Content uploaded by Luciana Marques de Carvalho
Author content
All content in this area was uploaded by Luciana Marques de Carvalho on Jan 03, 2025
Content may be subject to copyright.
46
Efeito
de
potências
decimais
da
homeopatia
de
Arnica
montana
sobre
plantas
de
artemísia
1
Carvalho,
L.M.
1
;
Casali,
V.
W.
D.
2
;
Cecon,
P.
R.
3
;
Souza
,
M.
A.
4
;
Lisboa,
S.
P.
5
1
Embrapa
Tabuleiros
Costeiros/Aracaju-SE,
C.P.
44,
CEP
49025-040
(endereçopara
correspondência)
2
Departamento
de
Fitotecnia/UFV,
Viçosa-MG;
CEP
36571-000.
3
Departamento
de
Informática/UFV,
Viçosa-MG.
CEP
36571-
000.
4
Estudante
de
graduação
em
Agronomia/UFV,
Viçosa-MG.
CEP
36571-000
RESUMO:
Plantas
de
Tanacetum
parthenium,
crescidas
em
vasos
de
10
L,
receberam,
um
mês
após
o
transplante
em
vasos,
preparados
homeopáticos
de
Arnica
montana,
escala
decimal
(D1,
D2,
D3,
D4
e
D5).
As
aplicações,
semanais,
foram
feitas
sempre
no
mesmo
horário,
vertendo-se
o
preparado
no
solo
ao
redor
da
pianta,
após
ser
diluído
em
água
deionizada.
A
altura
das
plantas
foi
determinada
a
cada
15
dias.
A
massa
fresca
da
parte
aérea
e
o
teor
de
partenolídeo
foram
determinados
no
final
do
experimento.
Verificou-se
aumento
na
altura
e
na
massa
fresca,
assim
como
redução
no
teor
de
partenolídeo,
devido
às
aplicações
dos
preparados
homeopáticos.
Palavras-chave:
Tanaceto,
Arnica
montana
(homeopatia),
Atemisia,
Plantas
medicinais.
ABSTRACT:
Effect
of
decimal
potencies
of
homeopathy
Arnica
montana
on
plants
of
feverfew.
Tanacetum
parthenium
(L.)
Schultz-Bip
plants
were
grown
in
pots
of
10
L,
a
month
after
the
transplant
to
pots,
homeopathics
solutions
of
Arnica
montana
(D1,
D2,
D3,
D4
and
D5)
were
applicated.
The
weekly
applications
were
done
in
the
same
schedule,
in
the
soil,
after
dilutions
in
deionized
water.
The
plant
height
was
determined
each
15
days.
The
fresh
mass
of
the
aerial
part
and
the
parthenolide
content
were
evaluated
at
the
end
of
the
experiment.
Increase
was
verified
in
the
height
and
in
the
fresh
mass,
as
well
as
reduction
in
the
parthenolide
content,
due
to
applications
of
the
homeopathic
solutions.
Key
words:
Feverfew,
plants
medicinal,
Arnica
montana
(homeopathy),
artemisia.
INTRODUÇÃO
A
proteção
dos
cultivos
de
plantas
medi
cinais
não
pode
ser
idêntica
a
tradicionalmente
em
pregada
nas
produções
agrícolas.
Devido
a
toxici
dade,
a
pulverização
nas
folhas,
flores
e
frutos
destinados
à
indústria
de
medicamentos,
ou
ain
da
utilizados
no
consumo
in
natura
têm
uso
restri
to,
devido
a
toxicidade
(Michele,
1996).
Oficializa
da
na
agropecuária
orgânica
(BRASIL,
1999),
a
ho
meopatia
é
coerente
com
a
visão
orgânica,
holísti-
ca.
sistêmica
e
ecológica.
Utiliza
preparados
obti
dos
a
partir
de
substâncias
naturais
do
reino
vege
tal,
mineral
ou
animal
destinados
a
estimular
o
sis
tema
de
defesa
(Andrade,
2000;
2001).
Ao
longo
da
história
da
agricultura
têm
sido
identificado
nas
plantas,
assim
como
em
todos
os
seres
vivos,
muitos
sintomas
físicos,
os
quais
são
expressão
da
tentativa
de
reequilíbrio
com
o
meio
(Andrade,
2000).
Muitas
homeopatias
vêm
sendo
experimentadas
em
plantas
consideradas
sadias,
e
naquelas
consideradas
doentes,
visando
conhe
cer
a
patogenesia
e
o
potencial
de
cura.
