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Desafios do Consumo Colaborativo no Brasil
GT7: Consumo, Mercado e Sustentabilidade
Fábio Pimenta de Pádua Júnior 1
Mario Sergio Cunha Alencastro 2
RESUMO
Consumo e meio ambiente são assuntos amplamente debatidos sob diversos pontos de vista. O
modelo econômico vigente tende a não ser sustentável a longo prazo, fazendo com que novas
alternativas sejam criadas. O consumo colaborativo vem surgindo como uma nova proposta com o
potencial de romper o paradigma atual. O objetivo do presente artigo é enriquecer o debate acerca
dos limites e possibilidades das ações de consumidores e da sociedade civil organizada no
enfrentamento dos complexos problemas ambientais contemporâneos. Por meio de um ensaio
teórico, é feita uma análise sobre o consumo consciente, em especial o consumo colaborativo.
Constata-se que inúmeras iniciativas já foram implementadas com sucesso, mas que no Brasil
dificuldades comportamentais e estruturais podem representar um obstáculo. Trata-se de uma
primeira incursão sobre o tema, uma área em expansão e campo fértil para futuras pesquisas e
aprofundamentos.
Palavras-chave: Consumo colaborativo; Consumo consciente; Sustentabilidade; Meio Ambiente.
Introdução
A questão do consumo ocupa uma posição de centralidade no debate ambiental. Sabe-se que o
modelo capitalista do pós-guerra, que haveria de se tornar hegemônico em grande parte do mundo,
está baseado na noção de progresso com desenvolvimento econômico a partir de recursos naturais
infinitos e que seriam regulados pelo livre mercado. Isso, naturalmente, traria o bem estar dos povos
e nações. Não é difícil perceber que se vive hoje num mundo de opulência sem precedentes,
inimaginável há um ou dois séculos atrás. Também é muito fácil perceber que, ao lado de todo esse
progresso material, convive-se com privação, pobreza e ameaças cada vez mais graves ao meio
ambiente e à sustentabilidade da própria vida econômica e social, aliás, problemas que podem ser
encontrados tanto em países ricos como pobres (SEM, 2000. p. 9-10).
Os padrões de produção e consumo ditados pelo atual modelo econômico representam quase que
uma “impossibilidade matemática”, tal como apontada pelo sociobiologista Edward O. Wilson (apud
DUPAS, 2001, p. 56.), que alertou para o fato de que se fosse possível elevar ao nível médio norte-
americano a qualidade de vida da população atual da Terra já exigiria os recursos naturais de mais
dois planetas iguais a ela. Ele nos advertiu, também, que a maior parte da pressão destruidora
sobre o ecossistema vem de um pequeno número de países desenvolvidos.
____________________
1 Doutor em Administração pela Universidade Federal do Paraná
2 Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Paraná
Os números são alarmantes. De acordo com o relatório Planeta Vivo 2012: biodiversidade,
biocapacidade e melhores escolhas, produzido pelo Worldwatch Institute (WWF), entidade sediada
em Washington e que acompanha anualmente o “estado do mundo”, trata-se de uma situação de
passivo ecológico, ou seja, são necessários 1,5 anos para que a Terra regenere totalmente os
recursos renováveis consumidos num ano pelas pessoas. A demanda de consumo da humanidade
está aumentando a pressão acumulada sobre o planeta e acelerando o declínio da saúde das
florestas, rios e oceanos que dão sustentação à vida. Ainda segundo o relatório, utiliza-se hoje 50%
a mais de recursos do que a Terra pode fornecer, e isso significa que, se não houver uma mudança
de rumo, em 2030 serão necessários mais dois planetas para sustentar a humanidade, o que ratifica
o alerta de Edward Wilson.
O fato é que a economia clássica nunca priorizou a questão ambiental. Sempre predominou, nesta
visão econômica, a crença de que os recursos naturais estavam disponíveis e eram facilmente
substituíveis. A natureza era vista como uma fonte inesgotável de riquezas, um bem gratuito. Sob
esse ponto de vista, os problemas ambientais e econômicos permaneceram dissociados. O
progresso econômico, no entanto, mostrou que os recursos naturais não eram inesgotáveis e “a
economia, ao desprezar os recursos vivos para só se interessar pelo capital, condena-se a não
passar de uma ciência das coisas mortas” (MARÉCHAL, 1993. p. 11).
