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Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.34, n.2, p.114-122, abr./jun. 2010. Disponível em www.cbra.org.br
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Recebido: 23 de dezembro de 2008
Aceito: 16 de novembro de 2010
Hormonioterapia aplicada à ginecologia equina
Hormoniotherapy applied to equine gynecology
D.R. Faria1, A. Gradela2,3
1Aluno do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Camilo Castelo Branco, Campus de Descalvado, SP, Brasil
2Curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Campus de Ciências Agrárias,
Petrolina, PE, Brasil
3Correspondência: agradela@hotmail.com
Resumo
Aumentar a eficiência reprodutiva de animais de grande interesse zootécnico é um desafio para os
profissionais que trabalham com equinos, principalmente pelas limitações impostas pela sazonalidade
reprodutiva. Conhecimento da hormonioterapia aplicada à ginecologia equina é necessário para otimizar o uso
destes animais durante a estação reprodutiva. Este trabalho objetivou descrever os principais hormônios
utilizados na reprodução equina, bem como suas aplicações clínicas. Foram abordados os seguintes hormônios:
prostaglandinas, estrógenos, progesterona ou progestágenos, hCG, GnRH, EPE, eFSH e ocitocina. Ficou
evidente que o conhecimento da hormonioterapia aplicada à ginecologia equina é de extrema importância, pois
permite o aumento dos lucros por meio da melhora da eficiência reprodutiva de animais de alto valor genético,
gerando benefícios tanto para o profissional quanto para o proprietário.
Palavras-chave: égua, hormônios reprodutivos, eficiência reprodutiva.
Abstract
Improvement of reproductive efficiency of animals of high value is a challenge for professionals who
work with horses mainly by limitations imposed by the reproductive seasonality. Knowledge of hormone therapy
applied to the equine gynecology is necessary to optimize the use of these animals during the breeding season.
This work aimed to describe the principal hormones used in equine reproduction, as well as its clinical
applications. Approached hormones were: prostaglandins, estrogens, progesterone or progestagens, hCG,
GnRH, EPE, eFSH and oxytocin. It was evident that the knowledge of hormone therapy applied to equine
gynecology is very important. It allows the increase in profits through improvement of reproductive efficiency of
high genetic value animals, generating benefits for both the professional and the owner.
Keywords: mares, reproductive efficience,. reproductive hormones.
Introdução
Na eqüinocultura, o aumento da eficiência reprodutiva é necessário para maior aproveitamento e
intensificação do ritmo de melhoramento genético dos animais. Devido às influências do fotoperíodo, a
incidência de ovulações varia no decorrer do ano, limitando a utilização reprodutiva das éguas, de modo que a
utilização da hormonioterapia aplicada à ginecologia equina desempenha papel primordial.
As éguas são consideradas poliéstricas estacionais, ou seja, têm ciclo reprodutivo dividido em período
de competência sexual (estação reprodutiva) durante a primavera/verão e de incompetência sexual (estação não
reprodutiva) no outono/inverno, sendo esta característica marcante nas regiões onde há grande variação
fotoperiódica durante o ano. Na fase que antecede a estação reprodutiva, denominada de transição de primavera
(de agosto a outubro), as éguas começam a ciclar, mas os cios são prolongados e anovulatórios e, na fase que
segue a estação reprodutiva, denominada de transição de outono (de março a maio), elas vão parando de ciclar e
os cios tornam-se prolongados e anovulatórios. Após esta fase, elas entram em um período de anestro, que se
estende de maio a agosto (Oliveira e Souza, 2003).
Entre os benefícios da hormonioterapia, pode-se citar o aumento do período de ciclicidade durante o
ano, a diminuição do ciclo estral, o aumento do número de ovulações/ciclo e, consequentemente, de
embriões/ciclo, a possibilidade de tornar o ambiente uterino propício ao desenvolvimento embrionário, a indução
de parto e abortamento, o auxílio no tratamento de infecções uterinas e a contribuição na utilização de
biotécnicas reprodutivas, como inseminação artificial (IA), transferência de embriões (TE), congelamento de
embriões, fertilização in vitro (FIV) e vitrificação de embriões.
