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First record of the Goniasteridae (Echinodennata, Asteroidea) in Brazilian Cretaceous: Turonian the Potiguar Basin

Authors:
  • Universidade Federal de Sergipe, Itabaiana, Brazil

Abstract and Figures

A piece of Echinodermata, Asteroidea, Goniasteridae, tentatively attributed to the genus Crateraster Spencer, represents the first record of the family in Brazil. It was collected from Turonian carbonate sediments of the Potiguar Basin, State of Rio Grande do Norte. This sea star, which is different of the most recent Goniasteridae found in depth or cold waters, probably lived on shallow environment, with warm waters.
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PRIMEIRO REGISTRO DE GONIASTERIDAE
(ECHINODERMATA, ASTEROIDEA) NO CRETÁCEO DO BRASIL:
TURONIANO DA BACIA POTIGUAR
Cynthia Lara de Castro MANSO
Fundação Paleontológica Phoenix. Rua Geraldo Menezes de Carvalho, 218. CEP 49050-750.
Aracaju, SE. Endereço eletrônico: cynthia@phoenix.org.br.
Introdução
Contexto Geológico e Estratigráfico
Procedência do Material
Sistemática Paleontológica
Paleobiologia
Conclusões
Agradecimentos
Referencias Bibliográficas
RESUMO – Uma peça de Echinodermata, Asteroidea, Goniasteridae, tentativamente atribuída ao gênero Crateraster Spencer, representa
o primeiro registro da família no Brasil. Ela foi coletada em sedimentos carbonáticos turonianos da Bacia Potiguar, Rio Grande do Norte.
Essa estrela do mar, diferente da maioria dos Goniasteridae atuais encontrados em águas mais profundas ou mais frias, provavelmente
viveu em um ambiente costeiro raso e de águas mornas.
Palavras-chave: Cretáceo, Turoniano, Bacia Potiguar, Asteroidea, Brasil.
ABSTRACT C.L. de C. Manso – First record of the Goniasteridae (Echinodermata, Asteroidea) in Brazilian Cretaceous: Turonian the
Potiguar Basin. A piece of Echinodermata, Asteroidea, Goniasteridae, tentatively attributed to the genus Crateraster Spencer, represents
the first record of the family in Brazil. It was collected from Turonian carbonate sediments of the Potiguar Basin, State of Rio Grande do
Norte. This sea star, which is different of the most recent Goniasteridae found in depth or cold waters, probably lived on shallow
environment, with warm waters.
Keywords: Cretaceous, Turonian, Potiguar Basin, Asteroidea, Brazil.
INTRODUÇÃO
Fósseis completos de asteróides são raramente
preservados intactos devido à dissociação dos ossículos
ocasionados pela desintegração do tecido mole após a
morte do animal (Spencer & Wrigth, 1966; Villier et al.,
2004). Desta forma, a falta ou baixo número de registro
provavelmente torna subestimada a ocorrência de táxons
fósseis de asteróides (Blake, 2000; Villier et al., 2004).
O presente trabalho apresenta a identificação de
um pequeno braço de um asteróide da família
Goniasteridae encontrado na Formação Jandaíra, do
Cretáceo da Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte.
De acordo com Mah (2003) os Asteroidea
goniasteridae (Jurássico-Recente) ocupam uma
posição filogenética ideal por serem um grupo basal e
ancestral de várias famílias recentes e ecologicamente
significativas, com ocorrência global. Análises
filogenéticas desta família sugerem ainda múltiplas
incursões de vários gêneros no Oceano Atlântico, via
diferentes rotas que incluiriam o Oceano Índico e
Panamá. Estes asteróides teriam ocupado ambientes
costeiros de águas rasas. Diferente dos goniasterideos
ancestrais, as espécies dos mares atuais são encon-
tradas em ambientes profundos da plataforma
continental e em ambientes abissais (Mah, 2003).
CONTEXTO GEOLÓGICO E ESTRATIGRÁFICO
A Bacia Potiguar é uma bacia marginal localizada
quase que totalmente no Estado do Rio Grande do
Norte, com apenas uma pequena parte no Estado
do Ceará (Figura 1). Esta bacia, assim como as
demais bacias sedimentares da margem leste brasi-
leira, foi desenvolvida a partir da ruptura das placas
Africana e Sul-Americana (Ojeda & Fugita, 1976).
