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DESAFIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO ENSINO SUPERIOR
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
FE
U
DESAFIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO ENSINO SUPERIOR
RELATÓRIO DO PROJECTO
Eco2green
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
- FACULDADE DE ECONOMIA –
BLOCO DE ENSINO
U
C - FACULDADE DE ECONOMIA DA UC
NOME DO PROJECTO
Watt, we could save!
29/04/2012
DESAFIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO ENSINO SUPERIOR
BLOCO DE ENSINO
ECO2GREEN EDIFÍCIO ENSINO DA FEUC FEUC/FCTUC
2
1. Identificação da Equipa Participante
Nome da Equipa: Eco2green
Edifício Analisado: Bloco de Ensino da FEUC
Chefe de Equipa:
Nome:
João Pedro da Rocha Ferreira
Data de Nascimento:
15/10/1984
Instituição de Ensino:
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Categoria:
Aluno de Doutoramento / Investigador
Função/Curso:
Sistemas Sustentáveis de Energia
2º Elemento:
Nome:
Pedro Miguel Abrantes Soares da Conceição
Data de Nascimento:
05-11-1986
Instituição de Ensino:
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
Categoria:
Aluno Mestrado Integrado
Função/Curso:
Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores
3º Elemento:
Nome: Luísa Maria Dias Pereira
Data de Nascimento:
28/04/1981
Instituição de Ensino:
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
Categoria:
Aluno de Doutoramento
Função/Curso:
Sistemas Sustentáveis de Energia
4º Elemento:
Nome:
Nelson Miguel Lopes Soares
Data de Nascimento:
05/07/1983
Instituição de Ensino:
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
Categoria:
Aluno de Doutoramento
Função/Curso:
Sistemas Sustentáveis de Energia
5º Elemento:
Nome:
Patrícia Pereira da Silva
Data de Nascimento:
23/09/1971
Instituição de Ensino:
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Categoria:
Professora Auxiliar
Função/Curso:
Gestão/Economia/Energia para a Sustentabilidade
ECO2GREEN EDIFÍCIO ENSINO DA FEUC FEUC/FCTUC
3
2. Motivação para participar no Green Campus
A Eco2green nasceu no seio da iniciativa Energia para a Sustentabilidade (Energy for
Sustainability - EfS) da Universidade de Coimbra (UC). A iniciativa EFS congrega docentes das
Faculdades de Ciências e Tecnologia, de Economia e de Psicologia e Ciências da Educação, com
longa experiência de ensino, investigação, transferência de tecnologia e consultoria em temas
ligados à energia e ao desenvolvimento sustentável. No âmbito desta iniciativa, a UC oferece
também programas de formação avançada nomeadamente um curso de Doutoramento em
Sistemas Sustentáveis de Energia em articulação com o Programa MIT/Portugal.
Refletindo o espirito interdisciplinar da iniciativa EfS e do programa doutoral em que estão
envolvidos a maioria dos membros da equipa, um grupo de alunos fortemente motivados e
com diferentes backgrounds, resolveu agarrar o desafio Green Campus e partir para a
"aventura". A equipa contou desde o primeiro momento com o apoio da Prof. Patrícia Pereira
da Silva, de vários professores da iniciativa EfS e também, com o apoio da direção da
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC).
Quando a equipa decidiu representar a UC e escolher o bloco de ensino da FEUC não sabia o
que iria encontrar e quais é que seriam as suas principais dificuldades. Todos os membros já
houveram experimentado e vivido o edifício mas não tinham mais do que uma visão naïf do
seu objeto de estudo. Cada um tinha a sua perceção do local onde tinham aulas e/ou
trabalhavam, do conforto térmico que experimentavam, da eficiência energética do edifício e
do comportamento dos seus utilizadores. No entanto, todos queriam agarrar o desafio e unir
esforços para contribuir ativamente para a promoção da eficiência energética no seio da UC.
O desafio Green Campus lançou assim o mote para a equipa se empenhar em conhecer de
forma mais íntima e pormenorizada o Bloco de Ensino da FEUC. A incerteza sobre o que iriam
enfrentar e a possibilidade de poderem meter em prática muitos dos conhecimentos
adquiridos ao longo dos seus percursos académicos alimentavam a adrenalina do grupo. As
horas investidas em levantamentos in situ e em campanhas de monitorização dos consumos,
as horas perdidas no meio de muitos arquivos, assim como os muitos encontros, reuniões, etc.
que a equipa viveu nos últimos meses foram sem dúvida bastante enriquecedoras para a
formação individual de cada elemento, não só do ponto de vista académico, mas também do
ponto de vista cívico.
A eficiência energética do parque edificado público deve ser uma preocupação de todos e, no
caso concreto dos edifícios afetos ao ensino superior público, todos os seus ocupantes, alunos,
professores, funcionários, visitantes, etc. devem ter consciência de que podem contribuir de
forma ativa para a sustentabilidade energética e para a redução dos consumos de energia.
Mais ainda, com a execução deste trabalho a equipa procurava dar à direção da FEUC aquele
que seria o primeiro documento que refletia sobre a eficiência energética atual do Bloco de
Ensino, sobre a maneira como os utilizadores do edifício percecionavam a eficiência do mesmo
assim como, sobre a efetiva monitorização dos consumos energéticos desagregados. Os
principais motivos que levaram a equipa a participar no desafio Green Campus foram então:
• a efetiva necessidade de baixar os consumos energéticos do bloco de ensino da FEUC
assim como da fatura energética associada;
• o facto do edifício apresentar consumos energéticos consideráveis mas persistirem
reclamações dos seus utilizadores no que respeita ao conforto térmico expectável;
ECO2GREEN EDIFÍCIO ENSINO DA FEUC FEUC/FCTUC
4
• motivações pessoais/curriculares dos membros da equipa - o projeto Green Campus
acompanha a temática dos planos de estudo de Mestrado e/ou Doutoramento;
• o documento produzido será facultado à direção da FEUC com vista a ser integrado num
plano de caracterização da eficiência energética atual dos seus edifícios, e num plano de
medidas de melhoria para a eficiência energética do parque edificado, redução dos
consumos energéticos e melhorias comportamentais dos seus utilizadores.
3. Apresentação do Projeto
3.1. Resumo do projeto
A equipa Eco2green pretende delinear estratégias/ações de melhoria para a eficiência
energética do Bloco de Ensino da FEUC. Para tal, procedeu-se à caracterização dos consumos
energéticos, da envolvente construtiva do edifício e dos sistemas instalados, assim como, à
caracterização comportamental dos seus ocupantes.
Efetuou-se uma auditoria energética baseada nas faturas energéticas e na monitorização dos
consumos de modo a poder estimar-se o contributo de cada edifício para a fatura energética
total, uma vez que os consumos dos 3 edifícios que constituem a FEUC não se encontram
desagregados. Com base nos resultados da monitorização dos consumos foi também possível
estabelecer o padrão de consumos do Bloco de Ensino. Para além dos consumos elétricos
foram ainda avaliados os consumos de gás natural (para aquecimento) e de água.
Para avaliar em que medida a envolvente do edifício afeta o conforto térmico e a eficiência
energética do edifício fez-se a caracterização e avaliação da envolvente térmica baseada em
levantamentos in situ, na análise dos projeto de arquitetura e especialidades disponibilizados e
no recurso a termografia. Os sistemas de climatização e ventilação foram também
caracterizados. Relativamente à questão comportamental dos ocupantes do Bloco de Ensino
foi feito um inquérito ao meio académico da FEUC para diagnosticar e avaliar os principais
comportamentos padrão.
Após esta análise identificaram-se os principais eixos de atuação, oportunidades de
racionalização de consumo (ORC) e medidas de melhoria técnicas e comportamentais para
aumentar a eficiência energética do Bloco de Ensino da FEUC.
3.2. Objetivos do Projeto
Os Principais objetivos do projeto são: (i) avaliar qual é o contributo do Bloco de Ensino para o
consumo energético total do conjunto dos 3 edifícios que constituem a FEUC, uma vez que não
há desagregação dos consumos que reflita o peso de cada edifício na fatura energética total da
FEUC; (ii) avaliar qual o padrão de consumos no Bloco de Ensino ao longo do ano, procurando
identificar oportunidades de racionalização e melhoria; (iii) perceber como é que o
funcionamento de um bar (com produção industrial) dentro de um edifício onde só decorrem
aulas, pode afetar os consumos de energia, uma vez que não existe qualquer desagregação
dos consumos; (iv) avaliar como é que as caraterísticas da envolvente térmica podem afetar o
conforto térmico no interior do edifício, procurando identificar oportunidades de melhoria; (v)
avaliar em que medida os sistemas de climatização e ventilação instalados afetam a eficiência
energética e o conforto térmico ao longo do ano; (vi) caracterizar os comportamentos
ECO2GREEN
caraterísticos
da população que frequenta o edifício perante questões de ordem ambiental e
energética, procurando identificar padrões de comportamento e propor medidas de
sensibilização; (vii)
identificar ORC e propor medidas de natureza técnica e comportamental
que perm
itam aumentar a eficiência energética do Bloco de Ensino.
3.3. Localização do
Projeto
O Bloco de Ensino
destacado na Fig.
(Bloco de Ensino, Bloco de
Investigação/B
Dias da Silva, 165,
Coimbra, e que constituem
a)
Coordenadas da FEUC 40.214698
Fig. 1
. a) Localização do Bloco de ensino da FEUC; b) Localização da FEUC; c) Alçado SE; d) Alçado NE; e) Alçado NW;
O projeto das "Novas Ins
talaç
Localizado na zona S/SW do terreno limítrofe à FEUC, o
segundo um eixo longitudinal NW
apresentam-se nas Fig. 1
c)
distribuídos por quatro pisos
NE enquanto que as 5 salas/anfiteatro se encontram expostas a SW. Este edifício
dotado de um au
ditório, sobre o qual se situa a sala de convívio
atividades predominantes neste edifício são as aulas e os exames durante o período letivo e as
atividades associadas ao funcionamento do bar, com produção industrial própria. A taxa
ocupação semanal é continua de Segunda
aos Domingos.
N
EDIFÍCIO ENSINO DA FEUC
da população que frequenta o edifício perante questões de ordem ambiental e
energética, procurando identificar padrões de comportamento e propor medidas de
identificar ORC e propor medidas de natureza técnica e comportamental
itam aumentar a eficiência energética do Bloco de Ensino.
Projeto
destacado na Fig.
1a), é
parte integrante de um conjunto de 3 edifícios
Investigação/B
iblioteca e Casa dos Limas
/Reitoria
Coimbra, e que constituem
no seu consunto a FEUC, Fig. 1
b).
Coordenadas da FEUC 40.214698
-8.408988 [Google Maps (2012)].
c) Alçado principal do edifício
e) Alçado NW.
b) Bird’s eye view
da FEUC
[in
http://www.bing.com/maps/
. a) Localização do Bloco de ensino da FEUC; b) Localização da FEUC; c) Alçado SE; d) Alçado NE; e) Alçado NW;
f) Alçado SW.
talaç
ões" da FEUC que inclui o Bloco de E
nsino data de 1988.
Localizado na zona S/SW do terreno limítrofe à FEUC, o
Bloco de Ensino
segundo um eixo longitudinal NW
-SE.
Os alçados do Bloco de Ensino (edifício em
c)
-f). O
Bloco de Ensino da FEUC, desenvolve
distribuídos por quatro pisos
(Fig. 2). As 17 salas de aula planas
são na sua maioria voltadas a
NE enquanto que as 5 salas/anfiteatro se encontram expostas a SW. Este edifício
ditório, sobre o qual se situa a sala de convívio
e o
bar.
atividades predominantes neste edifício são as aulas e os exames durante o período letivo e as
atividades associadas ao funcionamento do bar, com produção industrial própria. A taxa
ocupação semanal é continua de Segunda
-
feira a Sábado. O edifício apenas está desocupado
FEUC/FCTUC
5
da população que frequenta o edifício perante questões de ordem ambiental e
energética, procurando identificar padrões de comportamento e propor medidas de
identificar ORC e propor medidas de natureza técnica e comportamental
parte integrante de um conjunto de 3 edifícios
/Reitoria
), situados na Av.
b).
c) Alçado principal do edifício
- SE.
d) Alçado NE.
f) Alçado SW.
da FEUC
http://www.bing.com/maps/
(2012)].