Este trabalho teve por objetivo descrever os principais hormônios utilizados na ginecologia equina,
como prostaglandina F2α (PGF2α), estrógenos, progestágenos, gonadotrofina coriônica humana (hCG),
hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), extrato de pituitária equina (EPE), hormônio folículo estimulante
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equino purificado (eFSH) e ocitocina, assim como suas aplicações clínicas, para um melhor aproveitamento de
suas vantagens.
Uso de prostaglandinas (PGs)
As prostaglandinas estão presentes em todos os tecidos animais, exercendo várias funções.
Quimicamente são parte do grupo chamado eicosanóides derivados do ácido araquidônico, que sofre ciclização
por ação da enzima ciclo-oxigenase e forma um anel pentano que recebe várias insaturações. Elas participam de
diversas ações metabólicas, processos fisiológicos e patológicos, ovulação, função endócrina, entre outras
(González e Silva, 2003).
Dentre as prostaglandinas, a prostaglandina F2α (PGF2α) e seus análogos são os hormônios mais
utilizados na reprodução equina. Apresenta uma excepcional contribuição quando utilizada sozinha para indução
de cio em éguas cíclicas ou quando em apoio ao uso de biotécnicas como a inseminação artificial e a
transferência de embriões. A PGF2α é considerada o agente luteolítico primário em éguas, pois, em fêmeas não
gestantes, controla a lise do corpo lúteo (CL) que ocorre após sua liberação pelas células endometriais entre os
dias 13 e 16 após a ovulação (Milvae et al., 1996). Pode ser utilizada para finalizar uma fase luteal persistente ou
anestro lactacional, controlar o tempo de ovulação, induzir a secreção de gonadotrofinas, sincronizar o estro,
tratar éguas com endometrite, eliminar pseudogestação (McKinnon e Voss, 1992), estimular a contração uterina,
induzir o parto (Rossdale et al., 1979; Ousey et al., 1984) e promover abortamentos antes da formação dos
cálices endometriais (35-40 dias; Neely, 1983; McKinnon e Voss, 1992). Atua também no transporte
espermático, na motilidade das trompas e na contração do canal deferente (Hafez e Hafez, 2004).
Embora a prostaglandina F2α possa ser administrada pelas vias intramuscular (IM), intravenosa (IV),
intra-uterina (IU) ou intra-luteal, a via intramuscular é a preferida, pois alia praticidade a menores efeitos
colaterais. Estes são observados em cerca de 10% das éguas poucos minutos após sua administração. Os sinais
mais frequentes são: sudorese, taquicardia, distúrbios abdominais, incoordenação motora e prostração
(Lutalyse®, Pfizer Saúde Animal; bula do fabricante). Além de poder ser aplicada pelas vias citadas
anteriormente, Alvarenga et al. (1998) testaram a eficácia do uso de microdoses (1/10 da dose mínima
recomendada) depositadas no acuponto Bai Hui (espaço lombo-sacro) em éguas durante a fase luteínica.
Verificaram o mesmo efeito luteolítico de quando a aplicação da dose convencional foi feita por via
intramuscular. O retorno ao estro após a aplicação é observado em dois a quatro dias (Neely, 1983) ou três a
cinco dias (Kotwica et al., 2002), e a ovulação em sete a 12 dias (Neely, 1983). Por seu efeito indireto sobre a
liberação de GnRH e, consequentemente, de hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo estimulante (FSH),
a PGF2α também pode ser utilizada para estimular o crescimento folicular e a ovulação em éguas transicionais
(Neely, 1983).
Na sincronização e indução de estro, pode ser aplicada em qualquer fase do ciclo estral em duas doses,
com intervalo de 14 dias, ou em dose única (Irvine, 1993) após a detecção de um CL maduro (dias oito a 10 do
ciclo estral; Hughes et al., 1972), ou, ainda, associada à administração de progesterona (P4; Wilde et al., 2002;
Zuccari et al., 2006). Segundo Wilde et al. (2002), 82% das éguas tratadas com dispositivo intravaginal de
progesterona (PRID®) por 12 dias apresentaram sinais externos de estro considerados normais quanto à
intensidade e duração, enquanto Zuccari et al. (2006) ressaltaram poder existir variação entre éguas quanto à
frequência e/ou ocorrência de alguns eventos comportamentais nas fases de estro e diestro.
