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Voleibol: conteúdo básico sobre esse esporte
Nelson Kautzner Marques Junior
kautzner123456789junior@gmail.com
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Elaborado por: Nelson Kautzner Marques Junior
Bacharelado e Licenciatura em Educação Física pela UNESA do RJ
Pós-Graduado Lato Sensu em Fisiologia do Exercício e Avaliação Morfofuncional pela UGF do RJ
Pós-Graduado Lato Sensu em Musculação e Treinamento de Força pela UGF do RJ
Pós-Graduado Lato Sensu em Treinamento Desportivo pela UGF do RJ
Mestre em Ciência da Motricidade Humana pela UCB do RJ
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Índice
1. Lesões causadas pelos fundamentos do voleibol – quadra e dupla na areia, 5
2. Sistema de jogo e posições do voleibol – quadra e dupla na areia, 14
3. Características fisiológicas dos jogadores de voleibol de alto rendimento – quadra e
dupla na areia, 27
4. Desempenho físico dos jogadores de voleibol de alto rendimento – quadra e dupla na
areia, 36
5. Principais diferenças entre o voleibol na quadra e o voleibol de dupla na areia, 38
4
Leonardo da Vinci observou que “todas as lesões deixam
dor na memória” e, para os atletas de nível olímpico, a
memória com frequência não se limita à lesão propriamente
dita, mas em geral inclui a dor permanente da oportunidade
perdida (p. 397).
A lesão pode afetar o pico de desempenho – pela perda de
um milímetro ou de uma fração de segundo – e pode ser o
fator decisivo na seleção para participar de uma equipe
olímpica ou para ganhar uma medalha olímpica (p. 397).
Extraído de: Zernicke R, Whiting W. Mecanismos de lesão
musculoesquelética. In. Zatsiorsky V (Ed.). Biomecânica no
esporte. Rio de Janeiro: Guanabara; 2004. p. 397.
5
1. Lesões causadas pelos Fundamentos do Voleibol – quadra e dupla na areia
Extraído de:
Marques Junior N. Rev Min Educ Fís 2003;11(1):67-75.
Marques Junior N. Lecturas: Educ Fís Dep 2004;10(68):1-7.
Marques Junior N. Rev Min Educ Fís 2006;14(2):68-77.
Tadiello F, De Rose G. Epidemiologia das lesões nas modalidades esportivas coletivas. In. De Rose Junior (Org.).
Modalidades esportivas coletivas. Rio de Janeiro: Guanabara; 2006. p. 87-89.
O voleibol possui as suas movimentações que são as técnicas esportivas,
denominadas de fundamentos, onde os jogadores efetuam diversos saltos no
decorrer do jogo e praticam ações de alta velocidade na defesa, no passe etc.
Por causa das suas características, o voleibol na quadra e de dupla na areia
ocasiona lesões específicas provenientes dessa modalidade.
Extraído de:
Aagaard H, Scavenius M, JØrgensen U. Int J Sports Med 1997;18(3):217-221.
Bhairo N, Nijsten M, van Dalen K, Duis H-J. Int J Sports Med 1992;13(4):351-354.
Ghirotto F, Padovani C, Gonçalves A. Arq Bras Med 1994;68(5):307-312.
Gerberich S, Luhmann S, Finke C, Priest J, Beard B. Phys Sportsmed 1987;18(8):75-79.
Marques Junior N. Lecturas: Educ Fís Dep 2004;10(68):1-7.
Tadiello F, De Rose G. Epidemiologia das lesões nas modalidades esportivas coletivas. In. De Rose Junior (Org.).
Modalidades esportivas coletivas. Rio de Janeiro: Guanabara; 2006. p. 87-89.
Watkins J, Green B. Br J Sports Med 1992;26(2):135-137.
O voleibol na quadra quanto o de dupla na areia, possui um percentual de
lesões conforme o fundamento, segundo diversas referências, os valores são
expostos na figura 1.
6
Figura 1. Valores mínimos e máximos do percentual de lesões conforme os fundamentos do
voleibol – quadra e dupla na areia.
Baseado nas referências destacadas abaixo é possível apresentar as
lesões mais comuns conforme o fundamento executado durante a partida de
voleibol na quadra e de dupla na areia.
Extraído de:
Aagaard H, Scavenius M, JØrgensen U. Int J Sports Med 1997;18(3):217-221.
American Volleyball Coaches Association. Coaching volleyball. Chicago: Maters Press; 1997. p. 301-323.
Briner W, Kacmar L. Sports Med 1997;24(1):65-71.
Briner W, Benjamin H. Phys Sportsmed 1999;27(3):1-8.
Chiappa G. Fisioterapia nas lesões do voleibol. São Paulo: Robe; 2001.
Ghirotto F, Padovani C, Gonçalves A. Arq Bras Med 1994;68(5):307-312.
Gross P, Marti B. Int J Sports Med 1999;20(1):58-63.
Gomes I, Medeiros J, Lira P, Lima S, Silva I, Sant`Ana H. Cad Graduação 2014;2(1):151-163.
Hall S. Biomecânica básica. Rio de Janeiro: Guanabara; 1993.
Marques Junior N. Lecturas: Educ Fís Dep 2004;10(68):1-7.
Marques Junior N. Importância do estabilizador para prevenir a entorse de tornozelo do jogador de voleibol: um estudo de revisão.
Rev Bras Prescr Fisio Exerc 2015;-(-): aceito para publicação.
Nyland J, Shapiro R, Stine R, Horn T, Ireland M. JOSPT 1994;20(3):132-137.
7
Pinto A, Lima F. Lesões do aparelho locomotor em atletas. In. Negão C, Barretto A (Eds.). Cardiologia do exercício.
3ª ed. Barueri: Manole; 2010. p. 698-715.
Rasch P. Cinesiologia e anatomia aplicada. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara; 1991.
Santos M, McIntire K, Foecking J, Liu W. Clin Biomech 2004;19(9):964-971.
Sitler M, Horodyski M. Sprint 1996;-(86):39-43.
Tadiello F, De Rose G. Epidemiologia das lesões nas modalidades esportivas coletivas. In. De Rose Junior (Org.).
Modalidades esportivas coletivas. Rio de Janeiro: Guanabara; 2006. p. 87-89.
Tillman M, Hass C, Brunt D, Bennett G. J Sports Sci Med 2004;3(1):30-36.
Tilp M, Rindler M. J Sports Sci Med 2013;12(3):447-453.
Zernicke R, Whiting W. Mecanismos de lesão musculoesquelética. In. Zatsiorsky V (Ed.). Biomecânica no esporte.
Rio de Janeiro: Guanabara; 2004. p. 397-408.
8
Fundamento: saque – tênis e em suspensão, o famoso “viagem ao fundo do mar” e ataque
Região Anatômica da Lesão: ombro
Tipo de Lesão: síndrome do impacto do manguito rotador
Como ocorre a Lesão: O movimento de abdução do ombro em conjunto com a rotação interna
do mesmo ou o movimento de flexão da mesma região anatômica em conjunto com a rotação
interna do ombro desencadeia a síndrome do impacto, ou seja, o espaço estreito entre o
processo acromial da escápula e a cabeça do úmero ocasiona um aperto do manguito rotador
(composto pelos músculos redondo maior, subescapular, redondo menor, supra-espinhal e o
infra-espinhal) em direção ao acrômio, isso ocorre toda vez que o braço do voleiboista é
elevado para golpear a bola. A figura 2 ilustra as explicações da lesão.
