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Os jovens e a leitura

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... Baseado em autores como Calligaris (2014) e Le Breton (2017, 2018) discute-se o adolescer como um tempo marcado pelo reconhecimento de si, muitas vezes atravessado por instabilidades e vulnerabilidades, constantemente despercebidas pelos adultos e ignoradas pelos sistemas educacionais. Com argumentos de Foucault (20006, 2004) e Petit (2009a, 2009b aborda-se o escrever sobre si como uma prática fundamental para que os adolescentes consigam se expressar; além de ser uma atividade que possibilita conhecer a si mesmo e ajuda no enfrentamento das adversidades. Destaca-se, com o auxílio de Larrosa (2018), que essa escrita de si contribui para o desenvolvimento de um educar que acontece quando o sujeito experiencia e produz sentido a partir de suas vivências. ...
... systems. Based in Foucault (2006Foucault ( , 2004 and Petit (2009aPetit ( , 2009b approaches the writing about oneself as an essential practice to make the adolescents express about themselves; besides being an activity that allows the knowledge about oneself and helps to overcome adversities. Larrosa (2018) highlights the writing about oneself helps to develop an education that happens when the person experiences and makes senses with your own life events. ...
... Según Calligaris (2014) y Le Breton (2017Breton ( , 2018 la adolescencia y un tiempo marcado por el autorreconocimiento, a menudo atravesado por inestabilidades y vulnerabilidades, constantemente desapercibido para los adultos e ignorado por los sistemas educativos. Con argumentos de Foucault (2006de Foucault ( , 2004 y Petit (2009aPetit ( , 2009b, se aborda la escritura sobre sí mismo como una práctica fundamental para que los adolescentes puedan expresarse; Además de ser una actividad que te permite conocerte a ti mismo y te ayuda a enfrentar las adversidades. Según Larrosa (2018) la escritura de sí mismo contribuye al desarrollo de una educación que sucede cuando el sujeto experimenta y produce sentido a partir de sus vivencias. ...
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O artigo discute a importância da escrita de si na construção identitária e emocional de adolescentes. Baseado em autores como Calligaris (2014) e Le Breton (2017, 2018) discute-se o adolescer como um tempo marcado pelo reconhecimento de si, muitas vezes atravessado por instabilidades e vulnerabilidades, constantemente despercebidas pelos adultos e ignoradas pelos sistemas educacionais. Com argumentos de Foucault (20006, 2004) e Petit (2009a, 2009b) aborda-se o escrever sobre si como uma prática fundamental para que os adolescentes consigam se expressar; além de ser uma atividade que possibilita conhecer a si mesmo e ajuda no enfrentamento das adversidades. Destaca-se, com o auxílio de Larrosa (2018), que essa escrita de si contribui para o desenvolvimento de um educar que acontece quando o sujeito experiencia e produz sentido a partir de suas vivências. A escrita pessoal é descrita como uma maneira de resistir aos silenciamentos e também à uniformização presentes na sociedade contemporânea.
... Nesse âmbito dos serviços públicos de saúde mental, deve-se considerar o fato de que alguns usuários adolescentes de serviços de saúde mental tenham grande interesse pela leitura e pela expressão escrita e, por vezes consigam comunicar pela escrita sentimentos que não exprimem oralmente, recorrendo a esse campo cultural em períodos de crise, como justamente investigou a antropóloga Petit (2008Petit ( , 2009. Crises, para a autora, seriam tanto as mais globais, conflitos armados e desequilíbrios sociais, por exemplo, como as mais particulares, decorrentes de perdas, lutos, decepções amorosas. ...
... As pesquisas de Petit (2008de Petit ( , 2009) se interessaram primordialmente pela experiência dos leitores, valorizando especialmente a construção de sentido, a constituição subjetiva e a possibilidade de resistir às adversidades do meio social. A leitura, de acordo com a autora, tem papel essencial principalmente na adolescência, permitindo a construção da identidade, o enriquecimento da linguagem e da imaginação e o desenvolvimento da alteridade (Petit, 2008). ...
... Apoiando-se nos estudos conduzidos por Petit (2008Petit ( , 2009), a ideia foi buscar que os textos lidos fossem de fato apropriados subjetivamente e de maneira livre. ...
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O objetivo deste artigo é discutir os significados da leitura e escrita para adolescentes de um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil do município de São Paulo, por meio do acompanhamento de um trabalho com oficinas expressivas e seus desdobramentos. Trata-se de uma pesquisa-intervenção com uso de diário de campo. A leitura e a linguagem escrita foram entendidas como objetos culturais, promotores da interação social e capazes de auxiliar na superação de crises, conforme pesquisas da antropóloga Michèle Petit. Nos grupos, eram realizados jogos, leitura de textos de diferentes gêneros discursivos e atividades de escrita, além de visitas a equipamentos culturais. A análise dos dados inspirou-se na obra de Mikhail Bakhtin. O estudo permitiu compreender aspectos singulares do ato de ler para cada participante e possibilitou ainda produções escritas mais significativas e com função social. Um desdobramento do estudo foi a realização de um novo ciclo de oficinas, que expôs as produções dos usuários no espaço de convivência do serviço.
... Metodologicamente, este artigo se configura como pesquisa-ação, de abordagem qualitativa, efetivada por meio da aplicação de uma Sequência Básica (SB), no período de setembro de 2022, para análise de dados. Diante do exposto, buscou-se como aportes teóricos, as contribuições de Bordini e Aguiar (1993), Bourdieu (2002, Candido (2004), Cosson (2006), Freire (2019), Lajolo (2004), Petit, (2008), Rouxel (2012), Saffioti (2004, dentre outros. Vale ressaltar que esse artigo se constitui em um recorte de uma dissertação de mestrado defendida em março de 2024 pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso em ampla associação entre Universidade de Cuiabá. ...
... Fala que ratifica que o texto literário é uma rede de recriações, podendo suscitar fascínio, perturbação e estranhamento no leitor, tanto confirmando ou desafiando suas previsões e expectativas sobre a obra (Bordini;Aguiar, 1993). Petit (2008) defende o pressuposto da leitura literária como perspectiva da compreensão da condição humana e da preservação da subjetividade, principalmente porque trabalhar a literatura na perspectiva do sensível, sob a rubrica da leitura prazerosa, é percorrer as veredas da própria existência, o exercício de sentir o texto para se deixar afetar por ele. Com efeito, pode-se dizer que instaurar sentidos a partir da obra ficcional é provocar emocionalmente o leitor, e com isso, deixar florescer o interesse de ler para sentir a fruição da arte literária enquanto condição presentificada e dinâmica entre quem escreve e quem lê, junto às mediações socioculturais. ...
