ArticlePDF Available

Abstract and Figures

The Amazon oilseeds, especially from native palm trees are significant species belonging to the Amazon landscape and culture. The Amazon species produce oil with great potential to generate valuable medicines, cosmetics, nutraceuticals and energy. The Oenocarpus bataua (patawa) is an edible species and from its fruits is produced the "vinho de patauá", a well-known beverage, considered very nutritive and energetic. Fresh fruits collected nearby Manaus-AM, were separated into peel, pulp and seeds. The methanolic extracts from pulp and seeds were evaluated in different antioxidant assays and both extracts were considered active. The seed extract showed antioxidant activity compared to the positive control (quercetin) in the radical scavenging-DPPH assay. The pulp extract were fractionated guided by TLC-antioxidant analysis that led to the isolation of the stilbene, piceatannol. This is the first report of an isolated compound from patawa. Piceatannol is considered a bioactive compound and in some cases was considered more active than resveratrol, a well-known bioactive compound. These results showed the great potential of patawa to produce nutraceutical products.
Content may be subject to copyright.
Rev. Virtual Quim. |Vol 8| |No. 1| |130-140|
130
Artigo
Plantas Oleaginosas Amazônicas: Química e Atividade
Antioxidante de Patauá (Oenocarpus bataua Mart.)
Hidalgo, P. S. P.; Nunomura, R. C. S.; Nunomura, S. M.*
Rev. Virtual Quim., 2016, 8 (1), 130-140. Data de publicação na Web: 4 de janeiro de 2016
http://rvq.sbq.org.br
Amazon Oilseeds: Chemistry and Antioxidant Activity of Patawa (Oenocarpus bataua
Mart.)
Abstract: The Amazon oilseeds, especially from native palm trees are significant species belonging to the
Amazon landscape and culture. The Amazon species produce oil with great potential to generate
valuable medicines, cosmetics, nutraceuticals and energy. The Oenocarpus bataua (patawa) is an edible
species and from its fruits is produced the “vinho de patauá”, a well-known beverage, considered very
nutritive and energetic. Fresh fruits collected nearby Manaus-AM, were separated into peel, pulp and
seeds. The methanolic extracts from pulp and seeds were evaluated in different antioxidant assays and
both extracts were considered active. The seed extract showed antioxidant activity compared to the
positive control (quercetin) in the radical scavenging-DPPH assay. The pulp extract were fractionated
guided by TLC-antioxidant analysis that led to the isolation of the stilbene, piceatannol. This is the first
report of an isolated compound from patawa. Piceatannol is considered a bioactive compound and in
some cases was considered more active than resveratrol, a well-known bioactive compound. These
results showed the great potential of patawa to produce nutraceutical products.
Keywords: FRAP; DPPH; phenolics; stilbenes.
Resumo
As espécies oleaginosas amazônicas e em especial oriundas de palmeiras nativas fazem parte das
paisagens e da cultura amazônica. Os óleos amazônicos possuem grande potencial na geração de
produtos medicinais, cosméticos, nutracêuticos e na geração de energia. A espécie Oenocarpus bataua
(patauá) é uma espécie comestível, a partir de seus frutos se extrai o “vinho de patauá”, que é bastante
nutritivo e energético. Frutos inteiros foram coletados nas proximidades de Manaus-AM e separados em
cascas, polpa e sementes. Os extratos metanólicos da polpa e das sementes foram avaliados em
diferentes ensaios de atividade antioxidante e ambos os extratos foram considerados ativos. Do extrato
da polpa, foi realizado um isolamento monitorado por cromatografia em camada delgada para
substâncias antioxidantes, que levou ao isolamento do estilbeno, piceatanol. Esse é o primeiro relato de
isolamento de um produto natural de patauá. O piceatanol possui propriedades farmacológicas
descritas, algumas inclusive superiores ao resveratrol, um antioxidante bem conhecido. Esse resultado
demonstra o grande potencial do patauá na geração de um bioproduto nutracêutico.
Palavras-chave: FRAP; DPPH; fenólicos; estilbenos.
* Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Coordenação de Tecnologia e Inovação, Avenida André
Araújo, 2936, CEP 69067-375, Petrópolis, Manaus-AM, Brasil.
smnunomu@inpa.gov.br
DOI: 10.5935/1984-6835.20160009
Volume 8, Número 1
Revista Virtual de Química
ISSN 1984-6835
Janeiro-Fevereiro 2016
131
Rev. Virtual Quim. |Vol 8| |No. 1| |130-140|
Plantas Oleaginosas Amazônicas: Química e Atividade
Antioxidante de Patauá (Oenocarpus bataua Mart.)
Patrícia S. P. Hidalgo,a Rita de Cássia S. Nunomura,a Sergio M.
Nunomurab,*
a Universidade Federal do Amazonas, Instituto de Ciências Exatas, Departamento de Química.
Avenida General Rodrigo Otávio Jordão Ramos, 3000, CEP 69077-000, Japiim, Manaus-AM,
Brasil.
b Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Coordenação de Tecnologia e Inovação,
Avenida André Araújo 2936, CEP 69067-375, Petrópolis, Manaus-AM, Brasil.
* smnunomu@inpa.gov.br
Recebido em 3 de janeiro de 2016. Aceito para publicação em 3 de janeiro de 2016
1. Introdução
1.1. A espécie Oenocarpus bataua Mart. (patauá)
2. Materiais e métodos
2.1. Coleta de patauá
2.2. Preparação de extratos orgânicos
2.3. Análise de fenólicos totais
2.4. Análise da atividade antioxidante pela capacidade de sequestro do radical livre
DPPH
2.5. Análise da atividade antioxidante pela capacidade redutora de Ferro (III) (FRAP)
2.6. Análise da atividade antioxidante por cromatografia em camada delgada (CCD)
2.7. Isolamento da substância antioxidante (piceatanol)
2.8. Elucidação estrutural por RMN e EM de alta resolução
3. Resultados e Discussão
4. Conclusões
1. Introdução
A busca de novas fontes de óleos vegetais
tem sido de grande interesse nas últimas
décadas, não apenas para a indústria
alimentícia. Na indústria cosmética, os óleos
são empregados como umectantes,
emolientes, emulsificantes e agentes
modificadores de viscosidade.1 Os ácidos
graxos assim como seus derivados ésteres
podem ser usados em uma variedade de
aplicações relacionadas aos cuidados
pessoais. Os ácidos mirístico, palmítico,
esteárico, linoleico e linolênico são muito
comuns em certos tipos de cosméticos como
sabões e shampoos, enquanto outros ácidos
Hidalgo, P. S. P. et al.
