Content uploaded by Maristela Costa
Author content
All content in this area was uploaded by Maristela Costa on Jan 09, 2016
Content may be subject to copyright.
Artigo Original
Original Article
CoDAS 2013;25(3):195-201
Amanda Dal Piva Gresele1
Alexandre Hundertmarck Lessa2
Leonardo Carvalho Alves3
Enma Mariángel Ortiz Torres1
Ana Valéria de Almeida Vaucher2
Anaelena Bragança de Moraes4
Maristela Julio Costa5
Descritores
Audição
Perda auditiva
Epidemiologia
Sistema único de saúde
Auxiliares de audição
Keywords
Hearing
Hearing loss
Epidemiology
Unied health system
Hearing aids
Endereço para correspondência:
Amanda Dal Piva Gresele
Av. Presidente Vargas, 2043/403, Centro
Santa Maria (RS), Brasil, CEP: 97015-513.
E-mail: amandafonoufsm@hotmail.com
Recebido em: 29/02/2012
Aceito em: 06/09/2012
Trabalho realizado no Curso de Fonoaudiologia, Universidade Federal de Santa Maria – UFSM – Santa Maria
(RS), Brasil, com bolsas concedidas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul
(FAPERGS) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
(1) Programa de Pós-graduação (Mestrado) em Distúrbios da Comunicação Humana, Universidade Federal de
Santa Maria – UFSM – Santa Maria (RS), Brasil.
(2) Programa de Pós-graduação (Doutorado) em Distúrbios da Comunicação Humana, Universidade Federal
de Santa Maria – UFSM – Santa Maria (RS), Brasil.
(3) Curso de Fonoaudiologia, Universidade Federal de Santa Maria – UFSM – Santa Maria (RS), Brasil.
(4) Departamento de Estatística e Programa de Pós-graduação (Docente) em Distúrbios da Comunicação
Humana, Universidade Federal de Santa Maria – UFSM – Santa Maria (RS), Brasil.
(5) Curso de Fonoaudiologia e Programa de Pós-graduação (Docente) em Distúrbios da Comunicação Humana,
Universidade Federal de Santa Maria – UFSM – Santa Maria (RS), Brasil.
Conito de interesse: nada a declarar.
Levantamento e análise de dados de pacientes
atendidos em um programa de concessão de aparelhos
de amplicação sonora individual
Survey and data analysis of patients treated in a hearing
aids grant program
RESUMO
Objetivo: Traçar um perfil dos pacientes atendidos em um Programa de Concessão de aparelhos de
amplicação sonora individual, do Ministério da Saúde, analisando-se as variáveis: faixa etária, gênero, tipo
e grau da perda auditiva, número de pacientes adaptados, tipo de adaptação, se uni ou bilateral e a orelha
adaptada. Métodos: Trata-se de um estudo de levantamento e análise de dados, de caráter observacional
descritivo, retrospectivo de corte transversal, no qual foram incluídos os pacientes atendidos no período de
fevereiro de 2006 a julho de 2010, totalizando 1572 indivíduos. Resultados: As idades variaram entre três e
100 anos, sendo em sua maioria idosos (52,8%), não existindo diferença de frequência entre os gêneros. As
perdas auditivas do tipo neurossensorial (73,12%) e grau moderado (54,7%) foram as mais frequentes, exceto
em crianças, em que o grau mais encontrado foi o profundo (45,3%). Foram adaptados mais de 99% dos
pacientes, sendo 258 unilateralmente e 1302 bilateralmente. Conclusão: A maioria dos pacientes atendidos no
Programa apresenta idade superior a 60 anos, não existindo diferença de frequência entre homens e mulheres.
O tipo de perda auditiva neurossensorial e o grau moderado foram os mais frequentemente diagnosticados nos
gêneros e faixas etárias estudadas, exceto em crianças. Observou-se que mais de 99% dos pacientes atendidos
foram adaptados, sendo a conduta denida de acordo com seus diagnósticos audiológicos e necessidades.
ABSTRACT
Purpose: To establish a prole of the patients treated in a Hearing Aids Grant Program of the Brazilian
Ministry of Health, by analyzing the variables: age, sex, type and degree of hearing loss, number of aided
patients, adaptation type (unilateral or bilateral), and adapted ear. Methods: This is a descriptive observational
study, retrospective in a cross-sectional perspective, which included patients treated between February 2006
and July 2010, totaling 1,572 individuals. Results: Their ages ranged from 3 to 100 years, mostly elderly
(52.8%), with no frequency difference between the sexes. The sensorineural (73.12%) and moderate (54.7%)
hearing losses were the most frequent ones, except in children, in whom the degree found was more profound
(45.3%). More than 99% of the patients were aided, 258 unilaterally and 1,302 bilaterally. Conclusion: Mostly
patients presents 60 years old or more, with no frequency difference between the sexes. The sensorioneural and
moderate hearing losses were the most frequent ones, except in children. More than 99% of the patients were
aided and the conducts were dened based in the audiological diagnosis and patient’s needs.
196 Gresele ADP, Lessa AH, Alves LC, Torres EMO, Vaucher AVA, Moraes AB, Costa MJ
CoDAS 2013;25(3):195-201
INTRODUÇÃO
Os cinco sentidos do corpo humano exercem grande inuência
em todos os processos de ensino-aprendizagem pelos quais um
indivíduo passa para que se desenvolva plenamente. Quando há
ausência ou deciência de algum destes sentidos, sem que ocorra
intervenção precoce e ecaz, o décit na recepção de alguns estímu-
los pode acarretar consequências signicativas na vida do sujeito.
