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Roberto Toledo
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Manejo Sustentável de Plantas Daninhas
em Pastagens
21 de out de 2015
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O agronegócio envolvendo as pastagens no Brasil tem uma enorme importância, e a
sua sustentabilidade passa por uma análise nos aspectos econômico, social ambiental.
A pecuária brasileira ocupa hoje uma área aproximada de 220 milhões de hectares,
contemplando um rebanho de aproximadamente 195 a 200 milhões de animais, tendo
portanto uma importância fundamental na produção de alimentos, e na condição de uma
política internacional para abastecimento de outros mercados.
Atualmente a produtividade das pastagens no Brasil é baixa, considerando a área
disponível, atingindo em média valores menores que é de 0,8 a 1 cabeça de gado/ha, sendo
os principais Estados produtores, o Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerias,
Goiás, Pará e Tocantins, o que impulsiona a atividade da pecuária rumo a abertura de novas
áreas e fronteiras agrícolas.Por outro lado, há áreas nas quais a taxa de ocupação é de 2
cabeças de gado/ha, como no Pará, considerado uma nova fronteira agrícola.
Além dos diversos fatores que contribuem a essa baixa produtividade, como solos de baixa
fertilidade, espécies inadequadas de forrageiras, pressão de pastejo excessiva, e também a
infestação das plantas daninhas, a degradação das pastagens é elevada. Estima-se que 80%
dos quase 60 milhões e hectares de áreas de pastagens na região dos Cerrados apresentação
algum estágio de degradação.
Nas pastagens extensivas é muito comum observar infestações elevadas de plantas
daninhas, ocupando o espaço que seria destinado a gramínea forrageira, sendo
aproximadamente de 80% de áreas com Brachiaria sp, 15% de áreas com Panicum sp e 5%
de outras forrageiras.
Nesta situação, o pecuarista está perdendo o potencial produtivo de suas terras, e essa
redução na capacidade de suporte pode fatalmente conduzir a uma situação econômica
precária da propriedade.
Por outro lado, o produtor rural tem procurado conduzir a sua pastagem de uma forma
sustentável e tem que cortar custos nas áreas de implantação e manutenção de pastagem em
função do cenário político e econômico atual. No entanto, essas ações poderão
comprometer ainda mais a produtividade da atividade pecuária no Brasil.
Os animais tendem a se alimentar das espécies mais palatáveis, como as pastagens,
deixando assim as plantas daninhas livres para completarem seu ciclo e produzirem
sementes que irão se disseminar ou serem incorporadas ao banco de sementes no solo. Em
muitas áreas, plantas daninhas tóxicas, como o cafezinho (Palicourea marcgravi) e outras
são responsáveis pela maior parte (~80% dos casos) dos prejuízos de morte do rebanho de
bovinos adultos.
Para tanto, há necessidade de conscientização por parte dos pecuaristas quanto a adoção de
práticas de manejo integrado e intensivo de plantas daninhas tanto em áreas de pastagens
naturais como em áreas implantadas, não reduzindo portanto os custos nesta operação.
Muitas vezes, o manejo está restrito à medidas preventivas que consistem em impedir ou
minimizar a introdução e disseminação destas plantas daninhas nas áreas, como o uso de
sementes de qualidade e certificadas de forrageiras, a realização de medidas culturais, que
proporcionam um melhor ocupação do solo por parte da forrageira e ao controle mecânico,
com o uso foice, gradagens, roçadeiras e até correntões. No entanto, para um manejo
sustentável, de maior eficácia no controle de plantas daninhas e otimização recursos, se faz
necessário a aplicação de herbicidas seletivos e de amplo espectro, em área total, em
aplicação dirigida ou até mesmo em aplicações após o corte das plantas mais difíceis de
controle.
Portanto, há a necessidade por parte das Instituições Oficiais e Privadas de Ensino,
Pesquisa e Extensão, bem como das Empresas Mulinacionais e Nacionais de
Agroquímicos, de maior investimento em trabalhos científicos nessa área procurando
estudar a biologia e manejo dessas plantas daninhas, como a determinação das fases de seu
ciclo biológico, quando são sensíveis aos métodos de controle disponíveis, bem como
estudos da dinâmica da população dessas plantas daninhas em pastagens, quando sujeitas a
diferentes métodos de controle.
Além disso, ações efetivas na área de pesquisa e desenvolvimento de novos herbicidas,
associações de produtos, de tecnologias de aplicação desses produtos, bem como ações que
proporcionem maior agilidade reduzindo o prazo para a obtenção de registro de novas
moléculas, além do fomento intensivo em programas de transferência de dessas
informações por meio de treinamentos constantes junto aos pecuaristas são essenciais para
a sustentabilidade e competitividade da pecuária brasileira.
Por Roberto Toledo* e Ricardo Victoria Filho**
* Eng. Agr. Dr. e Pós-doutorando no Programa de Pós-graduação em Fitotecnia | ESALQ
- USP na área de Biologia e Manejo de Plantas Daninhas.
** Prof. Titular Ricardo Victória Filho. Área de Biologia e Manejo de Plantas Daninhas |
ESALQ - USP.