Rev. Virtual Quim. |Vol 8| |No. 1| |130-140|
132
graxos possuem propriedades
rejuvenescedoras ou curativas.2
Os óleos vegetais têm também
despertado o interesse do homem pelo seu
potencial nutracêutico. Os óleos vegetais são
apontados como uma importante fonte de
lipídios benéficos à saúde. Estudos revelaram
que nas regiões onde existe um maior
consumo de azeite de oliva, existe uma
menor incidência de câncer de mama.3
As propriedades nutracêuticas das
espécies oleaginosas não se restringem
apenas a sua composição lipídica, mas
também à presença de outras substâncias,
normalmente denominadas de matéria
insaponificável, que possuem propriedades
biológicas importantes. Por exemplo, no óleo
de oliva são as substâncias fenólicas
presentes que são responsáveis pela sua
propriedade cardioprotetora.3 Dentre as
substâncias bioativas que podem ser
encontradas nos óleos vegetais estão
incluídas algumas vitaminas, que exercem
ação protetora contra a evolução de
processos degenerativos que conduzem às
doenças e ao envelhecimento precoce com
destaque para as vitamina C (ácido
ascórbico), vitamina E (tocoferóis) e β-
caroteno (que é um dos precursores da
vitamina A), os quais estão presentes em
diversas espécies oleaginosas. Essas
substâncias antioxidantes são extremamente
importantes na diminuição dos efeitos
maléficos dos radicais livres gerados em
processos oxidativos em nosso metabolismo.4
A região amazônica possui várias espécies
oleaginosas, com destaque para as palmeiras
nativas, algumas das quais são responsáveis
por alguns dos mais belos cenários da
floresta amazônica como são os babaçuais ou
Mata de Cocais, formados por espécimens de
babaçu, os buritizais por espécimens de
buruti e os açaizeiros por espécimens de açaí.
A flora Amazônica possui uma rica
biodiversidade que é refletida na diversidade
de constituintes químicos isolados de suas
espécies vegetais. As espécies oleaginosas
amazônicas possuem muito poucos estudos
de caracterização da composição química e
normalmente é restrita a caracterização da
cadeia graxa dos óleos e gorduras. O nosso
grupo de pesquisa busca de forma
sistemática, estudar os óleos produzidos por
espécies oleaginosas nativas, procurando
descrever o seu potencial na produção de
produtos cosméticos, medicinais,5
alimentícios ou nutracêuticos6 e na geração
de energia.7 Muitas dessas palmeiras
possuem frutos comestíveis como é o caso da
bacaba (Oenocarpus bacaba), patauá
(Oenocarpus bataua), buriti (Mauritia
flexuosa) e a pupunha (Bactris gasipaes).8 As
espécies de frutos amazônicos que são
consumidos pelas populações locais são ricos
em gordura insaturada, composta
principalmente pelos ácidos oleico e
linoleico, que aumentam os níveis de HDL e
diminuem os níveis de LDL no organismo
humano, possuindo propriedades
cardioprotetoras.9,10 Esses frutos também
apresentam composição notável de
micronutrientes, especialmente de vitaminas,
sendo valorizados no contexto atual como
alimentos saúde;4 alimentos naturais ou
ainda como produtos éticos ou
ecologicamente corretos. Contudo existem
poucos estudos químicos que procuram
descrever esses constituintes.
1.1. A espécie Oenocarpus bataua Mart.
(patauá)
Uma espécie oleaginosa amazônica e
comestível muito conhecida na região é a
espécie patauá, considerada uma das plantas
úteis mais utilizadas pela comunidade
indígena na Amazônia. É uma palmeira
monocaule, com 4 a 26 m de altura,
largamente distribuída na Amazônia
brasileira, tanto em floresta úmida de várzeas
e de galeria, como inundáveis como de terra
firme. É considerada uma espécie
‘‘oligárquica’’, cuja população natural produz
cerca de onze toneladas de frutos/ha/ano,
podendo gerar rendas substanciais e
ecologicamente sustentáveis. A polpa do
fruto é empregada para produzir o chamado
“vinho de patauá”, que é bastante nutritivo e
Hidalgo, P. S. P. et al.
133
Rev. Virtual Quim. |Vol 8| |No. 1| |130-140|
energético. Desse vinho extrai-se um óleo
que pode substituir o azeite de oliva na
culinária, por ter sabor e composição química
semelhante. O mesocarpo (polpa) de
Oenocarpus bataua é rico em lipídios com
51,6 % de peso seco. Em 2010, Montúfar e
colaboradores8 descreveram 15 ácidos graxos
identificados em amostras oriundas de
diversas localidades, sendo que para o óleo
de patauá amazônico, eles descrevem os
ácidos oleico (77,7%) e palmítico (13,2%)
como os componentes majoritários e juntos
perfazem aproximadamente 90% do
conteúdo total de ácidos graxos. Outros
componentes em quantidades menores são o
ácido linoleico (2,7%), ácido esteárico (3,6%),
ácido palmitoleico (0,6%) e ácido α-linolênico
(0,6%). Devido ao alto conteúdo de ácido
oleico, comparável ao do azeite de oliva, os
frutos de patauá são uma ótima fonte de
óleo monoinsaturado. De acordo com
Montúfar e colaboradores,8 o óleo de patauá
apresenta 368 mg de esteroides por kg de
óleo, sendo 34,2% de β-sitosterol, 27,8% de
Δ5-avenasterol, 19,2% de estigmasterol, 7,2
% de campesterol, 6,0% de campestanol e
3,4% de colesterol. Possui ainda 2,4 mg de
carotenoides -caroteno) por kg de óleo, e
1.700 mg de tocoferóis por kg de óleo.
A composição nutricional foi descrita por
Aguiar e colaboradores em 1980,11 que
relataram que a polpa de patauá possuía 35,6
% de umidade e em 100 g de polpa seca
foram determinados 3,3 g de proteína, 12,8 g
de gordura, 47,2 g de carboidratos, 1,1 g de
cinzas e 31,5 g de fibras. Cada 100 g de polpa
correspondem a 317,2 Kcal de energia
consumida.
A polpa do fruto tem usos medicinais no
controle da queda de cabelo, caspa,
bronquite e tuberculose, a maceração dos
frutos é utilizada no tratamento da malária.8
Recentemente, Rezaire e colaboradores,12
realizando um estudo com espécimens
coletados na Guiana Francesa, com um
extrato obtido por ultrassom da polpa
liofilizada com uma mistura de acetona e
água, também observaram significativa
atividade antioxidante da amostra. Nesse
mesmo estudo, a partir de estudos realizados
pela técnica de UPLC-API-IT-MSn, os autores
identificaram de forma preliminar várias
substâncias fenólicas como fenilpropanóides,
antocianinas e estilbenos. Dentre os
estilbenos, foram identificados o resveratrol
e possíveis derivados hidroxilados do
resveratrol, como o piceatanol. Contudo essa
identificação não foi realizada de forma
conclusiva e os resultados são citados pelos
próprios autores como dados preliminares.
O trabalho realizado foi motivado pelo
limitado número de trabalhos relacionados
com a confirmação da atividade antioxidante
dos frutos e em suas diferentes partes, bem
como o isolamento de constituintes
antioxidantes presentes nos frutos de patauá.
2. Materiais e métodos
2.1. Coleta de patauá
A coleta dos frutos de patauá (Oenocarpus
bataua) foi realizada em dois períodos: em
outubro de 2007 e posteriormente foi
necessária nova coleta para término do
trabalho em agosto de 2010, na Reserva
Florestal Adolpho Ducke, localizada a 34 Km
de Manaus (AM). A espécie estudada de
patauá foi encontrada em um terreno
arenoso. Foram coletados 500 frutos, foram
selecionados e acondicionados em freezer a -
18 C e posteriormente foram descascados e
despolpados manualmente separando-se as
cascas, a polpa e as sementes.