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Este artigo traz um recorte da minha dissertação de mestrado “Leitores em (trans)formação: a crítica ao patriarcado em contos de Marina Colasanti”, em que se investigou a contribuição do ensino de literatura e suas interfaces frente à cultura do patriarcado, visando à formação do leitor crítico, por meio da recepção e análise de contos colasantianos. No presente texto, objetivou-se explorar dentro desse viés investigativo a relevância da leitura literária para a sensibilização e para a formação crítica, visando o desenvolvimento de habilidades leitoras de interpretação e de reflexão sobre a representação da violência contra a mulher. Teve como público, estudantes do 1º ano do Ensino Médio, de uma escola pública do município de Campo Verde-MT, no período de setembro de 2022, por meio da aplicação de uma Sequência Básica proposta por Cosson (2006). Em suma, observou-se que a leitura literária nas aulas de Língua Portuguesa promove o exercício da imaginação e da subjetividade, ao mesmo tempo que valoriza a experiência estética. Dessa forma, fica evidente que práticas educativas com o gênero conto fornece subsídios essenciais para questionar as relações de poder reforçadas por uma cultura machista e patriarcal, bem como ampliar as possibilidades interpretativas que favoreçam a descoberta prazerosa na leitura. Palavras-chave: Ensino. Letramento Literário. Compreensão Leitora. Experiência Estética. Patriarcado. Abstract This article presents an excerpt from my master's thesis “Readers in (trans)formation: the critique of patriarchy in stories by Marina Colasanti”, in which the contribution of teaching literature and its interfaces to the culture of patriarchy was investigated, aiming at the development of critical readers, through the reception and analysis of Colasantian short stories. In this text, the aim was to explore within this investigative framework the relevance of literary reading for raising awareness and developing critical thinking, aiming to develop reading skills of interpretation and reflection on the representation of violence against women. The audience were students in the first year of high school, from a public school in the city of Campo Verde-MT, in September 2022, through the application of a Basic Sequence proposed by Cosson (2006). In short, it was observed that literary reading in Portuguese language classes promotes the exercise of imagination and subjectivity, while valuing the aesthetic experience. In this way, it is evident that educational practices with the short story genre provide essential support for questioning the relations of power reinforced by a sexist and patriarchal culture, as well as expanding the interpretative possibilities that favor pleasurable discovery in reading. Keywords: Teaching. Literary Literacy. Reading Comprehension. Aesthetic Experience. Patriarchy.
... Em termos teóricos, o trabalho está ancorado nas concepções propostas por Eagleton (2006), Petit (2009), Antunes (2015, Calvino (1993), dentre outros que discutem acerca da importância da literatura e da leitura no contexto atual. Além disso, utilizou-se também os pressupostos teóricos de Cosson (2012) na tentativa de elaborar uma sequência básica como método passível de ser desenvolvido no Ensino Médio. ...
... Isso acontece devido à conectividade que os meios digitais proporcionam, a qual impede o momento da leitura literária. Nesse ínterim, surge a necessidade de uma leitura mais interativa e tecnológica, como destacam os autores Petit (2009) e Antunes (2015. ...
... A seguir, destacamos os pontos principais que estão ligados a este texto no que se refere à mediação e interação dos sujeitos em sala de aula. Com a intenção de pensar a relação entre a atuação docente e o papel da mediação leitora, dialogaremos com os estudos de Teresa Colomer (2007); Daniel Pennac (1998) e Michèle Petit (2008). (2007) "estímulo", "intervenção", "mediação", "familiarização" ou "animação" são termos associados constantemente com a leitura no âmbito escolar. ...
... Nesse sentido, Petit (2008) destaca que O iniciador dos livros é aquele ou aquela que pode legitimar um desejo de ler que não está muito seguro de si. Aquele ou aquela que ajuda a ultrapassar os umbrais em diferentes percursos do percurso. ...
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Este estudo tem como objeto central discutir as contribuições do Círculo de Bakhtin e do Círculo de Leitura pensado a partir das ideias de Rildo Cosson. Realizamos essa discussão buscando perscrutar os conceitos de interação e diálogo, os quais, atravessados pelo princípio do dialogismo, constituem a gênese da arquitetônica bakhtiniana. Na mesma direção, trilhamos os escritos de Rildo Cosson, em especial a obra Círculos de leitura e letramento literário (2014), cuja base teórica vem, principalmente, de Bakhtin. Para isso, discutimos as contribuições de Regina Zilberman (1993); Marisa Lajolo (1993); Teresa Colomer (2007); Daniel Pennac (1998); Michèle Petit (2008), entre outros pensadores relacionados à formação e mediação leitora, que servem de referência a esta proposta de abordagem de leitura literária. Por meio desse embate de vozes, Mikhail Bakhtin e Rildo Cosson tecem um diálogo de possibilidades no âmbito do ensino de leitura literária.
... Para Petit (2008), a leitura é essa promessa de não se pertencer apenas a um pequeno círculo. Desse modo, quando pensamos nos círculos existentes na prisão com seus estereótipos e lugares bem definidos, a leitura apresenta ao preso a possibilidade de ser um leitor, sendo alçado a uma nova categoria, que não a criminosa. ...
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Abandonados os suplícios e os seus espetáculos de horror, o confinamento humano passou a representar a proposta civilizada de correção. Partindo desse pressuposto, o presente artigo traz uma temática recorrente nas prisões, a educação. Pretendemos discutir aqui seu avanço sobre o cárcere, consubstanciado na ideia de tempo – a medida de pagamento da pena – a partir da legislação vigente e das ações do Estado, das condições de encarceramento, para compreender em que medida essa população, que teve apenas restrito o seu direito à liberdade, tem os seus direitos fundamentais respeitados e assegurados por meio de políticas públicas, sobretudo, de Educação. Nessa perspectiva, analisaremos as ações voltadas a pessoas encarceradas, sobretudo, jovens, como medida redutora de dias, num contexto extremamente excludente e diante de uma população marcada pela pouca escolaridade. Como base de dados para descrição do cenário educacional e recorte do perfil desse público foi utilizado o sistema de informações estatísticas do sistema penitenciário brasileiro. Para melhor entendimento das políticas de educação e seus desdobramentos, à luz da legislação vigente e de pesquisas acadêmicas sobre o tema. Como aporte teórico, na abordagem do conceito de tempo e prisão, estudiosos renomados como Bogo Chies (2008), Loic Wacquant (2001), Michel Foucault (1997), entre outros importantes pesquisadores da questão criminal. Se em meio a promessas de ressocialização, temos jovens agonizando na prisão com projetos de vida e de futuro comprometidos, ao final, percebemos que enquanto desdobramento das políticas de educação, a leitura apresenta-se como medida eficiente na redução de dias e como estímulo às práticas educativas.
... De acordo com dados do Ministério da Justiça (Brasil, 2016), entre as pessoas que se encontram envolvidas em atividades complementares no sistema prisional, 43% encontram-se em programas de remição por meio da leitura. Petit (2008) discute que a leitura não pode se restringir a alguns pequenos círculos, sobretudo, aos círculos presentes no sistema penitenciário, repletos de rotulações e estereótipos. Em sua análise, a pessoa restrita de liberdade, quando colocada na posição de leitor, passa a ter uma nova e mais aceita identidade aos olhos sociais, embora isso não altere sua situação jurídica. ...