Neste contexto, a deciência auditiva aparece como um dos
mais comuns e incapacitantes décits sensoriais que podem
acometer a população(1). No Brasil, o Ministério da Saúde(2)
estima que existam cerca de 2,25 milhões de pessoas com
algum grau de perda auditiva, mas poucos estudos referem-se
à prevalência e incidência desta.
Os aparelhos de amplicação sonora individual (AASI) sur-
gem como uma boa opção para diminuir a privação sensorial(3)
e o handicap, melhorando o desempenho auditivo, a interação
social e a qualidade de vida do paciente(4,5). Amplicando os
sons, de diferentes modos e intensidades, dependendo das
necessidades do sujeito, os AASI permitem que ele utilize sua
audição remanescente de maneira ecaz(5,6).
Uma das grandes diculdades relatadas, tanto no processo de
seleção e adaptação dos AASI, quanto no período de acompan-
hamento é o custo monetário envolvido, que se mostra elevado(7).
Pensando nesta diculdade de acesso da população, o Governo
Federal criou, em setembro de 2004, a Política Nacional de
Atenção à Saúde Auditiva, por meio das portarias de números
587 e 589, propondo uma rede hierarquizada, regionalizada e
integrada, que envolve desde o trabalho de prevenção e promoção
da saúde auditiva, até o diagnóstico e adaptação de próteses audi-
tivas, além da reabilitação auditiva de crianças, adultos e idosos(8).
Em 2005, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
passou a fazer parte desta Política por meio do credenciamento
do Hospital Universitário de Santa Maria, Departamento de
Fonoaudiologia e Serviço de Atendimento Fonoaudiológico
(SAF). Assim, foi estabelecido na Instituição um Serviço
de Atenção à Saúde Auditiva de Média Complexidade, para
concessão de próteses auditivas de uxo contínuo, denomi-
nado Núcleo de Seleção e Adaptação de Próteses Auditivas
(NUSEAPA), que atende pacientes oriundos da região Centro-
Oeste do Estado do Rio Grande do Sul.
A partir desses atendimentos, foram coletados dados im-
portantes e desenvolvidos alguns estudos, que têm contribuído
com pesquisas acerca de diferentes aspectos relacionados à
audição. Por meio dos estudos epidemiológicos, os problemas
de saúde são identicados, descritos e analisados conforme a
população em que ocorrem, a maneira como se distribuem e
seus fatores determinantes de maneira a avaliar seus impactos
e planejar ações para que a situação se altere(9).
Dentro dessa perspectiva, o desenvolvimento de novas
pesquisas busca meios de reduzir as consequências negativas
que a deciência auditiva traz ao desenvolvimento global do
indivíduo. No Brasil, um estudo(10) destaca algumas pesquisas
epidemiológicas realizadas na área da Audiologia, ressaltando
a importância da Fonoaudiologia unir-se à Epidemiologia para
que sua atuação junto à população nos três níveis de hierarquia
da Política seja cada vez mais ecaz.
Ressalta-se que ainda são escassos os estudos que apresen-
tem o perl destes pacientes atendidos nos programas públicos
de saúde auditiva, o que auxiliaria no planejamento para melhor
atender os sujeitos com perda auditiva.
No que diz respeito aos atendimentos em Programas
Públicos de Saúde Auditiva, dois estudos se destacam: o
perl de pacientes atendidos no Hospital Universitário da
Universidade Federal de Santa Catarina, por meio de um
Programa Estadual de Saúde Auditiva(11) e a caracterização au-
diológica e epidemiológica da população atendida no Hospital
das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, por meio
do convênio com o Governo Federal(12).
Com base nas considerações apresentadas, o presente estudo
teve o objetivo de traçar um perl dos pacientes atendidos no
Programa de Concessão de Próteses Auditivas de uxo contínuo,
do Ministério da Saúde, desenvolvido na UFSM, analisando-se
as variáveis: faixa etária, gênero, tipo e grau da perda auditiva,
além de caracterizar o número de pacientes adaptados e não
adaptados no serviço, o tipo de adaptação, se uni ou bilateral e
a orelha adaptada em caso de adaptação unilateral.
MÉTODOS
Esta pesquisa foi previamente aprovada pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da UFSM, sob o no 0138.0.243.246-06, fa-
zendo parte de um projeto registrado no Gabinete de Projetos
com o no 019731. Todos os pacientes envolvidos no estudo
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Trata-se de um estudo de levantamento e análise de dados, de
caráter observacional descritivo, retrospectivo de corte transversal.
A coleta foi realizada por meio do banco de dados do NUSEAPA
do SAF da Instituição, que foi criado e alimentado em Programa
Microsoft Access 97, do Sistema Microsoft Windows 98.
Foram analisados todos os prontuários de pacientes aten-
didos no NUSEAPA, por meio do Programa de Concessão de
Próteses Auditivas de uxo contínuo, do Ministério da Saúde,
no período de fevereiro de 2006 a julho de 2010.
Os pacientes cujos dados estavam incompletos ou com
diagnóstico audiológico ainda não concluído, foram excluídos
da análise. A amostra foi constituída por 1572 prontuários, com
idades variando entre três e 100 anos.
