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Pedro Vendeira
Nuno Monteiro Pereira
Fátima Serrano
Ana Alexandra Carvalheira
Estudo EPISEX-PT/Feminino:
prevalência das disfunções sexuais fe-
mininas em Portugal
7
em Destaque
TRABALHO ORIGINAL. A Sociedade Portuguesa de Andrologia, com o apoio dos
Laboratórios Pfizer, levou a cabo um ambicioso estudo epidemiológico sobre as dis-
funções sexuais em Portugal. Apresentam-se os dados referentes às disfunções sexuais
no sexo feminino. O estudo, denominado EPISEX-PT/Feminino, pretendeu abranger
todas as disfunções sexuais femininas, avaliando não só a sua prevalência, como ca-
racterizando-as sob o ponto de vista demográfico, sociológico e clínico.
A dimensão da amostra e a quantidade de variáveis investigadas tornam o EPISEX-PT
num dos mais importantes estudos epidemiológicos realizados internacionalmente
sobre disfunções sexuais.
A investigação incidiu essencialmente no despiste das disfunções sexuais, tendo sido
utilizados testes e questionários validados internacionalmente, para uniformização
e comparação de resultados. Foram avaliados ainda dados de caracterização clínica e
opinião relativamente às disfunções e seu tratamento.
Palavras-chave: EPISEX-PT, epidemiologia, disfunções sexuais femininas.
Introdução
O presente trabalho é o resumo da parte dedicada às disfunções sexuais
femininas do estudo EPISEX-PT, promovido em 2005 pela Sociedade Portu-
guesa de Andrologia em parceria com os Laboratórios Pfizer.
O objectivo principal do estudo foi a avaliação das disfunções sexuais das por-
tuguesas, permitindo determinar não só a sua prevalência, como caracterizá-
las sob o ponto de vista demográfico, sociológico e clínico. Na investigação
foram utilizados testes e questionários validados internacionalmente, para uni-
formização e comparação de resultados. Foram também avaliados conhecimen-
tos, percepções e convicções relativas à sexualidade e às disfunções sexuais.
A dimensão da amostra e a quantidade de variáveis investigadas tornam o
EPISEX-PT num dos mais significativos estudos epidemiológicos sobre dis-
funções sexuais. No que se refere às disfunções femininas os resultados são
particularmente interessantes, atendendo à escassez de estudos internacio-
nais nessa área.
Metodologia
O estudo EPISEX-PT feminino é um
estudo transversal, efectuado por
aplicação directa de um questio-
nário. Foram analisados dados refe-
rentes a 1.250 mulheres dum uni-
verso de cerca de três milhões e
novecentas e vinte mulheres, com
idades compreendidas entre 18 e 75
anos, inquiridos em Portugal conti-
nental. A amostra foi estratificada
por região do país e grupo etário. O
erro amostral assumido foi inferior a
2%, considerando-se um nível de
significância de 95%. O tratamento
estatístico foi efectuado pela
KeyPoint, Consultoria Científica.
Tendo em consideração as caracte-
rísticas da informação que se preten-
deu recolher, o inquérito foi reali-
zado através de uma entrevista
estruturada ou respondido pela pró-
pria mulher, em entidades profissio-
nais, locais de lazer e de carácter so-
cial, nomeadamente escolas básicas
e secundárias (professoras/ auxiliares
de acção educativa), corporação de
Bombeiros, centros de dia/ lares de
idosos (utentes/ empregadas), câma-
ras municipais (empregadas), asso-
ciações recreativas, universidades
(alunas e professoras). A taxa de res-
posta em relação à população inqui-
rida foi de 68%.
Para efeitos deste estudo consi -
deram-se os seguintes tipos de dis-
função sexual feminina: alterações
da libido, alterações da excitação,
alterações do orgasmo e dispareunia.
Foi efectuada uma análise de carac-
terização global dos indivíduos e
uma sub-análise das inquiridas com
disfunção sexual.
Na avaliação das mulheres com dis-
função sexual considerou-se como
tendo disfunção aquelas que refe-
riam algum problema sexual, mesmo
que ligeiro. Sobre essas, fez-se uma
análise descritiva de respostas feitas
numa segunda parte, específica, do
questionário.
Com o objectivo de caracterizar
especificamente as inquiridos com
uma determinada patologia sexual,
considerou-se como tendo disfunção
sexual as mulheres que responderam
(com qualquer opção excepto “sem
problemas”) a pelo menos uma das
seguintes questões: Tem algum pro-
blema de desejo sexual? Tem algum
problema na excitação/ lubrificação?
Tem algum problema de orgasmo?
Tem algum problema de descon-
forto/ dor na relação sexual?
Os dados analisados incluíram dados
demográficos (sexo, idade, raça, es-
tado civil, residência, escolaridade e
profissão/ actividade), dados clínicos
(antecedentes pessoais e co-morbi-
lidade, tensão arterial, dados antro-
pométricos e avaliação da presença
de disfunção sexual) e caracterização
da doença para as mulheres com dis-
função sexual (impacto da disfunção
e procedimentos diagnósticos e te-
rapêuticos).
