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Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR 213
Proximidade geográca e interação
universidade-empresa no Rio Grande do Sul
Achyles Barcelos da Costa1
Janaina Ruffoni2
Daniel Puffal3
Resumo: O objetivo deste trabalho é avaliar o papel que a proximidade
interação entre universidades e empresas localizadas no estado do Rio
Grande do Sul (RS). Foi feita investigação com dados secundários - Censo
de 2004 do Diretório dos Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de
de uma pesquisa survey em 2009 com empresas que os grupos de pesquisa
informaram estabelecer interação. Resultados da investigação indicam
das interações observadas ocorre em um espaço territorial relativamente
com instituições sediadas no RS. Contudo, constatou-se que 21 empresas
são importantes para as suas atividades inovativas.
Palavras-chave:
1 Economista. Professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).
E-mail: achyles@portoweb.com.br
Professora do Programa de Pós Graduação em Economia da Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos).
E-mail: jruffoni@unisinos.br
3 Doutor em Administração pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Professor na
Universidade Feevale e na Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH). E-mail: puffal@micropol.com
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Geograc proximity and university-
industry interactions in Rio Grande do Sul
Abstract: The purpose of this paper is to evaluate the role that spatial
proximity plays in innovative activities of rms in the context of interaction
between universities and business enterprises located in the State of Rio
Grande do Sul (RS). Research was done with secondary data - census 2004
from Directory of Research Groups of CNPq - and with primary data from
a survey in 2009 with enterprises that research groups have reported
establishing interaction. Research results indicate that geographical
proximity matters and the largest concentration (43.5%) of the interactions
observed occurs in a relatively small geographical area (up to 50 km
away), and that 2/3 of total interactions are with institutions based on
RS. However, it was found that 21 companies interact with universities/
institutions outside the State, which denotes the existence of other proximity,
in addition to geographical, that are also important to their innovative
activities.
Keywords: University-industry linkages; Geographic proximity;
Rio Grande do Sul/Brazil.
JEL: O3.
Introdução
A compreensão dos elementos determinantes do progresso técnico de
nações, setores produtivos e empresas tem sido objeto de discussão de
estudiosos, principalmente dos denominados economistas evolucionistas
e neo-schumpeterianos, e está longe de ser uma questão plenamente
estabelecida. Entender o progresso técnico exige estudar o processo de geração
e difusão de inovações. Uma forma de avançar nessa percepção é examinar
como ocorre a interação entre diferentes agentes econômicos, sociais e
entre universidades e institutos de pesquisa com empresas. Os elementos que
diversos, bem como as características de tempo, envolvimento e resultados da
interação. Uma importante questão que vem sendo discutida pela literatura
o objetivo deste trabalho é avaliar o papel que a proximidade espacial
universidades e empresas localizadas no estado do Rio Grande do Sul (RS).
Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
O estudo aqui apresentado faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre
interação universidade-empresa no Brasil que vem sendo realizada desde
20064
existentes entre universidades e empresas no País.
A estrutura do trabalho é formada por esta Introdução e mais quatro seções.
A segunda seção é dedicada a uma resenha teórica acerca da literatura
sobre os determinantes da inovação em sua conexão com o conhecimento, o
nesse processo. Ela serve como um organizador do conteúdo discutido nas
seções seguintes. A terceira seção apresenta a metodologia empregada e as
características gerais da amostra de empresas que constaram da pesquisa
de campo. Na quarta seção é feito, então, um exame do material pesquisado
análise com um apanhado geral da discussão e dos principais resultados
alcançados.
