Content uploaded by Antonio Santos-Silva
Author content
All content in this area was uploaded by Antonio Santos-Silva on Mar 21, 2016
Content may be subject to copyright.
Contribuição para o estudo dos rhinotragini
(Coleoptera,CerambyCidae).
i. mudança de status nos subgêneros de Ommata White, 1855 e
revisão de agaOne pasCoe, 1859
ubirajara r. martins1,3
antonio santos-silva2
ABSTRACT
Contribution to the study of Rhinotragini (Coleoptera, Cerambycidae). I. Change in the
status of the subgenera of Ommata White, 1855, and revision of Agaone Pascoe, 1859. All
subgenera of Ommata are elevated to genera regarding the diversity of characters found in
each one. Agaone is reviewed, and a new species described: A.punctilla sp.nov. from Brazil
(Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro). Cantharoxylymna Linsley, 1934 is considered
a junior synonym of Agaone. Grupiara gen.nov. is described to allocate Ommata (Agaone)
viridis Gounelle, 1911.
K: Agaone; New genus; New species; Synonym; Taxonomy.
INTRODUÇÃO
Espécies de Rhinotragini apresentam considerá-
vel variação na forma geral do corpo, mas comparti-
lham caracteres que permitem identificar com relativa
facilidade entre os Cerambycinae, como por exemplo,
um dos mais notáveis: a cabeça prolongada em rostro.
Tribo, exclusivamente americana, atualmen-
te compreende 49 gêneros (Bezark, 2009), entre os
quais, Ommata é o único que está dividido em subgê-
neros. Com este trabalho, iniciamos uma série de re-
visões desses subgêneros, elevados a gênero, visando a
redescrição de cada um deles e de suas espécies.
MATERIAL E MÉTODOS
Os acrônimos utilizados no texto correspon-
dem às seguintes instituições: ACMT, American Co-
leoptera Museum, San Antonio; AMNH, American
Museum of Natural History, Nova York; BMNH,
The Natural History Museum, Londres; CASC, Ca-
lifornia Academy of Sciences, São Francisco; FSCA,
Florida State Collection of Arthropods, Gainesville;
INPA, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia,
Manaus; MZUSP, Museu de Zoologia, Universidade
de São Paulo; USNM, National Museum of Natural
History, Washington D.C.
1. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Caixa Postal 42.494, 04218-970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: urmsouza@usp.br.
2. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Caixa Postal 42.494, 04218-970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: toncriss@uol.com.br.
3. Pesquisador do CNPq.
Volume 50(25):391-411, 2010
As referências bibliográficas sob cada táxon cor-
respondem à descrição original, citação do catálogo
de Monné (2005) e omissões e acréscimos posterio-
res a esse catálogo, exceto aquelas referentes à Agaone
notabilis (White, 1855) e Agaone punctilla sp.nov.,
em função das citações de duas espécies sob o mesmo
nome.
No item “Distribuição geográfica”, a obra indi-
cada após o país/estado, refere-se à primeira citação.
Para esse critério, não foram consideradas distribui-
ções genéricas como, por exemplo, Brasil.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sobre o status dos subgêneros
de Ommata White, 1855
White (1855:194) erigiu Ommata para alocar
O.elegans White, 1855 e definiu-o: antena longa; an-
tenômeros III-VI esguios; antenômero VII estreito na
base e gradualmente engrossado para o ápice; ante-
nômeros VIII-XI encurtados e engrossados, forman-
do, em conjunto, uma clava alongada; rostro curto;
olhos muito grandes, quase se tocam na fronte; tórax
mais longo do que largo; élitros mais curtos do que o
abdome, esguios, estreitos posteriormente e margina-
dos; pernas com os fêmures clavados; pernas posterio-
res muito longas; tíbias com um longo tufo de pelos
junto ao ápice.
Thomson (1865:417) registrou sobre os ma-
chos de Ommata: “Antennae corporis longitudinis,
artic. 3º seq. longiore; elytra corpore paulò breviora”.
Essa definição do comprimento da antena contradiz
o que foi registrado por White (op.cit.) e, inclusive,
não corresponde à figura da espécie-tipo, incluída na
descrição original (White, op.cit.: est.V, fig.6), e que
mostra claramente que as antenas são mais longas do
que o corpo.
Para Lacordaire (1869), as diferenças entre Om-
mata e Oregostoma Audinet-Serville, 1833 são: ante-
nas mais estreitas, de comprimento variável, nitida-
mente mais longas ou pouco mais longas que o corpo
nos machos, ligeiramente engrossadas e, em geral, um
pouco serreadas na extremidade; olhos dos machos
contíguos ou muito próximos na fronte, com a emar-
ginação localizada mais acima (lobo ocular superior
menor); élitros sempre mais estreitos, truncados, com
a truncatura inerme ou espinhosa ou arredondados
na extremidade; coxas anteriores globulosas e cônicas,
muito salientes; pernas posteriores notavelmente mais
longas que as demais, com os fêmures gradualmente
clavados e mais ou menos ultrapassam o ápice elitral,
em geral, nas fêmeas; tarsos estreitos, mais longos,
com o tarsômero I mais longo (principalmente em
O.notabilis, na qual o tarsômero I é mais longo do
que II e III reunidos); corpos mais esbeltos, no res-
tante variáveis nas suas relações métricas. Lacordaire
(op.cit.) concluiu que apesar das variações na forma
geral do corpo, aspecto, comprimento das antenas e
pernas, etc., “je cherche en vain quelques caractères
qui autorisent à les répartir dans plusieurs genres”, o
que lhe permitiu sinonimizar Agaone Pascoe, 1859
com Ommata.
Bates (1870) discordou de Lacordaire (1869) e
definiu Ommata: “Distinguished from the allied ge-
nera by the length (longer than the body in the ♂)
and clavate form of the antennae, by the long cylin-
drical thorax, and elongate hind legs”.
Bates (1873) novamente discordou de Lacor-
daire (op.cit.) e dividiu Ommata em três grupos. O
primeiro grupo, dividido em subgrupos: “Legs long
and slender; middle femora gradually and moderately
clavate” (Phoenissa; Chrysaethe; Ommata; Rhopalessa);
“Legs slender; middle femora abruptly but not very
broadly clavate; elytra with sides subparallel, apex
truncated” (Eclipta); “Legs robust; middle femora
abruptly and very thickly clavate; first joint of hind
tarsi greatly elongated; elytra entire” (Agaone). Monné
& Giesbert (1992) sinonimizaram Ommata (Phoenis-
sa) com Oregostoma Audinet-Serville, 1833.
Posteriormente, diversos autores acrescentaram
novos subgêneros ao gênero Ommata: Ecliptophanes
Melzer, 1935; Chariergodes Zajciw, 1963; Oxyommata
Zajciw, 1970, Chrysommata Peñaherrera-Leiva & Ta-
vakilian, 2003; Ecliptoides Tavakilian & Peñaherrera-
Leiva, 2005.
Giesbert (1991) publicou: “The widely distribu-
ted genus Ommata, as presently understood, contains
a number of divergent forms. Bates (1873), Zajciw
(1963 to 1969), and others have attempted to deal
with this disparity by the use of subgenera, which are
in some cases difficult to define. It remains for a fu-
ture revision of the rhinotragine genera to clarify the
status of these categories, and it is beyond the sco-
pe of the present paper to undertake such revision.
Subgeneric assignments of the new Ommata species
proposed herein are therefore provisional”.
A diversidade das formas e dos caracteres das
espécies alocadas em cada um desses subgêneros é
muito maior do que aqueles que separam Ommata
de outros gêneros, o que faz com que seja incoeren-
te a sua manutenção. Bates (1873) registrou sobre
os Rhinotragini: “In fact the abruptness with which
important parts of structure change from species to
species renders the definition of genera impossible in
392
this group; almost every species offers structural cha-
racters sufficient in amount to render generic separa-
tion plausible”. O mesmo autor, ao tratar de Ommata,
registrou: “The genus comprehends a series of species
which for the most part are at once distinguishable
by their facies from Odontocera; and in cases of dou-
bt I have treated the opaque and punctured elytra as
a differential character”. No mesmo trabalho, Bates
(op. cit.) comentou ao escrever sobre Odontocera:
“Some of these I formerly placed in the genus Agaone,
notwithstanding the slender or constricted abdomen;
but this course is the less admissible, as the type of the
genus Odontocera (O. vitrea of Serville) is described
as having slender antennae”. Estas afirmações servem
apenas para demonstrar a fragilidade dos gêneros de
Rhinotragini, não em função dos gêneros em si, mas
sim, das espécies alocadas em cada um deles. Em ou-
tras palavras, quando conveniente, os caracteres das
espécies-tipos são levados em consideração, mas em
outros casos, foram completamente desprezados, não
apenas por Bates (1873), mas por praticamente todos
os autores.
Clarke (2009) elevou Ecliptoides, descrito
como subgênero de Ommata, a gênero e comentou:
“The subgenus Ecliptoides clearly does not conform
to White’s description of Ommata, nor to the other
eight subgenera of Ommata as outlined below. It is
proposed, here, to raise the status of this subgenus to
genus”.
Parece-nos completamente descabido manter
espécies com caracteres notavelmente diferentes no
mesmo gênero, baseando-se apenas em algumas ca-
racterísticas que, aliás, ocorrem frequentemente em
outros gêneros, conforme pode ser observado na afir-
mativa de Bates (op. cit.) sobre algumas espécies de
Odontocera e Ommata.
Dessa forma, propomos a elevação dos subgêne-
ros de Ommata a gêneros, mas salientamos que é im-
prescindível uma completa revisão de cada um desses
gêneros que são um amálgama de espécies extrema-
mente diferentes e, em inúmeros caracteres diversos
daqueles das espécies-tipos de cada um deles.
Lista dos subgêneros elevados a gênero:
1. Ommata White, 1855
Espécie-tipo: Ommata elegans White, 1855
(monotipia);
2. Agaone Pascoe, 1859, stat.nov.
Espécie-tipo: Rhinotragus notabilis White, 1855 (de-
signação de Thomson 1864);
3. Chysaethe Bates, 1873, stat.nov.
Espécie-tipo: Ommata smaragdina Bates, 1870 (desig-
nação de Tavakilian & Peñaherrera-Leiva, 2005);
4. Eclipta Bates, 1873, stat.nov.
Espécie-tipo: Ommata flavicollis Bates, 1873 (designa-
ção de Tavakilian & Peñaherrera-Leiva, 2005);
5. Rhopalessa Bates, 1873, stat.nov.
Espécie-tipo: Ommata clavicornis Bates, 1873 (desig-
nação de Tavakilian & Peñaherrera-Leiva, 2005);
6. Ecliptophanes Melzer, 1935, stat.nov.
Espécie-tipo: Ommata (Ecliptophanes) bucki Melzer,
1934 (monotipia);
7. Chariergodes Zajciw, 1963, stat.nov.
Espécie-tipo: Ommata anceps Melzer, 1927 (designa-
ção de Monné, 1993);
8. Oxyommata Zajciw, 1970, stat.nov.
Espécie-tipo: Oregostoma collare Audinet-Serville,
1833 (monotipia);
9. Chrysommata Peñaherrera-Leiva & Tavakilian,
2003, stat.nov.
Espécie-tipo: Ommata (Chrysommata) lauracea
Peñaherrera-Leiva & Tavakilian, 2003 (designação
original).
Agaone Pascoe, 1859, stat.nov.
Agaone Pascoe, 1859:22.
Ommata (Agaone); Monné & Hovore, 2005:120 (lis-
ta); Monné, 2005:481 (cat.).