A questão da mudança dos padrões de produção e consumo foi enfatizada na Agenda 21, principal
documento produzido na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD), em 1992. Naquela ocasião discutia-se a “mudança dos padrões
consumo” (Capítulo 4) com base em medidas que, dentre outras, deveriam propor o
desenvolvimento de políticas e estratégias nacionais de estímulo a mudanças nos padrões
insustentáveis de consumo o que se traduziria numa reorientação dos atuais modelos
desenvolvidos pelas sociedades industriais e imitados em boa parte do mundo, acarretando na
concretização de mudanças significativas nos padrões de consumo de indústrias, governos, famílias
e indivíduos. O documento alertava para uma revisão dos atuais conceitos de crescimento
econômico e sinalizava para a necessidade de que se criassem novos conceitos de riqueza e
prosperidade, capazes de permitir ganhos socioambientais por meio de modificações nos estilos de
vida, tornando-os menos dependentes dos recursos finitos da Terra e mais harmônicos com sua
capacidade produtiva. Em outras palavras, uma situação que exigiria uma retomada de consciência
no que diz respeito à adoção de padrões de qualidade de vida que impliquem perspectiva de valores
relacionados à redução do consumo.
Atualmente, o eixo da discussão deslocou-se da perspectiva de restrição ao consumo para algo que
poderia ser entendido como humanização do consumo, ou melhor, dizendo, um enfoque que implica
necessariamente na conscientização dos indivíduos a respeito da importância de se tornarem
consumidores responsáveis, agentes que são da transformação do modelo econômico em vigor, já
que têm em suas mãos o poder de exigir um padrão de desenvolvimento socialmente justo e
ambientalmente equilibrado (LEFF, 2001, p. 321).
O consumidor, consciente das implicações dos seus atos de consumo, passa a compreender que
o seu papel é o de exigir que as dimensões sociais, culturais e ecológicas sejam consideradas pelos
setores produtivo, financeiro e comercial, em seus modelos de produção, gestão, financiamento e
comercialização. Essa não é uma tarefa simples, pois requer uma mudança de posturas e atitudes
individuais e coletivas no cotidiano.
É neste contexto que surge a concepção do “Consumo Colaborativo”, uma abordagem que
preconiza o acesso a bens e serviços sem que haja necessariamente aquisição de um produto.
Compartilhar, emprestar, alugar e trocar são a tônica do processo. Trata-se de um conceito que
está em perfeita harmonia com as principais tendências deste início de século 21, tais como
preocupação com a recorrente preocupação com as questões socioambientais, a valorização de
hábitos mais sustentáveis e da qualidade de vida.
O objetivo do presente ensaio, uma primeira incursão exploratória dos autores sobre os
fundamentos e as práticas do “Consumo Colaborativo”, é enriquecer o debate sobre os limites e
possibilidades das ações de consumidores e da sociedade civil organizada no enfrentamento dos
complexos problemas ambientais contemporâneos. Além de uma ligeira abordagem teórica,
pretendeu-se apresentar algumas experiências de consumo colaborativo, bem com desafios para
sua implementação no Brasil.
Consumo Consciente
O consumo desenfreado é uma das principais características das sociedades atuais, especialmente
as mais ricas. Mais do que um fator econômico, é um estilo de vida no qual os que têm condições
o fazem desenfreadamente; e os que não podem, sonham poder fazê-lo algum dia. O lema
“consumir é existir” se transformou numa máxima que orienta a vida de milhões de pessoas ao redor
do mundo.
A canalização de importantes recursos econômicos para promover o consumo e a venda de
mercadorias gera uma produção ideológica de necessidades, desencadeando um desejo insaciável
e uma demanda inesgotável por mercadorias, uma verdadeira “manipulação das necessidades por
interesses adquiridos” (MARCUSE, 1973. p. 24), na qual os indivíduos perdem sua autonomia.
Entretanto, há uma diferença entre “consumo” e “consumismo”. De acordo com Leonard (2011, p.
158-159) “consumo significa adquirir e utilizar bens e serviços para atender necessidades básicas”;
já o “consumismo refere-se à atitude de tentar satisfazer carências emocionais e sociais através de
compras e demonstrar o valor pessoal por meio do que se possui”.
Erich Fromm faz uma distinção entre consumo funcional (racional) – o consumo propriamente dito
–, e o não funcional (irracional) – o consumismo. Se uma pessoa se alimenta, é porque sua fome
indica que o corpo necessita de comida. Entretanto, se ela come demais, por gula, depressão ou
ansiedade, isto representa uma fome que é irracional, que não lhe favorece. “Isso é verdadeiro para
todo consumo enraizado na gula, ou consumismo de hoje” (FROMM, 1992, p. 163).