As variáveis consideradas foram referentes a: faixa etária,
gênero, tipo e grau da perda auditiva, além do número de paci-
entes adaptados e não adaptados, do tipo de adaptação, se uni ou
bilateral e da orelha adaptada em caso de adaptação unilateral.
Além disso, foram vericadas as associações existentes entre
as variáveis analisadas.
Em relação à faixa etária, os sujeitos foram divididos de acordo
com a classicação da Organização Mundial da Saúde (2010),
formando cinco grupos: pré-escolares e crianças até os 12 anos de
idade, adolescentes de 13 a 18 anos de idade, adultos jovens de 19
a 44, meia-idade de 45 a 60 anos e idosos com mais de 60 anos.
A análise dos dados referentes ao diagnóstico audiológico,
no que diz respeito ao tipo e grau da perda auditiva, foi realizada
fazendo alusão às orelhas direita e esquerda separadamente,
devido à possibilidade de haver diferenças no diagnóstico
audiológico entre as orelhas no mesmo indivíduo.
197Dados de pacientes de programa de saúde auditiva
CoDAS 2013;25(3):195-201
Para a determinação do grau de perda auditiva, foi utilizada
classicação(13) que consiste no cálculo da média dos limiares
tonais para as frequências de 500, 1000 e 2000 Hz. O resultado
é considerado normal de zero a 25 dB NA; e indicativo de perda
leve, de 26 a 40 dB NA; moderada, de 41 a 70 dB NA; severa de
71 a 90 dB NA; profunda, quando a média é superior a 91 dB NA.
Por m, realizou-se análise descritiva e estatística dos dados
por meio dos softwares Statistica 9.0 e BioEstat 5.0. Adotou-se
como nível de conança 95% (p<0,05).
A análise de signicância das variáveis isoladas de gênero, faixa
etária, tipo e grau da perda auditiva foi realizada por meio do teste
de Lilliefors. Já para a vericação das relações entre as diferentes
variáveis envolvendo gênero, optou-se pela utilização do teste de cor-
relação de Pearson. Por m, as associações entre as variáveis gênero
e faixa etária, faixa etária e tipo da perda auditiva, faixa etária e grau
da perda auditiva, e grau e tipo da perda auditiva foram realizadas
por meio da Análise de Resíduos do Teste χ2.
RESULTADOS
Quanto à distribuição dos sujeitos nas faixas etárias estabe-
lecidas, foram encontrados 830 (52,8%) idosos, 302 (19,21%)
adultos de meia-idade, 222 (14,12%) adultos jovens, seguidos
de 150 (9,54%) crianças e 68 (4,33%) adolescentes. Observou-
se diferença entre as distribuições dos grupos etários (p<0,05).
A frequência por gênero foi de 796 (50,64%) indivíduos
homens e 776 (49,36%) mulheres, não havendo diferença entre
os gêneros (p<0,61). Houve diferença entre as variáveis gênero
por faixa etária (p=0,00070) (Tabela 1).
A análise de resíduos do teste χ2 revelou que a diferença
entre os gêneros ocorreu devido ao maior número de mulheres
adultas jovens e homens idosos na amostra do que o estimado
pelo teste, levando-se em consideração o intervalo de conança
determinado.
Em relação à condição auditiva, das 3144 orelhas consid-
eradas, 2299 (73,12%) apresentaram perda auditiva do tipo
neurossensorial. A segunda condição mais encontrada foi a
perda auditiva do tipo mista, em 653 (20,77%) orelhas, seguida
de 104 (3,31%) orelhas de indivíduos com perda condutiva e
de 88 (2,8%) com audição normal. O resultado da análise es-
tatística conrmou que houve diferença quanto à distribuição
dos tipos de perdas auditivas no grupo estudado (p<0,05).
Analisando-se a distribuição dos sujeitos considerando as
variáveis gênero e faixa etária, segundo a variável condição auditiva
(tipo de perda auditiva) percebeu-se que não houve diferença na dis-
tribuição do tipo de perda auditiva entre gêneros (p=0,45) (Tabela 2).
Observou-se maior porcentagem de perda auditiva neuros-
sensorial em todas as faixas etárias. Por meio da análise real-
izada com o Teste de Resíduos de χ2 pôde-se observar: maior
número do que o esperado de orelhas de crianças, adolescentes
e idosos com perda auditiva neurossensorial; maior número
do que o esperado de perda auditiva condutiva em orelhas de
adultos jovens, assim como de perda auditiva mista e audição
normal em orelhas de pessoas de meia-idade.
Levando-se em consideração a distribuição dos sujeitos,
tomando por base o tipo de perda auditiva, considerando a
perda auditiva neurossensorial, das 2299 orelhas com esta
condição, 1292 (56,2%) foram de idosos. Assim como das 653
orelhas com perda mista e das 88 orelhas com audição normal,
321 (49,16%) e 36 (40,91%) respectivamente, também foram
de sujeitos nesta mesma faixa etária. Já as perdas condutivas
concentraram sua porcentagem nas orelhas do grupo de adul-
tos jovens, correspondendo a 53 (50,96%) das 104 orelhas de
pacientes com este tipo de perda.
Com relação à condição auditiva, considerando-se os limi-
ares auditivos apresentados nas orelhas dos pacientes, das 3144
orelhas de participantes do estudo, 1720 (54,7%) apresentaram
grau moderado, seguido de 554 (17,62%) de grau severo, 477
(15,17%) profundo, 305 (9,7%) leve e 88 (2,8%) com audição
normal. A análise estatística conrmou diferença entre os graus
de perda auditiva apresentados (p<0,05).
