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Sistema Financeiro, Bancos e Financiamento da Economia: Uma abordagem keynesiana

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Abstract

Formado na tradição keynesiana, Luiz Fernando de Paula conhece profundamente tanto a obra de Keynes quanto a de Minsky e seus seguidores. Com a experiência de anos na análise do sistema bancário e do mercado de capitais brasileiro, conhecida do público através de suas muitas publicações, o autor deste livro tem muito a agregar ao nosso conhecimento tanto da teoria financeira adequada ao mundo real, nesse momento em que a fé nos mercados eficientes sofre seu abalo mais importante em muitos anos, quanto da realidade do sistema financeiro brasileiro. Do Prefácio de Fernando Cardim de Carvalho - Professor Emérito do IE/UFRJ Em sua trajetória de economista, a ampla pesquisa de Luiz Fernando de Paula sobre setor bancário e sistema financeiro foi construída em cima das ideias de Keynes, Minsky e Schumpeter. Ele traz essas ideias em uma análise magistral do papel do setor bancário e das finanças sobre crescimento econômico, crise e desenvolvimento. Seu tema central – fragilidade financeira e instabilidade que emerge em função da própria lógica de expansão capitalista – é essencial para entender a situação presente de economia mundial. A concisa e abrangente revisão do “estado da arte” do pensamento econômico realizada neste livro é imensamente útil tanto para especialistas quanto para iniciantes na temática sobre bancos e financiamento. Gary A. Dymski - Professor de Economia da Leeds University Business School
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... Apesar da maior relevância do crédito nas economias, historicamente alicerçada em inovações financeiras e institucionais (Muller, 2018;, ainda existem questões relevantes a serem tratadas tanto de forma empírica como teórica. De um lado é necessário entender como a estratégia do sistema financeiro quanto aos processos de finance e funding impacta sobre o desenvolvimento econômico, investimento produtivo e a inovação, e por outro lado, é necessário considerar um ambiente onde as decisões de produção, investimento e emprego são tomadas sob incerteza (Keynes, 1996;Paula, 2014). ...
... Há uma profícua contribuição empírica acerca dos impactos do sistema financeiro nas economias regionais e sobre o seu desenvolvimento Jayme-JR., 2004;Crocco, 2012;Crocco et al., 2014;Rodríguez-Fuentes, 2020;Paula;Crocco, 2013Crocco, , 2014Rodríguezfuentes, 2013;Ávila, 2010;Jayme, 2012). Estudos recentes mostram que os impactos espaciais do crédito e seus transbordamentos nas regiões são assimétricos, impulsionando os níveis de desenvolvimento financeiro das regiões, com influência da preferência pela liquidez dos agentes Almeida;Baker, 2016;Santos;Amaral, 2010;Gama;Bastos, 2018;Tonin;Curado;Silva, 2018), podem ser explicados em função da configuração das estruturas demográficas, de negócios e empregos locais Jayme-Jr., 2013;Tonin;Curado;Silva, 2018) e estão relacionados com a heterogeneidade da financeirização analisada espacialmente através de atividades e instituições complexas (Cavalcante et al., 2018). ...
... Já entre 2008 e 2010 vem a fase de crise e recuperação do impacto da crise financeira internacional sobre a economia brasileira, o que levou à adoção de políticas contracíclicas de aumento da participação do crédito pelos bancos públicos federais, com relevância do crédito direcionado às PJs. O período 2011-2014 é de queda da taxa de retorno do capital privado (Oreiro, 2017) e de estagnação e acomodação na oferta de crédito, apesar da continuidade da expansão do crédito direcionado (Oreiro;Paula, 2021;Paula;Alves Júnior, 2020). ...