Cantharoxylymna Linsley, 1934:346; Monné & Hovo-
re, 2005:116 (lista); 2006:115 (lista). Syn.nov.
Tamanho pequeno (aproximadamente de
7,0mm até 12mm). Corpo não deprimido (Figs.6,
12, 13, 21, 22, 27, 28), moderadamente largo (maior
largura igual à cerca 1/4 do comprimento) (Figs.4, 5,
8, 10, 14, 15, 17, 23, 25). Tegumento não metálico,
alaranjado ou amarelo-alaranjado, com áreas negras
ou enegrecidas, acastanhadas ou avermelhadas.
Macho: Cabeça (Figs.5, 8, 14, 15, 23) não prolongada
atrás dos olhos (margem posterior dos olhos, na área
de junção dos lobos oculares, muito próxima da borda
anterior do protórax); comprimento do rostro igual à
cerca de 2/3 da altura dos lobos oculares inferiores em
vista frontal. Olhos grandes, fortemente emarginados.
Lobos oculares superiores muito mais estreitos do que
393
os inferiores; borda interna atinge o nível do ápice
dos tubérculos anteníferos; distância entre os lobos
igual a aproximadamente metade do comprimento
do escapo. Distância entre os lobos oculares inferiores
(Fig.19) menor do que a metade da largura da base
do antenômero III. Base dos tubérculos anteníferos
próximas entre si; ápice arredondado. Labro transver-
sal, em geral, pouco mais curto do que a metade da
largura. Antenas atingem o quinto ou o sexto apical
dos élitros, gradualmente alargadas para o ápice; an-
tenômero III cerca 1/3 mais longo do que o escapo e
com o dobro ou quase o dobro do comprimento do
IV; antenômeros VII-X serreados.
Protórax subcilíndrico, pouco mais largo na base
do que no ápice, alargado lateralmente na região me-
diana, sem tubérculos laterais e com placa subcalosa
(Figs.1, 2), sublisa ou pontuada na metade lateral
anterior. Disco do pronoto com dois sulcos, em ge-
ral bem marcados, que não atingem a borda anterior,
convergentes em pequena extensão no terço apical,
nitidamente divergentes em direção à base e gradu-
almente mais largos e indistintos na sua direção; su-
perfície recoberta por pontuação grossa, profunda,
confluente, mais dispersa, fina e rasa lateralmente; pu-
bescência pouco conspícua. Prosterno sem pubescên-
cia abundante e longa. Cavidades procoxais fechadas.
Processo prosternal nitidamente estreitado na região
mediana e fortemente truncado e alargado no ápice.
Processo mesosternal gradualmente elevado anterior-
mente; carenas laterais baixas e sem projeções; metade
apical cordiforme. Mesepisterno intumescido, parcial-
mente visível dorsalmente acima dos úmeros. Metas-
terno não fortemente elevado próximo das metacoxas
(no mesmo nível do ápice destas); pontuação modera-
damente fina e rasa. Metepisternos muito mais largos
na base do que no ápice.
Escutelo pubescente, alongado, ápice chanfrado
e voltado para cima. Élitros cobrem totalmente o ab-
dome, apenas estreitados para o ápice; disco subplano
e sem carena nítida na lateral; margem lateral pouco
sinuosa; ápice truncado, com espinhos nítidos nos ân-
gulos externo e sutural; sutura não divergente em toda
extensão; superfície com pontuação moderadamente
grossa, bem marcada e muito abundante em toda ex-
tensão, mais profunda e cerrada no terço mediano.
Pernas anteriores e medianas nitidamente mais
curtas do que as posteriores. Pro- e mesocoxas com
espículo (Fig.3). Pro- e mesofêmures (Figs.6, 12, 21,
28) fortemente clavados, com o pedúnculo curvado
para dentro e clava intumescida; superfície inferior
com grânulos, mais abundantes nos mesofêmures.
Metafêmures (Figs.6, 12, 21, 28) clavados e esbeltos;
pedúnculo curvado para dentro; clava gradual e não
notavelmente intumescida; ápice ultrapassa o ápice
elitral. Metatarsômero I (Figs. 7, 9, 16, 24) tão ou
mais longo do que II-V reunidos.
Abdome (Figs.6, 12, 21, 28) curvado, principal-
mente os dois últimos urosternitos (raramente pouco
curvado). Urosternitos em nível nitidamente inferior
ao da superfície do metasterno; urosternito I, entre a
borda da cavidade metacoxal e a margem distal, pouco
mais longo do que os urosternitos II, III e IV; processo
intercoxal com ápice aguçado ou suavemente arredon-
dado; urosternitos II-IV com comprimento subigual;
urosternito V nitidamente mais longo que II, III e IV
na região central, metade centro-apical não deprimi-
da, sem elevação nas laterais e com ápice nitidamente
projetado; urosternitos I-IV pubescentes, com pelos
entremeados, longos e eretos; pubescência do uros-
ternito V variável em concentração e distribuição,
mas com pelos eretos mais longos. Tégmen (Fig.30)
tão longo quanto o lobo-médio; lobos-laterais com
aproximadamente metade do comprimento total do
tégmen; margem interna dos lobos-laterais (Fig.32)
com reentrância acentuada pouco depois do meio e
com pelos grossos e tão ou mais longos que a largura
do lobo em vista dorsal. Lobo-médio liso, mais quiti-
noso na região próxima ao ápice, arqueado de perfil
(Fig.29); lobos dorsal e ventral fortemente aguçados
para o ápice (Fig.31).
Fêmea: As principais diferenças em relação aos machos
são: distância entre os lobos oculares superiores e infe-
riores igual a, no mínimo, o dobro da largura do ante-
nômero III (Fig.20); antenas atingem o quarto apical
dos élitros; sulcos longitudinais do disco do pronoto
indicados ou ausentes; pro- e mesocoxas sem espícu-
los; pro- e mesofêmures sem grânulos na superfície;
abdome (Figs. 13, 22, 27) não curvado para baixo;
urosternito V aproximadamente tão longo quanto II,
III e IV na região central; metade centro-apical do
urosternito V com ápice subarredondado e com pe-
quena projeção central.
Distribuição geográfica: Panamá, Guiana, Guiana
Francesa, Peru, Brasil (Amazonas, Pará, Mato Grosso,
Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro).
Discussão: Monné (2005) registrou, equivocadamen-
te, Agaone como tendo sido descrito como subgênero
de Ommata por Pascoe (1859).
Pascoe (op.cit.) registrou as seguintes caracterís-
ticas para Agaone, em contraposição a Rhinotragus e
Oregostoma: “slender form, large eyes nearly or qui-
te meeting below, antennae, and greater length of
the first joint of the posterior tarsi”. Originalmente,
394
foram incluídas: R. notabilis White, 1855, R. mo-
lorchoides White, 1855 e R. trilineatus White, 1855
(além de outras não citadas – “&c.”).
Lacordaire (1869) sinonimizou Agaone com
Ommata White, 1855, mas Bates (1870) revalidou-
o: “Lacordaire unites this to Ommata; from which, it
appears to me distinct in the short, slender, filiform
antennae, the short cylindrical thorax, and the much
shorter legs, especially the hind pair”. Bates (1869)
descreveu Agaone monostigma proveniente da Nicará-
gua. Bates (1870) manteve em Agaone: A.notabilis e
A.molorchoides e incluiu três novas espécies: A.colon
Bates, 1870; A.malthinoides Bates, 1870 e A.ruficollis
Bates, 1870. A. trilineata foi transferido por Bates
(op.cit.) para Rhinotragus.
Gemminger & Harold (1872) mantiveram Aga-
one como sinônimo de Ommata e transferiram para
ele todas as espécies mencionadas por Bates (1870).
Apesar de conhecerem o trabalho de Bates (op. cit.),
Gemminger & Harold (op.cit.) incluíram Rhinotra-
gus trilineatus em Ommata: “trilineata White. Longic.
VIII.2. p. 200. – Bates. l. c. p.317”. Assim, não há
dúvida que esses autores transferiram intencional-
mente a espécie para Ommata, não tendo ocorrido
um equívoco.
Posteriormente, Bates (1873) transferiu Rhino-
tragus molorchoides e A.colon para Odontocera Audinet-
Serville, 1833, baseando-se na forma das antenas, que
seriam filiformes, considerou Agaone como subgênero
de Ommata e registrou: “The genus Agaone, Pascoe,
which I formerly adopted, I find on the examination
of further material to be quite untenable; or if it be
maintained, it must be restricted to the typical spe-
cies, A.notabilis”. No mesmo trabalho A.malthinoides
e A. ruficollis foram alocadas em Ommata (Eclipta),
O.trilineata transferida novamente para Rhinotragus e
Agaone monostigma para Odontocera.
Bates (1885) descreveu Ommata sallaei, pro-
veniente do México, comparando-a com Ommata
(Agaone) notabilis sem, no entanto, colocá-la em ne-
nhum dos subgêneros. Aurivillius (1912) interpretou,
equivocadamente, a comparação como uma alocação
no subgênero Ommata (Agaone). Monné (1993) re-
gistrou O.(Agaone) sallaei no subgênero O.(Eclipta).
Embora essa nova combinação tenha sido estabelecida
em um catálogo e não tenha sido acompanhada de ar-
gumentação, Eclipta sallaei realmente não poderia ser
alocada em Agaone, porque os olhos são notavelmente
menores, os lobos oculares superiores e inferiores dos
machos são nitidamente afastados e o metatarsômero
I é mais curto do que os restantes reunidos.
Para as comparações entre Agaone e os ex-subgê-
neros de Ommata foram utilizadas as espécies-tipos.
As comparações entre Agaone e os demais gêneros de
Rhinotragini baseiam-se, principalmente, nas espé-
cies-tipo e apenas as diferenças mais evidentes foram
mencionadas (quando possível, apenas uma).
Um dos caracteres que separam Agaone dos de-
mais ex-subgêneros de Ommata, é a presença de um
espículo nas pro- e mesocoxas dos machos que, até
o momento, não foi encontrado em nenhum outro
gênero.
Agaone difere dos gêneros listados a seguir,
pelas cavidades procoxais fechadas atrás (abertas
nesses gêneros): Acorethra Bates, 1873; Apostropha
Bates, 1873; Catorthontus Waterhouse, 1880; Co-
rallancyla Tippmann, 1960; Cylindrommata Tipp-
mann, 1960; Epimelitta Bates, 1870; Mimommata
Peñaherrera-Leiva & Tavakilian, 2003; Neophygo-
poda Melzer, 1933; Oxylymma Pascoe, 1859; Pseu-
dophygopoda Tavakilian & Peñaherrera-Leiva 2007;
Stenochariergus Giesbert & Hovore, 1989; Stenop-
seustes Bates, 1873; Sulcommata Peñaherrera-Leiva
& Tavakilian, 2003; Thouvenotiana Peñaherrera-
Leiva & Tavakilian, 2003; Xenocrasis Bates, 1873;
Xenocrasoides Tavakilian & Peñaherrera-Leiva,
2003.
Agaone difere de Ommata: corpo robusto; an-
tenas não ultrapassam o ápice elitral nos dois sexos;
antenômeros distais não notavelmente engrossados;
abdome dos machos curvado para baixo; pro- e me-
sofêmures evidentemente clavados e curtos; pernas
posteriores não notavelmente esguias e longas; meta-
tarsômero I tão ou mais longo do que II-V. Em Om-
mata o corpo é esbelto, as antenas ultrapassam o ápice
elitral nos dois sexos, os antenômeros distais são dis-
tintamente engrossados, o abdome dos machos não é
curvado para baixo, os pro- e mesofêmures são esguios
e longos, as pernas posteriores são evidentemente es-
beltas e longas e o metatarsômero I é mais curto do
que II-V.