Figura 2. Síndrome do impacto do manguito rotador após o golpe na bola.
Abdução do Ombro
Rotação Interna do Ombro Flexão do Ombro
Manguito Rotador Acrômio e Cabeça do Úmero Golpe na Bola
9
Fundamento: bloqueio, defesa de toque e de manchete
Região Anatômica da Lesão: dedos da mão
Tipo de Lesão: fratura no dedo das mãos
Como ocorre a Lesão: A bola bate forte nos dedos após um ataque, vindo ocasionar uma
fratura. A figura 3 ilustra as explicações da lesão.
Figura 3. Fratura do dedo da mão.
Fundamento: momento da impulsão – saque em suspensão, ataque, bloqueio e levantamento
Região Anatômica da Lesão: joelho
Tipo de Lesão: ruptura no ligamento cruzado anterior
Como ocorre a Lesão: O voleibolista bate forte com o calcanhar no solo durante o
contramovimento para proporcionar a elevação do centro de gravidade – 3ª Lei de Newton.
Esse alto impacto no joelho pode desencadear lesão no ligamento cruzado anterior. A figura 4
ilustra as explicações da lesão.
Figura 4. Lesão no ligamento cruzado anterior.
Bloqueio Triplo
Fratura do Dedo
Impulsão do Ataque
Ligamento Cruzado Anterior
10
Fundamento: queda do salto – saque, ataque e bloqueio, deslocamento defensivo
Região Anatômica da Lesão: tornozelo
Tipo de Lesão: entorse de tornozelo
Como ocorre a Lesão: A entorse de tornozelo acontece por eversão ou por inversão, sendo
mais comum a segunda. A entorse de tornozelo acontece com mais frequência após a queda
do bloqueio quando o voleibolista pisa no pé do adversário. Esse tipo de lesão é mais comum
no voleibol na quadra, mas pode acontecer durante a prática do voleibol de dupla na areia.
Também o uso do tênis inadequado para a prática do voleibol, pode gerar a entorse de
tornozelo – muito comum no voleibol na quadra o uso do tênis de corrida, sendo um risco para
ocorrer essa lesão. A entorse de tornozelo leve só causa um inchaço no tornozelo, mas a
entorse moderada causa uma pequena ruptura nos tecidos moles – tendão e ligamento,
enquanto que a entorse grave, o dano é uma ruptura total no tendão e/ou ligamento,
merecendo tratamento cirúrgico. Em geral, mais da metade das entorses de tornozelo requer
tratamento cirúrgico. A figura 5 ilustra as explicações da lesão.
Figura 5. Lesão da entorse de tornozelo.
Entorse de Tornozelo
Entorse de Tornozelo após o Ataque
11
Fundamento: queda do salto – saque, ataque e bloqueio, deslocamento defensivo
Região Anatômica da Lesão: joelho
Tipo de Lesão: Não foi determinada pela literatura. Somente é sabido que o estabilizador pode
acarretar lesão no joelho.
Como ocorre a Lesão: O estabilizador proporciona diversos benefícios para o praticante de
voleibol, eles são: evita a entorse, os músculos do tornozelo são menos exigidos, proporciona
uma estabilização mais breve do tornozelo, ocasiona menos impacto nos membros inferiores e
acarreta menos força lateral no joelho após o salto. Apesar dos diversos benefícios, Santos et
al. (2004) evidenciaram que uma movimentação lateral do tronco para pegar uma bola pode
acarretar uma maior rotação do joelho quando a pessoa está com estabilizador porque o
tornozelo pouco se movimenta e a ação é compensada pela ação do joelho, podendo acarretar
uma grave lesão. A figura 6 ilustra as explicações da lesão.
Figura 6. Lesão no joelho proveniente do estabilizador após uma jogada.
Estab
ilizador de Tornozelo
Lesão no Joelho
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Fundamento: mergulho, conhecido como “peixinho”
Região Anatômica da Lesão: queixo
Tipo de Lesão: pequena escoriação ou ferimento superficial
Como ocorre a Lesão: O voleibolista praticou o mergulho e esqueceu de realizar a extensão
do pescoço, vindo lesionar o queixo com um ferimento superficial. A figura 7 ilustra as
explicações da lesão.
Figura 7. Lesão no queixo após o mergulho.
Fundamento: saque – tipo tênis e em suspensão, ataque, bloqueio com balanceio dos braços
e defesa
Região Anatômica da Lesão: coluna vertebral
Tipo de Lesão: hérnia de disco
Como ocorre a Lesão: As ações de rotação do tronco no saque, ataque, bloqueio e defesa
podem acarretar a hérnia de disco, podendo interromper a carreira do voleibolista. A figura 8
ilustra as explicações da lesão.
Figura 8. Lesão após o saque que resultou em uma hérnia de disco.
Mergulho
Ferimento no queixo
Hérnia de Disco
Saque
13
Fundamento: bloqueio do voleibol de dupla na areia
Região Anatômica da Lesão: quadril
Tipo de Lesão: são vários os tipos, sendo comum em bloqueadores do voleibol de dupla na areia
Como ocorre a Lesão: Geralmente o bloqueador efetua um agachamento profundo para
realizar o bloqueio do voleibol de dupla na areia. Essa ação é lenta no contramovimento
(quando o jogador faz o agachamento profundo) e é praticada em alta velocidade durante a
execução do bloqueio, os diversos esforços ao longo da disputa podem lesionar o quadril do
voleibolista. A figura 9 ilustra as explicações da lesão.
Figura 9. Lesão no quadril após o bloqueio do voleibol de dupla na areia.
Bloqueio com Agachamento Profundo Lesão no Quadril
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2. Sistema de Jogo e Posições do Voleibol – Quadra e Dupla na Areia
Extraído de:
American Volleyball Coaches Association. Coaching volleyball. Chicago: Maters Press; 1997. p. 117-128.
Barros Júnior A. Volibol. Rio de Janeiro: Ediouro; 1979. p. 151-155.
Bizzocchi C. O voleibol de alto nível: da iniciação à competição. 2ª ed. Barueri: Manole; 2004. p. 154-164.
Marques Junior N. Conexões 2008;6(3):11-24.
Marques Junior N. Lecturas: Educ Fís Dep 2012;15(166):1-11.
As equipes do voleibol adulto de alto rendimento da atualidade jogam no
sistema 5x1, ou seja, composta por 5 atacantes e 1 levantador. Os atletas de
voleibol possuem posições (levantador, central, ponta e oposto) e funções
específicas (atuam em determinadas tarefas na equipe), ocorrendo o rodízio
(troca de posição) após cada ponto, onde os jogadores mudam a sua zona da
quadra. A zona da quadra, a posição inicial dos atletas quando começa o jogo
e a direção do rodízio são expostos na figura abaixo.