Para indução de parto, a PGF2α é utilizada nas doses de 5-10 mg de Dinoprost dinoprost ou 250 µg de
cloprostenol, intramuscular. A égua mostrará sinais de parto em 30 minutos, e o feto nascerá dentro de 2 horas,
podendo causar, entretanto, desconforto em muitos casos e resultar em alto índice de distocia e morte do potro
(Rossdale et al., 1979; Ousey et al., 1984; Landim-Alvarenga et al., 2006). Para indução de aborto, Neely (1983)
recomenda utilização em dose única até no máximo 35 dias de gestação com observação do estro dentro de dois
a quatro dias. Todavia, quando os cálices endometriais estão presentes e produzindo a gonadotrofina coriônica
equina (ECG; entre 35 e 120-150 dias de gestação), devem-se administrar injeções sucessivas a cada 24 horas,
por, no mínimo, três dias. Neste caso, as éguas só apresentarão estro quando a gonadotrofina equina e os cálices
endometriais desaparecerem (de 120 a 150 dias pós-cobertura).
No tratamento de endometrite, a PGF2α é eficaz em aumentar a intensidade das contrações uterinas
auxiliando no processo de limpeza do útero, além de apresentar um tempo de ação mais prolongado (5 horas para
o cloprostenol) quando comparada à ocitocina (45 minutos). Entretanto, o cloprostenol é capaz de interferir na
formação normal do corpo lúteo, resultando numa menor produção de progesterona por este e, assim, numa
menor taxa de prenhez quando comparado ao uso de ocitocina. Consequentemente, a suplementação com
progesterona é recomendada após o uso de cloprostenol para o fim acima exposto (Brendemuehl, 2002).
Uso de estrógenos (E2)
Os estrógenos são hormônios esteroides associados aos sinais de estro e produzidos, principalmente,
pelos folículos ovarianos e pela unidade feto-placentária, embora pequenas quantidades sejam também
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produzidas em outras áreas do corpo. Em éguas, a secreção folicular de estrógenos atinge o pico um ou dois dias
antes da ovulação e, depois, declina até atingir níveis básicos no diestro e, ao contrário do que ocorre em outras
espécies, a administração de estrógenos não leva à onda pré-ovulatória de LH nem causa marcada supressão no
LH (McKinnon e Voss, 1992).
A administração de uma pequena dose de estradiol (0,5 a 1,0 mg) em éguas em anestro profundo é
capaz de induzir sinais de estro dentro de 3 a 6 horas, o que é interessante quando se deseja utilizar uma égua
como “manequim” para coleta de sêmen, enquanto em éguas com corpo lúteo funcional, sinais de estro não são
observados (Neely, 1983). Por outro lado, a administração de 17-ß estradiol (50 mg, IM) ou de cipionato de
estradiol (50 mg, IM) no dia seguinte à ovulação em éguas cíclicas suprime o desenvolvimento folicular sem
alterar a função luteal, podendo estes serem utilizados em programas de sincronização de estro e ovulação
associados à prostaglandina (sem progesterona) com o mesmo grau de sincronização de quando administrados
em associação com progestágenos (Pinto et al., 2004).
Uso de progesterona (P4) ou progestágenos
A progesterona é o progestágeno natural secretado pelas células luteínicas do corpo lúteo, pela placenta
e pelas glândulas adrenais. Sua secreção é estimulada primariamente pelo LH, e sua função é promover o
encerramento dos sinais de estro, manter a fêmea não receptiva ao macho, preparar o útero para a recepção do
embrião e manter a gestação inicial aumentando a atividade secretora das glândulas endometriais e a tonicidade
uterina. Além disso, inibe a liberação episódica de LH quando em níveis elevados, sendo, portanto, um
importante regulador do ciclo estral (González, 2002; Hafez e Hafez, 2004).