. a) Localização do Bloco de ensino da FEUC; b) Localização da FEUC; c) Alçado SE; d) Alçado NE; e) Alçado NW;
nsino data de 1988.
Bloco de Ensino
desenvolve-se
Os alçados do Bloco de Ensino (edifício em
estudo)
Bloco de Ensino da FEUC, desenvolve
-se em 4000m
2
,
são na sua maioria voltadas a
NE enquanto que as 5 salas/anfiteatro se encontram expostas a SW. Este edifício
é também
bar.
Desta forma as
atividades predominantes neste edifício são as aulas e os exames durante o período letivo e as
atividades associadas ao funcionamento do bar, com produção industrial própria. A taxa
de
feira a Sábado. O edifício apenas está desocupado
ECO2GREEN EDIFÍCIO ENSINO DA FEUC FEUC/FCTUC
6
Fig. 2. Distribuição espacial do Bloco de Ensino da FEUC em planta: a) Piso 0; b) Piso 1; c) Piso 2; d) Piso 3.
4. Medidas do Projeto
Com vista à concretização dos objetivos, a equipa dividiu o seu projeto em duas vertentes: as
medidas técnicas e as medidas comportamentais. As medidas técnicas incluem os resultados
da auditoria energética feita ao edifício e da caracterização da envolvente térmica do edifício e
dos sistemas instalados (tendo sido consultados os projetos de arquitetura e especialidades
para o efeito). As medidas comportamentais derivam sobretudo do inquérito realizado sobre
uma população do universo da comunidade da FEUC.
4.1. Medidas Técnicas
4.1.1. Auditoria Energética
A realização de uma auditoria energética visa caracterizar de uma forma detalhada as
condições de utilização de energia numa determinada instalação, assim como identificar ORC
com o intuito primordial de reduzir os gastos com a energia. Deste modo, uma auditoria
energética não é mais que um levantamento detalhado das condições de utilização de energia
por atividade, equipamento ou processo de forma a ser possível classificar a eficiência da sua
utilização bem como identificar possíveis desperdícios de energia existentes. Atualmente o
conceito de auditoria energética é uma ferramenta indispensável para a gestão eficiente de
energia, pois é somente através do levantamento detalhado dos consumos energéticos por
edifício, sector e equipamentos, bem como do grau de eficiência destes equipamentos, que é
possível caracterizar a estrutura de consumos e assim definir planos de gestão de energia bem
como identificar possíveis desperdícios que devem ser alvo de intervenção.
Em suma, uma auditoria energética é um plano estratégico de intervenção que tem por
objetivo identificar e analisar a viabilidade técnico-económica das medidas a introduzir bem
como dos objetivos a alcançar no que respeita à redução dos consumos energéticos.
ECO2GREEN EDIFÍCIO ENSINO DA FEUC FEUC/FCTUC
7
A realização de uma auditoria energética exige uma preparação prévia e um planeamento
adequado, pois só assim é possível garantir que todos os objetivos inerentes à mesma sejam
realizados de uma forma eficaz e objetiva. Assim, a utilização de uma metodologia que otimize
a realização da auditoria é indispensável. Aquando do planeamento da auditoria energética é
necessário ter em atenção o tipo de edifício a auditar bem como as suas dimensões e
características principais.
A metodologia a seguir aquando da realização da auditoria energética compreende as
seguintes fases: (i) contacto inicial com os responsáveis pelo edifício; (ii) preparação e
planeamento da intervenção; (iii) intervenção local: (iv) auditoria deambulatória; (v) auditoria
analítica; (vi) instalação dos equipamentos de medida respeitando a segurança no trabalho;
(vii) tratamento dos dados recolhidos, i.e., análise dos resultados, desagregação dos consumos
por sector e balanços de massa e energia; (viii) elaboração do relatório da auditoria.
De forma a ser possível obter as grandezas elétricas necessárias para a realização da auditoria
energética foi preciso recorrer a equipamentos apropriados para esse fim. Contudo antes de
se proceder à monitorização, foi necessário efetuar um estudo para se identificarem todos os
equipamentos considerados necessários, sobre o ponto de vista de consumo de energia, para
assim ser possível gerir de uma forma eficaz os recursos tecnológicos existentes e o tempo
disponível. Os equipamentos de monitorização utilizados na auditoria energética têm a
capacidade de armazenar um número diversos de dados (Tensão, Corrente, Potência Ativa,
Potência Reativa, Potência Aparente, Frequência, Fator Potência, etc.), que posteriormente
foram analisados e tratados de forma a ser possível obter uma caracterização do regime de
funcionamento da instalação, bem como dos consumos globais ou parciais.
Nesta auditoria energética utilizaram-se quatro tipos distintos de equipamentos de
monitorização, 1 LEM Analyst 3Q, 3 Chauvin Arnaux 8334B, 3 Circutor CIR-e3 e 1 Fluke 434
Power Quality Analizer que se encontram representados na Fig.3. Para além da utilização dos
equipamentos mencionados, foi ainda utilizado um multímetro digital, com o intuito de se
obter a correta ligação dos equipamentos de monitorização aos quadros elétricos, a tensão
entre fases e a corrente nas respetivas fases e neutro.
a) b) c) d)
Fig. 3. Equipamentos de monitorização utilizados na auditoria energética: a) LEM Analyst 3Q; b) Chauvin Arnaux;
c) Circutor CIR-e
3
; d) Fluke 434 Power Quality Analizer.
4.1.1.1. Situação Contratual com a EDP
A FEUC tem estabelecido um contrato de fornecimento de energia elétrica com a EDP Serviço
Universal com as seguintes caraterísticas:
• Potência Contratada: 292,95 kW
• Descrição da Instalação: Média Tensão - MT
• Tarifa Contratada: MTB-Longas UT, Tetra-Horária
• Zona de Qualidade de Serviço: Eletricidade - A
ECO2GREEN
• Ciclo Horário: Diário
•
Potência Instalada: 630 kVA
•
Potência Requisitada: 630 kVA
Como já se referiu anteriormente, não existe qualquer desagregação dos co
edifícios da FEUC. Desta forma, dado que as atividades e a taxa de ocupação dos 3 edifícios
muito diferentes
, é muito difícil prever qual o real contributo do Bloco de
energética total da FEUC.
Com vista à correta
energia, procedeu-
se à monitorização e análise
a semana compreendida entre 24 e 31 de Janeiro de 2012.
Na Fig. 4a) apresenta-se a e
volução da
en
tre 24 e 31 de Janeiro de 2012 para a
decrescendo ao Sábado (dia 28) e principalmente ao Domingo (dia 29). Estes resultados seriam
espectáveis
pois estão de acordo com os
edifícios da FEUC. O consumo é aproximadamente constante durante os períodos noturnos (o
edifício encontra-
se desocupado) e ao
afetos ao bar (arcas frigorific
a
aquecimento elétrico.
Fig. 4. a) Evolução da
PA total (kW) e da PA por fase (kW) entre 24 e 31 de Janeiro de 2012
desagregados por edifício no mesmo período.
Co
m base nos resultados anteriores, apresenta
desagregados para os 3
edifícios da FEUC. Verifica
consumo é o Bloco
de Investigação/Biblioteca (53 %), seguido pelo Bloco de Ensin
pela Reitoria (14 %). Porém,
semana
de exames durante a qual não ocorreram aulas, apenas decorre
modo é de prever que o
s consumos do Bloco de E
período de aulas.
Seria ideal ter repetido a campanha
esse período mas infelizmente tal não foi possível por indisponibilidade dos equipamentos
necessários.
Relativamente à reitoria, apesar de esta cont
exames, é
de esperar também um aumento do
haverá uma maior aflu
ência dos
Biblioteca prevê-se
o oposto, ou seja, aquando do
diminuição da frequência na
biblioteca e uma redução dos consumos
Note-
se que o sistema de aque
do Bloco de Investigação, nomeadamente de a
equipamentos elétricos. No período de exames há uma
0
15
30
45
60
75
90
105
120
24 25 26
27
Potência Activa fase 1 (kW)
Potência Activa fase 3 (kW)
EDIFÍCIO ENSINO DA FEUC
Potência Instalada: 630 kVA
Potência Requisitada: 630 kVA
Como já se referiu anteriormente, não existe qualquer desagregação dos co
edifícios da FEUC. Desta forma, dado que as atividades e a taxa de ocupação dos 3 edifícios
, é muito difícil prever qual o real contributo do Bloco de
E
nsino para a fatura
Com vista à correta
identificação dos principais consumidores de
se à monitorização e análise
dos consumos de
energia elétrica (
a semana compreendida entre 24 e 31 de Janeiro de 2012.
volução da
Potência Ativa (PA) to
tal (kW) e da PA por fase (kW)
tre 24 e 31 de Janeiro de 2012 para a
FEUC. O maior consumo verifica-
se durante a semana,
decrescendo ao Sábado (dia 28) e principalmente ao Domingo (dia 29). Estes resultados seriam
pois estão de acordo com os
períodos de aulas e com a taxa de ocupação dos
edifícios da FEUC. O consumo é aproximadamente constante durante os períodos noturnos (o
se desocupado) e ao
Domingo, e deve-se provavelmente
aos equipamentos
a
s, congeladores, etc.), a alguma iluminação e
alguns sistemas de
a)
PA total (kW) e da PA por fase (kW) entre 24 e 31 de Janeiro de 2012
-
desagregados por edifício no mesmo período.
m base nos resultados anteriores, apresenta
-se na Fig. 4b)
uma estimativa dos
edifícios da FEUC. Verifica
-se que
o edifício que apresenta maior
de Investigação/Biblioteca (53 %), seguido pelo Bloco de Ensin
é preciso realçar que esta estimativa apenas
diz respeito a uma
de exames durante a qual não ocorreram aulas, apenas decorre
m exames
s consumos do Bloco de E
nsino sejam mais signif
icativos durante o
Seria ideal ter repetido a campanha
de monitorização dos consumos
esse período mas infelizmente tal não foi possível por indisponibilidade dos equipamentos
Relativamente à reitoria, apesar de esta cont
inuar em funcionamento na
de esperar também um aumento do
consumo aqu
ando do início das aulas, pois
ência dos
alunos a este bloco. Quanto ao Bloco
de Investigação e
o oposto, ou seja, aquando do
início do 2º semestre espera
biblioteca e uma redução dos consumos
.
se que o sistema de aque
cimento central é a gás natural contudo
, parte
do Bloco de Investigação, nomeadamente de a
lguns gabinetes d
os professores, é feito por
equipamentos elétricos. No período de exames há uma
permanência
maior dos professores
27
28 29 30
Potência Activa fase 2 (kW)
Potência Activa Total (kW)
53%
Consumos Desagregados
Reitoria
Bloco de Ensino
Investigação/Biblioteca
FEUC/FCTUC
8
Como já se referiu anteriormente, não existe qualquer desagregação dos co
nsumos para os 3
edifícios da FEUC. Desta forma, dado que as atividades e a taxa de ocupação dos 3 edifícios
são
nsino para a fatura
identificação dos principais consumidores de
energia elétrica (
EE) durante
tal (kW) e da PA por fase (kW)
se durante a semana,
decrescendo ao Sábado (dia 28) e principalmente ao Domingo (dia 29). Estes resultados seriam
períodos de aulas e com a taxa de ocupação dos
edifícios da FEUC. O consumo é aproximadamente constante durante os períodos noturnos (o
aos equipamentos
alguns sistemas de
b)
FEUC; b) Consumos
uma estimativa dos
consumos
o edifício que apresenta maior
de Investigação/Biblioteca (53 %), seguido pelo Bloco de Ensin
o (33 %) e
diz respeito a uma
m exames
. Deste
icativos durante o
de monitorização dos consumos
para
esse período mas infelizmente tal não foi possível por indisponibilidade dos equipamentos
inuar em funcionamento na
época de
ando do início das aulas, pois
de Investigação e
à
início do 2º semestre espera
-se uma
, parte
do aquecimento
os professores, é feito por
maior dos professores
14%
33%
Consumos Desagregados
Bloco de Ensino
Investigação/Biblioteca
ECO2GREEN EDIFÍCIO ENSINO DA FEUC FEUC/FCTUC
9
nos seus gabinetes o que também poderá aumentar o consumo neste bloco durante o período
avaliado.