De Chrysaethe diferencia-se: corpo robusto; pro-
noto não notavelmente alongado e não estriado trans-
versalmente; élitros não distintamente estreitados a
partir do terço basal; abdome dos machos curvado
para baixo; pro- e mesofêmures distintamente clava-
dos; metafêmures moderadamente grossos; metatarso
longo; metatarsômero I tão ou mais longo que II-V.
Em Chrysaethe o corpo é esguio, o pronoto é alonga-
do e distintamente estriado transversalmente, os éli-
tros são nitidamente estreitados a partir do terço basal,
o abdome dos machos não é curvado para baixo, os
pro- e mesofêmures não são notavelmente clavados,
os metafêmures são esbeltos, o metatarso é propor-
cionalmente curto e o metatarsômero I é mais curto
que II-V.
395
FIGURAS17: Área lateral do protórax: 1.Agaone punctilla sp.nov., parátipo macho. 2.A.notabilis (White, 1855), macho. 3.A.notabilis,
macho, espículos das pro- e mesocoxas. A.bicolor (Linsley, 1934): 4.Holótipo fêmea, dorsal; 5,macho, dorsal; 6,macho, lateral; 7,macho,
ventral.
396
FIGURAS813: Agaone peruviensis (Fisher, 1952): 8.Macho, dorsal; 9.Macho, ventral; 10.Fêmea, dorsal; 11.Fêmea ventral; 12.Macho,
lateral; 13.Fêmea, lateral.
397
Difere de Eclipta: corpo robusto; élitros não evi-
dentemente estreitados a partir do terço basal; ápice
elitral nitidamente espinhoso nos ângulos externo e
sutural; abdome dos machos curvado para baixo; ab-
dome não ultrapassa ou ultrapassa um pouco o ápice
elitral nos dois sexos; pro- e mesofêmures notavel-
mente clavados. Em Eclipta o corpo é esguio, os éli-
tros são distintamente convergentes para o ápice e não
recobrem todo o abdome, o abdome dos machos não
é curvado para baixo e os pro- e os mesofêmures não
são fortemente clavados.
Separa-se de Rhopalessa: corpo robusto; rostro
mais longo do que o lobo ocular inferior; antenôme-
ros VI-XI não notavelmente engrossados; ápice elitral
nitidamente espinhoso nos ângulos externo e sutural;
urosternito V dos machos não deprimido na região
central; pro- e mesofêmures distintamente clavados;
metatarsômero I tão ou mais longo que II-V. Em
Rhopalessa o corpo é moderadamente esguio, o rostro
é mais curto do que o lobo ocular inferior, os ante-
nômeros VI-XI são fortemente engrossados, o ápice
elitral é arredondado, o urosternito V dos machos é
deprimido na região central, os pro- e mesofêmures
não são fortemente clavados e o metatarsômero I é
mais curto do que II-V.
Distingue-se de Ecliptophanes: corpo robusto;
rostro mais longo do que o lobo ocular inferior; an-
tenas não atingem o ápice elitral; antenômeros IX-XI
não notavelmente engrossados; ápice elitral nitida-
mente espinhoso nos ângulos externo e sutural; pro- e
mesofêmures fortemente clavados; metafêmures com
clava gradual; metatarsômero I tão ou mais longo que
II-V. Em Ecliptophanes o corpo é esguio, o rostro é
mais curto do que o lobo ocular inferior, as antenas
ultrapassam o ápice elitral nos dois sexos, os antenô-
meros IX-XI ou X-XI são fortemente engrossados, o
ápice elitral não possui espinhos, os pro- e mesofêmu-
res não são notavelmente clavados, a clava dos meta-
fêmures é abrupta, o metatarsômero I, no máximo, é
tão longo quanto II-V.
Agaone difere de Chariergodes: corpo robusto;
lobos oculares inferiores dos machos subcontíguos;
rostro mais longo do que o lobo ocular inferior; an-
tenas não atingem o ápice elitral; antenômeros distais
subserreados; antenômeros X-XI não notavelmente
engrossados; ápice elitral nitidamente espinhoso nos
ângulos externo e sutural; pro- e mesofêmures nota-
velmente clavados e proporcionalmente curtos; meta-
tarsômero I tão ou mais longo que II-V. Em Charier-
godes o corpo é esguio, os lobos oculares inferiores dos
machos são afastados, o rostro é mais curto do que o
lobo ocular inferior, as antenas ultrapassam o ápice
elitral, os antenômeros distais não são subserreados,
os antenômeros X-XI são distintamente engrossados,
o ápice elitral não possui espinhos, os profêmures não
são fortemente clavados, os mesofêmures são alonga-
dos e com clava abrupta e o metatarsômero I é mais
curto do que II-V.
Distinto de Oxyommata [baseado em Oregosto-
ma collare sensu Zajciw (1970)]: corpo robusto; élitros
não estreitados e não divergentes na metade apical;
ápice elitral truncado e nitidamente espinhoso nos
ângulos externo e sutural; abdome não ultrapassa ou
ultrapassa um pouco o ápice elitral nos dois sexos;
pro- e mesofêmures fortemente clavados e proporcio-
nalmente curtos; metatarsômero I tão ou mais longo
que II-V. Em Oxyommata o corpo é esguio, os élitros
são nitidamente estreitados e divergentes na meta-
de apical, o ápice elitral é arredondando e inerme, o
abdome ultrapassa distintamente o ápice elitral, os
pro- e mesofêmures não são fortemente clavados, os
mesofêmures são moderadamente longos e o metatar-
sômero I é mais curto do que II-V.
Agaone difere de Chrysommata: tegumento não
metálico; abdome não ultrapassa ou ultrapassa um
pouco o ápice elitral nos dois sexos; ápice elitral trun-
cado e nitidamente espinhoso nos ângulos externo e
sutural; pro- e mesofêmures notavelmente clavados;
metatíbias sem tufo de pelos; metatarsômero I tão ou
mais longo que II-V. Em Chrysommata o tegumento é
metálico, o abdome ultrapassa distintamente o ápice
elitral nos dois sexos, o ápice elitral é marcado nos
ângulos externo e sutural, mas sem espinho nítido, os
pro- e mesofêmures não são fortemente clavados, as
metatíbias possuem tufo de pelos e o metatarsômero I
é mais curto do que II-V.
Difere de Ecliptoides: élitros não ou muito fraca-
mente estreitados para o ápice; abdome não ultrapassa
ou ultrapassa um pouco o ápice elitral nos dois sexos;
pro- e mesofêmures notavelmente clavados. Em Eclip-
toides os élitros das fêmeas são distintamente estreita-
dos para o ápice e recobrem apenas parte do segundo
segmento abdominal e os pro- e mesofêmures não são
fortemente clavados.
Agaone difere dos gêneros listados a seguir, além
de vários outros caracteres, pelos élitros que recobrem
todo ou quase todo o abdome, enquanto nesses gêne-
ros, os élitros são distintamente curtos, deixando gran-
de parte do abdome exposto: Bromiades Thomson,
1864; Carenoptomerus Tavakilian & Peñaherrera-Leiva
2003; Crossomeles Chemsak & Noguerra, 1993; Ischa-
sia Thomson, 1864; Ischasioides Tavakilian & Peñaher-
rera-Leiva, 2003 (forma das cavidades procoxais não
mencionada na descrição original); Monneus Magno,
2001; Optomerus Giesbert, 1996; Parischasia Tavaki-
lian & Peñaherrera-Leiva, 2005; Pasiphyle Thomson,
398
1864; Phygopoda Thomson, 1864; Phygopoides
Peñaherrera-Leiva & Tavakilian, 2003; Pseudisthmiade
Tavakilian & Peñaherrera-Leiva, 2005; Tomopteropsis
Peñaherrera-Leiva & Tavakilian, 2003 (forma das ca-
vidades procoxais não mencionada na descrição ori-
ginal); Tomopterus Audinet-Serville, 1833; Pseudacore-
thra Tavakilian & Peñaherrera-Leiva, 2007.
Dos gêneros a seguir, Agaone difere, distintamen-
te, pelos élitros não distintamente estreitados para o
ápice (não deiscentes) e parte considerável do abdome
não exposta: Acyphoderes Audinet-Serville, 1833; Isth-
miade Thomson, 1864; Lygrocharis Melzer, 1927; Phes-
pia Bates, 1873; Sphecomorpha Newman, 1838; Pseu-
dagaone Tippmann, 1960; Clepitoides Clarke, 2009.
De Aechmutes Bates, 1867, Erythroplatys Whi-
te, 1855 e Ornistomus Thomson, 1864 diferencia-se
pelos élitros sem carenas e não alargados na metade
posterior.
Difere de Pandrosos Bates, 1867 pelo corpo mais
robusto e pelos mesofêmures mais curtos. Em Pan-
drosos o corpo é esguio e os mesofêmures são distinta-
mente mais longos.
Agaone difere de Neoregostoma Monné & Gies-
bert, 1992, principalmente, pelo metatarsômero I tão
ou mais longo do que II-V reunidos (distintamente
mais curto em Neoregostoma). De Odontocera Audi-
net-Serville, 1833 difere pela ausência de áreas vítreas
nos élitros (presentes em Odontocera).
Difere de Rhinotragus Germar, 1824, pelos éli-
tros não aplanados dorsalmente e pelo metatarsômero
I tão ou mais longo do que II-V reunidos (respectiva-
mente aplanado e mais curto em Rhinotragus). Final-
mente, difere de Oregostoma Audinet-Serville, 1833,
pelos pro- e mesofêmures notavelmente clavados e
pelo metatarsômero I tão ou mais longo do que II-V
reunidos. Em Oregostoma, os pro- e mesofêmures não
são fortemente clavados e o metatarsômero I e mais
curto do que II-V reunidos. Vide discussão sobre Gru-
piara gen.nov.
Os caracteres listados por Linsley (1934) não
permitem separar Cantharoxylymna de Agaone. O exa-
me de um espécime de C.bicolor, associado à descri-
ção original do gênero, permite efetuar a sinonímia
entre os dois gêneros.
Cantharoxylymna linsleyi Fisher, 1947, não pos-
sui os caracteres encontrados em Agaone (presença de
espículo nas pro- e mesocoxas dos machos; pro- e me-
tafêmures fortemente clavados; metatarsômero I mais
longo do que II-V reunidos; urosternito V não de-
primido na região centro-apical, etc.). Transferimos,
provisoriamente, esta espécie para Eclipta, gênero no
qual, estão alocadas várias espécies similares: Eclipta
linsleyi (Fisher, 1947), comb.nov.
Chave para as espécies de Agaone
1. Área negra não circunda completamente os me-
tafêmures, principalmente na lateral interna
(Figs. 8-13). Peru, Equador, Bolívia, Brasil
(Amazonas, Rondônia) ...................................
...........................A.peruviensis (Fisher, 1952)
– Área negra circunda completamente os metafê-
mures (Figs.14-18, 21, 22) ..........................2
2(1). Desenho negro do pronoto localizado no centro
e com a borda anterior emarginada (Figs.4,5);
quarto dorso-apical dos metafêmures sem fai-
xa enegrecida (Figs.4,5). Panamá ..................