1. Conhecimento, aprendizado interativo,
proximidade e inovação
-
de agentes, como as universidades e seus laboratórios, as empresas e suas es-
truturas formais e informais de pesquisa e desenvolvimento, bem como a ação
de governos mediante regulação e com suas instituições públicas de fomento
transmissão e da absorção de diferentes tipos de conhecimentos que resultam
da interação de organizações com culturas e objetivos distintos. Além disso, a
pesquisa e empresas (Interação U-E) é que esse mecanismo pode se constituir
em importante canal de desenvolvimento tecnológico de empresas, regiões
e países, proporcionando capacidade para o catching up tecnológico e o
fortalecimento do desempenho econômico. Particularmente em países de
menor desenvolvimento relativo, que se veem às voltas com escassez de
4 Pesquisa intitulada Interações de Universidades e Institutos de Pesquisa com Empresas no Brasil, co-
ordenada pelo Prof. Dr. Wilson Suzigan [wsuzigan@pq.cnpq.br]
-
-
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recursos, esse também é um mecanismo que permite às empresas viabilizar
universidades, essa prática possibilita que se mantenham em linha com as
necessidades de formação de recursos humanos e de exploração de novas áreas
contar com um leque ampliado de instrumentos para estimular o investimento
Para que as empresas inovem, contudo, é necessário ter acesso à informação
e ao conhecimento. O conhecimento, de acordo com ampla literatura sobre o
(Nelson e Winter, 1982; Gertler, 2003;
entre outros). O primeiro é traduzido em manuais, instruções e códigos que
são transmitidos através de símbolos e linguagem padrão. A sua aquisição
pode, inclusive, ser feita de forma impessoal, através do mercado. Embora
forma facilitada. O mercado para esse tipo de transação pode apresentar
imperfeições. A existência, por exemplo, de barreiras à entrada na forma de
direitos de propriedade exclusivos (patentes), pode inibir o acesso de empresas
inovativa.
O conhecimento tácito é aquele em que as informações a ele associadas
não possuem um código ou uma linguagem comum em que possam ser
transmitidas de forma facilmente inteligível, como ocorre com os sinais
emitidos pelo sistema de preços. Nesses casos, como assinalado por Piore
(2001), é necessária uma linguagem real que possa transmitir as informações
requeridas necessitando, para tal, da presença física de seus agentes portadores
(dado que o conhecimento tácito está neles incorporado) ou de intermediários
sociais para que esse tipo de saber tenha sucesso na sua difusão.
São diversas as formas sob as quais as empresas podem ter acesso ao
conhecimento. Um dos estudos pioneiros sobre o assunto, conforme
Rosenberg ([1982] 2006) é o de Kenneth Arrow escrito em 1962, intitulado
The Economic Implications of Learning by Doing, onde aquele autor
ressalta que o aprendizado ocorre pela prática diária na manufatura de um
produto: o chamado ‘aprender fazendo’ [learning-by-doing], como informa
o título de seu artigo. Contudo, segundo ainda Rosenberg, existe outro tipo
de aprendizado que decorre não da manufatura em si, mas da utilização do
learning-by-using]. Isso se aplica àqueles casos em
que a empresa adquire um novo bem de capital e cujo domínio exige tempo de
uso. Entretanto, quando da fabricação desse bem, em um ambiente permeado
pela divisão do trabalho, o produtor deveria conhecer as necessidades dos
potenciais usuários, de modo que o projeto do produto atenda aos usos em que
possa ser aplicado. A atomização de agentes e a decorrente impessoalidade de
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mercado não permitem conhecer esses requisitos, dado que os sinais emitidos
nas trocas informam apenas preço e quantidade de produto. Esse é um ponto
crucial para obter informações qualitativas pertinentes para as atividades
inovativas de ambos os partícipes [learning-by-interacting
venda do produto ao usuário, o produtor responsabiliza-se ainda por serviços
pós-venda referentes à manutenção e soluções de eventuais problemas por
adquirido.
Uma característica que o conhecimento vem assumindo é a sua crescente
complexidade, com forte base nas ciências. Assim o domínio individual das
fontes de conhecimento tem se tornado difícil e custoso. Para compreendê-lo
e usá-lo de maneira bem-sucedida é necessária a presença e a colaboração de
diferentes instituições.
valoroso para o aprendizado por interação, dependendo da atividade
aquelas tecnologias padronizadas e que mudam lentamente, a maior ou menor
em que há mudanças de paradigmas tecnológicos, maior complexidade no
conteúdo de informações, ou aceleração do progresso técnico, a proximidade
territorial através de contatos face a face e um ambiente cultural compartido
assumem função expressiva no sucesso inovativo.
igualmente no aprendizado interativo e que resulta em inovação, tais como
a cognitiva, a organizacional, a social e a institucional.
entre agentes se os mesmos, em função de racionalidade limitada, apresentem
restrições cognitivas, resultando na inexistência de uma base universal de co-
nhecimento que lhes permitam comunicar, absorver e processar informações.
