Os muitos debates, textos e algumas conferências que por aí circulam sobre a noção de lusofonia tornaram-se tão estafa-dos como ociosos com as suas complicadas considerações sobre " campos epistemológicos " , sistemas, raízes e afins. No estrito sentido de sumariar o conjunto dos oito países de língua oficial portuguesa, mesmo quando em muitos deles, de Angola a Timor-Leste, populações muitas não
... [Show full abstract] falam e, muito menos, escrevem ou lêem em português, a palavra lusofonia não tem, simplesmente, alternativa conquanto se possa sempre desafiar a mais fina inteligência académica a criar uma fonia a partir do vocábulo português: não dá, pois não? Mais do que um termo útil e funcional até para não se escrever ou dizer demoradamente países-de-língua-oficial-portuguesa (até porque PLP – alguns até grafam PLPs! – soa a slogan comercial de americanizado marketing), a lusofonia que se estende em embaraçadas considerações sobre culturas, memórias ou histórias comuns deixa de ter simples utilidade para tombar para esses lados mais perigosos das ideologias, dos sentimentos nacionais e das sensibilidades políticas. Os oito países de língua portuguesa são hoje, felizmente, estados soberanos...