Os resultados do consumismo, como já abordado na introdução deste artigo, produzem um imenso
impacto no ambiente, tanto pelo esgotamento dos recursos naturais planetários, quanto pela
contaminação provocada pelo descarte de produtos que não têm mais utilização.
Cabe ressaltar que as pessoas que vivem na pobreza e até mesmo na miséria evidentemente
precisam elevar seu nível de consumo. Entretanto, aquelas instaladas na opulência consomem
muito mais do que necessitam. Há uma concentração de consumo.
Trata-se de um quadro que precisa ser alterado e as ações na direção de um sistema de consumo
mais sustentável pressupõem, dentre outras, mudanças de comportamento por parte dos
consumidores. Trata-se do “consumo responsável”, ou “consumo consciente”. Tendo como ícone o
“consumidor verde” – aquele indivíduo atento às questões ecológicas e sociais – o consumo
consciente contempla algumas ações, tais como adquirir produtos a partir de uma avaliação prévia
sob o ponto de vista ético, ou seja, cuja elaboração não envolva a exploração de seres humanos,
animais e não provoque danos ao meio ambiente.
O consumidor consciente é aquele que tem a capacidade de decidir o que vai consumir, como
consumir e qual será a origem do bem e/ou serviço a ser consumido. Cabe a ele buscar, em termos
aristotélicos, a justa medida entre sua satisfação pessoal e os ditames da sustentabilidade, sempre
avaliando o impacto de suas ações de consumo sobre a natureza e a sociedade. Desta forma, seu
posicionamento ético se inclinará pela adoção de atitudes que evitem o desperdício ou o gasto
desnecessário de um material, utilizando assim os recursos de forma sustentável.
Hábitos de consumo eticamente corretos, compras éticas ou aquisições morais envolvem
compreender o efeito de uma compra, isto é, seus efeitos em todos os seres vivos desde o seu
ponto de extração até seu eventual ponto de distribuição. Isto implica na escolha de produtos
eticamente corretos e na realização de negociações baseadas em princípios no bem comum, e não
apenas na satisfação de interesses individuais. Neste sentido, Ottman (2012) sugere que as
empresas que não corresponderem a estes anseios socioambientais arriscam-se, por
incompatibilidade ética, a perderem a sintonia com os consumidores, visto que são determinantes
nas decisões de compra.
Consumo Colaborativo
As atitudes em relação ao consumo mudaram nos últimos anos, com o aumento da preocupação
com a vertente ecológica, social e o impacto do desenvolvimento. Por um lado, a preocupação com
as mudanças climáticas e, por outro, um anseio por um sentido mais social embutido em produtos
e serviços em formas tais como consumo comunitário e local, tornaram as economias de
compartilhamento uma alternativa atraente para muitos consumidores (BELK, 2010; BOTSMAN;
ROGERS, 2010; HAMARI; SJÖKLINT; UKKONEN, 2013).
A economia de compartilhamento é um ecossistema socioeconômico construído em torno da
partilha de recursos humanos e físicos. Ela inclui a criação, produção, distribuição, comércio e
consumo compartilhados de bens e serviços por diferentes pessoas e organizações (MATOFSKA,
2014). A economia de compartilhamento é um fenômeno econômico e tecnológico emergente que
é alimentado por alguns desenvolvimentos simultâneos de tecnologias de informação e
comunicação (TIC), a crescente conscientização dos consumidores, comunidades colaborativas da
Web e comércio social. A economia de compartilhamento é um conceito amplo que abrange vários
desenvolvimentos no domínio das TICs, tal como o consumo colaborativo, que adota o consumo
compartilhado de bens e serviços por meio de plataformas entre pares (peer-to-peer) (HAMARI;
SJÖKLINT; UKKONEN, 2013).
Durante a última década, os pesquisadores notaram que os mercados estão dando lugar às redes,
e modos alternativos de aquisição e consumo estão surgindo além da propriedade. Em vez de
comprar e possuir objetos, os consumidores querem acesso a bens e preferem pagar pela
experiência de acessá-los temporariamente. A propriedade não é mais a expressão máxima do
desejo do consumidor. Na verdade, tem-se visto uma proliferação de modelos de consumo em que
o acesso é habilitado por meio da partilha de recursos, bens e/ou serviços redefinidas por meio da
tecnologia e de comunidades entre pares (BARDHI; ECKHARDT, 2012).
