Content uploaded by Maria Gabriela Bello Koblitz
Author content
All content in this area was uploaded by Maria Gabriela Bello Koblitz on Jun 13, 2014
Content may be subject to copyright.
669
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 3, p. 669-682, jul./set. 2010
Recebido para publicação 26/01/09 Aprovado em 07/04/10
Compostos fenólicos, carotenóides e atividade
antioxidante em produtos vegetais
Phenolic compounds, carotenoids and antioxidant
activity in plant products
Marília Lordêlo Cardoso Silva1; Renata Silva Costa2;
Andréa dos Santos Santana3; Maria Gabriela Bello Koblitz4*
Resumo
O processo respiratório e diversas reações oxidativas das células aeróbicas levam à formação de radicais
livres, que contribuem para o aparecimento de diversas doenças. As células humanas dependem de
sua capacidade antioxidante para fornecer proteção contra os efeitos prejudiciais de radicais livres
e espécies reativas do oxigênio, que são conseqüências inevitáveis da vida aeróbica. Vários estudos
epidemiológicos indicam que a alta ingestão de produtos vegetais está associada com uma redução
no risco de uma variedade de doenças crônicas como aterosclerose e câncer, efeitos que têm sido
particularmente atribuídos aos compostos que possuem atividade antioxidante nos vegetais: vitaminas
C e E, os compostos fenólicos, especialmente os avonóides, e os carotenóides. Compostos fenólicos
agem como antioxidantes, não somente por sua habilidade em doar hidrogênio ou elétrons, mas também
em virtude de seus radicais intermediários estáveis, que impedem a oxidação de vários ingredientes
do alimento, particularmente de lipídios. Carotenóides são constituídos de cadeias de polienos, em um
longo sistema de duplas ligações conjugadas, rico em elétrons, responsável pela atividade antioxidante
desses compostos: tanto na absorção do oxigênio singlet quanto de radicais livres, para interromper as
reações em cadeia onde eles estão envolvidos. Este trabalho teve por nalidade revisar as diferentes
formas de avaliação qualitativa e quantitativa dos principais componentes não-nutrientes antioxidantes
em alimentos de origem vegetal: compostos fenólicos e carotenóides.
Palavras-chave: Avaliação qualitativa, avaliação quantitativa, componentes não-nutrientes
Abstract
The respiratory process and several aerobic cells oxidative reactions lead to the formation of free radicals
which contribute to the appearance of different diseases. The human cells depend on their antioxidant
ability to provide protection against the prejudicial effects of free radical and reactive oxygen species
that are inevitable consequences of aerobic life. Several epidemiologic studies indicate that high plant
products ingestion is associated to a reduction in the hazard of a variety of cronical diseases such as
arteriosclerosis and cancer. These effects have been specically attributed to the plant compounds that
have antioxidant activity: vitamin C and E, phenolic compounds, specially avonoids, and carotenoids.
1 Universidade Estadual de Feira de Santana. Departamento de Tecnologia. Engenharia de Alimentos. E-mail: lilaengal@yahoo.
com.br
2 Universidade Estadual de Feira de Santana. Departamento de Tecnologia. Engenharia de Alimentos. E-mail: rsc212000@gmail.
com
3 Universidade Estadual de Feira de Santana. Departamento de Ciências Biológicas. Programa de Pós-graduação em Recursos
Genéticos Vegetais. E-mail: santana.andrea@gmail.com
4 Universidade Estadual de Feira de Santana. Departamento de Tecnologia. Engenharia de Alimentos. E-mail: mkoblitz@gmal.
com
* Autor para correspondência
670
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 3, p. 669-682, jul./set. 2010
Silva, M. L. C. et al.
Phenolic compounds act as antioxidants, not only for their ability to donate hydrogen atoms or electrons,
but also because of their stable intermediary radicals, that prevent the oxidation of many food ingredients,
especially lipids. Carotenoids are built by polyene chains in a long conjugated double bonds system,
electron rich, which is responsible for the antioxidant activity of these compounds, by the absorption of
singlet oxygen and free radicals, to interrupt the chain reaction they are involved in. This paper had as
a goal to review the different qualitative and quantitative evaluation methods of the main non-nutrient
antioxidants in plant originated foods: phenolic compounds and carotenoids.
Key words: Qualitative evaluation, quantitative evaluation, non-nutrient components
Introdução
O processo respiratório e diversas reações
oxidativas, que ocorrem nas células aeróbicas, levam
à formação de radicais livres, que causam danos
ao organismo e contribuem para o aparecimento
de muitas doenças, tais como: inamações,
tumores malignos, mal de Alzheimer e doenças
cardiovasculares, bem como aceleram o processo
de envelhecimento (SIKORA et al., 2008). Por isso,
as células humanas dependem de certa capacidade
antioxidante para fornecer proteção contra os efeitos
prejudiciais de radicais livres e espécies reativas
do oxigênio, que são conseqüências inevitáveis
da vida aeróbica. Para alcançar uma proteção
eciente, os tecidos dispõem de um sistema
antioxidante integrado, que consiste de um arranjo
de diversos componentes lipossolúveis (vitamina
E; carotenóides), hidrossolúveis (ácido ascórbico;
glutatinona) e enzimáticos (glutatinona peroxidase;
superóxido dismutase; catalase) (McLEAN et al.,
2005).
Nos últimos anos, uma atenção crescente tem
sido dedicada ao papel da dieta na saúde humana.
Vários estudos epidemiológicos indicaram que a
alta ingestão de produtos vegetais está associada
com uma redução no risco de uma variedade de
doenças crônicas como aterosclerose e câncer.
Estes efeitos têm sido particularmente atribuídos
aos compostos que possuem atividade antioxidante.