Figura 10. (A) zona da quadra do voleibol, (B) atletas nas suas posições de acordo com as respectivas
diagonais entre jogadores da rede e do fundo da quadra e (C) direção do rodízio, no sentido horário.
Qual o motivo dessa troca de zona da quadra dos jogadores?
O rodízio no sentido horário acontece quando a equipe efetua um ponto e
não está de posse do saque – fez a recepção, isso permite que todos os
jogadores passem por todas as zonas e cheguem até o saque. Essa
movimentação de mudança da zona da quadra ocorre em todo o jogo,
terminando quando o jogo acaba.
4
3 2
5 6 1
op
osto
central
ponta
ponta
levantador
central
A
C
diagonal
4
3 2
5 6 1
B
15
Os atletas de voleibol a cada rodízio mudam a sua zona da quadra, mas
como acontece a troca de posição durante o jogo?
Na rede, o ponta joga na zona 4, o central na zona 3 e na zona 2, o
levantador ou o oposto atuam nesse espaço da quadra. No fundo de quadra, a
zona 1, 5 e 6, a posição dos jogadores não possui um padrão definido, mas
geralmente o levantador ou o oposto defende na zona 1, o ponta na zona 5 ou
6 e o líbero na zona 5 ou 6. Isso vai depender da preferência do treinador ou do
desempenho do ponta ou do líbero que é norteado pela análise do jogo, ou
seja, da estatística que é feita durante as partidas.
Por exemplo, quando uma equipe faz o saque, os jogadores que estavam
em determinada zona, podem mudar de posição. O jogador de ponta que
estava na zona 2, quando o serviço foi praticado, passa para a zona 4 e o
levantador para a zona 2. Ambos os jogadores agora se encontram nas
respectivas posições. Isso ocorre no decorrer de todo o jogo. A figura 11 ilustra
essas explicações.
Figura 11. (A) atletas nas respectivas posições antes do saque, (B) atletas trocando de posição e (C)
atletas com as posições trocadas.
O que é infiltração?
O levantador sempre se desloca para o centro da quadra com o intuito de
efetuar o levantamento. A infiltração acontece quando o levantador está em
uma das zonas do fundo da quadra – zona 1, 5 e 6, vindo se deslocar para
realizar a armação ofensiva. A figura 13 mostra um exemplo como isso ocorre.
C
4
3
2
5 6 1
A
central
central
ponta
ponta
levantador
oposto
4
3 2
5 6 1
levantador
central
ponta
B
4
3 2
5 6 1
ponta
central
levantador
16
Figura 13. (A) atletas nas respectivas zonas da quadra, (B) jogadores posicionados para a recepção e
(C) atletas preparados para o passe conforme o voleibol atual.
As posições e as funções específicas do voleibol adulto de alto
rendimento são as seguintes:
Extraído de:
Bizzochi C. O voleibol de alto nível. 2ª ed. Barueri: Manole; 2004. p. 162.
César B, Mesquita I. Rev Bras Educ Fís Esp 2006;20(1):59-69.
Matias C, Greco P. Rev Mackenzie Educ Fís Esp 2011;10(2):49-63.
Marques Junior N. Educ Fís Rev 2011;5(3):1-11.
Marques Junior N. Lecturas: Educ Fís Dep 2014;18(188):1-14.
Marques Junior N. Rev Bras Ci Mov 2014;22(2):133-138.
Marques Junior N. Rev ODEP 2015;1(4):139-147.
4
3 2
5 6 1
A
ponta
central
op
osto
central
ponta
levantador
B
central
ponta
levantador
central
ponta
oposto
No voleibol atual, principalmente
no masculino, esses jogadores
ficam fora do passe.
Recepção
- O oposto fica na rede fora do passe.
- O central é substituído pelo líbero.
C
ponta
levantador
p
onta
2
oposto
infiltração
líbero
central
- Quem está na rede, não pode ficar na mesma
linha dos jogadores do fundo de quadra.
- O ponta está na rede – zona 2, enquanto que o
ponta 2 está na zona 5.
17
Levantador: Atleta designado para armação das jogadas de ataque. Costuma
fazer o bloqueio na zona 2, região que possui maior incidência de ataque.
Geralmente é o atleta de menor estatura. O Brasil tem tradição de formar bons
levantadores, por exemplo, Bebeto nos anos 60 e 70 (em 2015 entrou no Hall
da Fama), William nos anos 80, Maurício nos anos 80 e 90, Ricardinho e
William – “El Mago” nos anos 90 e 2000. Também a levantadora Fofão, com
alta longevidade esportiva, jogou dos anos 90 a 2000, sendo campeã olímpica
em 2008. Abaixo são apresentados alguns desses sensacionais levantadores,
mas existem outros, seria necessário um trabalho somente sobre esse tema.
Figura 14. Excelentes levantadores do voleibol brasileiro.
Oposto: Joga na diagonal do levantador, sua principal função é o ataque,
sendo efetuado na zona 2 quando está na rede, e na zona 1 do fundo da
quadra – ataque dos 3 metros. O oposto quando está na rede também possui
importante participação no bloqueio porque é um dos atletas de maior estatura.
No voleibol masculino ele costuma ficar fora do passe, ou seja, não atua na
recepção do saque. Mas no feminino, pode estar presente no passe ou não,
depende do modelo de jogo da equipe. Alguns jogadores opostos de destaque
do voleibol brasileiro e mundial podem ser apresentados, como Xandó e
Badalhoca (também chamado de Badá) da geração de prata – anos 80,
Marcelo Negrão – anos 90 e 2000, Wallace – anos 2000 e a bicampeã olímpica
(2008 e 2012) Sheilla.
Bebeto
William
Maurício
Ricardinho
William
–
“El Mago”
Fofão
18
Figura 15. Alguns opostos do voleibol brasileiro.
Central: Costuma ser o voleibolista de maior estatura de uma equipe de
voleibol, possui função principal de bloquear e de atacar a bola rápida no meio
da rede, mais comum a bola de tempo. Porém, na defesa, na maioria das
equipes é substituído pelo líbero porque esse atleta possui desempenho ruim
no passe e na defesa. O central é um dos jogadores que realiza os maiores
esforços na partida, sendo através dos vários saltos no ataque e no bloqueio,
logo, torna-se interessante o líbero substituir esse atleta. Essa posição possui
jogadores de destaque, como Savin da antiga União Soviética, atacava meia
bola no meio sendo um dos maiores jogadores de todos os tempos – anos 70 e
80. No feminino, temos a cubana Regla Torres, considerada a uma das
maiores jogadoras de todos os tempos – anos 90 e 2000. O espetacular
jogador norte-americano Timmons, bicampeão olímpico – 84 e 88. Atualmente
no Brasil, o jogador da seleção brasileira Lucão, é um dos melhores do mundo
nessa posição. Não podia deixar de citar o argentino que foi medalha de
bronze no Mundial de 1982 e bronze na Olimpíada de 1988, fazia uma função
pouco comum para um central, jogava no meio da rede e ficava fora do passe
quando estava no fundo de quadra, atuando no ataque dos 3 metros. Esse
espetacular jogador é Hugo Conte, defendeu a seleção argentina em três
Olimpíadas – 1984 (21 anos, 6º lugar), 1988 (25 anos, bronze) e 2000 (37
anos, 4º lugar) atuou como ponteiro passador.