A amostra foi ajustada para a idade,
tendo-se determinado a prevalência
de cada um dos tipos de disfunção
sexual analisados, bem como o inter-
valo de confiança a 95%.
A análise estatística incluiu a análise
descritiva das variáveis incluídas
no questionário. As variáveis foram
analisadas tendo-se utilizado métodos
de estatística descritiva, nomeada-
mente frequência absoluta e relativa
para as variáveis categóricas, e média,
mediana, desvio padrão, máximos e
mínimos para as variáveis contínuas.
Para análise comparativas entre
variáveis categóricas foi utilizado o
teste de qui-quadrado (ou o teste
exacto de Fisher). A comparação de
médias foi efectuada através da aná-
lise ANOVA, ou do teste tpara amos-
tras independentes (sempre que se
compararam apenas 2 grupos).
Todos os testes estatísticos foram
efectuados considerando um nível
de significância de 0.05.
Resultados
Caracterização demográfica
Foram analisados os dados demográ-
ficos e clínicos das 1.250 mulheres
incluídas, população que se encontra
descrita na tabela 1 no que se refere
à sua distribuição geográfica e etária.
As mulheres inquiridas apresenta-
vam uma idade média de 44 anos
(dp=15.43), variando entre os 18 e os
75 anos. Relativamente à raça regis-
tou-se um predomínio franco de
mulheres de raça branca (98.6%),
havendo 1.1% de mulheres de raça
negra.
Das inquiridas, 33% tinham filhos. O
número médio de filhos foi de 1.94
por mulher. A maioria das inquiridas
(56.8%) era casada ou vivia em união
de facto à data de realização do
inquérito. Havia 27.2% de solteiras,
9.1% de separadas e 6.9% de viúvas.
A distribuição por local de nasci-
mento coincidia aproximadamente
com a representatividade de cada re-
gião no estudo. Mais de três quartos
das inquiridas (76.5%) afirmou resi-
dir em concelhos urbanos.
Isex CADERNOS DE SEXOLOGIA • NÚMERO 4 JANEIRO/JUNHO 2011
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Tabela 1
População do estudo
18-29 30-39 40-49 50 -59 60-75 Total
Norte 102 84 75 60 80 401
Centro 75 63 60 55 86 339
LVT 74 59 57 55 68 313
Alentejo 23 19 19 18 31 110
Algarve 19 17 16 14 21 87
Total 293 242 227 202 286 1250
As inquiridas apresentavam um nível
de escolaridade um pouco superior ao
nível médio da população portu -
guesa, sendo que 37.3% tinham entre
o 10º e 12º ano de escolaridade. Com
menos que o 5º ano de escolaridade
encontravam-se 14.8% e tinham uma
licenciatura 27.1% das inquiridas. A
grande maioria (80.6%) era profissio-
nalmente activa, encontrando-se de-
sempregadas 4.8%. Mais de 60% das
inquiridas referiu ter um rendimento
mensal inferior a 1000 euros, sendo
que 25% tinha um rendimento infe-
rior a 500 euros por mês.
Caracterização clínica
A maioria das inquiridas (75.7%) afir-
mou consultar o médico regularmente.
A caracterização física (peso, altura,
IMC, frequência cardíaca, Tensão ar-
terial sistólica e tensão arterial dias-
tólica) está sintetizada na Tabela 2.
Eram fumadoras cerca de 20.6% das
mulheres, considerando-se fumadoras
passivas 8.8% e ex-fumadoras 8.0%.
As que haviam deixado de fumar, ha-
viam-no feito, em média, há 7.3 anos
(dp=6.49). Na questão do número de
cigarros por dia, considerou-se não só
o número de cigarros das fumadoras
atuais, como também o número de
cigarros que as ex-fumadoras fuma-
vam. Estabeleceu-se o valor de 0.5
anos para as inquiridas que deixaram
de fumar há menos de 1 ano. E assim,
a número médio de cigarros fumados
era de 11.97 (dp=7.22), com um má-
ximo de 45 cigarros.
Relativamente ao consumo de be-
bidas alcoólicas, as respostas apon-
taram para um consumo esporádico
de vinho e cerveja por parte de
27.6% das mulheres. Apenas 9.8%
bebiam diariamente vinho ou cer-
veja. Diziam nunca beber 36.0%
das inquiridas.
Diziam não praticar qualquer tipo de
exercício físico 38.8% das mulheres,
fazendo-o regularmente 24.0%.
As principais patologias referidas
pelas inquiridas foram ansiedade
(24.9%), alergias (20.5%), depressão
(19.2%) e dores ósseas/articulares
(19.0%). O excesso de colesterol
estava presente em 13.8% das inqui-
ridas e a hipertensão arterial em
10.6%. Havia 5.4% de diabé ticas.
A maioria das mulheres referia um
nível de stress muito elevado (22.3%)
ou elevado (57.1%). Só referiam baixos
níveis de stress 8,5% das inquiridas.