............................... A.bicolor (Linsley, 1934)
– Desenho negro do pronoto localizado junto à
margem anterior ou no centro (Figs. 8, 10,
14, 15, 17, 23, 25), nesse último caso, com
a borda anterior não emarginada e, frequen-
temente, com projeção em direção à cabeça;
quarto dorso-apical dos metafêmures com fai-
xa enegrecida (Figs.8, 10, 14, 15, 17, 23, 25)
3
3(2). Desenho enegrecido do pronoto atinge a sua
borda anterior (Figs.14, 15, 17); lateral do
protórax com placa subcalosa sublisa (Fig.2);
laterais dos urosternitos II e III das fêmeas
com faixas transversais enegrecidas (Fig.22).
Peru, Guiana, Guiana Francesa, Brasil (Ama-
zonas, Pará, Mato Grosso) ..............................
............................. A.notabilis (White, 1855)
– Desenho enegrecido do pronoto não atinge a
sua borda anterior (Figs.23, 25); lateral do
protórax com placa subcalosa fortemente pon-
tuada (Fig.1); laterais dos urosternitos II e III
das fêmeas sem faixas transversais enegrecidas
(Fig.27). Brasil (Bahia, Minas Gerais, Espírito
Santo, Rio de Janeiro) ......A.punctilla sp.nov.
Agaone peruviensis (Fisher, 1952), comb.nov.
(Figs.8-13)
Ommata (Agaone) peruviensis Fisher, 1952:10;
Monné, 2005:481 (cat.); Monné & Hovore,
2005:120 (lista); 2006:120 (lista); Wappes etal.
2006:17 (lista).
Macho (Fig. 8): Rostro alaranjado com a borda dis-
tal, clípeo e labro negros. Área entre os lobos oculares
inferiores e a base dos tubérculos anteníferos acasta-
nhada. Área entre a base dos tubérculos anteníferos
e o occipício e lateralmente até pouco depois do ini-
cio do lobo ocular inferior, preta. Genas alaranjadas
399
FIGURAS 1422: Agaone notabilis (White, 1855): 14-15.Macho, dorsal; 16.Macho, ventral; 17.Fêmea, dorsal; 18.Fêmea, ventral;
19.Macho, cabeça, frontal; 20.Fêmea, cabeça, frontal; 21.Macho, lateral; 22.Fêmea, lateral.
400
com o ápice negro. Face ventral alaranjada. Escapo,
pedicelo e antenômero III pretos; antenômeros IV-XI
alaranjados, no mínimo em parte da base, e negros
no restante.
Placa subcalosa da lateral do protórax grande,
subelíptica e com pontos pequenos e dispersos. Pro-
noto (Fig.8) alaranjado com mancha negra, subcor-
diforme, que inicia aproximadamente no meio, com
a parte mais estreita voltada para a cabeça. Metepis-
ternos (Figs.9,12) pretos. Metasterno (Figs.9,12), a
cada lado, com uma mancha subtriangular negra, com
a parte mais larga junto ao metepisterno e a parte mais
estreita próxima da base das metacoxas (ápices dessas
manchas não interligados entre si). Élitros (Fig.8) ne-
gros; em cada élitro uma mancha amarelada alonga-
da, epipleural, que inicia no úmero e não ultrapassa
o quarto basal e duas manchas amareladas, grandes,
dorsais: uma longitudinal, muito variável na forma,
localizada na metade basal, que atinge ou não a sutura
e não atinge a epipleura; outra transversal, localizada
na metade apical, que atinge a sutura e a epipleura.
Urosternitos I e V acastanhados; urosternitos II-IV
negros. Mancha preta dos metafêmures (Figs.8, 9,
12), em geral, presente apenas nas áreas dorsal, ventral
e lateral externa.
Fêmea (Fig.10): Parte enegrecida do rostro mais larga
do que no macho (Fig.10). Escapo, pedicelo e an-
tenômeros III-VII negros; antenômero VIII enegre-
cido em parte da base; antenômero IX com pequena
mancha negra no ápice; antenômeros X preto no terço
apical; antenômero XI negro nos dois terços apicais.
Élitros (Fig.10) como no macho. Área negra do me-
tasterno recobre quase todo o esclerito. Urosternitos
I-IV (Figs.11,13) completamente alaranjados; uros-
ternito V preto no ápice.
Variabilidade: Macho: clípeo acastanhado; genas
amareladas com o ápice acastanhado; face ventral da
cabeça amarelada; antenômeros IV-XI quase intei-
ramente negros ou quase inteiramente alaranjados;
antenômeros distais com a parte escura acastanha-
da; mancha preta do pronoto não sub-retangular,
não emarginada na parte mais larga e pouco mais
estreita junto à borda anterior do pronoto; mancha
negra do pronoto inicia distintamente após a me-
tade basal; mancha elitral amarelada que inicia no
úmero, junto à epipleura, ausente; urosternito IV
preto na base e acastanhado no restante; urosternito
V negro; mancha preta dos metafêmures presente
apenas na área dorsal e ventral ou incompleta na la-
teral interna; área enegrecida do rostro avança entre
os olhos, quase se interligando a mancha dorsal da
cabeça; urosternitos II-IV negros na base. Fêmea:
genas amareladas com o ápice acastanhado; mancha
amarelada da metade basal dos élitros arredondada
(holótipo).
Dimensões em mm (♂/♀): Comprimento to-
tal, 8,0-9,1/9,4-10,8; comprimento do protó-
rax, 1,7-2,1/2,0-2,2; largura do protórax na base,
1,5-1,7/1,7-1,9; largura do protórax no ápice,
1,2-1,4/1,4-1,6; largura umeral, 1,8-2,2/2,1-2,6;
comprimento elitral, 5,0-5,6/5,6-6,5.
Distribuição geográfica: Equador (novo registro), Peru
(Fisher, 1952), Bolívia (Wappes et al., 2006), Brasil
(Amazonas, Rondônia) (novos registros).
Tipos, localidade-tipo: Holótipo ♀ e dois parátipos (♂
e ♀), provenientes do Peru (Rio Santiago), deposi-
tados no AMNH (holótipo e parátipo ♂) e USNM
(parátipo ♀).
Discussão: Fisher (1952) afirmou: “antennae black (ex-
cept last four segments which are yellow)”. Embora
nenhum dos espécimes examinados tenha os últimos
antenômeros completamente amarelos, é possível que
essa variação ocorra, mas também é possível que os
espécimes examinados por Fisher (op. cit.) possuam
a área escura suavemente acastanhada (como um dos
exemplares que examinamos), o que poderia ter con-
fundido o autor da espécie. A fotografia do holótipo,
disponível em http://research.amnh.org/iz/types_db/
images/Ommata_peruviensis.jpg, sugere que o ante-
nômero XI é acastanhado, contrariando a afirmação
de Fisher (op.cit.).
A diferença mais notável entre A. peruviensis e
as demais espécies do gênero está na forma e posição
do desenho negro do pronoto (Figs.8, 10) (para as
demais espécies, vide figs.4, 5, 14, 15, 17, 23, 25) e
no desenho preto dos metafêmures (Figs.8-10, 11,
13) que é interrompido [completo nas demais espé-
cies (Figs.6, 21, 22, 27, 28)].
Material examinado (MZUSP): EQUADOR, Napo:
Coca, ♂, I.1985, G. Onore col. BOLÍVIA. Re-
gião de Chaparé (400m), ♀, IX.1956 [sem nome
do coletor]. Beni: Guanay (Uyapi), ♀, X-XI.1992,
(sem nome do coletor). BRASIL, Amazonas: Benja-
min Constant (Rio Javary, alto Amazonas), 2 ♂♂,
IX.1961, Dirings; ♂, I.1962, Dirings. Rondônia:
Costa Marquez, ♀, 16.XI.1986, R.W. Wilkerson col.
(ACMT); 62kmSW Ariquemes (próximo da Fazen-
da Rancho Grande), ♀, 01-17.XI.1997, B.K. Dozier
col. (ACMT).
401
Agaone bicolor (Linsley, 1934), comb.nov.
(Figs.3-7)
Cantharoxylymna bicolor Linsley, 1934:347; Monné,
2005:458 (cat.); Monné & Hovore, 2005:116
(lista); 2006:115 (lista).
Macho (Fig.5): Rostro alaranjado com a borda distal,
clípeo e labro negros. Área entre os lobos oculares in-
feriores e a base dos tubérculos anteníferos alaranjada,
um pouco mais escura do que no rostro. Área entre
a base dos tubérculos anteníferos e o occipício e late-
ralmente até pouco depois do inicio do lobo ocular
inferior preta. Genas alaranjadas com o ápice negro.
Face ventral da cabeça alaranjada. Escapo preto, com
mancha alaranjada na área ventral; pedicelo preto;
antenômeros III-VII pretos, com mancha acastanha-
da, longitudinal, na face ventral; antenômeros VIII-X
alaranjados com o extremo apical externo preto; an-
tenômero XI alaranjado no terço basal e preto no
restante.
Placa subcalosa da lateral do protórax grande,
subelíptica e com pontos pequenos e dispersos. Pro-
noto (Fig. 5) alaranjado; margem distal enegrecida;
disco com mancha negra, localizada no meio, forte-
mente emarginada na borda mais próxima da cabeça.
Metepisternos (Fig.6) pretos, com o extremo apical
alaranjado. Metasterno (Figs.6,7), a cada lado, com
uma mancha subtriangular negra, com a parte mais
larga junto ao metepisterno e a parte mais estreita pró-
xima da base das metacoxas (ápices dessas manchas
largamente distanciadas entre si). Élitros negros; em
cada élitro uma mancha amarelada, trapezoidal, que
inicia próximo da base e atinge quase o meio e outra,
sub-retangular, entre o meio e o ápice (essas manchas
se estendem da sutura a epipleura). Urosternitos I,
II e V (Figs.6, 7) amarelo-acastanhados; urosternito
IV amarelado lateralmente e preto na área central (os
ápices laterais da área negra fortemente emarginados);
urosternito V acastanhado. Mancha negra dos meta-
fêmures (Figs.5-7) circunda todo o membro, mas não
se prolonga dorsalmente para o ápice.
Fêmea (Fig. 4): Descrição original: “Yellowish-testa-
ceous, with black markings on the head, pronotum,
elytra, legs, and mesosternum. Head finely, closely
punctured, punctures coarser on occiput; eyes, vertex,
and mandibles black; antennae black, segments eight
to eleven pale, segments one to seven ciliate within.
Prothorax coarsely, closely punctured, discal area bla-
ck. Elytra two and one-half times as long as broad,
with a narrow, transverse, black fascia at base, middle,
and at apex; pubescence short, sparse; apices slightly
dehiscent. Anterior and middle femora with a black
fascia above, posterior femora with a black subapical
ring; anterior tibiae black above, pale beneath, me-
dian and posterior tibiae and all the tarsi black. Body
beneath yellow except met-episterna and apical half of
metasternum which are black. Length 8mm; breadth
2mm.
The specimen looks remarkably like a Chau-
liognathus, resembling in particular C. nigrocinctus
Gorham”.
Dimensões em mm (♂): Comprimento total, 9,2;
comprimento do protórax, 2,1; largura do protórax
na base, 1,5; largura do protórax no ápice, 1,8; largura
umeral, 2,2; comprimento elitral, 5,7.
Distribuição geográfica: Panamá (Linsley, 1934).
Tipos, localidade-tipo: Holótipo ♀ depositado no
CASC.
Discussão: Linsley (1934) comparou Cantharoxylymna
bicolor (=Agaone bicolor) com Chauliognathus nigro-
cinctus Gorham, 1881 (Cantharidae). Comparando-
se as duas espécies, observa-se que, na verdade, a
semelhança é muito vaga, restringindo-se, além das
diferenças entre as famílias, ao desenho do pronoto
e duas das faixas pretas dos élitros (basal e medial).