Agriculto
res
de
vários
pontos
do
Brasil,
e
mesmo
de
outros
países,
como
Inglaterra
e
Cuba,
vêm
utilizando
homeopatia
em
plantas
com
resultados
positivos
Recebido
para
publicação
em
24/09/02
e
aceito
para
publicação
em
30/05/03.
no
aumento
da
resistência
a
parasitas
e
doenças,
condições
físicas
impróprias,
florescimento,
que
bra
de
dormência
de
sementes
e
produção
de
mudas
sadias
(Arenales,
1998;
Andrade,
2000;
2001).
A
maior
parte
dessas
experiências
estão
sendo
feitas
aplicando-se
homeopatia
na
planta
considerada
sadia
ou
equilibrada,
a
fim
de
investi
gar
os
respectivos
efeitos
no
organismo
desequili
brado,
ou
estressado,
com
o
objetivo
de
reequili
brá-lo
no
ambiente
(Carvalho,
2001).
A
homeopatia
Arnica
montana
é
indicada
a
organismos
com
comportamento
defensivo
e
hi-
persensibilidade
em
condições
ou
situações
trau
máticas
(Andrade,
2000,
Marks,
1997).
Conside-
rando-se
agressivos
os
processos
adaptativos
im-
postos
aos
vegetais
e
traumáticas
as
reações
pela
sobrevivência,
as
preparações
homeopáticas
com
patíveis
com
essa
condição
podem
ser
úteis
nos
cultivos.
O
objetivo
desse
estudo
foi
determinar
os
efeitos
de
preparações
da
homeopatia
Arnica
mon
tana,
na
escala
decimal,
sobre
o
crescimento
e
teor
de
partenolídeo
das
plantas
sadias
de
Tana
cetum
parthenium
MATERIAL
E
MÉTODO
O
experimento
foi
conduzido
a
pleno
sol,
no
viveiro
de
plantas
ornamentais
da
UFV,
Viçosa,
MG.
REV.BRAS.PL.MED.,
Botucatu,
v.6,
n.1,
p.
46-50,2003.
47
Plantas
de
Tanacetum
parthenium
(L.)
Schultz-Bip,
obtidas
de
sementes,
cedidas
pelo
Grupo
Entre
Folhas
(Universidade
Federal
de
Viçosa,
UFV,
Viçosa,
MG),
foram
transplantadas
em
vasos
de
dez
litros,
preenchidos
com
substrato
constituído
porterra,
areia,
esterco
bovino
decomposto,
na
proporção
3:1:0,5.
Após,
aproximadamente
um
mês,
as
plantas
receberam
adubação
com
500
g
de
esterco
bovino
decomposto,
em
cobertura.
Quinze
dias
depois,
quando
as
plantas
tinham
cerca
de
20
cm
de
altura
e
65
folhas,
em
média,
iniciou-se
as
aplicações
dos
soluções
homeopáticas.
A
irrigação
foi
feita
sempre
que
necessário,
por
meio
de
mangueira,
em
horário
diferente
da
aplicação
das
soluções
homeopáticas.
Preparados
Homeopáticos
-
A
homeopatia
Arnica
montana
foi
adquirida
em
laboratório
de
manipulação
de
medicamentos
homeopáticos,
na
potência
D1.
A
partir
desta
foram
preparadas
as
demais
potências
(D2,
D3,
D4e
D5),
segundo
técnicas
oficiais
da
Farmacopéia
Homeopática
Brasileira
e
procedimento
adotado
por
Andrade
(2000),
no
Laboratório
de
Homeopatia
da
Universidade
Federal
de
Viçosa
(UFV).
Em
cada
litro
de
água
desmineralizada
adicionou-se
dez
gotas
(0,6
mL)
de
Arnica
montana,
seguindo-se
a
agitação
e
a
aplicação
imediata
de
200
mL
da
solução
por
planta.
Estudo
Estatístico
-
A
massa
fresca
e
o
teor
de
partenolídeo
foram
avaliados
no
final
do
experimento,
que
foi
instalado
no
delineamento
inteiramente
casualizado,
com
quatro
repetições
e
seis
tratamentos,
totalizando
24
parcelas,
constituídas
por
quatro
vasos,
com
uma
planta.