Os principais antioxidantes nos vegetais são as
vitaminas C e E, os carotenóides e os compostos
fenólicos, especialmente os avonóides. Esses
antioxidantes absorvem radicais livres e inibem
a cadeia de iniciação ou interrompem a cadeia de
propagação das reações oxidativas promovidas pelos
radicais (PODSEDEK, 2007). Além da ingestão
de frutas e vegetais, que são recomendados como
fontes de compostos antioxidantes, acredita-se que
a suplementação da dieta com ervas, contendo altas
concentrações de compostos capazes de desativar
radicais livres, tenha também efeitos benécos
(CAPECKA; MARECZEK; LEJA, 2004).
As espécies reativas do oxigênio (ERO) e seu
provável envolvimento em algumas siopatologias
humanas vêm atraindo o interesse de diversos
setores da sociedade envolvidos com a saúde pública
(LAGUERRE; LECOMTE; VILLENEUVE, 2007).
O estresse oxidativo, causado pelo desbalanço
entre os sistemas antioxidantes e a produção
de compostos oxidativos (radicais livres, ERO)
aparentemente está associado com diversas
doenças de cunho multifatorial, especialmente os
vários tipos de câncer, doenças cardiovasculares
e desordens inamatórias. Os mecanismos pelos
quais essas patologias se desenvolvem, geralmente
envolvem alterações oxidativas de moléculas
consideradas críticas, o que inclui proteínas,
carboidratos, ácidos nucléicos além das substâncias
envolvidas na modulação da expressão gênica e em
respostas inamatórias (KAWANISHI et al., 2002;
LAGUERRE; LECOMTE; VILLENEUVE, 2007).
O organismo humano desenvolveu sistemas de
defesa para lidar com o estresse oxidativo. Essa
defesa inclui sistemas enzimáticos (superóxido
dismutase, catalases, glutationa peroxidase e
sistemas tioredox) que são reconhecidamente
muito ecientes na detoxicação de ERO. Os
principais antioxidantes não-enzimáticos presentes
no organismo humano são a glutationa, a bilirubina,
os hormônios sexuais estrogênicos, o ácido úrico, a
671
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 3, p. 669-682, jul./set. 2010
Compostos fenólicos, caratenóides e atividade antioxidante em produtos vegetais
coenzima Q, a melanina, a melatonina, o -tocoferol
e o ácido lipóico (McLEAN et al., 2005). Além
disso, diversos estudos já comprovaram que
antioxidantes exógenos, obtidos dos alimentos, são
essenciais para a resistência ao estresse oxidativo.
Esses antioxidantes são obtidos sobretudo de
produtos de origem vegetal: compostos fenólicos,
ácido ascórbico e carotenóides (LAGUERRE;
LECOMTE; VILLENEUVE, 2007). Estudos
epidemiológicos mostraram haver uma estreita
correlação entre o consumo de frutas e uma redução
no risco de doenças crônicas. Atualmente acredita-
se que a combinação de vitaminas, minerais,
compostos fenólicos antioxidantes e bra seja
responsável pelo efeito desejado. Paralelamente
à esse reconhecimento vem crescendo o consumo
de frutas tropicais, consideradas exóticas, em todo
o mundo (VASCO; RUALES; KAMAL-ELDIN,
2008).
Um antioxidante é qualquer substância capaz de
retardar ou impedir danos devidos à oxidação (como
rancicação e formação de off-avors em alimentos)
estando presente em pequenas concentrações,
quando em comparação com o agente oxidante.
As substâncias antioxidantes podem apresentar
diferentes propriedades protetivas e agir em diversas
etapas do processo oxidativo, funcionando por
diferentes mecanismos e são, portanto, classicadas
em duas categorias principais: antioxidantes
primários e secundários. São considerados primários
os compostos de ação antioxidante capazes de inibir
ou retardar a oxidação por inativação de radicais
livres graças à doação de átomos de hidrogênio
ou de elétrons, o que transforma os radicais em
substâncias estáveis. Os antioxidantes secundários
apresentam uma grande variedade de modos de ação:
ligação de íons metálicos (alteração de valência);
inativação de ERO, conversão de hidroperóxidos
em espécies não-radicalares ou absorção de
radiação UV (MAISUTHISAKUL; SUTTAJIT;
PONGSAWATMANIT, 2007).
A busca por antioxidantes naturais para
produtos alimentícios, cosméticos e farmacêuticos
vem representando um importante desao
para a pesquisa industrial nos últimos 20 anos
(LAGUERRE; LECOMTE; VILLENEUVE,
2007). Nesses produtos, há um grande interesse
pelo estudo da oxidação lipídica, em virtude da
deterioração que este tipo de dano oxidativo pode
causar (rancicação, perda de aromas e formação
de off-avors, rejeição do consumidor). A oxidação
lipídica é um processo complexo que envolve
uma variedade de radicais livres e é inuenciada
pela temperatura, pela luz, presença de O2, além
das propriedades físico-químicas do produto e da
presença de possíveis iniciadores e catalisadores
da reação. O uso de antioxidantes em produtos
contendo lipídios é uma das principais formas de
se minimizar a rancicação, retardar a formação
de produtos tóxicos, manter a qualidade sensorial
e nutricional e aumentar a vida-de-prateleira
de produtos alimentícios (MAISUTHISAKUL;
SUTTAJIT; PONGSAWATMANIT, 2007). Uma
vez que os consumidores vêm apresentando
rejeição pelo uso de antioxidantes sintéticos, há
um crescente interesse na obtenção de substâncias
antioxidantes provenientes de produtos vegetais.
