Estilo de vida e aptidão física de adolescentes antes e após a prestação do serviço militar obrigatório

Abstract

O objetivo do estudo foi comparar os níveis de aptidão física (AF) e o estilo de vida (EV) de 47 recrutas com média de idade de 19,2+0,4 anos do sexo masculino engajados na prestação do serviço militar obrigatório (SMO). O EV dos recrutas foi avaliado por meio do instrumento retrospectivo de auto recordação. Foram utilizados os testes de 12 minutos, flexibilidade, força potência de membros inferiores, velocidade de deslocamento, resistência muscular, flexão e extensão de braços, e agilidade para avaliar a AF. Os jovens foram avaliados antes e após a prestação do SMO. Sobre o consumo de bebida alcoólica, houve uma redução no percentual de jovens que faziam “consumo pesado” do álcool, por conseguinte houve diminuição da quantidade de jovens que diziam “não fazer uso regular” do pré para o pós e houve aumento no percentual de jovens que faziam “uso regular”. Quanto ao tabagismo, a grande maioria dos jovens não fazia uso (90,9%) e esse percentual se manteve no pós teste. Não houve redução do pré para o pós no percentual de jovens que fazia “uso regular”. Em relação à AF, observou-se melhora do pré para o pós-teste apenas na resistência aeróbia (p=0,003), na velocidade (p<0,001) e agilidade (p<0,033).

Full text

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ESTILO DE VIDA E APTIDÃO FISICA DE ADOLESCENTES
ANTES E APÓS A PRESTAÇÃO DO SERVIÇO MILITAR
OBRIGATÓRIO
Naildo Santos Silva, Universidade Federal do Cariri – URCA, Iguatú, Ceará – Brasil
Glauber Carvalho Nobre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Porto
Alegre, Rio Grande do Sul – Brasil
Cícero Luciano Alves Costa, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Belo
Horizonte, Minas Gerais - Brasil
Rafaela Bertoldi, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Porto Alegre,
Rio Grande do Sul – Brasil
Francisco Salviano Sales Nobre, Instituto Federal do Ceará – IFCE, Juazeuiro do
Norte, Ceará-Brasil
Paulo Felipe Ribeiro Bandeira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS,
Porto Alegre, Rio Grande do Sul – Brasil
RESUMO
Compararam-se os níveis de aptidão física (AF) e o estilo de vida (EV) de 47 recrutas
(19,2+0,4 anos) engajados na prestação do serviço militar obrigatório (SMO). O EV foi
avaliado por meio do instrumento auto recordatório adaptado (FARIAS, 2002). Foram
avaliadas a resistência aeróbia e muscular, flexibilidade, força potência de membros
inferiores, velocidade de deslocamento e agilidade. Os jovens foram avaliados antes e
após a prestação do SMO. Sobre o consumo de bebida alcoólica, houve uma redução no
percentual de jovens que faziam “consumo pesado”, por conseguinte houve diminuição
dos jovens que diziam “não fazer uso regular”. Houve aumento no percentual de
recrutas que faziam “uso regular”. Quanto ao tabagismo, a grande maioria dos jovens
não fazia uso (90,9%) e esse percentual se manteve no pós teste. Não houve redução do
pré para o pós no percentual de jovens que fazia “uso regular”. Em relação à AF,
observou-se melhora do pré para o pós-teste apenas na resistência aeróbia (p=0,003), na
velocidade (p<0,001) e agilidade (p<0,033). A saúde, a promoção de um estilo de vida
ativo e os demais componentes da aptidão físicas deve ter mais ênfase nas instruções
militares.
Palavras-Chave: Estilo de vida; Aptidão física; Adolescentes; Militar.
LIFESTYLE AND PHYSICAL FITNESS OF TEENS BEFORE AND
AFTER THE PROVISION OF MILITARY SERVICE REQUIRED
ABSTRACT
We compared the fitness levels (AF) and lifestyle (LS) of 47 recruits (19.2 ± 0.4 years)
engaged in the military service (SM). The LS was evaluated by adapted self recall
instrument (FARIAS, 2002). Aerobic and muscular endurance, flexibility, power, speed
and agility were assessed. Participants were evaluated before and after the MS.