Hidalgo, P. S. P. et al.
Rev. Virtual Quim. |Vol 8| |No. 1| |130-140|
134
Figura 1. Frutos de patauá coletados na Reserva Adolpho Ducke
2.2. Preparação de extratos orgânicos
Tanto a polpa quanto a semente de cada
um dos frutos foram secas em estufa a 60 °C
e o teor percentual de água (42,2%) foi
medido. A polpa e semente (separadamente)
foram extraídas por extração sólido-líquido
contínua em Soxhlet com n-hexano (3 x 6 h) e
a seguir extraídas com metanol (3 x 6 h). Os
extratos foram concentrados em
rotaevaporador em temperaturas inferiores a
40⁰C.
2.3. Análise de fenólicos totais
A determinação do teor de fenólicos totais
foi realizada por meio de espectroscopia na
região do visível utilizando o método de
Folin-Ciocalteau13 com calibração externa
utilizando ácido gálico como padrão de
referência. Foram transferidos 200 μL da
amostra para frascos âmbar e adicionou-se
1,5 mL do reagente Folin-Ciocalteau (10,0 %
m/v, em água Milli-Q). Após cinco minutos,
foram adicionados 1,5 mL de solução tampão
de bicarbonato de sódio (6,0 % m/v). As
amostras foram incubadas durante 90
minutos em ausência de luz. A absorbância
foi medida em espectrofotômetro UV/Visível
Femto 800XI a 725 nm. Como branco utilizou-
se água Milli-Q. As análises foram realizadas
em triplicata.
2.4. Análise da atividade antioxidante
pela capacidade de sequestro do radical
livre DPPH
A análise da capacidade de sequestro de
radicais livres foi feita utilizando o método de
Blois modificado por Brand-Williams.14 Foi
preparada uma solução de DPPH (2,2-difenil-
1-picril hidrazil) a 0,2 mg/mL em metanol. No
ensaio, 2,5 mL de cada amostra foram
adicionados a 1,0 mL da solução de DPPH. A
absorbância de cada solução foi lida a 518
nm, após 30 minutos de incubação na
ausência de luz. O cálculo da atividade
antioxidante foi realizado com base na
fórmula:
%CS = 100 (Aamostra – Abranco) x 100
Acontrole
O branco utilizado foi o metanol puro e o
controle a absorbância da amostra analisada.
Para a determinação do CS50 foi construído
um gráfico do %CS vs. concentração com
diferentes diluições para cada amostra. A
quercetina foi utilizada como controle
positivo, que apresentou CS50 = 6,5 µg/mL.
2.5. Análise da atividade antioxidante
pela capacidade redutora de Ferro (III)
(FRAP)
O método FRAP (“ferric
reducing/antioxidant power assay”), descrito
Hidalgo, P. S. P. et al.
135
Rev. Virtual Quim. |Vol 8| |No. 1| |130-140|
por Benzi e colaboradores em 1996,15
determina a atividade antioxidante pela
medida da capacidade redutora de íons de
Fe3+ para Fe2+ com o auxílio do agente
complexante de [2,4,6-tri(2-piridil)-1,3,5-
triazina] (TPTZ). O reagente FRAP é uma
solução contendo FeCl3 20 mM, TPTZ 10 mM
e tampão ácido acético/acetato de sódio 0,3
M pH 3,6 na proporção 1:1:10. No ensaio, a
100 μL da amostra foram adicionados 300 μL
de água Milli-Q, seguido de 3,0 mL do
reagente complexante FRAP. Após 4 minutos
de incubação à temperatura ambiente, foi
feita a leitura da absorbância em
espectrofotômetro Femto 800 XI a 593 nm. A
calibração foi feita com base numa curva de
calibração com diferentes concentrações de
Fe2SO4. Os valores foram expressos em mM
de Fe2+ por g de peso seco de extrato.
2.6. Análise da atividade antioxidante por
cromatografia em camada delgada (CCD)
Todos os extratos metanólicos foram
analisados por CCD usando quercetina como
padrão positivo. As cromatoplacas foram
eluídas em CHCl3: MeOH (8:2) e após
secagem, foram nebulizadas com reveladores
específicos. Para indicação da presença de
fenólicos foi utilizado o FeCl3 como revelador
(coloração azul esverdeada indicando a
presença de fenólicos ) e para a atividade
antioxidante foi utilizado uma solução de
DPPH na concentração de 1 mg/mL como
revelador, onde o aparecimento de manchas
amarelas sob fundo de coloração púrpura
indicou a atividade antioxidante nas
amostras.
2.7. Isolamento de uma substância
antioxidante (piceatanol)
O extrato metanólico de patauá (14,0 g)
foi solubilizado em MeOH: H2O (3:7), e a
seguir foi particionado com (3 x 200 mL) de
hexano, logo a seguir foi particionado com (3
x 200 mL) de clorofórmio e por último (3 x
200 mL) com acetato de etila. Cada fração foi
concentrada em rotaevaporador em
condições brandas.
Todas as frações foram analisadas através
de placas de CCD, quanto à atividade
antioxidante, utilizando-se DPPH como
reagente revelador para o isolamento de
substâncias antioxidantes. As frações
também foram reveladas com reagente FeCl3
para a detecção de fenólicos.
A fração AcOEt apresentou a maior
quantidade de componentes antioxidantes
em placas de CCD, bem como a maior
quantidade de compostos fenólicos de
acordo com reagente FeCl3, por isso a fração
AcOEt (1,75 g) foi submetida a uma
separação em coluna aberta de Sephadex LH-
20 de 50 cm de altura e 3 cm de diâmetro,
eluída com metanol. Foram coletadas oito
frações de 150 mL. A fração 05 (123,2 mg) foi
então submetida a uma coluna de sílica
(Merck 0,045-0,055 mm) com uma altura de
13 cm e diâmetro de 1,5 cm. Foram coletadas
trinta frações de 10 mL, que foram depois
reunidas em oito frações. A fração 6 continha
uma substância antioxidante e pura por CCD,
na forma de um sólido amorfo de cor
marrom clara com massa de 7,0 mg, que foi
encaminhada para análises por RMN e EM de
alta resolução.
2.8. Elucidação estrutural por RMN e EM
de alta resolução
Os espectros de ressonância magnética
nuclear de hidrogênio (RMN 1H) e carbono
(RMN 13C e DEPT 135) foram registrados no
Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA),
utilizando-se espectrômetro Inova-500 da
Varian operando a 500 MHz. Os
deslocamentos químicos foram registrados
em partes por milhão (ppm) tendo como
referência o sinal do solvente (CD3OD).
Os espectros de massas de alta resolução
foram obtidos num aparelho microTOF II da
marca Bruker Daltonics da Faculdade de
Ciências Farmacêuticas da USP-RP. A amostra
Hidalgo, P. S. P. et al.
Rev. Virtual Quim. |Vol 8| |No. 1| |130-140|
136
foi diluída em acetonitrila e analisa por
injeção direta, no modo positivo, com uma
fonte ESI, tendo como calibrante uma
mistura de formiato de sódio.