Aproximadamente 25% das mulhe-
res estavam a realizar terapêutica
anticoncepcional. Quase dezassete
por cento (16.8%) referiram estar a
tomar antidepressivos, 9.1% antihi-
pertensores, 5.6% fibratos e/ou esta-
tinas. Apenas 5.4% fazia terapêutica
hormonal de substituição.
Orientação sexual
Em relação à orientação sexual das in-
quiridas, 81.8% afirma ser exclusiva-
mente heterossexual, 12.6% não res-
pondem a esta questão e as restantes
5.6% referiram ser parcialmente ou
exclusivamente homossexuais.
Frequência da atividade sexual
Cerca de 75% das inquiridas referem
uma frequência de atividade sexual
de pelo menos uma vez por semana,
havendo 29.0% com duas relações
sexuais por semana e 5.1% com mais
de quatro relações por semana.
Importância do sexo na qualidade
de vida
De acordo com o questionário que
avaliava a importância do sexo na
qualidade de vida, 65.8% das in-
quiridas consideraram que o sexo
era muito importante ou mesmo
fundamental. Apenas 6.2% afirma-
ram que não tinha qualquer impor-
tância.
Grau de satisfação com a vida
sexual
Cerca de 75% consideraram que
ficariam muito satisfeitas ou satis-
feitas se mantivessem a actual fun-
ção sexual, havendo 8.5% que con-
sideraram que ficariam insatisfeitas
ou muito insatisfeitas.
O parceiro
Satisfação
Mais de 90% das inquiridas hete -
rossexuais casadas ou em união de
facto pensava que o parceiro estava
satisfeito ou muito satisfeito face à
condição sexual da companheira.
Importância do parceiro
Cerca de 70% das inquiridas acredita
que o parceiro tem muita influência
no seu desempenho sexual, apenas
considerando 7.4% que tem pouca
ou nenhuma importância.
em Destaque
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Tabela 2
Caracterização física
Média Mediana Dp Mínimo Máximo n
Peso (kg) 64.24 62.00 11.56 39.00 118.00 1208
Altura (m) 1.60 1.60 0.07 1.30 1.85 1124
IMC 25.03 24.22 4.47 16.42 44.44 1101
Pulso (bpm) 77.01 75.00 11.89 49.00 138.00 1144
TAS (mmHg) 128.32 125.00 18.43 78.00 218.00 1185
TAD (mmHg) 79.60 80.00 11.10 40.00 129.00 1185
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CADERNOS DE SEXOLOGIA • NÚMERO 4 JANEIRO/JUNHO 2011
Isex
Disfunção sexual do parceiro
A maioria das inquiridas heterosse-
xuais considerava que o seu parceiro
não tinha qualquer tipo de disfunção
sexual, mas 20% afirmaram que sim.
Quando questionadas relativamente
ao tipo de disfunção sexual do par-
ceiro, 49.7% referiram que ele tinha
diminuição do desejo, 49.2% ejacu-
lação prematura, 22.9% ejaculação
retardada e 22.3% disfunção eréctil.
Opiniões sobre a disfunção sexual
feminina
Impacto da disfunção sexual
feminina na vida de um casal
Relativamente à opinião sobre o im-
pacto das disfunções sexuais femini-
nas na vida de um casal, as inquiridas
afirmaram que deveriam ser sobre-
tudo o desconforto /dor na relação
(84.2%) e as alterações da excitação/
lubrificação (82.5%). A percentagem
baixava para 69.4% no que diz res-
peito ao impacto de alterações do
desejo e para 58.6% no que respeita
a alterações do orgasmo.
Impacto da disfunção sexual
feminina na própria vida
Apenas 10.9% das inquiridas respon-
deram que ter uma disfunção sexual
não seria motivo de preocupação,
sendo que para 60.7% isso seria um
motivo de elevada preocupação e,
para 28,4%, de preocupação ocasio-
nal.
Quanto ao modo como as inquiridas
se sentiriam afectadas se tivessem
algum tipo de disfunção sexual,
82.9% afirmaram que a repercussão
seria sobre a sua vida conjugal, sobre
a auto-estima (67.9%) e sobre o
humor, admitindo 68.3% que fica-
riam ansiosas e 67.3% que ficariam
deprimidas. Referiram ainda reper-
cussão sobre a vida familiar e afec-
tiva (59.6%) e sobre a qualidade de
vida em geral (55.9%). Apenas 21.1%
referiram repercussão sobre a vida
profissional.
Procura de apoio por disfunção
sexual
No caso de terem uma disfunção se-
xual, apenas 14.0% não pensariam
em procurar ajuda para resolver a si-
tuação. Quando inquiridas se eram
capazes de expor um problema de
disfunção sexual ao seu médico,
9.9% das mulheres disseram que
nunca o fariam por vergonha de dis-
cutir o assunto.
A maioria (53.8%) das inquiridas de-
clarou que já havia sido questionada
pelo seu médico sobre a sua vida
sexual. A grande maioria das mu -
lheres (85.2%) considerasse que o
médico deveria inquirir esse assunto.