Além disso, alguns produtos naturais (como extrato
de gengibre e de outros temperos) apresentaram, in
vitro, maior atividade antioxidante que os produtos
sintéticos (MURCIA et al., 2004; PAREJO et al.,
2002). Extratos de ervas aromáticas, chá, uva e citros
estão entre as principais fontes de antioxidantes
naturais estudadas. Apesar da grande quantidade
de trabalhos desenvolvidos, muito do potencial
existente permanece inexplorado (LAGUERRE;
LECOMTE; VILLENEUVE, 2007).
Os vegetais possuem dois tipos de metabólitos:
primários e secundários. Enquanto os metabólitos
primários respondem pela sobrevivência do
vegetal, exercendo função ativa nos processos de
fotossíntese, respiração e assimilação de nutrientes;
os metabólitos secundários estão intimamente
associados à estratégias de defesa das plantas (NASS,
2007). Além disso, por apresentarem atividade
biológica contra herbívoros e microrganismos,
672
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 3, p. 669-682, jul./set. 2010
Silva, M. L. C. et al.
por ex., muitos desses metabólitos são utilizados
como inseticidas, fungicidas, etc. (TAYS; ZEIGER,
2004). Os principais metabólitos secundários são
distribuídos em três grupos de acordo com sua
rota biossintética: terpenos, compostos fenólicos e
compostos contendo nitrogênio (TAYZ; ZEIGER,
2004).
Este trabalho teve por nalidade revisar as
diferentes formas de avaliação qualitativa e
quantitativa dos principais componentes não-
nutrientes antioxidantes em alimentos de origem
vegetal: compostos fenólicos e carotenóides.
Compostos Fenólicos
Os compostos fenólicos são substâncias
amplamente distribuídas na Natureza, mais de
8000 compostos fenólicos já foram detectados em
plantas. Esse grande e complexo grupo faz parte dos
constituintes de uma variedade de vegetais, frutas
e produtos industrializados. Podem ser pigmentos,
que dão a aparência colorida aos alimentos, ou
produtos do metabolismo secundário, normalmente
derivado de reações de defesa das plantas contra
agressões do ambiente. Esses compostos agem como
antioxidantes, não somente pela sua habilidade
em doar hidrogênio ou elétrons, mas também em
virtude de seus radicais intermediários estáveis,
que impedem a oxidação de vários ingredientes do
alimento, particularmente de lipídios (BRAND-
WILLIAMS; CUVELIER; BERSET, 1995).
Principais compostos fenólicos encontrados em
vegetais
Os compostos fenólicos apresentam, em sua
estrutura, vários grupos benzênicos característicos,
tendo como substituintes grupamentos hidroxilas
(HERNÁNDEZ; PRIETO GONZÁLES,1999).
Esta classe de compostos apresenta uma grande
diversidade e divide-se em avonóides (polifenóis)
e não-avonóides (fenóis simples ou ácidos). Os
átomos de hidrogênio dos grupos hidroxila adjacentes
(orto-difenóis), localizados em várias posições
dos anéis A, B e C, as duplas ligações dos anéis
benzênicos e a dupla ligação da função oxo (-C=O)
de algumas moléculas de avonóides garantem a
esses compostos sua alta atividade antioxidante
(HRAZDINA; BORZEL; ROBINSON, 1970;
RICE-EVANS; MILLER; PAGANGA, 1996).
Os avonóides compreendem um grupo de
compostos fenólicos amplamente distribuídos nas
frutas e nos vegetais, apresentando-se sob muitas
variações como avonóis, avonas, avanonas,
catequinas (Figura 1A), antocianinas (Figura
1B), isoavonas e chalconas. Suas principais
fontes são: café, cebola, maçã, uva cerveja, vinho
tinto e especialmente chá, que contém sobretudo
catequinas em sua composição (GRAHAM, 1992;
VAN ACQUIRE, 1996).
Na classe dos não-avonóides estão os derivados
dos ácidos hidroxicinâmico e hidroxibenzóico (Figura
2). Sua atividade antioxidante está relacionada com
a posição dos grupos hidroxilas e também com a
proximidade do grupo –CO2H em relação ao grupo
fenil. Quanto mais próximo esse grupo estiver do
grupo fenil, maior será a capacidade antioxidante
do grupo hidroxila na posição meta (HRAZDINA;
BORZEL; ROBINSON, 1970).
673
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 3, p. 669-682, jul./set. 2010
Compostos fenólicos, caratenóides e atividade antioxidante em produtos vegetais
Figura 1. Exemplos de avonóides mais comumente encontrados. A: catequinas e B: antocianinas.
OH
OH
O
OH
OH
OH
OH
OH O
+
AB
R
1
R
2
R
3
Figura 2. Moléculas dos ácidos hidrocinâmico (A) e do hidroxibenzóico (B).
CO2HCH2CO2H
AB
Os principais compostos fenólicos não-
avonóides derivados dos ácidos hidroxicinâmicos
são os ésteres dos ácidos caféico, cumárico e
felúrico, que estão presentes em alimentos como
maçã, pêra, cereja e damasco. Quanto aos derivados
dos ácidos hidroxibenzóicos, podem-se destacar
os ácidos salicílico, gálico, elágico, protocatéico
e vanílico, que são encontrados em morango, uva,
laranja, limão e tangerina (BELITZ; GROSCH,
2004).
Estudos realizados com os compostos fenólicos
demonstram sua capacidade antioxidante, assim
como seu possível efeito na prevenção de diversas
enfermidades cardiovasculares, cancerígenas e
neurológicas (HARBORNE; WILLIAMS, 2000;
SÁNCHEZ-MORENO, 2002). De maneira geral,
a ação benéca dos compostos fenólicos na saúde
humana vem sendo relacionada com a sua atividade
antiinamatória e com a atividade que impede, não
só a aglomeração das plaquetas sanguíneas, mas
também a ação de radicais livres no organismo. Uma
vez que protegem moléculas como o DNA, podem
vir a abortar alguns processos carcinogênicos.