A
altura
foi
analisada
adotando-se
o
esquema
de
parcelas
subdivididas,
tendo
nas
parcelas
as
potências
D1
,
D2,
D3,
D4,
D5
de
Arnica
montanaeo
controle,
e
nas
subparcelas
o
número
de
dias
após
o
início
das
aplicações
dos
soluções
homeopáticas
(0,
15,
30,
45,
60
e
75
dias),
no
delineamento
inteiramente
casualizado,
com
quatro
repetições.
Os
dados
foram
interpretados
por
moio
da
análise
de
variância
e
de
regressão.
Os
fatores
qualitativos
foram
comparados
por
teste
de
média
(Tukey),
e
os
quantitativos
por
análise
de
regressão.
Os
modelos
foram
escolhidos
com
base
na
significância
dos
coeficientes
de
regressão,
utilizando-
se
o
teste
“
t
”
a
5%
de
probabilidade,
e
o
coeficiente
de
determinação.
Tratamentos
-
Os
tratamentos
constituíram-
se
da
aplicação
semanal
de
200
mL
dos
preparados
homeopáticos
D1,
D2,
D3,
D4
ou
D5.
Cada
vaso
recebeu
o
mesmo
tipo,
do
dia
14
de
julho
até
22
de
setembro
de
1999.
As
plantas
do
controle
receberam
200
mL
de
água
desmineralizada.
Crescimento
-
O
crescimento
das
plantas
foi
monitorado
por
meio
de
medições
periódicas
(quinzenais)
da
altura,
em
centímetros.
As
primeiras
medições
foram
realizadas
no
dia
anterior
às
aplicações,
denominado
dia
zero.
As
determinações
da
massa
fresca
e
seca
e
do
teor
de
partenolídeo
na
parte
aérea
das
plantas
foram
realizadas
apenas
no
final
do
experimento
com
a
colheita
das
plantas,
sempre
entre
17:00
e
18:00
horas.
A
parte
aérea
das
plantas,
após
determinação
da
massa
fresca
em
balança
semi
analítica,
foi
acondicionada
em
sacos
de
papel
Kraft.
Nessas
condições
foi
mantida
em
temperatura
ambiente
e
umidade
controlada
em
50%,
por
meio
de
desumidificador
até
sua
desidratação
na
sala
de
secagem
do
Grupo
Entre
Folhas
(UFV,
Viçosa).
Posteriormente,
determinou-se
a
massa
seca
das
plantas,
que
foram
embaladas
em
sacos
de
polipropileno
e
armazenadas
em
congelador
a
-
40
°C,
com
o
fim
de
preservar
o
princípio
ativo,
até
a
extração
do
partenolídeo,
aproximadamente
cinco
meses
depois.
Extração
e
Determinação
do
Partenolídeo
-
A
extração,
realizada
a
partir
da
parte
aérea
seca
(exceto
ramos
mais
espessos)
foi
feita
segundo
método
descrito
por
Brown
et
al.
(1997;
1999),
com
adaptações.
Após
a
moagem,
em
moinho
mecânico,
amostra
de
200
mg
foi
homogeneizada
em
16
mL
de
clorofórmio
e,
em
seguida,
submetida
a
banho-maria
com
ultrassom
por
15
minutos.
Posteriormente,
esse
extrato
foi
filtrado
em
funil
de
vidro
com
papel
filtro
Whatmann
n
2
1.
O
filtrado
foi
levado
ao
evaporador
rotativo
a
38
°C,
visando
eliminação
completa
do
solvente.
Após
pesagem
do
resíduo
sólido,
este
foi
ressuspendido
em
clorofórmio
e
acondicionado
em
frascos
com
tampa
rosqueável,
onde
foi
deixado
por
cerca
de
12
a
15
horas,
à
temperatura
ambiente,
até
completa
evaporação
do
solvente.
As
condições
de
determinação
do
teor
de
partenolídeo
em
cada
amostra
foram
similares
às
descritas
por
Hendriks
et
al.
(1997).
Os
extratos
foram
analisados
por
cromatografia
gasosa,
utilizando-se
aparelho
Shimadzu,
modelo
GC
-1
7A,
equipado
com
detector
de
ionização
de
chama,
acoplado
a
registrador
e
integrador
C-R6A
Cromatopac.
A
coluna
utilizada
foi
a
capilar
SBP-5
(Supelco),
com
30
cm
de
comprimento
por
0,25
mm
de
diâmetro
interno,
e
filme
com
espessura
de
0,25
mm.
O
gás
carreador
foi
o
nitrogênio.