A generalidade das inquiridas (92%)
afirmou que, se sofresse de uma
disfunção sexual, informaria o com-
panheiro e aceitaria (88.2%) ir ao
médico com ele.
Conhecimentos sobre as disfunções
sexuais femininas
Questionadas sobre se a alteração da
excitação/lubrificação era o mesmo
que diminuição do desejo sexual,
apenas 16.2% deram resposta posi-
tiva. Sobre se alteração do orgasmo
era o mesmo que diminuição do de-
sejo, só 13.9% responderam afirma-
tivamente. E só 15.8% responderam
que a disfunção sexual feminina é
consequência da idade e, portanto,
nada havia a fazer.
Em relação à possibilidade de preve-
nir as disfunções sexuais femininas,
58.4% afirmaram que é possível pre-
venir a dor/ desconforto e 53.1% as
alterações da excitação/ lubrificação.
Apenas 39.8% julga possível prevenir
as alterações do desejo sexual e
21.7% as do orgasmo.
Em relação à possibilidade de tratar
as disfunções sexuais femininas as
respostas foram em geral um pouco
mais optimistas, com 62.5% a afir-
marem que é possível tratar a dor/
desconforto e 59.9% as alterações
da excitação/ lubrificação. Apenas
38.4% julgavam possível tratar as al-
terações do desejo sexual e 25% as
do orgasmo.
O nível de conhecimento objectivo
sobre tratamentos para a disfunção
sexual foi reduzido, havendo apenas
17.9% das inquiridas que afirmaram
conhecer tratamentos para os dife-
rentes tipos de disfunção: 17.9%
para o desejo hipoactivo, 22.8% para
as alterações da excitação/ lubrifica-
ção, 19% para o desconforto/ dor na
relação sexual e apenas 7.8% para o
tratamento das alterações do or-
gasmo. Existiam 10% das inquiridas
que achavam perigoso tratar a dis-
função sexual feminina.
Prevalência da disfunção sexual
feminina
A prevalência de disfunção sexual foi
calculada segundo dois parâmetros:
os que responderam a pelo menos
uma das questões sobre se tinham
algum tipo de disfunção sexual e,
especificamente, aqueles que res-
ponderam que tinham pelo menos
um tipo de disfunção, classifican-
do-o como moderado/frequente a
severo/persistente.
Se considerarmos como tendo dis-
função sexual as mulheres que res-
ponderam que tinham pelo menos
um tipo de disfunção, qualquer que
fosse a sua intensidade, a prevalên-
cia global da disfunção feminina é
de 56.4%.
Repare-se que, se definirmos como
só sofrendo de disfunção sexual as
mulheres que responderam que o seu
problema era moderado/ grave ou
11
em Destaque
severo/ completo, então a prevalên-
cia global da disfunção sexual femi-
nina na população em análise baixa
para 18.6%
A análise por tipos de disfunção
sexual (assumindo o parâmetro de
pelo menos uma disfunção, ligeira a
moderada), revela que existe uma
prevalência de 35.0% de problema de
desejo sexual, 31.6% de proble-ma
de excitação, 31.6% de proble-ma de
orgasmo e 34.1% de problema de
desconforto/dor na relação sexual.
A análise dos resultados acima descri-
tos mostrou que apenas 43.7% das
mulheres não apresentavam qualquer
tipo de disfunção sexual, enquanto
que 11% das mulheres apresentavam
simultaneamente todos os tipos de
disfunção sexual conside rados.
Caracterização das mulheres
com disfunção sexual
Foram analisadas as respostas das in-
quiridas que responderam à segunda
parte do questionário, ou seja, da-
quelas que consideraram ter algum
tipo de disfunção sexual (mesmo que
ligeira).
Quando inquiridas sobre que atitude
haviam tomado perante a constata-
ção do problema, a maioria (51.7%)
procurou informação escrita, ha-
vendo 20.9% que procuraram infor-
mação na internet e 7.6% que con-
tactaram linhas telefónicas de apoio.
Das 207 inquiridas que procuraram
informação escrita, 41 pesquisaram
informação geral (causas, factores
de risco), 27 informaram-se sobre
opções de tratamento, 17 sobre téc-
nicas sexuais e 30 sobre alterações
da vida sexual com a idade.
Relativamente aos indivíduos que
procuraram informação na Internet,
19 procuraram informar-se de modo
geral, 12 informaram-se sobre op-
ções de tratamento, 5 sobre técnicas
sexuais e 13 sobre alterações da vida
sexual com a idade.
Cerca de 55% das mulheres consul-
taram um profissional de saúde,
tendo sido o ginecologista o especia-
lista mais consultado, logo seguido
do clínico geral (30.3%) e do psi-
quiatra (15.9%).
Em resposta à questão sobre o que
havia feito quando se sentiu afec-
tada, 39.3% das mulheres afirmou
nada ter feito. Contudo, a maioria
das doentes (63.4%) assumiu o pro-
blema e questionou se estaria a
andar com demasiadas preocupa-
ções/stress. Muitas (59.2%) conver-
saram sobre o assunto com parceiro.
