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Resumo: O objetivo deste trabalho é avaliar o papel que a proximidade espacial desempenha nas atividades inovativas de firmas no âmbito da interação entre universidades e empresas localizadas no estado do Rio Grande do Sul (RS). Foi feita investigação com dados secundários-Censo de 2004 do Diretório dos Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e com dados primários de uma pesquisa survey em 2009 com empresas que os grupos de pesquisa informaram estabelecer interação. Resultados da investigação indicam que a proximidade geográfica importa e que a maior concentração (43,5%) das interações observadas ocorre em um espaço territorial relativamente pequeno (até 50 km de distância), e que 2/3 do total de interações dá-se com instituições sediadas no RS. Contudo, constatou-se que 21 empresas se relacionaram com universidades/instituições de fora do Estado, o que denota a existência de outras proximidades, além da geográfica, que também são importantes para as suas atividades inovativas. Palavras-chave: Interação universidade-empresa; Proximidade geográfica; Rio Grande do Sul/Brasil.
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Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR 213
Proximidade geográca e interação
universidade-empresa no Rio Grande do Sul
Achyles Barcelos da Costa1
Janaina Ruffoni2
Daniel Puffal3
Resumo: O objetivo deste trabalho é avaliar o papel que a proximidade
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interação entre universidades e empresas localizadas no estado do Rio
Grande do Sul (RS). Foi feita investigação com dados secundários - Censo
de 2004 do Diretório dos Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de
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de uma pesquisa survey em 2009 com empresas que os grupos de pesquisa
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das interações observadas ocorre em um espaço territorial relativamente
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com instituições sediadas no RS. Contudo, constatou-se que 21 empresas
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são importantes para as suas atividades inovativas.
Palavras-chave: 
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1 Economista. Professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).
E-mail: achyles@portoweb.com.br
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Professora do Programa de Pós Graduação em Economia da Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos).
E-mail: jruffoni@unisinos.br
3 Doutor em Administração pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Professor na
Universidade Feevale e na Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH). E-mail: puffal@micropol.com
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Geograc proximity and university-
industry interactions in Rio Grande do Sul
Abstract: The purpose of this paper is to evaluate the role that spatial
proximity plays in innovative activities of rms in the context of interaction
between universities and business enterprises located in the State of Rio
Grande do Sul (RS). Research was done with secondary data - census 2004
from Directory of Research Groups of CNPq - and with primary data from
a survey in 2009 with enterprises that research groups have reported
establishing interaction. Research results indicate that geographical
proximity matters and the largest concentration (43.5%) of the interactions
observed occurs in a relatively small geographical area (up to 50 km
away), and that 2/3 of total interactions are with institutions based on
RS. However, it was found that 21 companies interact with universities/
institutions outside the State, which denotes the existence of other proximity,
in addition to geographical, that are also important to their innovative
activities.
Keywords: University-industry linkages; Geographic proximity;
Rio Grande do Sul/Brazil.
JEL: O3.
Introdução
A compreensão dos elementos determinantes do progresso técnico de
nações, setores produtivos e empresas tem sido objeto de discussão de
estudiosos, principalmente dos denominados economistas evolucionistas
e neo-schumpeterianos, e está longe de ser uma questão plenamente
estabelecida. Entender o progresso técnico exige estudar o processo de geração
e difusão de inovações. Uma forma de avançar nessa percepção é examinar
como ocorre a interação entre diferentes agentes econômicos, sociais e

entre universidades e institutos de pesquisa com empresas. Os elementos que
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diversos, bem como as características de tempo, envolvimento e resultados da
interação. Uma importante questão que vem sendo discutida pela literatura
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o objetivo deste trabalho é avaliar o papel que a proximidade espacial
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universidades e empresas localizadas no estado do Rio Grande do Sul (RS).
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Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
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O estudo aqui apresentado faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre
interação universidade-empresa no Brasil que vem sendo realizada desde
20064
existentes entre universidades e empresas no País.
A estrutura do trabalho é formada por esta Introdução e mais quatro seções.
A segunda seção é dedicada a uma resenha teórica acerca da literatura
sobre os determinantes da inovação em sua conexão com o conhecimento, o

nesse processo. Ela serve como um organizador do conteúdo discutido nas
seções seguintes. A terceira seção apresenta a metodologia empregada e as
características gerais da amostra de empresas que constaram da pesquisa
de campo. Na quarta seção é feito, então, um exame do material pesquisado

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análise com um apanhado geral da discussão e dos principais resultados
alcançados.
1. Conhecimento, aprendizado interativo,
proximidade e inovação
-

de agentes, como as universidades e seus laboratórios, as empresas e suas es-
truturas formais e informais de pesquisa e desenvolvimento, bem como a ação
de governos mediante regulação e com suas instituições públicas de fomento
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transmissão e da absorção de diferentes tipos de conhecimentos que resultam
da interação de organizações com culturas e objetivos distintos. Além disso, a
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pesquisa e empresas (Interação U-E) é que esse mecanismo pode se constituir
em importante canal de desenvolvimento tecnológico de empresas, regiões
e países, proporcionando capacidade para o catching up tecnológico e o
fortalecimento do desempenho econômico. Particularmente em países de
menor desenvolvimento relativo, que se veem às voltas com escassez de
4 Pesquisa intitulada Interações de Universidades e Institutos de Pesquisa com Empresas no Brasil, co-
ordenada pelo Prof. Dr. Wilson Suzigan [wsuzigan@pq.cnpq.br]
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-
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216 Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
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recursos, esse também é um mecanismo que permite às empresas viabilizar
      
universidades, essa prática possibilita que se mantenham em linha com as
necessidades de formação de recursos humanos e de exploração de novas áreas
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contar com um leque ampliado de instrumentos para estimular o investimento
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Para que as empresas inovem, contudo, é necessário ter acesso à informação
e ao conhecimento. O conhecimento, de acordo com ampla literatura sobre o
 (Nelson e Winter, 1982; Gertler, 2003;
entre outros). O primeiro é traduzido em manuais, instruções e códigos que
são transmitidos através de símbolos e linguagem padrão. A sua aquisição
pode, inclusive, ser feita de forma impessoal, através do mercado. Embora