Com a abertura do Atlântico Sul, o mar transgressivo
cobriu os depósitos da fase evaporítica protomarinha,
desenvolvendo-se um mar moderadamente quente,
hipersalino e epicontinental-marginal, representado
por uma extensa plataforma carbonática, onde houve
deposição sucessiva de carbonatos (Koutsoukos
et al., 1993).
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FIGURA 1. Localização da bacia Potiguar.
Modificado de Bertani et al. (1990).
Estruturalmente, a Bacia Potiguar é formada por
um gráben desenvolvido no Eocretáceo de direção SW-
NE, cujo embasamento foi recoberto por sedimentos
do Aptiano e do Cretáceo Superior na parte terrestre,
e por seqüências terciárias, na parte marinha (Bertani
et al., 1991).
A Bacia Potiguar está relacionada a uma série de
bacias intracontinentais neocomianas que compõem o
sistema de riftes do nordeste brasileiro (Matos, 1987).
Segundo Souza (1982), três estágios tectônicos prin-
cipais podem ser distinguidos no seu registro estra-
tigráfico: rifte, transicional e drifte. Durante o estágio
drifte, em que se posiciona o objeto deste estudo, duas
seqüências sedimentares foram depositadas em
ambiente de deriva continental e sob influência de mar
aberto. A primeira, é uma unidade transgressiva de
idade albiana a turoniana, composta por arenitos fluviais
grossos a médios, interdigitados e sobrepostos por
folhelhos transicionais a marinhos e carbonatos de
plataforma, incluídos nas formações Açu, Jandaíra,
Ponta do Mel e Umuarana (Membro Quebradas). A
segunda é uma unidade regressiva ou progradacional,
formada por arenitos costeiros, carbonatos de plata-
forma e folhelhos marinhos rasos a profundos com
turbiditos intercalados, das formações Tibau, Guamaré
e Ubarana (Bertani et al., 1991) (Figura 2).
A Formação Jandaíra é formada por camadas de
calcário, popularmente conhecido como “calcário
Jandaíra”, datado do intervalo Turoniano Inferior-
Campaniano Superior, zona dos amonóides turonianos
Mammites, Holiploides, Hypophylloceras e
Coilopoceras e de dois gêneros do Neoconiaciano,
Protexanites e Gauthiericeras (Cassab, 2003). Esta
formação repousa sobre a Formação Açu, sendo na
sua porção emersa sobreposta pela Formação Barreiras
(Bertani et al., 1991) (Figura 2).
FIGURA 2. Evolução tectono-sedimentar e estratigrafia da porção fluvial/marinha
da Bacia Potiguar. Modificado de Bertani et al. (1990).
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PROCEDÊNCIA DO MATERIAL
O fóssil estudado provém da localidade deno-
minada Mossoró 03 (MO-03), situada na BR-117,
trecho Mossoró-Governador Dix-Sept Rosado Maia,
no Município de Mossoró, 15 km após a saída da cidade
de Mossoró. Essa localidade insere-se na Folha SB.24-
X-D-I (Mossoró, 1:100.000), com coordenadas UTM
9.411.221N/673.465E e coordenadas geográficas de
05°19’50”S e 37º20’15”W.
Os sedimentos são uma seqüência de calcários
biomicríticos, margas e calcários bioesparitos, onde
foram coletados também os equinóides das espécies
Rosadosoma riograndensis (Maury), Phymosoma
aff. Major Coquand e grande quantidade de
exemplares de Petalobrissus aff. setifensis (Coquand),
Petalobrissus cubensis (Weisbord), Mecaster
fourneli (Agassiz & Desor) e Mecaster texanum
(Roemer) em posição de vida. Além dessa fauna foram
encontradas grandes conchas de gastrópodos do
gênero Tylostoma e Tudicla (Pyropsis) sp. (Cassab,
2003) e numerosos biválvios com as conchas fechadas.