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Regarding consumption of alcohol, there was a reduction in the percentage of recruits
who were "heavy drinking", therefore there was a decrease of young that said "use
regularly". There was an increase in the percentage of those who made "regular use".
About smoking, the most recruits said: “did not use” (90.9%) and this percentage has
remained in the post test. There was no reduction in the percentage of young people
who made "regular use". Regarding AF, there was an improvement from pre to post-test
only in aerobic endurance (p = 0.003), speed (p <0.001) and agility (p <0.033). The
health, the lifestyle and the others physical fitness components should have more
emphasis in the military instructions.
Key-Words: Lifestyle; Physical fitness; Teens; Military.
MODO DE VIDA Y APTITUD FÍSICA DE LOS ADOLESCENTES
ANTES Y DESPUÉS DE LA PRESTACIÓN DEL SERVICIO
MILITAR
RESUMEN
Se compararon los niveles de condición física (CF) y el estilo de vida (EV) de 47
reclutas (19,2 ± 0,4 años) que participan en el servicio militar (SM). El LS se evaluó
mediante instrumento de auto recuerdo adaptado (FARÍAS, 2002). Aeróbico y muscular
resistencia, flexibilidad, potencia, velocidad y agilidad fueron evaluados. Los
participantes fueron evaluados antes y después de la MS. En cuanto al consumo de
alcohol, hubo una reducción en el porcentaje de reclutas que estaban "consumo
excesivo", por lo tanto, hubo una disminución de la joven que dijo que "utilizan
regularmente". Hubo un aumento en el porcentaje de los que han hecho "uso normal".
Acerca de fumar, la mayoría de los reclutas, dijo: "no uso" (90,9%) y este porcentaje se
ha mantenido en el test post. No hubo una reducción en el porcentaje de jóvenes que
hicieron el "uso normal". En cuanto a la FA, se produjo una mejora del pre al post-test
sólo en la resistencia aeróbica (p = 0,003), la velocidad (p <0,001) y la agilidad (p
<0,033). La salud, el estilo de vida y los componentes de la aptitud física de otros
deberían tener más énfasis en las instrucciones militares.
Palabras-Clave: Estilos de vida; Aptitud física; Adolescentes; Militar.

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INTRODUÇÃO
As mudanças no estilo de vida do adolescente podem ocorrer por meio de ações
interventivas relacionadas a políticas públicas e ou privadas. Entende-se que o serviço
militar obrigatório (SMO) se constitui como uma etapa na fase final da adolescência que
pode trazer mudanças positivas ou negativas para o jovem, dependendo dos níveis de
relações sociais que sejam estabelecidos. O SMO é um período destinado à formação
dos jovens para valores patrióticos e de cidadania, além de rotinas de exercícios físicos
e orientações sobre comportamentos saudáveis. Pressupõe-se, pois, que o SMO pode
exercer um papel fundamental para que estes indivíduos adotem um estilo de vida
saudável repercutindo em sua aptidão física.
Além da falta de atividade física constante e a adoção de um estilo de vida tipicamente
sedentário, outros fatores como o uso de drogas lícitas e uma má alimentação tem
contribuído consideravelmente para um maior risco de aparecimento e desenvolvimento
de doenças em adolescentes e também em outras faixas etárias.1 Associado a um estilo
de vida “positivo” está a pratica regular de atividade física. Nesta perspectiva observa-
se na adolescência que muitos dos valores e atitudes são formados nesta época da vida,
sobretudo em relação à adoção de hábitos saudáveis de vida e prática regular de
atividade física.2
De uma forma geral, a atividade física na adolescência pode estimular o crescimento
físico, aumentar a autoestima, contribuir para o desenvolvimento social, além de
propiciar uma série de benefícios para a saúde e bem-estar.3 Estudos têm destacado os
hábitos de prática da atividade física por parte de adolescentes, tais práticas
possivelmente possam se perpetuar ao longo da vida.4 O SMO através do seu manual de
instrução C 20-205 afirma que os objetivo do treinamento físico é deixá-los aptos
fisicamente e fazê-los compreender que a saúde está diretamente relacionada com o bem
estar, que a mesma pode proporcionar benefícios ao longo da sua vida, além de uma
melhor qualidade de vida.6
De acordo com o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM)7 citando o
President’s Council on Physical Ftiness and Sports8 a aptidão física é a capacidade que o