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forma facilitada. O mercado para esse tipo de transação pode apresentar
imperfeições. A existência, por exemplo, de barreiras à entrada na forma de
direitos de propriedade exclusivos (patentes), pode inibir o acesso de empresas
      
inovativa.
O conhecimento tácito é aquele em que as informações a ele associadas
não possuem um código ou uma linguagem comum em que possam ser
transmitidas de forma facilmente inteligível, como ocorre com os sinais
emitidos pelo sistema de preços. Nesses casos, como assinalado por Piore
(2001), é necessária uma linguagem real que possa transmitir as informações
requeridas necessitando, para tal, da presença física de seus agentes portadores
(dado que o conhecimento tácito está neles incorporado) ou de intermediários
sociais para que esse tipo de saber tenha sucesso na sua difusão.
São diversas as formas sob as quais as empresas podem ter acesso ao
conhecimento. Um dos estudos pioneiros sobre o assunto, conforme
Rosenberg ([1982] 2006) é o de Kenneth Arrow escrito em 1962, intitulado
The Economic Implications of Learning by Doing, onde aquele autor
ressalta que o aprendizado ocorre pela prática diária na manufatura de um
produto: o chamado ‘aprender fazendo’ [learning-by-doing], como informa
o título de seu artigo. Contudo, segundo ainda Rosenberg, existe outro tipo
de aprendizado que decorre não da manufatura em si, mas da utilização do
learning-by-using]. Isso se aplica àqueles casos em
que a empresa adquire um novo bem de capital e cujo domínio exige tempo de
uso. Entretanto, quando da fabricação desse bem, em um ambiente permeado
pela divisão do trabalho, o produtor deveria conhecer as necessidades dos
potenciais usuários, de modo que o projeto do produto atenda aos usos em que
possa ser aplicado. A atomização de agentes e a decorrente impessoalidade de
217
Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR


mercado não permitem conhecer esses requisitos, dado que os sinais emitidos
nas trocas informam apenas preço e quantidade de produto. Esse é um ponto

crucial para obter informações qualitativas pertinentes para as atividades
inovativas de ambos os partícipes [learning-by-interacting
venda do produto ao usuário, o produtor responsabiliza-se ainda por serviços
pós-venda referentes à manutenção e soluções de eventuais problemas por
   
adquirido.
Uma característica que o conhecimento vem assumindo é a sua crescente
complexidade, com forte base nas ciências. Assim o domínio individual das
fontes de conhecimento tem se tornado difícil e custoso. Para compreendê-lo
e usá-lo de maneira bem-sucedida é necessária a presença e a colaboração de
diferentes instituições.

valoroso para o aprendizado por interação, dependendo da atividade
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aquelas tecnologias padronizadas e que mudam lentamente, a maior ou menor
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em que mudanças de paradigmas tecnológicos, maior complexidade no
conteúdo de informações, ou aceleração do progresso técnico, a proximidade
territorial através de contatos face a face e um ambiente cultural compartido
assumem função expressiva no sucesso inovativo.

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igualmente no aprendizado interativo e que resulta em inovação, tais como
a cognitiva, a organizacional, a social e a institucional.

entre agentes se os mesmos, em função de racionalidade limitada, apresentem
restrições cognitivas, resultando na inexistência de uma base universal de co-
nhecimento que lhes permitam comunicar, absorver e processar informações.
A dispersão dos saberes entre diferentes agentes, dadas as especializações,
   
sua vez, requer um substrato, uma expertise comum sobre a qual possam
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218 Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
 

ocorrer a interação e o aprendizado. A inexistência desses requisitos leva ao
isolamento dos agentes, embora próximos espacialmente entre si.

o contexto social em que estão inseridos os agentes econômicos6. Essa é uma
-
mento dos agentes e, então, no desempenho econômico e no bem-estar social.
Dada a natureza incerta do processo inovativo, mercados atomizados e com
atores atuando com racionalidade otimizadora, como supõe o argumento ne-

da inovação e o comportamento não otimizador é necessário o estabelecimento
-
to mais enraizada estiver a atuação dos participantes, quanto mais intensos
forem os laços sociais decorrentes do contato diário – sejam eles de amizade,
parentesco, cultural, e outros – mais facilmente são estabelecidas interações
para a troca de conhecimentos e a realização de atividades conjuntas, além

construída por essas relações, e mesmo aquela decorrente da repetição das
trocas comerciais, cria uma espécie de capital, o social, que facilita a difusão
de conhecimentos, particularmente os de natureza tácita.

deve-se ao fato de o aprendizado e o conhecimento ocorrerem de forma
coletiva, seja internamente na empresa através da interação de seus depar-

universidades, fornecedores e outros. Igualmente, a proximidade institucional
através do compartilhamento de valores éticos, normas, tradições, costumes e
regras comuns, sejam essas regras formais ou informais, também contribuem
para fortalecer as ligações estabelecidas entre os atores7. Petruzzelli (2008)
reporta-se a outro tipo de proximidade: a tecnológica, que se refere a uma base
comum de conhecimento ou de similaridade tecnológica entre os participantes
da interação, o que facilita o aprendizado e a inovação.
        
