Introdução No pós Segunda Guerra Mundial, surgiram na América Latina algumas teorias que se propunham a analisar o quadro da economia local e as relações da região com o resto do mundo. Uma dessas teorias foi a Teoria do Desenvolvimento, que tinha como principal objetivo à identificação dos obstáculos que se impunha à plena implantação da modernidade. É dentro da perspectiva dessa teoria que
... [Show full abstract] surge a CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina e Caribe. A Agência, que nasceu com o intuito de fundar uma base institucional que criasse condições de desenvolvimento para os países da região, defendia que os países latino-americanos só se desenvolveriam a partir da montagem de um aparato industrial orientado pela ação do Estado. Com a incapacidade do capitalismo de reproduzir nos países periféricos experiências bem sucedidas de desenvolvimento e, portanto, com o início da crise na Teoria do Desenvolvimento, surge a Teoria da Dependência. Esse novo arcabouço teórico, diferentemente do primeiro, tentava compreender as limitações de uma forma de desenvolvimento que se iniciou em um período histórico no qual a economia mundial já estava constituída sob a hegemonia de poderosos grupos econômicos e forças imperialistas. Por esse motivo, enxergava que a forma de desenvolvimento implementada na América Latina só tenderia a aprofundar cada vez mais as relações de dependência. Mesmo estando, de forma mais geral, fundamentada sobre a crise das teorias que consideravam a possibilidade de se desenvolver na região latino-americana um capitalismo autônomo, no interior da Teoria da Dependência surgiram interpretações que, nem sempre, eram convergentes em termos de sua análise e compreensão desse processo. Exposto isso, nosso objetivo nesse artigo é, a partir da análise de duas das principais correntes da Teoria da Dependência – a corrente weberiana e a corrente marxista – mostrar as diferenças entre tais interpretações, e ao destacar os problemas e limitações da interpretação weberiana, ressaltar os motivos que nos levam a aceitar a análise marxista com a mais apta à compreensão do desenvolvimento capitalista na periferia.