Desta forma, uma nova tendência global de consumo que tem apresentado um crescimento
considerável na Europa e nos Estados Unidos é o consumo colaborativo. Fatores como
conscientização ambiental, maior conexão entre pessoas por meio da tecnologia, bem como a crise
mundial, têm alavancado esse novo tipo de consumo (FIORAVANTI, 2013).
O consumo colaborativo é uma nova e emergente economia possibilitada pelas redes sociais on-
line e alimentada pela crescente consciência de custos e necessidade ambiental. O consumo
colaborativo ocorre quando as pessoas participam na partilha organizada, troca, escambo, aluguel
e permuta, com o objetivo de obter os mesmos prazeres da propriedade com custos e encargos
reduzidos, bem como menor impacto ambiental (BOTSMAN; ROGERS, 2010).
O termo consumo colaborativo foi originalmente cunhado por Felson e Speath em um trabalho de
1978. Os autores definem os atos de consumo colaborativo com sendo "aqueles eventos nos quais
uma ou mais pessoas consomem bens ou serviços no processo de engajar em atividades conjuntas
com um ou mais indivíduos" (FELSON; SPEATH, 1978, p. 614). Mais recentemente, o termo voltou
a ser usado em um artigo de jornal por Ray Algar, um consultor de empresas britânico (ALGAR,
2007). Em 2010, Rachel Botsman e Roo Rogers lançaram o livro "What's Mine Is Yours: The Rise
of Collaborative Consumption", onde defendem a ideia de um novo tipo de consumidor, o qual, ao
invés de comprar e possuir um bem, prefere adquirir um serviço ou a experiência que um produto
pode proporcionar. Para os autores, o consumo colaborativo seria uma espécie de reinvenção de
antigos comportamentos mercantis por meio de novas tecnologias em escala e formas que não
eram possíveis antigamente (BOTSMAN; ROGERS, 2010).
Belk (2014) fez uma análise crítica das definições sobre consumo colaborativo. Na visão deste
autor, a definição de Felson e Speath é muito ampla e não tem foco suficiente na aquisição e
distribuição de recursos, tomando por base apenas o fato do consumo coordenado. Ainda de acordo
com aquele pesquisador, o conceito de Botsman e Rogers também é muito amplo e mistura trocas
de mercado, trocas de presentes e compartilhamento. De acordo com a definição de Belk (2014, p.
1597), "consumo colaborativo são as pessoas coordenando a aquisição e distribuição de recursos
por uma taxa ou outra compensação". Esta outra compensação pode abranger escambo, comércio
e troca, as quais envolvem compensações não monetárias. Constata-se que esta definição de
consumo colaborativo exclui atividades de compartilhamento que não envolvam compensações,
bem como a troca de presentes, pois esta envolve uma transferência permanente de propriedade.
Experiências de Consumo Colaborativo
Existem muitas experiências concretas de negócios em andamento envolvendo consumo
colaborativo. A maioria das empresas engajadas nesta modalidade localiza-se nos Estados Unidos
e em países da Europa.
No Brasil, o consumo colaborativo começa a ganhar seu espaço, apresentando uma nova forma de
consumir bens e serviços, que variam desde carros e brinquedos até roupas. Esta nova modalidade,
que permite consumir sem necessariamente comprar, alia economia, consciência sustentável e
estimula a criação de redes de interação social que facilitam o acesso a objetos para empréstimo
ou aluguel. Entre os serviços oferecidos, encontram-se o aluguel compartilhado de carro,
mensalidade de brinquedos rotativos, bicicletas comunitárias, sites de empréstimo gratuito e aluguel
de objetos. Além disso, estão surgindo feiras de troca de roupas sofisticadas, conquistando
principalmente mulheres das classes mais elevadas (MEDEIROS, 2013).