Aparentemente, Linsley (op. cit.) não conhecia Om-
mata (Agaone).
Material examinado: PANAMÁ, Panamá: 7-10kmN
El Llano, ♂, 14-22.V.1993, E. Giesbert col. (FSCA).
Agaone notabilis (White, 1855), comb.nov.
(Figs.2,14-22)
Rhinotragus notabilis White, 1855:199.
Agaone notabilis; Pascoe, 1859:22 (comb. nov.);
Thomson, 1864:167; Bates, 1870:318; Auri-
villius, 1922:407; Tavakilian in Hequet, 1996:
prancha VIII, fig.5; 1996: sem paginação (par-
tim – texto sobre a figura 5 da prancha VIII);
Meurer-Grimes & Tavakilian, 1997:371,
380 (plantas hosp.; partim); Tavakilian et al.,
1997:325.
Ommata (Agaone) notabilis; Bates, 1873:36; Au-
rivillius, 1912:280 (cat.); Zajciw, 1965:124;
Monné & Giesbert, 1994:95 (lista; partim);
Monné, 2001:43 (partim); Monné, 2005:481
(cat.; partim); Monné & Hovore, 2005:120 (lis-
ta; partim); 2006:120 (lista; partim); Tavakilian
402
& Peñaherrera-Leiva, 2007:93, figs.34, 35, 36
(distr.; partim); Barbosa etal., 2009:292.
Ommata notabilis; Lacordaire, 1869:502; Gemminger
& Harold, 1872:2890 (cat.); Bodkin, 1919:268
(distr.); Blackwelder, 1946:576 (lista).
Agaone notabilis ab. fasciata Aurivillius, 1922:408.
Ommata notabilis a. fasciata; Blackwelder, 1946:576
(lista).
Agaone notabilis ab. connexa Aurivillius, 1922:408.
Ommata notabilis a. connexa; Blackwelder, 1946:576
(lista).
Macho (Fig.14): Rostro alaranjado com a borda dis-
tal, clípeo e labro negros. Área entre os lobos oculares
inferiores e a base dos tubérculos anteníferos averme-
lhada. Área negra entre a base dos tubérculos ante-
níferos e o occipício e lateralmente, até pouco além
do inicio do lobo ocular inferior. Genas alaranjadas
com o ápice negro. Face ventral alaranjada. Escapo e
pedicelo negros com o extremo apical acastanhado;
antenômero III castanho-escuro; antenômeros IV-XI
alaranjados, no mínimo em parte da base, e castanho-
escuro no restante.
Placa subcalosa da lateral do protórax (Fig. 2)
grande, subelíptica, com pontos moderadamente pe-
quenos e dispersos. Pronoto (Figs.14,15) alaranjado
com mancha negra, subcordiforme, iniciada antes no
meio, com a parte mais estreita voltada para a cabeça,
e atinge a borda anterior, em geral, não ou fracamen-
te prolongada na declividade lateral. Metepisternos
(Fig.21) negros. Metasterno (Figs.16, 21), a cada
lado, com uma mancha subtriangular preta, com a
parte mais larga junto ao metepisterno e a parte mais
estreita próxima da base das metacoxas (ápices dessas
manchas não interligados entre si). Élitros (Fig.14)
negros; em cada um, mancha amarelada alongada,
epipleural, que se inicia no úmero e não ultrapassa
o quarto basal e duas manchas amareladas, grandes,
dorsais: uma longitudinal, subelíptica, que se inicia
quase na base e prolonga-se até pouco depois do meio,
atinge a sutura, mas não alcança a epipleura; outra
transversal, localizada na metade apical, que atinge a
sutura e a epipleura. Urosternitos (Figs.16,21) I e V
alaranjados; urosternitos II-IV negros. Mancha negra
dos metafêmures (Figs.14-16,21) circunda comple-
tamente a superfície e prolonga-se dorsalmente até o
ápice.
Fêmea (Fig.17): Parte enegrecida do rostro frequente-
mente mais larga do que no macho (Fig.17); área dor-
sal amarelada da cabeça estende-se até a área anterior
dos tubérculos anteníferos. Escapo, pedicelo e antenô-
meros III-VII negros; antenômero VIII enegrecido em
parte da base; antenômero IX com pequena mancha
negra no ápice; antenômero X preto no terço apical;
antenômero XI negro nos dois terços apicais; uroster-
nitos I-IV alaranjados. Mancha negra do pronoto, em
geral, maior do que nos machos (Fig.17), mas com a
mesma forma. Mancha amarelada anterior dos élitros
como nos machos. Metepisternos (Fig.22) negros na
região anterior e amarelados na posterior (compri-
mento dessas áreas muito variável). Mancha preta do
metasterno (Figs.18,22) como nos machos. Uroster-
nitos I e IV (Figs.18, 22) inteiramente amarelados;
II e III amarelados com mancha negra, alongada, nas
laterais; V amarelado com o ápice preto.
Variabilidade: Macho: clípeo acastanhado na base;
genas com ápice acastanhado; face ventral da cabeça
acastanhada em larga faixa centro-longitudinal; ante-
nômero III parcialmente acastanhado na face ventral;
antenômeros IV-VII com área acastanhada apenas na
face ventral; mancha negra do pronoto com a borda
mais próxima da base variável: emarginada, sinuosa
ou curva; parte distal dos metepisternos com a área
amarelada variável na forma e no tamanho; manchas
amareladas dos élitros (Figs.14,15) total ou parcial-
mente fundidas. Fêmea: área dorsal amarelada da ca-
beça estende-se quase até a borda posterior dos lobos
oculares superiores; antenômero VIII negro; mancha
negra do pronoto não atinge a margem anterior; man-
cha amarelada anterior dos élitros (Fig.17) curta, seu
ápice muito distante da mancha transversal amarela-
da; metepisternos inteiramente negros; macha preta
do metasterno não subtriangular e a cada lado dividi-
da em duas partes: a primeira, pequena, junto à área
posterior dos metepisternos e a segunda, transversal,
grande, localizada próximo das metacoxas.
Dimensões em mm (♂/♀): Comprimento to-
tal, 7,0-9,0/7,4-9,1; comprimento do protó-
rax, 1,6-2,0/1,7-2,0; largura do protórax na base,
1,2-1,7/1,4-1,8; largura do protórax no ápice,
1,1-1,4/1,4-1,6; largura umeral, 1,5-2,2/1,7-2,2;
comprimento elitral, 4,6-5,8/4,7-6,1.
Distribuição geográfica: Peru (Monné, 1993), Guiana
(Bodkin, 1919), Guiana Francesa (Monné, 1993),
Brasil [Pará (Monné, 2001), Amazonas (White,
1855), Mato Grosso (Monné, 1993)].
As citações para os estados brasileiros do Espírito
Santo (Zajciw, 1974), Rio de Janeiro (Zajciw, 1972)
e para a Argentina (Burmeister, 1865), devem ser
desconsideradas. A espécie que provavelmente ocorre
nessa região é A.punctilla sp.nov. Incluímos essas ci-
tações na lista bibliográfica desta última espécie.
403
Tipos, localidade-tipo: Holótipo ♂, coletado por H.W.
Bates, no Brasil (“Amazon”, Santarém), depositado no
BMNH.
Discussão: As duas aberrações descritas por Aurivillius
(1922) são realmente variações de A.notabilis. Dois
espécimes da coleção do MZUSP correspondem a es-
sas “aberrações”. De qualquer forma, de acordo com
o ICZN (1999), como esses nomes não foram utiliza-
dos antes de 1985 como um nome válido de espécie,
ou subespécie ou tratados como homônimos seniores,
não possuem status no código e não estão disponíveis
(Artigo 45.6.4.1). Aurvillius (op. cit.) foi o primeiro
a examinar uma grande série de espécimes, coletados
em Manaus (Brasil, Amazonas), e apontar caracteres
dos dois sexos, não comentados na descrição original
e por Bates (1870).
Vide discussão sobre Agaone punctilla sp.nov.
Material examinado (MZUSP): BRAZIL, Amazo-
nas: Manaus (Reserva Duque), ♀, IX.1995, M.G.V.
Barbosa col.; Parintins, 2♀♀, sem data de coleta, A.
Maller col. Pará: Alter do Chão, 2♀♀, 19.IX.1969,
Expedição Permanente do Amazonas col.; Cachimbo,
6♂♂, X.1955, Pereira col.; Óbidos, ♀, III.1959, sem
nome do coletor.
Agaone punctilla sp.nov.
(Figs.1,23-28)
Rhinotragus notabilis; Burmeister, 1865:173 (distr.).
Ommata (Agaone) notabilis; Zajciw, 1972:55 (distr.);
1974:56 (distr.); Monné, 1993:28 (cat.; par-
tim); Monné & Giesbert, 1994:95 (lista; par-
tim); Monné, 2001:43 (plantas hosp.; partim);
2005:481 (cat.; partim); Monné & Hovore,
2005:120 (lista; partim); 2006:120 (cat.; par-
tim); Tavakilian & Peñaherrera-Leiva, 2007:93
(distr.; partim).
Agaone notabilis; Tavakilian in Hequet, 1996: sem
paginação (partim – texto sobre a figura 5 da
prancha VIII).
Etimologia: Latim, punctilla = diminutivo de
pontuada.
Macho (Fig.23): Rostro alaranjado com a borda dis-
tal, clípeo e labro negros. Área entre os lobos oculares
inferiores e a base dos tubérculos anteníferos averme-
lhada. Área entre a base dos tubérculos anteníferos e
o occipício e lateralmente até pouco depois do inicio
do lobo ocular inferior preta. Genas avermelhadas
com o ápice negro. Face ventral avermelhada. Escapo
e pedicelo negros, esse último com o extremo apical
acastanhado; antenômero III castanho-escuro; ante-
nômeros IV-XI alaranjados, no mínimo em parte da
base, e castanho-escuro no restante.
Placa lateral subcalosa do protórax grande
(Fig.1), com pontos moderadamente grossos, abun-
dantes e em parte confluentes. Pronoto (Fig. 23)
alaranjado com mancha negra, transversal, que
inicia antes no meio e não atinge a borda anterior
(frequentemente, com projeção em direção borda
anterior), não prolongada na declividade lateral.
Metepisternos (Fig. 28) negros na metade ou ter-
ço basal e avermelhados no restante. Metasterno
(Figs.24,28), a cada lado, com uma mancha obli-
qua preta, com a parte mais larga unida ao metepis-
terno e, entre o ápice do metepisterno e a mancha
negra, uma área avermelhada, alongada, com a face
voltada para a cabeça arredondada; as manchas ne-
gras de cada lado do metasterno separadas no cen-
tro. Élitros (Fig.23) negros; em cada élitro mancha
amarelada alongada, epipleural, que se inicia no
úmero e não ultrapassa o quarto basal e duas man-
chas amareladas, grandes, dorsais: uma longitudinal,
subelíptica, que inicia quase na base e prolonga-se
até pouco depois do meio, que atinge a sutura, mas
não atinge a epipleura; outra transversal, localizada
na metade apical, que atinge a sutura e a epipleura.
Urosternitos I e IV (Figs.24,28) inteiramente aver-
melhados; II-III inteiramente castanho-escuros; V
acastanhado, com o ápice castanho-escuro. Mancha
negra dos metafêmures (Figs.23, 24, 28) circunda
completamente a superfície e prolonga-se dorsal-
mente até o ápice.
Fêmea (Fig.25): Parte enegrecida do rostro (Fig.25),
frequentemente, com projeções curtas em direção ao
vértice. Escapo, pedicelo e antenômeros III castanho-
escuros; antenômeros IV-XI distintamente anelados.
