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Plantas medicinais de uso caseiro - conhecimento popular e interesse por cultivo comunitário

Authors:
Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v.6, n.2, p.1-6, jun.2005 1
www.ccs.uel.br/espacoparasaude
PLANTAS MEDICINAIS DE USO CASEIRO - CONHECIMENTO POPULAR E
INTERESSE POR CULTIVO COMUNITÁRIO
MEDICINAL PLANTS OF DOMESTIC USE - POPULAR KNOWLEDGE AND INTEREST IN A
COMMUNITY GARDEN
Amir Hussein Arnous1 , Antonio Sousa Santos2, Rosana Passos Cambraia Beinner3
1 Enfermeiro Especialista da Equipe do Programa Saúde da Família (PSF), Secretaria Municipal de Saúde de Datas (MG)
2 Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professor do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências da Saúde -
Faculdades Federais Integradas de Diamantina – FAFEID
3 Doutora em Psicobiologia, Professora de Saúde Ambiental, Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências da
Saúde, Faculdades Federais Integradas de Diamantina – FAFEID. Correspondência: Faculdade de Ciências da Saúde, Grupo
JEQUI Saúde Coletiva, rua da Glória 187, Centro, Diamantina, Minas Gerais, 39100-000 Brasil. Telefone: 55 38 3531-1811, E-
mail: rosabeinner@fafeid.edu.br
Resumo
Com o desenvolvimento da tecnologia aliado ao interesse em se confirmar o conhecimento em
medicina popular, as plantas medicinais têm tido seu valor terapêutico pesquisado mais intensamente
pela ciência. A avaliação do grau de conhecimento desta terapêutica alternativa, em uma localidade
típica da região sudeste brasileira, revela o interesse comunitário na sua utilização. Os objetivos
desse estudo foram verificar o conhecimento e o uso popular de plantas medicinais, estimar a
satisfação com esta terapia e identificar meios de obtenção e de utilização. Foi aplicado um
questionário direcionado a uma amostra da população de Datas/MG, abordando socio-economia,
plantas conhecidas, motivo para uso, obtenção, forma de preparo e utilização, comprovação de
resultados e interesse em cultivar uma horta medicinal comunitária. Cerca de 80 plantas foram
citadas pelo conjunto dos entrevistados, destes, 83,6% acreditam que o tratamento com plantas
medicinais seja eficaz e 78,5% das pessoas cultivam algumas plantas medicinais em seus quintais e
jardins. Os profissionais de saúde da família, em especial os enfermeiros atuando localmente, devem
estar mais bem preparados para lidar com o uso popular de plantas medicinais, esclarecendo aos
usuários a forma correta de preparo e armazenagem das plantas, obtendo assim resultados
satisfatórios nos tratamentos. A comunidade mostrou interesse em participar de uma horta
comunitária e de grupos de discussão sobre o assunto, o que nos leva a considerar a possibilidade
de elaboração de um programa municipal que assista aos interessados no cultivo de plantas
medicinais e no uso doméstico assistido por profissionais de saúde.
Palavras-chaves: Desenvolvimento da Comunidade, Etnofarmacologia, Plantas Medicinais.
Abstract
With the development of technology and interest in confirming knowledge about popular medicine,
medicinal plants are having its researched therapeutic value considered by the science. The
evaluation of the degree of knowledge of this alternative therapeutics in a typical town of the Brazilian
southeast area, shows the interest of the local population to the health promotion with the use of
herbs. The aim of this study was to verify the popular knowledge and use of herbal medicines in a
community; to evaluate the satisfaction with herbal medicines; to identify where the material are
obtained and this forms of use. In order to study these parameters, a survey in Data/MG approaching
years of study, family income, and types of well-known plants, forms of preparation and use,
confirmation of results, reason for use and interest in cultivating a community medicinal garden was
performed. The sampled population identified more than 80 well-known herbs, 83.6% believe that the
treatment with herbal medicines is effective and 78.5% of the people regularly cultivate medicinal
plants in their back yards and gardens. Family health professionals should be prepared to work with
herbal medicines, to teach the users how to better cultivate, how to prepare and how to store these
products satisfactorily. The population demonstrated an interest in creating a community vegetable
garden as well as the elaboration of a local medicinal garden with the participation of health
professional involvement for community.
Key words: Community development, Ethnopharmacology, Herbal Medicine.
