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Artigo Original O Processo de construção e validação do Instrumento " Qualidade de Vida no Trabalho e da Saúde " (QVS-80)

Authors:
  • International Society of Human Movement Sciences

Abstract

ntrodução: A necessidade de instrumentos específicos e validados para avaliar a qualidade de vida (QV) de diferentes populações tem sido um grande desafio metodológico para a comunidade científica brasileira e internacional, uma vez que os instrumentos “genéricos” tais como WHOQOL (100 e Breve) e SF-36 não foram desenvolvidos para populações específicas em contextos específicos. Existe atualmente um grande esforço da comunidade científica internacional em desenvolver e validar instrumentos específicos para avaliar a QV e seus temas transversais, tais como: alcoolismo; tabagismo; drogadição; sedentarismo; doenças sexualmente transmissíveis; doenças crônico degenerativas, dentre outros. Sendo assim, o objetivo deste artigo é mostrar o processo de desenvolvimento e validação do instrumento intitulado “Qualidade de Vida no Trabalho e da Saúde (QVS-80)” para a população brasileira. Métodos: foram realizadas as seis etapas clássicas de validação de um instrumento desta natureza, a saber: 1) Validade de Conteúdo (ou Constructo); 2) Consistência interna; 3) Validade discriminante; 4) Validade de critério; 5) Validade concorrente e 6) Reprodutibilidade temporal. Resultados: em todas as etapas o QVS-80 mostrou-se como um instrumento confiável para avaliar a qualidade de vida no trabalho (QVT) apresentando resultados considerados bons e excelentes de acordo com os critérios estatísticos adotados. Conclusão: O QVS-80 apresentou propriedades psicométricas satisfatórias, apesar de possuir um módulo (Anamnese) que não está na escala Lickert e não entrou no processo da validação.
Revista CPAQV Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida ISSN: 2178-7514. V.5, n.1, 2013
Artigo Original
O Processo de construção e validação do Instrumento
Qualidade de Vida no Trabalho e da Saúde (QVS-80)
Guanis de Barros Vilela Junior1,2
Anderson Evaristo da Silva2
Neiva Leite3
1 - Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP
2 - Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida - CPAQV
3- Universidade Federal do Paraná - UFPR
Resumo
Introdução: A necessidade de instrumentos específicos e validados para
avaliar a qualidade de vida (QV) de diferentes populações tem sido um grande
desafio metodológico para a comunidade científica brasileira e internacional,
uma vez que os instrumentos “genéricos” tais como WHOQOL (100 e Breve) e
SF-36 não foram desenvolvidos para populações específicas em contextos
específicos. Existe atualmente um grande esforço da comunidade científica
internacional em desenvolver e validar instrumentos específicos para avaliar a
QV e seus temas transversais, tais como: alcoolismo; tabagismo; drogadição;
sedentarismo; doenças sexualmente transmissíveis; doenças crônico
degenerativas, dentre outros. Sendo assim, o objetivo deste artigo é mostrar o
processo de desenvolvimento e validação do instrumento intitulado Qualidade
de Vida no Trabalho e da Saúde (QVS-80)” para a população brasileira.
Métodos: foram realizadas as seis etapas clássicas de validação de um
instrumento desta natureza, a saber: 1) Validade de Conteúdo (ou Constructo);
2) Consistência interna; 3) Validade discriminante; 4) Validade de critério; 5)
Validade concorrente e 6) Reprodutibilidade temporal. Resultados: em todas
as etapas o QVS-80 mostrou-se como um instrumento confiável para avaliar a
qualidade de vida no trabalho (QVT) apresentando resultados considerados
bons e excelentes de acordo com os critérios estatísticos adotados.
Conclusão: O QVS-80 apresentou propriedades psicométricas satisfatórias,
apesar de possuir um módulo (Anamnese) que não está na escala Lickert e
não entrou no processo da validação.
Palavras chave: Qualidade de Vida no Trabalho; validação de instrumento;
Saúde.
Abstract
Introduction: The need for specific and validated instruments to assess quality
of life (QOL) of different populations has been a major methodological challenge
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for the Brazilian and international scientific community, since the instruments
"generic" such as WHOQOL (100 and Brief ) and SF-36 were not developed for
specific populations in specific contexts. There is currently a major effort by the
international scientific community to develop and validate specific instruments to
assess QOL and its cross-cutting issues, such as alcoholism; smoking; drug
addiction; sedentary lifestyle; sexually transmitted diseases; chronic
degenerative diseases, among others. Thus, the purpose of this article is to
show the development process and instrument validation entitled "Quality of Life
at Work and Health (QVS-80)" for the Brazilian population. Methods: six classic
stages of validation of an instrument of this nature were carried out, namely: 1)
Content Validity (or Construct); 2) Internal consistency; 3) discriminant validity;
4) Criteria validity; 5) Concurrent validity and 6) temporal reproducibility.