Mancha negra do pronoto (Fig. 25), desenho eli-
tral (Fig. 25), metepisternos (Fig. 27) e metasterno
(Figs.26, 27) como nos machos. Urosternitos I-IV
(Figs.26,27) completamente acastanhados; uroster-
nito V parcialmente negro.
Variabilidade: Macho: genas e face ventral alaranjada
ou suavemente acastanhada; escapo acastanhado ou
negro e com mancha avermelhada na face ventral; an-
tenômero III com mancha longitudinal avermelhada
dorsal e/ou ventral; mancha longitudinal amarelada
dos élitros inicia-se pouco depois da base; urosternitos
I e IV inteiramente castanhos; urosternito II casta-
nho-escuro apenas na região central.
404
FIGURAS 23 28: Agaone punctilla sp. nov.: 23. Holótipo macho, dorsal; 24. Holótipo macho, ventral; 25. Parátipo fêmea, dorsal;
26.Parátipo fêmea, ventral; 27.Parátipo fêmea, lateral; 28.Holótipo macho, lateral.
405
Dimensões em mm (♂/♀): Comprimento to-
tal, 9,1-10,5/8,9-11,8; comprimento do protó-
rax, 2,0-2,3/2,0-2,6; largura do protórax na base,
1,6-1,8/1,7-2,1; largura do protórax no ápice,
1,4-1,5/1,6-1,8; largura umeral, 2,0-2,3/2,1-2,8;
comprimento elitral, 5,7-6,5/5,9-7,6.
Discussão: Acreditamos que o primeiro a confundir
Agaone punctilla sp.nov. com A.notabilis foi Burmeis-
ter (1865), que registrou a espécie para a Argentina.
Posteriormente, Zajciw (1972) também confundiu as
duas espécies e registrou A. notabilis para o sudeste
brasileiro.
Agaone punctilla sp.nov. é semelhante a A.no-
tabilis, mas difere: desenho negro do pronoto
(Figs.23, 25) não atinge a borda anterior; área sub-
calosa da lateral do protórax (Fig.1) com pontua-
ção grossa e abundante; área negra dos metafêmu-
res mais larga, principalmente em direção ao ápice
(Figs.23,25); lateral do metasterno, junto ao mete-
pisterno e às metacoxas, com área alaranjada; uroster-
nitos II e III das fêmeas (Fig.27) sem faixa transversal
negra nas laterais. Em A.notabilis o desenho negro do
pronoto (Figs.14, 15, 17) atinge a borda anterior, a
área subcalosa da lateral do protórax (Fig.2) possui
pontos esparsos (aspecto geral de lisa), a área negra dos
metafêmures (Figs.14, 15, 17) é mais estreita, princi-
palmente em direção ao ápice, a lateral do metasterno,
junto ao metepisterno e às metacoxas, não possui área
clara e os urosternitos II e III das fêmeas (Fig.22) pos-
sui faixa transversal negra nas laterais.
Material-tipo (MZUSP): Holótipo ♂, BRASIL, Espí-
rito Santo: Santa Tereza, XII.1946, R. Arlé col. Pará-
tipos – BRASIL, Bahia: Encruzilhada (15°32’25”S-
40°50’12”W; 800 m; armadilha malaise), 10-12.
XII.2007, ♀, J.A. Rafael, P.C. Grossi & D.R. Parizotto
col. (INPA). Minas Gerais: Rio José Pedro, ♀, I.1921,
Zikán col. Espírito Santo: Barra do São Francisco
(Córrego Ita), 1♂, 4 ♀♀, XI.1956, W. Zikán col.;
Linhares, 2♀♀, X.1972, P.C. Elias col.; Santa Tere-
za, ♀, 20.XI.1928, O. Conde col.; ♂, XII.1946, R.
Arlé col.; 5♀♀, XI.1964, C.T. Elias col.; ♂, XI.1964,
C.T. Elias col. Rio de Janeiro: Itatiaia (700 m), ♀,
17.XI.1933, J.F. Zikán col.
Grupiara gen.nov.
Etimologia: Tupi, curú: cascalho + piára: o que faz ou
forma os cascalhos, a jazida (cascalhos entre as pe-
dras); o garimpo, lavras. Gênero feminino.
Espécie-tipo: Ommata (Agaone) viridis Gounelle, 1911.
Tamanho pequeno (de 7,0mm até 14,0mm).
Corpo moderadamente estreito (maior largura um
pouco menor do que 1/4 do comprimento), não de-
primido. Tegumento metálico.
Macho: Cabeça um pouco prolongada atrás dos olhos
(margem posterior dos olhos, na área de junção dos
lobos oculares, distintamente afastada da borda an-
terior do protórax); comprimento do rostro igual à
cerca 0,8 vezes a altura dos lobos oculares inferiores
em vista frontal. Olhos grandes, fortemente emargi-
nados. Lobos oculares superiores muito mais estreitos
do que os inferiores; ápice atinge o nível do ápice dos
tubérculos anteníferos; distância entre os lobos igual
à aproximadamente 0,6 vezes o comprimento do es-
capo. Distância entre os lobos oculares inferiores de
0,9 a 1,3 vezes a largura do antenômero III na base.
Tubérculos anteníferos moderadamente afastados en-
tre si; ápice arredondado. Labro transversal, em geral,
com comprimento igual à cerca 1/3 da largura. An-
tenas (Figs.33, 34, 37) atingem ou quase atingem o
ápice dos élitros, suave e gradualmente alargadas para
o ápice; antenômero III cerca 1,3 vezes mais longo
do que o escapo e com o dobro ou quase o dobro do
comprimento do IV; antenômeros VII-X serreados.
Protórax (Figs. 33, 34) subcilíndrico, mais lar-
go na base do que no ápice, alargado lateralmente na
FIGURAS 2932: Agaone punctilla sp.nov., genitália masculina:
29. Lobo médio, lateral; 30. Tégmen, lateral; 31.Lobo médio,
ápice, dorsal; 32.Lobos-laterais.
406
região mediana, sem tubérculos laterais e sem placa
subcalosa na metade látero-anterior. Disco do pro-
noto com dois sulcos pouco marcados que não atin-
gem a margem anterior (em geral, distintos apenas
no terço basal); superfície com pontuação modera-
damente grossa, profunda, confluente e mais grossa
lateralmente. Pronoto com pubescência curta, entre-
meada por pelos longos. Prosterno com pelos longos
e abundantes. Cavidades procoxais fechadas. Processo
prosternal estreitado na região mediana e truncado e
alargado no ápice. Processo mesosternal fortemente
elevado na base; carenas laterais baixas e sem proje-
ções; ápice emarginado. Mesepisterno intumescido,
parcialmente visível dorsalmente acima dos úmeros.
Metasterno não fortemente elevado próximo às me-
tacoxas (no mesmo nível do ápice dessas); pontuação
moderadamente fina e rasa. Metepisternos (Fig.37)
não fortemente alargados na base.
Escutelo pubescente, alongado, com ápice vol-
tado ou não para cima e chanfrado ou não. Élitros
(Fig.33) cobrem totalmente o abdome, apenas estrei-
tados para o ápice; disco subplano e sem carena nítida
na lateral; margem lateral pouco sinuosa; ápice reta
ou obliquamente truncado, com o ângulo externo ar-
redondado e o sutural saliente (às vezes, distintamente
espinhoso); sutura não divergente em toda extensão;
superfície com pontuação moderadamente fina, bem
marcada e muito abundante em toda extensão, mais
profunda e grossa lateralmente; carenas indistintas.
Élitros unicolores e metálicos.
Pernas anteriores e medianas nitidamente mais
curtas do que as posteriores. Pro- e mesocoxas sem
espículo. Pro- e mesofêmures (Fig. 37) fortemente
clavados, com o pedúnculo curvado para dentro e
clava intumescida. Metafêmures (Fig.37) clavados e
esbeltos; pedúnculo curvado para dentro; clava gradu-
al e não notavelmente intumescida; ápice ultrapassa
o ápice elitral. Superfície inferior de todos os fêmures
com grânulos, mais notáveis nos pro- e mesofêmures.
Metatarsômero I (Figs.33, 34, 37) tão ou apenas mais
longo do que II-V reunidos.
Abdome (Fig.37) fracamente curvado para bai-
xo, principalmente os dois últimos segmentos. Uros-
ternitos em nível nitidamente mais baixo do que o da
superfície do metasterno; urosternito I, entre a bor-
da da cavidade metacoxal e a margem distal, pouco
mais longo do que os urosternitos II e III; processo
do urosternito I com ápice aguçado ou arredondado;
urosternito V aproximadamente tão longo quanto II
e III na região central, metade centro-apical não de-
primida, sem elevação nas laterais e com ápice fraca-
mente projetado; urosternitos I-IV pubescentes, com
pelos entremeados, longos e eretos; pubescência do
urosternito V presente nas laterais e com a área central
com pelos longos e moderadamente abundantes.
Fêmea: As principais diferenças em relação aos ma-
chos são: distância entre os lobos oculares superiores
e inferiores igual a aproximadamente o quádruplo da
largura do antenômero III na base; antenas atingem
ou quase atingem o quarto apical dos élitros; sulcos
longitudinais do disco do pronoto ausentes; fêmures
sem grânulos; pro- e mesofêmures não notavelmente
clavados; abdome (Fig.38) não curvado para baixo;
metade centro-apical do urosternito V com ápice su-
barredondado e sem pequena projeção central.
Distribuição geográfica: Argentina [Corrientes, Mis-
siones (Viana, 1972)], Paraguai (Bosq, 1945), Bolívia
(Wappes etal., 2006), Brasil [Goiás (Gounelle, 1911),
Mato Grosso do Sul (novo registro), Minas Gerais
(Monné, 1993), Rio de Janeiro (Monné, 1993), São
Paulo (Zajciw & Seabra, 1968), Paraná (Monné,
1993), Santa Catarina (Zajciw & Seabra, 1968), Rio
Grande do Sul (Buck, 1959)].
Discussão: Grupiara gen. nov. difere de Agaone: te-
gumento metálico; distância entre os lobos oculares
inferiores dos machos quase igual ou maior do que a
largura do antenômero III na base; protórax distinta-
mente mais largo na base do que no ápice; protórax
sem placa subcalosa nas laterais; prosterno com pu-
bescência longa e abundante; metepisternos não no-
tavelmente alargados na base; élitros monocolores e
metálicos; pro- e mesocoxas dos machos sem espículo;
urosternito V dos machos com região central fraca-
mente projetada; pro- e mesofêmures das fêmeas não
fortemente clavados. Em Agaone, o tegumento não é
metálico, a distância entre os lobos oculares inferiores
dos machos é menor do que a metade da largura do
antenômero III na base, o protórax é pouco mais largo
na base do que no ápice e possui placa subcalosa nas
laterais, o prosterno não apresenta pubescência longa
e abundante, os metepisternos são notavelmente lar-
gos na base, os élitros são bicolores e não metálicos,
as pro- e mesocoxas dos machos possuem espículo, o
urosternito V dos machos apresenta projeção central
nítida e os pro- e mesofêmures das fêmeas são forte-
mente clavados.
Grupiara gen. nov. diferencia-se dos demais
gêneros de Rhinotragini (exceto Chrysomata) pelos
mesmos caracteres pelos quais Agaone difere deles (ex-
ceto a forma do ápice elitral em Eclipta, Rhopalessa,
Ecliptophanes e Oxyommata). De Chrysomata separa-
se pelo abdome que não ultrapassa o ápice elitral nos
dois sexos, pelos pro- e mesofêmures notavelmente
407
clavados, principalmente nos machos, e pelo metatar-
sômero I mais tão ou mais longo que II-V reunidos.