    
recursos e competências que podem ser facilmente acessados, ou que
apresentem caráter ubíquo. O desempenho nos mercados se apresenta com
     
para mudanças rápidas em produtos e processos em relação ao que fazem
seus competidores. Criar novos conhecimentos, desenvolver atributos dos
bens e serviços que sejam particulares às necessidades dos consumidores


7 As proximidades, em suas diferentes dimensões, têm também o poder de inibir o aprendizado e a inova-
lock-in às práticas e aos conhecimentos existentes. A busca de fontes
externas de conhecimento, que não no local, pode ser necessário para incorporar novos saberes e explorar

219
Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR


novos atributos tem ligação com características físicas, econômicas, sociais e
institucionais dos locais onde as empresas se localizam. Isto explica porque
essas organizações tendem a estabelecer-se em aglomerações produtivas
     

ao setor produtivo dominante e a ramos auxiliares, como observado por
spin-offs locais.
A capacidade de geração de conhecimentos é resultado de processo de
aprendizagem que ocorre durante a vida da empresa. Ao longo do tempo a

por imitação, por esforço deliberado e pela interação com outros agentes. Sob
esse aspecto o processo de aprendizado é path-dependence. As capacitações
acumuladas pela empresa ao longo do tempo são a base para novas iniciativas.

(1993) a sua ‘capacidade de absorção’ de novos conhecimentos, principalmente
aqueles que são externos a ela.
Igualmente, a atratividade de certas regiões e o grau de desenvolvimento de
sua estrutura produtiva depende de evolução histórica. A formação econômica
da região está ligada à disponibilidade de recursos que a natureza oferece, da

e de infraestrutura econômica e institucional construídas. Essa natureza do
desenvolvimento há muito foi incorporada à análise econômica através dos
economistas históricos alemães. As capacitações existentes na região são
fruto não de seu esforço próprio, mas também daqueles conhecimentos
que provêm de fora. Essa combinação reforça características locais e a
permanência de diferenças nos níveis de renda entre regiões deve-se a que
    


Essas particularidades locais nos remetem ao sistema regional ou local
de inovação, categoria analítica com nível de amplitude espacial menos
abrangente em relação ao sistema nacional de inovação. O que o conceito
tenta referir é o conjunto de atores públicos e privados que mantêm estreitas
relações econômicas, sociais, organizacionais, institucionais e outras, com
fortes características associadas ao território onde se encontram e que servem
como base para o aprendizado, a geração de conhecimento, a inovação e a
construção de vantagem competitiva. Obviamente que o conceito requer a
      

inconcluso, pois não homogeneidade em relação ao tratamento dado à
região, sendo considerada com extensão variada, ora abrangendo cidades e
regiões metropolitanas, até espaços subnacionais, como os estados em países
220 Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
 

federados, por exemplo.8 Persistem ainda dúvidas sobre os limites do sistema,


A dimensão territorial da inovação passou a ganhar notoriedade entre
acadêmicos e policy makers a partir do sucesso de aglomerações empresariais
localizadas - os chamados distritos industriais - que se observam desde os anos

de organização industrial caracteriza-se pela presença de um aglomerado de
empresas - de um modo geral de pequeno e médio porte - em torno de um
setor de atividade e de seus ramos auxiliares, com as empresas inserindo-se
no processo produtivo através de uma miúda divisão de trabalho. Além disso,
gozam de auxílio de instituições que prestam serviços reais - laboratórios

outros - de centros de capacitação da força de trabalho e da presença de
universidades e institutos de pesquisa. Becattini (1999) menciona que nos
distritos industriais ocorre o imbricamento entre a comunidade local e o

e particular.
Alguns dos agentes desses aglomerados produtivos ou de regiões, conhecidos
como knowledge gatekeepers (Petruzzelli, 2008), desempenham um papel
de destaque ou de centralidade. Devido à sua capacidade de absorção e de
difusão de conhecimentos heterogêneos, como é o caso de universidades e
institutos de pesquisa, são capazes de interagir com empresas pertencentes a
uma variada gama de atividades econômicas. Essas instituições fazem parte
ainda de uma infraestrutura regional mais ampla como meios de transporte
e comunicações, equipamentos urbanos, escolas, e arcabouço institucional

Releva chamar a atenção ainda de que as inovações apresentam características
     
observar diferentes padrões setoriais de inovação. Isso se deve ao fato de que
distinções entre as bases de conhecimento tanto de tecnologias quanto

Encinar, 2008). Setores dedicados a um mesmo ramo produtivo, mas situados
   
inovativas e competitivas. Parcela do desempenho competitivo, nesses casos,

intangível que não é facilmente clonável.
8 Nesse sentido, o estado brasileiro do Rio Grade do Sul poderia ser tratado como um sistema regional de
inovação. The choice of approach may not only be a question of
size of the country, but also whether it is federally organized or not”.
221
Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR


2. Informações metodológicas da pesquisa
e características da amostra
Os dados analisados neste estudo foram retirados de duas fontes: uma
secundária e outra primária. Os dados de fonte secundária foram coletados
junto ao Censo de 2004 do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq, que
registra, então, os grupos de pesquisa de universidades e as empresas com
as quais declararam manter interação. Para o Brasil, naquele ano, foram