4.1.1.2. Evolução do consumo de energia ativa (EA)
Através da análise das facturas referentes aos anos de 2007, 2008, 2009 e 2010, obteve-se a
evolução dos consumos de energia ativa (EA) esquematizada na Fig. 5a). Verifica-se que o
consumo de EA não é constante ao longo do ano. O consumo de energia nos meses frios
(Dezembro, Janeiro, Fevereiro e Março) é maior do que nos meses quentes (Junho e Julho). Os
baixos consumos no mês de Agosto, quando comparados com os restantes meses de Verão,
devem-se ao típico período de férias escolares (ausência de aulas e/ou exames).
Com base nas faturas referentes aos anos anteriormente referidos, foi também possível obter
uma desagregação do consumo de EA por períodos horários, traduzida na Fig. 5b).
a) b)
Fig. 5. Evolução no período 2007-2010 a) dos consumos de EA; b) da desagregação dos consumos de EA.
Verifica-se que o consumo de EA nos diferentes períodos horários (vazio normal, super vazio,
ponta e cheias) se manteve constante ao longo do período analisado. Assim, pode-se concluir
que o consumo de EA se encontra relativamente estabilizado.
Analisando mais detalhadamente o gráfico da Fig. 5b), verifica-se que a maioria dos consumos
correspondem aos períodos de cheias, o que seria expectável dado que nesse período existe
uma maior utilização/ocupação do edificado. O mesmo se pode verificar relativamente aos
consumos das horas de ponta. Estas correspondem aos períodos do dia com maior atividade,
seja aquela relativa às atividades escolares, ou aquela referente à atividade do bar.
O consumo nos períodos de vazio (super vazio e vazio normal), apresenta valores superiores
aos desejados, pois tratam-se dos períodos do dia em que as atividades dentro do edificado
são praticamente inexistentes. Estes valores são justificados pelo facto de alguns
equipamentos (climatização, ventilação, computadores, equipamentos de refrigeração e apoio
ao bar, etc.) ficarem ligados permanentemente. O mesmo acontece com a iluminação. Parte
da iluminação é deixada eventualmente ligada durante o período noturno. A esta acresce a
iluminação exterior do recinto escolar.
4.1.1.3. Análise dos consumos de energia elétrica (EE) do Bloco de Ensino
Com vista à correta identificação dos principais consumidores de energia no Bloco de Ensino
da FEUC, procedeu-se à monitorização e análise dos consumos de EE em vários períodos: (i)
16 de Dezembro de 2011 a 17 de Janeiro de 2012; (ii) 24 a 31 de Janeiro de 2012; (iii) 3 a 23 de
Março de 2012.
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
EA (kWh)
Ano 2007
Ano 2008
Ano 2009
Ano 2010
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
Vazio
normal
(kWh)
Super
Vazio
(kWh)
Ponta
(kWh)
Cheias
(kWh)
Total
EA (kWh)
Ano 2007
Ano 2008
Ano 2009
Ano 2010
ECO2GREEN EDIFÍCIO ENSINO DA FEUC FEUC/FCTUC
10
(i) 16 de Dezembro de 2011 a 17 de Janeiro de 2012 - período de férias de Natal e exames:
Na Fig. 6a) apresenta-se a evolução da Potência Ativa total (kW) e na Fig. 6b) a evolução da
Potência Ativa por fase (kW) entre 16 e 26 de Dezembro de 2011.
a) b)
Fig. 6. Evolução da a) PA total (kW) e da b) PA por fase (kW) entre 16 e 26 de Dezembro de 2011.
Verifica-se que foi nos dias 16 e 17 (da parte da manhã) que se obtiveram maiores consumos,
o que de facto era previsível uma vez que ainda decorreram aulas nesses dias. Note-se que
este período correspondeu ao período de férias escolares - Natal. Durante a parte da tarde do
dia 17 de Dezembro (sábado) verifica-se uma diminuição acentuada do consumo, uma vez que
as aulas terminaram. Este consumo manteve-se estabilizado durante o Domingo, devendo-se
sobretudo a equipamentos afetos ao bar (arcas frigorificas, congeladores, etc.), standby e a
alguma iluminação. Do dia 19 ao dia 23 (2ª a 6ªfeira), tendo em conta que já não decorriam
aulas, verificaram-se consumos praticamente idênticos em todos estes dias. Durante as horas
em que a taxa de ocupação/atividade era maior (7h:00-18h:00), verificaram-se maiores
consumos de energia. Apesar da inexistência de aulas, verificou-se uma grande atividade por
parte dos funcionários e alunos (ao nível da iluminação, algum aquecimento e bar).
No fim-de-semana seguinte e, atendendo ao período natalício, verificou-se uma diminuição
acentuada nos consumos, o que era expectável. O consumo existente nos períodos de
desocupação do edifício devem-se sobretudo a equipamentos em standby, equipamentos de
refrigeração do bar e alguma iluminação deixada ligada. Na segunda-feira, dia 26, verificou-se
que o consumo voltou a ser idêntico ao da semana que antecedeu o período de férias de
Natal, uma vez que as atividades retomaram o seu padrão normal. Verifica-se ainda que a
potência de base permanece essencialmente a mesma (cerca de 6kW) independentemente de
ser fim-de-semana ou dia útil. Relativamente aos consumos totais por fase para a semana em
causa, verifica-se um desequilíbrio nos consumos por fase, sendo a fase 2 a mais utilizada.
Na Fig. 7a) apresenta-se a evolução do Fator de Potência total e na Fig. 7b) a evolução do Fator
de Potência por fase para o mesmo período. Relativamente ao fator de potência total, verifica-
se um desempenho satisfatório, uma vez que este apresenta valores nunca inferiores a 0.7.
a) b)
Fig. 7. Evolução do a) Fator de Potência total e do b) Fator de Potência por fase entre 16 e 26 de Dezembro de 2011.
0
10
20
30
40
50
16 17 18 19 20 21 22 23 25 26
Potência Activa Total (kW)
0
5
10
15
20
16 17 18 19 20 21 22 23 25 26
Potência Activa fase 1 (kW)
Potência Activa fase 2 (kW)
Potência Activa fase 3 (kW)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
16 17 18 19 20 21 22 23 25 26
Factor Potência Total
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
16 17 18 19 20 21 22 23 25 26
Factor Potência fase 1
Factor Potência fase 2
Factor Potência fase 3
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11
A análise realizada para o período compreendido entre 26 de Dezembro de 2011 e 1 de Janeiro
de 2012 foi idêntica à efetuada para a semana anterior. Uma vez que não houve aulas, o
padrão de funcionamento do Bloco de Ensino manteve-se idêntico ao dos dias da semana
anterior. Os resultados confirmam que a não existência de aulas implica uma redução
acentuada nos consumos.
Na Fig. 8a) apresenta-se a evolução da PA total (kW) e na Fig. 8b) a evolução da PA por fase
(kW) entre 2 e 10 de Janeiro de 2012. Na Fig. 9a) apresenta-se a evolução do Fator Potência
total e na Fig. 9b) a evolução do Fator Potência por fase para o mesmo período.
a) b)
Fig. 8. Evolução da a) PA total (kW) e da b) PA por fase (kW) entre 2 e 10 de Janeiro de 2012.
a) b)
Fig. 9. Evolução do a) Fator de Potência total e do b) Fator de Potência por fase entre 2 e 10 de Janeiro de 2012.
Comparativamente com os resultados da semana anterior, verificou-se um acréscimo nos
consumos e nos “picos” de potência, devido a uma maior atividade/ocupação neste período,
nomeadamente para realização de exames. Os acréscimos de potência, nomeadamente nos
“picos”, ocorreram no período da manhã (entre as 10:00-11:30), levando a concluir que estes
consumos elevados se deveram à confecção de refeições no bar (utilização de fornos). Outra
das diferenças relevantes relativamente à semana anterior, foi o facto do consumo nocturno
ter aumentado (em alguns casos para o dobro). Esta situação deveu-se, provavelmente, ao
facto de se terem deixado ligados alguns equipamentos, nomeadamente do bar.
Relativamente à potência de base verificou-se um aumento significativo (5kW) a partir do dia 5
de Janeiro. Este valor de base manteve-se até ao dia 12. Assim, comparativamente com a
semana anterior, verifica-se um consumo de energia bastante superior, o que de facto seria de
esperar pois a afluência de alunos, funcionários e professores é bastante superior durante esta
semana devido às atividades ocorridas (exames). Este aumento de consumo deve-se
sobretudo ao bar (equipamentos necessários para a confecção de alimentos como fornos) e
iluminação.
0
10
20
30
40
50
60
2345678910
Potência Activa Total (kW)
0
5
10
15
20
25
2 3 4 5 6 7 8 9 10
Potência Activa fase 1 (kW)
Potência Activa fase 2 (kW)
Potência Activa fase 3 (kW)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
2 3 4 5 6 7 8 9 10
Factor Potência Total
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
2345678910
Factor Potência fase 1
Factor Potência fase 2
Factor Potência fase 3
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12
Os resultados da análise feita durante o período compreendido entre 10 e 17 de Janeiro são
em todo semelhantes aos resultados obtidos para a semana anterior. A realização de exames
continuou ao longo desta semana verificando-se assim um consumo muito semelhante ao da
semana anterior.
(ii) 24 a 31 de Janeiro de 2012 - período de exames:
A análise feita para esta semana foi idêntica à efetuada para a o período anterior. Uma vez que
ainda não decorriam aulas no Bloco de Ensino, a realização de exames continuou ao longo
desta semana, verificando-se um consumo semelhante ao das semanas já analisadas. No final
de Janeiro determinou-se como necessário voltar a realizar uma monitorização dos consumos,
uma vez que a maioria das monitorizações tinham ocorrido em períodos de férias/exames.
Identificou-se também a necessidade de tentar desagregar o consumo específico do
bar/restaurante, pois de acordo com a auditoria deambulatória presumiu-se que uma grande
parte dos consumos advinham das atividades do mesmo. Infelizmente esta tarefa não foi
possível ser feita até a data de entrega deste documento por razões de segurança, quer dos
equipamentos de monitorização, quer dos transeuntes do Bloco de Ensino. Porém esta
monitorização irá ser feita já a partir do dia 2 de Maio de 2012.
(iii) 3 a 23 de Março de 2012 - período de aulas:
Na Fig. 10a) apresenta-se a evolução da PA total (kW) e na Fig. 10b) a evolução da PA por fase
(kW) entre 3 e 9 de Março de 2012. Na Fig. 11a) apresenta-se a evolução da PA total (kW) e na
Fig. 11b) a evolução da PA por fase (kW) entre 10 e 16 de Março. Na Fig. 12a) e Fig. 12b)
apresenta-se a evolução das mesmas variáveis entre 17 e 23 de Março.
a) b)
Fig. 10. Evolução da a) PA total (kW) e da b) PA por fase (kW) entre 3 e 9 de Março de 2012.
a) b)
Fig. 11. Evolução da a) PA total (kW) e da b) PA por fase (kW) entre 10 e 16 de Março de 2012.
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
3456789
Potência Activa Total (Kw)
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
3456789
Potência Activa Fase 1 (Kw)
Potência Activa Fase 2 (Kw)
Potência Activa Fase 3 (Kw)
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
10 11 12 13 14 15 16
Potência Activa Total (kW)
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
10 11 12 13 14 15 16
Potência Activa fase 1 (kW)
Potência Activa fase 2 (kW)
Potência Activa fase 3 (kW)
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13
a) b)
Fig. 12. Evolução da a) PA total (kW) e da b) PA por fase (kW) entre 17 e 23 de Março de 2012.