3. Resultados e discussão
Os frutos foram despolpados e o
percentual de casca, polpa e sementes foi
determinado. Em seguida, as polpas e as
sementes, após secas, foram extraídas com
hexano e metanol para a realização dos
ensaios antioxidantes e isolamento
fitoquímico. Os resultados são apresentados
na tabela 1.
O resultado obtido é semelhante ao
anteriormente publicado por Cavalcante em
199616 que descreveu um percentual de
casca de 17,2%, polpa 18,1% e semente
64,6%.
Os extratos metanólicos obtidos foram
então submetidos à determinação de
fenólicos totais e da atividade antioxidante
com os reagentes de DPPH e FRAP, cujos
resultados são apresentados na tabela 2.
Tabela 1. Composição percentual dos frutos e de extratos hexânicos e metanólicos
Fruto
Partes do
fruto
Massa
fresca (g)
Percentual
(%)
Ext Hex
(%)
Ext. MeOH
(%)
Patauá
20 frutos
Inteiro
264,6
-
-
-
Polpa
31,35
13,15
14,20
19,90
Casca
46,22
17,46
-
-
Semente
169,1
63,87
0,18
9,87
Tabela 2. Resultados da dosagem de fenólicos totais e da atividade antioxidante de extratos
metanólicos de patauá
Parte
Fenólicos totais (µg/mL)
FRAP (µM de Fe2+)
DPPH (CS50 µg/ mL)
Polpa
72,200 ± 0,004
584,9 ± 5,3
115,00 ± 0,11
Semente
245,000 ± 0,005
1.791,4 ± 3,2
7,0 ± 0,1
Observou-se uma forte correlação entre a
presença de substâncias fenólicas e a
atividade antioxidante medida tanto pela
capacidade redutora de Fe (III) como pelo
sequestro de radicais de DPPH. O extrato
metanólico de sementes apresentou elevado
teor de fenólicos totais e maior capacidade
redutora de Fe (III), isto é, maior atividade
antioxidante, bem como menor concentração
capaz de sequestrar 50% de radicais de
DPPH. O valor de sequestro de radicais de
DPPH apresentado pelo extrato de sementes
foi comparável ao observado para o padrão
de quercetina (CS50 = 6,5 µg/mL), indicando a
significativa atividade para essa parte dos
frutos.
Contudo os extratos obtidos de sementes
são normalmente ricos em taninos, que são
responsáveis também pelas elevadas
atividades antioxidantes observadas. Além
disso, a parte comestível do patauá, de onde
se extrai o vinho de patauá, é a polpa. Em
razão disso, decidiu-se investigar as
substâncias antioxidantes presentes no
extrato metanólico da polpa.
O fracionamento do extrato metanólico
da polpa, envolveu análise por CCD com
reveladores específicos como FeCl3 indicativo
Hidalgo, P. S. P. et al.
137
Rev. Virtual Quim. |Vol 8| |No. 1| |130-140|
de substâncias fenólicas e de DPPH para
substâncias antioxidantes. E posteriormente
técnicas cromatográficas como coluna em
permeação em gel e adsorção em gel de
sílica, desta maneira foi possível isolar 7,0 mg
de uma substância pura que foi identificada
como sendo o piceatanol, 3,3’,4,5’-trans-
tetrahidroxiestilbeno ou 4-[(1E)-2-(3,5-
dihidroxifenil)etenil]-1,2-benzenodiol. Esta é
a primeira substância isolada de Oenocarpus
bataua, uma vez que não foram encontrados
trabalhos publicados na literatura acerca do
isolamento de substâncias dessa espécie.
H
H
OH
OH
OH
OH
2
4
6
Figura 2. Estrutura do 3,3’,4,5’-trans-tetrahidroxiestilbeno,
piceatanol, isolado da polpa de patauá
O espectro de RMN de 1H da substância
isolada apresenta somente sinais
característicos de hidrogênios aromáticos e
olefínicos. Os dados de deslocamentos
químicos e constantes de acoplamento foram
comparados aos dados encontrados na
literatura para o piceatanol e apresentados
na tabela 3.
Tabela 3. Atribuição dos deslocamentos químicos de RMN 1H do piceatanol isolado e
comparado com dados da literatura17
H
Dados obtidosa
Dados da literaturab
H
mult. (J, Hz)
H
Mult. (J, Hz)
H-2, H-6
6,43
d (2,0)
6,51
d (2,0)
H-4
6,16
t (2,0)
6,25
t (2,0)
H-β
6,89
d (16,0)
6,91
d (16,1)
H-α
6,74
d (16,0)
6,80
d (16,1)
H-2’
6,97
d (2,0)
7,05
d (1,9)
H-5’
6,73
d (8,0)
6,79
d (8,1)
H-6’
6,83
dd (2,0; 8,0)
6,81
dd (1,9, 8,1)
a 500 MHz, CD3OD; b 200 MHz; CD3COCD3.
Na região dos hidrogênios aromáticos e
vinílicos, observa-se um dubleto em δH 6,97
que foi atribuído ao H-2’, que apresenta
constante de acoplamento igual a 2,0 Hz
concernente ao acoplamento em meta com
H-6’. O duplo dubleto em δH 6,83 foi
atribuído ao H-6’, que possui constantes de
acoplamento de 2,0 Hz e 8,0 Hz, referente ao
acoplamento em meta com H-2’ e em orto
com H-5’, respectivamente. Em δH 6,73, têm-
se um dubleto que foi atribuído ao H-5 com
constante de 8,0 Hz. Em δH 6,43 um dubleto
Hidalgo, P. S. P. et al.
Rev. Virtual Quim. |Vol 8| |No. 1| |130-140|
138
referente aos hidrogênios H-2 e H-6,
homotópicos devido à simetria desse anel no
eixo C1-C4, com constantes de acoplamento
de 2,0 Hz pelo acoplamento em meta com H-
4. O H-4 é representado por um tripleto em
δH 6,16 com constante de acoplamento de
2,0 Hz. O hidrogênio Hβ apresenta um
dubleto em δH 6,89 com constante de
acoplamento igual a 16,0 Hz com o
hidrogênio Hα com δH 6,74, indicando uma
configuração (E) para a ligação dupla.
Foram obtidos também espectros de RMN
13C e de DEPT 135, cuja análise permitiu a
atribuição completa dos sinais, que está
apresentada na tabela 4.
Tabela 4. Atribuição dos deslocamentos químicos de RMN 13C do piceatanol isolado e
comparado com dados da literatura17.
C
C obtidoa
C literaturab
C-1
141,3
140,7
C-2, C-6
105,8
105,5
C-3, C-5
159,6
159,5
C-4
102,6
102,5
C-β
129,7
129,6
C-α
127,0
126,8
C-1’
131,3
132,9
C-2’
113,8
113,7
C-3’
146,5
146,2
C-4’
146,4
146,0
C-5’
116,4
116,1
C-6’
120,2
119,8
a125 MHz, CD3OD; b50,1 MHz, CD3COCD3.
O espectro de massas obtido no modo
positivo da substância isolada apresentou um
pico em m/z 245,0817 referente ao aduto
formado ([M+H]+), correspondente à fórmula
molecular C14H12O4 com erro experimental de
3,5%. Verificou-se também a presença do
pico em m/z 267,0624 referente ao aduto de
sódio ([M+Na]+), que corresponde com um
erro experimental de 1,4%. Todos esses
resultados permitem confirmar o isolamento
do piceatanol da polpa de patauá.