A administração de progesterona tem grande aplicabilidade no controle do ciclo reprodutivo em éguas,
pois seus efeitos desejáveis são a supressão do crescimento folicular e o controle da ovulação, embora a inibição
do desenvolvimento folicular não ocorra de maneira uniforme em éguas cíclicas quando administrada sozinha
(Silva et al., 2006). Os progestágenos mais utilizados na hormonioterapia equina são a progesterona injetável
oleosa; o altrenogest (única progesterona oral sintética eficaz em cavalos; Almeida et al., 1995), a progesterona
BioRelease Delivery System, conhecida como progesterona de longa ação (P4 LA®150; Pinna et al., 2007), e a
progesterona na forma de microcápsulas de poli-hidroxibutirato (Silva et al., 2006).
Estudos utilizando dispositivo intravaginal impregnado com progesterona têm sido realizados para
indução de estro e ovulação em éguas em anestro (Wilde, et al., 2002; Videla et al., 2004; Handler et al., 2007),
sendo necessário, no mínimo, 1,9 g de progestágeno para se obter concentrações de progesterona séricas
suficientes para causar inibição do crescimento folicular e ovulação (Videla et al., 2004). A presença de um
corpo lúteo no momento da colocação do dispositivo afeta a eficácia do tratamento. Em éguas em anestro, foi
observada uma melhor expressão dos sinais de estro, um maior número de éguas ovulando e um maior intervalo
entre a remoção do dispositivo e o estro/ovulação do que em éguas em diestro e estro. Por outro lado, as
concentrações médias de progesterona e LH após a aplicação do dispositivo foram maiores em éguas em diestro
(Handler et al., 2007). Variações na sincronização da ovulação após o uso de dispositivos intravaginais de
progesterona têm sido relatadas (Wilde et al., 2002). O uso de progesterona é contra-indiciado em éguas com
processos infecciosos e/ou inflamatórios, pelo fato de que o aparelho genital, quando sob efeito de
progestágenos, é mais susceptível à invasão de microrganismos (Alexander et al., 1991) e o uso de dispositivos
intravaginais pode propiciar um processo infeccioso benigno na mucosa vaginal pela ação mecânica que
exercem sobre as paredes deste órgão.
As principais indicações do uso dos progestágenos incluem:
a) supressão do comportamento de estro,
b)
útil em éguas de competição e de corrida ou em fase transicional
(Oliveira e Souza, 2003);
melhora do tônus uterino
c)
em éguas selecionadas como receptoras de embriões (Caiado et al., 2007);
manutenção da gestação,
d)
resultando em taxas de gestação normais (Bringel et al., 2004), devendo a terapia
ser iniciada no momento do primeiro diagnóstico ultrassonográfico de gestação (14 a 20 dias após a
ovulação) ou sempre que houver a suspeita de um mau desenvolvimento embrionário. A aplicação deve ser
mantida até 100 a 120 dias de gestação (McKinnon e Voss, 1992);
sincronização do estro e da ovulação em éguas cíclicas para facilitar a implantação de programas de
inseminação artificial e transferência de embriões (Costa, 2003) e para otimizar a utilização de garanhões
durante a estação de monta (McKinnon e Voss, 1992). Para tanto, pode-se utilizar dose intramuscular única
de 3 mg de norgestomet mais 5 mg de valerato de estradiol no início do tratamento e implante subcutâneo de
norgestomet por nove dias; ou, então, uma injeção intramuscular em dose única de 5 mg de estradiol-17β
associado a 0,5 mg de acetato de melengestrol (MGA) via oral/animal durante nove dias; ou a administração
de 0,045 mg/kg de peso vivo de altrenogest via oral por nove dias. No dia da suspensão de cada um destes
tratamentos com progestágenos (nono dia), as éguas recebem dose luteolítica de luprosteol (PG)
intramuscular, seguida de 3.000 UI de hCG intravenoso, somente quando seus folículos dominantes
apresentarem características pré-ovulatórias detectadas ultrassonograficamente. Embora tanto o implante de
norgestomet quanto a administração oral de altrenogest sejam eficientes, há tendência de maior grau de
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sincronização para o sistema norgestomet (Almeida et al., 2001);
e) indução de ciclo artificial em receptoras de embriões
f)
em anestro profundo, anestro superficial, estro
prolongado da primavera, diestro prolongado e anestro lactacional, é uma prática interessante em programas
comerciais de transferência de embriões, especialmente no início da estação reprodutiva, quando o número
de éguas cíclicas é limitado (Rocha Filho et al., 2004);
melhoramento do aproveitamento de éguas como receptoras de embriões,
eliminando a necessidade de
sincronização com a doadora e requerendo menos palpações (Hinrichs e Kenney, 1987), o que permite a
obtenção de prenhez após transferência de embriões em éguas intactas ou ovariectomizadas (Hinrichs et al.,
1985, 1986) e possibilita a inovulação em éguas receptoras de embriões no dia 2 pós-ovulação e a obtenção
de taxa de prenhez estatisticamente similar à de éguas consideradas excelentes e boas para inovulação no dia
5 após a ovulação (Caiado et al., 2007).