Tabela 1. Distribuição dos sujeitos segundo as variáveis gênero e
faixa etária
Faixa etária
Gênero
Total (n)Masculino Feminino
n%n%
Crianças 84 56,0 66 44,0 150
Adolescentes 27 39,7 41 60,3 68
Adultos jovens 88 39,6 134* 60,4* 222
Meia-idade 150 49,7 152 50,3 302
Idosos 447* 53,9* 383 46,1 830
Total (n) 796 776
Valor de p 0,00070
* Valores significativos (p<0,05) – Teste de Correlação de Pearson, Testes de
Associação do χ2 e Análise de Resíduos do χ2
Tabela 2. Distribuição dos sujeitos, considerando gênero e faixa etária segundo a variável condição auditiva (tipo de perda auditiva) por orelha
Condição auditiva Neurossensorial Condutiva Mista Audição normal
n % n % n % n % Total (n)
Gênero
Homens 115 4 72,5 59 3,7 338 21,2 41 2,6 1592
Mulheres 114 5 73,8 45 2,9 315 20,3 47 3,0 1552
Valor de p 0,45
Faixa etária
Crianças 234* 78,0* 14 4,7 42 14,0 10 3,3 300
Adolescentes 113 * 83,0* 7 5,2 16 11,8 0 0,00 136
Adultos jovens 278 62,6 53* 11,9* 97 21,9 16 3,60 444
Meia-idade 382 63,2 19 3,2 177* 29,3* 26* 4,3* 604
Idosos 1292* 77,8* 11 0,7 321 19,3 36 2,2 1660
Total (n) 2299 104 653 88
Valor de p 0,0000
* Valores significativos (p<0,05) – Teste de Correlação de Pearson, Testes de Associação do χ2e Análise de Resíduos do χ2
198 Gresele ADP, Lessa AH, Alves LC, Torres EMO, Vaucher AVA, Moraes AB, Costa MJ
CoDAS 2013;25(3):195-201
A distribuição dos sujeitos considerando as variáveis gênero
e faixa etária, em função da variável condição auditiva (grau
da perda auditiva) revelou que não ocorreu diferença entre o
gênero e o grau da perda auditiva (p=0,36) (Tabela 3).
Ao analisar os percentuais tomando como referência o grau
da perda auditiva, notou-se que das 477 orelhas de sujeitos com
perda profunda, 136 (28,51%) foram de crianças. Das 305 orel-
has com perda de grau leve e das 1720 de grau moderado, 197
(62,62%) e 1077 (64,88%) foram encontradas em indivíduos
idosos, respectivamente. Já das 88 orelhas com audição normal,
26 (29,55%) eram de pessoas de meia-idade A análise do Teste
de Resíduos do χ2 revelou que estes valores encontraram-se no
limite superior do intervalo de conança (α=95%), ou seja,
foram maiores que o estimado. Omesmo teste ainda mostrou
que houve maior número de orelhas de adolescentes e adultos
jovens com perda profunda do que o estimado, sendo que os
mesmos grupos apresentaram menos perdas de grau moderado
e leve em comparação aos demais. Nas orelhas de adolescentes
também foram encontrados valores abaixo do esperado para
audição normal.
Por meio das associações entre o tipo e o grau da perda
auditiva percebeu-se que para todos os tipos de perda audi-
tiva o grau moderado foi o prevalente. Por meio do Teste de
Resíduos pôde-se perceber que as orelhas de sujeitos com perda
neurossensorial apresentaram-se concentradas nos graus leve,
moderado e profundo e as com perda auditiva condutiva no
grau moderado (Tabela 4).
As informações referentes ao número de pacientes adap-
tados, o tipo de adaptação, se uni ou bilateral e, em caso de
adaptação unilateral, a orelha selecionada para adaptação
revelaram que apenas 12 (0,8%) pacientes não foram adaptados
com AASI (Tabela 5).