O piceatanol teve sua estrutura
confirmada em 1963 por Cunninghan e
colaboradores18 e possui uma estrutura
análoga ao resveratrol, apesar de ser muito
menos estudado e de apresentar várias
atividades biológicas. Em dois artigos de
revisão publicados por Pietrowska e
colaboradores19 e Tang & Chan20 são
apresentados estudos farmacológicos do
piceatanol, como antitumoral, antioxidante e
anti-inflamatório e prevenção de doenças
cardiovasculares confirmando o grande
potencial nutracêutico do patauá. Em outro
estudo, Corcova-Gomez e colaboradores21,
observaram que o piceatanol possui maior
atividade de sequestro de radicais peroxila do
que o próprio resveratrol, confirmando o
grande potencial antioxidante do piceatanol.
Hidalgo, P. S. P. et al.
139
Rev. Virtual Quim. |Vol 8| |No. 1| |130-140|
4. Conclusões
A polpa de patauá apresentou forte
atividade antioxidante e concentração de
fenólicos totais com destaque para as
sementes. A partir do extrato metanólico da
polpa foi possível fazer um estudo de
isolamento de substâncias antioxidantes que
resultou no isolamento do piceatanol.
Considerando ainda as propriedades
farmacológicas já descritas para o piceatanol,
os frutos de patauá possuem um potencial
uso nutracêutico ainda inexplorado.
Agradecimentos
Esse trabalho foi financiado pelo fundo
CT-Amazônia-CNPq. Os autores também
agradecem ao CNPq, CAPES-FAPEAM pelas
bolsas concedidas e dedicam esse trabalho
ao Prof. Raimundo Bráz-Filho, que dedicou a
sua vida à Química de Produtos Naturais no
Brasil.
Referências Bibliográficas
1 Bart, J. C. J.; Palmeri, N.; Cavallaro, S.
Biodiesel science and technology from Soil to
Oil A volume in Woodhead Publishing Series
in Energy, CRC Press: Boca Raton Boston
New York Washington, DC, 2010. [CrossRef]
2 Kendall, A. C.; Nicolau, A. Bioactive lipid
mediators in skin inflammation and
immunity. Progress in Lipid Research 2013,
52, 141. [CrossRef]
3 Owen, R.; Giacos, A.; Hull, W. E.; Haubner,
R.; Würtele, G.; Spiegelhalder, B.; Bartsch, H.
Olive-oil consumption and health: the
possible role of antioxidants. The Lancet
Oncology 2000, 1, 107. [CrossRef]
4 Kitts, D. D. An evaluation of the multiple
effects of the antioxidant vitamins. Trends in
Food Science and Technology 1997, 8, 198.
[CrossRef]
5 Silva, S. G.; Nunomura, R. C. S.; Nunomura,
S. M. Limonoides isolados dos frutos de
Carapa guianensis Aublet (Meliaceae).
Química Nova 2012, 35, 1936. [CrossRef]
6 Pinto, P. S.; Tese de Doutorado,
Universidade Federal do Amazonas, 2012.
[Link]
7 Barbosa, B. S.; Koolen, H. H. F.; Barreto, A.
C.; Silva, J. D.; Figliuolo, R.; Nunomura, S. M.
Aproveitamento do Óleo das Amêndoas de
Tucumã do Amazonas na Produção de
Biodiesel. Acta Amazonica 2009, 39, 371.
[CrossRef]
8 Montúfar, R.; Laffargue, A.; Pintaud, J-C.,
Avallone, S. H. S.; Dussert, S. Oenocarpus
bataua Mart. (Arecaceae): Rediscovering a
source of high oleic vegetable oil from
Amazonia. Journal of the American Oil
Chemisty´s Society 2010, 87, 167. [CrossRef]
9 Rodrigues, A. M. C.; Darnet, S.; Silva, L. H.
M. Fatty acid profiles and tocopherol
contents of buriti (Mauritia flexuosa), patawa
(Oenocarpus bataua), tucuma (Astrocaryum
vulgare), mari (Poraqueiba paraensis) and
inaja (Maximiliana maripa) fruits. Journal of
the Brazilian Chemical Society 2010, 21, 2000.
[CrossRef]
10 Vallilo, M. I.; Tavares, M.; Aued-Pimentel,
S.; Campos, N. C.; Moita Neto, J. M. Lecythis
pisonis Camb. nuts: oil characterization, fatty
acids and minerals. Food Chemistry 1999, 66,
197. [CrossRef]
11 Aguiar, J. P. L.; Marinho, H. A.; Rebêlo, Y.
S.; Shrimpton, R. Aspectos nutritivos de
alguns frutos da Amazônia. Acta Amazonica
1980, 4, 755. [Link]
12 Rezaire, A.; Robinson, J-C.; Bereau, D.;
Verbaere, A.; Sommerer, N.; Khan, M. K.;
Durand, P.; Prost, E.; Fils-Lycaon, B.
Amazonian palm Oenocarpus bataua
(‘‘patawa’’): Chemical and biological
antioxidant activity Phytochemical
composition. Food Chemistry 2014, 149, 62.
[CrossRef] [PubMed]
13 Velioglu, Y. S.; Mazza, G.; Gao, L.; Oomah,
B. D. Antioxidant activity and total phenolics
in selected fruits, vegetables and grain
productos. Journal of Agricultural Food and
Chemistry 1998, 46, 4113. [CrossRef]
Hidalgo, P. S. P. et al.
Rev. Virtual Quim. |Vol 8| |No. 1| |130-140|
140
14 Brand-Williams, W.; Cuvelier, M. E.; Berset,
C. Use of a free radical method to evaluate
antioxidant activity. Food and Science
Technology 1995, 28, 25. [CrossRef]
15 Benzi, I. F. F.; Strain, J. J. The ferric
reducing ability of plasma (FRAP) as a
measure of “antioxidant power”: the FRAP
assay. Analytical Biochemistry 1996, 239, 70.
[CrossRef]
16 Cavalcante, P. B.; Frutas comestíveis da
Amazônia, 6a. ed. CNPq/Museu Paraense
Emílio Goeldi: Belém, 1996.
17 Cardonna, M. L.; Fernandez, M. A.; Garcia,
M. A.; Pedro, J. R. Synthesis of natural
polyhydroxystilbenes. Tetrahedron 1986, 42,
2725. [CrossRef]
18 Cunningham, J.; Haslam, E.; Haworth, R. D.
The constitution of Piacetannol. Journal of
the Chemical Society (Resumed) 1963, 2875.
[CrossRef]
19 Piotrowska, H.; Kucinska, M.; Murias, M.
Biological activity of piceatannol: Leaving the
shadow of resveratrol. Mutation Research
Reviews in Mutation Research 2012, 750, 60.
[CrossRef] [PubMed]
20 Tang, Y-L.; Chan, S-W. A Review of the
Pharmacological Effects of Piceatannol on
Cardiovascular Diseases. Phytotherapy
Research 2014, 28, 1581. [CrossRef]
[PubMed]
21 Moises Codova-Gomez, M.; Galano, A.;
Alvarez-Idaboy, J. R. Piceatannol, a better
peroxyl radical scavenger than resveratrol.
