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A matriz socio-politica brasileira e as organizações não governamentais : cartografias do devir

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... As Organizações Não-Governamentais (ONGs) se destacam pela atuação na solução de problemas sociais que, por sua vez, não têm sido resolvidos satisfatoriamente pela governamentalidade do Estado, tampouco contemplados pelo mercado capitalista por seu arbítrio e seletividade perversos (ROHM, 1996). Foucault (2001, p. 1.547) clarifica o conceito de governamentalidade, a saber: Eu digo que a governamentalidade implica a relação do sujeito consigo mesmo, o que significa justamente que, nesta noção de governamentalidade, eu vejo o conjunto das práticas pelas quais pode-se constituir, definir, organizar, instrumentalizar as estratégias que os indivíduos, em sua liberdade, podem ter uns com relação aos outros. ...
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As organizações não-governamentais se destacam pela atuação na solução de problemas sociais que não têm sido bem resolvidos nem pelo Estado tampouco pelo mercado. Tendo em vista que um de tais problemas sociais é a homofobia, refletida em falta de segurança pública, carência de políticas para saúde, educação, demanda por direitos para a população LGBT, a presente pesquisa foi delimitada para o caso de duas ONG LGBT situadas no Rio de Janeiro. O estudo objetivou identificar as principais dificuldades encontradas na gestão dessas ONG, mais especificamente, analisar de que forma a homofobia presente na sociedade poderia interferir nos projetos e ações de tais organizações mediante o método do estudo de caso. Foram identificados problemas ligados, principalmente, à dificuldade de captação de recursos financeiros, mas também à qualificação do pessoal, sobrecarga de tarefas e obstáculos para promoção de eventos de combate à homofobia limitando a potência de atuação dessas ONG.
... As Organizações Não-Governamentais (ONGs) se destacam pela atuação na solução de problemas sociais que, por sua vez, não têm sido resolvidos satisfatoriamente pela governamentalidade do Estado, tampouco contemplados pelo mercado capitalista por seu arbítrio e seletividade perversos (ROHM, 1996). Foucault (2001, p. 1.547) clarifica o conceito de governamentalidade, a saber: Eu digo que a governamentalidade implica a relação do sujeito consigo mesmo, o que significa justamente que, nesta noção de governamentalidade, eu vejo o conjunto das práticas pelas quais pode-se constituir, definir, organizar, instrumentalizar as estratégias que os indivíduos, em sua liberdade, podem ter uns com relação aos outros. ...
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As organizações não-governamentais se destacam pela atuação na solução de problemas sociais que não têm sido bem resolvidos pelo Estado tampouco pelo mercado. Tendo em vista que um de tais problemas sociais é a homofobia, refletida em falta de segurança pública, carência de políticas para saúde, educação, demanda por direitos para a população LGBT, a presente pesquisa foi delimitada para o caso de duas ONG LGBT situadas no Rio de Janeiro. O estudo objetivou identificar as principais dificuldades encontradas na gestão dessas ONG e, mais especificamente, analisar, mediante o método do estudo de caso, de que forma a homofobia presente na sociedade poderia interferir nos projetos e ações de tais organizações. Foram identificados problemas ligados principalmente à dificuldade de captação de recursos financeiros, mas também à qualificação do pessoal, sobrecarga de tarefas e obstáculos para promoção de eventos de combate à homofobia, limitando a potência de atuação dessas ONG. Palavras-chave: Terceiro setor. Ong. Lgbt. Homofobia. Abstract: Non-governmental organizations stand out for acting in the solution of social problems that have not been well managed neither by the State nor by the market. Considering that one of these social problems is homophobia, reflected in a lack of public policies such as public security, health, education and social policies for the LGBT population, the present research was focused upon the case of two LGBT NGO which are located in the city of Rio de Janeiro. The study aimed to identify the main difficulties encountered in the management of these NGO and, more specifically, to analyze, through the method of case study, how homophobia, so present in Brazilian society, could interfere in the projects and activities of such organizations. Problems have been identified, linked mainly to the difficulty of raising funds, but also linked to the personnel qualification, to task overload and to the obstacles to promote anti-homophobia events, limiting the power of these NGO.
... As Organizações Não-Governamentais (ONG) se destacam pela atuação na solução de problemas sociais que, por sua vez, não têm sido resolvidos satisfatoriamente pela governamentalidade do Estado, tampouco contemplados pelo mercado capitalista por seu arbítrio e seletividade perversos (ROHM, 1996). ...