Tabela 4. Distribuição dos sujeitos, considerando as variáveis tipo e grau da perda auditiva, por orelha
Grau da
Perda Auditiva
Leve Moderado Severo Profundo Audição normal Total (n)
n%n%n%n%n%
Tipo da perda auditiva
Neurossensorial 261* 11,3* 1326* 57,7* 329 14,3 383* 16,7* 0 0,0 2299
Condutiva 25 24,0 72* 69,3* 7 6,7 0 0,0 0 0,0 104
Mista 19 2,9 322 49,3 218 33,4 94 14,4 0 0,0 653
Audição normal 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 88 100,0 88
Total (n) 305 1720 554 477 88
Valor de p 0,0000
* Valores significativos (p<0,05) – Teste de Correlação de Pearson, Testes de Associação do χ2 e Análise de Resíduos do χ2
Tabela 5. Distribuição dos sujeitos segundo as variáveis adaptação de
ASSI, unilateral, bilateral e orelha adaptada
Unilateral Bilateral Total
(n)
Orelha
direita
Orelha
esquerda OD + OE
n%n%n%
Adaptados 143 9,1 115 7, 3 1302* 82,8* 1560
Valor de p 0,0000
* Valores significativos (p<0,05) – Teste de Correlação de Pearson, Testes de
Associação do χ2
Legenda: OD = orelha direita; OE = orelha esquerda
Tabela 3. Distribuição dos sujeitos, considerando gênero e faixa etária segundo a variável condição auditiva (grau da perda auditiva)
Condição Auditiva Leve Moderado Severo Profundo Audição normal Total (n)
n%n%n%n%n%
Gênero
Homens 143 9,0 865 54,3 296 18,6 247 15,5 41 2,6 1592
Mulheres 162 10,5 855 55,0 258 16,7 230 14,8 47 3,0 1552
Valor de p 0,36
Faixa etária
Crianças 12 4,0 89 29,7 53 1 7, 7 136* 45,3* 10 3,3 300
Adolescentes 5 3,7 56 41,2 34 25,0 41* 30,1* 0 0,0 136
Adultos jovens 28 6,3 193 43,5 92 20,7 11 5 * 25,9* 16 3,6 444
Meia-idade 63 10,4 305 50,5 120 19,9 90 14,9 26* 4,3* 604
Idosos 197* 11,9* 1077* 64,9* 255 15,4 95 5,7 36 2,2 1660
Total (n) 305 1720 554 477 88
Valor de p 0,0000
* Valores significativos (p<0,05) – Teste de Correlação de Pearson, Testes de Associação do χ2 e Análise de Resíduos do χ2
DISCUSSÃO
No Brasil, há uma escassez de estudos que apresentem o
perl dos pacientes atendidos em programas públicos de saúde
auditiva, dicultando o planejamento adequado de medidas de
prevenção e intervenção em saúde coletiva, a m de atender
199Dados de pacientes de programa de saúde auditiva
CoDAS 2013;25(3):195-201
as reais necessidades da população. Neste contexto, os estu-
dos epidemiológicos, ao traçarem o perl destes pacientes,
tornam-se primordiais no auxílio a este processo e no melhor
atendimento aos sujeitos com perda auditiva.
A análise dos dados dos pacientes atendidos no Programa de
Concessão de Próteses Auditivas deste serviço, com relação às
suas idades no momento em que procuraram o serviço revelou
a prevalência do grupo de idosos com mais de 60 anos, concor-
dando com resultados encontrados em outras pesquisas(12-14).
Este dado remete às mudanças senescentes que começam
a ocorrer no sistema auditivo a partir dos 30 anos de idade,
levando a uma perda auditiva de caráter progressivo(15). Portanto
acredita-se que o aumento gradual da perda auditiva, do tempo
de privação sensorial(16) e das diculdades que se relacionam
à perda fazem com que os indivíduos procurem atendimento
audiológico apenas alguns anos após o início de sua instalação.
Dados do Censo Demográco revelam que os idosos já cor-
respondem a 11,6% da população geral, rearmando o aumento
da longevidade e a redução das taxas de mortalidade ocorri-
das nas últimas décadas, fazendo com que o envelhecimento
populacional e a qualidade de vida nesta faixa etária venham se
tornando foco de atuação da saúde pública brasileira. Como já
relatado por estudo internacional(17), os estudos epidemiológicos
têm o potencial de contribuir no conhecimento da presbiacusia,
quanto aos aspectos genéticos, ambientais e relacionados ao
gênero, identicando estratégias potenciais de intervenção e
aprimorando os tratamentos já existentes, como a adaptação
de próteses auditivas.
Nesta perspectiva, é possível que novos investimentos ad-
vindos do Programa do Governo Federal poderiam auxiliar na
promoção da saúde auditiva, por meio de ações direcionadas à
comunidade e prossionais (desde agentes comunitários de saúde
até médicos — responsáveis pela indicação), para que este diag-
nóstico não ocorra tantos anos após a instalação da deciência.
Já quanto ao baixo percentual de crianças que chegam ao
serviço, acredita-se que isto possa ocorrer por tratar-se de um
atendimento de média complexidade, portanto, que atende
apenas sujeitos maiores de três anos de idade. Entretanto,
destaca-se que outras pesquisas também encontraram menor
representatividade de crianças atendidas em serviços de diag-
nóstico audiológico(12,18), revelando a importância da imple-
mentação da triagem auditiva neonatal universal e da realização
de programas e campanhas especícas de orientações aos pais
quanto ao reconhecimento da perda auditiva em seus lhos(18).
Levando-se em consideração a variável gênero, neste estudo
não houve diferença entre a frequência de homens e mulheres
atendidos, concordando com dados de população atendidaem
outro programa de saúde auditiva do país(12). Levando-se
emconsideração a prevalência da perda auditiva, estudo real-
izado na Ásia não encontrou diferença entre os gêneros(19). Já
alguns estudos brasileiros encontraram maior número de perda
auditiva em homens(13,14) e outros em mulheres(20,21) , sem que se
possa armar que há maior incidência de perda auditiva em de-
terminado gênero, considerando a população de maneira global.
Na presente pesquisa foram encontradas relações entre o
gênero e a faixa etária da amostra. A prevalência de perda au-
ditiva em mulheres, inclusive ao se considerar a faixa etária de
adultos encontrada neste estudo também já havia sido relatada
por outras pesquisas(11,20,21). Ao considerar-se a faixa etária de
idosos, assim como encontrado nesta análise, pesquisadores in-
dicam maior prevalência de perda auditiva no gênero masculino,
indicando inclusive que com o avanço da idade os homens têm
quatro vezes mais chances de ter apresentar alguma alteração
auditiva do que as mulheres(17,22). Desta forma, observou-se que
não há consenso na literatura nacional e internacional quanto
à prevalência de perda auditiva levando-se em consideração as
variáveis gênero e faixa etária.