Metodologias para determinação de
compostos fenólicos
Métodos de extração
Diversos trabalhos dedicados ao estudo da
presença de compostos fenólicos em produtos
vegetais podem ser encontrados na literatura recente.
A (Tabela 1) reúne alguns desses trabalhos, dando
especial atenção à metodologia aplicada para a
extração dos compostos anterior à sua quanticação/
identicação.
674
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 3, p. 669-682, jul./set. 2010
Silva, M. L. C. et al.
Tabela 1. Técnicas de extração de compostos fenólicos.
Solução extratora Tempo de
extração
Temperatura de
extração Outras informações Referência
Etanol --
Soxleht seguido por
puricação em coluna
cromatográca de sílica e
carvão ativado (1:0,5)
FURLONG et al.,
2003
Etanol 06 h -
Soxleht, puricação por
partição com éter de
petróleo e acetona seguida
por precipitação com
acetato de chumbo.
FURLONG et al.,
2003
Metanol - Ambiente
Agitação magnética,
partição com hexano e
claricação com hidróxido
de bário e sulfato de zinco
FURLONG et al.,
2003
Acetona e água
deionizada
(0%,25%, 50%,
75% e 100%)
overnight 4-10 ºC - YILMAZ; TOLEDO,
2006
Acetona 70% 20 min 4 ºC Centrifugação 4200xg EFRAIM et al., 2006
Éter etílico 1 h Ambiente Agitação magnética e
ltração a vácuo
BROINIZI et al.,
2007
Metanol 100% 12 h Ambiente Agitação magnética AO et al., 2007
96% n-hexano,
acetona, acetato
de etila, etanol e
metanol
15 h - Soxhlet VÁZQUEZ et al.,
2008
Etanol-água (80/20)
e metanol-água
(50/50)
2 h -
Agitador orbital,
recuperação do extrato
por ltração a vácuo e
evaporação do solvente em
rotaevaporador
VÁZQUEZ et al.,
2008
Água e solução
aquosa Na2SO3 a
2,5%
1 h 90 ºC Reator de vidro com
agitação mecânica
VÁZQUEZ et al.,
2008
Quanticação de compostos fenólicos totais
De um modo geral, o conteúdo de fenóis
totais pode ser determinado pelos métodos
espectrofotométricos de Folin-Ciocalteu (ROSSI
JUNIOR; SINGLETON 1965) ou do azul da Prússia
modicado (GRAHAM, 1992), que se baseiam nas
reações de oxi-redução entre os compostos fenólicos
e íons metálicos.
O método que usa o reagente de Folin-Ciocalteu
utiliza a redução pelos fenóis, em meio alcalino,
do fosfomolibdato-fosfotungstato, a molibdênio,
cuja coloração é azul. O método chamado de azul
da Prússia é recomendado para análise de fenóis
em uma grande variedade de substratos, pois é
menos susceptível à interferência de proteínas
que o método de Folin-Ciocalteu. A base química
675
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 3, p. 669-682, jul./set. 2010
Compostos fenólicos, caratenóides e atividade antioxidante em produtos vegetais
daquela metodologia é a redução, pelos grupos
hidroxi-fenólicos, de íons Fe+3 a Fe+2, que formam
complexos com ferrocianeto, produzindo pigmentos
de coloração azul.
Em ambos os casos é necessária a utilização de
curva padrão, sendo o padrão mais utilizado o ácido
gálico. Por este motivo os resultados são, em geral,
expressos em mg de ácido gálico em 100g de peso
seco da amostra.
Identicação de compostos fenólicos
Em alguns trabalhos os pesquisadores procuraram
identicar os diversos compostos fenólicos presentes
nas amostras. A metodologia empregada em alguns
artigos está sumarizada na (Tabela 2).
Tabela 2. Técnicas de identicação de compostos fenólicos.
Técnica Detector Coluna Eluente/Gás de
arraste Referência
Cromatograa gasosa Espectro de
massa
Tipo DB-
5MS (30m x
0,25mm)
Hélio AO et al., 2007
Cromatograa líquida de
alta eciência -
Tipo 80 A
(150mm x 60
mm)
Solvent A
(água:ácidoacético)
e B
(metanol:acetonitrila).
AO et al., 2007
Cromatograa de
permeação em gel
Arranjo
diodo
Tipo HP-PL gel
5 µm, protegida
por coluna de
guarda
-VÁZQUEZ et al., 2008
Espectroscopia FTIR - - VÁZQUEZ et al., 2008
Carotenóides
Carotenóides são pigmentos lipossolúveis,
amarelos, laranjas e vermelhos, presentes em muitas
frutas e vegetais. Em plantas superiores, estão
localizados em organelas subcelulares (cloroplastos
e cromoplastos). Nos cloroplastos encontram-
se associados principalmente à proteínas e são,
normalmente, mascarados pela presença de outros
pigmentos clorofílicos dominantes. Atuam como
pigmentos fotoprotetores na fotossíntese e como
estabilizadores de membranas. Nos cromoplastos,
eles são depositados na forma cristalina (ex. tomates
e cenouras) ou como gotículas de óleo (ex. manga e
páprica) (KURZ, CARLE; SCHIEBER, 2008).