Analisando os gráficos da PA para as três semanas monitorizadas (período de aulas) verifica-se
que não houve alterações no padrão de consumos. As horas de maior consumo ocorrem nos
dias úteis da semana entre as 9:00-19:00, pois é a partir das 9:00 que se iniciam as principais
atividades do Bloco de Ensino (aulas e funcionamento do bar). Verifica-se que o consumo de
energia começa a decrescer gradualmente a partir das 19:00, altura em que começa a diminuir
a taxa de ocupação do Bloco de Ensino. É ainda de referir que, pela análise dos gráficos da PA
por fase, houve o cuidado de evitar que algum tipo de iluminação ficasse ligada durante o
período de desocupação pois a fase 1 da PA apresenta valores nulos durante a noite. Este
comportamento é distinto do observado em monitorizações realizadas anteriormente, o que
revela uma maior preocupação em combater os desperdícios de energia, principalmente ao
nível da iluminação.
Por outro lado, e como seria de esperar, o consumo de energia foi mais baixo durante os fins-
de-semana, particularmente aos Domingos, devido a uma menor taxa de atividade/ocupação.
Aos Sábados, o consumo de energia aumenta a partir das 9:00, mantendo-se relativamente
regular até as 18:00, altura em que terminam as aulas. Relativamente aos Domingos, verifica-
se que a ausência de atividade/ocupação neste bloco faz com que não ocorram picos de
consumo, sendo o consumo nestes dias praticamente constante e bastante inferior.
É ainda de salientar que, durante o período analisado, o consumo nos períodos de não
atividade/ocupação se mantem aproximadamente igual para todos os dias (cerca de 5 kW),
valor este que se deve sobretudo a equipamentos de apoio ao bar que não podem ser
desligados e a alguma iluminação de segurança que permanece ligada durante a noite.
4.1.1.4. Análise dos consumos de Gás Natural
Na Fig. 13a) apresenta-se a evolução do consumo mensal de Gás Natural da FEUC para os anos
de 2009, 2010 e 2011. Na Fig. 13b) apresenta-se a evolução da fatura mensal de Gás Natural
para os mesmos anos considerados (e para os quais se obteve a informação dos consumos
junto da UC). Tal como os consumos de energia elétrica, também os consumos de Gás Natural
não se encontram desagregados por edifício. O sistema de aquecimento a Gás Natural é
comum ao Bloco de Ensino e para o Bloco de Investigação/Biblioteca. Não havendo qualquer
desagregação dos consumos, e sendo o sistema de climatização comum e centralizado, foi
impossível determinar o contributo de cada um dos edifícios para a fatura total de Gás Natural.
Esta realidade não só impossibilita o controlo dos consumos por edifício, como torna
extremamente difícil a boa gestão do sistema de climatização, quer do ponto de vista
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
17 18 19 20 21 22 23
Potência Activa Total (kW)
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
17 18 19 20 21 22 23
Potência Activa fase 1 (kW)
Potência Activa fase 2 (kW)
Potência Activa fase 3 (kW)
ECO2GREEN EDIFÍCIO ENSINO DA FEUC FEUC/FCTUC
14
económico, quer do ponto de vista de conforto térmico percecionado pelos ocupantes dos
dois edifícios. Sendo a ocupação e as atividades de naturezas distintas nos dois edifícios, a
efetiva gestão do sistema de aquecimento não existe e o nível de queixas (principalmente no
bloco de Investigação/Biblioteca) é bastante considerável. Entre muitos aspetos que revelam a
pouca eficiência do sistema de aquecimento destaca-se o facto de ele funcionar em contínuo,
com temperaturas da caldeira bastante elevadas, mesmo durante o período noturno. Para
chegar ao Bloco de Ensino (último edifício a ser servido) a temperatura do fluído pode ser tão
elevada que existem muitas queixas de sobreaquecimento de alguns gabinetes do Bloco de
Investigação durante o Inverno. Por outro lado, e para o mesmo período do dia, há queixas de
desconforto térmico e de baixas temperaturas no Bloco de Ensino. À pouca eficiência do
sistema de climatização associam-se as grandes perdas térmicas pela envolvente do edifício.
Deste modo, verifica-se que o grande consumo de Gás Natural coincide com a estação de
aquecimento (meses frios). O peso da fatura energética anual de Gás Natural foi de 20044.46 €
em 2009, 20254.16 € em 2010 e 17182.78 € em 2011. Conclui-se assim que a eficiente gestão
do sistema de climatização e a desagregação do aquecimento por edifício poderiam contribuir
para baixar o peso da fatura energética de Gás Natural da FEUC.
a) b)
Fig. 13. a) Evolução do consumo mensal de Gás Natural da FEUC para os anos de 2009, 2010 e 2011; b) Evolução da
fatura mensal de Gás Natural para os mesmos anos.
4.1.1.5. Análise dos consumos de água
Na Fig. 14a) apresenta-se a evolução do consumo mensal de água pela FEUC para os anos de
2010 e 2011. Na Fig. 14b) apresenta-se a evolução da fatura mensal de água para os mesmos
anos considerados (e para os quais se obteve a informação dos consumos junto da UC). Tal
como os consumos de energia elétrica e de Gás Natural, também os consumos de água não se
encontram desagregados por edifício.
a) b)
Fig. 14. a) Evolução do consumo mensal de água pela FEUC para os anos de 2010 e 2011; b) Evolução da fatura
mensal de água para os mesmos anos.
O consumo de água é devido ao consumo nas instalações sanitárias, bar e sistemas de rega dos
jardins exteriores. Conforme se pode verificar, relativamente à evolução mensal dos consumos
em 2010, os meses de maior consumo correspondem aos meses da estação de arrefecimento
0,0
2.000,0
4.000,0
6.000,0
8.000,0
10.000,0
[m3]
2011
2010
2009
0,00
1.000,00
2.000,00
3.000,00
4.000,00
5.000,00
6.000,00
[€]
2011
2010
2009
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
[m3]
2010
2011
0,00
300,00
600,00
900,00
1.200,00
1.500,00
1.800,00
[€]
2010
2011
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15
(Verão), onde os períodos de rega são mais regulares e acentuados. É de salientar que não
existe qualquer gestão do sistema de rega que preveja a poupança dos consumos de água.
Também não existe qualquer sistema de retenção das águas pluviais que permitisse dar apoio
a alguns períodos de rega. Relativamente às instalações sanitárias não estão instalados
nenhuns sistemas de redução dos caudais, nem em torneiras, nem em autoclismos, etc.
Mas o mais preocupante relativamente à gestão da fatura de água da FEUC é que o contador
do consumo de água se encontra avariado desde Maio de 2011, o que justifica a evolução dos
consumos em 2011. O peso da fatura de água foi de 14218.12 € e 5445,85 € em 2011. O valor
de 2011 não corresponde ao valor real da fatura de água devido à avaria do contador e este
valor vai ser aumentado quando a situação se regularizar, e os reais consumos forem
refletidos.
4.1.1.6. Análise das emissões de CO
2
Na Tabela 1 resumem-se os consumos anuais de eletricidade, água e Gás Natural da FEUC para
os anos aferidos. Todos os consumos de energia foram convertidos em emissões equivalentes
de CO
2
. Note-se que os valores dizem respeito aos consumos agregados dos 3 edifícios da
FEUC. Através das monitorizações efetuadas conclui-se que, para o período avaliado na secção
4.1.1.1, o consumo de energia elétrica do Bloco de Ensino ronda os 33% do consumo total
sendo as emissões equivalentes de CO
2
de aproximadamente 33% do valor total para esse
período. No que respeita ao consumo de gás, não foi possível indicar um valor parcial do
contributo do Bloco de Ensino para a fatura energética total, pelo que, não foi possível aferir a
percentagem da contribuição do mesmo para as emissões equivalentes de CO
2
.
Tabela 1. Consumos de eletricidade, água e Gás Natural da FEUC e total de emissões de CO
2
em 2009, 2010 e 2011.
Ano Consumos Emissões equivalentes de CO
2
Eletricidade (kWh)
Gás (m
3
) Água (m
3
) Eletricidade
1
Gás
2
Total
(KgCO
2
)
2008
2009
2010
2011
419543
427323
448620
-
-
33332
38537
25005
-
-
2658
*882
220092.3
224173.6
235346.1
-
-
78790.84
91562.24
59769.51
-
302964.49
326908.29
-
4.1.2. A envolvente térmica do edifício
A envolvente térmica do edifício deverá contribuir para o conforto dos ocupantes e para a
redução do consumo de recursos energéticos. A conceção arquitetónica deve ter sempre em
conta a eficiência energética do edifício. Um traçado inteligente da envolvente, uma boa
gestão da área de envidraçados, a previsibilidade de utilização de dispositivos de
sombreamento eficientes, o dimensionamento de palas de sombreamento, a boa gestão
sazonal da vegetação exterior e uma orientação solar refletida do edifício têm um forte
impacto no seu comportamento térmico.
Com o objetivo de atingir melhor comportamento térmico e uma maior eficiência energética
deve-se: maximizar o aproveitamento dos ganhos solares na estação de aquecimento -
maiores áreas envidraçadas orientadas a Sul; minimizar os ganhos solares na estação de
1
Factor de conversão obtido em Defra/DECC’s GHG – 0,5246 KgCO2e per unit (Grid electricity).
2
Factor de conversão obtido em Defra/DECC’s GHG – 0,1836 KgCO2e per unit (Natural Gas).
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16
arrefecimento - reforço da proteção da radiação solar durante o Verão através de sistemas de
sombreamento e de palas eficientes sobretudo a Oeste; minimizar as perdas pela envolvente
opaca e envidraçada, sobretudo nas orientações associadas a poucos ganhos solares (Norte) -
adotar elementos construtivos com baixos coeficientes de transmissão térmica, U (W.m
-2
.ºC
-1
),
etc. Datando o projeto de execução do Bloco de Ensino da FEUC a 1988, altura em que as
exigências regulamentares acerca da eficiência energética dos edifícios ainda não eram
significativas, muitas considerações se podem referir acerca da deficiente resistência térmica
da envolvente exterior do edifício.
4.1.2.1. Caracterização da envolvente do edifício - termografia
A termografia por raios infravermelhos é a ciência de aquisição e análise de valores de
temperatura obtidos a partir de câmaras termográficas. Todos os materiais emitem energia
(calor) na zona de radiação infravermelha do espectro eletromagnético, estando esta energia
relacionada com a temperatura que os materiais apresentam. A termografia é hoje
reconhecida como uma técnica de apoio à análise da envolvente térmica dos edifícios,
apresentando-se como uma técnica rápida, económica, não-destrutiva e extremamente
potente. As câmaras termográficas de infravermelhos permitem detetar e localizar problemas
tão diversos como por exemplo infiltrações em paredes e coberturas, falta de isolamento
térmico em fachadas e coberturas, pontes térmicas planas e lineares, etc. Na Fig. 15 é possível
detetar alguns dos problemas enunciados.
a) b) c) d)
Fig. 15. a) Termografia: a) alçado principal (SE); b) alçado NE; c) alçado NW; d) alçado SW.
4.1.2.2. Envolvente térmica do edifício - comentários gerais
Apesar de não ter sido realizada qualquer tipo de simulação dinâmica energética do edifício,
estima-se que a reduzida resistência térmica da envolvente térmica do edifício contribua de
forma significativa para a fraca eficiência energética do mesmo. Note-se que nenhum dos
elementos construtivos da envolvente opaca exterior, horizontal ou vertical, tem associado
uma camada de isolamento térmico. Desta forma, o valor do coeficiente de transmissão
térmica (U) dos elementos construtivos está longe de verificar o limite atual imposto pelo
RSECE. A reabilitação térmica da envolvente exterior do edifício, com a aplicação de
isolamento térmico, contribuiria de forma significativa para o aumento da resistência térmica
dos elementos construtivos, para a correção de algumas pontes térmicas lineares e/ou planas
e, sobretudo, para o aumento da eficiência energética do edifício. A colocação de isolamento
térmico ao nível do paramento que constitui a fronteira entre o exterior e o espaço técnico
que contém os sistemas de aquecimento das salas de aula é outra medida que pode aumentar
a eficiência energética do edifício uma vez que o paramento em betão tem uma resistência
térmica muito reduzida.