Article
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Resumo O sistema financeiro brasileiro apresentou incrementos sistemáticos no montante de crédito livre e direcionado após 2001, porém poucos estudos relacionam crédito e distribuição da indústria no território. O objetivo deste artigo é verificar os impactos espaciais da disponibilização de crédito sobre a especialização das microrregiões brasileiras no setor da indústria. Foi utilizado o quociente locacional de vínculos empregatícios na indústria por intensidade tecnológica como indicador de especialização industrial, entre 2006 e 2019, com técnicas de Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE) e econometria espacial. Os resultados indicam: a existência de autocorrelação espacial em relação ao quociente locacional de vínculos industriais, com clusters espaciais principalmente nas regiões Sudeste e Sul; que há impactos significativos da preferência pela liquidez dos bancos e do crédito do BNDES sobre a especialização industrial das microrregiões, em atividades de baixa e média intensidade tecnológica; e atividade de alta intensidade tecnológica apresentou piora na distribuição espacial.
... Isso demanda uma agenda de pesquisa que integre as perspectivas das linhas (neo-)schumpeteriana e (pós-)keynesiana. Alguns autores entendem que a visão do investimento em Keynes e da inovação em Schumpeter são primordiais para que o sistema econômico se torne dinamizador de crescimento econômico (CAVALCANTE; RAPINI; LEONEL, 2021), ao passo que a interação entre economistas evolucionários e pós-keynesianos pode contribuir para que se compreenda a relação entre as finanças e a inovação (PAULA, 2014). ...
... A incerteza é um conceito chave em uma economia monetária de produção keynesiana, onde a moeda não é neutra e faz parte do processo de decisão em investir na produção ou não pelos agentes. Neste cenário, os bancos são entidades que, muito além de meros intermediários financeiros passivos entre poupadores e aplicadores, têm objetivos de lucro, motivações próprias e podem criar crédito sem a necessidade da existência de depósitos prévios, ou seja, criam moeda bancária (PAULA, 2014). Os bancos determinam as condições de financiamento da economia, sendo assim gerados os passivos através dos quais os contratos financeiros são determinados, gerando um fluxo de pagamentos que serão liquidados pelo fluxo de caixa e lucros gerados pela firma tomadora (MINSKY, 1992). ...
... Os bancos determinam as condições de financiamento da economia, sendo assim gerados os passivos através dos quais os contratos financeiros são determinados, gerando um fluxo de pagamentos que serão liquidados pelo fluxo de caixa e lucros gerados pela firma tomadora (MINSKY, 1992). Desta forma os bancos determinam a composição de seus próprios portfólios e dos demais agentes, uma vez que esta alocação de ativos depende das condições de crédito ditadas endogenamente pelo sistema financeiro, sua preferência pela liquidez dada a conciliação entre lucratividade, risco e expectativas quanto ao futuro (PAULA, 2014). ...
Conference Paper
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As literaturas neo-schumpeteriana e pós-keynesiana têm convergido sobre o entendimento do papel central do crédito para o impulsionamento das inovações pelas firmas para o desenvolvimento econômico. O objetivo deste trabalho é efetuar uma revisão sistemática da literatura acerca dos trabalhos empíricos sobre os impactos do crédito sobre as inovações das firmas. Ao todo foram considerados para a revisão proposta 39 artigos publicados entreos anos de 2008 e 2021 em 31 diferentes periódicos. Como principais resultados verificou-se que a produção empíricaneste tema é relativamente recente (2008-2021), com alta diversificação de periódicos internacionais em diferentes áreas (economia, negócios, agricultura, ciência e tecnologia são algumas), sem concentração de autores. Os dados analisados nos artigos se baseiam predominantemente de amostras de firmas localizadas em segmentos de interesse e os trabalhos analisam realidades provenientes principalmente de países da Ásia (com grande contribuição da China), Europa e África. A maior parte dos estudos analisa o impacto do crédito sobre inovações de produto e processo, sendoque a utilização de dados de surveys responde pela metade dos artigos e os demais são provenientes de bases de dados secundárias diversas. Utilizam-se em maior proporção da econometria de dados em painel como metodologia para análise estatística dos dados. Quanto às variáveis dependentes utilizadas como proxy da inovação, apesar dos problemas teóricos na definição das variáveis como reconhecido na literatura, utilizou-se, na maior parte dos artigos, medidas diretas provenientes de surveys, seguidas por indicadores de utilização de P&D pelas firmas e do número de patentes alcançadas. Por fim, os resultados preliminares apontam que o crédito ou a sua falta de acesso impactam de maneira significativa sobre as inovações das firmas nos mais variados recortes geográficos e setoriais dentro do arcabouço de análise empírica que os artigos desta revisão sistemática apresentaram. Isso contribui para pensar em como avançar em um estudo referente a essa temática para a realidade brasileira, ao evidenciar as carências teóricas e obstáculos empíricos enfrentados nos trabalhos anteriores.