Arnous, A.H, Santos A.S, Beinner, R.P.C
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INTRODUÇÃO
Segundo a Resolução da Diretoria
Colegiada no. 48/2004 da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária – ANVISA1, fitoterápicos
são medicamentos preparados exclusivamente
com plantas ou partes de plantas medicinais
(raízes, cascas, folhas, flores, frutos ou
sementes), que possuem propriedades
reconhecidas de cura, prevenção, diagnóstico
ou tratamento sintomático de doenças,
validadas em estudos etnofarmacológicos,
documentações tecnocientíficas ou ensaios
clínicos de fase 3. Com o desenvolvimento da
ciência e da tecnologia as plantas medicinais
estão tendo seu valor terapêutico pesquisado
e ratificado pela ciência e vem crescendo sua
utilização recomendada por profissionais de
saúde.
A necessidade exige e a ciência busca
a unificação do progresso com aquilo que a
natureza oferece, respeitando a cultura do
povo em torno do uso de produtos ou ervas
medicinais para curar os males2. As plantas
medicinais sempre foram utilizadas, sendo no
passado o principal meio terapêutico
conhecido para tratamento da população. A
partir do conhecimento e uso popular, foram
descobertos alguns medicamentos utilizados
na medicina tradicional, entre eles estão os
salicilatos e digitálicos3
Na América Latina, em especial nas
regiões tropicais, existem diversas espécies de
plantas medicinais de uso local, com
possibilidade de geração de uma relação
custo-benefício bem menor para a população,
promovendo saúde a partir de plantas
produzidas localmente. No Brasil existem
diversidades e peculiaridades, com
concepções, opiniões, valores,
conhecimentos, práticas e técnicas diferentes,
que precisam ser incorporadas e respeitadas
no cotidiano, influenciadas por hábitos,
tradições e costumes. O conhecimento e uso
das plantas medicinais têm sido estimados,
baseando em algumas variáveis sociais4.
Algumas características desejáveis
das plantas medicinais são sua eficácia, baixo
risco de uso, assim como reprodutibilidade e
constância de sua qualidade. Entretanto,
devem ser levados em conta alguns pontos
para formulação dos fitoterápicos,
necessitando do trabalho multidisciplinar, para
que a espécie vegetal seja selecionada
corretamente, o cultivo seja adequado, a
avaliação dos teores dos princípios ativos seja
feita e para que a manipulação e a aplicação
na clínica médica ocorram5.
O aproveitamento adequado dos
princípios ativos de uma planta exige o
preparo correto, ou seja, para cada parte a ser
usada, grupo de princípio ativo a ser extraído
ou doença a ser tratada, existe forma de
preparo e uso mais adequados. Os efeitos
colaterais são poucos na utilização dos
fitoterápicos, desde que utilizados na dosagem
correta. A maioria dos efeitos colaterais
conhecidos, registrados para plantas
medicinais, são extrínsecos à preparação6 e
estão relacionados a diversos problemas de
processamento, tais como identificação
incorreta das plantas, necessidade de
padronização, prática deficiente de
processamento, contaminação, substituição e
adulteração de plantas, preparação e/ou
dosagem incorretas.
Como exemplo de avaliação de
qualidade quanto aos contaminantes, um
estudo7 investigou amostras de camomila
(Matricaria recutita) obtidas em farmácias,
ervarias e mercados. Somente cerca de
metade das amostras apresentaram os
constituintes dos óleos essenciais,
necessários à atividade antiinflamatória da
planta. Os resultados com a camomila indicam
a precariedade com que as plantas medicinais
e os fitoterápicos vêm sendo comercializados
e confirmam a necessidade urgente de
vigilância destes produtos no Brasil.
Tradicionalmente utiliza-se a
associação de ervas medicinais em
formulações, que devem ser administradas
com critério e sob orientação, porque as ervas
apresentam muitas vezes efeitos
farmacológicos similares, podendo
potencializar suas ações3. Os medicamentos
alopáticos podem ser associados aos
fitoterápicos, mediante acompanhamento de
um profissional da área de saúde, lembrando
que podem potencializar os efeitos de alguns
medicamentos alopáticos.
As informações técnicas ainda são
insuficientes para a maioria das plantas
medicinais, de modo a garantir qualidade,
eficácia e segurança de uso das mesmas. A
domesticação, a produção, os estudos
biotecnológicos e o melhoramento genético de
plantas medicinais podem oferecer vantagens,
uma vez que torna possível obter uniformidade
e material de qualidade que são fundamentais
para a eficácia e segurança6.
As plantas medicinais podem ser
classificadas por categorias8, de acordo com
sua ação sobre o organismo: estimulantes,
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calmantes, emolientes, fortificantes, de ação
coagulante, diuréticas, sudoríferas,
hipotensoras, de função reguladora intestinal,
colagogas, depurativas, remineralizantes e
reconstituintes.
