Objetivou-se associar o estado nutricional, o consumo alimentar e a pressão arterial com o risco cardiovascular de mulheres idosas. Estudo transversal, quantitativo e descritivo, realizado entre agosto e setembro de 2022, com 18 mulheres acima de 60 anos, que frequentavam os clubes de mães de um município do Rio Grande do Sul. O estado nutricional foi avaliado por meio do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e classificado segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2002). O consumo alimentar foi analisado por meio de três recordatórios alimentares de 24 horas cadastrados no software DietSmart® versão 2018. Foram analisadas ingesta de valor energético total, carboidratos, proteínas, lipídios totais, monoinsaturados, poliinsaturados, saturados, colesterol, fibras e sódio, as quais também foram comparadas com as recomendações diárias das Dietary Reference Intakes (DRIs) (IOM, 2005; IOM, 2019). Para a análise do risco cardiovascular utilizou-se circunferência do pescoço (CP) sob o protocolo de Ben-Noun et al. (2006), para mulheres. A pressão arterial (PA) foi aferida com monitor de pressão arterial digital da marca Omron®, sendo classificada conforme a 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC, 2016). Os dados foram analisados através de porcentagens e pelos Testes de associação: Teste Exato de Fisher e Teste t-student para uma amostra. Os resultados foram considerados significativos a um nível de significância máximo de 5% (p≤0,05). Resultados: Das idosas avaliadas, 50,0% (n=9) apresentaram excesso de peso para IMC, 77,8% (n=14) risco cardiovascular para CP, 44,4% (n=4) hipertensão estágio I e 22,2% (n=4) hipertensão estágio II para níveis de PA, sendo que 66,7% (n=12) tinham diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS). O sobrepeso/obesidade foi significativamente relacionado ao risco cardiovascular para CP (p=0,041). O consumo de carboidratos foi significativamente superior entre as idosas sem risco cardiovascular (p=0,026) e maior consumo de colesterol foi relacionado com aquelas que apresentaram risco cardiovascular para CP (p=0,019). Para sódio e gordura saturada, o consumo diário foi significativamente superior à recomendação (p=0,001). Para fibras, o consumo foi significativamente inferior a recomendação diária enquanto a ingesta de gordura monoinsaturada ficou significativamente abaixo do limite máximo de consumo diário tolerável (p=0,001). Não houve associação significativa para as variáveis de consumo alimentar e estado nutricional segundo as classificações de IMC (p≥0,05), assim como dos níveis de PA com a CP e de diagnóstico de HAS com CP (p=1,000). Conclusão: O sobrepeso/obesidade foi associado ao risco cardiovascular. Idosas sem risco cardiovascular consumiam mais carboidratos e aquelas com risco cardiovascular mais colesterol. O consumo de sódio e de gordura saturada ficou acima da recomendação, sendo o de fibras inferior. Já a ingesta de gordura monoinsaturada foi adequada. Não houve associação entre consumo alimentar e estado nutricional, assim como entre níveis de PA e diagnóstico de HAS com risco cardiovascular.