Os dados primários foram obtidos a partir da realização de uma pesquisa
survey, com as empresas que os grupos de pesquisa informaram estabelecer
interação. O instrumento utilizado para a coleta de informações constituiu-se
de um questionário estruturado. A pesquisa foi realizada em 2009 e recebeu-se


recebido 60 questionários.
É importante destacar que a ‘amostraconstituída pelas 60 empresas analisadas
pode conter vieses, retirando capacidade analítica em direção a generalizações
dos resultados encontrados. A resposta ao questionário da pesquisa deu-se

cujo link foi enviado às empresas para o seu acesso e resposta on line. Não

modo que não se soube se ocorreram dúvidas por parte desses últimos em
relação às questões formuladas. Contudo, não se pode menosprezar o fato de
que alguns itens investigados alcançaram alto índice de respostas semelhantes

 
difusão de inovações.
As informações analisadas neste artigo são, portanto, os da pesquisa survey
com as empresas sediadas no Rio Grande do Sul. Para essa análise, em que se

e universidades, foram utilizadas apenas aquelas perguntas do questionário
que estão mais diretamente relacionadas com o tema aqui discutido.
Preliminarmente serão fornecidas a seguir algumas características das 60
9.
9 O tratamento dos dados foi feito com apoio do software SPSS e as características da proximidade geo-

222 Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
 

A maioria da
ao setor industrial, sendo que 27 delas estão envolvidas com as atividades da

de serviços. Quanto ao tamanho das empresas,10 6 delas são microempresas,
16 são pequenas, 20 médias e 18 grandes.
As empresas da amostra são predominantemente de propriedade privada,
    
encontravam-se nessa situação. Já as eminentemente estrangeiras são duas
e outras duas com essa mesma origem dividem com empresas domésticas o
capital aplicado. uma empresa pública e uma combinação de quatro outras
também públicas em parceria com o capital nacional.
Em relação à localização das empresas da amostra no Estado observa-se

de Porto Alegre11, que inclui cidades do Vale do Sinos, sendo que 13 delas
estão localizadas em Porto Alegre e 20 situadas em outros 11 municípios que

Gaúcha, com um total de 14 empresas, sendo 11 em Caxias do Sul, uma em
Farroupilha, uma em Ipê e uma em Flores da Cunha. As demais 13 empresas
estão distribuídas por outras localidades do Estado, com 7 na região Norte,
3 na região Central, 2 na região Sul e 1 na região Nordeste.
3. Características da proximidade geográca e da interação
entre universidades e institutos de pesquisa
com empresas no Rio Grande no Sul
Das 60 empresas da amostra que informaram manter interação com
   
importante’ ou ‘muito importante’ a contribuição dessas instituições para as

ao todo um total de 92 interações,12

Estado. A Figura 1 fornece a distribuição desse total de interações alocadas
13.
-
empresa de 1 a 19 empregados; pequeno porte de 20 a 99 empregados; médio porte de 100 a 499 empregados;
      
     

16.02.2011.


         
população do Rio Grande do Sul.
                
pesquisa, bem como aquelas com diferentes departamentos mesmo que de uma mesma universidade.
  
223
Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR



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: BR Survey, 2009.
Do total de 92 interações entre empresas localizadas no estado do Rio Grande
do Sul com universidades sediadas no Estado e fora dele, constata-se que


como sendo relativamente pequenas ao compararmos com a dimensão
geográfica do Estado cuja extensão, segundo informações do Instituto
142: somente o
trecho entre Porto Alegre e Caxias do Sul, que representa importante rota da


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




         

é um fator facilitador das interações estabelecidas no Rio Grande do Sul.
          
apenas com instituições localizadas no Estado, enquanto somente cinco
             
contribuição das Universidades ou Institutos de Pesquisa, por área de conhecimento, para as atividades de
            
moderadamente importante (3) ou muito importante (4)”. Portanto, as observações aqui descritas e analisadas
se referem às interações existentes e consideradas ‘moderadamente importantes’ e ‘muito importantes’ pelas
              
      
entre a localização da universidade (campus central) ou do departamento da universidade (quando havia a


224 Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
 

delas relacionavam-se somente com instituições situadas em outros estados
        
se relacionarem com outras instituições que estão sediadas fora do Estado

são importantes para as atividades inovativas das empresas.
    
       

Interações Número de Empresas
Frequência %
Somente com instituições do RS 29 
Com instituições do RS e de fora do Estado 16 32,0
Somente com instituições de fora do RS 10,0
  100,0
: BR Survey, 2009.
A Figura 216     
pesquisa, bem como as empresas com as quais mantêm interação. As em-
presas são diferenciadas por números e estão localizadas nas extremidades
superiores e inferiores da Figura. As universidades e institutos de pesquisa
são distinguidos pelas suas siglas [ver Apêndice] e encontram-se nas extre-
midades laterais, sendo que à esquerda estão as instituições localizadas no
Rio Grande do Sul e à direita as instituições de fora do Estado. Ao todo são 42
17
Contudo, embora apresente menor número absoluto de instituições gaúchas
nessas interações com as empresas, a intensidade mais acentuada ocorre
com elas, pois há maior concentração de linhas que unem os nódulos no lado

por intensidade de interações: os quadrados azuis representam empresas e

superior aos nódulos em vermelho. Visualmente percebe-se que os agentes
que possuem mais interações são em menor número, quando comparados
com aquelas empresas e instituições em que as interações embora menos
frequentes são em maior número.

de proximidade.

referentes às interações estabelecidas pelas empresas que não responderam à questão 14 do questionário e
que constam na base de dados do diretório de grupos de pesquisa do CNPq de 2004. Ao todo são mais 10
empresas nesta situação.
       

Grande do Sul.

Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR


 


: BR Survey, 2009.
As universidades gaúchas que se destacam pelo número de interações são
a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Universidade
de Caxias do Sul (UCS), e a Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS).
A UFRGS, principal instituição de ensino e pesquisa do Estado, pode ser
vista como desempenhando o papel de knowledge gatekeeper, pois é
capaz de interagir com uma diversidade de empresas de diferentes setores
produtivos.
As instituições, arroladas como institutos de pesquisa, localizadas no
Estado que foram citadas pelas empresas são: a Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Serviço Nacional de Aprendizagem



Em relação às instituições que não estavam localizadas no Rio Grande do
Sul merecem destaque duas universidades, pelo número de interações que
mantinham com empresas do Estado: a Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), em São Paulo, com 10 interações, e a Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC), no Estado catarinense, com oito interações.
226 Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
 

Nas Figuras 3 e 4 a seguir as empresas foram organizadas em dois grupos:
respectivamente, aquelas que interagiam somente com instituições no Rio
Grande do Sul18    
institutos de pesquisa pertencentes a outras unidades da Federação.
       
    

: BR Survey, 2009.

empresas e os nódulos à esquerda são as universidades e os institutos de

representam o número de interações existentes: os nódulos vermelhos
possuem somente uma interação, os nódulos amarelos possuem duas
interações, os verdes três interações, o nódulo cinza quatro interações, o azul

parte das empresas interage apenas com uma universidade ou instituto
de pesquisa. Nota-se que a UFRGS e a PUC-RS concentram as interações
com as empresas relativamente às demais instituições do Estado, que
embora sendo essas últimas em maior número têm menor frequência de
relacionamentos.
18 Ao todo são 34 empresas, 29 que responderam ao questionário, conforme já observado, mais cinco
presentes na base de dados do diretório de grupos de pesquisa do CNPq de 2004.
227
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


   


: BR Survey, 2009.
Na Figura 4 os nódulos estão organizados da seguinte forma: à esquerda estão
as universidades e institutos de pesquisa localizados fora do Rio Grande do
Sul, no centro as universidades e institutos de pesquisa do Estado e à direita


Observa-se que grande diversidade de universidades e instituições
de fora do Estado com os quais as empresas interagem. As empresas
que estabelecem interações com instituições de fora do Estado, também
   
de pesquisa, localizados além das fronteiras do Estado, com os quais as
empresas possuem mais interações, encontram-se principalmente na região

(UFRJ), na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Federal de
São Carlos (UFSCAr).
    
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O maior tempo de duração dos relacionamentos que as empresas dedicam
com as instituições de ensino e pesquisa provavelmente seja resultado de
experiências bem-sucedidas em suas necessidades no desenvolvimento de

produtos, de processos, na solução de problemas do dia a dia, entre outros.

institucionais, e outras, que facilitam a troca de conhecimentos e a sua
       
     
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discrimina as empresas pelos setores de atividade, aquelas pertencentes

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manter ligação mais de cinco anos. Esse desempenho deve-se a que o
     
Engenharias, que como mencionado em outro trabalho (Costa; Ruffoni;

no Censo do CNPq de 2004 com maior número de grupos de pesquisa e de
empresas com interação no estado do Rio Grande do Sul.

-



    

Número de
Interações
Rio Grande do Sul Metal-Mecânico
Freq. %%
respondentes
%
acum. Freq. %%
respondentes
%
acum.
1 38 63,3 70,4 70,4 13 48,1  
2 7 11,7 13,0 83,4 4 14,8 18,2 77,3
3 4 6,7 7,4 90,8 3 11,1 13,6 90,9
4 2 3,3 3,7  0 0,0 0,0 90,9
2 3,3 3,7 98,2 2 7,4 9,1 100
8 1 1,7 1,8 100,0 0 0,0 0,0
Subtotal 54 90 100 22 81,5 100
Não
informou 6 10,0  
Total 60 100 27 100
: Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNP. Censo de 2004. Elaboração própria.
229
Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR

   agem relativamente
mais com universidades do que as suas congêneres gaúchas que também
mantêm relação com aquelas instituições. Enquanto no Rio Grande do


maior intensidade de interação, como já mencionado, pode ter como um de
seus determinantes o fato de as empresas envolvidas em atividades do setor

que, junto com as áreas das Ciências Agrárias e das Ciências Exatas e da

pesquisa e empresas, entre todas as áreas do conhecimento (Costa; Ruffoni;
Puffal, 2011). Essa base comum permite uma maior proximidade tecnológica
e cognitiva, pois muitos egressos dos cursos de engenharias têm nas empresas


com problemas tecnológicos em seu dia a dia recorrem aos laboratórios das
universidades e ao conhecimento de ex-professores e de pesquisadores para
auxiliá-los na solução. A facilidade de contato face a face pela proximidade

As empresas do Rio G
     
no Estado e simultaneamente com instituições que estão fora dessas
fronteiras, sendo que outras cinco mantêm exclusivamente relações em
outras unidades da Federação. Dessas 21 empresas, nove delas pertenciam



de Atividade Econômica - CNAE; a cidade onde está localizada; e o número
de interações apresentadas.
230 Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
 

     -
     

Setor da Empresa
[CNAE 2.0]
Intensidade
Tecnológica da
Indústria*
Cidade-sede
da empresa
Número de
interações
No RS Fora
do RS
Metal-Mecânico
26.2 Fabricação de equip. de
informática e periféricos Alta tecnologia Porto Alegre 2 2
29.4 Fabricação de peças e
acessórios para veículos
automotores

tecnologia Porto Alegre 0 1
29.3 Fabricação de cabines,
corrocerias e reboques para
veículos

tecnologia Caxias do Sul 1 1
29.4 Fabricação de peças e
acessórios para veículos
automotores

tecnologia Caxias do Sul 2 1
29.4 Fabricação de peças e
acessórios para veículos auto-
motores

tecnologia Caxias do Sul 1 1
28.3 Fabricação de tratores e
de máq. e equip. para agric. e
pecuária

tecnologia Panambi 3 1
29.4 Fabricação de peças e
acessórios para veículos
automotores