RSC Advances 2013, 3, 20209. [CrossRef]
... Natural Amazonian oils produced by these species have a unique composition, in addition to their physicochemical (Table 1) and nutraceutical properties ( Table 2) and some polar minority compounds (Table 3) [1]. The research for new sources of vegetable oils has been of great interest in recent decades; not only for the food industry [68], but in the cosmetic industry, oils are used as humectants, emollients, emulsifiers, and viscosity adjusters [69]. Myristic, palmitic, stearic, linoleic, and linolenic acids are very common in certain types of cosmetics such as soaps and shampoos, while other fatty acids have rejuvenating or healing properties [70]. ...
... The nutraceutical properties of natural Amazonian oils are not limited only to their lipid composition, but also include the presence of other substances, called unsaponifiable matter, which has important biological properties [68]. Bioactive substances that can be found in vegetable oils include some fat-soluble vitamins, which have a protective action against the evolution of the natural degenerative processes that lead to diseases and premature aging; as examples, vitamins E (tocopherols) and β-carotene (provitamin A) are present in several species of oil [68]. ...
... The nutraceutical properties of natural Amazonian oils are not limited only to their lipid composition, but also include the presence of other substances, called unsaponifiable matter, which has important biological properties [68]. Bioactive substances that can be found in vegetable oils include some fat-soluble vitamins, which have a protective action against the evolution of the natural degenerative processes that lead to diseases and premature aging; as examples, vitamins E (tocopherols) and β-carotene (provitamin A) are present in several species of oil [68]. These antioxidant substances are extremely important to reduce the harmful effects of free radicals generated by oxidative processes in our metabolism [71]. ...
Article
Full-text available
New strategies for the delivery of bioactives in the deeper layers of the skin have been studied in recent years, using mainly natural ingredients. Among the strategies are organogels as a promising tool to load bioactives with different physicochemical characteristics, using vegetable oils. Studies have shown satisfactory skin permeation, good physicochemical stability mainly due to its three-dimensional structure, and controlled release using vegetable oils and low-molecular-weight organogelators. Within the universe of natural ingredients, vegetable oils, especially those from the Amazon, have a series of benefits and characteristics that make them unique compared to conventional oils. Several studies have shown that the use of Amazonian oils brings a series of benefits to the skin, among which are an emollient, moisturizing, and nourishing effect. This work shows a compilation of the main Amazonian oils and their nutraceutical and physicochemical characteristics together with the minority polar components, related to health benefits, and their possible effects on the synthesis of organogels for cosmetic purposes.
... Most studies involving O. bataua are dedicated to assessing its pulp. It has been reported that the seeds of patawa are rich in phenolic compounds [120] and the oil obtained from its pulp is stable to the oxidation [11]. ...
... The literature indicates that PTP has phenolic compounds such as piceatannol [120], a stilbene analog to resveratrol primarily found in red fruit grapes. Piceatannol has been associated with antioxidant, antilipogenic, and anti-inflammatory activities in human and animal models [188]. ...
Article
Full-text available
Arecaceae palm tree fruits (APTFs) with pulp or kernel rich in oil are widely distributed in six Brazilian biomes. APTFs represent a great potential for the sustainable exploitation of products with high added value, but few literature studies have reported their properties and industrial applications. The lack of information leads to underutilization, low consumption, commercialization, and processing of these fruit species. This review presents and discusses the occurrence of 13 APTFs and the composition, physicochemical properties, bioactive compounds, and potential applications of their 25 oils and fats. The reported studies showed that the species present different lipid profiles. Multivariate analysis based on principal component analysis (PCA) and hierarchical cluster analysis (HCA) indicated a correlation between the composition of pulp and kernel oils. Myristic, caprylic, capric, and lauric acids are the main saturated fatty acids, while oleic acid is the main unsaturated. Carotenoids and phenolic compounds are the main bioactive compounds in APTFs, contributing to their high oxidative stability. The APTFs oils have a potential for use as foods and ingredients in the cosmetic, pharmaceutical, and biofuel industries. However, more studies are still necessary to better understand and exploit these species.
... La pulpa de ungurahui tiene mucha actividad antioxidante y concentración de fenoles totales principalmente en las semillas. Además del uso nutracéutico aún inexplorado 19 . ...
... La pulpa de ungurahui presenta una concentración de fenoles totales principalmente en las semillas. Además del uso nutracéutico aún inexplorado 19 . ...
Article
Full-text available
RESUMEN Introducción: Los estudios de capacidad antioxidante en bebidas de frutas se relacionan con el contenido de polifenoles, carotenoides y flavonoides. Objetivo: Evaluar la capacidad antioxidante del néctar de ungurahuí (Oenocarpus bataua) en el proceso de la elaboración del néctar, en las etapas de selección, pre cocción, estandarización y néctar, y el análisis fitoquímico. Material y métodos: Los frutos fueron colectados del Fundo “El bosque” del sector denominado “Loboyoc” del distrito de “Las Piedras”, Tambopata, Madre de Dios, Perú. La formulación del néctar fue de 11° Brix y proporción agua- pulpa (3:1), la determinación de la capacidad antioxidante fue mediante el método basado en la formación del complejo azul del Fósforo-Molibdeno y para el análisis fitoquímico cualitativo se aplicó las reacciones generales de caracterización de metabolitos secundarios. Resultados: Los resultados de la capacidad antioxidante expresados en mg de ácido ascórbico en un gramo de muestra son: 4,61 mg para la etapa selección, 1,12 mg; pre-cocción, 0,99 mg; estandarizado, 0,91 mg y el néctar de frutas y para los metabolitos secundarios en la pulpa: la ausencia de alcaloides, baja proporción de aminoácidos, moderada presencia de taninos, compuestos fenólicos, flavonoides y azúcares reductores. Conclusión: El tratamiento térmico de pre cocción presenta una drástica reducción de la capacidad antioxidante debido a que algunos metabolitos secundarios que actúan como antioxidantes disminuyen después de ser sometidos a los procesos físicos químicos del néctar, de moderada a baja proporción.
... They constitute a key element in the food security of Amazonian peoples and a promising element for the food and cosmetic industry [79]. This is a type of palm that thrives in tropical rainforests and is commonly found in the Amazon biome, including both flooded and mainland forests [60]. It can reach heights between 4 and 26 m and can yield up to eleven tons of fruit per hectare annually [27]. ...
Article
Full-text available
In the Ecuadorian Amazon region, there are various types of edible fruits that have distinct qualities and benefits. Understanding the uses, properties, and functions of these fruits is important for researching products that are only available in local markets. This review aims to gather and summarize the existing scientific literature on the ethnobotany, physicochemical composition, and bioactive compounds of these native fruits to highlight the potential of the region’s underutilized biodiversity. A systematic review was carried out following the PRISMA methodology, utilizing databases such as Web of Science, Scopus, Pubmed, Redalyc, and SciELO up to August 2023. The research identified 55 edible fruits from the Ecuadorian Amazon and reported their ethnobotanical information. The most common uses were fresh fruit consumption, preparation of typical food, and medicine. Additionally, nine native edible fruits were described for their physicochemical characteristics and bioactive components: Aphandra natalia (Balslev and Henderson) Barfod; Eugenia stipitate McVaugh; Gustavia macarenensis Philipson; Mauritia flexuosa L.f; Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh; Oenocarpus bataua Mart; Plukenetia volubilis L.; Pouteria caimito (Ruiz and Pav.) Radlk.; and Solanum quitoense Lam. The analyzed Amazonian fruits contained bioactive compounds such as total polyphenols, flavonoids, carotenoids, and anthocyanins. This information highlights their potential as functional foods and the need for further research on underutilized crops.