A dispersão dos saberes entre diferentes agentes, dadas as especializações,
sua vez, requer um substrato, uma expertise comum sobre a qual possam
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ocorrer a interação e o aprendizado. A inexistência desses requisitos leva ao
isolamento dos agentes, embora próximos espacialmente entre si.
o contexto social em que estão inseridos os agentes econômicos6. Essa é uma
-
mento dos agentes e, então, no desempenho econômico e no bem-estar social.
Dada a natureza incerta do processo inovativo, mercados atomizados e com
atores atuando com racionalidade otimizadora, como supõe o argumento ne-
da inovação e o comportamento não otimizador é necessário o estabelecimento
-
to mais enraizada estiver a atuação dos participantes, quanto mais intensos
forem os laços sociais decorrentes do contato diário – sejam eles de amizade,
parentesco, cultural, e outros – mais facilmente são estabelecidas interações
para a troca de conhecimentos e a realização de atividades conjuntas, além
construída por essas relações, e mesmo aquela decorrente da repetição das
trocas comerciais, cria uma espécie de capital, o social, que facilita a difusão
de conhecimentos, particularmente os de natureza tácita.
deve-se ao fato de o aprendizado e o conhecimento ocorrerem de forma
coletiva, seja internamente na empresa através da interação de seus depar-
universidades, fornecedores e outros. Igualmente, a proximidade institucional
através do compartilhamento de valores éticos, normas, tradições, costumes e
regras comuns, sejam essas regras formais ou informais, também contribuem
para fortalecer as ligações estabelecidas entre os atores7. Petruzzelli (2008)
reporta-se a outro tipo de proximidade: a tecnológica, que se refere a uma base
comum de conhecimento ou de similaridade tecnológica entre os participantes
da interação, o que facilita o aprendizado e a inovação.
recursos e competências que podem ser facilmente acessados, ou que
apresentem caráter ubíquo. O desempenho nos mercados se apresenta com
para mudanças rápidas em produtos e processos em relação ao que fazem
seus competidores. Criar novos conhecimentos, desenvolver atributos dos
bens e serviços que sejam particulares às necessidades dos consumidores
7 As proximidades, em suas diferentes dimensões, têm também o poder de inibir o aprendizado e a inova-
lock-in às práticas e aos conhecimentos existentes. A busca de fontes
externas de conhecimento, que não no local, pode ser necessário para incorporar novos saberes e explorar
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novos atributos tem ligação com características físicas, econômicas, sociais e
institucionais dos locais onde as empresas se localizam. Isto explica porque
essas organizações tendem a estabelecer-se em aglomerações produtivas
ao setor produtivo dominante e a ramos auxiliares, como observado por
spin-offs locais.
A capacidade de geração de conhecimentos é resultado de processo de
aprendizagem que ocorre durante a vida da empresa. Ao longo do tempo a
por imitação, por esforço deliberado e pela interação com outros agentes. Sob
esse aspecto o processo de aprendizado é path-dependence. As capacitações
acumuladas pela empresa ao longo do tempo são a base para novas iniciativas.
(1993) a sua ‘capacidade de absorção’ de novos conhecimentos, principalmente
aqueles que são externos a ela.
Igualmente, a atratividade de certas regiões e o grau de desenvolvimento de
sua estrutura produtiva depende de evolução histórica. A formação econômica
da região está ligada à disponibilidade de recursos que a natureza oferece, da
e de infraestrutura econômica e institucional construídas. Essa natureza do
desenvolvimento há muito foi incorporada à análise econômica através dos
economistas históricos alemães. As capacitações existentes na região são
fruto não só de seu esforço próprio, mas também daqueles conhecimentos
que provêm de fora. Essa combinação reforça características locais e a
permanência de diferenças nos níveis de renda entre regiões deve-se a que
Essas particularidades locais nos remetem ao sistema regional ou local
de inovação, categoria analítica com nível de amplitude espacial menos
abrangente em relação ao sistema nacional de inovação. O que o conceito
tenta referir é o conjunto de atores públicos e privados que mantêm estreitas
relações econômicas, sociais, organizacionais, institucionais e outras, com
fortes características associadas ao território onde se encontram e que servem
como base para o aprendizado, a geração de conhecimento, a inovação e a
construção de vantagem competitiva. Obviamente que o conceito requer a
inconcluso, pois não há homogeneidade em relação ao tratamento dado à
região, sendo considerada com extensão variada, ora abrangendo cidades e
regiões metropolitanas, até espaços subnacionais, como os estados em países
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federados, por exemplo.8 Persistem ainda dúvidas sobre os limites do sistema,
A dimensão territorial da inovação passou a ganhar notoriedade entre
acadêmicos e policy makers a partir do sucesso de aglomerações empresariais
localizadas - os chamados distritos industriais - que se observam desde os anos
de organização industrial caracteriza-se pela presença de um aglomerado de
empresas - de um modo geral de pequeno e médio porte - em torno de um
setor de atividade e de seus ramos auxiliares, com as empresas inserindo-se
no processo produtivo através de uma miúda divisão de trabalho. Além disso,
gozam de auxílio de instituições que prestam serviços reais - laboratórios
outros - de centros de capacitação da força de trabalho e da presença de
universidades e institutos de pesquisa. Becattini (1999) menciona que nos
distritos industriais ocorre o imbricamento entre a comunidade local e o
e particular.