Próximo ao local onde os equinóides e o braço da
estrela foram amostrados, foi encontrado um banco
de ostras e, ao lado, uma camada de caliche de fácies
de planície de marés.
SISTEMÁTICA PALEONTOLÓGICA
Ordem Valvatida Perrier, 1884
Família Goniasteridae Forbes, 1841
Gênero Crateraster Spencer, 1913
Crateraster ? sp.
PRANCHA 1. Crateraster? sp. A a D: Placas marginais do braço. B: Vista lateral de placas superomarginal e
inferomargial articuladas. C: Vista dorsal do braço. E: Vista ventral do braço. F: grânulos da região abactinal.
G: Detalhe de placa abactinal. Escalas: em A, C, D, E = 10 mm; em B, F, G = 1 mm.
Material: Um braço depositado na coleção da Fundação
Paleontológica Phoenix sob o número FPH-1413-I.
Localidade e horizonte: Mossoró-03, Turoniano
inferior (Cassab, 2003).
Descrição: Um pequeno braço com 17,5 mm de
comprimento, formado por 7 placas superomarginais,
largas, curtas as placas 3, 4 e 5 convexas na região
abatinal e as demais são mais horizontais. As quatro
placas distais estão em contato. Todas estas placas
estão totalmente cobertas por grânulos com densidade
entre 10 a 15 mm². As placas súpero-marginais não
são correspondentes com as placas ínfero-marginais,
sendo correspondentes apenas nos três segmentos
distais. As placas ínfero-marginais são aproxima-
damente da mesma largura das súpero-marginais,
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PRANCHA 2. Crateraster? sp. A: Espinhos das placas adambulacrais. B: em a e c, detalhes dos grânulos
das placas marginais; a: Placas terminais. C: Marcas dos grânulos nas placas marginais.
D: Grânulos da região abactial. Escalas: em A, B, C, D = 1 mm.
sendo convexas na região lateral do braço e igualmente
granuladas. Estas placas de um lado do braço são mais
convexas e altas do que as do outro lado. A região
abactinal não aparenta qualquer convexidade. As
placas abactinais quadrangulares estão também
cobertas por grânulos semelhantes aos das placas
súpero-marginais. As placas actinolaterais são
levemente convexas e cobertas por grânulos seme-
lhantes aos das placas marginais. As placas adambu-
lacrais são convexas, granuladas, e portam uma fileira
dupla de espinhos fortes, estriados e com as extre-
midades arredondadas. (Pranchas 1 e 2).
Horizonte estratigráfico: Turoniano Inferior.
Observação: O braço é tentativamente atribuído ao
gênero Crateraster Spencer, com base nas seguintes
características: braço curto, formado por placas mar-
ginais com as faces distintas, com as três últimas placas
marginais superiores em contato na linha média; placas
marginais granuladas, sendo que naquelas partes, onde
se observa perda dos grânulos, aparecem as marcas
de pequenas crateras. Seria necessário material mais
completo e/ou um maior número de placas para a
identificação definitiva.
PALEOBIOLOGIA
Os asteróides goniasterídeos do final do Cretáceo
teriam apresentado um estreito relacionamento entre
a forma do corpo e a profundidade do ambiente. Formas
pentagonais com as placas marginais alargadas esti-
veram presentes em grande quantidade na plataforma,
mas foram melhor representadas em ambientes
costeiros (Villier et al., 1997). As relações entre a
distribuição das espécies e os ambientes onde elas
ocorreram é pouco entendida. O substrato parece não
representar um papel importante em sua distribuição.
Espécies do final do Cretáceo têm sido encon-
tradas em calcários, areias e margas e, portanto, teriam
habitado diversos tipos de substrato.
As comparações entre espécies do Cretáceo e
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espécies recentes, em relação à profundidade ainda
não estão claras (Villier et al., 2004). Blake & Kues
(2002), ao descreverem o goniasterídeo Codellaster
keepersae do Colorado (USA), assumem que, embora
os dados de profundidade sejam limitados, os gonias-
terídeos foram talvez mais comuns em ambientes de
plataforma mais rasa no Cretáceo e Paleoceno do que
são hoje, e seu desaparecimento destes ambientes rasos
e de alta energia é um aspecto que sugere sua exclusão,
seguida de um repovoamento, nos nichos e habitats que
eles um dia ocuparam, por outras espécies semelhantes.