... Adding value to managed non-timber forest products from Amazonia is a sustainable alternative that can guarantee livelihoods for communities and forest protection [5][6][7]. Furthermore, the Amazonian oilseeds from native palm trees stand out for their great biotechnological potential and socioeconomic benefits for the lives of traditional populations [8][9][10]. ...
Article
Full-text available
Amazon offers several lignocellulosic biomasses with unknown technological properties contrasting with a growing demand for activated charcoal for water decontamination. Thus, this work investigated the chemical features of the murumuru (MS) and patauá (PS) palm seeds and their thermal behavior during pyrolysis up to 600 °C to verify their suitability for the future production of chemically activated carbon. The biomasses showed similar H(%)/C(%) ratios (≈ 0.13) and lignin contents (≈ 24%), both features closely related to increased activated carbon yield. Regarding the possibility of providing highly porous adsorbents, PS depicted more cellulose and hemicelluloses favorably. On the other hand, MS showed an outstandingly high level of total extractives (31%) compared to PS and most lignocellulosic biomasses of literature. Ultimately, the proximate analysis revealed that PS’s volatile material (%)/fixed carbon (%) was 2.4, much lower than MS’s one of 3.8. As a drawback for pyrolysis yield, both palm wastes showed ash levels (≈2%) above many other previously studied lignocellulosic biomasses. However, near-infrared spectroscopy analysis revealed some oxygenized chemical groups able to raise the acidity of derived activated carbons, promising to adsorb cations. Murumuru (23.7%) showed a lower pyrolysis yield than patauá (30.7%) at 600 °C. Temperatures below 400 °C are more suitable for the pyrolysis of murumuru seeds, while patauá seeds stand higher temperatures without compromising the charcoal yield. Therefore, high extractive content surpassed other chemical traits in influencing pyrolysis yield. Graphical abstract Statement of novelty This thermo-chemical and thermal characterization study makes it possible to trace the potential of understudied palm seeds, such as murumuru and patauá, for producing activated carbon.
Article
Full-text available
O objetivo desta revisão é demonstrar os benefícios dos óleos de tucumã e pracaxi, que são matrizes oleaginosas da Amazônia que apresentam potencial devido às suas propriedades nutricionais, o que favorece a valorização dessas espécies exóticas, pouco exploradas. Esta revisão oferece informações relacionadas à composição bioativa, ácidos graxos, composição físico-química, estudos in vivo e in vitro e aplicação tecnológica desses óleos. Os óleos de tucumã e pracaxi possuem teor de ácido oleico semelhante a alguns óleos comerciais, como o de canola, girassol e colza, o que pode ser uma opção promissora para aplicação na indústria de alimentos. Em relação aos compostos bioativos, o óleo de tucumã apresenta elevada concentração de ß-caroteno, enquanto o pracaxi é rico em vitamina E, esses antioxidantes são benéficos por apresenta potencial nutricional e funcional para a saúde, as propriedades biológicas dessas matrizes estão associadas ao tratamento de hiperglicemia, potencial microbiano e sistema imunológico, que contribui para aplicação na indústria farmacêutica e cosmética.
Article
Artocarpus (Moraceae) species have been widely studied for phytochemical components and pharmacological activity. This review aims to highlight key findings on the discovery, biosynthesis, and biological properties of Artocarpus metabolites. One hundred papers over the past 50 years were critically analysed. Current trends in the research of the genus are also discussed. The ethno-medicinal benefits of Artocarpus species, mainly for inflammation, malaria, diarrhoea, diabetes, and tapeworm infection, have a strong bond between traditional and modern sources. Artocarpus crude extract, especially those from the leaves, bark, stem, and fruit, contain numerous beneficial active molecules, including flavonoids, stilbenoids, aryl benzofurans, and the lectin jacalin. To understand the flavonoid and triterpenoid mechanisms as antimalarial agents, more research on Artocarpus is required. Highly collaborative programs that integrate conventional and modern techniques will be crucial for the future applications of Artocarpus as a possible source of medicinal natural products.
Preprint
Full-text available
With the crisis and the increase in agricultural pests, there was a need for evolution in the correct management of insects in major crops. Biological control provides for the use of natural inputs as toxicological agents against existing enemies in organic farming. In this way, the use of botanical insecticides regulates the natural balance of species. To obtain new methods of control and management, essential oils were used to eliminate aphids present in cabbage specimens, thus allowing the continuity of vegetable production away from pests. In this study, we will be able to evaluate the viability of different vegetable oils as natural insecticides on aphids of cabbage. It was concluded that the mortality rate showed 100% efficiency on aphids at concentrations of 10%, 25%, 50% and 100% in the different oils tested. According to what was observed, the mortality time showed that Mauritia flexuosa obtained the shortest time as being the best to kill the aphids, followed by the other oils. It is worth noting that for use on leaf specimens, only the concentrations 10% and 25%, regardless of the oils, offered no commercial damage.
Preprint
Full-text available
With the crisis and the increase of agricultural pests, there was the need for evolution in the correct management of insects in major crops. Biological control provides for the use of natural inputs as toxicological agents against existing enemies in organic farming. In this way, the use of botanical insecticides regulates the natural balance of species. In order to obtain new methods of control and management, essential oils were used to eliminate aphids present in cabbage specimens, thus allowing the continuity of vegetable productions away from pests. In this study, we will be able to evaluate the viability of different vegetable oils as a natural insecticide on aphids of cabbage. It is concluded that, the mortality rate showed its 100% efficiency on aphids, among the concentrations of 10%, 25%, 50% and 100%, in different oils tested. According to what was observed, the mortality time showed that Mauritia flexuosa obtained the shortest time as being the best to kill the aphids, followed by the other oils. It is worth noting that for use on leaf specimens only the concentrations 10%, 25%, regardless of the oils offered no commercial damage.
Article
Full-text available
The fruits from the Arecaceae family, although being rich in bioactive compounds with potential benefits to health, have been underexplored. Studies on their composition, bioactive compounds, and effects of their consumption on health are also scarce. This review presents the composition of macro- and micronutrients, and bioactive compounds of fruits of the Arecaceae family such as bacaba, patawa, juçara, açaí, buriti, buritirana, and butiá. The potential use and reported effects of its consumption on health are also presented. The knowledge of these underutilized fruits is important to encourage production, commercialization, processing, and consumption. It can also stimulate their full use and improve the economy and social condition of the population where these fruits are found. Furthermore, it may help in future research on the composition, health effects, and new product development. Arecaceae fruits presented in this review are currently used as raw materials for producing beverages, candies, jams, popsicles, ice creams, energy drinks, and edible oils. The reported studies show that they are rich in phenolic compounds, carotenoids, anthocyanins, tocopherols, minerals, vitamins, amino acids, and fatty acids. Moreover, the consumption of these compounds has been associated with anti-inflammatory, antiproliferative, antiobesity, and cardioprotective effects. These fruits have potential to be used in food, pharmaceutical, and cosmetic industries. Despite their potential, some of them, such as buritirana and butiá, have been little explored and limited research has been conducted on their composition, biological effects, and applications. Therefore, more detailed investigations on the composition and mechanism of action based on in vitro and/or in vivo studies are needed for fruits from the Arecaceae family.
