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"Tinga teu povo te ama": Estudo antropologico junto aos moradores do Bairro Restinga em Porto Alegre (RS)

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Esta monografia resulta de um exercício etnográfico sobre a temática do viver urbano no cotidiano de um bairro em Porto Alegre/RS. Trata da experiência dos habitantes da cidade frente à dinâmica urbana que envolve processos de desenraizamento em suas trajetórias familiares e construção dos laços de pertença, fenômenos estes envolvidos na formação e proliferação de novos bairros. A partir de uma etnografia realizada no Bairro Restinga em Porto Alegre, no período de Janeiro de 2005 a Junho de 2006 tive como objetivo de investigação, conhecer quem são estes moradores, ou seja, de onde eles vêm? Do campo ou da cidade? Existem projetos que orientam suas trajetórias? Como é seu cotidiano nestes novos bairros? Quais as referências e os símbolos mais representativos de seu ethos cultural? A pesquisa surgiu de um exercício etnográfico, inicialmente desenvolvido no âmbito do Projeto Banco de Imagens e Efeitos Visuais, do Laboratório de Antropologia Social/PPGAS/UFRGS, sob orientação da Prof. Dra. Cornelia Eckert e da Prof. Dra. Ana Luiza Carvalho da Rocha. Atualmente, conta com a orientação da Prof. Dra.Cornelia Eckert. O tema é vinculado ao Projeto Integrado de Pesquisa Estudo Antropológico de Itinerários Urbanos, Memória Coletiva e Formas de Sociabilidade no Meio Urbano Contemporâneo (Projeto Integrado CNPq). Neste projeto, atuando como bolsistas de Iniciação Científica CNPq, somos estimulados a adotar um espaço da cidade com vistas à investigação e realização de um exercício etnográfico. A escolha pelo bairro Restinga se deu em função de ser um bairro periférico, possuidor de possuir uma especificidade étnica (por contar com grande número de moradores afro-descendentes) tendo, em relação à cidade, uma história antiga em relação à trajetória de seus moradores e uma história, mais recente, ligada à atual ocupação. O objetivo do presente estudo é desenvolver uma pesquisa antropológica sobre a trajetória dos habitantes do bairro tratando de aspectos de sua memória e identidade, relacionadas com sua vida cotidiana no bairro da cidade de Porto Alegre.

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A descoberta das formas de vida social no meio urbano, como objeto de estudos, obrigou o antropólogo a voltar-se para sua própria sociedade na busca do entendimento de seus próprios sistemas de significações, através de uma preocupação singular com o conteúdo simbólico das cidades "enquanto representação do universo pelo homem e mediação na integração do homem nesse universo". Neste percurso de conformação do campo conceitual da própria disciplina, é notório o quanto a Antropologia do mundo contemporâneo deve aos intelectuais da Escola de Chicago, os primeiros a interessar-se pelo problema da desorganização, desestruturação e anomia acarretadas pela concentração das massas nas megalópoles contemporâneas. A esta vertente de estudos e pesquisas sobre a cidade, responderam outros intelectuais formados nos quadros de uma sociologia européia e dedicados ao estudo do mundo urbano e dos problemas das relações capital/trabalho, lazer, individualismo, etc. Parte do legado de que usufruímos sobre os estudos das modernas sociedades industriais deve-se à obra de Georg Simmel e sua atração intelectual pela diversidade indefinida das formas de vida social no mundo contemporâneo. Em suas análises sobre a vida metropolitana e a filosofia do dinheiro, Simmel revelou-se, para o campo de estudos da Antropologia das sociedades contemporâneas, um pensador eternamente fascinado tanto pela riqueza das formas de vida social e sua capacidade de acolher uma infinidade de conteúdos quanto pela riqueza de tais conteúdos que podem, da mesma maneira, acolher uma multiplicidade de formas. A vida metropolitana, apreendida no contexto do pensamento simmeliano, revela-se como ponto de interseção de vários mundos, isto é, “uma continuidade não-regularizada de formações, informações e deformações de conteúdos novos e antigos que se individualizam nas formas que os animam, de tal modo que no desenvolvimento vital aquilo o que é cada vez formado ultrapassa a forma momentaneamente adotada”. Formas estas dadas pela diversidade de combinações das afiliações dos indivíduos aos grupos, em que as interações estão sujeitas ao espírito da vida moderna.
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Este artigo examina o cenário da antropologia contemporânea mediante o contraste entre quatro livros publicados nos últimos anos, dois nos Estados Unidos (After the Fact, de Clifford Geertz, e Making PCR, de Paul Rabinow) e dois na Índia (Pathways, de T. N. Madan, e Critical Events, de Veena Das). A comparação é realizada no contexto de uma breve etnografia das livrarias norte-americanas, na qual se avaliam algumas publicações recentes, assim como a reclassificação de disciplinas tradicionais. O papel indispensável dos autores e obras considerados clássicos é examinado no contexto atual, finalizando com uma agenda para reflexão sobre as possibilidades de comunicação entre antropólogos de várias origens e vertentes.
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