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17
Relativamente à envolvente transparente (vãos envidraçados), verifica-se que a maioria dos
vãos exteriores são constituídos por caixilharias sem corte térmico e vidro simples. A
substituição destes elementos com reduzida resistência térmica por caixilharias com corte
térmico e vidro duplo iria aumentar a eficiência energética do edifício, reduzindo as
necessidades nominais de climatização. Refere-se ainda o mau estado de algumas caixilharias
existentes (caixilharias empenadas, caixilharias que já não fecham, etc.). Quanto aos sistemas
de sombreamento e oclusão noturna, estes apresentam-se em muitos casos danificados, ou
não existem. Nomeadamente na fachada SW, estes sistemas de sombreamento revelam-se
pouco eficientes durante a estação de arrefecimento contribuindo para o sobreaquecimento
do espaço interior. A danificação de alguns sistemas também faz com que não se tire proveito
de todo o potencial dos ganhos solares pelos vãos envidraçados durante a estação de
aquecimento a SW. Um problema associado à arquitetura do edifício é a existência de grandes
vãos envidraçados orientados no quadrante Norte. A fraca resistência térmica da envolvente
envidraçada associado à ausência de ganhos solares pelos vãos envidraçados contribui para o
fraco desempenho do edifício.
Outro facto que importa referir é a existência de muitas árvores de folha perene nos
quadrantes Sul e Oeste. Este aspeto pode ser particularmente interessante durante a estação
de arrefecimento em que interessa mitigar os ganhos solares, mas torna-se desinteressante
durante a estação de aquecimento em que interessa maximizar os ganhos solares pelos vãos
envidraçados.
4.1.3. A iluminação
De um modo geral, não se pode afirmar que o sistema de iluminação do Bloco de Ensino da
FEUC não tenha sofrido alterações nas últimas décadas. Há situações em que as luminárias
existentes são as de origem, ou seja, com mais de 2 décadas, verificando-se também casos em
que as luminárias de origem foram substituídas por sistemas mais contemporâneos e
eficientes. No decorrer da auditoria energética efetuada, foram identificadas tecnologias de
iluminação pouco eficientes, constituídas por balastros ferromagnéticos de classe D e por
lâmpadas fluorescentes tubulares do tipo T8 com baixa eficiência energética, que se
encontram em funcionamento diversas horas por dia. De seguida faz-se uma breve
caracterização de algumas situações existentes.
4.1.3.1. Salas de aula
Do ponto de vista distributivo, as luminárias do teto encontram-se corretamente distribuídas,
no sentido longitudinal do espaço, paralelas à fachada.
a) b)
Fig. 16. a) Iluminação dos quadros das salas de aula; b) Iluminação geral (teto) das salas de aula.
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18
4.1.3.2. Corredores de circulação e Instalações Sanitárias (IS)
Ao nível dos corredores de circulação há alguns sistemas de iluminação instalados nas paredes
do edifício. Verifica-se que estas lâmpadas se encontram muitas vezes ligadas em condições de
iluminação natural favoráveis. Ao nível das IS verifica-se que o tipo de luminária é obsoleto e
que, apesar das condições de iluminação natural serem favoráveis (dada a exposição solar
destes espaços SW), as lâmpadas encontram-se muitas vezes ligadas. O mesmo acontece
aquando da ausência de utilizadores nas IS. Além de uma alteração de luminárias, poder-se-
iam instalar sensores de presença para controlo do consumo de energia nestes espaços.
a) b)
Fig. 17. a) Iluminação em zona de circulação - 3º piso junto ao acesso ao bar; b) Iluminação geral (teto) das IS.
4.1.3.3. Iluminação exterior
Na Fig. 18 apresenta-se alguns tipos de luminárias existentes para iluminação do exterior.
Fig. 18. Iluminação da zona exterior - Espaço exterior junto às escada de emergência (Piso 0).
4.1.4. Sistemas de climatização e ventilação
4.1.4.1. Condições de projeto
O projeto dos sistemas de ventilação e de climatização do Bloco de Ensino da FEUC, datado de
1990, tinha como objetivo não só a obtenção de determinadas condições de conforto térmico
nas salas de aula e auditório, mas também assegurar a ventilação forçada dos espaços das IS e
do bar. Atendendo à localização do edifício foram consideradas como base de cálculo as
seguintes condições termohigronométricas exteriores: 33ºC de temperatura do ar seco, 40%
de humidade relativa e 14ºC de amplitude térmica diária para o Verão; 0ºC de temperatura
seca para o Inverno. Quanto às condições de cálculo interiores, as cargas térmicas do auditório
foram calculadas para se obterem as seguintes condições termohigrométricas: 25ºC de
temperatura seca e 50% de humidade relativa no Verão; 20ºC de temperatura seca no
Inverno. As cargas térmicas das zonas providas de aquecimento (salas de convívio e salas de
aula) foram calculadas para se obter na estação de aquecimento a temperatura seca interior
de 20ºC. No cálculo das cargas térmicas foram ainda considerados os materiais de construção
e os respetivos coeficientes de transmissão de calor que constam na memória descritiva do
projeto de especialidade da Instalação de Ventilação e Climatização.
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19
No que respeita a ocupação e ar novo, o caudal de ar novo admitido mínimo por pessoa foi de
15 m
3
/h nas salas de aulas e de 10 m
3
/h no auditório. Note-se que estes valores de projeto (de
1990) são contrastantes com os atuais valores indicados no RSECE
3
- 30m
3
/h quer no caso das
salas de aula, quer no caso do auditório.
O auditório é climatizado através de uma unidade
4
autónoma própria, montada na cobertura.
Esta unidade promove "o conveniente tratamento do ar em temperatura e filtragem e está
associada a um sistema de condutas de insuflação de débito constante de ar a temperatura
variável". Como os anfiteatros têm uma taxa de ocupação elevada (75 a 100 alunos) optou-se
em projeto pela utilização de termoventiladores do tipo estação central com caudal de ar novo
variável (mínimo no inverno e máximo no verão). Para as restantes salas de aula o
aquecimento seria feito à custa de unidades convetoras colocadas nas fachadas. O ar novo
mínimo é pré-aquecido num termoventilador do tipo estação central. Para a sala de convívio o
aquecimento seria feito através de um termoventilador do tipo estação central com caudal de
ar novo fixo ao longo de todo o ano. Nas IS dos vários pisos, bar e hall de acesso ao auditório
foi ainda prevista ventilação forçada por extração.
4.1.4.2. Condições existentes
Nas salas de aula planas, voltadas a NE, além do sistema de ventilação “normalizado”, o
aquecimento dos espaços é realizado através de unidades convetoras embutidas no “armário
técnico” sob as janelas nas fachadas, Fig. 19. No interior destes espaços técnicos (apesar do
fundo do mesmo ser revestido), verificou-se que a tubagem de distribuição de água quente,
responsável pelo aquecimento dos espaços, não se encontra isolada termicamente. Por outro
lado, o atual sistema convetor é pouco eficiente, retendo uma parte significativa do calor no
interior dos armários técnicos. Como a fachada apresenta uma resistência térmica muito baixa
no desenvolvimento do espaço técnico (paramento de betão), as perdas térmicas de calor para
o exterior assumem um valor considerável. Paralelamente, crê-se que outra das razões para a
fraca eficiência destes sistemas se deve ao facto da fonte de calor (caldeira) se encontrar
demasiado distante – este equipamento situa-se no Bloco de Investigação/Biblioteca. Note-se
que o fluído só chega a algumas salas do Bloco de Ensino depois de percorrer todo o bloco de
Investigação, exterior e Bloco de Ensino, pelo que as perdas térmicas ao longo do caminho
serão consideráveis e muitas vezes o fluído já não se encontra suficientemente quente para
aquecer o espaço interior.
a) b)
Fig. 19. a) Pormenor do sistema de aquecimento de uma sala de aulas plana a NE; b) Pormenor do espaço técnico e
das tubagens do sistema de aquecimento não isoladas termicamente.
3
Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios – Dec-LEI 79/2006.
4
Equipada com serpentinas de expansão direta e com condensador de arrefecimento a ar. O aquecimento é obtido
através de uma serpentina de água quente.
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20
4.1.5. ORC - Oportunidade de Racionalização de Consumo
Tabela 2. Principais oportunidades de racionalização dos consumos detetadas e algumas medidas de melhoria.
Medidas Descrição
Envolvente
Construtiva
1. Substituição dos principais vãos exteriores em caixilharia sem corte térmico por caixilharia
com corte térmico e vidro duplo.
2. Aumento da resistência térmica da envolvente térmica exterior opaca do edifício. Colocação
de Isolamento térmico na cobertura do edifício, por exemplo nos tetos falsos. Colocação de
isolamento nas fachadas dos edifícios através de sistemas ETIC nas superfícies que não são
betão à vista e colocação de isolamento térmico nas fachadas pelo lado interior nas
superfícies de betão à vista. Colocação de isolamento térmico pelo lado inferior dos
pavimentos que constituem a envolvente térmica exterior horizontal.
3. Aumento da resistência térmica interior opaca do edifício através da colocação de isolamento
térmico nas paredes e reduzindo assim, as perdas de calor para os espaços não-uteis do
edifício.
4. Colocação de isolamento térmico ao nível do paramento que constitui a fronteira entre o
exterior e o espaço técnico que contém os sistemas de aquecimento das salas de aula.
5. Fazer uma gestão mais eficiente dos ganhos solares pelos vãos envidraçados. Tirar maior
proveito dos ganhos solares a SW para aquecimento, durante a estação de aquecimento, das
5 salas/anfiteatro que se encontram expostas a SW, e mitigar esses ganhos solares durante a
estação de arrefecimento para evitar sobreaquecimento. Essa gestão dos ganhos solares
passa pela correta utilização dos dispositivos de sombreamento que se encontram em muitos
casos danificados ou que são inexistentes.
Iluminação 1. Substituição das lâmpadas fluorescentes do tipo T8 convencionais
(salas de aula, IS, zona de circulação, auditório, sala de convívio/bar, espaços administrativos
e serviços).
2. Substituição dos Balastros Ferromagnéticos de classe D (salas de aula, IS, zona de circulação,
auditório, sala de convívio/bar, espaços administrativos e serviços).
3. Substituição das lâmpadas fluorescentes do tipo T8 convencionais e dos BFM de classe D.
Aplicação de Sensores de Iluminação nas Instalações Sanitárias (IS)
Sistema de
aquecimento
1. Isolamento térmico da canalização de distribuição de água quente do sistema de
aquecimento nomeadamente ao longo dos espaços técnicos das salas de aula.
2. Desagregação do sistema centralizado para permitir uma eficaz gestão do sistema de
climatização em função da atividade/ocupação do edifício.
3. Desenvolver um modelo de gestão integrada do sistema de climatização em função da hora e
do dia da semana para permitir poupanças de consumo nos períodos de não ocupação do
edifício.
Consumo de
água
1. Substituir o contador de água.
2. Instalar sistemas de redução dos caudais nas torneiras e autoclismos nas IS.
3. Desenvolver um plano de gestão integrado para as regas dos jardins exteriores e que leve à
redução dos consumos de água.
4. Desenvolver um plano para retenção e aproveitamento das águas pluviais (ou mesmo
residuais) para fins de rega.
Outros 1. Desagregação dos consumos de energia elétrica por edifício de forma a fazer uma gestão
integrada e consciente dos consumos e, mais importante que tudo, conhecer o contributo do
Bloco de Ensino para a fatura elétrica da FEUC.
2. Desagregação dos consumos no Bloco de Ensino de forma a perceber qual é o real contributo
do Bar para a fatura energética da FEUC. Note-se que o contracto que a entidade exploradora
do bar tem com a FEUC remete todos os custos associados aos consumos energéticos à FEUC.
Saber ao certo quanto é que o bar gasta em energia pode ser fundamental para revisão da
posição contractual da exploração do espaço.