As
temperaturas
no
injetor
(270°C)
e
no
detector
(300
°C)
foram
definidas
durante
os
testes
preliminares.
A
temperatura
da
coluna
durante
a
extração
aumentou
de
220
a
250
°C,
com
isoterma
de
dez
minutos
em
250°C.
As
amostras
do
extrato
foram
precisamente
pesadas
(cerca
de
10
mg)
e
diluídas
em
10
mL
de
REV.BRAS.PL.MED.,
Botucatu,
v.6,
n.1
,
p.46-50,2003.
48
clorofórmio,
sendo
injetado
1
pL
do
extrato.
Nessas
alíquotas
(1
jiL)
do
extrato
total
foram
quantificados
os
teores
de
partenolídeo,
por
meio
de
curva
padrão
construída
com
dados
de
injeções
de
50
a
250
ppm
do
padrão
de
partenolídeo,
dissolvido
em
clorofórmio
(Carvalho,
2001).
O
teor
de
partenolídeo
nas
amostras
foi
expresso
de
duas
formas:
(1)
teor
de
partenolídeo
FIGURA
1
-
Estimativa
da
altura
das
plantas
de
Tanacetum
parthenium,
em
função
dos
dias
após
início
das
aplicações
semanais
de
Arnica
montana,
escala
decimal,
nas
potências
D1,
D2,
D3,
D4
ou
D5,
independente
de
ter
sido
feita
adubação
orgânica
previamente.
0
J
-----------------------
T
-------------------------------
T
---------------------
T
--------------------------------
T
----------------------
1
0
15
30
45
60
75
Dias
após
início
das
aplicações
de
homeopatia
por
planta
individual,
em
relação
a
massa
seca
da
parte
aérea
(em
miligrama)
e
(2)
teor
de
partenolídeo
em
100
gramas
de
massa
seca
(porcentagem).
RESULTADO
E
DISCUSSÃO
Os
preparados
homeopáticos
de
Arnica
montana
propiciaram
maior
altura
às
plantas
nas
potências
D1
ou
D5,
Figura
1
e
Tabela
1,
o
que
pôde
ser
verificado
30
dias
após
a
primeira
aplicação.
A
aplicação
das
potências
D1,
D2,
D4
e
D5
causou
aumento
na
massa
fresca,
Tabela
2.
O
teor
de
partenolídeo
por
planta,
Tabela
3,
ou
em
porcentagem,
Tabela
2,
no
entanto,
diminuiu
após
aplicação
das
soluções.
Como
metabólito
secundário,
o
partenolídeo
atua
na
defesa
das
plantas
em
condições
de
vida
desfavoráveis
(Castaneda-
Acosta
et
al.,
1995).
A
redução
no
teor
de
partenolídeo,
concomitante
ao
aumento
na
altura
e
na
massa
fresca,
indica,
portanto,
que
os
preparados
homeopáticos
propiciaram
menor
necessidade
de
compostos
relacionados
à
defesa.
Andrade
(2000)
obteve
resultados
similares
com
plantas
de
Justicia
pectoralis
que
receberam
Arnica
montana,
em
escala
centesimal.
Segundo
a
autora,
o
aumento
do
crescimento
e
a
diminuição
dos
níveis
de
defesa
podem
estar
expressando
a
retomada
à
homeostase,
*
e
**
indicam
significância
a
5%
e
1%
de
probabilidade
pelo
teste
F.
TABELA
1
-
Equações
ajustadas
da
altura
das
plantas
de
Tanacetum
parthenium,
em
função
dos
dias
(D)
após
início
das
aplicações
da
homeopatia
Arnica
montana,
em
escala
decimal
(D1
a
D5)
e
os
respectivos
coeficientes
de
determinação
Homeopatia
Equação
2
r
Controle
Y=
16,8869
+
0,924405**D
0,98
D1
Y
=
20,5000
+0,971
667**D
0,98
D2
Y=
16,4494
+0,911071**0
0,97
D3
Y=
19,1012
+
0,897024**D
0,98
D4
Y
=
20,2679
+
0,872024
*D
0,98
D5
Y=
18,5774
+
1,04571
**
D
0,97
TABELA
2
-
Médias
de
massa
fresca
e
porcentagem
de
partenolídeo
na
parte
aérea
das
plantas
de
Tanacetum
parthenium,
independente
da
presença
de
adubação
orgânica
em
cobertura,
após
aplicações
semanais
da
Arnica
montana,
escala
decimal
(D1,
D2,
D3,
D4
ou
D5).