Uso da gonadotrofina coriônica humana (hCG)
A hCG é uma glicoproteína hormonal produzida pelas células trofoblásticas sinciciais nos líquidos
maternos, a qual interage com receptores de LHCG e promove a manutenção do corpo lúteo durante o início da
gestação e da secreção de progesterona (Hansel e Blair, 1996). Embora seja uma proteína quimicamente
diferente do LH, mas com atividade biológica primária idêntica, ela apresenta alguns efeitos semelhantes ao FSH
e parece ser uma via placentária para o desenvolvimento de imunotolerância materna local, protegendo o feto
durante o primeiro trimestre da gestação (Kayisli et al., 2003).
Por sua ação similar ao LH, a hCG tem sido usada com eficácia na indução da ovulação em éguas, pois
reduz a duração do estro e o intervalo até a ovulação (dentro de 48 h), reduzindo o número de inseminações e de
coberturas necessárias por estro (Bergefelt, 2000; Ley, 2006). Como sincroniza o estro e a ovulação, aumenta os
índices de fertilidade (Oliveira e Souza, 2003), as concentrações plasmáticas de progesterona e as taxas de
prenhez. O aumento da progesterona melhora o tônus uterino e cervical, morfoecogenicidade uterina e luteal e o
diâmetro do corpo lúteo, características reprodutivas desejáveis para a transferência de embriões (Sousa, 2006;
Fleury et al., 2007). O uso de hCG também otimiza os resultados da inseminação artificial com sêmen
refrigerado ou congelado e da transferência de embriões (Melo, 2006). Além disso, sua administração em éguas
com mais de um folículo pré-ovulatório amplia a possibilidade de ocorrência de ovulações duplas (Woods e
Ginther, 1983). Embora não tenha sido capaz de aumentar o índice de recuperação de oócitos a partir de
folículos imaturos, o tratamento superovulatório associado à hCG proporcionou expansão e luteinização precoce
das células foliculares e prolongamento do intervalo interovulatório em éguas submetidas à aspiração folicular
(Blanco, 2008). A dose de hCG varia de 1500 a 4000 UI (em média 2500 a 3000 UI), intramuscular ou
intravenosa (McKinnon e Voss, 1992), e os requisitos básicos para sua aplicação são a presença de um folículo
>35 mm de diâmetro no ovário (Bergfelt, 2000; Ley, 2006) e edema uterino avaliado em 2 ou 3 (escala de 0 a 3,
Ley, 2006).
Por ser uma proteína, a administração de hCG estimula a produção de anticorpos anti-hCG (Duchamp et
al., 1987), devido à sua meia vida longa que pode variar entre 30 dias e vários meses após duas a quatro injeções
do hormônio (Roser et al., 1979). Redução ou mesmo supressão na eficácia tem sido relatada (Sullivan et al.,
1973; Wilson et al., 1990; McCue et al., 2004) ou não (Roser et al., 1979; Barbacini et al., 2000; Gastal et al.,
2006) após o uso repetido de hCG na mesma estação reprodutiva. Por isso, alguns autores recomendam seu uso
a, no máximo, uma a duas vezes por estação de monta (McCue et al., 2004), enquanto outros recomendam a
administração 20 µg de buserelina, a cada 12 horas, ou três aplicações de 13,3 µg de buserelina, a cada seis
horas, em éguas imunizadas em relação á hCG (Bruyas, 2000).