Mesmo a fitoterapia sendo eficaz,
cabe aos profissionais de saúde orientar as
pessoas quanto ao uso indiscriminado de
algumas plantas medicinais. Sendo um
assunto de Saúde Pública, caberia aos
profissionais de saúde e aos programas
nacionais de saúde (Programa Saúde da
Família - PSF e Programa Agentes
Comunitários de Saúde - PACS) esclarecer
dúvidas da população, orientando a utilização
correta de plantas medicinais nas Unidades de
Saúde e nas visitas domiciliares.
Plantas causadoras de acidentes
domésticos, assim como suas conseqüências,
são estudadas no Centro de Assistência
Toxicológica do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo. A principal causa das intoxicações
é a presença de alcalóides, cardiotônicos,
glicosídios cianogenéticos, proteínas tóxicas,
glicosídios e furanocumarinas, oriundos de
algumas espécies de plantas ornamentais9.
Para evitar acidentes é necessário manter as
crianças afastadas das plantas ornamentais,
manipular os alimentos corretamente e não
utilizar plantas medicinais sem o
acompanhamento de profissionais habilitados.
De acordo com as necessidades de
cada comunidade pode-se decidir o que
plantar em uma horta comunitária, sendo que
geralmente as primeiras plantas devem ser da
própria região. A horta comunitária não deixa
de ser um local de estudo, pois deve propiciar
uma forma das pessoas se reunirem para
trocar idéias ou experiências, contribuindo
para que todos aprendam as formas de
propagar ou cultivar as plantas.
OBJETIVOS
O objetivo do estudo foi verificar o
conhecimento e uso de plantas medicinais em
uma comunidade rural. Especificamente
objetivou-se verificar a relação entre sócio-
economia, utilização e meios de obtenção da
matéria prima, assim como verificar o
interesse em cultivo de uma horta medicinal
comunitária.
METODOLOGIA
Entrevistas foram realizadas,
utilizando-se questionário semi estruturado
composto por 13 questões, enfocando sócio-
economia, plantas conhecidas, obtenção,
preparo e utilização, comprovação de
resultados, motivo para uso e interesse em
cultivar uma horta medicinal comunitária.
O questionário foi aplicado com a
ajuda dos agentes comunitários de saúde e
auxiliares de enfermagem do Programa Saúde
da Família (PSF) do município de Datas/MG,
com apoio da Secretaria de Saúde e da
população local. As entrevistas foram
conduzidas durante as visitas domiciliares,
com 500 (quinhentos) questionários aplicados
na sede do município e nas comunidades
rurais. Com base no número de habitantes no
município (aproximadamente 5.000 pessoas),
10% da população local foi entrevistada.
As entrevistas foram distribuídas
conforme o número de famílias por localidade
no município: zona urbana na sede do
município (249) e zona rural nos distritos de
Tombadouro (98), Palmital (68), Cachimbos
(32), Vargem do Basto (30) e Santa Cruz (23).
O município de Datas está situado na
mesoregião do Vale do Jequitinhonha (Minas
Gerais, Brasil), na microregião mineradora de
Diamantina, distante 265 Km da capital do
Estado (Belo Horizonte). Estima-se que
vegetação local seja constituída basicamente
por campo (37%), matas (32%), cerrado
(11%), capoeiras (9%), pastagens formadas
(2%), culturas permanentes (1%) e outros
(8%)10. A atividade econômica local advém da
exploração mineral e da agricultura de
subsistência, com sistema de troca de
mercadorias entre pequenos produtores.
RESULTADOS
A maioria dos entrevistados era do
sexo feminino (88,8%), acredita-se que no
horário das entrevistas os homens estavam
ausentes do domicílio. A maioria das pessoas
apresentava idade entre 20 e 69 anos de
idade e os principais meios de comunicação
das famílias eram o rádio e a televisão. Foram
citadas mais de 80 plantas conhecidas pela
população entrevistada, sendo aqui relatadas
as dez mais citadas: hortelã-pimenta (Mentha
piperita), poejo (Mentha pulegium), artemísia
(Chrysanthemum parthenium), boldo (Peumus
boldus), funcho (Foeniculum vulgare), erva
cidreira (Melissa officinalis), alecrim
(Rosmarinus officinalis), quebra-pedra
(Phyllanthus niruri L.), tanchagem (Plantago
major) e manjerona (Origanum majorana).