Homeopatia
Massa
fresca
(g)
Partenolídeo
(%)
Controle
242,69
BC
1,61
A
D1
310,78
A
0,52
B
D2
283,17ABC
0,47
B
D3
235,78
C
1,86
A
D4
274,06
ABC
0,34
B
D5
292,49
AB
0,43
B
médias
seguidas
de
pelo
menos
uma
mesma
letra,
nas
colunas,
não
diferem
entre
si
ao
nível
de
5%
de
probabilidade
pelo
teste
de
Tukey.
REV.BRAS.PL.MED.,
Botucatu,
v.6,
n.1,
p.
46-50,2003.
49
QUADRO
3
-
Teor
de
partenolídeo
por
planta,
em
relação
a
massa
seca
das
plantas
de
Tanacetum
parthenium,
que
receberam
adubação
orgânica
ou
não,
em
cobertura,
após
aplicação
da
homeopatia
Arnica
montana
nas
potências
D1,
D2,
D3,
D4
e
D5
As
médias
seguidas
de
pelo
menos
uma
mesma
letra,
nas
colunas,
não
diferem
entre
si
ao
nível
de
5%
de
probabilidade
pelo
teste
de
Tukey.
Adubadas
Partenolídeo
(mg/planta)
Não
adubadas
Controle
1876,6
A
1123,
4A
D1
478,1
B
651,4
AB
D2
674,5
B
252,5
B
D3
1615,
2A
1315,
7A
D4
196.8B
402,3
B
D5
540,5
B
350,6
B
levando
ao
equilíbrio
na
distribuição
de
energia
entre
processos
de
crescimento
e
de
defesa.
O
teor
de
partenolídeo
por
pianta
foi
menor
nas
plantas
em
que
aplicou-se
D1,
D2,
D4
ou
D5,
Tabela
3.
A
potência
D3
foi
a
única
que
não
causou
redução
significativa
no
teor
de
partenolídeo.
É
da
experiência
dos
homeopatas,
desde
Hahnemann,
que
determinadas
potências
atuam
de
modo
diferenciado
(Andrade,
2000),
daí
a
importância
da
experimentação
na
Homeopatia.
A
diminuição
do
teor
de
partenolídeo
por
planta
nas
aplicações
dos
preparados
nas
potências
D1
,
D2,
D4
ou
D5
revela
a
especificidade
das
potências
e
o
poder
impactante
dessas
preparações,
por
interferir
com
a
substância
fármaco-ativa
mais
importante
dessa
espécie.
Os
efeitos
de
Arnica
montana
nas
plantas
de
T
partheniumtoram
aparentemente
pequenos.
O
objetivo
inicial
foi
verificar
o
efeito
de
Arnica
montana
sobre
plantas
sadias,
por
isso
aguardou-se
a
adaptação
das
plantas
pós-transplante,
o
que
implicou
na
demora
das
aplicações.
Se
as
aplicações
fossem
imediatamente
após
o
transplante,
o
impacto
sobre
o
crescimento
das
plantas
poderia
ser
maior.
Contudo
o
resultado
com
D3
foi
significativo,
equiparando-se
com
o
controle,
e
contrastando
com
as
demais
potências.
Arnica
montana
é
a
homeopatia
mais
indicada
em
processos
adaptativos,
inclusive
na
recuperação
de
choques,
de
impactos
físicos
e
mecânicos,
além
da
recuperação
de
tecidos
celulares
internos,
assim
como
externos
danificados
(Andrade
,
2000;
Marks,
1997;
Voisin,
1987).
Como
o
transplante
em
vasos
causa
estresse
nas
plantas,
uma
vez
que
manipula-se
muito
os
órgãos
das
plantas,
podendo
mesmo
causar
alguma
lesão
nos
seus
tecidos
constituintes,
a
utilização
da
solução
homeopática
de
Arnica
montana
pode
ser
útil
na
recuperação
das
plantas,
e
merece
ser
mais
estudada.
O
estádio
de
desenvolvimento
das
plantas
quando
receberam
as
soluções
pode,
também,
ter
influenciado
na
ação
da
Arnica.
Castro
et
al.
(2000)
relata
que
plantas
de
rabanete
em
início
de
desenvolvimento
respondem
de
forma
mais
uniforme
e
intensa
à
aplicação
de
potências
decimais
da
homeopatia
Phosphorus.