Em Chrysomata o abdome ultrapassa distintamente o
ápice elitral nos dois sexos, os pro- e mesofêmures não
são notavelmente clavados nos dois sexos e o metatar-
sômero I é mais curto do que II-V.
Grupiara viridis (Gounelle, 1911)
(Figs.33-38)
Ommata (Agaone) viridis Gounelle, 1911:36; Monné,
2005:481 (cat.); Monné & Hovore, 2005:120
(lista); 2006:120 (lista).
Tegumento verde metálico com reflexos violá-
ceos (às vezes, também dourados); rostro, clípeo e la-
bro (exceto o ápice dos dois últimos castanho-claros),
escapo, pedicelo, antenômeros III-IV, tíbias e tarsos
violáceo-escuro; antenômeros V-VIII dos machos e
V-XI nas fêmeas, castanho-escuros, subopacos, com
reflexos violáceos; antenômeros IX-XI dos machos
castanho-escuros com reflexos violáceos, com parte da
base avermelhada; metafêmures violáceo-escuros no
terço basal e quarto apical e verde-escuros com refle-
xos violáceos no restante; urosternitos verde-escuros
com reflexos violáceos.
Macho (Fig. 33): Sulco longitudinal da cabeça, entre
os lobos oculares inferiores, bem marcado. Margem
dos lobos oculares inferiores com franja de pêlos cur-
tos, arqueados, que se inicia na base dos tubérculos
anteníferos e, a partir da base do lobo, segue obliqua-
mente em direção ao ápice genal. Área entre os tu-
bérculos anteníferos e a borda do pronoto com pelos
longos e moderadamente dispersos.
Pronoto (Fig.33) com pontuação grossa e con-
fluente e muito abundante, mais grossa lateralmente;
base com uma depressão transversal a cada lado, ni-
tidamente mais profunda em direção à lateral. Pilo-
sidade do pro-, meso e metasterno esbranquiçada e
abundante. Élitros (Fig.33) com pontuação modera-
damente grossa, confluente e muito abundante, ape-
nas mais grossa e profunda no quarto apical. Uroster-
nitos (Figs.34,37) com pubescência esbranquiçada,
entremeada por pelos longos.
Fêmea (Fig. 35): Pilosidade de toda a face ventral
(Figs.36,38) distintamente menos conspícua do que
nos machos.
Variabilidade: Urosternitos com coloração variável:
inteiramente verde-escuros (Fig. 34); inteiramente
castanho-escuros; urosternito I verde-escuro e os de-
mais avermelhados (Figs.36-38); urosternito I parcial-
mente verde-escuro, acastanhado na região centro-api-
cal e demais urosternitos avermelhados; urosternitos
I-IV verde-escuros e urosternito V total ou parcial-
mente avermelhado.
Dimensões em mm (♂/♀): Comprimento to-
tal, 6,8-10,1/7,3-13,3; comprimento do protó-
rax, 1,5-2,2/1,6-2,9; largura do protórax na base,
1,3-1,8/1,4-2,6; largura do protórax no ápice,
1,1-1,6/1,2-2,3; largura umeral, 1,6-2,2/1,7-3,2;
comprimento elitral, 4,4-6,4/5,3-8,4.
Tipos, localidade-tipo: Descrita com base em 35 sín-
tipos (14 ♂♂ e 21 ♀♀) (Tavakilian & Chevillotte,
1999), coletados no Brasil (Goiás, Jataí), e deposita-
dos no MNHN (ex. coleção Gounelle). Quatro sínti-
pos ♀ no MZUSP.
Discussão: Pela coloração geral, Grupiara viridis asse-
melha-se à Chrysaete aurata (Bates 1870), mas difere,
além dos caracteres genéricos, pelo protórax mais cur-
to e mais largo e pelo pronoto não estriado. Em C.au-
rata o protórax é nitidamente mais longo e estreito e o
pronoto é transversalmente estriado.
Material examinado (MZUSP): BOLÍVIA, Chu-
quisaca: Incahuasi (1.600 m), ♂, E. Myupampa &
L.E. Peña G. col. ARGENTINA, Misiones: 2 ♂♂,
III.1973, R. Foerster col.; Posadas, ♂, XI.1945, Pro-
sen col. PARAGUAI, San Pedro: Cororó (Rio Ypane),
♂, 01-05.XII.1983, M. Wasbauer col. BRASIL, Goi-
ás: Campinas, 11♂♂, 11♀♀, I.1934, R. Spitz col.;
2♀♀, XII.1935, R. Spitz col.; 1♂, 1♀, XII.1935,
Borgmeier & S. Lopes col.; ♂, 01.IX.1936, S. Lopes
col.; Jataí, 4 síntipos ♀, [sem data de coleta e nome
do coletor]; Leopoldo Bulhões, 1♂, 2♀♀, XI.1935,
R. Spitz col. Mato Grosso do Sul: Corumbá (Serra do
Urucum), ♀, XI.1960, K. Lenko col. Minas Gerais:
Lavras, ♂, [sem data e nome do coletor]; Machacalis,
♀, XII.1954, [sem nome do coletor]; Passos, 4 ♂♂,
X.1963, C.T. Elias col.; Catas Altas (Serra do Caraça,
Engenho), 7♂♂, 7♀♀, XI.1961, Kloss, Lenko, Mar-
tins & Silva col. Espírito Santo: Baixo Guandu, 6♂♂,
5♀♀, X.1971, P.C. Elias col. São Paulo: Amparo, ♀,
[sem data de coleta], Navarro de Andrade col.; Bata-
tais, 2♂♂, 2♀♀, XII.1943, F.S. Pereira col.; Botu-
catu, ♀, 12.XI.1965, A. Montovam col.; Itápolis (Fa-
zenda Palmeiras), ♂, X.1945, F. Lane col.; Presidente
Epitácio, ♂, X.1954, J. Lane col.; Tabatinga (Fazenda
Itaquerê), 1♂, 2♀♀, 01.XII.1963, K. Lenko col. Pa-
raná: Curitiba (Fonte Anú), ♂, XII.1938, [sem nome
408
FIGURAS 3338: Grupiara viridis (Gounelle, 1911): 33.Macho, dorsal; 34. Macho, ventral; 35. Fêmea, dorsal; 36. Fêmea, ventral;
37.Macho, lateral; 38.Fêmea, lateral.
409
otes on the oleoptera of ritish uiana
The Entomologist’s Monthly Magazine,
ongicórnios del araguay capturados por
los padres ridarolli y illiner Revista Argentina de
Zoogeografia,
erambycidae in der ammlung des nstituto
nchietano de esquisas Pesquisas,
ongicornia rgentina ystematische
ebersicht der ockkäfer der a latataaten Stettiner
Entomologische Zeitung,
olivian hinotragini ew species of
Ecliptoides avakilian eñaherreraeiva new status
and Clepitoides new genus oleoptera erambycidae Papéis
Avulsos de Zoologia,
ew erambycid beetles belonging to the tribe
hinotragini from outh merica oleoptera American
Museum Novitates,
Catalogus coleopterorum
hucusque descriptorum synonymicus et systematicus. ondon
onachii v p
ew species and records of hinotragini
oleoptera erambycidae for entral merica and exico
The Coleopterists Bulletin,
iste des cérambycides de la région de atahy
tat de oyaz résil Annales de la Société Entomologique de
France,
International Code of Zoological
Nomenclature. ondres xxx+p
Histoire Naturelle des Insectes. Genera
des Coléoptères, ou exposé méthodique et critique de tous les
genres proposés jusqu’ici dans cet ordre d’insectes. ibrairie
ncyclopédique de oret aris v p
new genus and several new species of
eotropical hinotragine beetles oleoptera erambycidae
Revista de Entomologia,
hemistry of
erambycid ost lants art urvey of eguminosae
– tudy in daptative adiation The Botanical Review,
figs
Catalogue of the Cerambycidae (Coleoptera)
of the western hemisphere. Part VII. Subfamily Cerambycinae:
Tribes Nathriini, Molorchini, Psebiini, Stenopterini,
Necydalopsini, Rhinotragini, Eroschemini. ociedade rasileira
de ntomologia ão aulo v p
atalogue of the eotropical erambycidae
oleoptera with known host plant – art ubfamily
erambycinae tribes raciliini to rachyderini Publicações
Avulsas do Museu Nacional,
atalogue of the erambycidae oleoptera
of the eotropical egion art ubfamily erambycinae
Zootaxa,
otes on estern emisphere
erambycidae oleoptera Insecta Mundi,
Checklist of the Cerambycidae
and Disteniidae (Coleoptera) of the Western Hemisphere.
olfsgarden ooks urbank p
Checklist of the Cerambycidae,
or longhorned wood-boring beetles, of the Western Hemisphere.
io uip ublications ancho ominguez p
Checklist of the Cerambycidae,
or longhorned wood-boring beetles, of the Western Hemisphere.
io uip ublications ancho ominguez p
n ew enera and pecies of ongicorn
oleoptera art The Transactions of the Entomological
Society of London, ew eries est
410
do coletor]. Santa Catarina: Mafra, ♂, III.1932, A.
Maller col.; Seara (Nova Teutônia), ♂, I.1940, [sem
nome do coletor].
RESUMO
Todos os subgêneros de Ommata são elevados a gênero,
levando-se em consideração a diversidade de caracteres
encontrados em cada um deles. Agaone é revisto e
uma nova espécie é descrita do Brasil (Minas Gerais,
Espírito Santo, Rio de Janeiro): A. punctilla sp.nov.
Cantharoxylymna Linsley, 1934 é considerado sinônimo
junior de Agaone. Grupiara gen. nov. é descrito para
alocar Ommata (Agaone) viridis Gounelle, 1911.
P-: Agaone; Gênero novo; Espécie nova;
Sinonímia; Taxonomia.
AGRADECIMENTOS
A Ian Swift, Michael C. Thomas (FSCA) e Larry
G. Bezark pelo empréstimo de material para estudo
e informações sobre Cantharoxylymna bicolor Linsley,
1934.