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Visando a ressocialização das pessoas aprisionadas é preciso articular medidas alternativas para a remição de pena, de modo a minimizar a reincidência criminal. Considerando que a leitura é algo que contribui para o processo de reintegração social, o objetivo deste estudo é analisar o projeto clube do livro, como ele é implementado nas instituições penais, de maneira a conhecer as dificuldades, assim como seus contributos às pessoas privadas de liberdade, na ótica dos profissionais envolvidos no seu implemento. Com este intento foi realizada uma pesquisa de natureza qualitativa, tendo como instrumento de coleta de dados entrevistas aplicadas a dois profissionais envolvidos com o citado projeto. Após a análise dos dados obtidos neste instrumento, foi possível elencar as categorias de análise, as quais evidenciam os contributos do projeto às pessoas aprisionadas, tais como: melhoria da autoestima, ampliação da visão de mundo, desenvolvimento da cidadania, redução da ociosidade, melhoria nas relações interpessoais, atenuação dos preconceitos, entre outros. As principais dificuldades identificadas no implemento do projeto foram o rodízio das pessoas encarceradas e a falta de maior credibilidade do projeto por parte dos funcionários e agentes socioeducacionais. Este fato, em específico, alerta para a necessidade de terem ciência dos benefícios da leitura, sendo devidamente preparados e sensibilizados, de maneira a promover a leitura no contexto prisional. Em suma, tem-se a necessidade de se direcionar políticas públicas coerentes às necessidades da população carcerária, e de se promover a leitura enquanto instrumento pujante de reintegração social.
... Nesse contexto, destacamos a figura do mediador, este que se configura como aquele que intermedia, promove e possibilita o encontro, o achado "com a leitura, em especial a literária, muitas vezes, só é possível por intermédio de um mediador ou "iniciador aos livros", termo utilizado pela pesquisadora Petit (2008), para mencionar as primeiras pessoas a "incentivar" o outro a ler" (Muniz;Oliveira, 2014, p. 44) No contexto da mediação da leitura literária, destacamos os mediadores sociais. Estes podendo ser: institucionais ou pessoais. ...
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Este artigo tem por objetivo analisar a prática da leitura literária por meio do clube de leitura no que tange à formação de leitores direcionada às práticas sociais e ao conhecimento. Trata-se de um relato de experiência do Clube da leitura Jane Austen, projeto de leitura, desenvolvido pela Biblioteca IFMA campus Bacabal com alunos dos cursos técnicos integrados ao ensino médio do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Maranhão –IFMA campus Bacabal. Caracteriza-se uma pesquisa-ação envolvendo ações de leitura literária das quatro principais obras da autora Jane Austen, visando o incentivo à leitura e à formação leitora. As práticas desenvolvidas foram realizadas no período de quatro meses, promovendo leituras literárias e compartilhamentos dos entendimentos dessas leituras. Este estudo tem como base teórica os pressupostos de Silva (1986), Antunes (2010) e Freire (2006) sobre a definição e percepção da leitura; Petit (2008 e 2013) com a importância da leitura e o papel do mediador na formação de leitores; Muniz e Oliveira (2014) sobre a figura de mediador social de leitura em proporcionar o acesso ao mundo da leitura; Oliveira; Ribeiro; Wilke (2012) sobre a definição e beneficios do clube leitura na promoção e incentico a leitura. E por que um grupo de leitura? Ler é uma atividade individual mas, quando um livro nos toca ou estimula, é natural querer discutí-lo com alguém. Um clube de leitura dá essa oportunidade, possibilita encontros e compartilhamentos de leitura, percepções e a construção de novos conhecimentos.
... Nesse cenário, professores, bibliotecários e outros mediadores são cruciais para atuarem como catalisadores na formação de leitores. A ênfase na relação pessoal com a leitura, conforme proposto por Petit (2008), destaca a necessidade de os mediadores serem leitores entusiastas, capazes de transmitir o amor pela leitura aos estudantes. ...
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As novas tecnologias possibilitaram ambientes virtuais interativos, que promovem a construção coletiva do conhecimento, tornando o aprendizado mais igualitário. Atualmente, os estudantes têm a oportunidade de se envolver com a literatura para além do ambiente escolar. Considerando esse contexto de inserção da literatura na escola em interação com componentes da cibercultura, este estudo tem como objetivo investigar pesquisas científicas sobre a recorrência dos booktubers e booktokers como estratégia para o letramento literário no Ensino Médio. Em relação à metodologia, fundamenta-se em uma revisão integrativa de literatura, um método qualitativo dinâmico voltado para explorar alternativas no processo de ensino-aprendizagem. A investigação foi fundamentada em diversos autores, como Jenkins (2009), para examinar a cultura de convergência; Jeffman (2017), para investigar a temática dos booktubers; Cosson (2021), para discutir conceitos relacionados ao letramento literário; Chartier (1988), para analisar a história cultural no contexto de práticas e representações; e na Base Nacional Comum Curricular - BNCC (Brasil, 2018), para obter diretrizes sobre o ensino de língua portuguesa no Ensino Médio. Como resultado, houve a análise de 11 obras científicas que mostram que os booktubers e booktokers proporcionam uma conexão entre leitores e produtores de conteúdo literário acessarem resenhas e críticas para orientar suas escolhas de leitura. Essa abordagem visa estimular discussões literárias e elevar o letramento literário. Assim, a implementação de uma educação literária inclusiva e participativa, é possível por meio da colaboração entre educadores, mediadores de leitura, instituições educacionais e comunidades virtuais.
... O papel do bibliotecário como mediador da leitura, segundo Petit (2008), precisa conduzir o leitor nesse trajeto, auxiliando-o a ultrapassar as barreiras, a evoluir como leitor em potencial, por exemplo, da leitura infantil para a juvenil e desta para a adulta. O conhecimento prévio das obras, uma biblioteca bem equipada e um profissional capacitado conseguirá atingir o objetivo de mediar a leitura no ambiente escolar de forma eficaz a formar leitores críticos e que possam motivar outras pessoas a serem leitores (Silva, Tenório, 2014, p. 210). ...
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As bibliotecas escolares no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) são espaços cruciais para a promoção da leitura e a formação de leitores críticos e informados. A motivação que impulsionou este estudo advém da experiência direta das pesquisadoras como bibliotecárias documentalistas, onde se evidenciou a necessidade de avaliar as práticas de mediação da leitura e sua eficácia na construção de um perfil de leitor mais capacitado entre os discentes do ensino médio/técnico. Os objetivos da pesquisa incluem identificar e analisar as atividades de mediação da leitura realizada nas bibliotecas dos Campi do IFNMG. A metodologia adotada foi qualitativa, com a coleta de dados por meio de entrevistas semiestruturadas com bibliotecários dos Campi, análise de documentos institucionais e revisão bibliográfica. Os resultados revelaram que as práticas de mediação da leitura variam entre os Campi, com destaque para clubes de leitura e palestras como as atividades mais desenvolvidas. Foi observada a necessidade de maior colaboração entre bibliotecários e professores, bem como a diversificação e frequência das atividades de incentivo à leitura. A conclusão aponta para a importância de um ambiente estruturado e equipe capacitada para a efetividade da mediação da leitura nas bibliotecas escolares do IFNMG, ressaltando o impacto positivo dessas práticas na formação dos estudantes.
... Provavelmente, eles romperão com a ideia de língua abstrata, em que precisam memorizar regras normativamente, as quais não os ajudam a compreender e realizar práticas discursivas ou mesmo fazer uma leitura crítica de seu próprio uso linguístico. A língua representa a maior riqueza cultural para um povo (Petit, 2009). Por isso, é importante ter consciência metalinguística das teorias ouvidas/lidas/sinalizadas, pois assim serão aplicadas pelo sujeito em seu uso. ...