Foi verificada economia de baixa
renda entre a maioria dos entrevistados (72%),
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talvez por isso buscando tratamentos de baixo
custo ou que não façam mal (figura 1A), com
61,2% das pessoas afirmando que o
tratamento não faz mal. Dos envolvidos na
pesquisa, 84,5% afirmaram ter aprendido
sobre as plantas medicinais com seus
ascendentes (pais e avós principalmente) e
apenas uma pessoa (0,2%) relatou ter
aprendido com um profissional de saúde
(figura 1B). Outra informação interessante é
que 78,5% das pessoas possuem o hábito de
cultivar as plantas medicinais em seus quintais
e jardins e 38,2% também adquirem nos
quintais dos vizinhos e amigos, enquanto
apenas 3 essoas relataram que compram as
plantas (figura 1C).
Figura 1 – (A) Distribuição da renda
familiar de acordo com o salário mínimo,
(B) forma de aprendizagem do uso das
plantas medicinais, com quem aprende e
(C) forma de obtenção de plantas
medicinais no município de Datas/MG.
Dos entrevistados, 66% recorrem
primeiramente às plantas medicinais, em caso
de moléstia na família (figura 2A) e 83,6%
deles acreditam que o tratamento com plantas
medicinais seja eficaz (figura 2B).
Sobre o preparo, 376 entrevistados
(75,2%) referiram-se ao chá das plantas
medicinais, o que revela o fato de que na
maioria das vezes a planta é utilizada de forma
errônea porque só as partes duras (raiz, caule
e casca) devem ser cozidas. Verificou-se que
99,2% dos entrevistados apreciaram a idéia de
criar uma horta medicinal comunitária (figura
2C) e se mostraram entusiasmados com o
assunto.
INTERESSE EM CULTIVO
DE PLANTAS MEDICINAIS
496
0
100
200
300
400
500
Sim Não
Entrevistados
Figura 2 – (A) Em caso de doença a
população inicialmente busca auxílio em,
(B) resultados satisfatórios obtidos com o
uso e (C) interesse em cultivo de plantas
medicinais no município de Datas/MG.
DISCUSSÃO
As informações obtidas no presente
estudo estão em concordância com alguns
outros estudos realizados em centros urbanos
brasileiros, no entanto com alguma
RENDA FAMILIAR
359
108 15 513
0
100
200
300
400
500
Até 1 S.M. 1 a 3 S.M. 3 a 5 S.M. + 5 S.M. Não
informado
Salário Mínimo
Entrevistados
A
FORMA DE APRENDI ZAGEM
422
65 112
0
100
200
300
400
500
Ascendentes
(Pais , Avós,
Tios)
Outr os Profi ssional de
saúde Não
determinado
Entrevistados
B
AQUISIÇÃO DA PLANTA
392
191 108 3
0
100
200
300
400
500
Quintal
Quintal
vizinhos/ami
gos
No mato
Compra
Entrevistados
C
EM CASO DE DOENÇA RECORRE
154
330
6433
0
100
200
300
400
500
Médico Plantas
Medicinais Enfermeiro Vizinho Benzedeira Balconista
farmácia
Entrevistados
A
RESULTADOS SATISFATÓRIOS
417
378 2
0
100
200
300
400
500
Sempre Nunca Às vezes Não
determinado
Entrevistados
B
C
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discordância, como por exemplo, quanto à
forma mais comum de preparo das plantas
medicinais. O levantamento sobre as plantas
medicinais mais utilizadas pela população de
Umuarama11, região nordeste do Paraná
(aproximadamente 100 mil habitantes),
constatou–se que grande parte da população
utiliza as plantas medicinais no combate e
prevenção das doenças como uma alternativa
eficaz e barata.
Em um projeto de educação em
saúde, foi também estimado o conhecimento
das práticas populares de cura, resgatando
saberes e valorizando esses conhecimentos
não sistematizados, presentes nas práticas
das populações, ainda de forma marginalizada
e controvertida12. Foram entrevistados 110
professores e 162 alunos da 1ª à 4ª série do 1º
grau de quatro escolas da periferia de Belo
Horizonte (MG). O estudo avaliou o que a
população conhece sobre plantas medicinais,
e verificou também as crenças e os
tratamentos com remédios caseiros. A
finalidade da pesquisa foi investigar o
conhecimento das práticas populares de
saúde e como estas são utilizadas por
professores e escolares de escolas do ensino
fundamental. Foram indicadas mais de 50
plantas ou composições de plantas, sendo a
utilização alternativa de plantas relativamente
conhecida e utilizada.
Conforme verificado no presente
estudo, a faixa da população que mais utiliza
as ervas medicinais apresenta baixo nível de
escolaridade e a grande maioria acredita que
estas não fazem mal à saúde. Geralmente as
pessoas adquirem as espécies no quintal de
suas casas, sendo usadas com mais
intensidade na forma de chá por decocção,
para os mais variados tipos de moléstias. Os
aspectos culturais e educacionais influenciam
a seleção e uso das plantas medicinais13
assim como os sintomas e o tratamento
formal.