Badá Xandó
Marcelo Negrão
Wallace
Sheilla
19
Figura 16. Centrais com destaque no voleibol mundial.
Ponta: O jogador de ponta atua principalmente no ataque na zona 4 quando
está na rede e também, faz a tarefa ofensiva no meio da rede. No fundo de
quadra tem participação no ataque da zona 1 e 6. O bloqueio desse atleta é
feito na zona 3 e 4, também esse voleibolista possui importante participação no
passe e na defesa. É a posição mais concorrida no voleibol, ou seja, como o
atacante dessa posição recebe muitas bolas no ataque, a maioria dos
jogadores tem preferência em atuar nessa função, mas nem sempre isso é
possível. Em alguns casos, como numa equipe de voleibol vários atletas
querem jogar de ponteiro, pode até acontecer problema de relacionamento no
grupo, podendo interferir no resultado do time ou da seleção. Alguns jogadores
brasileiros fizeram muito sucesso nessa posição, podemos citar Vera Mossa
Savin Regla Torres Timmons Lucão
Hugo Conte
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(anos 80 e 90 – uma das musas dessa geração), Renan (anos 80 e 90, em
2015 entrou no Hall da Fama), Bernard (anos 70 e 80, idealizador do Jornada
nas Estrelas), Giba (anos 90 e 2000, várias vezes melhor jogador da
competição) e Kiraly, o norte-americano é considerado o melhor jogador de
todos os tempos, com três medalhas de ouro – 84 e 88 na quadra e 96 na
dupla na areia.
Figura 17. Atacantes de ponta internacionais.
Líbero: O líbero foi introduzido em 1998 com intuito de melhorar a recepção e
a defesa, podendo substituir no fundo de quadra qualquer jogador. Como o
central costuma ser deficiente no passe e na defesa, o líbero costuma substituir
esse atleta. O Brasil possui atletas referência nessa posição, como Sérgio
(para muito o maior de todos os tempos), Fabi (a melhor na posição que já
apareceu), Sandra (foi central na Olimpíada de 84 e jogou de líbero na
Olimpíada de 1996 onde conquistou a medalha de bronze – alta longevidade
no voleibol), Camila Brait etc.
Figura 18. A escola de líberos brasileiros.
Vera Mossa Renan Bernard Giba Kiraly
Sérgio
Fabi
Sandra
Camila Brait
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Polivalente: Atua em mais de uma posição, tendo desempenho notável em
várias funções. Existem poucos atletas com essas características, mas pode-se
citar Kyraly dos Estados Unidos, o brasileiro Renan e o italiano Giani. Também
é possível destacar o notável desempenho de um jogador de baixa estatura
(somente 1,75 m) que pulava mais de 1 metro, ele era bom em todos os
fundamentos - completo, jogou no escrete do Minas Tênis Clube atacando pela
entrada de rede ou na saída da rede, foi tricampeão brasileiro 84/85/86 e
conquistou o vice-campeonato mundial juvenil de 1981 pela seleção brasileira.
O atleta que está sendo lembrado é o canhoto Henrique Bassi, foi um jogador
espetacular. A figura apresenta Giani e Henrique Bassi.
Figura 19. Os jogadores polivalentes Giani e Henrique Bassi.
O voleibol de dupla na areia (Obs.: Não foi chamado de voleibol de praia
porque para ter esse nome a modalidade deveria ser praticada no mar e na
areia. Enquanto dupla na areia, especifica o número de atletas envolvidos no
jogo e o local que é desenvolvida a partida) de alto rendimento as equipes
jogam no sistema 1x1, ou seja, 1 jogador ataca e outro bloqueia. Logo, durante
a partida acontece um revezamento dessa tarefa, levantar e atacar, no decorrer
do jogo. Os jogadores efetuam o rodízio igual ao voleibol na quadra, na direção
Giani
Henrique Bassi
22
horário, mas isso acontece quando um dos jogadores faz a recepção do saque,
ocorre o levantamento e em seguida o ataque é bem sucedido. Porém,
algumas duplas, um dos atletas joga fazendo recepção na entrada da rede e o
outro na saída da rede, mesmo quando acontece o rodízio, isso é permitido,
basta os jogadores saberem qual dos voleibolistas faz o saque quando fizerem
o ponto. A figura 4 ilustra essas explicações.
Figura 20. (A) rodízio dos atletas que são representados por um triângulo, (B) dupla efetuando um
ponto, (C) ocorre o rodízio, atleta que atacou na entrada da rede vai para a saída da rede para efetuar o
saque. (E) Após uma jogada, a dupla que sofreu o ponto está pronta para o passe, note que o atleta da
zona 5 está na zona 1, ocorreu uma troca para acontecer a recepção.
As posições e as funções específicas do voleibol adulto de dupla na areia
de alto rendimento são as seguintes:
Extraído de:
Marques Junior N. Conexões 2009;7(1):61-76.
Marques Junior N. Lecturas: Educ Fís Dep 2012;17(167):1-12.
4
3 2
5 6 1
A
B
C
1
passa
2 levanta
3
ataca
1
vai para
o saque
2
vai para
outra zona
5 1
D
1
5 1
Atletas nas respectivas zonas da quadra. Atletas com zonas trocadas, prontos para a recepção.
D
2
23
Bloqueador: Atua no bloqueio com o intuito de interceptar o ataque ou facilitar
a defesa, mas também pratica os outros fundamentos, inclusive a defesa.
Geralmente é o atleta de maior estatura da dupla e com melhor ataque. Os
bloqueadores mais destacados são os norte-americanos e brasileiros, algumas
referências nessa posição dos Estados Unidos da América, são Stoklos (anos
80 e 90), Hovland (anos 80 e 90), Whitmarsh (anos 90) e Dalhausser (anos
2000), apesar da estatura de 2,06 m é bom em todos os fundamentos. No
Brasil, existiram alguns atletas bloqueadores que se destacaram no fim dos
anos 80, como Luís Américo (vice-campeão mundial em 1988 fazendo parceria
com Bernard) e Tinoco (ex-campeão de salto em altura, começou o voleibol na
idade adulta, sendo vice-campeão mundial em 1989 do 1º Circuito Mundial,
fazendo parceria com Edinho). Após esses atletas apareceram inúmeros
bloqueadores, o Brasil formou uma “escola” nessa posição, podemos citar
Franco (bicampeão do circuito mundial em 1993 e 1995 fazendo parceria com
Roberto Lopes), Ricardo (campeão olímpico em 2004), Loiola (jogador
brasileiro que ganhou vários títulos nos anos 90 na AVP dos Estados Unidos,
naquela época o circuito era mais “forte” do que circuito mundial) e muitos
outros. No feminino pode-se destacar a norte-americana Walsh (tricampeã
olímpica em 2004, 2008 e 2012) e a brasileira Adriana Behar (bi vice-campeã
olímpica em 2000 e 2004).
Figura 21. Bloqueadores norte-americanos.
Stoklos Hovland Whitmarsh Dalhausser Walsh
24
Figura 22. Bloqueadores brasileiros.