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A Linguística Sistêmico-Funcional, nos últimos anos, tem desempenhado um papel relevante nos Estudos Surdos, oferecendo não apenas um arcabouço teórico robusto, mas também uma compreensão contextual precisa para a relação entre língua, linguagem, cultura e identidade surdas. Assim, este artigo tem o objetivo de transcrever alguns conceitos do aparato teórico-analítico da Linguística Sistêmico-Funcional para o sistema de escrita Sutton-SignWriting a fim de contribuir com a promoção do letramento acadêmico da comunidade surda nas diferentes áreas dos estudos da linguagem. Adotamos como abordagem metodológica os seguintes passos: seleção dos conceitos prioritários da Linguística Sistêmico-Funcional; escritura dos conceitos selecionados para SingWriting; reflexão acerca da importância desses conceitos para a formação e o letramento da comunidade surda. Por fim, o texto reafirma seu cunho reflexivo sobre a importância do letramento acadêmico para a comunidade surda, considerando o acesso aos conhecimentos trabalhados no artigo indispensáveis à sua formação acadêmica na área de Letras tanto na graduação quanto na pós-graduação.
... A primeira compreende as considerações iniciais acima descritas. A segunda contém a revisão bibliográfica a respeito da dimensão subjetiva da leitura literária de acordo com Barthes (2004), Iser (1996-9), Petit (2008Petit ( , 2013, Jouve (2002Jouve ( , 2013, ), Rouxel (2013a, 2013c, 2014 e Rouxel e Langlade (2013) e as pesquisas de Rouxel (2012ade Rouxel ( , 2012bde Rouxel ( , 2013cde Rouxel ( , 2014 Os diários de leitura configuram-se, assim, como um espaço privilegiado que pode contribuir significativamente para a formação leitora dos alunos envolvidos, uma vez que "descobrir, identificar e nomear as sensações e emoções experimentadas durante a leitura" para depois "captá-las, colocá-las em palavras para que não desapareçam", podem conduzir esses alunos ao "terreno da experiência estética". (ROUXEL, 2012b, p.22). ...
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Este artigo é resultado de uma pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Letras, da Universidade Federal de Uberlândia, e surgiu da necessidade de se propor novas metodologias de ensino que contribuíssem para a formação do jovem leitor e lhes oportunizassem, por meio da dimensão subjetiva da leitura, um encontro potencial e significativo com a literatura em sala de aula. Para isso, fizemos um levantamento bibliográfico que perpassou os documentos oficiais, como a BNCC, as considerações acerca da dimensão subjetiva da leitura literária e a relevância dos diários de leitura para a expressão da subjetividade do aluno-leitor. Porém, fomos surpreendidos com a pandemia causada pelo Sars-CoV-2, que suspendeu as atividades presenciais nas escolas brasileiras. Por isso, a intervenção metodológica planejada para acontecer presencialmente foi reconfigurada para ser aplicada remotamente. Fizemos a opção por oficinas, cujos objetos de fruição estética foram contos ficcionais, que contemplaram a leitura do texto literário, a escuta, a conversa e a escrita de diários de leitura. Através desses registros escritos, pudemos observar como as experiências de leitura proporcionadas pelo diálogo com os textos lidos, possibilitou aos participantes compreenderem melhor si mesmos, o outro e o mundo que os cerca.
... Likewise, we understand that such notes can also be extended to reading and talking about other text genres (news, reports, game instructions, etc.), as long as their singularities and their own modes of operation are respected. Finally, although our focus has been on reading stories with children between 4 and 5 years old and comprehension development, we cannot forget that access to reading and, in particular, to literature is fundamental for all ages and for many other reasons that have not been prioritized here (Candido, 1995;Castrillon, 2011;Petit, 2008). ...
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The paper discusses the development of comprehension of texts with children who do not yet read conventionally. With this intention, we conducted a review of research in the area of cognitive psychology with an emphasis on those involving the practice of shared reading stories with children between 4 and 5 years old. In the analysis of these studies, we discussed the implications of their results for pedagogical action, evaluating the potential of certain methodological procedures adopted to develop children's comprehension. Finally, we reflect on alternatives for exploring both reading strategies and text content in order to guide the formation of "active listeners" who produce meaning from the texts they listen to and who, later on, will be able to read autonomously. COMPREHENSION • READING • PRESCHOOL
... Do mesmo modo, entendemos que tais apontamentos podem também ser estendidos para a leitura e a conversa sobre outros gêneros de texto (notícias, reportagens, instruções de jogos, etc.), desde que respeitadas as suas singularidades e os seus modos próprios de funcionamento. Por fim, apesar de o nosso foco ter sido a leitura de histórias com crianças entre 4 e 5 anos e o desenvolvimento da compreensão, não podemos esquecer que o acesso à leitura e, em especial, à literatura é fundamental para todas as idades e por muitos outros motivos que não foram priorizados aqui (Candido, 1995;Petit, 2008;Castrillon, 2011). ...
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Resumo O artigo discute o desenvolvimento da compreensão de textos com crianças que ainda não leem convencionalmente. Com essa intenção, conduzimos uma revisão de pesquisas na área de psicologia cognitiva, com destaque para aquelas envolvendo a leitura compartilhada de histórias com crianças entre 4 e 5 anos. Na análise desses estudos, discutimos as implicações dos seus resultados para a ação pedagógica, avaliando o potencial de certos procedimentos metodológicos adotados para desenvolver a compreensão das crianças. Por fim, refletimos sobre alternativas de exploração tanto de estratégias de leitura quanto do conteúdo do texto com vistas a orientar a formação de “ouvintes ativos”, que produzem sentidos com base em textos que escutam e que, mais adiante, poderão ler autonomamente.
... A poesia se mostra como uma forma de arte bastante promissora na promoção deste enraizamento. Pois, conforme dito por Petit (2008), "ler permite ao leitor, às vezes, decifrar sua própria experiência". Isto é, um poema é algo que não apenas possui um significado para ser compreendido e descartado com sua função cumprida, como uma carta. ...
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Neste ensaio, mostraremos que a Educação em Ciências contemporânea tem sido fundamentada em uma racionalidade técnica e instrumental que promove uma hiperconceitualização dos fenômenos. Nela se apresentam modelos abstratos supostamente prontos em detrimento das experiências multissensoriais que levam à descrição e à interpretação da natureza, uma reversão ontológica. Uma das possibilidades para lidar com a reversão ontológica são as experiências estéticas, processos pré-cognitivos de relação às experiências com o mundo e os fenômenos ontológicos que nele se mostram. A arte se mostra uma possível promotora de experiências estéticas, potencializando a sensibilidade ao experienciar do mundo. Assim, apresentamos a experiência de reconhecimento da escrita de poesias como possibilidade de promover uma atitude estética em relação aos fenômenos, um enraizamento do ser na Educação em Ciências.