Uso do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH)
O GnRH é um decapeptídeo com peso molecular de 1.183 Daltons, sintetizado e armazenado no
hipotálamo basal médio. Ele estabelece a ligação entre o sistema humoral e os sistemas endócrino e nervoso, de
modo que, em resposta à estimulação nervosa, pulsos de GnRH são liberados no sistema porta-hipotálamo-
hipofisário induzindo a hipófise anterior a liberar LH e FSH (Hafez e Hafez, 2004). Pode ser utilizado para
iniciar um crescimento folicular ou para indução da secreção de FSH em éguas em anestro ou que não
desenvolvem folículo pré-ovulatório durante a estação de monta (McKinnon e Voss, 1992) e como uma
alternativa não antigênica ao uso da hCG na indução de ovulação em éguas pré-ovulatórias (Fleury et al., 2003;
McCue et al., 2007).
Agonistas do GnRH, como acetato de buserelina (Barrier-Battut, 2001), acetato de deslorelina na forma
de implantes de curta duração (Hemberg et al., 2006) ou na forma BioRelease (Fleury et al., 2003) e, mais
recentemente, o acetato de fertirelina (Santos et al., 2008), são eficientes para provocar o aumento nas
concentrações de LH e induzir a ovulação em éguas cíclicas (McKinnon et al., 1993; Mumford et al., 1995) e em
período transicional (McKinnon et al., 1997). A diferença no tempo de ovulação, entretanto, varia segundo a
droga utilizada, sendo, em média, 24 a 48 horas para o acetato de buserelina (Barrier-Battut, 2001; Fleury et al.,
Faria e Gradela. Hormonioterapia aplicada à ginecologia eqüina.
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2007), de 36 a 48 horas para a deslorelina (Ovuplant; Hemberg et al., 2006) ou 36 a 42 horas para o acetato de
deslorelina (Samper et al., 2002), de 36 a 48 horas para a deslorelina BioRelease (Fleury et al., 2003) e de 12 a
48 horas para o acetato de fertirelina (Santos et al., 2008). A eficiência da deslorelina em reduzir o número de
coberturas, bem como o número de visitas do veterinário para realizar o controle folicular, torna-a de grande
auxílio para os programas de transferência de embriões e inseminação artificial, especialmente para sêmen
refrigerado e congelado (Samper et al., 2002).
Efeitos adversos de múltiplos implantes de acetato de deslorelina sobre o crescimento folicular, o
intervalo interovulatório e a supressão de concentrações séricas de LH e FSH por 10 a 14 dias, ocasionalmente
levando a uma completa supressão da atividade ovariana por algumas semanas, foram (Johnson et al., 2002) ou
não (Kölling e Allen, 2005) observados em éguas cíclicas. A remoção do implante após a detecção da ovulação
parece impedir estes efeitos (Farquhar et al., 2002; McCue et al., 2002).
Uso do extrato de pituitária equina (EPE)
O extrato de pituitária equina é um preparado parcial de gonadotrofina equina que pode ser utilizado em
éguas para induzir ovulação (Alvarenga et al., 2005), antecipar a primeira ovulação do ano em éguas na fase de
transição (Peres, 2004), induzir ovulações múltiplas para coleta de ovócitos ou de embriões (Alvarenga et al.,
2005) e para diminuir o intervalo entre a indução e a ovulação, favorecendo, desta forma, o uso de sêmen
congelado pela redução do número de doses sem comprometimento da fertilidade (Melo, 2006). Embora o
extrato de pituitária equina não induza a formação de anticorpos como a hCG, a heterogeneidade das amostras
disponíveis deve ser considerada (Palmer, 1993).
Uma única administração de 25 mg de extrato de pituitária equina, por via intravenosa, na presença de
um folículo de 35 mm de diâmetro, é capaz de induzir a ovulação em 75% das éguas no período entre 24 e 48
horas (Duchamp et al., 1987; Melo et al., 2006), embora concentrações de 10 e 5 mg, aplicadas por via
intravenosa , sejam também eficientes, apresentando um intervalo aplicação/ovulação de 34,4 ± 6,72 e 37,54 ±
3,05 h para 10 e 5 mg, respectivamente (Medeiros et al., 2005).