... A partir de outro prisma, ele desponta enquanto possível canal de captação de financiamentos pelas empresas, seja de longo ou de curto prazo, essencial para a viabilização dos planos de investimento e o desenvolvimento das economias (Keynes, 1973;Paula, 2014). ...
... A novidade gerada pela Instrução nº 476 passou por uma trajetória de apropriação não somente por parte de seus emissores, mas também por parte dos intermediários financeiros envolvidos nas ofertas. Os bancos no Brasil detêm um padrão comportamental que simplifica as revisões de aplicação de seus portfólios, haja vista os elevados spreads e aplicações indexadas, assim como o estado da concorrência nesse setor, caracterizado por uma estrutura de oligopólio, que acomoda um ritmo de inovação mais lento (Paula, 2014). ...
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Os meios de financiamento privado no Brasil foram, por um longo período, pouco expressivos para a composição do endividamento das empresas. Por meio das ofertas públicas com esforços restritos, regulamentadas em 2009, viabilizou-se a captação das empresas de uma maneira mais simplificada e menos onerosa. O objetivo geral do presente trabalho é analisar como a adoção da oferta de valores mobiliários com esforços restritos impactou a oferta de financiamento de longo prazo no Brasil no período entre 2009 e 2021. Mais especificamente, o trabalho busca avaliar, a partir de um referencial minskyano-evolucionário, como o setor bancário brasileiro valeu-se da oferta com esforços restritos para promover instrumentos de financiamento de longo prazo, com foco no mercado de debêntures. Conclui-se que as ofertas com esforços restritos reconfiguraram o mercado de financiamento de longo prazo, permitindo que as debêntures – um instrumento de captação via mercado de capitais – fossem operadas pelos bancos como uma extensão do crédito tradicional, criando-se um híbrido funcional à lucratividade das instituições financeiras e, ao mesmo tempo, atrativo às empresas.
... As instituições financeiras dispõem, ainda, da alternativa de renunciar à concessão de empréstimos, mantendo seus portfólios concentrados em ativos que garantem maior segurança e proteção contra perdas. É neste ponto que a atuação do governo se coloca como um ponto chave para assegurar a funcionalidade dos mercados de crédito em ambientes de elevada incerteza(STUDART, 1995;PAULA, 2014).TorresFilho (2009, p. 13) argumenta que a intervenção do Estado pode tomar formas diversas. Uma delas é a regulação sobre esse mercado, afetando sua dinâmica na totalidade. ...
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O objetivo deste trabalho é analisar a evolução do mercado de crédito às empresas no Brasil durante a pandemia de covid-19, com foco nas micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). Constrói-se um arcabouço teórico de inspiração minskyana para analisar o comportamento do mercado de crédito e avaliar criticamente as medidas adotadas pelo governo para fazer frente aos efeitos da pandemia. Em especial, analisase a evolução do crédito a pessoas jurídicas e das diferentes linhas, características e condições do crédito a MPMEs a partir da base de dados do DataSebrae. O ineditismo do trabalho consiste no arcabouço teórico utilizado e nos dados utilizados. O puzzle referente à contraciclicidade do crédito às empresas durante a pandemia de covid-19 no Brasil – cresceu quando se esperava uma queda – é explicado pela heterogeneidade de tamanho dos tomadores e pelas medidas adotadas pelo governo. Conclui-se que o fluxo de crédito às MPMEs só foi viabilizado devido aos programas de garantia sob a lógica de direcionamento de crédito. Argumenta-se, por fim, que a desestruturação desses programas, em especial, no contexto de aumento das taxas de juros, implicará maior fragilidade financeira, impactando a capacidade de as MPMEs gerarem emprego e renda na economia brasileira. É necessário assegurar a perenidade desses programas de garantia e reativar os empréstimos de bancos públicos e de desenvolvimento para que as MPMEs concretizem seu potencial.