Alguns dos agentes desses aglomerados produtivos ou de regiões, conhecidos
como knowledge gatekeepers (Petruzzelli, 2008), desempenham um papel
de destaque ou de centralidade. Devido à sua capacidade de absorção e de
difusão de conhecimentos heterogêneos, como é o caso de universidades e
institutos de pesquisa, são capazes de interagir com empresas pertencentes a
uma variada gama de atividades econômicas. Essas instituições fazem parte
ainda de uma infraestrutura regional mais ampla como meios de transporte
e comunicações, equipamentos urbanos, escolas, e arcabouço institucional
Releva chamar a atenção ainda de que as inovações apresentam características
observar diferentes padrões setoriais de inovação. Isso se deve ao fato de que
há distinções entre as bases de conhecimento tanto de tecnologias quanto
Encinar, 2008). Setores dedicados a um mesmo ramo produtivo, mas situados
inovativas e competitivas. Parcela do desempenho competitivo, nesses casos,
intangível que não é facilmente clonável.
8 Nesse sentido, o estado brasileiro do Rio Grade do Sul poderia ser tratado como um sistema regional de
inovação. The choice of approach may not only be a question of
size of the country, but also whether it is federally organized or not”.
221
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2. Informações metodológicas da pesquisa
e características da amostra
Os dados analisados neste estudo foram retirados de duas fontes: uma
secundária e outra primária. Os dados de fonte secundária foram coletados
junto ao Censo de 2004 do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq, que
registra, então, os grupos de pesquisa de universidades e as empresas com
as quais declararam manter interação. Para o Brasil, naquele ano, foram
Os dados primários foram obtidos a partir da realização de uma pesquisa
survey, com as empresas que os grupos de pesquisa informaram estabelecer
interação. O instrumento utilizado para a coleta de informações constituiu-se
de um questionário estruturado. A pesquisa foi realizada em 2009 e recebeu-se
recebido 60 questionários.
É importante destacar que a ‘amostra’ constituída pelas 60 empresas analisadas
pode conter vieses, retirando capacidade analítica em direção a generalizações
dos resultados encontrados. A resposta ao questionário da pesquisa deu-se
cujo link foi enviado às empresas para o seu acesso e resposta on line. Não
modo que não se soube se ocorreram dúvidas por parte desses últimos em
relação às questões formuladas. Contudo, não se pode menosprezar o fato de
que alguns itens investigados alcançaram alto índice de respostas semelhantes
difusão de inovações.
As informações analisadas neste artigo são, portanto, os da pesquisa survey
com as empresas sediadas no Rio Grande do Sul. Para essa análise, em que se
e universidades, foram utilizadas apenas aquelas perguntas do questionário
que estão mais diretamente relacionadas com o tema aqui discutido.
Preliminarmente serão fornecidas a seguir algumas características das 60
9.
9 O tratamento dos dados foi feito com apoio do software SPSS e as características da proximidade geo-
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A maioria da
ao setor industrial, sendo que 27 delas estão envolvidas com as atividades da
de serviços. Quanto ao tamanho das empresas,10 6 delas são microempresas,
16 são pequenas, 20 médias e 18 grandes.