Defensor: Atua na defesa e nos demais fundamentos, em alguns casos realiza
o bloqueio quando o jogador específico dessa posição não pode fazer essa
técnica ou está com uma fadiga alta na ação de sacar, correr para o bloqueio e
efetuar esse fundamento. Logo, essa tarefa do defensor de bloquear permite
um descanso ativo do bloqueador. Estados Unidos e Brasil possuem os
melhores atletas nessa posição, pode-se destacar o norte-americano Dodd
(medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1996) e Smith (várias vezes
campeão mundial nos anos 80 e 90), pelos brasileiros temos Edinho (vice-
campeão mundial em 1989 do 1º Circuito Mundial), Roberto Lopes (bicampeão
do circuito mundial em 1993 e 1995), Bernard (vice-campeão mundial em
1988), Bruno Schimidt (considerado o melhor jogador do mundo de 2015) etc.
No feminino pode-se destacar pelo Brasil Jaqueline (campeã olímpica em
1996), Shelda (bi vice-campeã olímpica em 2000 e 2004) e Larissa (bronze nos
Brasil
Tinoco Franco
Ricardo
Loiola
Ad
riana Behar
Envolvido no círculo vermelho, vemos
Luís Américo
ao lado de Bernard
25
Jogos Olímpicos de 2012), pelos Estados Unidos May (tricampeã olímpica em
2004, 2008 e 2012). A figura apresenta a foto de alguns desses jogadores.
Figura 23. Defensores do voleibol de dupla na areia masculino.
Figura 24. Defensores do voleibol de dupla na areia feminino.
Edinho
Smith
Roberto Lopes
Dodd
Bruno Schimidt
Jaqueli
ne
S
helda
Larissa
May
Bernard praticando o saque
“Jornada nas Estrelas”
26
Polivalentes: Atletas que atuam tanto no bloqueio como na defesa, podem
jogar revezando nessa posição com seu parceiro durante a partida ou exercem
uma das posições conforme a dupla que formaram. Esse pequeno seleto grupo
é composto por jogadores completos, bons em todos os fundamentos, podendo
citar os norte-americanos Kyraly e Steffes (campeão olímpico em 1996 com
Kyraly) e pelo Brasil temos Renan e Emanuel (campeão olímpico em 2004).
Figura 25. Polivalentes do voleibol de dupla na areia masculino.
Kiraly
Steffes
Emanuel
Renan no Ataque
27
3. Características Fisiológicas dos Jogadores de Voleibol de Alto Rendimento –
Quadra e Dupla na Areia
Extraído de:
Arruda M, Hespanhol J. Fisiologia do voleibol. São Paulo: Phorte; 2008. p. 41-71.
Barbanti V. Treinamento esportivo: as capacidades motoras dos esportistas. Barueri: Manole; 2010. p. 213-218.
Balasas D, Vamvakoudis E, Christoulas K, Stefanidis P, Prantsidis D, Evangelia P. J Phys Educ Sport 2013;13(1):33-
38.
Hespanha R. Ergometria. Rio de Janeiro: Rubio; 2004. p. 64-65.
Lima K, Valente A, Avancini C, Oliveira L. Rev Bras Ci Mov 2015;23(2):51-58.
Un C-P, Lin K-H, Shiang T-Y, Chang E-C, Su S-C, Wang H-K. Eur J Appl Physiol 2013;113(2):457-466.
O voleibol na quadra e de dupla na areia desencadeia adaptações
fisiológicas e desempenho físico específico no atleta desse esporte. Então,
essa modalidade proporciona características fisiológicas e desempenho físico
próprio da modalidade, diferindo conforme a posição e sendo não igual a outras
modalidades. As características fisiológicas do voleibol adulto de alto
rendimento que vão ser apresentadas são a estatura, o peso, o percentual de
gordura (%G), as fibras musculares e o consumo máximo de oxigênio (VO2máx),
que está relacionado com o condicionamento aeróbio, ou seja, quanto maior
essa unidade de medida fisiológica, geralmente o voleibolista possui melhor
condição aeróbia. Um alto VO2máx é importante para o voleibolista se recuperar
após cada rali e permite uma alta performance durante uma partida de longa
duração.
Definição:
VO2máx: É o maior volume de oxigênio inspirado no momento do exercício, sendo distribuído e
utilizado pelo corpo durante o esporte e a atividade física. Ele costuma ser expresso pela unidade de
medida ml/kg/min (mililitros por quilograma minuto). Sua abreviação tem os seguintes significados:
V: volume
O2: oxigênio
máx: exercício máximo
28
A tabela 1 e 2 apresenta as características fisiológicas dos voleibolistas
adultos de alto rendimento da quadra e de dupla na areia, sendo as seguintes:
Extraído de (tabela 1):
Marques Junior N. Mov Percep 2010;11(16):169-206.
Tabela 1. Características Fisiológicas do Voleibolista de Alto Rendimento – quadra e dupla na areia.
Peso (quilogramas) Percentual de Gordura (%)
VO2máx (ml/kg/min)
76 a 104 (masculino) 6 a 15 (masc) 46 a 65 (masc)
62 a 90 (feminino) 10 a 20 (fem) 38 a 63 (fem)
29
Extraído de (tabela 2):
Marques Junior N. Mov Percep 2010;11(16):169-206.
Marques Junior N. Lecturas: Educ Fís Dep 2012;17(167):1-5.
Marques Junior N. Lecturas: Educ Fís Dep 2012;17(170):1-6.
Marques Junior N. Lecturas: Educ Fís Dep 2012;17(172):1-10.
Tili M, Giatsis G. J Hum Sport Exerc 2011;6(3):504-510.
Tabela 2. Estatura do Voleibolista de Alto Rendimento.
Posição Estatura (metros)
Levantador 1,80 a 1,91 (masculino)
1,73 a 1,82 (feminino)
Oposto 1,95 a 2,11 (masculino)
1,85 a 1,90 (feminino)
Central 1,97 a 2,15 (masculino)
1,87 a 2,00 (feminino)
Ponta 1,90 a 2,00 (masculino)
1,79 a 1,88 (feminino)
Líbero
1,80 a 1,90 (mascul
ino)
1,69 a 1,80 (feminino)
Polivalente do Voleibol na Quadra
Não possui valor definido
Bloqueador 1,90 a 2,06 (masculino)
1,76 a 1,90 (feminino)
Defensor 1,80 a 1,96 (masculino)
1,72 a 1,88 (feminino)
Polivalente do Voleibol de Dupla Não possui valor definido
Os atletas com maior estatura são os centrais, seguido dos opostos, em
terceiro os jogadores de ponta e em quarto os levantadores e líberos. Enquanto
no voleibol de dupla na areia os voleibolista com maior estatura são os
bloqueadores, por esse motivo são designados efetuar esse fundamento.
30
A figura 26 apresenta o aumento da estatura do voleibol brasileiro ao
longo dos anos no período que ganhou medalha, isso ocorreu principalmente
no masculino.
Figura 26. Seleções brasileiras medalhistas nos Jogos Olímpicos.
A figura 27 apresenta o aumento da estatura das duplas brasileiras ao
longo dos anos, isso ocorreu principalmente no masculino.
Figura 27. Estatura das duplas brasileiras ao longo dos anos.