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indivíduo possui em realizar atividades diárias com vigor e agilidade, sem se cansar
demasiadamente, poupando assim energias para desfrutar de atividades lúdicas e
eventuais emergências imprevistas. Rocha et al.9 afirma que além da responsabilidade
institucional o Exército Brasileiro está ciente da missão social que exerce sobre os
jovens que a cada ano se alistam na prestação do SMO. Pois é fato que durante a
prestação do serviço militar, paralelamente à instrução militar, é realizado um amplo
trabalho educativo, calcado em ensinamentos de moral e civismo, mesclado ao espírito
de corpo, de sã camaradagem, autoconfiança, disciplina, segurança em suas próprias
ações, responsabilidade, sentimento patriótico, etc., além dos exercícios de atividades
profissionais.10
Segundo Rocha et al.,9 hábitos saudáveis e a prática de atividade física contribuem de
maneira significativa para a redução de riscos a doenças como o sedentarismo e a
obesidade. Sendo assim o Exército Brasileiro possui a atribuição de preparar os
militares, instruindo-os a contribuir no desenvolvimento da pátria e consequentemente
na construção de uma sociedade mais informada e preparada no que diz respeito à
saúde. O referido órgão realiza três vezes ao ano o Teste de Aptidão Física (TAF)
objetivando determinar padrões de desempenho físico e individual.
O TAF é composto por testes de condicionamentos físicos gerais, os quais incluem o
teste de 12 minutos, flexão de braços, puxada na barra fixa e flexão abdominal. Tais
testes de acordo com Rocha et al.9 servem para averiguar a capacidade física dos
militares e a diferença entre os que podem e os que não podem executar atividades mais
intensas. Sendo assim o objetivo do presente estudo foi comparar os níveis de aptidão
física e o estilo de vida de adolescentes antes e após a prestação do SMO.
MÉTODO
PARTICIPANTES DO ESTUDO
Participaram deste estudo associativo 47 adolescentes do sexo masculino, com média de
idade de 19,2+0,4 anos, recrutas engajados na prestação do serviço militar obrigatório
em um município do interior do Ceará.