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21
Da auditoria energética realizada foi possível identificar os principais consumos de energia: (i)
sistema de aquecimento - gás; (ii) iluminação, equipamentos do bar/restaurante, outros
equipamentos como computadores, retroprojetores, etc. - energia elétrica. Face à realidade
detetada e discutida nas secções anteriores apresenta-se sumariamente na Tabela 2, uma lista
com as principais ORC com vista à redução dos consumos associados à energia elétrica e gás
natural.
Algumas das medidas a considerar para responder às ORC requerem investimento, outras não.
As últimas decorrem normalmente de hábitos comportamentais menos eficientes dos
utilizadores, e traduzem-se em ações de manutenção e/ou correção do uso de equipamentos,
resultando assim em ORC com um tempo de retorno (payback) imediato. Estas ORC
comportamentais foram detetadas aquando da auditoria deambulatória e através do inquérito
feito à comunidade académica da FEUC. Na secção 4.2 serão discutidas em maior detalhe as
principais medidas comportamentais.
Por outro lado, as ORC com investimento, caracterizam-se por ser medidas em que é
necessário efetuar um investimento inicial em tecnologias e/ou equipamentos mais eficientes,
bem como analisar os tempos de retorno do investimento (payback) de forma a ser possível
avaliar os custos/benefícios da implementação das medidas de melhoria.
No decorrer da auditoria energética efetuada, foram identificadas tecnologias de iluminação
pouco eficientes. Nesse sentido, e tendo em conta que atualmente existem sistemas de
iluminação mais eficientes disponíveis no mercado, como balastros eletrónicos, armaduras
com uma eficiência elevada, lâmpadas de melhor rendimento e equipamento de controlo,
identificou-se um potencial de redução de consumos através da substituição dos sistemas de
iluminação existentes por outros com um melhor rendimento. A análise económica da
implementação das medidas de melhoria associadas aos sistemas de iluminação será discutida
na seção 5.
Relativamente às restantes medidas referidas neste documento, e às oportunidades de
racionalização dos consumos de água e gás natural, não será feito o estudo de viabilidade
económica. Apenas se pretende listar uma série de medidas que permitam despertar a
consciência dos agentes de decisão. O estudo económico de muitas das medidas discutidas
obrigaria a um estudo muito mais aprofundado e a um período de execução deste trabalho
mais longo. Essas medidas obrigariam entre outras coisas, a fazer a simulação dinâmica
energética do edifício para averiguar qual o impacto das ações de melhoria na redução dos
consumos nominais anuais de energia para aquecimento e arrefecimento.
4.2. Medidas Comportamentais
No quadro do presente trabalho considerou-se essencial compreender os comportamentos e
preocupações das pessoas que diariamente frequentam o edifício correspondente ao Bloco de
Ensino da FEUC. Neste sentido, decidiu-se pela realização de um inquérito on-line a divulgar
pelas mailing-list de funcionários, docentes e alunos.
Este questionário
5
esteve disponível entre o final do mês do Março e o início do mês de Abril
de 2012 e continha dois grupos de perguntas. O primeiro grupo dividia-se em duas perguntas
de natureza distinta. A primeira pergunta convidava os inquiridos a responderem sobre a
5
https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dEc5emVDNXUtMER6OWZ4anhOYkpmekE6MQ
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22
frequência com que encontravam certas situações na FEUC que pudessem implicar perda de
eficiência energética ou má utilização dos recursos. As preocupações prenderam-se
essencialmente a questões sobre: (i) luzes acesas em espaços desocupados; (ii) desperdício de
água nas instalações sanitárias; (iii) equipamentos ligados em espaços desocupados
(computadores, projetores); (iv) insuficiência ou desperdício nos equipamentos de
aquecimento. Para aferir do grau de frequência foi utilizada uma Escala de Likert com 5 opções
distintas onde os inquiridos poderiam optar entre: (i) Nunca; (ii) Raramente; (iii)
Frequentemente; (iv) Muito Frequentemente; (v) Sempre.
A segunda pergunta do primeiro grupo consistia em aferir qual o grau de preocupação que
consideravam ter no sentido de evitar, ou resolver, o conjunto de situações que poderiam
motivar perdas de eficiência ou de bem-estar para aqueles que frequentam o edifício. Assim,
os inquiridos foram convidados a afirmar qual o nível de preocupação que consideram ter em
relação a: (i) desligar corretamente os equipamentos e a luz ao sair das instalações sanitárias;
(ii) desligar computadores, projetores e luz ao sair das salas de aula; (iii) informar alguém
responsável sempre que detetassem uma situação de perda de eficiência (luz fundida ou
equipamentos a desperdiçar água); (iv) abrir/fechar janelas ou ligar/desligar o aquecimento de
forma a melhor potenciar a climatização dos espaços; (v) colocar os resíduos nos sítios
apropriados para reciclagem. Tal como na primeira pergunta, para aferir do grau de
preocupação dos indivíduos foi utilizada uma Escala de Likert com 5 opções distintas onde os
inquiridos poderiam optar entre: (i) Nada preocupado; (ii) Pouco preocupado; (iii) Preocupado;
(iv) Frequentemente Preocupado; (v) Muito Preocupado.
Do segundo grupo do questionário constavam 16 perguntas para aferir algumas características
sociais, económicas e pedagógicas dos indivíduos. Assim, as primeiras perguntas prendiam-se
com a frequência com que se deslocam para o FEUC e o tempo que aí passam. Ao incluir esta
pergunta procurou-se captar qual a importância relativa da FEUC enquanto local de trabalho e
de estudo para os inquiridos.
As perguntas seguintes tiveram como objetivo caraterizar a importância da eletricidade no
orçamento dos indivíduos, bem como sobre quem assenta a responsabilidade de pagamento
dos serviços de eletricidade. Desta forma, pretendeu-se entender se no seu dia-a-dia, os
inquiridos veem refletido nas suas despesas mensais os comportamentos que assumem na sua
residência habitual perante o consumo de eletricidade, e se isso pode ter alguma repercussão
no local onde têm aulas ou trabalham.
As perguntas seguintes pretendiam caracterizar a amostra e aferir sobre o sexo, a idade, a
ligação com a Instituição (aluno de licenciatura, aluno de mestrado, aluno de doutoramento,
funcionário ou docente) bem como, a sua área preferencial de estudo (Economia, Gestão,
Sociologia ou Relações Internacionais). Após estas perguntas, os inquiridos afirmaram qual a
distância entre a sua residência habitual e a FEUC, e de que forma é que se costumavam
deslocar entre os dois locais. Desta forma, procurou-se compreender se a sensibilidade dos
inquiridos para os problemas ambientais também se transpunha para comportamentos
associados às deslocações pendulares. Seguidamente, foi questionado aos inquiridos sobre
onde costumavam almoçar nos dias em que frequentam a FEUC.
No sentido de aferir se em algum momento do seu percurso universitário os indivíduos tinham
lidado com questões associadas ao ambiente e/ou a energia, questionou-se se alguma vez
tinham frequentado unidades curriculares que tivessem estas temáticas como elementos
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23
centrais. Por último, os indivíduos foram convidados a autoavaliarem-se em termos das suas
preocupações ambientais e/ou energéticas.
Dos 391 indivíduos que responderam ao inquérito, a sua maioria afirmou ser do sexo feminino
(56.7%). Em termos de distribuição etária 18.1% têm até 20 anos, 40.5% entre 21 e 25 anos,
10.9% de 26 a 30 anos, 14.8% de 31 a 40 anos, 10.4% de 41 a 50 anos e 5.3% de 51 a 64 anos.
Esta distribuição etária reflete de alguma forma a ligação que os indivíduos afirmaram ter com
a Instituição, pois 87.0% afirmaram ser alunos, 9.7% professores e 2.8% funcionários e 0.5% ter
outra ligação à FEUC. Dos 87.0% (342 inquiridos) que afirmaram ser alunos 48.2% são
estudantes de licenciatura, 5.6% frequentam pós-graduações, 38.6% são alunos de mestrado e
7.6% são alunos de doutoramento.
A área preferencial de estudo dos inquiridos apresenta uma distribuição variada sendo 32.9%
da área da Economia, 32.1% da área da Gestão, 13.4% da Sociologia, 9.5% das Relações
Internacionais e 12.1% consideraram ter outra área preferencial de estudo além das
mencionadas.
Em termos da distância entre a sua residência e a FEUC, 31.5% dos indivíduos considerou que
morava a menos de 2 Km, 22.8% entre 2 e 5 Km, 12.5% de 5 a 10 Km, 8.7% de 10 a 20 Km e
24.6% a mais de 20 Km. Em relação ao meio de transporte utilizado para estas deslocações,
44.0 % afirmou que utilizava o carro (como condutor), 33.3% não utilizava qualquer meio de
transporte (a pé), 18.3% desloca-se preferencialmente de transportes públicos, 3.6% de
automóvel (como passageiro) e 0.8% utiliza outro meio. Em termos de local habitual de
almoço, 35.1% afirmaram almoçar nas Cantinas Universitárias, 33.3% na sua residência, 17.8%
no Bar da FEUC, 5.1% num restaurante, 1.3% noutro Bar ou Café e 7.4% em outro local.
Em termos de frequência de unidades curriculares associadas ao tema do Ambiente e da
Energia, 35.9% afirmou que já tinha frequentado disciplinas onde o Ambiente assumiu uma
posição de relevo e 25.6% responderam afirmativamente no caso da temática ser a Energia.
No que respeita ao primeiro grupo do questionário, os resultados apresentados demonstram
diferenças em termos da preocupação dos indivíduos consoante a problemática em causa. Na
Tabela 3 são apresentados os resultados descritivos das respostas dos indivíduos tendo em
conta cada uma das preocupações consideradas.
Verifica-se que a média das respostas se situa abaixo do nível de preocupação considerado
médio em 5 situações distintas. A situação em que a média é mais baixa, sendo inclusivamente
a opção com a maior taxa de resposta "nada preocupado", é a situação relativa ao
aquecimento central. De facto, mais de 60% dos indivíduos consideraram-se "nada ou pouco
preocupados" em desligarem o aquecimento. Outra situação em que a preocupação dos
indivíduos parece ser mais reduzida diz respeito ao cuidado demonstrado em avisar alguém no
caso de haver uma lâmpada fundida. Este resultado contrasta com a elevada preocupação
demonstrada em desligar as luzes quando se abandona a sala de aula ou a casa de banho. Este
facto pode dever-se tanto à inexistência de alguém a quem as pessoas se possam dirigir como
ao facto de, apesar de existirem lâmpadas fundidas, isso não implicar um desconforto
significativamente importante para incomodar as pessoas. Adicionalmente, verifica-se uma
preocupação igualmente baixa no que concerne a desligar os equipamentos informáticos nas
salas de aula. A resposta obtida em relação à ausência de preocupação ao não desligar o
projetor reside no facto de esta ser uma tarefa "imputada" aos docentes. Exatamente por isso,
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24
93% dos docentes afirma estar "frequentemente ou muito preocupado" em desligar o projetor
no final da aula, deixando os alunos mais alheios a esta ação.
Tabela 3. Resultados descritivos das respostas associadas às preocupações dos inquiridos.
Preocupações Média Mediana Moda
1) Fechar a torneira depois de utilizar a água. 4.45 5.00 5
2) Avisar se uma torneira (ou outro equipamento) não puder ser
devidamente fechada.
3.30 3.00 3
3) Apagar a luz ao sair da casa de banho. 3.60 4.00 5
4) Apagar a luz ao sair das salas de aula. 3.40 4.00 5
5) Avisar ao detetar uma lâmpada fundida. 2.32 2.00 2
6) Verificar ao sair da sala de aula, se o computador ficou desligado. 3.13 3.00 3
7) Verificar ao sair da sala de aula se o projetor ficou desligado. 2.89 3.00 2
8) Colocar o computador em “Standby” se não o utilizar mais durante a aula. 2.89 3.00 3
9) Desligar o projetor se não o for utilizar mais durante a aula. 2.83 3.00 2
10) Desligar o computador da sala pública de computadores após a sua
utilização.