... Las reflexiones que expondré a seguir sobre dichas entrevistas fueron muy influenciadas por dos trabajos que, a mi ver, son una referencia para los estudios sobre la lectura. Se trata de las investigaciones de la socióloga brasileña Éclea Bosi (2009), Cultura de massa e cultura popular -leituras de operárias, y de la antropóloga francesa Michéle Petit (2008), Os jovens e a leitura. La primera es una investigación realizada en 1972 con mujeres operarias de una fábrica de San Pablo y la segunda, un estudio hecho a comienzos del siglo XXI, con jóvenes de barrios urbanos marginalizados de Francia. ...
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Esta comunicación parte de la premisa de un intento de ruptura de la problemática disociación entre teoría y praxis en el ámbito educativo. El contexto de partida, el de la docencia universitaria de contenidos relativos a la interculturalidad, nos sirve para constatar la importancia que entraña el poner en valor la vivencia de la otredad, una vivencia que se plantea como herramienta básica de aprendizaje práctico. Consideramos que la aplicación del marco que impone el EEES deja aún muchas puertas por abrir en el abordaje de tal aprendizaje práctico, pues en buena medida se dirige hacia modificaciones formales que no plantean necesariamente cambios en la estructura del conocimiento.
... The aim of this study is to analyse the activities for the design of meaning in multimodal texts suggested in these books in order to check their contribution for the promotion of multiliteracies. Through this objective, the theoretical background is connected to the studies of Chartier (1994), Petit (2008) and Kleiman (2004Kleiman ( , 2005 when it comes to reading practices; Kress (2000Kress ( , 2010Kress ( , 2014 and Kress and van Leeuwen (2006) regarding multimodality; as well as The New London Group (2000) and Rojo (2012) in reference to multiliteracies. The corpus consists of reading activities of one multimodal text from the textbook "Portugueŝ: Linguagens", by Cereja and Magalhães (2015), designed for the sixth year of elementary school. ...
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Esta pesquisa tem com tema os multiletramentos e, como delimitação a construção do sentido em textos de gêneros multimodais por meio de atividades propostas por um material didático de língua portuguesa. O objetivo é analisar as atividades de leitura propostas nos textos multimodais em um livro didático de língua portuguesa a fim de verificar sua contribuição para a promoção dos multiletramentos. Diante disso, são mobilizados como marcos teóricos os estudos de Chartier (1994), Petit (2008) e Kleiman (2004, 2005) no que tange às práticas de leitura; Kress (2000, 2010, 2014) e Kress e van Leeuwen (2006) acerca da multimodalidade; The New London Group (2000) e Rojo (2012) em relação aos multiletramentos. O corpus desta pesquisa é composto por atividades de estudo de um texto do livro didático “Português – Linguagens”, de Cereja e Magalhães (2015), desenvolvido para o sexto ano do ensino fundamental. Observamos que os materiais didáticos analisados promovem os multiletramentos ao considerar o processo de design do significado intrínseco à comunicação multimodal. Verificamos, ainda, que aspectos relevantes dos sentidos produzidos pelos modos de design visual são ignorados nas atividades.
... O Pibid de Letras da Univali procura despertar nos alunos da escola básica o gosto pela leitura para que tenham a oportunidade de se tornarem leitores -que possam ser provocados e levados, por meio da leitura, a rever seus conceitos e suas crenças, desestruturando sua condição de indivíduo alheio ao seu entorno. Afinal, para que um indivíduo se aventure na cultura letrada, como diz Petit (2008), além do encontro com o objeto livro, ele necessita de alguém que o apresente à leitura, de um mediador que o conduza pelos textos quando estes ainda lhe são estranhos. É possível aproximar o indivíduo dos lugares do saber. ...
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Trata das mediações em leitura na escola e analisa como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) de Letras da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), cujo foco é a formação de leitores no ensino médio, qualifica os futuros professores de língua e literatura a serem mediadores em leitura. A pesquisa foi de abordagem qualitativa, cujo instrumento de coleta de dados foram os portfólios produzidos pelos licenciandos durante o desenvolvimento de um projeto realizado com alunos do 1º e do 3º ano do ensino médio em duas escolas de Itajaí/Santa Catarina. Os dados coletados foram discutidos à luz das concepções de literatura de Lajolo (2001), Calvino (1993), Petit (2009) e Barthes (2007). Os resultados indicam que: a) as mediações em leitura promovidas pelo Pibid de Letras têm como concepção que a literatura tem uma função estética, a ser preservada pela escola, pois cabe ao professor ser um mediador entre aluno e literatura, além de possibilitar experiências de apreciação da obra, de fruição estética, que estreitem as relações entre obra e leitor; b) as mediações em leitura possibilitadas pelos pibidianos instigaram os alunos ao ato de ler por apreciação; c) os pibidianos exercitaram o papel de mediadores em leitura proporcionando aos alunos encontros com o texto literário; d) os pibidianos, futuros professores de língua e literatura, ampliaram seu repertório literário e exploraram diversas possibilidades de tratamento fruitivo da literatura, qualificando-se para atuar como mediadores em leitura.
... endossa o auxiliar Luz Couto. Petit (2008) preconiza que as bibliotecas são essenciais à luta contra o processo de exclusão e renegação e decisivas para que os jovens possam buscar na leitura o entendimento de seu próprio lugar no mundo, de sua história, da capacidade de representar-se, de estabelecer uma identidade com o controle simbólico de si mesmo e que conseguimos encontrar nos depoimentos dos participantes da pesquisa que destacam o papel decisivo que a mediação exerce enquanto elo entre autor, texto literário e leitor. ...
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Este artigo busca discutir as atividades concernentes à obra de Assis Brasil e sua contribuição na formação do leitor do texto literário juvenil a partir da mediação da Biblioteca Patativa do Assaré, em Vila Nova do Piauí, município que cresce ao redor da Biblioteca. Metodologicamente, optamos pela realização de entrevistas com os auxiliares da biblioteca, docentes e estudantes. Para conhecermos o comportamento do leitor, sua atuação individual e vinculada ao extraescolar, atentando para os mediadores de leitura e focalizando o contexto social e educacional e suas implicações na formação do leitor. Dentre os autores que fundamentam nosso estudo estão Petit (2008), Candido (2004), Jauss (1994) e Brasil (2007).
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O artigo relaciona a literatura indígena à educação ambiental, trazendo uma reflexão sobre os impactos gerados pelo antropoceno. Acreditamos que a aliança aqui sugerida pode contribuir com as questões vinculadas à sustentabilidade, preservação e conservação do meio ambiente – por meio de diálogos entre autores indígenas, tendo por base a perspectiva do pensamento decolonial de Ailton Krenak, Julie Dorrico, Márcia Kambeba, entre outros autores que contribuem com reflexões quanto aos desafios que se apresentam na contemporaneidade, analisando pensamentos e saberes de povos originários, levando em consideração o respeito às suas formas de apropriação da natureza, extração, transformação dos recursos naturais, organização social e relações de trabalho. Nesta perspectiva, faz-se necessário não cair no reducionismo de encarar a literatura indígena apenas como mitologia, retirando dela todo seu potencial de ciência, integração entre o ser humano e a natureza, ancestralidade, simbologia, cultura e encantamento. Este artigo objetiva demonstrar que a conexão entre educação ambiental e literatura contribui para a compreensão de novos olhares e sentidos, às redes e aos enredos cotidianos que compõem a floresta e influenciam a vida fora dela. O respeito ao meio ambiente e aos seus povos originários assume um papel crucial na composição de um mundo socialmente mais justo, igualitário e ecologicamente equilibrado, condição tida como fundamental para a manutenção da vida no Planeta. Neste âmbito, diz respeito às relações entre literatura e consciência ambiental, tema este que nas últimas décadas recebe atenção não apenas de ambientalistas, mas também de intelectuais das variadas áreas do conhecimento. O foco na degradação ambiental, o alerta para a destruição de vários ecossistemas no Planeta revela um dos núcleos que são o foco deste artigo, nas relações entre literatura e consciência ambiental.