A resposta superovulatória de éguas cíclicas ao extrato de pituitária equina é dependente, entre outras,
da população folicular no início do tratamento, devendo este começar no início da onda folicular, antes do
aparecimento do folículo dominante (Carmo, 2003; Squires et al., 2004). A dominância se expressa quando o
maior folículo da onda atinge um diâmetro > 22,5 mm. A partir deste diâmetro, o maior folículo irá impedir o
desenvolvimento dos folículos subordinados (Ginther et al., 2001; Machado, 2002; Ginther et al., 2003, 2004).
Para tanto, pode-se controlar o desenvolvimento folicular com injeções de progestágenos e estradiol e aspiração
transvaginal de folículos >25 mm (Squires et al., 2004), ou, então, começar o tratamento com extrato de
pituitária equina na época da colheita dos embriões, sete a oito dias pós-ovulação (Carmo, 2003; Squires et al.,
2004). Embora o extrato de pituitária equina induza a uma boa resposta superovulatória, os índices de
recuperação embrionária ainda são baixos e pouco consistentes (Alvarenga et al., 2001; Scooggin et al., 2002;
Carneiro, 2003), assim como a viabilidade dos embriões recuperados (Hinrichs, 1998; Alvarenga et al., 2001),
provavelmente devido às altas taxas de LH presentes nos preparados comerciais (Alvarenga et al., 2003; Carmo,
2003; Machado et al., 2003), ou à frequência de aplicações (Squires, 2004), à pobre qualidade do oócitos que não
foram fertilizados, ou à mortalidade embrionária precoce (Alvarenga et al., 2001).
Douglas et al. (1974) foram os primeiros a obter sucesso na superovulação de éguas em anestro com
extrato de pituitária equina administrado duas vezes ao dia (BID), obtendo mais de duas ovulações em 58% dos
animais tratados, enquanto Lapin e Ginther (1977) foram os primeiros a induzir superovulação durante a estação
de monta tratando as éguas com extrato de pituitária equina administrado uma vez ao dia (SID) no final do
diestro (dias 11 a 16 após a ovulação) ou durante o estro (do dia primeiro ao sexto). Desde então, os protocolos
utilizados têm se baseado em uma administração diária de extrato de pituitária equina, até que Alvarenga et al.
(2001), tratando éguas com 25 mg de extrato de pituitária equina (BID), obtiveram um aumento significativo na
produção de embriões por égua (3,5 ± 1,8) e de ovulações múltiplas (100%, 8/8) com 75% (6/8) das éguas
apresentando mais de quatro ovulações em comparação com 25 mg (SID) (1,6 ± 1,0; 62,5%, 5/8 e 12,5%, 1/8,
respectivamente). Maiores taxas de ovulações com extrato de pituitária equina (BID) foram também observadas
por outros autores (Scooggin et al., 2002; Squires et al., 2004), enquanto, Carmo (2003), comparando doses
constantes (25 mg/dia) e doses decrescentes de extrato de pituitária equina (40, 35, 30, 25, 20, 15 e 10 mg),
concluiu que a utilização de doses decrescentes propiciou uma melhora numérica, embora não estatisticamente
significativa, de ovulações e de embriões recuperados. Farinasso (2004) utilizou baixas doses de extrato de
pituitária equina (2, 4 e 6 mg), verificando que apenas as doses de 4 e 6 mg elevaram a taxa de ovulação em
relação ao grupo-controle e promoveram significativo aumento de ovulações duplas e triplas em 76,9% dos
ciclos tratados.
Uso do hormônio folículo estimulante equino purificado (eFSH)
O eFSH é um FSH parcialmente purificado de hipófise equina que apresenta uma taxa de FSH:LH de
Faria e Gradela. Hormonioterapia aplicada à ginecologia eqüina.
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10:1 e pode ser utilizado com as mesmas finalidades que o extrato de pituitária equina. Este apresenta como
vantagens o aumento do número de embriões recuperados por lavado (Alvarenga et al., 2003; Machado, 2004;
Peres et al., 2007), a diminuição dos custos da transferência de embriões (Alvarenga et al., 2003) e a antecipação
da estação reprodutiva em 11,5 dias (Peres et al., 2007). Além disso, ele não interfere na ciclicidade da maioria
das éguas após o tratamento (Peres, 2004), embora tenha sido relatado um maior período de tempo para a
ocorrência da segunda ovulação após o tratamento em relação ao grupo não tratado (Peres et al., 2007).