3.10 3.00 3
11) Levantar as cortinas para aquecer devidamente a sala. 2.76 3.00 2
12) Fechar as janelas se sentir frio dentro da sala da aula. 4.02 4.00 4
13) Fechar as janelas se supuser que irá ficar frio dentro da sala de aula. 3.75 4.00 4
14) Fechar as portas para não existirem correntes de ar e os locais ficarem
mais climatizados.
3.73 4.00 4
15) Desligar o aquecimento central ao fim do dia. 2.34 2.00 1
16) Colocar o lixo para reciclar nos locais apropriados. 3.71 4.00 5
17) Fechar a torneira depois de utilizar a água. 4.45 5.00 5
18) Avisar se uma torneira (ou outro equipamento) não puder ser
devidamente fechada.
3.30 3.00 3
Em contrapartida, os indivíduos demonstraram-se relativamente mais preocupados com o
encerramento das torneiras depois da sua utilização, para evitar os desperdícios de água, ou
com o seu conforto em termos da temperatura ambiente dentro dos espaços frequentados. Os
indivíduos afirmaram igualmente estar relativamente preocupados com a colocação do lixo
nos recipientes existentes para reciclagem.
Desta forma, este primeiro grupo de perguntas permitiu destacar três aspetos relevantes. Em
primeiro lugar, a necessidade de informar e esclarecer professores e alunos sobre as
poupanças energéticas que poderiam ser obtidas no caso de se encerrar o computador e o
projetor no momento em que terminam a sua utilização, independentemente do tempo
restante até ao término da aula. Por outro lado, a relativamente reduzida preocupação em
informar a FEUC sobre a existência de luzes ou outros equipamentos danificados deve
igualmente ser motivo da introdução de medidas que procurem melhorar a eficiência
energética do edifício, nomeadamente através da identificação do local/responsável
destacado para esse efeito. A não serem consideradas estas medidas de melhoria, isto poderá
resultar numa acrescida demora na deteção de problemas como fugas de água, lâmpadas
fundidas ou aquecedores avariados, fenómeno que levarão sempre a perdas de eficiência e a
impactos económicos e ambientais negativos. Por último, a posição dos indivíduos em relação
à preocupação demonstrada em desligar os aquecedores ao fim do dia faz realçar a
necessidade da própria instituição se substituir às pessoas e cortar o fornecimento e a
produção de calor nas horas de vazio, no edifício exclusivamente associado à prática de
ECO2GREEN
ensino, como forma de minimizar os custos suportados com o Gás Natural e de reduzir os
impactos ambientais gerados.
Em relação à frequência com que os indivíduos presenciam deter
à ineficiência no Bloco de
ensino da FEUC, os resultados apresentam
Tabela 4. Frequência
Ineficiência detetada
1) Luz acesa e
m casa de banho desocupadas
2)
Luz acesa em salas desocupadas
3)
Torneiras abertas em casa de banho desocupadas
4)
Autoclismos a desperdiçar água
5)
Computadores ligados em salas vazias
6) Computadores
de acesso público ligados sem serem utilizados
7)
Projetores ligados em salas vazias
8)
Janelas abertas ou que não fech
temperatura é baixa.
9) Aquecimento ligado
onde se sente que a temperatu
10) Aquecimento desligado
onde se sente que a temperatura é baixa
Apesar dos resultados obtidos serem inferiores ao ponto méd
"Frequentemente"
pode ser considerado preocupante que a generalidade dos inquiridos
afirme já ter presenciado as 10 situações aqui descritas. No
valores correspondentes aos indiví
estes acontecimentos para se ter uma melhor noção da sua raridade ou pro
acontecimento.
Fig.20. Percentagem
de respostas “nunca” em cada uma das situações descrita
De facto, o acontecimento que os indivíduos mais afirmam nunca terem presenciado está
associado aos projetores ligados em salas vazias
este resultado estará naturalmente associado ao facto de esta ser uma tarefa a cargo dos
docentes. Por outro lado, os inquiridos afirmam que é passível de acontecerem fenómenos
como a existência de computadores de
aquecimento desligado em ambientes de temperatura
luzes acesas em casas de banho desocupadas. Nas situações agora descritas, cerca de 90% dos
inquiridos afirma já se ter de
parado com estes fenómenos.
Em suma, existe um conjunto de medidas comportamentais que devem ser adotadas de forma
a procurar reforçar as preocupações demonstradas pelas pessoas que frequentam a FEUC e a
garantir que determinados acontecimentos se vão tor
introdução de mecanismos que desliguem automaticamente computadores/projetores ao fim
de algum tempo sem utilização poderia seguramente trazer resultados positivos em termos de
10%
20%
30%
40%
EDIFÍCIO ENSINO DA FEUC
ensino, como forma de minimizar os custos suportados com o Gás Natural e de reduzir os
impactos ambientais gerados.
Em relação à frequência com que os indivíduos presenciam deter
minadas situações associadas
ensino da FEUC, os resultados apresentam
-se na
Tabela 4
com que os indivíduos detetam situações de ineficiência
na FEUC
Média
m casa de banho desocupadas
. 2.82
Luz acesa em salas desocupadas
. 2.02
Torneiras abertas em casa de banho desocupadas
. 2.21
Autoclismos a desperdiçar água
. 2.34
Computadores ligados em salas vazias
. 2.57
de acesso público ligados sem serem utilizados
. 3.15
Projetores ligados em salas vazias
. 1.82
Janelas abertas ou que não fech
am em salas onde se sente que a 2.35
onde se sente que a temperatu
ra é alta. 2.22
onde se sente que a temperatura é baixa
. 2.91
Apesar dos resultados obtidos serem inferiores ao ponto méd
pode ser considerado preocupante que a generalidade dos inquiridos
afirme já ter presenciado as 10 situações aqui descritas. No
gráfico da Fig. 20
valores correspondentes aos indiví
duos que responderam que "nunca"
tinham presenciado
estes acontecimentos para se ter uma melhor noção da sua raridade ou pro
de respostas “nunca” em cada uma das situações descrita
s
na
De facto, o acontecimento que os indivíduos mais afirmam nunca terem presenciado está
associado aos projetores ligados em salas vazias
. De acordo com o explicado anteriormente
este resultado estará naturalmente associado ao facto de esta ser uma tarefa a cargo dos
docentes. Por outro lado, os inquiridos afirmam que é passível de acontecerem fenómenos
como a existência de computadores de
acesso público ligados sem serem utilizados, o
aquecimento desligado em ambientes de temperatura
muito baixa
(causando desconforto)
luzes acesas em casas de banho desocupadas. Nas situações agora descritas, cerca de 90% dos
parado com estes fenómenos.
Em suma, existe um conjunto de medidas comportamentais que devem ser adotadas de forma
a procurar reforçar as preocupações demonstradas pelas pessoas que frequentam a FEUC e a
garantir que determinados acontecimentos se vão tor
nando cada vez mais incomuns. Assim, a
introdução de mecanismos que desliguem automaticamente computadores/projetores ao fim
de algum tempo sem utilização poderia seguramente trazer resultados positivos em termos de
0%
10%
20%
30%
40%
12345678910
FEUC/FCTUC
25
ensino, como forma de minimizar os custos suportados com o Gás Natural e de reduzir os
minadas situações associadas
Tabela 4
.
na FEUC
.
Mediana Moda
3 2
2 2
2 2
2 2
2 2
3 3
2 2
2 2
2 2
3 3
Apesar dos resultados obtidos serem inferiores ao ponto méd
io considerado
pode ser considerado preocupante que a generalidade dos inquiridos
apresentam-se os
tinham presenciado
estes acontecimentos para se ter uma melhor noção da sua raridade ou pro
babilidade de
na
Tabela 4.
De facto, o acontecimento que os indivíduos mais afirmam nunca terem presenciado está
. De acordo com o explicado anteriormente
este resultado estará naturalmente associado ao facto de esta ser uma tarefa a cargo dos
docentes. Por outro lado, os inquiridos afirmam que é passível de acontecerem fenómenos
acesso público ligados sem serem utilizados, o
(causando desconforto)
e
luzes acesas em casas de banho desocupadas. Nas situações agora descritas, cerca de 90% dos
Em suma, existe um conjunto de medidas comportamentais que devem ser adotadas de forma
a procurar reforçar as preocupações demonstradas pelas pessoas que frequentam a FEUC e a
nando cada vez mais incomuns. Assim, a
introdução de mecanismos que desliguem automaticamente computadores/projetores ao fim
de algum tempo sem utilização poderia seguramente trazer resultados positivos em termos de
ECO2GREEN EDIFÍCIO ENSINO DA FEUC FEUC/FCTUC
26
eficiência energética. Adicionalmente, a introdução de medidas que permitissem poupanças
no aquecimento em períodos de vazio seria seguramente algo que contribuíra para a redução
do consumo de Gás Natural. A introdução de sensores que permitissem desligar as luzes das
casas de banho quando estas não estão a ser utilizadas poderia igualmente permitir ganhos
substanciais em termos de poupanças na fatura energética. Por último, a própria Instituição
deveria considerar a adoção de um manual de boas práticas ou de um regulamento interno,
bem como designar um (ou vários) elementos da Instituição (com formação adequada) com a
responsabilidade de vistoriar os equipamentos e gerir, de forma mais eficiente, os consumos
energéticos do edifício para conduzir a uma realidade mais eficiente.
5. Orçamento estimado do projeto
O valor global estimado do orçamento do projecto reflecte as principais ORC apresentadas na
secção 4.1.5 para os sistemas de iluminação. De forma a ser percetível, do ponto de vista
económico e de eficiência energética, as vantagens de alterar o tipo de sistemas de iluminação
existentes foram efetuados três estudos distintos: (i) o primeiro estudo refere-se apenas à
substituição das lâmpadas fluorescentes do tipo T8 convencionais por lâmpadas com uma
tecnologia mais eficiente, as lâmpadas PHILIPS da gama MASTER TL-D ECO; (ii) segundo estudo
efetuado teve por base a substituição de todos os balastros ferromagnéticos por balastros
eletrónicos; (iii) terceiro estudo consiste na implementação, em simultâneo, das duas medidas
referidas anteriormente. Para os estudos efetuados, foram contabilizados os custos de
aquisição de equipamentos bem como o preço médio da energia activa (0,1016031 €/kWh) de
acordo com o tarifário e períodos horários actuais. Por outro lado, e tendo em conta a
existência de pessoas responsáveis pela manutenção do edifício, não foi contabilizado
qualquer custo relacionado com a instalação de equipamentos.
(i) Substituição das lâmpadas fluorescentes do tipo T8 convencionais
A Substituição das lâmpadas fluorescentes do tipo T8 convencionais por lâmpadas mais
eficientes do tipo PHILIPS da gama MASTER TL-D ECO (Fig. 21), pode contribuir de forma
significativa para a redução dos consumos elétricos associados à iluminação. Estas últimas
lâmpadas são uma ótima solução na melhoria da eficiência energética, pois através da simples
substituição das lâmpadas, consegue-se obter uma imediata redução no consumo de energia
em mais de 10%. Estas lâmpadas caracterizam-se ainda por terem uma vida útil de cerca de
12000 horas com equipamentos eletrónicos (de alta frequência) e por garantirem que, devido
ao refletor interno existente nestas lâmpadas, 85 % da luz seja direcionada para o plano de
trabalho.
Fig. 21. Lâmpada PHILIPS da gama MASTER TL-D ECO. [www.lighting.philips.pt]
ECO2GREEN EDIFÍCIO ENSINO DA FEUC FEUC/FCTUC
27
Através dos resultados da Tabela 5, verifica-se que com a implementação desta medida, é
possível obter uma poupança anual de 7897.8 kWh o equivalente a 802.45 €/ano com um
investimento inicial de 2949.49 €. A implementação desta medida é bastante rentável uma vez
que esta apresenta um tempo de retorno do investimento bastante atrativo (3.7 anos). Note-
se que para este estudo, apenas foram considerados os espaços de maior utilização do edifício.
Mais pormenores acerca do cálculo do payback pode consultar-se o ficheiro em anexo.
Tabela 5: Poupanças e payback da substituição das lâmpadas fluorescentes do tipo T8 convencionais.