Os medicamentos à base de plantas
medicinais podem ser considerados como
recursos auxiliares em um programa
terapêutico global, sendo que os profissionais
da área da saúde devem atentar para esse
potencial, como meio de valorizar, estudar e
utilizar terapeuticamente espécies vegetais
nativas14. O conhecimento das preparações
fitoterápicas (benefícios e riscos potenciais
assim como habilidade de interagir com
medicamentos farmacológicos) habilita os
profissionais de saúde a fornecerem
esclarecimentos aos pacientes, que buscam
informações sobre plantas medicinais15.
As plantas medicinais são
empregadas em diferentes regiões do mundo,
e na maioria das vezes as indicações de
preparo e finalidade estão em concordância
com a literatura científica. Os profissionais de
saúde não estimulam o uso de plantas
medicinais por falta de conhecimento, e
encontram pouco respaldo para estudar o
assunto e esclarecer as dúvidas da população.
Vários estudos têm investigado a
utilização de plantas com efeitos medicinais,
entretanto o envolvimento da população e de
profissionais da saúde diretamente ligados ao
trabalho comunitário é relativamente
inexpressivo, sendo que mais esforços se
fazem necessários no treinamento quanto ao
uso alternativo de plantas medicinais. A
avaliação do grau de conhecimento desta
terapêutica alternativa em uma localidade
rural, típica da região sudeste brasileira, revela
o interesse desta predominante população
brasileira quanto ao uso de plantas medicinais
na promoção da saúde.
É um fato lamentável que os
profissionais de saúde estejam pouco
preparados para lidar com as plantas
medicinais. Uma boa forma de recuperar essa
tradição é trabalhar esse assunto com a
comunidade com auxílio das equipes de
PSF/PACS. São necessários alguns cuidados
para que enfermeiros e outros profissionais de
saúde alcancem sucesso com o uso de
plantas medicinais5. Devem ser propostos
subsídios para os profissionais que atuam em
saúde comunitária, diante do uso medicinal
das plantas e derivados4.
As informações devem ser adaptadas
à realidade da população que costuma cultivar
ou usar algumas plantas com potencial
medicinal, devendo haver suporte das
Secretarias Municipais de Saúde quanto ao
estímulo e suporte às atividades de cultivo,
processamento e estratégia de difusão local.
Programas que envolvem a
comunidade no cultivo de jardins ou hortas
medicinais revelam membros da comunidade
que são desejosos de se engajarem neste tipo
de atividade para promoção da saúde16. São
necessárias pesquisas que apontem os
benefícios de hortas medicinais para
promoção e melhoria da saúde pública e
possam contribuir com modelos que integrem
o papel social, o ambiente físico e as
perspectivas integradas para fortalecimento da
capacidade comunitária, com efetiva
Arnous, A.H, Santos A.S, Beinner, R.P.C
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promoção da saúde no nível local.
CONCLUSÃO
A população deveria ser mais bem
informada quanto as formas de preparo das
plantas medicinais mais comumente utilizadas.
O preparo sob a forma de cozimento é
geralmente utilizado de forma errônea, pois
somente a raiz, o caule e a casca (partes
duras) devem ser cozidos17.
Constata-se a importância para o
profissional de saúde, do conhecimento básico
sobre plantas medicinais e fitoterapia e
principalmente quanto aos costumes da
população. Recomenda-se que estudos em
saúde alternativa sejam incluídos no currículo
dos cursos de saúde18. Isto poderia ser feito
sem exaustivo aumento nos fatos ensinados, e
poderia servir para introduzir idéias mais
amplas contidas nas terapias alternativas.
É desejo da comunidade investigada
participar de uma horta comunitária para
cultivo de plantas de emprego medicinal. Os
profissionais de saúde precisam ser mais bem
preparados pelas instituições formadores para
fornecer suporte comunitário no emprego de
plantas medicinais e fitoterápicos, propiciando
melhoria da saúde com produtos de baixo
custo e resgatando valores da cultura popular.
Devem para isso também contar com o
suporte dos gestores públicos para
implantação e manutenção de programas
locais, com participação de profissionais e
agentes comunitários em integração com a
comunidade.
A participação social na produção da
‘farmácia verde’ comunitária deve ser
estimulada, com envolvimento das prefeituras,
secretarias de saúde e agricultura,
associações comunitárias e instituições de
ensino, pesquisa e extensão, para
aproveitamento integral dos benefícios.