tecnologia Caxias do Sul 1 1
 
tecnologia Caxias do Sul 0 2

de metal 
tecnologia Caxias do Sul 1 2
Outros Setores
21.2 Fabricação de produtos
farmacêuticos Alta tecnologia Porto Alegre 0 2

preparações de couro Baixa tecnologia Esperança
do Sul 1 1
10.3 Fabricação de conservas
de frutas, legumes e outros
vegetais Baixa tecnologia Farroupilha 0 2
20.3 Fabricação de resinas e
elastômeros 
tecnologia  1 1
20.1 Fabricação de resinas e
elastômeros 
tecnologia  2 1
20.7 Fabricação de tintas,
vernizes, esmaltes, lacas e


tecnologia Novo
Hamburgo 2 1
19.2 Fabricação de produtos
derivados do petróleo 
tecnologia Canoas 0 1
22.2 Fabricação de produtos
de borracha 
tecnologia Caxias do Sul 1 1
17.1 Fabricação de celulose e
 Baixa tecnologia Guaíba 0 4
         

mineral’, ‘Serviços de arquitetura e engenharia’ e Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
: BR Survey, 2009.
231
Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR


Outro tipo de proximidade, que não a territorial, também é relevante. O fato
   
de média-alta tecnologia leva a que se conjecture que alguma expertise
ou especialização não está disponível no Estado, ou de que algum tipo de
proximidade para obtê-la é mais facilmente desenvolvido com instituições
que não estão localizadas em território gaúcho.

      
respondentes) indicaram realizar a prática da inovação de forma regular.
As fontes de inovação mais utilizadas pelas empresas para novos projetos e
projetos já existentes são principalmente a própria linha de produção e os
clientes. Os conhecimentos provenientes das Universidades e dos Institutos,

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

as interações com esses atores são ‘moderadamente importante’ ou ‘muito
importante’.

com universidades e institutos de pesquisa, desempenha nas atividades
inovativas, constatou-se que grande parte das empresas tem resultados
         
        
devem ser atingidos. Somente 6 empresas informaram que a interação não
atingiu os objetivos e outras 3 empresas que o processo em andamento não
deve apresentar resultados positivos. Outra questão que contribui para a
compreensão do desempenho inovativo das empresas refere-se à introdução
de produtos e processos no mercado. Para a maioria das empresas as principais

ou de processos. Os lançamentos novos, de um ou de outro tipo, para o País
ou para o mundo, embora menos frequentes, também são encontrados entre
empresas do Rio Grande do Sul.

essas 21 empresas gaúchas buscam informações e conhecimentos não apenas

institutos de pesquisa localizados além de seus limites geográficos.
Como a maioria delas mantém igualmente relações com instituições
sediadas em solo gaúcho é de se supor que apenas conhecimentos obtidos
internamente não atendam às necessidades tecnológicas das empresas.
232 Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
 

4. Considerações Finais
O estudo da interação universidade-empresa no Rio Grande do Sul sob a ótica

As universidades que as empresas gaúchas mais frequentemente se dirigem
na busca de informações e conhecimentos para suas atividades inovativas
são a UFRGS, junto com outras também de propriedade pública, a Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), a Universidade
       
(UCS) e outras. Recebe destaque a UFRGS, por ser a universidade com maior

que algumas dessas universidades, como a UFRGS, desempenham o papel
de gatekeeper, pelos variados campos do conhecimento em que mantêm
interação com empresas.
As 60 empresas pesquisadas em um universo de 209 são predominantemente
de capital privado nacional. Suas escalas são de variados tamanhos, indo do
micro ao grande, sobressaindo aqueles de médio porte. Essas empresas, em

Alegre (que inclui cidades do Vale do Sinos) e Caxias do Sul. A maioria das


oito são dos setores de agricultura, de extração e de serviços.
Como há uma dupla concentração de empresas e de grupos de pesquisa em
universidades e institutos localizados nessa região mencionada acima, a
    
      



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em menos de 60 minutos em uma viagem de automóvel desenvolvendo
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a constatação de que o maior número de interações entre empresas e

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ocorreram com instituições sediadas no Rio Grande do Sul.
233
Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR

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Contudo um terço das interações foi realizado com uma gama variada de
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que, inclusive, foram em maior número do que as instituições localizadas
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relacionarem com instituições que estão localizadas fora do Estado denota
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são importantes para as atividades inovativas das empresas. Como a maioria
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do Estado pode-se supor que apenas conhecimentos obtidos no interior
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necessidades tecnológicas das empresas. Outras expertises ou especializações
não estão disponíveis no Estado ou, ainda, que algum tipo de proximidade
para obtê-las seja mais facilmente desenvolvido com instituições que não
estão localizadas em território gaúcho.
O tempo de interação das empresas com universidades e institutos de pesquisa
      
representam para as práticas de inovação das empresas. Experiências
bem-sucedidas de relacionamentos permanecem no tempo, pois atendem
de alguma maneira às necessidades decorrentes do esforço inovativo de
     