Espaço Investimento (€) Quantidade Poupanças Payback
kWh/ano €/ano (anos)
Salas de aula 1987.51 557 5431.6 551.87 3.6
Casas de banho 159.58 38 451.9 45.92 3.5
Zonas de circulação 369.26 74 946.9 96.21 3.8
Auditório 203.55 59 507.9 51.6 3.9
Sala de convívio/ bar 207.00 30 516.5 52.5 3.9
Administrativos e serviços
22.59 7 43.0 4.37 5.2
Total 2949.49 765 7897.8 802.45 3.7
(ii) Substituição dos Balastros Ferromagnéticos de classe D
Pela análise dos resultados da Tabela 6, verifica-se que com a implementação desta medida é
possível obter uma poupança anual de 18672.9 kWh o equivalente a 1897.23 €/ano com um
investimento inicial de 6587.85 €. O payback simples da implementação desta medida é de 3.5
anos, o que a torna bastante atrativa do ponto de vista económico. Note-se que só foi
considerado o uso de um balastro eletrónico, quer a luminária tenha uma lâmpada, quer tenha
duas. Com a implementação desta medida é ainda possível reduzir os custos de manutenção,
uma vez que os balastros eletrónicos aumentam em cerca de 50% o tempo de vida útil das
lâmpadas ao mesmo tempo que a eficiência da lâmpada é aumentada em cerca de 10%,
tornando esta medida ainda mais atrativa.
Tabela 6: Poupanças e payback da substituição dos balastros ferromagnéticos de classe D.
Espaço Investimento (€) Quantidade Poupanças Payback
kWh/ano €/ano (anos)
Salas de aula 4728.93 557 12782.90 1298.78 3.6
Casas de banho 322.62 38 871.60 88.55 3.6
Zonas de circulação 676.26 74 2324.20 236.14 2.9
Auditório 500.91 59 1269.70 129.00 3.9
Sala de convívio/ bar 299.70 30 1291.20 131.20 2.3
Administrativos e serviços
59.43 7 133.40 13.56 4.4
Total 6587.85 765 18672.90 1897.23 3.5
(iii) Substituição das lâmpadas fluorescentes do tipo T8 convencionais e dos balastros
ferromagnéticos de classe D
Pela análise dos resultados da Tabela 7, verifica-se que a implementação conjunta das duas
medidas referidas anteriormente, permite obter uma poupança anual de 24512.6 kWh o
equivalente a 2499.50 €/ano com um investimento total inicial de 9537.34 €. Se estas medidas
forem implementadas em conjunto consegue-se obter um tempo de retorno do investimento
de 3.8 anos (considerando apenas os espaços com maior utilização do edifício).
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Tabela 7: Poupanças e payback da substituição das lâmpadas fluorescentes do tipo T8 convencionais e da
substituição dos balastros ferromagnéticos de classe D.
Espaço Investimento (€) Poupanças Payback
kWh/ano €/ano (anos)
Salas de aula 6716.44 16856.60 1712.68 3.9
Casas de banho 482.20 1210.50 122.99 3.9
Zonas de circulação 1045.52 3034.30 308.30 3.4
Auditório 704.46 1650.60 167.70 4.2
Sala de convívio/ bar 506.70 1678.60 170.50 3.0
Administrativos e serviços 82.02 82.00 17.27 4.7
Total 9537.34 24512.60 2499.50 3.8
(iv) Instalação de sensores de presença
Observou-se através da auditoria deambulatória que os utilizadores recorrem frequentemente
a iluminação artificial, o que naturalmente conduz a situações de desperdício de energia uma
vez que, por esquecimento, esta permanece ligada durante longos períodos do dia.
De forma a tentar minimizar os desperdícios de energia, e tendo em conta os hábitos
comportamentais dos utentes destes espaços, estima-se que com a introdução de sensores de
presença nas IS se consiga obter uma redução no consumo de cerca de 40%. Na Tabela 8
resumem-se as poupanças obtidas através da instalação de sensores de presença nas IS, assim
como o tempo de retorno do investimento (payback simples).
Tabela 8: Poupanças e payback da implementação de sensores de presença nas IS.
Espaço Tecnologia Investimento
Quant. Poupanças Payback
(€) kWh/ano
€/ano (anos)
WC Deficientes (0.01) Aplique Encastrado 1 x CFL de 11 W 23.9 1 2.4 0.24 99.4
WC Mulheres (0.02) Luminário saliente(1*(T8 de 58W)+(BFM de 12w)) 23.9 1 180.8 18.37 1.3
WC Homens (0.03) Luminário saliente(1*(T8 de 58W)+(BFM de 12w)) 23.9 1 180.8 18.37 1.3
WC Deficientes (1.04) Aplique Encastrado 1 x CFL de 11 W 23.9 1 2.4 0.24 99.4
WC Mulheres (1.05) Luminário saliente(1*(T8 de 58W)+(BFM de 12w)) 23.9 1 180.8 18.37 1.3
WC Homens (1.06) Luminário saliente(1*(T8 de 58W)+(BFM de 12w)) 23.9 1 180.8 18.37 1.3
WC Homens (1.23) Luminário saliente(1*(T8 de 36W)+(BFM de 9w)) 23.9 1 58.1 5.90 4.0
WC Mulheres (1.25) Luminário saliente(1*(T8 de 36W)+(BFM de 9w)) 23.9 1 58.1 5.90 4.0
WC Deficientes (2.02) Aplique Encastrado 1 x CFL de 11 W 23.9 1 2.4 0.24 99.4
WC Mulheres (2.03) Luminário saliente(1*(T8 de 58W)+(BFM de 12w)) 23.9 1 180.8 18.37 1.3
WC Homens (2.04) Luminário saliente(1*(T8 de 58W)+(BFM de 12w)) 23.9 1 180.8 18.37 1.3
WC Deficientes (3.05) Aplique Encastrado 1 x CFL de 11 W 23.9 1 2.4 0.24 99.4
WC Mulheres (3,06) Luminário saliente(1*(T8 de 58W)+(BFM de 12w)) 23.9 1 180.8 18.37 1.3
WC Homens (3.07) Luminário saliente(1*(T8 de 58W)+(BFM de 12w)) 23.9 1 180.8 18.37 1.3
WC Pessoal (3.20) Luminário saliente(1*(T8 de 36W)+1*(BFM de 9w))
23.9 1 19.4 1.97 12.1
WC (3.21) Luminário saliente(1*(T8 de 36W)+1*(BFM de 9w))
23.9 1 19.4 1.97 12.1
Total
382.4 16 1610.6 163.64 27.5
Através da análise dos resultados verifica-se que, se for instalado um sensor de presença em
todas as IS, consegue-se uma poupança anual de 1610.6 kWh, o equivalente a 163.64 €/ano,
com um tempo de retorno do investimento de 27.5 anos. Contudo, e de forma a tornar este
investimento mais atrativo, se excluirmos as IS com menor utilização (por exemplo as IS
deficientes) verificamos que o tempo de retorno do investimento é de 3.6 anos. Com a
implementação desta medida conseguiríamos ainda obter uma redução das emissões de CO
2
de 546.56 Kg/ano. Note-se que para esta medida ter os efeitos desejados, é necessário que o
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29
temporizador do sensor de presença esteja programa de forma a garantir o tempo mínimo
necessário à utilização dos espaços em questão.
Relativamente às características do sensor de presença, os equipamentos escolhidos para este
estudo, são sensores eletrónicos que têm a capacidade de identificar a presença de pessoas
com um ângulo de deteção de 180º num raio de 12m, de forma a acionar o sistema de
iluminação a eles associados, Fig. 22. Estes equipamentos são indispensáveis no que toca à
poupança de energia, pois possuem um temporizador regulável (3 segundos a 12 minutos) que
garante que após o tempo programado, o sistema de iluminação que lhe está associado é
desligado, evitando assim que qualquer sistema de iluminação permaneça ligado mais tempo
do que o estritamente necessário.
Fig. 22. Exemplo de um sensor de presença. [www.duarteneves.pt]
6. Benefícios do Projeto
6.1. Benefícios Ambientais
Ao longo das várias secções desde documento foram sendo referidos os vários benefícios
ambientais resultantes da implementação de medidas de melhoria para a eficiência energética
do edifício. Na seção 4.1.1.6 fez-se um resumo dos consumos de eletricidade, água e Gás
Natural da FEUC e do total de emissões de CO
2
associados aos consumos de energia em 2009,
2010 e 2011. Para determinar o efetivo impacte ambiental do Bloco de Ensino seria imperativo
a desagregação dos consumos de eletricidade e de gás natural. Todavia, algumas medidas de
melhoria implementadas ao nível do sistema de iluminação podem trazer significativos
benefícios ambientais. Por exemplo, na secção 5 salientou-se que a instalação de sensores de
presença nas IS pode reduzir as emissões de CO
2
em 546.56 Kg/ano. Foram ainda referidas
medidas de melhoria ao nível da envolvente térmica do edifício, do sistema de iluminação, do
sistema de aquecimento, do consumo de água, de comportamento, de gestão, etc. Uma coisa
é certa, maiores poupanças energéticas correspondem a menores emissões de CO
2
e a um
edifício mais ecológico, económico, confortável e sustentável.
6.2. Benefícios Sociais
A implementação das medidas de melhoria propostas irá contribuir para a melhoria das
condições de conforto térmico no interior do edifício e para o aumento de satisfação dos
ocupantes do Bloco de Ensino. O aumento do conforto térmico traduz-se no aumento do
conforto mas também no aumento da concentração, do rendimento e da produtividade de
toda a comunidade escolar.
O aumento da eficiência energética dos edifícios públicos, nomeadamente dos edifícios afetos
ao Ensino Superior Público, é uma responsabilidade social que todos temos que ter. Por um
lado os ocupantes devem ter um comportamento que maximize a eficiência energética e
ambiental do edificado, mas para isso devem ser educados para a cidadania ambiental e
energética. Este trabalho pretende fazer parte de um projeto da FEUC para fomentar a
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30
eficiência energética dos seus edifícios. A caracterização do padrão de comportamentos
realizada permitirá à direção implementar medidas de sensibilização mais direcionadas para
objetivos concretos e problemas identificados. Por outro lado, a direção deve fomentar a
eficiência energética pois isso traduzir-se-á em poupanças económicas. Sendo a fatura paga
pelos contribuintes, e perante a conjuntura económica atual, poupar é o maior benefício social
que se pode atingir.
Salienta-se que paralelamente ao projeto Green Campus decorreu no mês de Janeiro de 2012
uma iniciativa da UC para a sensibilização da sua comunidade para comportamentos pouco
sustentáveis - distribuição de stickers promotores do uso de escadas, contrariando o
“síndrome” elevador. O resultado desta iniciativa é visível nas imagens seguintes, Fig. 23. Os
resultados deste trabalho, e a caracterização dos comportamentos padrão da comunidade
escolar da FEUC vão permitir dar continuidade a esta campanha.
Fig. 23. Stickers de sensibilização aplicados nas paredes do elevador e das escadas do Bloco de Ensino.
6.3. Benefícios Económicos
A implementação das medidas de melhoria propostas irá contribuir para a redução da fatura
energética. Porém, a implementação de medidas de melhoria implica um investimento inicial.
Na seção 5 foi estimado o orçamento e o período de payback para as medidas de melhoria
associadas aos sistemas de iluminação. Os períodos de retorno do investimento apresentaram
valores bastante interessantes e permitem concluir que melhoria da eficiência energética dos
sistemas de iluminação pode ser um boa medida para reduzir a fatura elétrica do Bloco de
Ensino. De forma geral, todas as medidas de melhoria identificadas ao longo deste documento,
ao serem implementadas, irão conduzir a poupanças energéticas e ambientais a médio/curto
prazo. No entanto, no que toca às medidas comportamentais, ao serem implementadas, estas
têm um tempo de retorno imediato e permitiram atingir poupanças imediatas.
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8. ANEXOS
1. Estudo pay-back iluminação:
https://docs.google.com/open?id=0B-oX2eigNNVyckZSSGx2b0dBcTQ
2. Inquérito para avaliação de comportamentos:
https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dEc5emVDNXUtMER6OWZ4anhOYkpmekE6MQ