Em relação ao tipo de perda auditiva, a maior prevalência
do tipo neurossensorial observada no serviço em questão tam-
bém foi encontrada em unanimidade nas referências levantadas
nesta pesquisa(12,15,20-23). Em estudos realizados com população
infantil permanece a prevalência de perda auditiva do tipo
neurossensorial, porém é aumentada a porcentagem de perdas
condutivas(11,24).
O alto número de perda auditiva neurossensorial encontrado
neste estudo justica-se pelo elevado número de pacientes ido-
sos, cuja presença de presbiacusia faz com que a porcentagem
aumente consideravelmente. Além disso, por tratar-se de um
programa de concessão de próteses auditivas, entende-se que
poucos pacientes chegam ao serviço com alterações de orelha
externa e/ou média, pois passam por avaliação e conduta médica
e só em casos extremos são indicados à protetização.
Ao vericar-se as associações entre gênero e tipo de perda
auditiva, neste estudo não houve relação entre as variáveis.
Obteve-se prevalência de perda auditiva neurossensorial tanto
em homens, quanto em mulheres, concordando com resultados
encontrados em outras pesquisas(14,25).
A perda auditiva neurossensorial foi a mais encontrada em
todas as faixas etárias. O fato de que as orelhas de crianças,
adolescentes e idosos apresentam maior número deste tipo
de perda auditiva do que o estimado, como destacado pelo
Teste de Resíduos, pode ser justicada por alguns fatores. Nos
idosos a presbiacusia é apontada como a causa mais comum
de deciência auditiva. A degeneração coclear, causada pela
presbiacusia, além de prejudicar a função auditiva como um
todo, caracteriza o tipo de perda auditiva mencionado, con-
cordandocom o encontrado em outros estudos(22). Já estudos
realizados com crianças(11,24), indicam que fatores pré, peri
ou pós-natais podem levar a perda auditiva, principalmente
neurossensorial. Nos adolescentes, o aumento da incidência de
perda auditiva, principalmente do tipo neurossensorial, também
já havia sido observado por estudo internacional(26), que cor-
relacionou o aumento dos limiares auditivos com os elevados
níveis de pressão sonora aos quais os adolescentes estão mais
expostos a cada dia. O mesmo estudo ainda destaca que os
adolescentes geralmente subestimam a diculdade de ouvir, o
zumbido e a mudança temporária de limiar após a exposição,
levando mais tempo para procurar centros de diagnóstico para
a realização de medidas de intervenção.
O fato da análise de resíduos do teste χ2 ter apontado número
acima do estimado pelo teste de orelhas com perda auditiva
condutiva em adultos jovens e perda auditiva mista em adultos
de meia-idade pode ser justicado por uma das patologias mais
comuns de protetização em indivíduos com perda auditiva
200 Gresele ADP, Lessa AH, Alves LC, Torres EMO, Vaucher AVA, Moraes AB, Costa MJ
CoDAS 2013;25(3):195-201
condutiva: a otosclerose. Esta doença é uma das causas mais
frequentes de perda auditiva no adulto, sendo sua incidência
mais comum em mulheres, dos 20 aos 40 anos de idade(27). Em
idades mais avançadas, a otosclerose pode vir associada a uma
perda neurossensorial, resultando em perda mista(11). Nos casos
em que o tratamento cirúrgico não é apropriado, a conduta é a
indicação de próteses auditivas.
Na análise do grau das perdas auditivas observou-se maior
concentração de grau moderado, concordando com resultados
encontrados em pesquisa de base populacional(13) e com dois
programas brasileiros de saúde auditiva(11,12). Da mesma forma,
a prevalência de perdas de grau moderado permaneceram na
distribuição levando-se em consideração o gênero dos sujeitos,
sendo as perdas de grau moderado e severo as com maiores
percentuais, indo ao encontro dos resultados em trabalho que
analisou estas mesmas variáveis(14).
A análise estatística do grau de perda auditiva revelou
elevado número de crianças com perda profunda, assim como
encontrado em outros estudos realizados com essa popula-
ção(11,12,24,28). Sabe-se que entre as causas mais frequentes de
perda auditiva congênita estão as infecções maternas, e entre
essas, destaca-se como principal a síndrome da Rubéola
Congênita(29). Apesar dos programas de vacinação terem apre-
sentado bons resultados na redução dos casos desta doença
infecciosa no Brasil, ainda encontra-se casos de perda auditiva
com esta etiologia.
Já entre as causas adquiridas de perda auditiva, cita-se a
meningite bacteriana(29), devendo-se realizar avaliações audi-
ológicas periódicas em todas as crianças que apresentaram a
doença, pois a perda pode aparecer após cessados os sintomas.
Tanto a perda auditiva causada pela rubéola congênita quan-
to pela meningite bacteriana apresentam padrão audiológico de
perda auditiva neurossensorial de grau variando entre severo e
profundo, podendo justicar o alto número deste grau entre as
orelhas das crianças analisadas nesta pesquisa.
