Introdução: Os estilos de vida dos estudantes do ensino superior assumem características muito próprias, especialmente devido ao aumento do poder de decisão e autonomia nas escolhas sobre a sua própria maneira de viver (Dinger e Waigandt, 1997). Esse período de transição pode afectar os factores relacionados com o estilos de vida, nomeadamente a dieta alimentar, o exercício físico, os hábitos de consumo de álcool, tabaco e outras drogas e o comportamento sexual.
Objetivo: Relacionar o estilo de vida e o Género dos estudantes de ensino superior da região centro de Portugal.
Métodologia: Estudo descritivo transversal-correlacional a uma amostra não probabilística de estudantes do ensino superior da região centro de Portugal: estudantes que responderam ao questionário enviado para a lista de estudantes inscritos em 12 instituições de ensino superior. Foi construído um questionário on-line que continha a caraterização sócio demográfico e o questionário “Estilo de Vida Fantástico” de Silva, Brito e Amado (2011), que contempla 10 domínios do estilo de vida.
Resultados: Participaram voluntariamente 4315 estudantes do ensino superior da região centro de Portugal: em que 1266 (29,3%) eram do género masculino e 3049 (70,7%) pertenciam ao género feminino. Em relação ao estilo de vida a média global foi de (85,97 ±12,83) para um score mínimo de 0 e máximo de 120. Quanto ao género, a média global do estilo de vida foi de (86,27 ± 12,65) para o género feminino e de (85,26 ± 13,23) para o género masculino. Da análise realizada entre o género e o estilo de vida encontraram-se diferenças em todos os domínios avaliados pelo questionário “Estilo de Vida Fantástico” (F – Família e Amigos; A – Atividade física/ Associativismo; N – Nutrição; T – Tabaco; A - Álcool e Outras drogas; S - Sono/Stress; T - Trabalho/Tipo de personalidade; I – Introspecção; C - Comportamentos de saúde e sexual; O - Outros Comportamentos).
Conclusões: Em termos médios o estilo de vida dos estudantes foi considerado “Muito Bom” (85-102); ainda em termos globais relacionando com o género verificámos diferença (os estudantes do género masculino apresentam piores resultados em termos médios, que os estudantes do sexo feminino); quando analisámos as diferenças por domínios do estilo de vida, os estudantes do género masculino apresentam melhores resultados nos domínios (A – Atividade física/ Associativismo; S - Sono/Stress; T - Trabalho/Tipo de personalidade; I – Introspecção) e os do género feminino apresentam melhores resultados nos domínios (F – Família e Amigos; N – Nutrição; T – Tabaco; A - Álcool e Outras drogas; C - Comportamentos de saúde e sexual; O - Outros Comportamentos). Estes resultados evidenciam algumas diferenças de estilo de vida e o género. Daí a importância do desenvolvimento de estratégias de sinalização de estudantes vulneráveis e criar estruturas de acompanhamento, apoio e capacitação nas instituições de ensino superior.