Results: at every stage the QVS-80 proved to be a reliable tool to assess the
quality of working life (QWL) presenting results considered good and excellent
according to the statistical criteria adopted. Conclusion: QVS-80 showed
satisfactory psychometric properties, despite having a module (anamnesis) that
is not in Likert scale and did not enter the validation process.
Keywords: Quality of Life at Work; instrument validation; Health.
Introdução
Pesquisar a qualidade de vida não é tarefa simples, como disse o
matemático Henri Poincaré: “Nada é simples, tudo é simplificado” e neste
sentido o constructo Qualidade de Vida (QV) aqui será compreendido sob o
paradigma da complexidade que permeia a vida humana em suas infinitas
possibilidades de ser e se perceber como sujeito no mundo. Um ser que se
sabendo carente através da ação transforma o mundo e é transformado por
ele.
Adotaremos neste artigo que Qualidade de Vida é o resultado da
mediação que o indivíduo entre aquilo que tem e aquilo que é. Trata-se de uma
possível definição, precária sob vários aspectos, mas que comtempla a
complexidade da mesma. Vejamos mais detalhadamente: A QV é subjetiva,
multidimensional, temporal, transfenomenal, mas também pode ser pesquisada
na perspectiva daquilo que nela é objetivo, unidimensional, atemporal e
pontual.
É evidente que metodologicamente pode ser estudada sob ambos
enfoques, num movimento dialógico que aproxima os polos e que se recusa a
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pensa-los como opostos, mas sim, em seu caráter dual: da objetividade que
existe em toda subjetividade e vice-versa. Assim, pesquisar a QV e seus temas
transversais, a saber: doenças crônico degenerativas; tabagismo; drogas,
lícitas e ilícitas; estresse; sexualidade; segurança pública; tempo / espaço para
o lazer; qualidade do sono; atividade física; sedentarismo; doenças tropicais;
sustentabilidade; processo de envelhecimento; infância, adolescência; no
mundo do trabalho, dentre uma miríade de possíveis outros temas. O último
citado se refere à Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é per si, apresenta
uma dificuldade óbvia: como pesquisar a QVT se os funcionários de uma
empresa vivem, não raro, sob a égide do medo de perder o emprego ou sofrer
algum tipo de represália se ele expor (mesmo que o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido assinado por ele, tenha documentado o compromisso ético
do sigilo dos dados e identificação) em uma pesquisa qualquer?
Metodologicamente isto tem influências importantes no nível de confiança que
o pesquisador pode ter em um questionário utilizado para avaliar a QVT.
Neste sentido, é importante, que os instrumentos para avaliar a QV e a
QVT sejam submetidos com o ximo rigor metodológico possível durante o
processo de construção e validação dos mesmos.
O objetivo deste artigo é descrever as estratégias para a construção e
validação do instrumento Qualidade de Vida no Trabalho e da Saúde (QVS-80).
Tal esforço foi fruto clara constatação das limitações que instrumentos como o
WHOQOL BREVE (World Health Organization Quality of Life Group) e SF-36
(Short Formely-36) apresentavam quando aplicados para avaliar a QVT em
diferentes tipos de empresas.
Métodos
Foram seguidos os pressupostos dos Big Four para garantir o máximo rigor no
tratamento estatístico dos dados coletados, a saber: Tamanho da Amostra
(Sample size); Tamanho do efeito (Effect size); Significância (Significance) e
Poder do teste (Power test). O tamanho da amostra foi obtido pela equação
proposta por Schulz (2005) para amostras randomizadas em duas empresas
de metalurgia na cidade de Campinas, SP, totalizando 400 funcionários, sendo
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200 funcionários de cada uma delas. A média de idade de toda a amostra foi
de 37,16 anos (± 8,16) O poder do Teste foi estimado em 0,80 e o tamanho do
efeito calculado entre os dois grupos foi de 0,78, considerado como grande
segundo reporta Rhea (2004). Todos os sujeitos assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os critérios de inclusão foram: ser
maior de idade, escolaridade mínima 2º grau e trabalhar na empresa mais
de um ano. A significância adotada foi de 5% em todos os testes estatísticos.
Por motivos logísticos todos os questionários foram respondidos pelos
funcionários de ambas as empresas em quatro grupos de 50 funcionários,
durante quatro dias da semana na última hora do expediente.