Article
Full-text available
Various Amazonian fruits were analyzed incluiding Tucumã, Açaí, Buriti, Pupunha, Piquiá, Mari, Caiaué, Patauá, Uxi, Sapota, Sorva and Abricó. The levels of protein, fat, fiber, carbohydrates, energy, carotenoides and zinc are reported. The zinc and protein contents are low in comparison with human requirements. The palm fruits have a high fat content and are good energy sources. The high carotenoid contents indicate the potential of these fruits for enriching the Amazonian people diet poor in Vitamin A. The need for State programmes to promote the cultivation and distribution of the fruits to the urban population is emphasized.
Article
Full-text available
Six limonoids were isolated in hexane extract obtained from the seeds and pericarps of Carapa guianensis. The structures of the limonoids were determined based on the analysis of High Resolution Mass Spectroscopy and Nuclear Magnetic Resonance (uni-and bi-dimensional experiments) data. This is the first report of isolation of the limonoid 6α-acetoxy-7-deacetilgedunin from the seeds of the C. guianensis species. The limonoid 6-hydroxy-methyl angolensate was also described for the first time in this species.
Article
Full-text available
Amazonian fruits are rich in fat but have a fatty acid profile that may be beneficial in relation to risk of coronary heart disease. Amazonian fruits also contain other potentially cardioprotective constituents including tocopherols. Tocopherol profiles were determined by high performance liquid chromatography (HPLC), and fatty acid profiles were determined by gas chromatography (GC). In the present study, the total oil content, fatty acid composition and tocopherol content of the pulps of five Amazonian fruits (buriti, patawa, tucuma, mari and inaja) were measured. The total oil content of the fruits ranged from 31.0 to 41.8%. The major fatty acid in all of the fruits was oleic acid (C18:1), though substantial levels of palmitic acid (C16:0) were present. Linoleic acid (C18:2) was the main polyunsatured fatty acid observed. α-Tocopherol was the most prevalent tocopherol except in buriti pulp. Buriti and mari pulp have a high content in α-tocopherols with 297 and 155 µg g-1 of dry matter. Our data indicate that all five of these Amazonian fruits are good sources of unsaturated fatty acids and tocopherols.
Article
Biodiesel production is a rapidly advancing field worldwide, with biodiesel fuel increasingly being used in compression ignition (diesel) engines. Biodiesel has been extensively studied and utilised in developed countries, and it is increasingly being introduced in developing countries, especially in regions with high potential for sustainable biodiesel production. Initial sections systematically review feedstock resources and vegetable oil formulations, including the economics of vegetable oil conversion to diesel fuel, with additional coverage of emerging energy crops for biodiesel production. Further sections review the transesterification process, including chemical (catalysis) and biochemical (biocatalysis) processes, with extended coverage of industrial process technology and control methods, and standards for biodiesel fuel quality assurance. Final chapters cover the sustainability, performance and environmental issues of biodiesel production, as well as routes to improve glycerol by-product usage and the development of next-generation products. Biodiesel science and technology: From soil to oil provides a comprehensive reference to fuel engineers, researchers and academics on the technological developments involved in improving biodiesel quality and production capacity that are crucial to the future of the industry.
Article
A synthesis of several natural polyhydroxystilbenes is described
Article
The peroxyl radical scavenging activity of piceatannol has been studied in aqueous and lipid solutions, using the density functional theory, and compared to that of its structural analogue resveratrol. The following mechanisms of reaction have been considered: hydrogen transfer (HT), single electron transfer (SET) and radical adduct formation (RAF). Piceatannol was found to be a better peroxyl scavenger than resveratrol, regardless of the polarity of the environment. In aqueous solution, at physiological pH, its higher activity is directly related to its acidity. The further reactions of the phenoxyl radical products (yielded by the reactions of ˙OOH with piceatannol and resveratrol) with the superoxide radical anion have also been investigated. It was found that in the aqueous phase, at physiological pH, resveratrol and piceatannol can be efficiently regenerated after scavenging two free radicals (˙OOH and ˙O2−). This suggests that these compounds have the ability of scavenging more than 2 radical equivalents, under such conditions.
Article
The lipid content, the acid value, refractive and iodine indexes, the oil fatty acids profile as well as the concentration of inorganic elements contained in the Lecythis pisonis Camb. (Lecythidaceae) nuts were determined. The samples came from four different regions in Sao Paulo State, Brazil. The samples showed a high lipid content (34.2 to 61.3%) that presented a fatty acid profile, an iodine value and an index of refraction equivalent to the corn oils. Among the macronutrients, high levels of P (5.2 to 6.2 mg g(-1)) and Sn (69.1 to 77.0 mu g g(-1)) were observed in all the nuts. High levels of Pb (3.3 to 3.8 mu g g(-1)), Cu (2.9 to 3.3 mu g g(-1)), Zn (2.6 to 3.8 mu g g(-1)) and Mn (4.0 to 11.6 mu g g(-1)) were found. It is evidence of a possible toxicity and it could compromise the use of the L. pisonis nuts for human consumption.
Article
The incidence of cardiovascular diseases (CVDs) is high in both developed and developing countries. It has a high global rate of mortality and causes heavy social burden. Drugs are available for managing or treating CVDs and its complications. Consumption of dietary supplements or functional foods for reducing the risk of CVDs has also gained wide recognition by the general public. Piceatannol, an analog and metabolite of resveratrol, is a natural stilbene commonly found in the skin of grapes and wine. Piceatannol is believed to be a potent compound with certain cardiovascular therapeutic effects, such as the prevention of hypercholesterolemia, arrhythmia, atherosclerosis, and angiogenesis. It also has vasorelaxation and antioxidant activities. A comprehensive review of piceatannol concludes that piceatannol has the potential to be developed into health products for the cardiovascular system to help modern society reduce the high CVD incidence. However, further investigations are warranted in order to increase the bioavailability and understand the biological mechanisms and safety of using piceatannol. Copyright © 2014 John Wiley & Sons, Ltd.
Article
Previous work leading to the structure (I; R = H) for piceatannol, a crystalline aglucone of spruce bark, is reviewed. A number of derivatives of 5,6,7,8-tetrahydronaphthalene-l,2,4-triol have been synthesised but differed from piceatannol, and the nuclear magnetic resonance spectrum of the latter indicated that the tetralin structure was incorrect. Oxidation of piceatannol acetate by potassium permanganate gave protocatechuic acid or aldehyde and 3,5-dihydroxy-benzoic acid which suggested that piceatannol was stilbene-3,3′,4,5′-tetraol (XII; R = H). This identity has been confirmed by a comparison of the phenols and their derivatives and by synthesis of piceatannol from 3,5-dihydroxyphenylacetic acid and protocatechualdehyde.