31
Extraído de:
Bizzochi C. O voleibol de alto nível. 2ª ed. Barueri: Manole; 2004. p. 35-6.
Kiraly K. Entrevista com Karch Kiraly. Saque 1986;-(-):27-9.
Marques A. O recrutamento de talentos para a prática desportiva. In. Silva F (Org.). Treinamento desportivo:
aplicações e implicações. João Pessoa: UFPB; 2002. p. 37-53.
Matveev L. Preparação desportiva. São Paulo: FMU; 1996.
Rigolin da Silva L. O estudo do fenômeno da compensação em atletas de voleibol do sexo feminino. [Tese de
Doutorado]. São Paulo (SP): USP; 2006.
Apesar da estatura ser muito valorizada no voleibol atual, Rigolin da Silva
(2006) evidenciou em sua tese de Doutorado defendida na USP, que alguns
jogadores de baixa estatura conseguem êxito por causa do fenômeno da
compensação. Uma das causas é uma impulsão acima da média e/ou as
condições técnicas e táticas excepcionais que garantem sucesso num esporte
que exige atletas cada vez mais com maior estatura.
O pai do treinamento esportivo e da periodização, o ex-soviético Lev
Matveev (1996) fez as seguintes observações:
“Os jogadores de voleibol de alto nível não é raro ocorrer que
atletas de estatura muito elevada se destaquem graças a sua
capacidade de coordenação motora extraordinariamente
desenvolvida, ou ainda pela elevada altura do salto pouco
comum” (p. 68 e 69).
O Professor Doutor em Ciências do Desporto, António Marques (2002),
da Universidade do Porto, critica os treinadores que selecionam um voleibolista
somente pela estatura, precisa estar relacionado com o talento motor do
esportista.
Por esse motivo que não é muito comum de observar jogadores de
voleibol com baixa estatura conseguirem desempenhos espetaculares. Kiraly
em 1986 fez as seguintes observações sobre o voleibol brasileiro:
“Vocês brasileiros sempre mostraram que um jogador não
precisa ser alto para ser grande” (p. 27).
O pesquisador de voleibol Nelson Kautzner Marques Junior tem a
seguinte interpretação da relação entre estatura e performance:
32
“Voleibol é um esporte de salto. Alto é quem pula muito, e
baixo é quem pula pouco” (Dezembro de 2010).
Então, é possível concluir que a estatura no voleibol é importante, mas
merece estar somada a outros aspectos – inteligência de jogo,
condicionamento físico e outros. Por esse motivo, jogadores de baixa estatura
conseguem sucesso nessa modalidade que exige voleibolistas cada vez mais
altos.
Por exemplo, é possível citar excelentes voleibolistas de baixa estatura no
Brasil e no mundo, João Paraíba de apenas 1,80 m a 1,84 atuava mais como
levantador, tendo destaque no Botafogo do Rio de Janeiro nos anos 70 e início
dos 80, conquistando a medalha de bronze no Mundial Juvenil de 1977 pela
seleção brasileira. Outro jogador que não ficou conhecido na mídia, mas teve
sucesso no voleibol do Rio de Janeiro nos anos 70 e 80, foi o oposto Paulão
Crioulo (estatura entre 1,78 m a 1,87 m), atacava bola alta com precisão e com
muita violência de todas as regiões da quadra, isso era possível por causa da
excelente impulsão que dispunha. A atacante de ponta ou oposta Mireya de
Cuba, foi uma das maiores atacantes e jogadoras do mundo nos anos 80 a
2000, com apenas 1,76 m e impulsão muito elevada, permitia um alcance na
cortada do braço de golpe na bola de 3,35 m, enquanto que as bloqueadoras
obtinham valores bem inferiores.
Figura 28. Voleibolistas de baixa estatura.
João Paraíba
Paulão Crioulo
Mireya
33
Extraído de:
MacLaren D. Court games: volleyball and basketball. In. Reilly T, Secher N, Snell P, Williams C (Eds.). Physiology of
sports. London: Taylor & Francis; 2005. p. 387-390.
Marques Junior N. Rev Bras Prescr Fisio Exerc 2014;8(47):453-484.
McArdle W, Katch F, Katch V. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e desempenho humano. Rio de Janeiro:
Guanabara; 2011. p. 382-385.
Stanganélli L. Rev APEF Londrina 1992;7(13):37-43.
Os pesquisadores McArdle, Katch e Katch (2011) informaram que as
fibras musculares são divididas em 4 tipos, possuindo as seguintes
características:
Tabela 3. Tipo de fibras musculares.
Fibra Velocidade da Ação Muscular
Tipo I lenta
Tipo IIa moderadamente rápida
Tipo IIx rápida
Tipo IIb muito rápida
MacLaren (2005) em sua revisão de literatura no capítulo 4 do livro de
Fisiologia dos Esportes e o pesquisador brasileiro de voleibol Stanganélli
(1992) no seu artigo de revisão fizeram um levantamento bibliográfico referente
o tipo de fibra muscular que é mais solicitada no voleibol de alto rendimento,
sendo evidenciado que a fibra rápida e a fibra lenta são muito solicitadas na
partida de voleibol, estando relacionado com a tarefa que é desempenhada no
jogo e pela duração da atividade.
Após a leitura desses autores é possível fornecer um exemplo de como
as fibras musculares podem se manifestar no voleibol na quadra e na areia,
mas não foram encontrados experimentos sobre essa natureza e os estudos
foram realizados no voleibol com vantagem. Logo, esse exemplo é uma
interpretação sobre a manifestação da fibra muscular conforme as informações
34
de MacLaren (2005) e Stanganélli (1992) na execução do fundamento do
voleibol. O desenho expõe esse resultado.
Figura 29. Recrutamento da fibra tipo IIb e/ou IIx.
Figura 30. Recrutamento da fibra tipo IIb e/ou IIx.
Ataque em Alta Velocidade Saque em Suspensão em Alta Velocidade
Defesa em Alta Velocidade
Fibra Muscular Predominante:
tipo IIb e/ou tipo IIx
Metabolismo Energético: anaeróbio aláctico
Duração da Tarefa: 1 a 15 segundos
Velocidade da Ação Muscular: muito rápida e/ou rápida
Fibra Muscular Pr
edominante:
tipo IIb e/ou tipo IIx
Metabolismo Energético: anaeróbio láctico
Rali com essa duração e velocidade
Duração da Tarefa:
1
6
segundos
a 1 minuto e 59 segundos
Velocidade da Ação Muscular: muito rápida e/ou rápida
35
Figura 31. Recrutamento da fibra tipo I.
Pedido de tempo
Fibra Muscular Predominante:
tipo I
Metabolismo Energético: aeróbio
Duração da Tarefa: 30 segundos
Velocidade da Ação Muscular: lenta
36
4. Desempenho Físico dos Jogadores de Voleibol de Alto Rendimento – Quadra e
Dupla na Areia
O desempenho físico específico do voleibol na quadra e de dupla na areia
foi apresentado nas tabelas a seguir, sendo importante o conhecimento dessas
características do esportista com o intuito de detectar a performance dos
jogadores de voleibol ao longo da disputa.