Os tecidos de plantas comestíveis contêm uma
ampla variedade de carotenóides. Os exemplos
mais comuns são: tomates (licopeno), cenouras
(α e β-caroteno), milho (luteína e zeaxantina),
pimentas vermelhas (capsantina), urucum (bixina)
e batata doce (β-caroteno). Outras fontes vegetais
de carotenóides são: abóbora, pimentão vermelho e
amarelo, inhame, cará, azeitona roxa, repolho roxo,
folhas verde-escuras (como brócolis e espinafre),
alface, aipo, maçã, damasco, manga, ameixa, frutas
vermelhas, melancia, laranja, tangerina, nectarina
e mamão. Alguns dos carotenóides apresentam a
estrutura cíclica β-ionona em suas moléculas sendo,
portanto, precursores de vitamina A (ex. α, β e
γ-caroteno e β-criptoxantina). Estudos apontam que
a função antioxidante dos carotenóides desempenha
um papel importante na redução do risco de
676
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 3, p. 669-682, jul./set. 2010
Silva, M. L. C. et al.
câncer, catarata, ateriosclerose e no processo de
envelhecimento (DAMODARAN, PARKIN;
FENNEMA, 2008).
Os carotenóides são biosintetizados
principalmente por algas no oceano, mas também
por plantas e muitos microorganismos e os animais
devem obtê-los desses alimentos. O conteúdo
de carotenóides nas frutas e vegetais depende
de vários fatores como: variedade genética,
estádio de maturação, armazenamento pós-
colheita, processamento e preparo (CAPECKA,
MARECZEK; LEJA, 2005).
Do ponto de vista químico, carotenóides
são compostos polisoprenóides e podem ser
divididos em dois grandes grupos: (a) carotenos ou
carotenóides hidrocarbonos: compostos apenas de
carbono e hidrogênio (ex. α e β-caroteno e licopeno)
e (b) xantolas: que são derivados oxigenados
dos carotenos e contém pelo menos uma função
hidroxi, ceto, epóxi, metoxi ou ácido carboxílico
(ex. luteína, zeaxantina e astaxantina) (QUIRÓS;
COSTA, 2006).
A característica estrutural comum dos carotenóides
é a cadeia polieno, um longo sistema de ligação dupla
conjugada, que forma a “espinha dorsal” da molécula
e inuencia suas propriedades químicas, físicas e
bioquímicas. Esta cadeia pode apresentar grupos
terminais cíclicos, que apresentam substituintes
contendo oxigênio. O sistema conjugado e rico em
elétrons do polieno é responsável pela atividade
antioxidante dos carotenóides: tanto na absorção
do oxigênio singlet quanto de radicais livres, para
interromper as reações em cadeia onde eles estão
envolvidos (McNULTY, et al., 2007; QUIRÓS;
COSTA, 2006; SIKORA et al., 2008). A presença
dessas ligações também facilita a oxidação dos
carotenóides, o que provoca uma perda da coloração
nos alimentos. É por serem facilmente oxidados,
que apresentam atividade antioxidante. Além da
proteção celular e in vitro contra oxigênio singlet,
os carotenóides inibem a peroxidação de lipídeos
em baixas pressões de oxigênio. A eciência como
antioxidante varia entre os diferentes carotenóides,
sendo o licopeno considerado o mais eciente como
capturador de oxigênio singlet (DAMODARAN,
PARKIN; FENNEMA, 2008).
Principais carotenóides encontrados em produtos
vegetais
O β-caroteno (Figura 3) é o carotenóide que
possui maior atividade de provitamina A e é
encontrado em diversos vegetais como cenoura,
abóbora, manga e mamão (DAMODARAN;
PARKIN; FENNEMA, 2008). Street et al. (1994)
relataram uma signicativa associação entre baixas
concentrações de β-caroteno no plasma e aumento
da incidência de infarto do miocárdio. Uma dieta
rica em β-caroteno já foi associada ao menor risco
de morte prematura devido às doenças coronarianas
(BELLIZI et al., 1994).
Luteína e zeaxantina (Figura 3) são xantolas
resultantes do processo de hidroxilação de α-caroteno
e β-caroteno, respectivamente, que possuem
atividade de provitamina A. Durante a maturação
dos frutos, a conversão a luteína e zeaxantina
provoca uma diminuição nos níveis de α-caroteno
e β-caroteno. Estudos epidemiológicos e clínicos
mostraram que baixa ingestão ou baixa concentração
desses carotenóides no plasma está associada com
a degeneração macular. Os benefícios desses dois
carotenóides em humanos não param na saúde dos
olhos. Estudos recentes sugerem que eles podem
manter a saúde do coração por reduzirem os riscos
de doenças cardiovasculares e protegem a pele dos
danos causados por radiação UV (SANTOCONO et
al., 2007; MARINOVA; RIBAVORA, 2007).
Licopeno (Figura 3) é um isômero acíclico do
β-caroteno, com atividade de pró-vitamina A, que
está presente em muitas frutas e vegetais. Devido
ao grande número de ligações dienos conjugadas,
o licopeno é um dos mais potentes absorvedores
de oxigênio singlet entre os carotenóides naturais e
funciona como um antioxidante muito potente. Além
677
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 3, p. 669-682, jul./set. 2010
Compostos fenólicos, caratenóides e atividade antioxidante em produtos vegetais
disso, ele é capaz de reduzir a mutagênese e, em
concentrações siológicas, pode inibir o crescimento
de células humanas cancerígenas, especialmente em
câncer de próstata, sem evidência de efeitos tóxicos
ou apoptose celular. Umas das fontes vegetais mais
ricas em licopeno é o tomate (SCOLASTICI et al.,
2007; BLUM et al., 2005).
Figura 3. Estruturas moleculares de alguns carotenóides encontrados nos vegetais.
OH
OH
OH
OH
BETACAROTENO
ZEAXANTINA
LUTEÍNA
LICOPENO
678
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 3, p. 669-682, jul./set. 2010
Silva, M. L. C. et al.