Em relação à prevalência de perda auditiva de grau leve e
moderado em idosos, esta se justica, pois o grau da presbiacu-
sia para as frequências de 500, 1000 e 2000 Hz está geralmente
entre 15 e 60 dB NA(15). Este dado também foi encontrado em
pesquisas internacionais e nacionais(17,22). Apesar das mudan-
ças senescentes na audição já serem esperadas nos adultos de
meia-idade, o número de sujeitos nesta faixa etária com audição
normal ainda permaneceu acima do estimado. Destaca-se que
neste estudo optou-se por utilizar a classicação de Davis e
Silvermann(13), que considera a média tritonal das frequências
de 500, 1000 e 2000 Hz. Portanto, os casos com rebaixamento
dos limiares tonais apenas nas altas frequências, comum nas
fases iniciais da presbiacusia, não foram classicados como
apresentando perda auditiva.
O número de adolescentes e adultos jovens com perda
profunda pode ter a mesma justicativa que o alto índice deste
grau em crianças. Muitos adolescentes e adultos jovens são
adaptados com AASI quando crianças em outros serviços e
chegam ao NUSEAPA com idades mais avançadas para a so-
licitação de novos aparelhos e realização de acompanhamento
por meio do Programa de Saúde Auditiva do Governo Federal.
A associação entre tipo e grau da perda auditiva con-
firmou os dados interpretados anteriormente quanto à
maior ocorrência de grau moderado em qualquer tipo de
perda auditiva. Além disso, o alto grau de concentração
de perda do tipo neurossensorial de grau leve, moderado e
profundo justifica-se por serem estes os mais encontrados
em idosos e crianças, respectivamente(11,12,17,22,24,28), sendo
que estas duas faixas etárias juntas resultam em mais de
60% da amostra total.
Nos casos de perda auditiva condutiva, as patologias
causadoras deste tipo de perda, principalmente as passíveis de
protetização, como a otosclerose, não excedem o grau mod-
erado(15). Portanto, justica-se a maior concentração de perda
auditiva condutiva nos sujeitos desta pesquisa.
Quanto à protetização, no presente estudo observou-se
que mais de 99% dos pacientes foram adaptados, havendo
diferença entre a adaptação bilateral e unilateral. A adaptação
bilateral proporciona vantagens como melhora na localização
da fonte sonora, fenômeno de somação binaural, eliminação
do efeito sombra da cabeça, melhor reconhecimento de fala
em presença de ruído e menor esforço para ouvir(6). Por to-
das as vantagens apresentadas, é preferencial a indicação de
amplicação bilateral para todos os indivíduos candidatos ao
uso, salvo alguma contraindicação, como grande assimetria
entre os limiares auditivos das duas orelhas, problemas severos
de destreza manual, alterações do processamento auditivo
central e rejeição por questões estéticas ou nanceiras(6).
Em função destas questões, as mesmas são consideradas no
momento da seleção e adaptação de próteses auditivas do
Serviço em questão, e sempre que possível, a protetização
bilateral é realizada, pois acredita-se que assim podem ser
proporcionados melhores resultados no desempenho auditivo
e consequentemente, melhor qualidade de vida aos usuários
de próteses auditivas.
CONCLUSÃO
A maioria dos pacientes do presente estudo apresentou
idade superior a 60 anos, não existindo diferença de frequên-
cia entre homens e mulheres. O tipo de perda auditiva neuros-
sensorial e o grau moderado foram os mais frequentemente
diagnosticados nos gêneros e faixas etárias estudadas, exceto
em crianças nas quais o grau mais encontrado foi o profundo.
Quanto à protetização, observou-se que dos 1572 pacientes
atendidos mais de 99% foram adaptados, 258 unilateralmente e
1302 bilateralmente, sendo a conduta denida de acordo com
seus diagnósticos audiológicos e necessidades.
*ADPG contribuiu na análise e interpretação dos dados e redação do artigo
nal; AHL contribuiu na análise e interpretação dos dados e revisão crítica
do conteúdo; LCA contribuiu na análise e interpretação dos dadoseredação
do artigo nal; EMOT participou da revisão crítica do conteúdo e revisão
nal do artigo; AVAV contribuiu na concepção e projeto dos dados; ABM
participou da análise e interpretação dos dados. MJC participou na
coordenação da concepção, análise e interpretação de dados, redação e
revisão nal do artigo.
201Dados de pacientes de programa de saúde auditiva
CoDAS 2013;25(3):195-201
REFERÊNCIAS
1. Brasil. IBGE. Censo Demográco 2010 - resultados preliminares da
amostra. [citado 2011 Out 18] Disponível em: http://www.censo2010.
ibge.gov.br/sinopse/webservice.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº. 2.073, de 28 de
setembro de 2004. Institui Política Nacional de Atenção à Saúde
Auditiva. Diário Ocial da União. 29 set 2004; Seção 1:34). [citado 2011
Ago 30]. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/sas/mac/area.
cfm?id_area=848.
3. Silman S, Iório MCM, Mizhahi MM, Parra VM. Próteses auditivas: um
estudo sobre seu benefício na qualidade de vida de indivíduos portadores
de perda auditiva neurossensorial. Distúrb.comun. 2004;16(2):153-65.
4. Magni C, Freiberger F, Tonn K. Avaliação do grau de satisfação entre
os usuários de amplicação de tecnologia analógica e digital. Rev Bras
Otorrinolaringol. 2005;71(5):650-57.
5. Russo ICP. Editorial II: a relevância da pesquisa cientíca na audiologia
brasileira. Rev CEFAC. 2009;11(Suppl1):0-0.