O braço de Crateraster ? sp. possui os ossículos
e as placas marginais granuladas e ainda articuladas.
O ambiente deposicional no qual foi encontrado foi
identificado como um ambiente costeiro raso Cassab
(2003). Crateraster ? sp. teria vivido aparentemente
em águas mornas, abaixo do nível da base das ondas
normais. Este ambiente, provavelmente sofreu um
rápido soterramento e pode ser interpretado como
associado a uma fase regressiva, em que os demais
fósseis não apresentam sinais de transporte ou retra-
balhamento.
Goniasterídeos com placas marginais fortemente
granuladas, como os do gênero Comptoniaster, são
encontrados em sedimentos Jurássicos da França,
interpretados como de ambientes rasos, representados
por recifes, lagunas e formações arenosas (Villier et
al., 2004). Vários táxons recentes, segundo Villier et
al. (2004) ocupam habitats paralelos, mas são morfo-
logicamente diferentes, pois possuem as placas
marginais lisas, ou com uma fina granulação, ou ainda
com uma granulação um pouco maior, mas não se
comparam às placas de Comptoniaster. Superfícies
de placas marginais fortemente granuladas, seme-
lhantes àquelas encontradas em Comptoniaster,
tendem a ser observadas, nos mares recentes, apenas
em espécies que habitam ambientes de águas frias e
rasas a menos de 100 m de profundidade e águas
profundas com mais de 100 metros (Villier et al., 2004).
Neumann (2000) encontrou, por análises de
resíduos fecais, que pequenas estrelas do mar foram
presas de predadores durófagos e que estes podem
ter se alimentado exclusivamente de asteróides ou ainda
de equinodermos de um modo geral. A proteção dos
tecidos moles nos asteróides do Cretáceo Superior foi
mais completa nos membros maiores das famílias
Goniasteridae, Pycinasteridae e Stauranderasteridae,
por apresentaram o corpo protegido por ossículos
grandes semelhante a uma armadura. Espinhos e
grânulos também foram importantes, pois ofereciam
uma proteção adicional às partes distais do braço e
superfície do corpo (Blake, 1990). Aparentemente, a
intensa granulação das placas marginais, assim como
das regiões superior e inferior dos braços de
Crateraster ? sp., poderia ser considerada como uma
forma de defesa contra ataque biológico, já que
provavelmente este asteróide viveu em condições de
baixa energia.
CONCLUSÕES
O braço do goniasterídeo encontrado na Formação
Jandaíra é atribuído tentativamente a Crateraster ?
sp. pela posição, forma e número das placas marginais,
principalmente daquelas superiores.
Esta espécie teria vivido em um ambiente de
sedimentação identificado como um ambiente lagunar
raso, com águas mornas, onde a intensa granulação de
suas placas teria sido utilizada como uma forma de
defesa, embora esta espécie possa ter servido de
alimento a espécies durófagas.
Este asteróide é o registro do primeiro fóssil da
família goniasteridae encontrado em sedimentos do
Cretáceo do Brasil.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos são consignados a Cleberson de O. Porpino (Faculdade de Ciências Exatas e Naturais/ Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte (FANAT/UERN), pela coleta e doação do material à Fundação Paleontológica Phoenix, e a Daniel B. Blake e a
Christopher L. Mah, ambos da Universidade de Illinois, Urbana (USA.), pelo auxílio inicial na identificação do material.
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Geobios, v. 37, p. 807-825, 2004.