Botsman e Rogers (2010) organizaram inúmeros exemplos de consumo colaborativo em três
sistemas: Sistema de Serviços de Produtos, Mercados de Redistribuição e Estilos de Vida
Colaborativos. O primeiro reflete o número crescente de pessoas de origens diferentes e de todas
as idades que estão comprando a ideia de usar o serviço do produto – ou seja, o que o produto faz
para as pessoas – sem possuí-lo. Esta é a base do Sistema de Serviços de Produtos, o qual tem o
potencial de romper com o modelo tradicional de propriedade privada individual. Este sistema gera
várias vantagens. Uma delas é a questão ambiental, uma vez que um novo bem deixa de ser
fabricado e é substituído por um serviço compartilhado que maximiza a utilidade de um produto já
existente. Os usuários também são beneficiados, pois não precisam pagar pelo produto de imediato
e não precisam mais se preocupar com manutenção, reparos e seguros (BOTSMAN; ROGERS,
2010). Exemplos do Sistema de Serviços de Produtos incluem empresas ligadas ao transporte, tais
como Zipcar, Street Car, Hour Car, Autolib', City Car Club, Greenwheels, JustShareIt, Stadtmobil,
Zoom, GoGet (compartilhamento de automóveis), Whipcar, Relay Riders, Getaround, Buzzcar,
Drivemycar Rentals, Spride Share (compartilhamento de automóveis entre pares), Zimride, Nuride,
Liftshare, GoLoco (carona coletiva), B-Cycle, Smart Bike, Melbourne Bike Share, BikeMi, Helsinki
city bikes, Stockholm City Bikes, Montreal's Bixi, Citi Bike (compartilhamento de bicicletas), bem
como aluguel, tais como Zilok, Rentoid, Ecomodo (aluguel entre pares), Dim Dom, Baby Plays, Rent
a Toy (aluguel de brinquedos infantis), Bag Borrow or Steal, Fashion Hire, Dressed Up (aluguel de
objetos de moda e acessórios). Além disso, outras categorias são facilmente encontradas, tais como
filmes (Netflix, Lend Around, Quickflix, Renttherunway) e energia solar (Solar City, Solar Century,
Preta Sol) (BOTSMAN; ROGERS, 2010; SASTRE; IKEDA, 2012).
O segundo sistema – Mercados de Redistribuição – diz respeito às redes sociais que permitem que
produtos usados sejam redistribuídos por meio de trocas ou vendas. Este sistema incentiva a
reutilização e revenda de itens antigos – em vez de jogá-los fora – além de reduzir significativamente
o desperdício e os recursos usados em uma nova produção. Ele desafia a tradicional relação entre
o produtor, distribuidor e consumidor, e interrompe as doutrinas consumistas. Alguns exemplos de
empresas incluem Around Again, Freecycle, Freeally, Kashless (troca livre), Craig’s List, Gumtree,
e-Bay (grandes mercados), Text Book Exchange, Book Hopper, Read It Swap It, The Book Swap,
PaperBack Swap, BookMooch (troca de livros), Toy Swap, Thread Up, Mum Swap, SwapItBaby,
SwapKidsClothes, KidsCircle (troca de brinquedos e roupas infantis), Swap Style, Big Wardrobe,
Clotihing Exchange, 99 Dresses (troca de roupas), Swap, Swap Simple, Swapster, Dig N’Swap
(troca de mídias de vídeos, jogos e livros), Book Lending, Lendle, eBook Fling (troca e empréstimo
de e-books) (BOTSMAN; ROGERS, 2010; SASTRE; IKEDA, 2012).
O terceiro modelo - Estilos de Vida Colaborativos - representa a união das pessoas com interesses
semelhantes para compartilhar e trocar ativos menos tangíveis, tais como tempo, espaço,
habilidades e dinheiro. Exemplos de empresas utilizando este sistema são The Hub, Bees Office,
Hub Culture, Citizen Space (espaço de coworking), Zopa, Prosper, Funding Circle (empréstimos
sociais entre pares), Quid, Time Banks, Vem, LETSystems, SPICE Timebank (moedas sociais),
Catarse, Movere, Kickstarter, Kickante, Benfeitoria, Juntos.com.vc, Bicharia, Queremos!
(crowdfunding), Zimride, Lift Share, Karzoo (caronas), Taxi Share, Weeels, Taxi Deck, Taxi2,
(caronas de táxi), Couch Surfing, AirBnB, One Fine Stay, Roomorama, Crashpadder (viagens),
Urban Garden Share, Land Share, Shared Earth (compartilhamento de jardins), Eat with Me, House
Bites (refeições compartilhadas), Trade a Favor, Fiverr, Hey Neighbor! (trocas de favores), Brooklyn
Skill Share, TeachStreet, TradeSchool (troca de aprendizado), ParkAtMyHouse (vaga de carro),
Bliive (troca de tempo e experiência) (BOTSMAN; ROGERS, 2010; SASTRE; IKEDA, 2012).