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... A Fitoterapia é a ciência que estuda a utilização de plantas ou parte delas para a terapêutica de diversas enfermidades humanas. Atualmente, o uso de plantas medicinais e fitoterápicos se encontram em expansão, principalmente, devido ao interesse pelas terapias naturais terem aumentado significativamente (Arnous et al., 2011). ...
... Podem eventualmente existir em pequenas quantidades se a secagem for realizada em uma temperatura inferior a 40 C, uma vez que são altamente instáveis e decompõem-se facilmente pelo calor, umidade ou variações de pH, originando outros compostos. Além disso, são insolúveis em água, existindo apenas em preparações não aquosas (Arnous et al., 2011). ...
... Os caules são glabros ou minimamente pubescentes e herbáceos e possuem gavinhas. As suas folhas são alternadas, trilobadas e, ocasionalmente, pentalobadas, medindo 15 centímetros de comprimento e 13 de largura e possui pecíolos com duas glândulas junto à base da lâmina foliar (Arnous & Santos, 2011). ...
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A ansiedade é um sentimento de medo vago e desagradável, caracterizado por um desconforto derivado de uma antecipação de perigo, de algo desconhecido. A Valeriana officinalis é a planta mais utilizada na terapêutica, rica em ácidos valerênicos e isovalericos, sendo muito utilizada para tratar problemas de saúde, como insônia, ansiedade e estresse. Passiflora incarnata é uma planta medicinal utilizada na preparação de infusões, tinturas e remédios fitoterápicos para combater a ansiedade e a insônia. O objetivo desse artigo é Realizar uma revisão bibliográfica narrativa evidenciando aspectos relacionados ao uso das plantas medicinais para o tratamento da ansiedade. Na metodologia, será realizada uma revisão sistemática onde será realizada uma leitura exploratória, avaliando-se o título e o resumo do artigo. A busca considerou apenas os artigos publicados em 2010-2022 nos seguintes idiomas: Português, Inglês e Espanhol. Foram excluídos estudos secundários, artigos repetidos nas buscas e outros materiais que fugiram do tema da pesquisa. Dos 576 estudos encontrados na pesquisa, foram utilizados 10 para a realização deste estudo. Os estudos mostraram que já existem pesquisas que comprovem os efeitos das plantas Valeriana officinalis e Passiflora incarnata no tratamento da ansiedade. Ambas as plantas agem diretamente no sistema nervoso central utilizando o GABA (ácido gama-aminobutírico), neurotransmissor inibitório que ajuda no tratamento da ansiedade. Após explorar sobre o perfil botânico e fitoquímico dessas plantas, e também avaliar os estudos selecionados, pode-se concluir que as plantas Valeriana officinalis e Passiflora incarnata podem e já são utilizadas no ramo fitoterápico como medicamentos para diminuir a Ansiedade.
... O crescimento no mundo do interesse, indicação e utilização dos fitomedicamentos pode ser explicada pela crescente busca das populações por terapêuticas menos agressivas, pelos avanços científicos no campo da farmacognosia e fitoterapia e, principalmente, por ser uma estratégia terapêutica de fácil acesso e baixo custo. (ARNOUS et al., 2005). ...
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Campus São Mateus: Resumos expandidos da X Jornada de Integrada de Extensão e Cultura da UFES
... A milhares de anos as plantas medicinais vêm sendo utilizadas como recurso terapêutico em todo o mundo (ARNOUS et al., 2005). Muitos países, hoje em dia só permitem o uso de fitoterápicos com prescrição médica (MARCONATO et al., 2019). ...