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Este artigo apresenta análise parcial de um corpus de 102 memoriais de leitura coletados em 2015 entre licenciandos na disciplina de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa II e estudantes da disciplina de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa: Alfabetização, ambas da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. A proposta de produção de tais memoriais teve como objetivo proporcionar uma reflexão aos estudantes sobre sua formação como leitores. Por meio da análise do material, categorias de sujeitos leitores foram construídas. Constataram-se aspectos importantes e recorrentes nesses textos autobiográficos, como o papel fundamental da mediação no desenvolvimento de práticas de leitura literária, entraves e dificuldades em tais práticas e matizes na formação dos sujeitos leitores.
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Este trabalho tem como objetivo central apresentar a prática dialógica Pensar Alto em Grupo e suas possíveis relações com a perspectiva da leitura subjetiva. O artigo está ancorado nos postulados linguístico-filosóficos advindos do Círculo de Bakhtin e nos estudos sobre leitura. Com base na análise de dados gerados em 2021 com um grupo de alunos de um curso de extensão universitária realizado remotamente, essa investigação, de natureza qualitativa, inserida no campo da Linguística Aplicada, analisa, também, a coconstrução de sentidos durante a discussão coletiva do poema Rosa, de Cecília Meireles. Os resultados acenam para a importância de os leitores terem voz e espaço para expressarem suas subjetividades na aula de leitura e, ao pensarem alto em grupo, coconstruírem múltiplas leituras, indo de encontro à prática monológica de ensino-aprendizagem de leitura.
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Este artigo focaliza o planejamento de ações para a leitura literária em ambiente de privação de liberdade. Objetiva discutir a sistematização da prática da leitura para a formação leitora de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas. Parte da revisão da literatura de pesquisas que já investigaram os impactos das práticas de leitura na formação do sujeito. Insere-se no escopo teórico da Biblioteconomia e áreas afins que abordam os conceitos de mediação e leitura literária. Configura-se como uma pesquisa descritiva. Indica a sistematização como uma prática que auxilia no planejamento de ações para a leitura que favorecem a formação do leitor literário que se encontra em contexto de crise. Palavras-chave: mediação da leitura; sistematização; ambiente de crise.
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Este artigo examina a intersecção entre a Literatura e as Tecnologias Digitais Contemporâneas (TDCs) no contexto da educação e explora como a integração dos artefatos tecnológicos podem enriquecer o trabalho docente e expandir as oportunidades de aprendizagens dos estudantes em relação a interação destes com os textos literários em meio ao contexto digital. O estudo objetiva destacar a importância de uma abordagem pedagógica que valorize a literatura como meio de promover a alfabetização digital, a compreensão crítica e a criatividade dos estudantes. Ao incorporar as novas tecnologias na prática docente, os educadores podem criar experiências de leitura mais envolventes e personalizadas, adaptadas às diferentes necessidades e estilos de aprendizado dos estudantes. Para aprofundar essa questão, recorreu-se a um estudo bibliográfico de teóricos que discutem sobre a temática. Logo, este artigo destaca como a integração das novas tecnológicas no ensino da literatura faz-se possível para valorizar e impulsionar práticas que colaborem para o processo de multiletramento.
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Esta tese de doutorado, relacionada à linha de pesquisa Literatura e Intermidialidade e vinculada ao projeto intitulado “Do livro impresso às hipermídias: literatura e outras artes”, trata de obras literárias com enredos não lineares, a fim de demonstrar as diferentes perspectivas sobre a leitura literária e como o ambiente tecnológico e virtual possibilita a interação com as múltiplas linguagens. Abordaremos os estudos sobre o pós-estruturalismo e a literatura moderna e pós-moderna, sendo o corpus de nossa tese formado por excertos de textos de enredo não linear das seguintes obras: O jogo da amarelinha (CORTÁZAR, 2019); Se um viajante numa noite de inverno (CALVINO, 1999); O mez da grippe (XAVIER, 2020); S. (ABRAMS; DORST, 2015), além do conto O jardim dos caminhos que se bifurcam (BORGES, 2007). Utilizaremos uma pesquisa qualiquantitativa inédita para analisar o gosto e o processo de formação leitora, além de dados da pesquisa Retratos da leitura no Brasil (INSTITUTO PRÓ-LIVRO, 2022a, 2022b, 2022c, 2022d). Abordaremos a multiplicidade semiótica e as diferentes mídias que compõem o mundo da leitura. Traçaremos uma reflexão sobre o ensino de literatura, a partir de algumas características do perfil do leitor. A seguir, discutiremos a questão da leitura de literatura clássica e de massa, destacando alguns pontos importantes, como a entronização de uma e o preconceito com a outra. Lançaremos reflexões sobre a questão da leitura como hábito. Abordaremos a leitura e a formação do leitor, por meio das leituras em diferentes suportes e tipos de textos, com um público leitor transformado pela tecnologia, que requer uma mediação adequada, levando em conta o multiletramento digital como uma ferramenta que pode contribuir com a formação do leitor, não apenas no que se refere aos ambientes virtuais, por meio dos dispositivos tecnológicos, mas também nos suportes físicos (livros impressos). Como base teórica, amparamo-nos, principalmente, nos estudos de Gérard Genette (1995; 2006), James Williams (2012), Michael Peters (2000), Linda Hutcheon (1980; 1989; 1991), Roland Barthes (1970; 2001; 2004; 2006), Antônio Candido (2002; 2004), Terry Eagleton (1998; 2006), Claus Clüver (2012), Irina Rajewvsky (2012), Harold Bloom (2013) e Muniz Sodré (1988). A fim de compreender o universo da literatura na Internet e a estrutura dos hipertextos, refletindo sobre a capacidade destes para uma melhor compreensão de textos fragmentados, valemo-nos de autores como Pierre Lévy (2003; 2010), André Lemos (2004), Lúcia Santaella (1983; 2005; 2007; 2013; 2013a), Ted Nelson (1987; 2022), Vannevar Bush (2022), Espen Aarseth (1997), George Landow (2007), Gunther Kress (1997; 1998; 2006; 2015) e Katherine Hayles (2012), além de muitos outros que compõem nossas referências e que nos auxiliaram no aprofundamento das questões propostas. A partir de um enforque multidisciplinar, defendemos que a leitura vai além da interpretação e que precisa de uma metodologia de ensino adequada para os meios hiper e multimidiáticos atuais, além de um mediador capacitado a fornecer a base adequada para a nova geração de (hiper) leitores, que os possibilite tecer relações e associações com o mundo e com os diversos contextos, leituras e linguagens.