... The channelling of funding resources in the productive investment is a sine qua non condition for this process's success. The financial system creates and directs liquidity, not merely transfers resources from surplus agents to deficit agents (PAULA, 2011). The failures inherent in the functioning of financial systems and the capital importance of this market for the economic development process are strong reasons that justify State-owned financial institutions' existence focused on sustainable development. ...
Thesis
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The role of State-owned financial institutions (SFIs) has been a recurring topic of discussion in the scholars, political, and economic spheres. Financial services are essential in the economy for the supply of liquidity, which is imperative for financing investment and growth. Economic development is made possible by the financial systems capable of funding production. However, the instability inherent in the financial system may limit investors' ability to promote sustainable growth. The financial institutions' behaviour, operating in an environment of non-probabilistic uncertainty, can create instability in the economic system and obstacles to its progress. This thesis highlights the essentiality of SFIs, especially development banks, working as public policy arms and intelligence centres, capable of financing the catching-up process, regional and national development, and the green transition. That is, operating as what we call a "big government smart bank". This structural approach attributes a more significant role to SFIs and recommends that they work beyond market failures, address alternative ideas, and not amass around a single theoretical framework. Their performance should not be limited to complementing private institutions or acting countercyclically. In this sense, their position should be perennial, not transitory. Inserted in a broader context of "sustainable development convention", promoting development, SFIs must operate while embracing a mission, supporting the structural transformation, and following government guidelines. This thesis compiles four articles on State-owned financial institutions as part of research on credit, cathing-up, and sustainable development. The chapters are "Regional State-owned financial institutions and the challenges of the National Development System"; "Regional credit distribution in Brazil: the role of State-owned financial institutions"; "Development banks as an economic policy arm – promoting sustainable structural change"; and "The green transition and the need for a sustainable development convention". Key words: development banks; big government smart bank; sustainable development convention
... Ademais, é preciso considerar o papel da introdução de inovações financeiras que permite o sistema bancário criar mecanismos capazes de burlar as regulações instituídas, no qual modificam a natureza da construção da fragilidade financeira no tempo, ou seja, que vai além de considerar apenas uma possível relação entre o risco sistêmico e a expansão da oferta de crédito(FERREIRA, 2020;PAULA, 2014).Desta forma, a literatura pós-keynesiana adota os conceitos de posturas financeiras para construir seus índices em forma de mensurar a evolução da fragilidade financeira no tempo.Minsky (1992) classifica as posturas financeiras em três categorias: hedge, especulativo e Ponzi. A postura hedge é considerada a de maior solidez financeira, pois, a unidade consegue ter uma boa margem de segurança acima de suas obrigações financeiras em qualquer ponto do tempo. ...
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A ocorrência da crise financeira de 2008 gerou certos questionamentos acerca das políticas regulatórias adotadas até então, devido aos seus efeitos negativos sobre o nível de produto e emprego em âmbito global. Deste modo, com a introdução do novo Acordo de Basileia III, uma estrutura de regulação dita macroprudencial foi implementada, isto é, voltando-se para prevenção e análise da acumulação do risco sistêmico no sistema financeiro em sua totalidade. Neste sentido, foi criado um instrumento que pretende suavizar o comportamento pró-cíclico do sistema financeiro denominado buffer de capital contracíclico, ao adotar um adicional sobre o capital mínimo regulatório. Este trabalho busca analisar de forma crítica esse novo instrumento. As evidências apontadas no artigo mostram que este tipo de instrumento pode ter dificuldades em atingir seu objetivo pretendido, principalmente, porque utiliza um índice de referência para medir o risco sistêmico, o hiato de crédito/PIB, que se demonstra inadequado diante das deficiências mostrada neste trabalho. Logo, caberia avaliar a adoção de índices alternativos, como, por exemplo, aqueles encontrados na literatura pós-keynesiana baseada na hipótese de fragilidade financeira. Abstract: The occurrence of the 2008 financial crisis raised certain questions about the regulatory policies adopted until then, due to their negative effects on the level of output and employment globally. Thus, with the introduction of the new Basel III Accord, a so-called macro-prudential regulation structure was implemented, i.e., focused on prevention and analysis of the accumulation of systemic risk in the financial system as a whole. In this sense, an instrument was created that intends to soften the pro-cyclical behavior of the financial system, called counter-cyclical capital buffer, by adopting an additional on the minimum regulatory capital. This paper seeks to critically analyze this new instrument. The evidence pointed out in the article shows that this type of instrument may have difficulties in reaching its intended objective, mainly because it uses a reference index to measure systemic risk, the credit/GDP gap, which proves to be inadequate in view of the deficiencies shown in this work. Therefore, the adoption of alternative indexes should be evaluated, such as, for example, those found in the post-Keynesian literature, based on the financial fragility hypothesis.