Etapa da Construção do QVS-80
Validade de conteúdo
A elaboração das questões da primeira versão do QVS-80 foi realizada
conjuntamente por pesquisadores com expertise em pesquisas sobre QV e
seus temas transversais, vinculados a programas de pós-graduação strito
sensu no estado de São Paulo e Paraná. As possíveis respostas de cada
questão do QVS-80 foram elaboradas na Escala de Lickert, sempre da “menor”
percepção para a “maior” percepção; exemplo:
1) Nunca; 2) Às vezes; 3) Frequentemente; 4) Muito frequentemente; 5) Sempre
Tal opção foi adotada no sentido de facilitar a sintaxe e pontuação de cada um
dos quatro domínios do QVS-80. Optou-se por esta estrutura também para
evitar a inversão da pontuação de questões, mesmo sabendo de possíveis
vieses apresentados na eventualidade de um respondente relapso que
marcasse em todas as questões, por exemplo, a opção “sempre” nas
respostas. Tais sujeitos, devem ser retirados da amostra, uma vez constatada
falta de compromisso e seriedade ao responder o questionário (por exemplo,
em tempo inferior a 10 minutos, dado que isto é impossível, mesmo para o
mais proficiente leitor).
Os pesquisadores com expertise em QV discutiram cada questão sob o
ponto de vista da facilidade de compreensão pelos sujeitos de cada uma delas,
perpassando também por aspectos semânticos e hermenêuticos de cada uma
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delas. Nesta etapa, várias questões foram eliminadas, reescritas, fundidas com
outras ou reposicionadas em cada um dos domínios. Optou-se, por uma
redação clara e simples, evitando preciosismos estilísticos que pudessem
dificultar a compreensão do mesmo pelos respondentes. Esta etapa demandou
mais de cinco meses para se obter a versão final que ficou com oitenta
questões (mas que oscilou entre 72 e 86 em versões preliminares do
instrumento).
Para testar se os dados obtidos eram coerentes com o modelo hipotético foi
realizada a análise fatorial confirmatória estrutural do QVS-80. A tabela 1
mostra a estrutura (domínios e facetas) do QVS-80.
Tabela 1 QVS-80 domínios e facetas
Domínio
Facetas de cada domínio
D1 Estilo de vida e saúde
Qualidade do sono
Sonolência diurna
Tabagismo
Alcoolismo
Prática regular de exercícios físicos no tempo
livre
D2 Atividade física na empresa
Ginástica laboral
Infraestrutura
Incentivo
D3 Avaliação do ambiente
ocupacional
Satisfação com o trabalho realizado
Valorização do funcionário
Volume de trabalho
Acessibilidade
D4 Avaliação da qualidade de vida
Capacidade física
Meio ambiente
Auto imagem
Relações sociais
Saúde mental
Domínio geral
Questão geral sobre a percepção da QVT
Na análise fatorial confirmatória foram calculados índices de ajustes
comparativos (IAC) adequados para esta estrutura de domínios e facetas entre
os grupos, com IACs de 0,902 e 0,899 respectivamente.
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Consistência Interna
A consistência interna avalia a confiabilidade das respostas obtidas em
um questionário, sendo que em instrumentos elaborados na Escala Lickert é
recomendado o uso do coeficiente alfa de Cronbach. Este cálculo envolve a
correlação entre os escores observados e valores verdadeiros, ou seja, a
confiabilidade das respostas é medida em relação às variâncias entre a
pontuação verdadeira e a observada a partir da equação:
Pontuação Observada = Pontuação Verdadeira + Erro de medição
Por exemplo, se o erro de medição adotado for de 5% e a pontuação
observada for 75%, a pontuação verdadeira será de 70%.
Na versão final do QVS-80 foram obtidos coeficientes alfa de Cronbach
considerados elevados para ambos os grupos (grupo 1: alfa = 0,808; grupo 2:
alfa= 0,816). É interessante ressaltar que em ambas as empresas as duas
questões (51 e 53) as que mais impactaram negativamente no coeficiente de
Cronbach, ou seja, caso fossem excluídas do questionário o coeficiente alfa
aumentaria 7,8% para a empresa 1 e 5,8% para a empresa 2.
Estas duas questões estão no domínio do ambiente ocupacional, sendo
a 51: “Como você avalia a satisfação de realizar sua atividade na empresa?” e
a 53: “Como você classifica sua concentração durante a jornada de trabalho?”;
assim pode-se inferir que os funcionários podem ter tido receio em respondê-
las, uma vez que revelar uma possível não satisfação e/ou uma baixa
capacidade de concentração poderia ser motivo de algum tipo de retaliação
por parte da empresa (isto, mesmo apesar da garantia da não identificação dos
mesmos).
Optou-se pela não exclusão das mesmas pelo fato dos valores obtidos
dos coeficientes obtidos, conforme já citado, serem elevados.