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mantêm conexões há mais de 10 anos. Quanto ao sucesso desses vínculos, 24
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que o processo, embora em andamento, teriam os objetivos alcançados.
Quando 
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da metade, ou seja, um número de 27, estava envolvida na fabricação de
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entre Porto Alegre e Caxias do Sul. O grau de interação dessas empresas com
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Essa característica observada está associada à base tecnológica por elas
empregada, proveniente da área das Engenharias que, dentre outras áreas
do conhecimento, apresentava os maiores graus relativos de interação entre
grupos de pesquisa e empresas no Rio Grande do Sul.
Em síntese, este esforço de pesquisa para entender o papel desempenhado
     
com empresas no Rio Grande do Sul permite dar conteúdo à hipótese de
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positivamente em suas atividades inovativas. Entretanto, a proximidade
geográfica não é a única a exercer influência nesse processo, outras
proximidades também devem contribuir para que sejam desenvolvidas
inovações nas empresas. A averiguação dessa questão mereceria ser objeto
de pesquisas futuras.
234 Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
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Referências
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Empresa no Rio Grande do Sul: o caso do programa de pós-graduação em
engenharia de minas, metalúrgica e de materiais da Universidade Federal
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Apêndice
Nome das universidades e institutos de pesquisa citados no texto:
CENPRA: Centro de Pesquisa Renato Archer
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INPE: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

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
UCS: Universidade de Caxias do Sul
UECE: Universidade Estadual do Ceará
UERGS: Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
UFES: Universidade Federal do Espírito Santo