Article
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Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) assumiu o papel de principal fonte de funding do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Entretanto, em razão de suas características, esta fonte de fundos é compatível somente com um padrão de baixas taxas de crescimento do produto e do investimento. Após 2004, quando a economia brasileira entrou em trajetória de aumento das taxas de crescimento do produto e do investimento, o FAT se mostrou esgotado e incapaz de atuar como principal fonte de funging do BNDES, em contexto de um mercado de capitais ainda concentrado no curto prazo e, portanto, uma economia ainda dependente de seu principal banco de desenvolvimento. A solução arquitetada em 2009, na forma de empréstimos do Tesouro Nacional (TN) ao BNDES, constituindo um subsídio, foi desmontada a partir de 2016, e o BNDES voltou a ser dependente do FAT como principal fonte de funding. Entretanto, as condições de esgotamento do FAT vigentes até 2008 persistem. O BNDES voltou, portanto, a ser dependente de uma fonte de funding esgotada, compatível apenas com uma economia de baixo crescimento, mas incapaz de sustentar o crescimento sustentado do investimento.
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This article aims to make a systematic presentation of Keynesian-inspired growth models (Neo-Keynesian and Kaldorian Models), focusing on the role of aggregate demand in the analysis of the determinants of uneven development, which means that the focus of the article will be the proximate causes of economic growth in Maddison´s sense (1988) from the perspective of Keynesian Economics. These growth models will be classified into two groups, namely: growth models with limited labor supply, more directly applicable to mature economies; and growth models led by aggregate demand, in which labor supply can be regarded as unlimited or perfectly elastic, thus being more applicable to the case of dual economies in Lew-is's sense or in the process of Industrialization. In the case of models with limited supply of labor, the growth rate compatible with a balanced growth path is determined by the natural growth rate, consisting of the sum between the growth of the workforce and the growth of labor productivity. As technological progress is largely embedded in new machinery and equipment, the pace of growth of labor productivity depends critically on the pace of capital accumulation; but the extent to which technical progress is incorporated into the economy depends on the level of the technological gap, which expresses the technological asymmetries between the various economies. In this setting, different levels of technological gap are compatible with different rates of growth of labor productivity along the balanced growth trajectory, thus generating divergences between the growth rates of the countries.
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The main objective of this paper is to incorporate the technological asymmetries between countries in the formal structure of the so-called Kaldor-Pasinetti model of growth and distribution. We will name such a model as Kaldor-Pasinetti-Verspagen Growth-Model. Our basic contribution for the literature of post-Keynesian models of growth and distribution is to redefine Kaldor´s technical progress function to incorporate the technological gap in the determination of the natural rate of growth. Such incorporation will make possible for such class of models to generate uneven development between countries, at least for mature economies, that is, economies where all labor force is employed in the modern or capitalist sector. Since in such models, income distribution is the adjusting variable between natural and warranted rate of growth, one important result of our model is that income distribution between wages and profits is a non-linear function of the level of technological gap: below some threshold level of technological gap, profit-share will be reduced with the reduction of technological gap; above such threshold level, hover, the opposite effect occurs. Another important contribution of this article is to make a general formulation of the saving function, incorporating in the same model the contributions of both Kaldor and Pasinetti. From this general formulation, we can make different closures for the general model, which will allow the analysis of the implications of different assumptions about saving behavior over the income and wealth distribution in the balanced-growth path of mature economies that operate with different levels of technological gap.
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