Mais de metade (54.8%) procuraram
ajuda, consultando um profissional
de saúde, tendo 41.4% passado a
verificar a tensão arterial mais regu-
larmente. Questionaram a sua actual
relação sexual 40.1% das mulheres,
tendo 35.9% questionado se o pro-
blema não seria dos medicamentos
que andavam a tomar e 26.9% se
estaria a desenvolver alguma doen-
ça que estivesse a afectar a vida
sexual. Algumas (20.4%) passaram a
fazer mais exercício físico e outras
(15,4%) deixaram de fumar ou
beber. Apenas tomaram medica-
mentos sem prescrição médica 5.1%
das mulheres.
A maioria das doentes (76.7%) que
consultaram um médico considera-
ram que este as ajudou, havendo
88% que consideraram que este dia-
logou abertamente. De notar que
46.5% das mulheres afirmaram que
o médico lhes havia dito que o pro-
blema “era normal” e que passaria
com o tempo.
As mulheres que não consultaram o
médico fizeram-no por achar que a
situação ia melhorar por si (58.7%),
por acharem que a situação não era
relevante (57.8%) ou por vergonha
da situação (44.6%).
Foi realizada a caracterização das
inquiridas com algum tipo de dis-
função sexual (mesmo que ligeira)
segundo alguns indicadores sócio-
demográficos e clínicos:
Perturbações do desejo sexual
Foram identificadas 350 mulheres
com perturbações do desejo sexual,
ligeira a severa. A média de idades
foi de 46.6 anos (dp=13.4). Verifi-
cou-se uma prevalência crescente
com a idade, que atingiu o máximo
na classe etária dos 50 aos 59 anos
(38.1%).
Relativamente à distribuição regio-
nal, verificou-se uma prevalência su-
perior na zona Centro (30.7%), sendo
o Alentejo a região com menor pre-
valência (15.5%).
Das mulheres com problemas de de-
sejo sexual, 18.5% tinham filhos. A
disfunção de desejo sexual predomi-
nou nas mulheres casadas (37%) e
era menor (14.7%) nas solteiras.
Foi no grupo com menor nível de
escolaridade (sem 5º ano) que se ve-
rificou a maior prevalência de desejo
hipoactivo (45.6%), enquanto que a
menor prevalência (24.1%) foi de-
tectada nas mulheres com nível
médio de escolaridade (10-12º ano).
No que diz respeito a características
clínicas das mulheres com perturba-
ções do desejo sexual, verificou-se
que elas tinham um índice de massa
corporal dentro dos valores normais
(IMC=25.1 Kg/m2). As patologias
mais correlacionadas foram ansie-
dade (34.9%) e depressão (33.1%).
As dores ósseas/ articulares (22.3%)
e o excesso de colesterol (17.7%)
foram as outras patologias mais fre-
quentes. O stress estava presente em
82.0% das queixosas.
Oitenta por cento das inquiridas com
perturbação do desejo eram heteros-
sexuais, 11% não responderam a esta
questão e cerca de 9% eram parcial-
mente ou exclusivamente homosse-
xuais.
Relativamente à frequência de rela-
ções sexuais, verificou-se que as mu-
lheres com disfunção tinham menor
número de relações sexuais e que a
frequência diminuía com o aumento
da gravidade da patologia.
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CADERNOS DE SEXOLOGIA • NÚMERO 4 JANEIRO/JUNHO 2011
Isex
Das 350 mulheres identificadas
como tendo problemas de desejo
sexual, 230 (65.7%) tinham con-co-
mitantemente alterações da excita-
ção, 203 (58.1%) tinham alterações
do orgasmo e 172 (49.2%) tinham
desconforto/dor na relação sexual.
Perturbações na
excitação/lubrificação
Foram identificadas 306 mulheres
com perturbação ligeira a severa na
excitação/ lubrificação. A média de
idades foi de 47.6 anos (dp=14.3).
Esta disfunção estava presente
sobretudo nos grupos etários na
década dos 50 anos (35.6%).
Relativamente à distribuição regio-
nal, verificou-se uma prevalência
superior no Norte e Centro (29.4% e
28.6% respectivamente), sendo a
região com menor prevalência, o
Alentejo (12.7%).
Das mulheres com problemas de ex-
citação, 66 em 297 (22.2%) tinham
filhos. A alteração da excitação/ lu-
brificação predominava nas mulhe-
res casadas (31%).
Embora a maioria das mulheres com
esta disfunção tenham o ensino su-
perior, foi no grupo com menor nível
de escolaridade que se verificou uma
maior prevalência desta situação
(46.0%).
No que diz respeito a características
clínicas, verificou-se um índice de
massa corporal dentro dos valores
normais (IMC=25.3 Kg/m2). As pato-
logias mais referidas foram ansie-
dade (35.9%) e depressão (33.3%).