UFPB: Universidade Federal da Paraíba
UFPE: Universidade Federal de Pernambuco

UFPR: Universidade Federal do Paraná
UFRGS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRPE: Universidade Federal Rural de Pernambuco
UFSC: Universidade Federal de Santa Catarina
UFSCAR: Universidade Federal de São Carlos
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UFV: Universidade Federal de Viçosa
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UNIFEI: Universidade Federal de Itajubá
UNIJUI: Universidade Regional do Noroeste do Est. do Rio Grande do Sul
UNISC: Universidade de Santa Cruz do Sul
UNISINOS: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
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UPF: Universidade de Passo Fundo
USP: Universidade de São Paulo
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... Isto porque esses profissionais fazem a ligação entre os conhecimentos formais e os aplicados; estão familiarizados com o modus operandi (rotinas) da pesquisa universitária, que é distinto da empresarial; criam objetivos compartilhados entre essas organizações e, usualmente, dispõem de uma rede de contatos nas universidades (capital social), advindo da passagem prévia quando de sua formação acadêmica, particularmente na pós-graduação. Por outro lado, convém observar que, quando a firma se depara com um problema de elevada complexidade, particularmente em inovações radicais, o elemento orientador da busca pela interação com a universidade constitui-se na excelência em pesquisa acadêmica na área de interesse (COSTA et al., 2011;GARCIA et al., 2014). ...
... Infere-se que a soma das categorias de "alta" e "média" importância da PINTEC seja uma aproximação razoável ao dado disponibilizado na CIS. (COSTA et al., 2011). Inclusive, observa-se que as instituições de pesquisa locais, em geral, possuem algumas atividades de P&D e de extensão voltadas às empresas de sua região. ...
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RESUMO: Este estudo investiga a evolução da interação universidade-empresa nas indústrias extrativas e de transformação do Rio Grande do Sul no período 2008-2014, comparando esse processo com o observado em estados brasileiros e em nações industrializadas selecionadas. Os resultados encontrados mostram que houve uma evolução positiva das capacitações tecnológicas de empresas e de universidades gaúchas, com desempenho acima da média nacional, mas em patamar ainda inferior ao observado em nações desenvolvidas. Essa deficiência aparenta ser relativamente mais crítica para as empresas industriais do que para as universidades. Quanto à interação universidade-empresa no Rio Grande do Sul, mesmo com intensificação no período considerado, essa ainda é pouco frequente e coloca-se em nível inferior ao verificado em países avançados. Além disso, mesmo existindo elementos facilitadores para a interação universidade-empresa, outros fatores atuam como limitantes importantes, como as relativamente baixas capacitações tecnológicas das empresas industriais, a defasagem em alguns setores de alta e de média-alta intensidade tecnológica e a estrutura da indústria gaúcha, com predominância de setores industriais low-tech e pequena participação de firmas de portes médio e grande no total de empresas, bem como a relativa baixa proporção do quadro de docentes em exercício nas instituições de ensino superior que possui atuação em pesquisa. Palavras-chave: Interação universidade-empresa; Inovação; Rio Grande do Sul. ABSTRACT: This study investigates the evolution of university-enterprise interaction in the mining and quarrying and manufacturing industries of Rio Grande do Sul in the period 2008-2014, with comparisons between this process and that one observed in selected Brazilian states and industrialized nations. The results points that has been occurring a positive evolution in the technological capabilities of the firms and universities of Rio Grande do Sul, with a performance above of the national average, but still at an inferior level when compared to that of developed nations. This limitation appears to be relatively more critical to the industrial enterprises than to the universities. About the university-enterprise interaction in Rio Grande do Sul, even with its intensification in the period considered, it is still infrequent and is at a lower level than that seen in advanced countries. In addition, even with the existence of elements that facilitate the university-enterprise interaction, other factors acts as important constraints, such as the relatively still low technological capabilities of the industrial enterprises, the technological gap in some sectors of high and medium-high technology intensities and the industry structure, with a predominance of low-tech industries and small participation of medium and large sizes enterprises as a share of the total, as well as the relative low proportion of professors in exercise in higher education institutions that have engagement in research activities.
... T.; briTTo, j. n. P. Padrões de relacionamentos entre Grupos de Pesquisa... interação das firmas com os grupos de pesquisa (COSTA et al., 2011;GARCIA et al., 2011). ...
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O artigo tem como objetivo realizar uma análise da interação entre universidade e empresa no sistema nacional de inovação brasileiro pela ótica dos grupos de pesquisa, separado em áreas do conhecimento. Para tanto, são definidos indicadores a partir da técnica de componente principal com o objetivo de analisar as semelhanças e diferenças entre as áreas de conhecimento dos tipos de interação que cubram as particularidades do sistema nacional de inovação brasileiro. A análise realizada demonstra que os tipos de interação são muito diversos para os grupos de pesquisa do Brasil e variam de acordo com a área de conhecimento na qual eles estão inseridos. Os resultados demonstram que a interação no Brasil assume várias formas e é heterogênea nas diferentes ciências. Esse ponto serve para qualificar o sistema de ciência e tecnologia nacional perante suas particularidades, além de guiar políticas que gerem ciclos virtuosos.
... Ressalta-se que os grupos de pesquisa selecionados para a investigação são pertencentes à UFRGS, uma universidade pública de longa tradição e importante ator no sistema de conhecimento e inovação brasileiro. Considerando suas interações, a UFRGS já foi apontada como uma gatekeeper (COSTA; PUFFAL, 2011;BOTELHO, 2016). O artigo está organizado em mais quatro seções além desta Introdução. ...
... Inov., Campinas (SP), 16 (1), p. 35-62, janeiro/junho 2017 base de dados gerada pelo Survey Brasil diversos estudos abordando temas específicos têm sido realizados. A atuação da universidade brasileira como solucionadora de problemas locais foi investigada por Costa et al. (2011) para o Rio Grande do Sul. Existem ainda estudos que observam se a proximidade geográfica influencia na interação das firmas com os grupos de pesquisa (GARCIA et al., 2011). ...
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Este artigo tem como objetivo central a avaliação quantitativa das relações cooperativas desenvolvidas entre a estrutura produtiva brasileira envolvida com atividade inovativa, universidades e centros tecnológicos. A análise aborda essas relações tanto em termos de sua evolução no tempo como segundo características específicas das empresas, tais como porte e origem de capital. O trabalho empírico utiliza tabulações especiais da Pesquisa de Inovação (Pintec), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As evidências apresentadas reforçam a constatação de que esse padrão de interação é bastante complexo e multifacetado, confirmando que variáveis como porte e origem de capital têm impacto relevante sobre a intensidade das relações de cooperação. Na análise temporal constatou-se uma perceptível melhoria dos indicadores que apontam para intensificação de práticas cooperativas na última Pintec (2011). Ainda que outros fatores, tanto micro como macroeconômico, conjunturais devam ser considerados, sugere-se que essa tendência pode representar um vetor positivo no que se refere às perspectivas de desenvolvimento da indústria brasileira.
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O presente estudo tem por objetivo analisar o desempenho inovador em produtos de uma empresa do setor metal-mecânico. O objeto deste estudo foi uma organização do setor que atua ramo de desenvolvimento e comercialização de máquinas agrícolas, conhecida pela imagem de organização inovadora. A coleta de dados ocorreu com o emprego da técnica de entrevista semiestruturada, utilizando-se de um modelo de indicadores de inovação adaptado do relatório PINTEC (2011) e Ferreira (2007). Os achados do estudo evidenciam que a empresa de fato é um empreendimento inovador. A empresa já conquistou várias premiações pela criação de produtos de inovação para o mercado de máquinas agrícolas. Além de identificar o foco no cliente durante o processo de inovação.
Conference Paper
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Organizations that practice Open Innovation seek to strengthen its strategic positioning, facilitating information sharing, to improve the final product quality and organizational processes. The aim of this study is to address the procedures carried out in scientific research on Open Innovation. Therefore, this study was conducted from a literature review of theoretical sources scientifically recognized, providing initial support for the recognition and understanding of the chosen subject.
Article
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O artigo analisa razões, benefícios e dificuldades da interação universidade-empresa. Realizou-se uma pesquisa survey que investigou interações da área de ciências da computação do Rio Grande do Sul em 2013. Os resultados revelam que as principais razões e benefícios, para as universidades, classificam-se como intelectuais, enquanto para as empresas são as razões proativas e os benefícios focados em inovação. Em relação às dificuldades, os dois grupos de respondentes destacaram fatores de interesse e institucionais. Para ir além de “pontos de interação”, como sugerido pela literatura enquanto uma característica da relação U-E no Brasil, é necessário não apenas expandir quantitativamente o número de interações, mas também ampliar a qualidade dos relacionamentos, remetendo ao entendimento de que essas influenciam diretamente na atividade de geração de conhecimentos e inovações. As questões apontadas na pesquisa desmistificam a ideia das universidades como “torres de marfim” e das empresas como atores passivos.
Chapter
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This article presents an overview and assessment of the systems of the innovation approach. It focuses mainly on national systems of innovation, but in addition it addresses sectoral and regional systems of innovation. This article addresses the emergence and development of the systems of innovation (SI) approach, its strengths and weaknesses, the criticism that it is “undertheorized,” the constituents of SIs, the main function and activities in SIs, the boundaries of SIs, and proposals for further research. It also discusses how the rigour and specificity of the SI approach could be increased. The innovation concept used in this article is wide and includes product innovations as well as process innovations. Product innovations are new—or better—material goods as well as new intangible services. Process innovations are new ways of producing goods and services.
Chapter
Introduction: The Problem of EmbeddednessOver-and Undersocialized Conceptions of Human Action in Sociology and EconomicsEmbeddedness, Trust, and Malfeasance in Economic LifeThe Problem of Markets and Hierarchies
Article
In recent years, the concept of regional innovation systems has evolved into a widely used analytical framework that generates the empirical foundation for innovation policy making. Yet, the approaches that utilize this framework remain ambiguous on such key issues as the territorial dimension of innovation, i.e. the region, and the apparently important role played by ‘institutions’ or the institutional context in the emergence and sustenance of regional innovation systems. This paper reviews and summarizes important ideas and arguments in the recent theorizing on regional innovation systems. It also examines such issues as (a) definition confusion and empirical validation; (b) the territorial aspect of regional innovation systems; and (c) the role of institutions.