Conference Paper
Dentro do chamado terceiro setor estão inseridas as organizações não-governamentais (ONGs). Pode-se dizer que as ONGs se destacam pela atuação na solução de problemas sociais que não têm sido bem resolvidos nem pelo Estado tampouco pelo mercado. Tendo em vista que um de tais problemas sociais é a homofobia, refletida em falta de segurança pública, carência de políticas para saúde, educação, demanda por direitos para a população LGBT, a presente pesquisa foi delimitada para o caso de duas ONGs LGBTs situadas no Rio de Janeiro. O referencial teórico apresenta os principais conceitos e definições ligadas ao tema do terceiro setor e a gestão de ONGs, assim como principais dificuldades apontadas na literatura sobre sua gestão que nortearam a elaboração do roteiro de entrevista. Também apresenta a ligação da relação entre ONG e governo e ONG e empresa, aprofundando uma reflexão sobre a atuação da área da área responsabilidade social. Neste sentido, o estudo objetivou identificar as principais dificuldades encontradas na gestão dessas ONGs, mais especificamente, analisar de que forma a homofobia presente na sociedade poderia interferir nos projetos e ações de tais organizações mediante o método do estudo de caso. Foram identificados problemas ligados, principalmente, à dificuldade de captação de recursos financeiros, mas também à qualificação do pessoal, sobrecarga de tarefas e obstáculos para promoção de eventos de combate à homofobia limitando a potência de atuação dessas ONGs. Apresentamos também uma reflexão ao final do trabalho sobre a formação instrumentalizada do administrador. Os resultados apresentados podem ser úteis para a formação de políticas governamentais que contemplem estas ONGs, bem como para que a área de responsabilidade social das empresas possa
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Comecemos com as origens do que se pode definir do neoliberalismo como fenômeno distinto do simples liberalismo clássico, do século passado. O neoliberalismo nasceu logo depois da II Guerra Mundial, na região da Europa e da América do Norte onde imperava o capitalismo. Foi uma reação teórica e política veemente contra o Estado intervencionista e de bem-estar. Seu texto de origem é O Caminho da Servidão, de Friedrich Hayek, escrito já em 1944. Trata-se de um ataque apaixonado contra qualquer limitação dos mecanismos de mercado por parte do Estado, denunciadas como uma ameaça letal à liberdade, não somente econômica, mas também política. O alvo imediato de Hayek, naquele momento, era o Partido Trabalhista inglês, às vésperas da eleição geral de 1945 na Inglaterra, que este partido efetivamente venceria. A mensagem de Hayek é drástica: "Apesar de suas boas intenções, a social-democracia moderada inglesa conduz ao mesmo desastre que o nazismo alemão – uma servidão moderna". Três anos depois, em 1947, enquanto as bases do Estado de bem-estar na Europa do pós-guerra efetivamente se construíam, não somente na Inglaterra, mas também em outros países, neste momento Hayek convocou aqueles que compartilhavam sua orientação ideológica para uma reunião na pequena estação de Mont Pèlerin, na Suíça. Entre os célebres participantes estavam não somente adversários firmes do Estado de bem-estar europeu, mas também inimigos férreos do New Deal norte-americano. Na seleta assistência encontravam-se de Madariaga, entre outros. Aí se fundou a Sociedade de Mont Pèlerin, uma espécie de franco-maçonaria neoliberal, altamente dedicada e organizada, com reuniões internacionais a cada dois anos. Seu propósito era combater o keynesianismo e o solidarismo reinantes e preparar as bases de um outro tipo de capitalismo, duro e livre de regras para o futuro. As condições para este trabalho não eram de todo favoráveis, uma vez que o capitalismo avançado estava entrando numa longa fase de auge sem precedentes – sua idade de ouro –, apresentando o crescimento mais rápido da história, durante as décadas de 50 e 60. Por esta razão, não pareciam muito verossímeis os avisos neoliberais dos perigos que representavam qualquer regulação do mercado por parte do Estado. A polêmica contra a regulação social, no entanto, tem uma repercussão um pouco maior. Hayek e seus companheiros argumentavam que o novo igualitarismo (muito relativo, bem entendido) deste período, promovido pelo Estado de bem-estar, destruía a liberdade dos cidadãos e a vitalidade da concorrência, da qual dependia a prosperidade de todos. Desafiando o consenso oficial da época, eles argumentavam que a desigualdade era um valor positivo – na realidade imprescindível em si –, pois disso precisavam as sociedades ocidentais. Esta mensagem permaneceu na teoria por mais ou menos 20 anos. A chegada da grande crise do modelo econômico do pós-guerra, em 1973, quando todo o mundo capitalista avançado caiu numa longa e profunda recessão, combinando, pela primeira vez, baixas taxas de crescimento com altas taxas de inflação, mudou tudo. A partir daí as idéias neoliberais passaram a ganhar terreno. As raízes da crise, afirmavam Hayek e seus companheiros, estavam localizadas no poder excessivo e nefasto dos sindicatos e, de maneira mais geral, do movimento operário, que havia corroído as bases de acumulação capitalista com suas pressões reivindicativas sobre os salários e com sua pressão parasitária para que o Estado aumentasse cada vez mais os gastos sociais.
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The purpose of this article is to assess the data resources currently available to measure the scope and structure of the nonprofit sector and to describe an effort underway to fill some of the existing knowledge gaps. This article discusses a rich but so far underutilized source of data on nonprofit employment: the ES-202 data program managed by State Employment Security Agencies under the supervision of the U.S. Bureau of Labor Statistics. This article first identifies a set of criteria for evaluating existing data on nonprofit institutions, then applies these criteria to the existing sources of empirical data on these institutions, and finally describes the effort now underway through the Johns Hopkins Nonprofit Employment Data Project to produce employment data from the ES-202 system to close some of the gaps that currently exist in our ability to measure the scope and structure of the nonprofit sector.
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The vacuum left by the collapse of colonial empires has been filled by new forms of cultural and ideological imperialism conceived largely in the West. The new imperialism is evident in such notions as sustainable human development (SHD) and ‘good’ governance, which in many ways are prescribed for poor countries by rich countries. It is suggested that there is no one best way to ‘good’ governance or SHD and that, while elements of a universal best practice may be found, considerable room should be left for local variations.
Pela Mão de Alice: o social e o político na pósmodernidade
  • Boaventura Santos
  • De Souza
SANTOS, Boaventura de Souza. Pela Mão de Alice: o social e o político na pósmodernidade. São Paulo: Cortez, 1995.
A Dualidade de Poderes: introdução à teoria marxista de Estado e revolução
  • Carlos Coutinho
  • Nelson
COUTINHO, Carlos Nelson. A Dualidade de Poderes: introdução à teoria marxista de Estado e revolução. São Paulo: Brasiliense, 1985.