Semelhantemente ao extrato de pituitária equina, o tratamento com eFSH deve ser iniciado no começo
da onda folicular, antes do aparecimento do folículo dominante (>22,5 mm). Respostas similares foram
encontradas em éguas que receberam 25 mg de eFSH SID ou BID (Squires et al., 2004). Entretanto, Niswender
et al. (2003), comparando o efeito da administração de 25 e 12,5 mg de eFSH (BID) seguida pela indução de
ovulação com deslorelina ou hCG, observaram maior número de folículos >35 mm e de ovulações nas éguas
tratadas com 25 e 12,5 mg associadas à deslorelina, enquanto maiores taxas de prenhez/égua foram observadas
nas éguas tratadas com 12,5 mg associada à deslorelina.
Um dos problemas com o uso do eFSH é a possibilidade de sobrestimulação (>5 ovulações), que
geralmente leva à recuperação de nenhum embrião ou a uma recuperação muito baixa e também leva ao aumento
de folículos anovulatórios ou luteinizados (Peres et al., 2007). Estratégias para aumentar a resposta ao eFSH e
solucionar este problema envolvem a seleção de éguas com número mais apropriado de folículos na época do
tratamento, a utilização de progesterona ou estrógeno para suprimir o desenvolvimento folicular antes do
tratamento, a otimização da dose ou a cessação do tratamento com eFSH mais cedo (Squires et al., 2004).
Portanto, a despeito das múltiplas aplicações do eFSH na reprodução equina, estudos adicionais precisam ser
realizados para definir protocolos de administração que aumentem o número de embriões recuperados e para
avaliar os benefícios do eFSH antes da aspiração transvaginal de oócitos (Squires et al., 2004).
Uso de ocitocina
A ocitocina é um peptídeo sintetizado no hipotálamo e armazenado na hipótese posterior, sendo
responsável pela contração da musculatura lisa do útero e oviduto, assim como das células mioepiteliais da
glândula mamária. É utilizada em éguas com endometrite e também para indução de parto, tratamento de
retenção de placenta, para auxiliar na “descida do leite” em éguas nervosas e para promover a involução uterina
(McKinnon e Voss, 1992).
No tratamento de endometrite, a ocitocina é o estimulante miometrial de eleição, pois auxilia na limpeza
uterina no período pós-ovulatório, podendo, inclusive, melhorar a fertilidade de éguas subférteis que apresentam
atraso na limpeza física do útero. Com este objetivo, uma ou duas doses diárias de 20 UI de ocitocina,
intramuscular ou intravenosa, podem ser usadas, inclusive no dia da ovulação e/ou nos dias seguintes a ela, não
havendo efeito sobre a produção de progesterona pelo corpo lúteo ou pela taxa de prenhez (Le Blanc et al., 1994;
Brendemuehl, 2002; Mattos et al., 2003). Na indução de parto, podem ser utilizadas doses de 10 a 20 UI,
intramuscular ou intravenosa , a cada 15 a 20 minutos, até o segundo estágio do parto (McKinnon e Voss, 1992),
ou doses de 40 a 60 UI, em dose única (Neely, 1983). Para o tratamento de retenção de placenta, uma única dose
de 20 a 40 UI, intramuscular ou intravenosa, geralmente é suficiente, e, ocasionalmente, doses repetidas a
intervalos de uma a duas horas podem ser necessárias (Neely, 1983).
Considerações finais
O conhecimento da hormonioterapia aplicada à ginecologia equina é de extrema importância, pois
permite o aumento dos lucros através da melhora da eficiência reprodutiva de animais de alto valor genético,
gerando benefícios tanto para o profissional quanto para o proprietário. Hormônios como a progesterona LA, o
extrato de pituitária equina e o eFSH são os de grande destaque na atualidade, entretanto sua utilização ainda
gera muitas controvérsias devido aos resultados inconsistentes e ao grande custo do tratamento. Novas pesquisas
são necessárias para aumentar sua eficiência e diminuir os custos, viabilizando seu emprego na rotina de
programas comerciais de transferência de embriões em equinos.
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