As dores ósseas/ articulares (21.9%)
e o excesso de colesterol (19.9%)
foram as outras patologias mais fre-
quentes. O stress estava presente em
79.4% das queixosas.
Setenta e sete por cento das inquiri-
das com problemas de excitação
eram heterossexuais, 13% não res-
ponderam a esta questão e cerca de
9.9% eram parcialmente ou exclusi-
vamente homossexuais.
Relativamente à frequência de rela-
ções sexuais, verificou-se que as
mulheres com disfunção relativa à
excitação têm menor número de
relações sexuais e que a frequência
diminuía com o aumento da gravi-
dade da patologia.
Das 306 mulheres identificadas
como tendo problemas de excitação,
230 (75.1%) tinham concomitante-
mente alteração do desejo sexual,
196 (64.1%) tinham alterações do
orgasmo e 173 (56.3%) tinham dor
ou desconforto na relação sexual.
Perturbações do orgasmo
Foram caracterizadas 301 mulheres
com perturbações do orgasmo, de li-
geira a severa. A idade média foi de
44.7 anos (dp=14.9), estando esta
disfunção presente em todos os gru-
pos etários de forma semelhante,
ainda que de forma mais predomi-
nante nas mulheres com idades entre
os 40 e os 49 anos (27.6%).
Relativamente à distribuição regio-
nal, verificou-se uma prevalência su-
perior no Norte e Centro (27% e
28% respectivamente), sendo a
região com menor prevalência, o
Alentejo (13.6%).
Das mulheres com alterações do
orgasmo, 90 em 301 (29.9%) ti -
nham filhos. A alteração do orgas -
mo predominou nas mulheres casa-
das (28.1%).
Embora a maioria das mulheres com
esta disfunção tenha o ensino se-
cundário ou superior, foi no grupo
com menor nível de escolaridade que
se verificou uma maior prevalência
desta situação (35.4%).
No que diz respeito a características
clínicas, verificou-se um índice de
massa corporal dentro dos valores
normais (IMC=24.8 Kg/m2). As pato-
logias mais referidas foram ansie-
dade (33.9%), depressão (32.9%) e
alergias (22.3%). O stress estava pre-
sente em 80.6% das queixosas.
Oitenta e quatro por cento das in-
quiridas com problemas de orgasmo
eram heterossexuais, 11.9% não res-
ponderam a esta questão e cerca de
3.8% eram parcialmente ou exclusi-
vamente homossexuais.
Relativamente à frequência de rela-
ções sexuais, verificou-se que as mu-
lheres com disfunção orgásmica têm
menor número de relações sexuais e
que a frequência diminui com o au-
mento da gravidade da patologia.
Das 301 mulheres identificadas
como tendo alterações do orgasmo
203 (67.6%) tinham concomitante-
mente alterações do desejo sexual,
196 (65.3%) tinham alteração da ex-
citação e 171 (56.7%) tinham dor/
desconforto na relação sexual.
Desconforto/dor na relação sexual
Foram caracterizadas 324 mulheres
com grau ligeiro a severo de descon-
forto/ dor na relação sexual. A situa-
ção foi mais frequente nos grupos
etários mais jovens (26.5% entre 18
e 29 anos e 25.3% entre 30 e 39
anos).
Relativamente à distribuição regio-
nal, verificou-se uma prevalência
superior no Centro (31.3%) e muito
baixa no Alentejo e Algarve (5.9%
em cada).
Das mulheres com problemas de, 117
em 324 (36.1%) tinham filhos. A si-
tuação de desconforto e dor predo-
mina nas mulheres casadas (29%).
Embora a maioria das mulheres com
esta disfunção tenham o ensino se-
cundário (10º ao 12º ano), foi no
grupo com maior nível de escolari-
dade que se verificou uma maior
prevalência desta situação (35.3%).
No que diz respeito a características
clínicas, verificou-se também um ín-
dice de massa corporal dentro dos
valores normais (IMC=24.3 Kg/m2).
As patologias mais referidas foram
ansiedade (32.1%), depressão
13
em Destaque
(27.2%) e alergias (23.5%). O stress
estava presente em 81.0% das mu-
lheres.
Oitenta e um por cento das inquiri-
das com desconforto/dor na relação
sexual eram heterossexuais, 12% não
responderam a esta questão e cerca
de 7% eram parcialmente ou exclu-
sivamente homossexuais.
Relativamente à frequência de rela-
ções sexuais, verificou-se que as mu-
lheres com desconforto e dor na re-
lação sexual têm menor número de
relações sexuais e que a frequência
diminui com o aumento da gravi-
dade da situação.
Das 324 mulheres identificadas
como tendo dor ou desconforto na
relação sexual, 172 (53.2%) tinham
concomitantemente alterações do
desejo sexual, 173 (53.3%) tinham
alteração da excitação e 171 (52.6%)
tinham alterações do orgasmo.
Discussão
Este estudo conta com uma amostra
de 1250 mulheres portuguesas entre
os 18 e os 75 anos (idade média=44)
numa distribuição aproximadamente
representativa de todas as regiões do
continente, sendo 76.5% residentes
em concelhos urbanos.