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O rizoma da Simaba ferruginea St. Hil tem sido utilizado, popularmente, para úlceras, febres, diarreias e processos inflamatórios. Estudos farmacológicos têm ratificado algumas destas ações. Entretanto, os efeitos na reprodução não estão elucidados. O objetivo deste trabalho foi estudar efeitos do extrato hidroetanólico (70%) do rizoma da Simaba ferruginea St. Hil (EHSF) na reprodução de ratas Wistar e conseqüências desses efeitos no desenvolvimento intra-uterino da prole. Para tanto, os animais foram tratados com EHSF 50 e 100 mg Kg-1 ou água destilada por 15 dias e verificaram-se os efeitos no ciclo estral, acasalamento, número de fetos no útero, peso úmido do útero/ovário, consumo de água e ração, peso de outros órgãos internos e nos parâmetros bioquímicos do soro. O estudo do ciclo estral mostrou que 100% das ratas completaram o ciclo, e não foram observadas alterações no ganho de peso corporal, consumo de água e ração, peso úmido do coração, fígado, pulmões, baço, rins e útero/ovário; porém, a concentração da aspartato aminotransferase (AST) foi aumentada. A implantação dos fetos foi reduzida com a maior dose. Estes dados sugerem que o EHSF pode apresentar hepatotoxicidade, e que a redução no número de fetos implantados não está relacionada com interferência no ciclo estral nem no acasalamento. Palavras-chave: Simaba Ferruginea. Reprodução. Ratas. Prole. Toxicidade Abstract The rhizome of Simaba ferruginea St. Hil has been popularly used in the treatment of ulcers, fever, diarrhea and inflammatory processes. Pharmacological studies have ratified some of these actions. However, the effects on reproduction have not been elucidated. This study aimed to study the effects of the hydroethanolic extract (70%) from the rhizome of Simaba ferruginea St. Hil (EHSF) on the reproduction of Wistar rats and the consequences on the intrauterine development of offspring. For this purpose, the animals were treated with EHSF 50 and 10 mg Kg-1 or vehicle for 15 days and effects on the estrous cycle, mating, amount of fetuses in the uterus, uterus / ovary fresh weight, consumption of water and food, weight of the other internal organs and biochemical parameters of the serum were observed. The study of the estrous cycle showed that 100% of the rats preserved the cycling sequence, and alterations on the body weight gain, consumption of water and food, fresh weight of heart, liver, lungs, spleen, kidneys and uterus / ovary were not observed; however, the concentration of aspartate aminotransferase (AST) was increased. The implantation of fetuses was decreased with administration of the highest dose. This data suggest that EHSF may increase hepatoxicity, and that the reduction on the amount of implanted fetuses is not related with the interference on neither estrous cycle nor mating. Further studies are necessary in order to explain this data. Keywords: Simaba ferruginea. Reproduction. Rats. Offspring. Toxicity.
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O Brasil é um dos países com maior biodiversidade do planeta, sobretudo no Bioma Amazônico, que se destaca por sua grande diversidade de espécies vegetais. Dada a riqueza da flora e o potencial fitoterápico do país, resultado do conhecimento tradicional e científico, o uso de plantas medicinais é muito comum na atenção primária à saúde, sobretudo em regiões com alta diversidade como a Amazônia. Visando comparar o conhecimento etnobotânico sobre plantas medicinais em comunidades urbanas e rurais do sul da Amazônia, foram coletados dados etnobotânicos por meio de questionários aplicados a 300 moradores, sendo 150 na zona urbana e 150 na zona rural, sendo que em cada comunidade apenas 25 foram escolhidos para a pesquisa. Foram informadas 37 espécies de plantas com uso medicinal, sendo que 36 foram citadas pelos informantes da área rural e 28 pela área urbana. Verificou-se que o conhecimento etnobotânico de plantas medicinais nas zonas urbana e rural no sul da Amazônia apresenta diferenças principalmente nas espécies utilizadas do que na quantidade, evidente entre pessoas de maior idade. Além disso, a proximidade de fontes naturais, como a floresta, é um grande diferencial para as zonas rurais, que aproveitam e os recursos próximos.
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The higher fungi constitute a precious wealth for humanity, some of which have a nutritional quality and an interest in human health as sources of natural biomolecules, also a utility both ecological and economic. The present study aims to present the fungal biodiversity of the wilaya of Tlemcen as well as the selection of seven mushrooms in order to chemically characterize their extracts and evaluate their biological activities. For this, mycological surveys were conducted on the 15 study sites from autumn 2018 to spring 2022. The recognition of macromycetes is based on morphological identification. The results of the mycological inventory indicate a very remarkable fungal biodiversity across the region of Tlemcen, a set of 56 species of mushrooms have been listed, classified into 40 genera and 28 families belonging to 11 orders. Five mushrooms are recorded in Algeria for the first time. The myco-chemical study carried out on the different extracts prepared (hydro-methanolic, hexane, dichloromethane and AEEM mixture) is performed, by myco-chemical screening, spectrophotometric assays of total polyphenols, flavonoids, condensed tannins, flavonols, saponins and triterpenoids as well as