Extraído de:
Arruda M, Hespanhol J. Fisiologia do voleibol. São Paulo: Phorte; 2008. p. 75-82.
Cerrato D, Palao J, Marzo P, Puche E, Espá A. CCD 2007;4(2):131-138.
Marques Junior N. Rev ODEP 2015;1(3):10-27.
Palao J, Valadés D. Sport J 2014;53(-):-.
Palao J, Valadés D. Acta Kines 2014;8(2):7-10.
Valadés D, Palao J. J Sport Hum Perf 2015;3(2):1-11.
Tabela 4. Desempenho Físico do Ataque e do Bloqueio.
Posição Salto Vertical no
Ataque (cm) Salto Vertical no
Bloqueio (cm) Alcance no
Ataque (cm) Alcance no
Bloqueio (cm)
Levantador 61,16 a 78 46,47 a 58 321 a 346 318 a 330
Oposto 64,25 a 79,1 48,19 a 57,2 341,3 a 355 320 a 340
Central 61,84 a 75,1 47,42 a 53 343,2 a 368 323 a 341
Ponta 66,06 a 80 49,87 a 60 340 a 364 320 a 338
Líbero 60,81 50,9 326 310
Voleibol Feminino - - 301 a 335 264 a 325
Voleibol de Dupla na Areia 55,30 46,90 - -
37
Tabela 5. Desempenho da Agilidade e da Velocidade em metros por segundo (m/s).
Voleibol Agilidade no Teste Vai e
Volta de 9,14 m (m/s) Velocidade
(m/s)
Masculino 1,01 a 1,14 50 m: 7,14 a 8,33
30 m: 6,62 a 6,89
20 m: 6,80 a 7,11
15 m: 5 a 6
Feminino 0,83 a 0,92 50 m: 5,55 a 6,92
30 m: 3,44 a 3,93
20 m: 6,49
Dupla na Areia - 15 m: 5,85
Tabela 6. Velocidade do Ataque e do Saque em quilômetros por hora (km/h).
Voleibol Saque (km/h) Ataque (km/h)
Masculino Tipo Tênis: 41,9 a 55
Saque em Suspensão Flutuante: 40 a 75
Saque em Suspensão Forte: 73 a 104
68 a 112,3
Feminino Tipo Tênis: 43 a 61
Saque em Suspensão Flutuante: 40 a 62
Saque em Suspensão Forte: 66 a 89
65,2 a 82,5
Dupla na Areia Masculino 94 a 102 / Velocidade Máxima: 114 -
Dupla na Areia Feminino 76 a 84 / Velocidade Máxima: 86,5 -
38
5. Principais Diferenças entre o Voleibol na Quadra e o Voleibol de Dupla na Areia
Extraído de:
Bizzocchi C. O voleibol de alto nível: da iniciação à competição. 2ª ed. Barueri: Manole; 2004. p. 14-16.
Comissão Brasileira de Arbitragem de Voleibol. CBV. Acesso em: 9 nov. 2015. Disponível em: www.cbv.com.br/v1/cobrav/faq.asp
Danilas F. Voleibol de praia – regras de jogos oficiais da FIVB. Vôlei de Praia 1990;1(2):35-36.
Regras Oficiais. Voleibol. Rio de Janeiro: GPS; 1993. p. 1-38.
Wikipédia: a enciclopédia livre. Comparação entre voleibol de quadra e voleibol de praia. Acesso em: 9 nov. 2015.
Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Compara%C3%A7%C3%A3o_entre_voleibol_de_quadra_e_voleibol_de_praia
O voleibol na quadra e o de dupla na areia possuem diferenças nas
regras, nos esforços efetuados pelos voleibolistas e na maneira de jogar. A
tabela 7 apresenta as diferenças na regra do voleibol na quadra e do voleibol
de dupla na areia.
39
Tabela 7. Principais diferenças das regras do voleibol na quadra e de dupla na areia.
Regr
a
Voleibol na Quadra
Voleibol de Dupla na Areia
Dimensão da Quadra 18x9 metros (m) 16x8 m
Piso Quadra que amortece o impacto do jogador no momento
da queda – somente no voleibol profissional.
Areia fofa.
Zona da Quadra Existe a zona da rede e do fundo da quadra, sendo
delimitada pela linha dos 3 m.
Não existe delimitação entre zona da rede e do fundo da
quadra.
Altura da Rede do Adulto 2,43 m (masculino) e 2,24 m (feminino) 2,43 m (masculino) e 2,24 m (feminino)
Número de Atletas 6 em quadra, geralmente 1 levantador, 2 centrais, 2
ponteiros e 1 oposto, jogado no sistema 5x1.
2 jogadores, mais comum um bloqueador e o outro defensor.
Reservas 6 reservas mais 2 líberos. Não possui reservas.
Substituições São permitidos 6 substituições por set, o atleta da reserva
que entrou no lugar do titular só pode sair pelo seu
correspondente da substituição, ou seja, João estava no
banco e entrou no lugar de Paulo, Paulo só pode retornar
na partida se substituir João. O líbero pode entrar quantas
vezes quiser na zona do fundo da quadra.
Sem substituição.
Quantidade de Sets 4 sets e 1 tie break. 2 sets e 1 tie break.
Pontos em Cada Set 25 pontos ou 2 pontos de diferença. 15 pontos ou 2
pontos de diferença.
21 pontos ou 2 pontos de diferença. 15 pontos ou 2 pontos
de diferença.
Mudança de Quadra Quando acaba o set. A cada soma de 7 pontos muda a quadra, com o intuito dos
fatores ambientais (vento, chuva, sol etc) não interferirem no
resultado do jogo.
Pedido de Tempo 2 tempos de 30 segundos. 2 tempos de 30 segundos.
Tempo Técnico São dois, no 8º e no 16º ponto do 1º ao 4º set por 1
minuto. No 5º set, o tie break não possui tempo técnico.
Não possui isso.
Saque Ocorre o rodízio e os atletas sacam conforme a rotação.
Caso ocorra um erro no rodízio, e um dos jogadores
efetue o saque, corrige-se a ordem de saque e a equipe
perde o saque, passando para o oponente. Após o apito, o
voleibolista tem 8 segundos para sacar.
Ocorre o rodízio e os atletas sacam conforme a rotação. Para
não acontecer dúvida, o mesário mostra uma placa com o
número 1 ou 2 referente o número da camisa do jogador que
deve fazer o saque. Após o apito, o voleibolista tem 5
segundos para sacar.
Levantamento Precisa ser realizado com boa técnica. A bola não pode girar se não é 2 toques.
Ataque
(largada e toque)
A largada pode fazer como quiser – mão aberta,
espalmada e outros. O toque pode ser efetuado em
qualquer direção para ser direcionado para o adversário.
A largada só é válida se for efetuada em forma de soco ou
com a mão meia fechada. O toque pode ser realizado
somente na direção do tronco.
Bloqueio
Não é contado toque. É contado um toque.
Defesa Pode ser com qualquer parte do corpo, inclusive com os
pés.
Pode ser com qualquer parte do corpo, inclusive com os pés.
Lesão
O atleta precis
a ser substituído, caso a equipe tenha
utilizado todas as substituições, são dado 3 minutos para
o atleta se recuperar.