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INSTRUMENTOS
O comportamento de etilismos e tabagismos referente ao estilo de vida dos recrutas foi
avaliado por meio do instrumento retrospectivo de auto recordação.11 Foram
considerados como “uso regular” de álcool aqueles indivíduos cujo consumo semanal
não ultrapasse mais de 14 doses acumuladas ao longo da semana ou mais de 5 doses
ingeridas em um mesmo momento. Aqueles que faziam uso de álcool superior a
dosagem citada foi considerada como “consumo pesado”.11 Em relação ao tabagismo
foram classificados como "uso regular" aqueles que faziam uso do fumo independente
da quantidade semanal consumida. 11
Foram avaliados os seguintes componentes da aptidão física: resistência aeróbia (teste
de caminhar e correr 12 minutos),12 flexibilidade (teste de sentar e alcançar),13 força
potência de membros inferiores (salto horizontal e salto),14 velocidade de deslocamento
(corrida de 45,7 metros),14 resistência muscular (teste sit up’s e de flexão e extensão de
braços no solo)13 e agilidade (shutle run). 15 Para mesurar a massa corporal e a estatura
dos recrutas foram utilizadas uma balança da marca Filizola com precisão de 100g
estatura e um estadiômetro respectivamente.
PROCEDIMENTOS
Houve o contato com o comando de Instrução Militar encarregada de formar reservistas
para o exército (tiro de guerra) localizado no estado do Ceará. Após o consentimento
para a pesquisa os jovens, selecionados de forma intencional, foram avaliados antes e
após a prestação do serviço militar obrigatório, que constitui um período de doze
meses.5 Os testes de aptidão física foram avaliados no próprio centro obedecendo as
recomendações do colégio americano de medicina do esporte7 para ordem de aplicação
dos testes de resistência aeróbia flexibilidade, resistência e força muscular agilidade e
velocidade de deslocamento. O questionário auto recordatório referente ao estilo de
vida11 foi aplicado em uma sala também pertencente ao centro e administrado por um
pesquisador treinado. O tempo médio de aplicação do questionário foi de vinte minutos.
ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados foram descritos por meio de média, desvio padrão, frequência e percentual
relativo. A normalidade dos dados foi verificada através do teste de Shapiro wilk. Para

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avaliar possíveis diferenças nas variáveis de aptidão física e estilo de vida antes e após a
prestação foi empregado o teste “t” de student para amostras pareadas. O nível de
significância adotado foi de alfa <0,05.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Sobre o consumo de bebida alcoólica, houve uma redução no percentual de jovens que
faziam “consumo pesado” do álcool (TABELA 1). Do mesmo modo, houve uma
diminuição da quantidade de adolescentes que diziam “não fazer uso regular” do pré
para o pós SMO. Desta forma, houve aumento no percentual de jovens que faziam “uso
regular”. Quanto ao tabagismo, a grande maioria dos adolescentes não fazia uso
(90,9%) e esse percentual se manteve no pós teste. Não houve redução do pré para o pós
no percentual de adolescentes que fazia “uso regular”.
Tabela 1 - Frequência e percentual dos indicadores tabagismo e uso de álcool
antes e após o SMO
Estilo de Vida
Pré
f (%)
Pós
f (%)
Uso de bebidas alcoólicas
Não faz uso regular
17 (38,6)
16 (36,4)
Uso regular
4 (9,1)
6 (13,6)
Consumo Pesado
23 (52,3)
22 (50)
Total
44 (100)
44 (100)
Tabagismo
Não faz uso regular
40 (90,9)
40 (90,9)
Uso regular
4 (9,1)
4 (9,1)
Total
4 (100)
4 (100)
A prevalência do consumo de bebidas alcoólicas foi de 49,1%, relativamente menor no
estudo de Menezes16 em relação aos encontrados por Alves et al.17 onde 57% dos
adolescentes já haviam ingerido bebidas alcoólicas. Em relação ao tabagismo o presente
estudo vai de encontro aos dados obtidos por Menezes18 onde em seu estudo o autor
pode encontrar 9,8% de jovens que afirmaram ser fumantes, enquanto que no presente
estudo 9,1% dos jovens relataram usar cigarro com frequência.