REFERÊNCIAS
Coleopterorum Catalogus, pars
Cerambycidae: erambycinae unk erlin p
eue oder wenig bekannte oleoptera
ongicornia Arkiv för Zoologi, figs
omposição e abundância de espécies de erambycidae
na eserva ucke n onseca da agalhães
afael ranklin rgs A fauna de artrópodes da
Reserva Florestal Ducke. nstituto acional de esquisas
da mazônia anaus p
ew species of oleoptera from hontales
icaragua The Transactions of the Entomological Society of
London,
ontributions to an nsect auna of the
mazon alley oleoptera erambycidae The Transactions
of the Entomological Society of London, part
otes on the ongicorn oleoptera of
ropical merica The Annals and Magazine of Natural History,
Biologia Centrali-Americana, Insecta, Coleoptera,
Supplement to Longicornia. ritish useum atural istory
ondon v p est
A photographic Catalog of the Cerambycidae
of the New World. isponível em <httpplantcdfacagov
byciddbdefault_wmageasp> cesso em ar
hecklist of the coleopterous insects
of exico entral merica the est ndies and outh
merica art Bulletin of the United States National Museum,
n equet Longicornes de Guyane.
ayenne pls
erambycidae
isponível em <httpswwworleansirdfrtitan> cesso
em ez
ouvelles
espėces et nouveaux genres de hinotragini oleoptera
erambycidae Coléoptères,
ouvelles
espèces et nouveaux genres de hinotragini oleoptera
erambycidae Coléoptères,
eotropical ree pecies and heir aunas of
ylophagous ongicorns oleoptera erambycidae in
rench uiana The Botanical Review, figs
ystema cerambycidarum ou exposé de
tous les genres compris dans la famille des cérambycides et
familles limitrophes Mémoires de la Société Royale des Sciences
de Liège, p p
porte al catálogo de erambycidae del
araguay nsecta oleoptera Revista del Museo Argentino
de Ciencias Naturales “Bernardino Rivadavia”, ntomologia
reliminary checklist of olivian erambycidae
oleoptera Insecta Mundi,
Catalogue of the coleopterous insects in the collection
of the British Museum. ongicornia ritish useum
ondres v p
ovos ongicórneos eotrópicos da tribo
hinotragini ol erambycidae erambycinae Anais
da Academia Brasileira de Ciências, figs
studos do gênero Ommata hite
otas sôbre o subgênero Eclipta at ol
erambycidae hinotragini Atas da Sociedade de Biologia,
ontribuição para o estudo da fauna dos
longicórneos do arque acional do tatiaia oleoptera
erambycidae Brasil Florestal,
ontribuição para o estudo dos longicórnios
oleoptera erambycidae das florestas do stado do spírito
anto e principalmente da eserva iológica oóretama
Boletim Técnico do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento
Florestal,
ongicórneos da erra da
ocaina stado de ão aulo oleoptera erambycidae
Atas da Sociedade de Biologia,
Recebido em: 25.03.2010
Aceito em: 30.05.2010
Impresso em: 24.09.2010
411
Publisher: Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Avenida Nazaré, 481,
Ipiranga, CEP 04263-000, São Paulo, SP, Brasil.
Editor-in-Chief: Hussam Zaher, Serviço de Vertebrados, Museu de Zoologia, Universidade
de São Paulo, Post Office Box 42.494, CEP 04218-970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail:
editormz@usp.br.
Managing Editor: Carlos José Einicker Lamas (Museu de Zoologia, Universidade de São
Paulo, Brasil).
Associate Editors: Mário César Cardoso de Pinna (Museu de Zoologia, Universidade de
São Paulo, Brasil); Marcos Domingos Siqueira Tavares (Museu de Zoologia, Universidade
de São Paulo, Brasil); Sergio Antonio Vanin (Museu de Zoologia, Universidade de São
Paulo, Brasil).
Editorial Board: Aziz Nacib Ab’Saber (Universidade de São Paulo, Brasil); Rüdiger Bieler
(Field Museum of Natural History, U.S.A.); Walter Antonio Pereira Boeger (Universidade
Federal do Paraná, Brasil); Carlos Roberto Ferreira Brandão (Universidade de São Paulo,
Brasil); James M. Carpenter (American Museum of Natural History, U.S.A.); Ricardo
EDITORIAL COMMITTEE
Macedo Corrêa e Castro (Universidade de São Paulo, Brasil); Mario de Vivo (Universidade
de São Paulo, Brasil); Marcos André Raposo Ferreira (Museu Nacional, Rio de Janeiro,
Brasil); Darrel R. Frost (American Museum of Natural History, U.S.A.); William R.
Heyer (National Museum of Natural History, U.S.A.); Ralph W. Holzenthal (University
of Minnesota, U.S.A.); Adriano Brilhante Kury (Museu Nacional, Rio de Janeiro, Brasil);
Gerardo Lamas (Museo de Historia Natural “Javier Prado”, Lima, Peru); John G. Maisey
(American Museum of Natural History, U.S.A.); Naércio Aquino Menezes (Universidade
de São Paulo, Brasil); Christian de Muizon (Muséum National d’Histoire Naturelle, Paris,
France); Nelson Papavero (Universidade de São Paulo, Brasil); James L. Patton (University
of California, Berkeley, U.S.A.); Richard O. Prum (University of Kansas, U.S.A.); Olivier
Rieppel (Field Museum of Natural History, U.S.A.); Miguel Trefaut Urbano Rodrigues
(Universidade de São Paulo, Brasil); Randall T. Schuh (American Museum of Natural
History, U.S.A.); Luís Fábio Silveira (Universidade de São Paulo, Brasil); Ubirajara
Ribeiro Martins de Souza (Universidade de São Paulo, Brasil); Paulo Emílio Vanzolini
(Universidade de São Paulo, Brasil); Richard P. Vari (National Museum of Natural
History, U.S.A.).
INSTRUCTIONS TO AUTHORS - (April 2007)
General Information: Papéis Avulsos de Zoologia (PAZ) and Arquivos de Zoologia (AZ)
cover primarily the fields of Zoology, publishing original contributions in systematics,
paleontology, evolutionary biology, ontogeny, faunistic studies, and biogeography. Papéis
Avulsos de Zoologia and Arquivos de Zoologia also encourage submission of theoretical and
empirical studies that explore principles and methods of systematics.
All contributions must follow the International Code of Zoological Nomenclature.
Relevant specimens should be properly curated and deposited in a recognized public
or private, non-profit institution. Tissue samples should be referred to their voucher
specimens and all nucleotide sequence data (aligned as well as unaligned) should be
submitted to GenBank (www.ncbi.nih.gov/Genbank) or EMBL (www.ebi.ac.uk).
Peer Review: All submissions to Papéis Avulsos de Zoologia and Arquivos de Zoologia are
subject to review by at least two referees and the Editor-in-Chief. All authors will be notified
of submission date. Authors may suggest potential reviewers. Communications regarding
acceptance or rejection of manuscripts are made through electronic correspondence with
the first or corresponding author only. Once a manuscript is accepted providing changes
suggested by the referees, the author is requested to return a revised version incorporating
those changes (or a detailed explanation of why reviewer’s suggestions were not followed)
within fifteen days upon receiving the communication by the editor.
Proofs: Page-proofs with the revised version will be sent to e-mail the first or corresponding
author. Page-proofs must be returned to the editor, preferentially within 48 hours. Failure to
return the proof promptly may be interpreted as approval with no changes and/or may
delay publication. Only necessary corrections in proof will be permitted. Once page proof
is sent to the author, further alterations and/or significant additions of text are permitted
only at the author’s expense or in the form of a brief appendix (note added in proof).
Submission of Manuscripts: Manuscripts should be sent to the SciELO Submission
(http://submission.scielo.br/index.php/paz/login), along with a submission letter
explaining the importance and originality of the study. Address and e-mail of the
corresponding author must be always updated since it will be used to send the 50 reprints
in titled by the authors. Figures, tables and graphics should not be inserted in the text.
Figures and graphics should be sent in separate files with the following formats: “.jpg” and
“.tif” for figures, and “.xls” and “.cdr” for graphics, with 300 dpi of minimum resolution.
Tables should be placed at the end of the manuscript.
Manuscripts are considered on the understanding that they have not been published or
will not appear elsewhere in substantially the same or abbreviated form. The criteria for
acceptance of articles are: quality and relevance of research, clarity of text, and compliance
with the guidelines for manuscript preparation.
Manuscripts should be written preferentially in English, but texts in Portuguese or Spanish
will also be considered. Studies with a broad coverage are encouraged to be submitted in
English. All manuscripts should include an abstract and keywords in English and a second
abstract and keywords in Portuguese or Spanish.
Authors are requested to pay attention to the instructions concerning the preparation
of the manuscripts. Close adherence to the guidelines will expedite processing of the
manuscript.
Manuscript Form: Manuscripts should not exceed 150 pages of double-spaced, justified
text, with size 12 and source Times New Roman (except for symbols). Page format should
be A4 (21 by 29.7 cm), with 3 cm of margins. The pages of the manuscript should be
numbered consecutively.
The text should be arranged in the following order: Title Page, Abstracts with Keywords,
Body of Text, Literature Cited, Tables, Appendices, and Figure Captions. Each of these
sections should begin on a new page.
(1) Title Page: This should include the title, short title, author(s) name(s) and
institutions. The title should be concise and, where appropriate, should include
mention of families and/or higher taxa. Names of new taxa should not be included in
titles.
(2) Abstract: All papers should have an abstract in English and another in Portuguese
or Spanish. The abstract is of great importance as it may be reproduced elsewhere. It
should be in a form intelligible if published alone and should summarize the main facts,
ideas, and conclusions of the article. Telegraphic abstracts are strongly discouraged.
Include all new taxonomic names for referencing purposes. Abbreviations should be
avoided. It should not include references. Abstracts and keywords should not exceed
350 and 5 words, respectively.
(3) Body of Text: The main body of the text should include the following sections:
Introduction, Material and Methods, Results, Discussion, Conclusion,
Acknowledgments, and References at end. Primary headings in the text should be
in capital letters, in bold and centered. Secondary headings should be in capital and
lower case letters, in bold and centered. Tertiary headings should be in capital and
lower case letters, in bold and indented at left. In all the cases the text should begin in
the following line.
(4) Literature Cited: Citations in the text should be given as: Silva (1998) or Silva
(1998:14-20) or Silva (1998: figs. 1, 2) or Silva (1998a, b) or Silva & Oliveira (1998)
or (Silva, 1998) or (Rangel, 1890; Silva & Oliveira, 1998a, b; Adams, 2000) or (Silva,
pers. com.) or (Silva et al., 1998), the latter when the paper has three or more authors.
The reference need not be cited when authors and date are given only as authority for
a taxonomic name.
(5) References: The literature cited should be arranged strictly alphabetically and given in
the following format:
• Journal Article – Author(s). Year. Article title. Journal name, volume: initial page-
final page. Names of journals must be spelled out in full.
• Books – Author(s). Year. Book title. Publisher, Place.
• Chapters of Books – Author(s). Year. Chapter title. In: Author(s) ou Editor(s),
Book title. Publisher, Place, volume, initial page-final page.
• Dissertations and Theses – Author(s). Year. Dissertation title. (Ph.D. Dissertation).
University, Place.
• Electronic Publications – Author(s). Year. Title. Available at: <electronic address>.
Access in: date.
Tables: All tables must be numbered in the same sequence in which they appear in text.
Authors are encouraged to indicate where the tables should be placed in the text. They
should be comprehensible without reference to the text. Tables should be formatted with
vertical (portrait), not horizontal (landscape), rules. In the text, tables should be referred
as Table 1, Tables 2 and 3, Tables 2-6. Use “TABLE” in the table heading.
Illustrations: Figures should be numbered consecutively, in the same sequence that they
appear in the text. Each illustration of a composite figure should be identified by capital
letters and referred in the text as: Fig. 1A, Fig. 1B, for example. When possible, letters
should be placed in the left lower corner of each illustration of a composite figure. Hand-
written lettering on illustrations is unacceptable. Figures should be mounted in order to
minimize blank areas between each illustration. Black and white or color photographs
should be digitized in high resolution (300 dpi at least). Use “Fig(s).” for referring to
figures in the text, but “FIGURE(S)” in the figure captions and “fig(s).” when referring
to figures in another paper.
Responsability: Scientific content and opinions expressed in this publication are sole responsibility of the respective authors.
Copyrights: The journals Papéis Avulsos de Zoologia and Arquivos de Zoologia are licensed under a Creative Commons Licence (http://creativecommons.org).
For other details of manuscript preparation of format, consult the CBE Style Manual, available from the
Council of Science Editors (www.councilscienceeditors.org/publications/style.cfm).
Papéis Avulsos de Zoologia and Arquivos de Zoologia are publications of the Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (www.mz.usp.br).
Always consult the Instructions to Authors printed in the last issue or in the electronic home pages: www.scielo.br/paz or www.mz.usp.br/publicacoes.