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A book creation requires several factors, such as: an idea, a writer, an illustrator, a publisher, creativity, invention and fantasy; all these factors are available, free and ready to be gathered and become storybooks in an Early Childhood classroom. By focusing on these characteristics, this article aims to report the creation of a collective book in a class of children aged between 4 and 5 years old. The research methodology is based on the presuppositions of action research, in which the researcher himself takes the fieldwork. The work starts with the importance of reading enjoyment in Child Education, followed by a pedagogical practice – the creation of a storybook – developed based on the knowledge and experiences of young children. The realization of the book constructed by the students reaffirms the importance of encouraging daily reading and writing, as well what children have to say about the world around them, allowing spontaneous and consistent with the children's imagination creations.
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Esta obra, que nasceu de uma proposta didática no curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Erechim, na disciplina de Produção Textual Acadêmica, ministrada na modalidade remota, em decorrência da pandemia da COVID-19, se constitui de duas partes. Em “Espelho, espelho meu! Que reflexões teóricas tragou eu?”, estão reunidos textos teóricos que problematizam desde a apresentação de obras literárias até a formação teórica e política da formação de mediadores de leitura. Na segunda parte, “Que olhos grandes você tem! Exercícios de leitura literária”, são os discentes, como leitores e autores, que protagonizam o livro. Cada um deles apresenta exercícios de leitura, a partir de obras da literatura infantojuvenil. Uma (re)visita a obras amplamente conhecidas e lidas e outras tornadas importantes pela experiência da leitura nesse encontro entre texto e leitor. “Do ‘Era uma vez…’ ao ‘Viveram felizes para sempre…!’: (re)visitando a Literatura” é um convite ao leitor para que, ao percorrer suas páginas, (re)descubra a magia da literatura infantojuvenil e acompanhe algumas reflexões sobre a leitura. Fica a certeza das organizadoras de que a obra, sozinha, não forma leitores, mas a reunião de todos os autores, apaixonados por literatura, é um passo na direção do “Felizes para sempre!”, utopia de Eduardo Galeano.
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Este artigo reflete acerca da arena onde estão situados os leitores e não leitores no Brasil. Pela perspectiva bakhtiniana, teceremos diálogos com a obra Da minha Janela (2019), de Otávio Júnior, e ilustração de Vanina Starkoff, por meio das estratégias de leitura defendidas por Girotto e Souza (2010), oportunizando conexões na produção de sentidos ao leitor, em especial, com o adentramento na literatura negro-brasileira, a fim de fazer perguntas e responder outras.
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Investiga o impacto das tecnologias digitais na mediação da leitura e na contação de histórias em tempos de isolamento social ocasionado pela pandemia de Covid-19. Explora as nuances que envolvem o processo de ensino-aprendizagem durante a infância, os dispositivos e recursos disponíveis no ciberespaço e sua aplicação na mediação da leitura. Realiza pesquisa exploratória de caráter descritivo pautada em levantamento bibliográfico e relatos de experiências de professores, bibliotecários e contadores de história para investigar a questão da adesão desses profissionais ao uso de ferramentas digitais na mediação remota da leitura e contação de histórias para crianças da Educação Infantil. Conclui que as experiências promovidas por meio dos ambientes digitais possibilitaram que os narradores compartilhassem suas histórias remotamente.
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Nesta escrita, buscamos compreender, em Medo da eternidade, crônica de Clarice Lispector publicada em 1970, a geografia estabelecida pela personagem central na relação consigo própria a partir de uma divagação no percurso até a escola, quando algo lhe atravessa: o medo da eternidade. Nesse itinerário, sob uma leitura do espaço percorrido pela personagem em uma cena aparentemente pouco geográfica, uma relação possível com o espaço geográfico se estabelece ao reorganizar o conceito para além da materialidade, tocado pelas linhas de fuga do pensamento da personagem. Com base em nossa experiência de leitura de fruição, pela leitura de mundo de Carlo Ginzburg com seu paradigma indiciário, que nos orienta para a busca pelos indícios na cena narrada, e também pela perspectiva de experiência em Walter Benjamin, que nos convida à atenção ao que nos toca, passa-nos e nos modifica, entendemos a crônica como uma dobra do espaço para além do material que se transforma em criação, reorganiza o banal e escapa para a vida infinita. Clarice nos oferece uma possibilidade de leitura de mundo a partir de uma noção geográfica abundante, na qual a experiência daquilo que nos transforma importa mais que a dureza da eternidade do conhecido e que indaga: que espaço é este que vivemos?
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Este artículo pretende problematizar la lectura en los espacios del libro y de las nuevas tecnologías. Desde la popularización de internet y sus herramientas de lenguaje, la lectura ha pasado y pasa por transformaciones, sin embargo, no ignora el espacio legado por el libro como acervo y fuente de lecturas. Debido al aumento indeleble en el uso de las nuevas tecnologías, plataformas virtuales, la lectura comenzó a necesitar más observación, sobre todo por ahora tener características no tan conocidas y puede generar impactos imprevistos. En este marco, cotejamos voces de distintos lugares para extraer consideraciones sobre la problemática contemporánea de la lectura; una de ellas proviene de una entrevista a Umberto Eco, otra de una entrevista a Eduardo Szklarz, presidente del Instituto para el futuro del libro. Ambas nos remiten a los contrapuntos realizados desde una bibliografía teórica para componer la discusión cualitativamente analítica. Entre todas las posibles conclusiones a las que podemos llegar tras observar las posiciones relativamente conservadoras y progresistas y sus voces en este texto.
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Na obra O avesso da pele (2020), romance escrito por Jeferson Tenório, os afetos assumem o papel central ao tratar do racismo. Nas tramas desses afetos, o encontro entre texto e leitor permite mergulhar num espaço onde a pele não possui cor. Desse lugar baseado no conhecimento imaginativo da ficção, buscamos refletir como as cenas de leitura apresentadas na obra produzem afetos a partir do encontro entre texto e leitor, para compreender como esses afetos parecem emergir dessa relação. O resultado aponta para um modo de ler no qual o afetar-se com o afeto do outro, através da leitura literária, abre a possibilidade de ampliar as experiências humanas.
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Por meio da autoetnografia, esta pesquisa investiga o trabalho com mediação de leitura realizado dentro de indústrias, especialmente de produção de sapatos, para operários e operárias em algumas cidades do interior do Estado de São Paulo em um projeto de difusão literária e outros gêneros, entre os anos de 2017 a 2019. No estudo, a análise das mediações e do trabalho do mediador de leitura é realizada a partir dos saberes e poéticas do orixá Exu e de terreiros de candomblé. Logo, fazem parte dessa investigação assuntos como a formação de um mediador de leitura, a encruzilhada como aspecto essencial para pensar o espaço das mediações dentro das indústrias e empresas, a construção de um acervo a partir da cerimônia do padê, a palavra pensada a partir do axé dos terreiros de candomblé, a corporalidade-gestualidade envolvidas no ato leitor e as práticas leitoras de operários e operárias. Além disso, considera-se o corpo-corpus do mediador e do fazer mediação a partir da pedagogia dos terreiros e de Exu. Umas das conclusões da pesquisa indica que as mediações no espaço fabril se configuravam como mediações de leitura para o encanto, ou seja, aproximavam os interagentes da mediação para o contato com os livros e com a leitura por meio do afeto, do diálogo e das trocas de histórias entre os e as interagentes e o mediador.