As empresas da amostra são predominantemente de propriedade privada,
encontravam-se nessa situação. Já as eminentemente estrangeiras são duas
e outras duas com essa mesma origem dividem com empresas domésticas o
capital aplicado. Há uma empresa pública e uma combinação de quatro outras
também públicas em parceria com o capital nacional.
Em relação à localização das empresas da amostra no Estado observa-se
de Porto Alegre11, que inclui cidades do Vale do Sinos, sendo que 13 delas
estão localizadas em Porto Alegre e 20 situadas em outros 11 municípios que
Gaúcha, com um total de 14 empresas, sendo 11 em Caxias do Sul, uma em
Farroupilha, uma em Ipê e uma em Flores da Cunha. As demais 13 empresas
estão distribuídas por outras localidades do Estado, com 7 na região Norte,
3 na região Central, 2 na região Sul e 1 na região Nordeste.
3. Características da proximidade geográca e da interação
entre universidades e institutos de pesquisa
com empresas no Rio Grande no Sul
Das 60 empresas da amostra que informaram manter interação com
importante’ ou ‘muito importante’ a contribuição dessas instituições para as
ao todo um total de 92 interações,12
Estado. A Figura 1 fornece a distribuição desse total de interações alocadas
13.
-
empresa de 1 a 19 empregados; pequeno porte de 20 a 99 empregados; médio porte de 100 a 499 empregados;
16.02.2011.
população do Rio Grande do Sul.
pesquisa, bem como aquelas com diferentes departamentos mesmo que de uma mesma universidade.
223
Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
: BR Survey, 2009.
Do total de 92 interações entre empresas localizadas no estado do Rio Grande
do Sul com universidades sediadas no Estado e fora dele, constata-se que
como sendo relativamente pequenas ao compararmos com a dimensão
geográfica do Estado cuja extensão, segundo informações do Instituto
142: somente o
trecho entre Porto Alegre e Caxias do Sul, que representa importante rota da
é um fator facilitador das interações estabelecidas no Rio Grande do Sul.
apenas com instituições localizadas no Estado, enquanto somente cinco
contribuição das Universidades ou Institutos de Pesquisa, por área de conhecimento, para as atividades de
moderadamente importante (3) ou muito importante (4)”. Portanto, as observações aqui descritas e analisadas
se referem às interações existentes e consideradas ‘moderadamente importantes’ e ‘muito importantes’ pelas
entre a localização da universidade (campus central) ou do departamento da universidade (quando havia a
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delas relacionavam-se somente com instituições situadas em outros estados
se relacionarem com outras instituições que estão sediadas fora do Estado
são importantes para as atividades inovativas das empresas.
Interações Número de Empresas
Frequência %
Somente com instituições do RS 29
Com instituições do RS e de fora do Estado 16 32,0
Somente com instituições de fora do RS 10,0
100,0
: BR Survey, 2009.
A Figura 216
pesquisa, bem como as empresas com as quais mantêm interação. As em-
presas são diferenciadas por números e estão localizadas nas extremidades
superiores e inferiores da Figura. As universidades e institutos de pesquisa
são distinguidos pelas suas siglas [ver Apêndice] e encontram-se nas extre-
midades laterais, sendo que à esquerda estão as instituições localizadas no
Rio Grande do Sul e à direita as instituições de fora do Estado. Ao todo são 42
17
Contudo, embora apresente menor número absoluto de instituições gaúchas
nessas interações com as empresas, a intensidade mais acentuada ocorre
com elas, pois há maior concentração de linhas que unem os nódulos no lado
por intensidade de interações: os quadrados azuis representam empresas e
superior aos nódulos em vermelho. Visualmente percebe-se que os agentes
que possuem mais interações são em menor número, quando comparados
com aquelas empresas e instituições em que as interações embora menos
frequentes são em maior número.
de proximidade.
referentes às interações estabelecidas pelas empresas que não responderam à questão 14 do questionário e
que constam na base de dados do diretório de grupos de pesquisa do CNPq de 2004. Ao todo são mais 10
empresas nesta situação.
Grande do Sul.
Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
: BR Survey, 2009.
As universidades gaúchas que se destacam pelo número de interações são
a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Universidade
de Caxias do Sul (UCS), e a Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS).
A UFRGS, principal instituição de ensino e pesquisa do Estado, pode ser
vista como desempenhando o papel de knowledge gatekeeper, pois é
capaz de interagir com uma diversidade de empresas de diferentes setores
produtivos.