Seria
interessante,
portanto,
testar
a
eficiência
da
Arnica
montana
em
plantas
mais
jovens
e
imediatamente
após
o
transplante.
AGRADECIMENTO
Apoio
financeiro
do
CNPq
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
ANDRADE,
F.
M.
C.
Homeopatia
no
crescimento
e
na
produção
de
cumarina
em
chambá,
Justicia
pectoralis
Jacq.
Viçosa:
UFV,
2000.
214p.
Dissertação
(Mestrado
em
Fitotecnia),
Universidade
Federal
de
Viçosa,
2000.
ANDRADE,
F.
M.
C.
Efeito
de
homeopatias
no
crescimento
e
na
produção
de
cumarina
em
chambá
(Justicia
pectoralis
Jacq.).
Revista
Brasileira
de
Plantas
Medicinais,
v.
4,
n.
1,
p.
19-27,
2001.
ARENALES,
M.
C.
A
homeopatia
na
Agropecuária
Orgânica.
In:
ENCONTRO
MINEIRO
SOBRE
PRODUÇÃO
ORGÂNICA
DE
HORTALIÇAS,
1,
1998,
Viçosa.
Anais
...
Viçosa:
UFV,
1998.
p.
24-35.
BRASIL.
Instrução
Normativa
n°
7,
de
17
de
maio
de
1999.
Dispõe
sobre
normas
para
a
produção
de
produtos
orgânicos
vegetais
e
animais.
Diário
Oficial
[da
República
Federativa
do
Brasil],
Brasília
v.
99,
n.
94,
.11-14,
19
de
maio
de
1999.
Seção
1.
BROWN,
A.
M.
G.;
EDWARDS,
C.
M.;
DAVEY,
M.
R.;
et
al.
Effects
of
extracts
of
Tanacetum
species
on
human
polymorphonuclear
leucocyte
activity
in
vitro.
Phytotherapy
research,
v.
11,
p.
479-84.
1997.
BROWN,
A.
M.
G.,
EDWARDS,
C.
M.,
HARTMANN,
T.
T.
V.,
et
al.
Sexual
hybrids
of
Tanacetum
:
biochemical,
cytological
arid
pharmacological
characterization.
Journal
of
Experimental
Botany,
v.
50,
p.
435-44,
1999.
CARVALHO,
L.
M.
Disponibilidade
de
água,
irradiância
e
homeopatia
no
crescimento
e
teor
de
partenolídeo
em
Artemísia.
Viçosa:
UFV,
2001.
139p.
REV.BRAS.PL.MED.,
Botucatu,
v.6,
n.1
,
p.
46-50,2003.
50
Tese
(Doutorado
em
Fitotecnia),
Universidade
Federal
de
Viçosa,
2001.
CASTANEDA-ACOSTA,
J.,
CAIN,
A.
W.,
FISCHER,
N.
H.,
KNOPF,
F.C.
Extraction
of
bioactive
sesquiterpene
lactones
from
Magnolia
grandiflora
using
supercritical
carbon
dioxide
and
near-critical
propane.
Journal
of
Agricultural
Food
Chemistry,
v.
43,
p.63-
8,
1995.
CASTRO,
D.
M.;
CASALI,
V.
W.
D.;
DUARTE,
et
al.
Aplicação
da
homeopatia
Phosphorus
na
escala
decimal
em
plantas
de
rabanete.
Horticultura
Brasileira,
v.
18,
supl.,
p.
548-9,
2000.
HENDRIKS,
H„
ANDERSON-WILDEBOER,
Y,
et
al.
The
content
of
parthenolide
and
its
yield
per
plant
during
the
growth
of
Tanacetum
parthenium.
Planta
Medica,
V.
63,
p.356-9,1997.
MARKS,
C.
Homeopatia:
guia
prático.
São
Paulo:
Callis,
1997.
58p.
MICHELE,
B.
Natural
substances
useful
for
the
protection
of
the
phytosanitaria
of
officinal
plants.
Round
table:
cultivation
and
quality
of
officinal
plants.
Phytotherapy
Research,
v.
10,
p.
180,3,
1996.
VOISIN,
H.
Manual
de
materia
médica
para
o
clínico
homeopata.
2
ed.,
São
Paulo:
Andrei,
1987,
1160p.
REV.BRAS.PL.MED.,
Botucatu,
v.6,
n.1
,
p.
46-50,2003.