the determination of β-carotene and lycopene. Furthermore, GC-MS analyses were performed for the selected extracts. First, in order to determine the toxicity of the different extracts, the hemolysis test was performed in vitro against human red blood cells. The total antioxidant capacity, DPPH● , ABTS●+ radical scavenging and iron reducing power (FRAP) tests were used to evaluate the in vitro antioxidant capacity of the extracts. The anti-inflammatory activity of the extracts was monitored in vitro by the heat denaturation protein inhibition method and also by the erythrocyte membrane stabilization method which includes heat-induced hemolysis. Determination of antihemolytic activity and investigation of the α-amylase inhibitory effect of the extracts were performed. hydro-methanolic, hexane, dichloromethane and AEEM mixture It is necessary to mention the considerable toxicity levels of the extracts of dichloromethane of Tricholoma pseudonictitans, the hydro-methanolic of Boletus satanas and the hexane of Suillus collinitus towards human erythrocytes with rates respectively (38.35 ± 2.64%; 28.07 ± 1.41% and 26.03 ± 0.56%). The level of hemolysis in other extracts still meets safety standards. The hydro-methanolic extract of Melanogaster broomeianus reported the highest contents of total and reducing sugars (494.70 ± 7.95 and 406.46 ± 16.80 µg EG/mg Ext-S respectively). The different results acquired revealed the richness of the tested extracts in secondary metabolites. The (IC 50 ) of ABTS test of the mixture extract of (AEEM) of Pleurotus eryngii var. ferulae, the mixture extract (AEEM) of M. broomeianus, the hexane and the dichloromethane extract of S. collinitus, the dichloromethane extract of B. satanas and the hydro-methanolic extract of Suillus mediterrneensis were higher than the standard. The (EC 50 ) of FRAP test of the dichloromethane extract of S. collinitus was higher than that of ascorbic acid. The dichloromethane extract of P. eryngii var ferulae, the hydro-methanolic extract and the mixture extract (AEEM) of M. broomeianus and the hydro-methanolic extract of Terfezia claveryi showed a very interesting protective activity against protein denaturation. T. claveryi, P. eryngii var. ferulae, M. broomeianus species showed protective ability against heat-induced hemolysis. M. broomeianus and P. eryngii var. ferulae species showed more potent anti-hemolytic protection than the standard.
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Owing to the potentially harmful adverse effects of current anti-inflammatory drugs, there is a need to identify new alternative substances. Thus, this study aimed to perform a phytochemical analysis of A. polyphylla to identify compounds responsible for its anti-inflammatory activity. Several fractions of the A. polyphylla extract were obtained and evaluated in an ex vivo anti-inflammatory assay using fresh human blood. Among the evaluated fractions, the BH fraction displayed the highest percentage of PGE2 inhibition (74.8%) compared to the reference drugs dexamethasone and indomethacin, demonstrating its excellent potential for anti-inflammatory activity. Astragalin (P1), a known 3-O-glucoside of kaempferol, was isolated from the A. polyphylla extract for the first time. In addition, a new compound (P2) was isolated and identified as the apigenin-3-C-glycosylated flavonoid. Astragalin showed moderate PGE2 activity (48.3%), whereas P2 was not anti-inflammatory. This study contributes to the phytochemical studies of A. polyphylla and confirms its anti-inflammatory potential.
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Este trabalho teve por objetivo realizar um estudo sobre a ocorrência e formas de uso de plantas medicinais na comunidade Nossa Senhora Aparecida, Assentamento Benedito Alves Bandeira, Acará/PA. Utilizou-se de ferramentas metodológicas como questionário, entrevistas, observação participante, turnê guiada, coleta e preparação de exsicatas para a identificação botânica das espécies. O uso de plantas medicinais na comunidade é comum, foram citadas 77 etnoespécies, que eram encontradas nos quintais, na mata ou compradas no comércio. Totalizaram 66 finalidades e 17 formas de preparo. Entrevistados de todas as faixas etárias, homens e mulheres sem distinção de nível de escolaridade, compartilham seus saberes de forma oral ou na observação da prática, formas pelas quais também aprenderam. O conhecimento popular sobre plantas medicinais se mantém vivo e forte na comunidade, sendo que 17 participantes da pesquisa têm as plantas medicinais como primeira opção para o tratamento de enfermidades, seja de forma preventiva ou curativa.
Resolução RDC n° 48, de 16 de março de 2004. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos
  • Brasil
-Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n° 48, de 16 de março de 2004. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos.
Medicina natural, um novo conceito. A fórmula: guia de negócios
  • W R Accorsi
Accorsi WR. Medicina natural, um novo conceito. A fórmula: guia de negócios 2000; 2(4):5. 3 -Botsaris AS, Machado PV. Introdução a fitoterapia. Memento Terapêutico Fitoterápicos 1999; 1:8-11.
14 -Machado PV, Botsaris AS. Guia de saúde e orientação terapêutica. Monteiro da Silva
  • D -Mahabir
  • M G Gulliford
-Mahabir D, Gulliford MG. Use of medicinal plants for diabetes in Trinidade and Tobago. Rev Panam Salud Publica 1997; 1(3):174-9. 14 -Machado PV, Botsaris AS. Guia de saúde e orientação terapêutica. Monteiro da Silva, J Flora Med 1999; 1(1).