6. Almeida K. O processo de seleção e adaptação de aparelhos de
amplificação sonora. In: Lopes Filho OC. organizador. Tratado de
fonoaudiologia. São Paulo: Tecmedd; 2005. p471-92.
7. Freitas CD, Costa MJ. Processo de adaptação de próteses auditivas em
usuários atendidos em uma instituição pública federal: parte II: resultados
dos questionários de auto-avaliação. Rev Bras Otorrinolaringol.
2007;73(5):660-70.
8. Brasil. Ministério da Saúde. Saúde auditiva. Portarias de saúde auditiva.
Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2004. [citado 2011 Out 18].
Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/sas/mac/area.cfm?id_
area=848.
9. Goldbaum M. Epidemiologia e serviços de saúde. Cad Saúde Pública.
1996;12(Suppl 2):95-8.
10. Arakawa AM, Sitta EI, Caldana ML, Sales-Peres SHC. Análise de
diferentes estudos epidemiológicos em Audiologia realizados no Brasil.
Rev CEFAC. 2010;13(1):152-8.
11. Dimatos OC, Ikino CMY, Philippi PA, Dimatos SC, Birck MS, Freitas
PF. Perl dos pacientes do Programa de Saúde Auditiva do Estado de
Santa Catarina atendidos no HU-UFSC. Arquivos Int Otorrinolaringol.
2011;15(1):59-66.
12. Domingos BP. Caracterização do perl audiológico e epidemiológico
da população atendida em um programa de saúde auditiva. [monograa]
Minas Gerais: Curso de Fonoaudiologia, Universidade Federal de Minas
Gerais; 2010.
13. Davis H, Silvemann RS. Hearing and Deafness. New York: Holt, Rinehart
e Winston; 1970.
14. Béria JU, Raymann BCW, Gigante LP, Figueiredo ACL, Jotz G,
Roithman R et al. Hearing impairment and socioeconomic factors: a
population-based survey of an urban locality in southern Brazil. Rev
Panam Salud Publ./Pan Am J. Public. 2007;21(6):381-7.
15. Mondelli MFCG, Silva LSL. Perfil dos pacientes atendidos em
um sistema de alta complexidade. Arquivos Int Otorrinolaringol.
2011;15(1):29-34.
16. Jerger S, Jerger J. Presbiacusia. In: Jerger S, Jerger J. Alterações
auditivas: um manual para avaliação clínica. São Paulo, Livraria
Atheneu; 1989.
17. Paiva KM, Cesar CLG, Alves MCGP, Barros MBA, Carandina L,
Goldbaum M. Envelhecimento e deficiência auditiva referida:
um estudo de base populacional. Cad Saúde Pública. 2011;27(7):
1292-300.
18. Cruickshanks KJ, Wiley TL, Tweed TS, Klein BEK, Klein R, Mares-
Perlman JA et al. Prevalence of hearing loss in older adults in Beaver
Dam, Wisconsin. Am J Epidemiol. 1998;148(9):879-86.
19. Marini ALS, Halpern R, Aerts D. Sensibilidade, especicidade e valor
preditivo da queixa auditiva. Rev Saúde Pública. 2005 Dec;39(6):982-4.
20. Al Khabori M, Khandekar R. The prevalence and causes of hearing
impairment in Oman: a community-based cross-sectional study. Int J
Audiol. 2004;43(8):486-92.
21. Santos MAO, Vianna MF, Marotta L, Almeida CM, Sousa Neto OM. A
deciência auditiva em hospital terciário: estudo epidemiológico. Rev
Bras Otorrinolaringol. 2008;74(1):222-6.
22. Jardim IS, Iwahashi JH, Paula VC. Estudo do perl audiológico de
indivíduos atendidos em um serviço de diagnóstico brasileiro. Arquivos
Int Otorrinolaringol. 2010;14(1):32-7.
23. Mattos LC, Veras RP. A prevalência da perda auditiva em uma população
de idosos da cidade do Rio de Janeiro: um estudo seccional. Rev Bras
Otorrinolaringol. 2007;73(5):654-9.
24. Figueiredo W. Assistência à saúde dos homens: um desao para os
serviços de atenção primária. Ciên Saúde Colet. 2005;10(1):105-9.
25. Santos FR, Manfredi AKS, Isaac ML. Caracterização da perda auditiva
de crianças atendidas em um programa de saúde auditiva. Medicina
(Ribeirão Preto). 2009;42(3):366-71.
26. Silva BSR, Sousa GB, Russo ICP, Silva JAPR. Caracterização das
queixas, tipo de perda auditiva e tratamento de indivíduos idosos
atendidos em uma clínica particular de Belém – PA. Arquivos Int
Otorrinolaringol. 2007;11(4):387-95.
27. Schargorodsky J, Curhan SG, Curhan GC, Eavey R. Change in
prevalence of hearing loss in US adolescents. JAMA. 2010;304(7):772-8.
28. Jafek BW, Murrow BW. Segredos em Otorrinolaringologia: respostas
necessárias ao dia-a-dia em rounds, na clínica, em exames orais e
escritos. 2a ed. Porto Alegre: Artmed; 2006.
29. Lanzetta BP, Frota S, Goldfeld M. Acompanhamento de adaptação de
próteses auditivas em crianças surdas. Rev CEFAC. 2010;12(3):360-70.
30. Northern JL, Downs MP. Audição em crianças. 3a ed. São Paulo:
Manole; 1989.