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Segundo Matiello Júnior et al.18 estudos apontam que jovens engajados na prestação do
SMO tem maior predisposição a comportamentos de riscos (abuso de álcool e tabago)
que civis. Ainda citando o autor, no exército da Noruega de 2.238 pessoas estudadas
50,9% usavam tabago. Haja vista que a faixa etária de 18 a 19 anos é uma fase onde os
jovens passam por um momento de auto reconhecimentos, onde valores e aspectos
ligados a sua identidade estão sendo formados. Uma vez que o Exército prioriza a
formação do militar e preza pela sua saúde para que o mesmo esteja sempre apto a
defender a pátria, o mesmo deve trabalhar não só a parte física do recruta e sim
trabalhar com mais ênfase a questão da qualidade e do estilo de vida dos mesmos, uma
vez que dentre as missões do exército, formar cidadãos é uma delas.
Em relação à aptidão física, houve melhora do pré para o pós-teste apenas no
desempenho da resistência aeróbia (p=0,003), na velocidade (p<0,001) e agilidade
(p<0,033) (TABELA 2). Corroborando assim com o estudo de Vargas onde os soldados
do grupo de elite e os soldados convencionais apresentaram diferenças significativas
entre a realização do 1º e 2º TAF em relação ao teste de Cooper. Ainda citando o autor
em relação aos testes de flexão de braço, houve diferença entre grupos somente no 2º
TAF, corroborando com o presente estudo onde os recrutas apresentaram um melhor
desempenho no período “pós”, porém sem diferenças estatisticamente significativas.
Tabela 2 - Comparação do desempenho nos testes de aptidão física antes e após
o SMO
Testes
Pré
(M;DP)
Pós
(M;DP)
Sig
Salto Horizontal (m)
1,78 + 0,25
1,83 + 0,22
0,056
Impulsão Vertical (cm)
37,6 + 0,6
38,5 + 0,7
0,226
Agilidade (s)
10,7 + 0,55
10,5 + 0,72
0,033*
Abdominais (r)
35,2 + 9,6
33,6 + 11,3
0,321
Flexão/Extensão Braços (r)
27,6 + 10,9
29,3 + 12,8
0,191
Flexibilidade (cm)
26,1 + 8,5
24,9 + 8,7
0,070
Velocidade (s)
5,3 + 0,6
6,8 + 0,7
0,000*
Resistência Aeróbia (m)
2786,1 + 286,0
2877,7 + 226,9
0,003*
Legenda: * Diferença significativa a p<0,005

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O presente estudo vem de encontro com o estudo realizado por Avila.19 O autor avaliou
alunos da escola preparatória de cadetes do exército num intervalo de treze semanas, o
mesmo obteve resultados significativos nos testes de Corrida de 12 minutos,
abdominais, flexão de braços “P” = 0,000. De acordo com Dias20 o teste de 12 minutos é
muito importante para o cadete, pois o mesmo bem condicionado consegue
desempenhar atividades físicas específicas com maior atenção quando comparados aos
demais não condicionados fisicamente. Em estudo realizado por Matiello Júnior et al.18
o autor encontrou diferenças significativas em todos os testes (corrida de 12 minutos,
flexão de braço, abdominal), corroborando com o presente estudo, com exceção do teste
de abdominal onde os jovens tiveram um declínio no número de repetições.
Embora o teste de agilidade não seja executado no TAF e haja vista que o mesmo faz
parte da aptidão física relacionada ao desempenho Matsudo21 sugere que o Teste de
Shuttle Run seja realizado, pois é de fácil emprego e execução. O teste de flexibilidade
realizado no presente estudo também não é contemplado pelo TAF. Se o Exército deseja
continuar desenvolvendo, mantendo e proporcionando aptidão física relacionada à saúde
o mesmo deveria incluir testes como o de sentar e alcançar, haja vista que de acordo
com a AAHPERD15 dentre os componentes da aptidão física relacionada à saúde além
do mencionado teste a composição corporal também deveria estar incluído no TAF.20
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sugere-se que além da formação da cidadania e valores patrióticos, a saúde e a
promoção de um estilo de vida ativo passe a ter mais ênfase nas instruções militares. É
preciso também, que treinamento físico ofertado direcione igual importância as
qualidades físicas relacionadas à saúde uma vez que apenas a resistência aeróbica tem
sido beneficiada. Estudos futuros devem considerar o monitoramento da rotina de vida e
as atividades realizadas fora do contexto investigado, limitações assumidas no presente
estudo.