Metodologias para determinação de
carotenóides
Métodos de extração
O método mais comumente utilizado é a extração
com solventes. Devido à estrutura complexa e a
diversidade desses compostos encontrados em
amostras vegetais, não há um protocolo único para
extraí-los (QUIRÓS; COSTA, 2006). Uma vez
que os carotenóides são pigmentos lipossolúveis
não saponicáveis, é comum realizar uma etapa
de saponicação para remover os lipídeos que
possam interferir nos procedimentos de extração
com solventes apolares. A saponicação é feita
utilizando-se uma solução de base, como hidróxido
de potássio, em solvente polar, como metanol ou
etanol, de onde os carotenóides são posteriormente
extraídos (MARINOVA; RIBAVORA, 2007).
Diversos solventes ou misturas de solventes
têm sido empregados nos trabalhos realizados. A
(Tabela 3) apresenta alguns dos principais solventes
de extração utilizados em estudos recentes.
Tabela 3. Solventes empregados na extração de carotenóides em diferentes amostras.
Amostra Solvente de extração Referência
Cenouras, grãos verdes e
brócolis Tetrahidrofurano McINERNEY et al., 2007
Suco de tomate Tetrahidrofurano SÁNCHEZ-MORENO et al.,
2006
Frutas vermelhas bulgarianas Metanol:tetrahidrofurano (1:1, v/v) MARINOVA; RIBAVORA, 2007
Calêndulas Hexano WANG et al., 2006
Plantas comestíveis da
Tailândia Hexano CHANWITHEESUK et al., 2005
Dunaliella salina Hexano:acetona:etanol (2:1:1, v/v/v) HU et al., 2008
Rhodotorula Éter etílico, acetato de etila e éter etílico/
acetato de etila (1:1) SQUINA; MERCADANTE, 2003
Quanticação e identicação de carotenóides
Embora alguns autores utilizem a cromatograa
à pressão atmosférica para separar carotenóides, a
separação desses compostos é comumente realizada
por meio de cromatograa líquida de alta eciência,
podendo ocorrer tanto em fase normal quanto em
fase reversa, utilizando eluição isocrática ou em
gradiente. O detector pode ser o UV/Vis ou o detector
de arranjo de diodos (DAD) (CHANWITHEESUK;
TEERAWUTGULRAG; RAKARIYATAM, 2005;
KIOKIAS; OREOPOULOU, 2006). Quando o
DAD não é suciente, em virtude de interferências
espectrais, a espectroscopia de massa (MS)
acoplada à cromatograa pode ser utilizada com
sucesso (SIKORA et al, 2008). A identicação
de carotenóides é geralmente realizada por (1)
comparação dos tempos de retenção e espectro
de absorção dos picos desconhecidos com os
padrões de referência e (2) adição de carotenóides
padrão à amostra, para co-cromatograa. Para a
quanticação dos carotenóides são utilizadas curvas
de calibração com soluções de compostos padrão na
absorção especíca máxima. A (Tabela 4) apresenta
alguns trabalhos onde a CLAE foi utilizada para
identicação de carotenóides.
679
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 3, p. 669-682, jul./set. 2010
Compostos fenólicos, caratenóides e atividade antioxidante em produtos vegetais
Tabela 4. Análise de carotenóides por CLAE.
Amostra Eluente Detector Referência
Abricós e abóbora
A: metanol: éter metiltercibutílico:
água (81:15:4, v/v/v)
B: metanol:éter
metiltercibutílico:água (4:92:4,
v/v/v)
DAD
(200-700) nm
Espectrômetro de
massa (MS)
KURZ et al., 2008
Suco de tomate
A: acetonitrila
B: metanol
C: diclorometano
D: hexano
DAD
474 nm
SÁNCHEZ-MORENO et
al., 2006
Frutas vermelhas
bulgarianas
A: acetonitrila:metanol (95:5, v/v)
B:acetonitrila:metanol:acetato de
etila (60:20:20, v/v/v)
DAD
450 nm
MARINOVA;
RIBAVORA, 2007
Flores marigold A: acetonitrila:metanol (9:1, v/v)
B: acetato de etila
DAD
200-600 nm WANG et al., 2006
Plantas comestíveis
da Tailândia
Carotenos:
Hexano:acetone (9:1 v/v)
Xantolas: hexano:acetona:metanol
(8:1:1 v/v/v)
DAD
Carotenos:
436 nm
Xantolas:
474 nm
CHANWITHEESUK et
al., 2005
Dunaliella salina
Metanol:acetonitrila:água (84:14:2,
v/v/v)/ cloreto de metila (75:25,
v/v)
DAD
450 nm HU et al., 2008
Conclusão
A relação entre a concentração de compostos com
atividade antioxidante em alimentos e a capacidade
antioxidante de cada dado alimento ainda não está
completamente esclarecida. No entanto, é fato
que a ingestão continuada de alimentos ricos em
carotenóides e compostos fenólicos em geral está
associada à prevenção de diversos tipos de doenças
degenerativas. O estudo da presença e concentração
desses compostos nos alimentos de origem vegetal
deverá se ampliar, de modo a permitir uma melhor
avaliação de seus efeitos, possibilitando uma
compreensão mais ampla para uma recomendação de
dieta melhor embasada. A compilação apresentada
no presente trabalho teve por nalidade facilitar
o levantamento bibliográco a respeito desse
estudo: as principais metodologias foram indicadas,
acompanhadas de extensa bibliograa recente.
Referências
AO, C.; LI, A.; ELZAAWELY, A. A.; XUAN, T. D.;
TAWATA, S. Evaluation of antioxidant and antibacterial
activities of Ficus microcarpa L. l. Extract. Food
Control, v. 19, p. 940-948, 2008.
BELITZ, H. D.; GROSCH, W. Food chemistry. New
York: Springer Verlag, 2004. 774 p.
BELLIZI, M. C.; FRANKLIN, M. F., DUTHIE, G. G.;
JAMES, W. P. T. Vitamin E and coronary heart disease:
the European paradox. Eur. J. Clin. Nutr, v. 48, n. 11, p.