Manuscrito Recebido em: 23 de março de 2006
Revisado e Aceito em: 7 de julho de 2006
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Presently more than 1900 species of sea stars are recognized, of which 77 are recorded for the coast of Brazil. Although the first starfish record in Brazil was published 363 years ago, our knowledge of this fauna remains unsatisfactory from a systematic and ecological point of view, particularly in the north and northeastern regions of the country. This study provides the first annotated list of sea stars from northeastern Brazil. Material described herein is housed at the collections of the Federal University of Paraíba, Federal University of Sergipe, and the Federal University of Bahia, Museum of Zoology of the University of São Paulo and Museu Nacional do Rio de Janeiro. Twenty-one species were identified, belonging to 12 genera, 10 families, and 5 orders. Descriptions of species are provided. Three new occurrences were recorded for northeast Brazil: Astropecten alligator, Luidia ludwigi scotti, and Mithrodia clavigera. Highest diversities of Asteroidea were encountered for the states of Bahia (n = 14 spp), Paraíba (n = 12 spp) and Pernambuco (n = 9 spp). No species were recorded for the states of Maranhão and Sergipe. Sandy substrates and depths below 10 m were the least sampled areas over the continental shelf. Herein we provide a first panorama on the fauna of Asteroidea occurring in the northeast region of Brazil, hopefully to function as a basic reference for biodiversity studies in this poorly studied area.
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Asterozoans are free living, star-shaped echinoderms which are important components of benthic marine faunas worldwide. Their fossil record is, however, poor and fragmentary, probably due to dissarticulation of ossicles. In particular, fossil asteroids are infrequent in South America. A new species of starfish is reported from the early Valanginian of the Mulichinco Formation, Neuquén Basin, in the context of a shallow-water, storm-dominated shoreface environment. The specimen belongs to the Astropectinidae, and was assigned to a new species within the genus Tethyaster Sladen, T. antares sp. nov., characterized by a R:r ratio of 2.43:1, rectangular marginals wider in the interbrachial angles, inferomarginals (28 pairs along a median arc) with slightly convex profile and flat spines (one per ossicle in the interbrachials and two per ossicle in the arms). Both the sedimentologic features of the bearing bed, and the taphonomic signature point to a rapid burial. Considering the presence of well-developed fascioles, it is likely that the specimen was already half buried at the beginning of its taphonomic pathway. This record represents the oldest finding of Astropectinidae in the Southern Hemisphere and the first record of the genus Tethyaster for the Lower Cretaceous of South America. Keywords: Astropectinidae, Tethyaster, Early Cretaceous, Patagonia, Neuquén Basin, Mulichinco Formation
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Oyenaster oblidus, Ocalaster timucum, and Ocalaster seloyi are new genera and species of the family Goniasteridae (Asteroidea) described from the Eocene Ocala Limestone of Florida. Although the fossil record of asteroids is sketchy, goniasterids appear to have been important contributors to marine communities since at least the Middle Jurassic. Similarities between living goniasterids and their fossil precursors indicate that plesiomorphy and convergence have been important in family history, and as a result, taxonomic interpretation is challenging. Even partial fossil goniasterids are rare, forcing systematists to rely heavily on isolated marginal ossicles, although some authors have expressed the need for caution. Building around three new taxa, we suggest that broader approaches can aid systematic interpretation of all crown-group asteroids. We also Suggest that the inevitably idiosyncratic interpretations of marginal-based systematics can be partially tested using blind evaluations.
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Codellaster keepersae new genus and species, from the Upper Cretaceous Codell Sandstone Member of the Carlile Shale of Colorado (U.S.A.), is assigned to the asteroid (Echinodermata) family Goniasteridae. Although clearly a goniasterid, the flattened body form and details of morphology of C. keepersae are remarkably similar to corresponding features of the modern astropectinid Astropecten regalis and also of the luidiid Luidia ( Platasterias ) latiradiata. The discovery facies of C. keepersae includes low-angle crossbeds and asymmetrical ripple marks that are suggestive of a very shallow marine environment. Both the modern species occur in shallow, turbulent settings, and homeomorphy beween ancient and modern asteroids suggests similar selective pressures and evolutionary responses. Limited evidence suggests goniasterids might have been more common in shallower waters during the Cretaceous than they are today, and absence of modern Codellaster- like goniasterids indicates that the family abandoned these habitats, although the fundamental morphological response to such settings remained viable for asteroid organization.