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Validade Discriminante
Usualmente a validade discriminante é utilizada para avaliar a eficiência
do instrumento em diferenciar dois ou mais grupos distintos. Para isto os
métodos de análise multivariada são cada vez mais utilizados, especialmente
após os estudos de Tarkkonen at al (2005). Estes estudos preconizam a
utilização de um modelo de medida para estimar variações na medição de
erros e posteriormente criar escalas de medição que possibilitem aferir o poder
discriminante (dentre outros, como, confiabilidade e validade) de um
instrumento. Para este fim foi calculado o Rho de Tarkkonen para os dois
grupos e foram obtidos valores bastante elevados, grupo 1, Rho=0,770 e para
o grupo 2, Rho= 0,893, que atesta a capacidade do instrumento em discriminar
diferentes grupos.
Validade de Critério
Nesta etapa do processo de validação do QVS-80 foi utilizada a
regressão linear múltipla para avaliar a influência de cada domínio na variação
da percepção da QVT; a tabela 2 mostra seus resultados para cada domínio.
Tabela 2 Regressão linear múltipla entre os domínios do QVS-80 em relação
à questão geral sobre QVT e domínios com correlação significante(*) com a questão
geral.
Domínio
B
T
P
Estilo de vida e saúde (D1)
0,54
7,99
0,003*
Atividade física na empresa (D2)
0.34
3,02
0,004*
Avaliação do ambiente ocupacional (D3)
0,03
0,69
0,437
Avaliação da qualidade de vida (D4)
0,68
0,71
0,002*
Questão geral sobre QVT
0,62
0,66
0,559
Percentual da variância explicada: 49%
Na tabela 2 observamos que as correlações foram significantes para os
domínios D1, D2 e D4; a não existência de correlação com D3 pode corroborar
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a hipótese das condições precárias no ambiente ocupacional em ambas as
empresas. Foi calculado o R2 ajustado cujo resultado (0,49) evidencia que o
percentual da variância explicada de 49% atesta o quanto estes três domínios
explicam a QVT.
Validade concorrente
Para avaliar o quanto o QVS-80 é eficiente quando comparado com
outros instrumentos foi utilizada a seguinte estratégia: todos os sujeitos
responderam na segunda coleta de dados além do QVS-80, o WHOQOL Breve
da Organização Mundial da Saúde (OMS). Foram correlacionados os domínios
do QVS-80 com a média dos domínios do WHOQOL Breve (escore total),
sendo considerados os 200 maiores escores do instrumento da OMS e os 200
maiores escores dos domínios do QVS-80. A Tabela 3 mostra o valor destas
correlações.
Tabela 3 Correlação de Spearman entre cada domínio do QVS-80 e o
escore geral do WHOQOL Breve (n=200).
D1
D2
D3
D4
0,68*
0,33*
0,41*
0,72*
* significantes para P< 0,005
Tais valores mostram que os domínios do QVS-80 ao se
correlacionarem de maneira significante com o escore total do WHOQOL Breve
estão provavelmente medindo o que cada faceta dos mesmos propõe medir. É
importante destacar que a menor significância foi obtida no domínio da
atividade física da empresa (D2), mesmo se tratando de empresas de
metalurgia onde a priori a maioria dos funcionários exercem atividades
fisicamente ativas. Neste aspecto pontual, estudos mais detalhados são
necessários para elucidar detalhes desta atividade física realizada na empresa.
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Teste Reteste
A última etapa de validação do QVS-80 foi realizada através da
aplicação do reteste em ambas as empresas e com os 100 sujeitos com melhor
escore no QVS-80 em cada empresa, totalizando assim 200 sujeitos para
avaliar a estabilidade do instrumento no tempo. O intervalo de tempo entre as
aplicações do instrumento foi de quinze dias e no mesmo horário, ou seja, na
última hora do turno de trabalho seguindo exatamente o mesmo protocolo da
primeira coleta (em quatro dias da semana). Foi calculado o coeficiente Kappa
que afere a concordância entre os resultados obtidos nas coletas; foram
utilizados os critérios de classificação propostos por Landis e Koch (1977). O
valor obtido para este coeficiente foi K = 0,83; que é considerado como
“concordância quase perfeita” entre as duas aplicações.
Conclusão
O instrumento QVS-80 ao ser construído e validado passou pelas seis
etapas de validação consideradas clássicas, apresentando indicadores
psicométricos bastante satisfatórios. Entretanto, o mesmo, foi validado em duas
empresas do mesmo ramo da indústria (metalurgia), o que pode apresentar
algum viés que, por exemplo, o nível de escolaridade dos funcionários era
predominantemente do ensino médio. São necessários mais estudos, com
outras populações para averiguação da eventual consolidação do mesmo.
Referencias:
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Thomas, J.R. & Nelson, J.K. Métodos de pesquisa em atividade física. Porto
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Vilela Junior, G.B. Effect Size. Disponível em: http://goo.gl/fii9aq Acesso:
dezembro de 2012.
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  • K G Martin
Sweet, S.A. Martin, K.G. Data analysis with SPSS. Boston: Allyn & Bacon, 2008.