822-831, 1994.
BLUM, A.; MONIR, M.; WIRSANSKY, I.; BEN-AZIR,
S. The benecial effects of tomatoes. European Journal
of Internal Medicine, v. 1, n. 6, p. 402- 404, 2005.
BRAND-WILLIAMS, W.; CUVELIER, M. E.; BERSET,
C. Use of a free radical method to evaluate antioxidant
activity. Lebensmittel-Wissenschaft Technologie, London,
v. 28, p. 25-30, 1995.
680
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 3, p. 669-682, jul./set. 2010
Silva, M. L. C. et al.
BROINIZI, P. R. B.; ANDRADE-WARTHA, E. R. S.;
SILVA, A. M. O.; NOVOA, A. J. V.; TORRES, R. P.;
AZEREDO, H. M. C. Avaliação da atividade antioxidante
dos compostos fenólicos naturalmente presentes em
subprodutos do pseudofruto de caju (Anacardium
occidentale L.). Ciênc. Tecnol. Aliment, Campinas, v. 27,
n. 4, p. 902-908, 2007.
CAPECKA, E.; MARECZEK, A.; LEJA, M. Antioxidant
activity of fresh and dry herbs of some Lamiaceae species.
Food Chemistry, London, v. 93, p. 223-226, 2005.
CHANWITHEESUK, A.; TEERAWUTGULRAG, A.;
RAKARIYATAM, N. Screening of antioxidant activity
and antioxidant compounds of some edible plants of
Thailand. Food Chemistry, London, v. 92, p. 491-497,
2005.
DAMODARAN, S.; PARKIN, K.; FENNEMA, O. R.
Fennema’’s food chemistry. 4. ed. Boca Raton: CRC
Press, 2008. 1144 p.
EFRAIM, P.; TUCCI, M. L.; PEZOA-GARCÍA, N. H.;
HADDAD, R.; EBERLIN, M. N. Teores de compostos
fenólicos de sementes de cacaueiro de diferentes
genótipos. J. Food Technol., v. 9, n. 4, p. 229-236, 2006.
FURLONG, E. B.; COLLA, E.; BORTOLATO, D. S.;
BAISCH, A. L. M. Avaliação do potencial de compostos
fenólicos em tecidos vegetais. Vetor, Rio Grande, v. 13,
p. 105-114, 2003.
GRAHAM, H. D. Stabilization of the Prussian blue
color in the determination of polyphenols. J. Agric. Food
Chem., Columbus, v. 40, n. 5, p. 801-805, 1992.
HARBORNE, J. B.; WILLIAMS, C. A. Advances in
avonoid research since 1992. Phytochemistry, New
York, v. 52, n. 6, p. 481- 504, 2000.
HERNÁNDEZ, A. M.; PRIETO GONZÁLES, E. A.
Plantas que contienen polifenoles. Revista Cubana de
Investigaciones Biomedica, Ciudad de La Habana, v.18,
n. 1, p. 12-14, 1999.
HRAZDINA, G.; BORZEL, A. J.; ROBINSON, W.
B. Studies on the stability of the anthocyanidin-3,5-
diglucosides. Am. J. Enol. Vitic., v. 21, n. 4, p. 201-204,
1970.
HU, C.; LIN, J.; LU, F.; CHOU, F.; YANG, D.
Determination of carotenoids in Dunaliella salina
cultivated in Taiwan and antioxidant capacity of the algal
carotenoid extract . Food Chemistry, London, v. 109, p.
439-446, 2008.
KAWANISHI, S.; MURATA, M.; TAKAHASHI, A.;
SAITO, I. The role of metals in site-specic DNA damage
with reference to carcinogenesis. Free Radic Biol Med,
San Diego, USA, v. 32, p. 822-32, 2002.
KIOKIAS, S.; OREOPOULOU, V. Antioxidant properties
of natural carotenoid extracts against the AAPH-initiated
oxidation of food emulsions. Innovative Food Science
and Emerging Technologies, v. 7, p. 132-39, 2006.
KURZ, C.; CARLE, R.; SCHIEBER, A. HPLC-DAD-
MSn characterisation of carotenoids from apricots and
pumpkins for the evaluation of fruit product authenticity.
Food Chemistry, London, v. 110, p. 522-530, 2008.
LAGUERRE, M.; LECOMTE, J., VILLENEUVE, P.
Evaluation of the ability of antioxidants to counteract
lipid oxidation: Existing methods, new trends and
challenges. Review. Progress in Lipid Research, v. 46,
p. 244-282, 2007.
MAISUTHISAKUL, P.; SUTTAJIT, M.;
PONGSAWATMANIT, R. Assessment of phenolic
content and free radical-scavenging capacity of some
Thai indigenous plants. Food Chemistry, London, v. 100,
p. 1409-1418, 2007.
MARINOVA, D.; RIBAROVA, F. HPLC determination
of carotenoids in Bulgarian berries. Journal of Food
Composition and Analysis, Davis, v. 20, n. 5, p. 370-374,
2007.
McINERNEY, J. K.; SECCAFIEN, C. A.; STEWART,
C. M.; BIRD, A. R. Effects of high pressure processing
on antioxidant activity, and total carotenoid content and
availability, in vegetables. Innovative Food Science and
Emerging Technologies, v. 8, n. 4, p. 543-548, 2007.
McLEAN, J. A.; KARADAS, F.; SURAI, P.; McDEVITTI,
R.; SPEAKE, B. Lipid-soluble and water-soluble
antioxidant activities of the avian intestinal mucosa at
different sites along the intestinal tract. Comparative
Biochemistry and Physiology, v. 141, n. B, p. 366- 372,
2005.