De acordo com Lamberton e Rose (2012), os sistemas de compartilhamento estão cada vez mais
desafiando a propriedade exclusiva como o principal meio de se obter os benefícios de um
determinado produto. Nos EUA, estima-se que o tamanho deste mercado tenha sido em torno de
100 bilhões de dólares em 2010. Os autores conceituam sistemas de compartilhamento comercial
dentro de uma tipologia de bens compartilhados. Os estudos de Lamberton e Rose (2012)
demonstram que, além dos benefícios de custo relacionados com o compartilhamento, a percepção
do risco de escassez relacionada com o compartilhamento é um determinante central de sua
atratividade. Tendo em vista que a rivalidade para o produto compartilhado é um aspecto
fundamental dos sistemas de compartilhamento comerciais, os autores argumentam que os
comerciantes não precisam competir nesses sistemas apenas pelo custo. Em vez disso, eles podem
considerar a interdependência de próprio uso dos consumidores e de outros parceiros de
compartilhamento. Ao fazer isso, eles podem projetar os aspectos de seus sistemas de
compartilhamento ou de comunicações de marketing para alterar a percepção do risco de escassez
do produto. Ao fazê-lo, eles podem mudar a propensão a participar, mesmo se os custos e as fontes
principais de utilidade forem levadas em consideração.
Segundo Botsman e Rogers (2010), as empresas e os consumidores consideram cada vez mais o
compartilhamento como uma alternativa sustentável e rentável em relação à posse de produtos. O
crescimento dos sistemas de compartilhamento foi acelerado pela capacidade das mídias sociais
em facilitar o compartilhamento de música e filmes on-line. Do mesmo modo, os sistemas de
compartilhamento de produtos físicos também estão se expandindo em ritmo acelerado (GANSKY,
2010).
De acordo com Lamberton e Rose (2012), a Zipcar
1
começou com um único Volkswagen
compartilhado no início de 2000, e cresceu para mais de 400 mil participantes, 6.500 veículos e
faturamento de mais de US$ 130 milhões em 2010. Estima-se que o mercado de compartilhamento
de carros atingirá a cifra de 3 bilhões de dólares até 2016, somente na América do Norte. Outro
exemplo é o couchsurfing
2
, onde mais de 3 milhões de pessoas de mais de 235 países já utilizaram
esta modalidade de serviço. Além disso, os sistemas de compartilhamento de bicicletas têm surgido
em todo o mundo, sendo responsável por aproximadamente 2,2 milhões de viagens compartilhadas
de bicicleta por mês. Como um todo, o tamanho do mercado de compartilhamento é estimado em
mais de 100 bilhões de dólares e deverá subir rapidamente conforme os consumidores e as
empresas procurem maximizar a eficiência das condições econômicas (LAMBERTON; ROSE,
2012; SACKS, 2011). Em suma, os sistemas de compartilhamento apresentam desafios e
oportunidades únicas em relação ao tradicional mercado baseado em propriedade. Possui um
potencial forte o suficiente para romper com modelos tradicionais de negócios, sendo que algumas
empresas já estão adotando este novo modelo (LAMBERTON; ROSE, 2012).
1
A Zipcar é uma empresa de compartilhamento de automóveis, recentemente adquirida pelo grupo Avis Budget.
2
Couhsurfing é uma empresa que oferece aos usuários serviços de trocas de hospitalidade e redes sociais. O website oferece uma
plataforma onde os membros podem “surfar” nos sofás como convidado em uma casa de família.
Desafios do Consumo Colaborativo no Brasil
Por ser um conceito novo e pouco difundido, esta nova modalidade de consumo ainda possui
desafios em nosso país, alguns com fortes raízes culturais. Há de se lembrar que a formação do
caráter do brasileiro é um amálgama de vários fatores, dentre eles o modelo de exploração colonial
portuguesa, a miscigenação entre colonizadores, indígenas, escravos, e, posteriormente,
imigrantes, a abolição tardia da escravatura e a própria formação política do país. Tudo isso
contribuiu para que o modelo de sociedade brasileira não esteja voltado para representar os
interesses da coletividade, mas de determinados indivíduos, grupos e famílias.
A consequência é que os ideais de cidadania perdem espaço e recrudesce um individualismo no
qual o outro é percebido como um ser que não merece respeito, a menos que faça parte da família
ou da rede de relações pessoais. Guardadas as devidas particularidades e variações regionais, este
tipo de individualismo é uma característica marcante no tecido social nacional.
Aqui cabe um parêntese, pois, quando se aborda a questão do individualismo, é inevitável associá-
lo ao “espirito do capitalismo” que, tal como apontado por Max Weber (2004), tinha por base os
princípios morais da frugalidade, disciplina, trabalho duro e individualismo. Em consonância com
suas bases calvinistas, o sucesso material representaria para o indivíduo uma espécie estado de
graça pelo seu mérito, não apenas no trabalho diligente, mas também em termos de méritos nos
quesitos fé e observância dos preceitos religiosos, um sinal de que Deus havia abençoado o seu
empenho, premiando assim todo um esforço individual e a meritocracia. Entretanto, em
determinadas sociedades como na norte-americana, ao contrário do que aconteceu no Brasil, o
individualismo floresceu ao lado da crença no contrato social como valor, sendo que a relação entre
indivíduos-cidadãos representa a viga mestra destas sociedades.