Relativamente à caracterização clí-
nica, as principais patologias referi-
das foram a ansiedade (24.9%) e a
depressão (19.2%). Parece-nos signi-
ficativo destacar nesta amostra da
população portuguesa, os 16.8% de
mulheres que referem estar a tomar
antidepressivos.
Os resultados relativos à prevalência
da disfunção sexual feminina, um
dos focos deste estudo, revelam uma
prevalência de 56.4% de mulheres –
que referiram ter pelo menos um
tipo de disfunção qualquer que fosse
a intensidade da mesma – e 18.6%
de mulheres que classificaram o seu
problema sexual como moderado /
grave ou severo / completo. Estes re-
sultados ilustram bem uma proble-
mática importante relativamente à
classificação e diagnóstico das dis-
funções sexuais femininas: a questão
problema vs. disfunção. Nem todos
os problemas ou dificuldades sexuais
constituem uma disfunção. O resul-
tado de 56.4% de prevalência de dis-
função sexual feminina, inclui as dis-
funções classificadas neste estudo
como ligeiras, o que reflete a exis-
tência de algum tipo de dificuldade
nas vivências sexuais. Por outro lado,
os resultados mostram que 75% das
mulheres revelaram ficar muito sa-
tisfeitas ou satisfeitas se mantives-
sem a atual função sexual. Ora este
resultado é muito claro, e de alguma
forma demonstra que os 56.4% não
traduzem a prevalência de disfun-
ções sexuais. Se mais de metade da
amostra fosse de mulheres disfun-
cionais (56.4%), não encontraríamos
75% satisfeitas com a atual função
sexual. Assim, na análise dos resulta-
dos, pensamos que são os 18.6% que
traduzem o grupo de mulheres com
disfunção sexual. Por outro lado, e
decorrente do tipo de metodologia
utilizada – um questionário de auto-
resposta –. devemos ainda considerar
que os resultados são baseados
numa avaliação das próprias mulhe-
res e não num diagnóstico clínico.
Quanto à análise dos tipos de disfun-
ção, os resultados revelam percenta-
gens muito semelhantes nos diferen-
tes quadros de disfunção: 35% de
problemas de desejo sexual, 34.1%
de problema de desconforto/dor na
relação, e exactamente o mesmo
valor para a disfunção da excitação
e do orgasmo (31.6%); e ainda os
11% de mulheres que apresentaram
simultaneamente todos os tipos de
disfunção. No grupo das 350 mulhe-
res identificadas como tendo proble-
mas de desejo sexual, 65.7% tinham
concomitantemente alterações da
excitação, 58.1% tinham alterações
do orgasmo e 49.2% tinham descon-
forto/dor na relação sexual. Esta ele-
vada frequência de sobreposição de
diagnósticos também se verifica nos
outros grupos de disfunções. Pensa-
mos que estes dados ilustram clara-
mente a questão da sobreposição de
disfunções, como verificamos na
prática clínica. Com bastante fre-
quência encontramos mulheres com
mais de um tipo de disfunção, o que
demonstra o carácter circular, em
vez de sequencial, da resposta sexual
feminina. Pensamos aliás, que as
disfunções sexuais femininas cons-
tituem um espectro muito diversifi-
cado de dificuldades. Daí, a entre-
vista clínica ser ainda o melhor
instrumento de avaliação.
Relativamente à caracterização do
grupo de mulheres com disfunções
sexuais, os resultados revelam que,
em geral, as perturbações sexuais
estão associadas positivamente às
patologias da ansiedade e depressão,
como seria de esperar, bem como a
outras variáveis como o baixo nível
educacional, menor número de rela-
ções sexuais e o estado civil “casa-
das”.
Outro resultado a destacar, diz res-
peito aos problemas sexuais dos par-
ceiros. A grande maioria serão par-
ceiros masculinos, pois a amostra é
maioritariamente heterossexual.
Quando questionadas relativamente
ao tipo de disfunção sexual do par-
ceiro, 49.7% referiram a diminuição
do desejo sexual do parceiro. Este
dado pareceu-nos inicialmente es-
tranho, pois o desejo hipoactivo não
é considerado um frequente pro-
blema masculino. Contudo, a avalia-
ção masculina do estudo EPISEX-PT
revelou que a diminuição do desejo
sexual foi a disfunção mais preva-
lente na população masculina ava-
liada, com 15.5%, contudo um valor
bastante afastado do que foi refe-
rido pelas mulheres.
Relativamente às implicações clíni-
cas deste estudo, consideramos sig-
nificativo os 85.2% de mulheres que
considera que o médico deveria in-
quirir sobre possíveis dificuldades se-
xuais, contudo, apenas 53.8% decla-
rou já ter sido questionada pelo mé-
dico sobre a sua vida sexual.