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O objetivo deste estudo foi o de evidenciar a mediação da leitura realizada por Márcia Evelin, por meio da composição musical, e em que medida sua produção transparece traços culturais. Quanto à metodologia, essa pesquisa se caracteriza como descritiva, tendo como método a pesquisa documental, associada ao estudo de caso, investigando a produção e a atuação mediadora de Márcia Evelin. Entre os resultados, foi possível constatar a necessidade do mediador da leitura alinhar sua formação leitora à prática profissional, contribuindo para uma percepção ampla das necessidades e expectativas dos sujeitos leitores, sendo essa postura associada à adoção de diferentes dispositivos informacionais que ampliem o repertório tanto do mediador quanto do leitor. Conclui-se que a música, quando adotada na ação mediadora, potencializa a evocação de elementos característicos e demarcadores de seus produtores e possibilita um terreno propício para participação ativa dos leitores.
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Este trabalho desenvolve uma reflexão acerca da experiência com o texto literário no ensino a qual leva o sujeito/leitor à modificação. A reflexão, a formação crítica e a liberdade foram elencadas por Candido e Sartre, por exemplo, como aspectos que pertencem ao homem e que se ampliam no ato da experiência literária. Na escola, na aula de português, o texto literário pode vir a ser um caminho para o crescimento e para a mudança com relação a esses aspectos. No entanto, Jorge Larrosa aborda problematizações sobre a dificuldade do homem viver alguma experiência com o texto nos dias atuais e, por consequência, não passar por nenhuma modificação em sua formação, no processo do ensino literário. Nesse sentido, objetiva-se neste estudo apresentar conceitos sobre a importância da literatura na escola como via de experiência e modificação do aluno em detrimento à demanda que a escola e a sociedade enfrentam. Para tanto, foi utilizado o método de pesquisa bibliográfico com revisão teórica de autores como Candido, Sartre, Larrosa, Libâneo, Sacristán e Gomez. Em suma, compreendeu-se que além dos objetivos de desenvolver as competências da leitura e escrita, a literatura no ensino deve estar pautada na intenção de incitar experiências que levem o aluno/leitor à ampliação do senso crítico, à reflexão e à liberdade, por exemplo, modificações necessárias para uma atuação satisfatória em sociedade.
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O objetivo deste artigo é realizar a análise discursiva das produções de alunos do ensino fundamental para compreender como interpretam os textos que lhes são dados a ler, buscar se há ou não práticas de leitura e escrita regulares em suas produções e finalizar com uma reflexão sobre como os alunos compreendem as práticas de leitura e escrita na escola. As produções aqui analisadas compõem os resultados de minha pesquisa de mestrado para o Profletras da UFTM, foram coletadas durante uma proposta de leitura associada à exploração de múltiplas linguagens que pretendia promover a leitura e a movimentação dos alunos para a escrita. A base teórica para a escrita deste artigo está composta por Possenti (2002), Bakhtin (2003), Geraldi (1997) e Foucault (1988). Após a conclusão das análises foi possível concluir que houve diálogo e movimento dos alunos que leram, interpretaram, posicionaram e deixaram indícios sobre sua constituição subjetiva com indícios autorais.
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É essencial que a sociedade contemporânea, permeada por situações que exigem o domínio da língua escrita, promova desenvolvimento humano e participação social de todos sujeitos que nela vivem, sejam eles, crianças, jovens ou adultos. O presente artigo, parte de estudo de mestrado realizado no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão, teve como objetivo discutir as principais fundamentações teóricas sobre a leitura de 170 pesquisas realizadas entre 2010 e 2015, na área de Educação, a partir da pesquisa qualitativa, baseada no estado da arte. Os resultados apontam para a concentração de pesquisas sobre leitura realizadas em instituições na região sudeste do país. Outro resultado, mostrou os principais autores que tem sido fundamento para as investigações de mestrado, assim como as principais perspectivas, sendo elas: sociointeracionista com abordagem histórico-cultural; da linguagem como prática social do letramento com autores representantes; e da teoria enunciativa da linguagem, que compreende a linguagem como processo de construção social e interação dialógica. Palavras-chave: Leitura. Estado da arte. Educação.
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Esta pesquisa objetivou refletir sobre o papel da literatura no currículo do ensino médio. Inicialmente, o trabalho foi de natureza bibliográfica. Analisou-se a versão preliminar da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no que concerne à literatura e ao ensino médio. Em uma segunda fase, foi-se a campo testar em que medida os objetivos de aprendizagem elencados na 2.ª versão da Base contribuíam para a formação de um leitor literário mais reflexivo. O trabalho foi exitoso e mostrou que os pressupostos contidos no documento apontavam para um caminho que levava o jovem ao encontro da literatura. Na terceira fase, em que se traçou uma nova leitura da Base, agora em sua versão definitiva, percebeu-se que esse caminho foi dificultado em razão da reforma do ensino médio, bem como em virtude das alterações realizadas no documento.
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O romance de fantasia permite às pessoas o acesso ao(s) mundo(s) do imaginário e, nesse sentido, somos levados a indagar se esse subgênero em prosa não será um meio em potencial para incentivar a leitura entre os jovens. Guiados por tal inquietação, propusemos uma prática de formação de leitores a partir do livro A terra dos meninos pelados, de Graciliano Ramos (2010). A atividade, fundamentada em preceitos dos multiletramentos e dos estudos sobre o romance de fantasia, foi estruturada com base na necessidade de se desenvolverem estratégias de leitura e escrita em sala de aula com turmas de 6º, 7º e 8º anos do Ensino Fundamental de uma escola pública. Uma das tarefas consistia em escrever uma narrativa dividida em alguns capítulos em que cada aluno deveria fazer relações com a sua realidade e, repentinamente, imaginar um portal transdimensional se abrindo para um mundo surreal. Com essa proposta, fez-se um diálogo entre BNCC (BRASIL, 2018), teoria da leitura e literatura (PETIT, 2008, 2009; ZILBERMAN, 2010), letramento e multiletramento (KLEIMAN, 2005, 2008, 2014; LEMKE, 2010; NASCIMENTO, BEZERRA E HEBERLE, 2011; ROJO, 1999; SOARES, 2002) e teóricos do Romance de fantasia e a literatura fantástica (TODOROV, 1981; VAX, 1965; CAMARANI, 2014).
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Este ensaio visa uma breve reflexão sobre a prática do ensino de filosofia e literatura, bem como a procura por transformações no exercício de ensinar. Questionamos o espaço escolar no ensinar e aprender dos letramentos e pensamentos autônomos, em relação às demandas inerentes aos diferentes contextos. Realizamos sucinta revisão bibliográfica sobre a interação das disciplinas de filosofia e literatura, e a equidade. Para fundamentar os estudos filosóficos, culturais e os letramentos literários, usamos Freire (1999, 2013, 2021), Nietzsche (1999), Petit (2013, 2019), entre outros, o que pressupõe uma mudança a partir do pensar sobre as práticas de ensino realmente vivenciadas.
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