Um exemplo típico do individualismo nacional é visível no trânsito caótico das principais cidades
brasileiras. DaMatta (2010) lembra que, para o trânsito funcionar bem, assim como em qualquer
espaço público, precisa existir uma lógica republicana, ou seja, todos devem obedecer igualmente
às regras e às Leis existentes. Mas o que acontece é a prevalência dos direitos em detrimento dos
direitos, causa primeira de repetidas infrações no trânsito. O motorista tem dificuldade de entender
o trânsito como um todo, um espaço no qual o outro deve ser visto como um parceiro, pois as partes
se beneficiam quando o conjunto funciona bem. Ao contrário, o que acontece é que o indivíduo se
sente no direito de adaptar as regras coletivas aos seus interesses pessoais, incorrendo no famoso
“jeitinho brasileiro”, à malandragem e ao jogo de cintura.
Para DaMatta (2001, p. 102), o malandro é o “profissional do jeitinho” sendo que a malandragem é
um termo que se usa para designar a arte de sobreviver em situações difíceis, contornando as
regras e valendo-se de expedientes, histórias e “contos do vigário” para tirar partido das mais
diversas situações. A figura do “despachante” também faz parte do universo do jeitinho, visto que,
tem a habilidade de contornar, de modo pouco ortodoxos, os problemas burocráticos apresentados
pelos seus clientes.
É possível que a realidade brasileira ainda esteja impregnada por elementos que dificultem a
adoção do consumo colaborativo, da forma como tem ocorrido em outros locais, cujas práticas
sociais são orientadas pelo contrato social e que, no espaço urbano, o coletivo supere o individual.
Neste sentido, uma pesquisa realizada por Maurer et al. (2012) com gestores de organizações e
usuários de sistemas de consumo colaborativo revelou alguns aspectos interessantes sobre o tema.
Para os entrevistados, o entendimento sobre o conceito e as perspectivas para o desenvolvimento
no Brasil envolvem a conscientização, o senso de coletividade e uma mudança em relação ao apego
e à posse de bens materiais. As ações coletivas determinantes para o surgimento de formas de
colaboração e confiança como facilitador das relações envolvem o acesso dos consumidores à
Internet, a generosidade dos brasileiros, as redes sociais, a consciência socioambiental, o interesse
dos jovens, a cooperação e a transparência das atividades. Apesar dos benefícios percebidos - tais
como redução de custos, troca e compartilhamento de ideias, interação, cooperação e engajamento
cívico - existem riscos e obstáculos a serem considerados. Por exemplo, possessividade e o apego
podem dificultar o compartilhamento. Dentro da realidade brasileira, aspectos como fatores
culturais, a possibilidade de furto, o uso antiético do serviço, e a legislação ainda representam
grandes obstáculos a serem vencidos (MAURER et al., 2012).
Além disso, o modelo brasileiro de desenvolvimento nos últimos anos teve por base o estímulo ao
consumo, inclusive por parte de integrantes da base da pirâmide social. Isto, por sua vez, ocasionou
o aumento da demanda de consumo, fazendo com que alguns setores, notoriamente o
automobilístico, aumentassem seus investimentos e sua produção. A redução do IPI para a compra
de carros, bem como do IOF para financiamentos visando beneficiar a indústria automobilística,
tiveram como consequência um aumento significativo da frota de veículos em circulação, o que
contraria a concepção de consumo colaborativo.
Considerações Finais
Apesar de alguns pesquisadores acreditarem que o consumo colaborativo possui um potencial
significativo para romper com modelos tradicionais de obtenção, consumo e descarte de produtos
(BOTSMAN; ROGERS, 2010; LAMBERTON; ROSE, 2012), outros entendem que não existe a
ruptura, e sim uma inovação na criatividade das técnicas de locação, redistribuição e
compartilhamento impulsionadas pela tecnologia (SASTRE; IKEDA, 2012). Entretanto, estrategistas
de mercado da ConvergEx Group alertam que os efeitos de longo prazo dessa nova tendência
podem ser catastróficos para a economia. Quanto mais consumidores trocarem a compra pelo
aluguel de bens como carros e residências, menor será a demanda por eles, causando uma
diminuição do valor de mercado, o que pode afetar as estruturas de produção, venda e emprego
(BOESLER, 2013).