O atleta pode solicitar o tempo médico, sendo dado 5
minutos para o jogador se recuperar. Pode acontecer
atendimento médico na quadra e o médico pode impedir do
jogador de continuar na partida.
Jogos
Conforme o regulamento acontece em um dia uma
partida ou vários jogos.
Sempre no mesmo dia acontecem várias partidas,
geralmente as disputas possuem duração de 3 dias. Após
cada jogo, as duplas possuem duração de 40 minutos a 1
40
hora para descansar para o próximo jogo.
Extraído de:
Muramatsu S, Fukudome A, Miyama M, Arimoto M, Kijima A. J Physiol Anthropol 2006;25(-):59-61.
Muramatsu et al. (2006) fizeram um experimento com voleibolista
universitários masculinos de 21,4 anos (n = 8) com o intuito de identificar a
diferença dos esforços causados pela areia fofa versus o piso duro durante 3
séries e 10 repetições do salto vertical, possuindo pausa de 20 segundos entre
cada série. Os resultados da altura do salto vertical, energia expendida e
consumo de oxigênio são fornecidos na figura 32.
Figura 32. (A) Valores do salto vertical, (B) energia expendida em quilocalorias
(kcal) e consumo de oxigênio em litros (l).
Extraído de:
Marques Junior N. Rev Bras Prescr Fisio Exerc 2014;8(47):453-484.
Apesar das muitas diferenças do voleibol na quadra e de dupla na areia,
os esforços do rali e da pausa na sua duração e a metragem percorrida são
similares. Apenas o tempo da partida apresenta resultados diferentes. A tabela
8 mostra esses valores.
A
B
41
Tabela 8. Esforços do jogo de voleibol.
Tipo de Esforço Quadra Dupla na Areia
Rali 1 a 10 segundos 1 a 10 segundos
Pausa 11 a 30 segundos 11 a 30 segundos
Metragem Percorrida 2 a 7 m, em casos raros merece
correr por 10 m. 2 a 7 m, em casos raros merece
correr por 10 m.
Duração da Partida 1 hora a 2 horas e 30 minutos 20 minutos a 2 horas
Extraído de:
Grgantov Z, Katic R, Marelic N. Coll Antropol 2005;29(2):717-722.
Marques Junior N. Conexões 2008;6(3):11-24.
Marques Junior N. Conexões 2009;7(1):61-76.
Marques Junior N. Lecturas: Educ Fís Dep 2012;17(167):1-12.
Marques Junior N. Rev ODEP 2015;1(3):134-145.
Ugrinowitsch C, Uehara P. Modalidades esportivas coletivas: o voleibol. In. Rose Junior D (Org.). Modalidades
esportivas coletivas. Rio de Janeiro: Guanabara; 2006. p. 166-179.
A diferença na maneira de jogar do voleibol na quadra e de dupla na areia
é visível para os praticantes, mas os amantes do esporte nem sempre
conseguem observar essa não igualdade na maneira de jogar. O voleibol na
quadra costuma ser jogado pelo sistema 5x1 (5 atacantes e 1 levantador), e o
voleibol de dupla na areia é praticado pelo sistema 1x1 (1 ataca e outro
levanta, podendo ocorrer revezamento nessa função).
A execução dos fundamentos do voleibol na quadra e do voleibol de dupla
na areia possui diferença. O saque de ambos é similar, pode ser o saque em
suspensão forte (é o “viagem ao fundo do mar”), o saque em suspensão
flutuante, o saque tipo tênis forte ou o saque tipo tênis flutuante. O passe do
voleibol adulto na quadra de alto rendimento é realizado por 2 ou 3 passadores
especialistas nessa tarefa, sendo comum o líbero e os atletas de ponta. No
jogo de dupla, ambos praticam essa tarefa, embora o defensor faz mais
42
recepções porque a maioria dos saques é direcionado para esse voleibolista,
isso acontece por causa que ele geralmente possui ataque menos forte.
O levantamento difere bastante, no voleibol na quadra somente um
jogador é especialista nessa tarefa, as ações de levantamento são realizadas
com salto (levantamento em suspensão) para proporcionar maior velocidade
nas jogadas. O levantamento de dupla na areia a bola não pode girar porque é
marcado 2 toques e o jogador que fez essa tarefa efetua com os pés no solo. O
ataque do voleibol na quadra é mais praticado através das bolas velocidade -
chutada na ponta, tempo no meio da rede e ataque veloz da linha dos 3
metros. Portanto, acontece variação ofensiva ao longo da disputa. Enquanto
que o voleibol de dupla na areia possui tarefa ofensiva padronizada, isso facilita
o bloqueador, geralmente ocorre com bola alta na ponta.
O bloqueio do voleibol na quadra o atleta precisa interpretar o local do
ataque com o intuito de tentar interceptar a cortada. Enquanto que o bloqueio
do voleibol na areia o bloqueador marca 1 para paralela com o objetivo de
orientar o defensor, ou seja, ele vai fazer o bloqueio na paralela e a diagonal
vai ser ocupada pelo defensor. Quando o bloqueador marcar 2 para o defensor,
ele vai fazer a marcação do bloqueio na diagonal, enquanto o defensor vai
estar posicionado na paralela. Esses posicionamentos são os mais comuns,
mas existem outros. O posicionamento da defesa do voleibol na quadra e de
dupla na areia acontece nas regiões da quadra que o bloqueio não “cobre”,
isso acontece na quadra e na dupla na areia.
Outra diferença é o fator idade de performance, enquanto o voleibol na
quadra a maioria dos jogadores costuma jogar por volta dos 30 anos. No
voleibol de dupla na areia a idade de desempenho esportivo pode chegar aos
40 anos, segundo o ex-campeão de voleibol na areia dos anos 50, Coqueiro,
um voleibolista de dupla na areia atinge o auge a partir dos 30 anos ou mais,
não acontecendo o mesmo no voleibol na quadra. Para esse voleibolista e
professor de Educação Física, a partir dos 30 anos o jogador possui
maturidade psicológica para definir as jogadas, também tem mais calma nos
momentos decisivos da partida. Isso foi evidenciado na final olímpica de 1996,
43
com jogadores de mais de 30 anos. Entretanto, essas afirmações merecem
estudo científico.
Figura 33. Os norte-americanos campeões de dupla na areia com idade avançada.
Outra diferença do voleibol na quadra para o de dupla na areia são os
fundamentos mais determinantes na vitória, sendo averiguados os
fundamentos que pontuam. Marques Junior (2015) evidenciou os seguintes
fundamentos no voleibol masculino e feminino: 1º o ataque, 2º o bloqueio e 3º o
saque. Enquanto que Grgantov, Katic e Marelic (2005) encontraram algumas
diferenças, o 1º fundamento mais determinante na vitória foi o ataque, 2º o
bloqueio e 3º o contra-ataque.
Atletas norte
-
americanos com
ouro e prata nos Jogos
Olímpicos de 1996, estando com mais de 30 anos
Medalha de prata temos Whitmarsh
com 39 anos e Dodd com 38 anos
Medalha de ouro foi de Steffes
com 24 anos e Kyraly com 36
anos