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REFERÊNCIAS
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adolescentes ativos e sedentários. 2007. 131 f. Dissertação (Mestrado em Ciências do
Movimento Humano) – Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos,
Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 2007.
3VIEIRA, V. R.; PRIORE, S. E; FISBERG, M. A atividade física na adolescência.
Adolescencia Latinoamericana, Porto Alegre, v. 13, n.1, ago. 2002. Disponível em:
<http://raladolec.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141471302002000100007
&lng=es&nrm=iso&tlng=pt.> Acesso em: nov. 2010.
4GUEDES, D. P. et al. Níveis de prática física habitual em adolescentes. Revista
Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 7, n. 6, 2001.
5BRASIL. Ministério da Defesa. Exército Brasileiro. Estado Maior do Exército.
Manual de campanha: treinamento físico militar; C 20-20. Brasília, 2002.
6BRASIL. Ministério do Exército. Estado Maior do Exército. Portaria n: 32, de 31 de
março de 2008. Aprova a diretriz para o treinamento físico militar do exército e sua
avaliação. Brasília, 2008.
7AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE (ACSM). Manual do ACSM para
avaliação da aptidão física relacionada à saúde. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2011.
8THE PRESIDENT'S COUNCIL ON FITNESS, SPORTS & NUTRITION. National
School Population Fitness Survey: spurs the development of the National Physical
Fitness Awards. Disponível em: http://www.fitness.gov/about-pcfsn/our-history/.

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9ROCHA, C. R. G. et al. Relação entre nível de atividade física e desempenho no teste
de avaliação física de militares. Revista de Educação Física, Rio de Janeiro, v. 142, p.
19-27, set. 2008.
10SERVIÇO MILITAR: valorização do serviço militar. Tiro de Guerra 07-021 Pombal
– PB. Disponível em: <http://tgpombal.blogspot.com/2010/06/servico-militar.html.
2010>. Acesso em: 20 jun. 2010.
11FARIAS JUNIOR, J. C. Estilo de vida de escolares do ensino médio no município
de Florianópolis, Santa Catarina. 2002. Dissertação (Mestrado em Atividade Física
Relacionada à Saúde) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.
12AMERICAN ALLIANCE FOR HEALTH, (AAHPERD). Physical education,
recreation, and dance physical best. Washington, 1988.
13POLLOCK, M. L; WILMORE, J. H. Exercícios na saúde e na doença. 2. ed. Rio de
Janeiro: MEDSI, 1993.
14AMERICAN ALLIANCE FOR HEALTH, Physical Education, Recreation and
Dance. (AAHPERD). Health related physical fitness test manual. Reston, 1980
15AMERICAN ALLIANCE FOR HEALTH, PHYSICAL EDUCATION,
RECREATION, AND DANCE. (AAPERD). In: HUNSICKER, P. REIFF, G. G. Youth
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16SMITH-MENEZES, A.; DUARTE, M. F. associados à saúde positiva autorreferida
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Esporte, São Paulo, v. 19, n. 1, jan./fev., 2013.

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17ALVES, V. Q. et al. Uso de bebidas alcoólicas entre adolescentes: perfil de
experimentação, uso regular e fatores de risco. Revista Baiana de Saúde Pública,
Salvador, v. 29, n. 1, p. 91-104, 2005.
18MATIELLO JÚNIOR, E.; GONÇALVES, A.; PADOVANI, C. R. Testes de aptidão
física podem medir saúde? Estudo a partir de conscritos do tiro-de-guerra de Sorocaba –
SP1. Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v. 10, n. 1, p. 65-72, 1999.
19AVILA, J. A. et al. Efeito de 13 semanas de treinamento físico militar sobre a
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cadetes do exército. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 19, n.5,
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20DIAS, A. C. et al. A relação entre o nível de condicionamento aeróbio, execução de
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21MATSUDO, V. K. R. Testes em ciências do esporte. São Caetano do Sul: Gráficos
Burti, 1987.
Recebido em: 13 dez. 2014
Aceito em:15 ago. 2015
Contato: naildo_18@hotmail.com