McNULTY, H. P.; BYUN, J.; LOCKWOOD, S. F.;
JACOB, R. F.; MASON, P. Differential effects of
carotenoids on lipid peroxidation due to membrane
interactions: X-ray diffraction analysis. Biochimica et
Biophysica Acta, v. 1768, n. 1, p. 167-174, 2007.
MURCIA, M. A.; EGEA, I.; ROMOJARO, F.; PARRAS,
P.; JIMÉNEZ, A. M.; MARTÍNEZ-TOMÉ, M. Antioxidant
evaluation in dessert spices compared with common food
additives, inuence of irradiation procedure. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, Easton, v. 52, p. 1872-
1881, 2004.
NASS, L. L. Recursos genéticos vegetais. Brasília:
Embrapa Recursos Genéticos Vegetais e Biotecnologia,
2007.
PAREJO, I.; VILADOMAT, F.; BASTIDA, J.; ROSAS-
ROMERO, A.; FLERLAGE, N.; BURILLO, J.; CODINA,
681
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 3, p. 669-682, jul./set. 2010
Compostos fenólicos, caratenóides e atividade antioxidante em produtos vegetais
C. Comparison between the radical-scavenging activity
and antioxidant activity of six distilled and non-distilled
mediterranean herbs and aromatic plants. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, Easton, v. 50, n. 23, p.
6882-6890, 2002.
PODSEDEK, A. Natural antioxidants and antioxidant
capacity of Brassica vegetables: A review. LWT-Food
Sci. Technol, v. 40, p. 1-11, 2007.
QUIRÓS, A. R.; COSTA, H. S. Analysis of carotenoids
in vegetable and plasma samples: A review. Journal of
Food Composition and Analysis, v. 19, p. 97-111, 2006.
RICE-EVANS, C. A.; MILLER, N. J.; PAGANGA, G.
Structure-antioxidant activity relationships of avonoids
and phenolic acids. Free Radical Biology and Medicine,
New York, v. 20, n. 7, p. 933-956, 1996.
ROSSI JUNIOR, J. A.; SINGLETON, V. L. Colorimetry
of total phenolics with phosphomolybdic phosphotungstic
acid reagents. American Journal of Enology and
Viticulture, v. 16, n. 3, p. 144-158, 1965.
SÁNCHEZ-MORENO, C. Methods used to evaluate the
free radical scavenging activity in foods and biological
systems. Food Science Technology International, v. 8, n.
3, p. 121-137, 2002.
SÁNCHEZ-MORENO, C.; PLAZA, L.; ANCOS, B.;
CANO, M. P. Nutritional characterisation of commercial
traditional pasteurised tomato juices: carotenoids, vitamin
C and radical-scavenging capacity. Food Chemistry,
London, v. 98, p. 749-756, 2006.
SANTOCONO, M.; ZURRIA, M.; BERRETTINI, M.;
FEDELI, D.; FALCIONI, G. Lutein, zeaxanthin and
astaxanthin protect against DNA damage in SK-N-SH
human neuroblastoma cells induced by reactive nitrogen
species. Journal of Photochemistry and Photobiology B:
Biology, v. 88, n. 1, p. 1-10, 2007.
SCOLASTICI, C.; LIMA, R. O.; BARBISAN, L. F.;
FERREIRA, A. L.; RIBEIRO, D. A.; SALVADORI, D.
M. Lycopene activity against chemically induced DNA
damage in Chinese hamster ovary cells. Toxicology in
Vitro, v. 21, p. 840-845, 2007.
SIKORA, E.; CIESLIK, E.; LESZCZYNSKA, T.;
FILIPIAK-FLORKIWUACZ, A.; PISULEWSKI, P.
M. The antioxidant activity of selected cruciferous
vegetables subjected to aquathermal processing. Food
Chemistry, London, v. 107, p. 50-55, 2008.
SQUINA, F. M.; MERCADANTE, A. Z. Análise, por
CLAE, de carotenóides de cinco linhagens de Rhodotorula.
Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, São Paulo,
v. 39, n. 3, p. 309-318, 2003.
STREET, D. A.; COMSTOCK, G. W.; SALKELD, R.
M.; SCHUEP, W.; KLAG, M. J. Serum antioxidants and
myocardial infarction. Circulation, Dalas, v. 90, p. 1154-
1161, 1994.
TAYZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2004.
VAN ACQUIRE, S. A. Structural aspects of antioxidant
activity of avonoids. Free Radic Biol Med., v. 20, n. 3,
p. 331-342, 1996.
VASCO, C.; RUALES, J.; KAMAL-ELDIN, A. Total
phenolic compounds and antioxidant capacities of major
fruits from Ecuador. Food Chemistry, London, v. 111, p.
816-823, 2008.
VÁZQUEZ, G.; FONTENLA, E.; SANTOS, J.; FREIRE,
M. S.; GONZÁLEZ- ÁLVAREZ, J.; ANTORRENA, G.
Antioxidant activity and phenolic content of chestnut
(Castanea sativa) shell and eucalyptus (Eucalyptus
globulus) bark extracts. Industrial crops and products, v.
28, p. 279-285, 2008.
WANG, M.; TSAO, R.; ZHANG, S.; DONG, Z.; YANG,
R.; GONG, J.; PEI, Y. Antioxidant activity, mutagenicity/
anti-mutagenicity, and clastogenicity/anti-clastogenicity
of lutein from marigold owers. Food and Chemical
Toxicology, v. 44, p. 1522-1529, 2006.
YILMAZ, Y.; TOLEDO, R. T. Oxygen radical absorbance
capacities of grape/wine industry byproducts and effect
of solvent type on extraction of grape seed polyphenols.
Journal of Food Composition and Analysis, v. 9, n. 1, p.
41-48, 2006.