Apesar da visão pessimista de alguns analistas, alguns aspectos devem ser considerados. Em
primeiro lugar, apesar de alguns mercados já estabelecidos sofrerem com a diminuição da demanda
por determinados bens, novos modelos de negócio criarão novos empregos e renda para a
economia como um todo. Talvez a diferença seja uma menor concentração de renda em grandes
corporações, e uma maior distribuição de renda entre os milhares de pequenos empreendimentos
que vierem a usar iniciativas colaborativas.
Outro ponto a ser observado é a questão ambiental. É inegável que a redução da produção de
novos bens, bem como a utilização por mais tempo dos produtos já produzidos, tendem a reduzir
elementos que causam poluição, mas está muito longe de resolver o problema. Apesar da onda de
otimismo que acompanha os adeptos de formas alternativas de consumo, seus críticos apontam
para uma fragilidade que merece consideração. A questão apontada por eles é contundente: Será
mesmo possível dar crédito a esta ideia, visto que o consumo ocupa um lugar central na vida
cotidiana transformando-se na “principal força operativa da sociedade”? (BAUMAN, 2008, p. 41).
Trata-se de um complicado problema teórico, pois, ao lado do discurso da sustentabilidade coexiste
todo um sistema que se alimenta e vive em função do consumo de massa. Um olhar em direção ao
cotidiano já desvela as dificuldades a serem enfrentadas pois o incentivo à aquisição de bens de
consumo é imenso. O recente caso das políticas brasileiras de incentivo ao consumo é
emblemático.
Para Lipovetsky (2009, p.184-185) o consumo de massa é alimentado pela lei da obsolescência, da
sedução e da diversificação. A lógica é a do “desuso acelerado” e da “obsolescência programada”,
na qual os produtos são feitos para não durar, o que obriga as empresas a inovar e lançar
continuamente novos artigos. A lógica econômica varreu todo ideal de permanência; é a regra do
efêmero que governa a produção e o consumo de objetos. Desde a Segunda Guerra Mundial, a
indústria passa por um processo de renovação e de obsolescência “programada” propício a
revigorar mais e mais o consumo. Os produtos são estudados para não durar... lenços de papel,
fraldas, guardanapos, garrafas, isqueiros, aparelhos de barbear, roupas... Romper com este ciclo é
um grande desafio a ser enfrentado.
Há também uma barreira cultural a ser ultrapassada, pois o desejo de status é uma das
caraterísticas mais marcantes das sociedades capitalistas, sendo que “a concepção que temos de
nós mesmos dependem muito do que os outros pensam de nós” (BOTTON, 2013, p. 8). É sabido
que, no Ocidente, desde o advento da era industrial, o consumo de bens cresceu muito, tornando-
se uma práticas centrais da sociedade moderna e do sistema capitalista produtor destes bens.
Neste contexto, no qual as relações sociais são mediadas pela posse de objetos, possuir coisas
passou a ser sinal de prestígio e status, o que se opõe diretamente à ideia de colaboração e
compartilhamento.
Mesmo assim, considerando a situação de falência ambiental que marcou o século XX e a
necessidade de mudanças comportamentais no sentido de reverter seus efeitos, dentre eles a
escassez dos recursos naturais disponíveis, a opção por formas inovadoras de consumo é um
processo inevitável. Neste contexto, o consumo colaborativo apresenta-se como uma alternativa
bastante atrativa e um campo aberto para investigação.
Este artigo procurou contribuir para o debate sobre os limites e as possibilidades de ações que os
consumidores e a sociedade civil organizada podem tomar para enfrentar os complexos problemas
ambientais contemporâneos. Apesar de iniciativas consolidadas em países europeus e nos EUA,
existem alguns desafios para a implementação do consumo colaborativo no Brasil. Pesquisas
futuras poderiam explorar quais seriam os caminhos para possibilitar o sucesso dessa nova
proposta. Poderia ser elaborado um estudo abordando o tema sob a ótica da inovação, propondo-
se um modelo que permitisse analisar o processo de adoção de inovações em serviços voltados ao
consumo colaborativo. A partir desse modelo, seria encontrado o nível de contribuição de cada
variável na intenção de adoção, de modo a otimizar o processo como um todo. Poderia ser gerada
uma tipologia desse novo tipo de consumidor, de modo a facilitar a identificação de quais serviços
teriam mais chances de serem adotados.
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