Sabemos que o profissional de saúde
pode não ter formação adequada
para tratar uma disfunção sexual,
mas pode sim detectar a existência
de problemas, averiguar o grau de
preocupação e interesse do doente
em resolver e por conseguinte, reen-
caminhar para outro profissional
com formação sexológica. Neste es-
tudo, os resultados mostram que
apenas 55% das mulheres com dis-
função sexual consultaram um pro-
fissional de saúde. Quando surge um
problema sexual a procura de ajuda
deve fazer-se o quanto antes, o que
permite intervir antes do problema
evoluir para uma disfunção. Quando
surgem dificuldades sexuais, o
tempo é um potencial inimigo. Outro
aspecto interessante, são os 20.9%
de mulheres que recorreram à inter-
net para informações sobre disfun-
ções sexuais. Atualmente, alguns
anos depois da recolha destes dados,
este valor dever-se-á ter alargado
muito, ninguém duvidando da sua
eficácia como meio de divulgação e
desmistificação dos problemas e dis-
funções sexuais.
Devemos assinalar a principal limita-
ção deste estudo que está relacio-
nada com a metodologia utilizada. O
instrumento de medida é um ques-
tionário de auto-resposta, são as
próprias mulheres que fazem uma
auto-avaliação da sua situação de
funcional vs. disfuncional, por con-
seguinte, a validade interna pode
estar comprometida. Sabemos que o
melhor método de avaliação das dis-
funções sexuais é a entrevista clínica.
Contudo, pensamos que este estudo,
com uma amostra de 1250 mulheres
portuguesas e uma taxa de resposta
de 68%, oferece um contributo con-
siderável, abrindo caminho para
futuras investigações no campo da
sexualidade feminina – um campo
de estudo negligenciado até há bem
pouco tempo – focando a importân-
cia da saúde sexual como uma esfera
a ter em conta na qualidade de vida
e bem estar em geral.
Conclusão
Segundo os resultados do estudo
EPISEX-PT Feminino, a prevalência
global de um qualquer tipo de dis-
função sexual feminina – incluindo
as ligeiras – atinge aproximada-
mente 2.210.000 mulheres portu-
guesas, ou seja 56% da população
feminina com mais de 18 anos.
Dizendo de outra maneira, apenas
aproximadamente 1.710.000 das
mulheres portuguesas com mais de
18 anos (44%) não sofrem de qual-
quer tipo ou grau de disfunção
sexual.
A análise por tipo de disfunção mos-
trou que cerca de 1.523.000 mulhe-
res (35%) têm algum grau de dimi-
nuição do desejo sexual; cerca de
1.254.000 mulheres (32%) algum
grau de diminuição da excitação/
lubrificação; cerca de 1.254.000
mulheres (32%) algum grau de difi-
culdade de orgasmo; e cerca de
1.332.000 portuguesas (34%) algum
grau de dor ou desconforto durante
a relação sexual.
Todos esses resultados devem, con-
tudo, ser analisados com precaução,
pois a prevalência global da disfun-
ção sexual significativa, isto é, de
grau moderada e grave, foi muito
menor: apenas 729.000 mulheres
(19%). Consideramos que este é o
número de portuguesas que se deve
considerar como possuidora de dis-
função sexual, com necessidade de
intervenção terapêutica. Contudo,
consideramos igualmente impor-
tante a procura de ajuda especiali-
zada também nos casos em que, em-
bora não exista o diagnóstico de
disfunção, se verificam dificuldades
ou problemas sexuais que podem ser
resolvidos, de modo a permitir uma
vivência da sexualidade mais satisfa-
tória.
Os autores
Pedro A. Vendeira, MD, PhD
vendeira@med.up.pt
Consultor de Urologia do Hospital de S.
João. Professor Auxiliar da Faculdade de
Medicina da Universidade do Porto. Res-
ponsável do Núcleo de Urologia da Clínica
Saúde Atlântica, Porto. Investigador da iSEX
– Associação para o Estudo Avançado da
Sexualidade Humana.
Nuno Monteiro Pereira, MD, MSc, PhD
n.pereira@ulusofona.pt
Urologista. Mestre em Sexologia. Doutorado
em Cirurgia/Urologia pela Universidade Nova
de Lisboa. Professor Associado da ULHT.
Director da Clínica do Homem e da Mulher.
Director da iSEX – Associação para o Estudo
Avançado da Sexualidade Humana.
Fátima Serrano,
fatima_serrano@hotmail.com
Consultora de Ginecologia da Maternidade
Dr. Alfredo da Costa. Assistente de Gineco-
logia da Faculdade de Ciências Medicina da
Universidade Nova de Lisboa. Mestre em
Sexologia pela Universidade Lusófona. In-
vestigadora da iSEX – Associação para o Es-
tudo Avançado da Sexualidade Humana.
Ana Alexandra Carvalheira, PhD
acarvalheira@ispa.pt
Psicóloga Clínica. Investigadora da Unidade
de Investigação em Psicologia e Saúde,
ISPA, Lisboa. Investigadora da iSEX – Asso-
ciação para o Estudo Avançada da Sexuali-
dade Humana.
Isex CADERNOS DE SEXOLOGIA • NÚMERO 4 JANEIRO/JUNHO 2011
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