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The Sergipe basin has one of the most complete middle Cretaceous marine carbonate successions among the northern South Atlantic basins, spanning the late Aptian to early Coniacian interval. The development can be subdivided into two main systems. The first is a mixed carbonate-siliciclastic platform system. The other sequence is a carbonate ramp system. During late Coniacian-early Santonian time, a remarkable oceanographic event took place that was bought about by the final structural detachment of the South American and African plates with the establishment of deep ocean circulation patterns. -from Authors
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Because of limited research, a generally accepted hypothesis has not emerged for the phylogeny of the Asteroidea. The fossil record is a potential source of needed data, although fossil asteroids are rare, and they tend to be poorly preserved. Emphasis in the taxonomy of both recent and fossil asteroids has been on characters visible from the exterior, and paleontologists have sought to fit even the most ancient (i.e., Ordovician) specimens into taxonomic ordinal schemes devised for recent asteroids. Animal form and arrangement of body wall ossicles of Paleozoic asteroids can be similar to those of younger species, thereby suggesting close affinities, yet ambulacral arrangements indicate clear separation of Paleozoic stem groups from the crown group. Traits taken from the ambulacral column that mark crown-group asteroids include presence of dorsal podial pores (which allowed transfer of the ampullae to the arm interior), an offset arrangement of ambulacrals on the adambulacrals, and increased complexity of the articulation structures between ambulacrals and adambulacrals. Transfer of ampullae to the arm interior provided protection and more space for ampullae within the arm, as well as space within the furrow and between the ambulacral and adambulacral ossicles for elaboration of the soft tissues that enhance arm motion.
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Complete, articulated starfish fossils are rare. However, more frequently encountered dissociated skeletal elements (ossicles) permit reli-able taxonomic identification, making them a valuable data source for diversity estimates. Nearly 300 asteroid ossicles, collected from the middle Toarcian marls in western France can be assigned to five species. Four species and two genera are described: Comptoniaster vrinensis nov. sp. (Goniasteridae), Poncetaster crateri nov. gen. nov. sp. (Stauranderasteridae), Galbaster recurrans nov. gen. nov. sp. (Goniasteridae) and Pentasteria? liasica nov. sp. (Astropectinidae). The known diversity of Early Jurassic asteroids is increased from 12 to 16 species. These taxa illustrate the diversification of crown-group asteroids early in the Jurassic, following the Permo-Triassic crisis. They also reflect bias of the fossil record, and imply the existence of numerous ghost lineages in the evolutionary trees of extant groups. Variation in asteroid diversity across the "Seuil du Poitou" was driven by ecological constraints. The relative frequency (abundance of ossicles and diversity) of goniasterids and stauranderasterids increases in shallower environments. The Benthopectinidae, represented by Plesiastropecten hallovensis, occurred primarily from deep-shelf sediments. Similar ecological patterns are observed for more recent fossil and extant relatives, which further supports the idea of conservative evolution in post-Palaeozoic starfishes since the Early Jurassic.
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The concept of adaptive zones provides an informative framework for summation of ideas on asteroid life habits, functional morphology and phylogeny. Modern asteroid orders occupy more or less distinct adaptive zones, with key characters allowing specialization in resource (food and space) acquisition, and protection. The fundamental separation of zonal strategies is based on relative importance of defense, stressing protection, and offense, stressing use of resources; within their basic strategy, offensive zones are further structured by prey type and habitat. Asteroid form, which varies largely in terms of proportion (e.g., principal radii, body height) and armor development, reflects adaptive zone, and evolved primarily in response to demands of protection, body flexibility, support on soft substrata, and internal capacity. Most Paleozoic species belong to an extinct stem group; nevertheless, adaptive zones similar to those seen today apparently were present. Basic strategies thus recurred through the Phanerozoic despite changes in geography and associated biotas, reflecting generalistic adaptations in broadly similar physical settings.
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Asteroids and asteroid ossicles of the Late Cretaceous White Chalk of north-west Germany were examined for evidence of predation. Bite marks of fishes were commonly found on larger ossicles and on one entirely preserved specimen of Recurvaster polyplacus. On ossicles of Pycinaster magnificus, tooth marks show evidence of serration, probably by the galeoid shark Squalicorax. Predation of durophagous fishes is obviously size-related, because regurgitated pellets contain exclusively ossicles of small asteroids.