A partir da análise realizada obtivemos um resultado em que a categoria predominante foi Artefato/Audiovisual Didático na Educação em Ciências, e que o uso do audiovisual no Ensino de Ciências ainda é pouco explorado, possuindo características neutro-instrumentais. Constatamos também a ausência de um modo de uso do audiovisual no Ensino de Ciências sob a perspectiva crítico-transformadora e, a falta de diálogo entre a área de Educação em Ciências e o referencial teórico-metodológico de audiovisual/comunicação. Ao considerar este cenário, apontamos a necessidade de pesquisas na área de Educação em Ciências com o uso do audiovisual crítico-progressista com estudantes e professores.
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Uma das formas de se abordar a Física na Educação Básica para que sua aprendizagem possa ganhar maior significado é abordando fenômenos que façam parte da vida dos estudantes, como por exemplo as situações aplicadas no trânsito. Este artigo apresenta resultados obtidos de uma pesquisa bibliométrica sobre a produção acadêmica nacional da temática Física aplicada ao trânsito. O objetivo foi realizar uma revisão de literatura e analisar o estado da arte da produção acadêmica citada a fim de observar de que forma a temática vem sendo trabalhada na pesquisa e no ensino. A busca recuperou 2491 documentos, porém apenas 20 foram aproveitados na temática de interesse. Entre as ideias em comum levantadas, encontramos a importância de abordar o tema trânsito durante todos os anos da educação básica; a relevância da contextualização no Ensino de Física; e a influência dos aspectos emocionais na aprendizagem. Constatamos que, apesar do grande potencial para o ensino de Física, pouco tem se desenvolvido em pesquisas sobre o tema. Isso pode explicar a dificuldade na compreensão e assimilação de conceitos físicos amplamente utilizados no cotidiano do trânsito.
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http://dx.doi.org/10.5007/2175-7941.2012v29n2p283 Este trabalho analisa fisicamente uma cena do filme Titanic, que teve significativa repercussão nas redes sociais quando da ocasião do seu relançamento para os cinemas. A cena está associada a questões como flutuação e o Princípio de Arquimedes e sugere uma instigante análise para ser realizada em aulas de Física.
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