As instituições, arroladas como institutos de pesquisa, localizadas no
Estado que foram citadas pelas empresas são: a Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Serviço Nacional de Aprendizagem
Em relação às instituições que não estavam localizadas no Rio Grande do
Sul merecem destaque duas universidades, pelo número de interações que
mantinham com empresas do Estado: a Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), em São Paulo, com 10 interações, e a Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC), no Estado catarinense, com oito interações.
226 Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
Nas Figuras 3 e 4 a seguir as empresas foram organizadas em dois grupos:
respectivamente, aquelas que interagiam somente com instituições no Rio
Grande do Sul18
institutos de pesquisa pertencentes a outras unidades da Federação.
: BR Survey, 2009.
empresas e os nódulos à esquerda são as universidades e os institutos de
representam o número de interações existentes: os nódulos vermelhos
possuem somente uma interação, os nódulos amarelos possuem duas
interações, os verdes três interações, o nódulo cinza quatro interações, o azul
parte das empresas interage apenas com uma universidade ou instituto
de pesquisa. Nota-se que a UFRGS e a PUC-RS concentram as interações
com as empresas relativamente às demais instituições do Estado, que
embora sendo essas últimas em maior número têm menor frequência de
relacionamentos.
18 Ao todo são 34 empresas, 29 que responderam ao questionário, conforme já observado, mais cinco
presentes na base de dados do diretório de grupos de pesquisa do CNPq de 2004.
227
Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
: BR Survey, 2009.
Na Figura 4 os nódulos estão organizados da seguinte forma: à esquerda estão
as universidades e institutos de pesquisa localizados fora do Rio Grande do
Sul, no centro as universidades e institutos de pesquisa do Estado e à direita
Observa-se que há grande diversidade de universidades e instituições
de fora do Estado com os quais as empresas interagem. As empresas
que estabelecem interações com instituições de fora do Estado, também
de pesquisa, localizados além das fronteiras do Estado, com os quais as
empresas possuem mais interações, encontram-se principalmente na região
(UFRJ), na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Federal de
São Carlos (UFSCAr).
O maior tempo de duração dos relacionamentos que as empresas dedicam
com as instituições de ensino e pesquisa provavelmente seja resultado de
experiências bem-sucedidas em suas necessidades no desenvolvimento de
produtos, de processos, na solução de problemas do dia a dia, entre outros.
institucionais, e outras, que facilitam a troca de conhecimentos e a sua
discrimina as empresas pelos setores de atividade, aquelas pertencentes
manter ligação há mais de cinco anos. Esse desempenho deve-se a que o
Engenharias, que como mencionado em outro trabalho (Costa; Ruffoni;
no Censo do CNPq de 2004 com maior número de grupos de pesquisa e de
empresas com interação no estado do Rio Grande do Sul.
-
Número de
Interações
Rio Grande do Sul Metal-Mecânico
Freq. %%
respondentes
%
acum. Freq. %%
respondentes
%
acum.
1 38 63,3 70,4 70,4 13 48,1
2 7 11,7 13,0 83,4 4 14,8 18,2 77,3
3 4 6,7 7,4 90,8 3 11,1 13,6 90,9
4 2 3,3 3,7 0 0,0 0,0 90,9
2 3,3 3,7 98,2 2 7,4 9,1 100
8 1 1,7 1,8 100,0 0 0,0 0,0
Subtotal 54 90 100 22 81,5 100
Não
informou 6 10,0
Total 60 100 27 100
: Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNP. Censo de 2004. Elaboração própria.
229
Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
agem relativamente
mais com universidades do que as suas congêneres gaúchas que também
mantêm relação com aquelas instituições. Enquanto no Rio Grande do
maior intensidade de interação, como já mencionado, pode ter como um de
seus determinantes o fato de as empresas envolvidas em atividades do setor
que, junto com as áreas das Ciências Agrárias e das Ciências Exatas e da
pesquisa e empresas, entre todas as áreas do conhecimento (Costa; Ruffoni;
Puffal, 2011). Essa base comum permite uma maior proximidade tecnológica
e cognitiva, pois muitos egressos dos cursos de engenharias têm nas empresas
com problemas tecnológicos em seu dia a dia recorrem aos laboratórios das
universidades e ao conhecimento de ex-professores e de pesquisadores para
auxiliá-los na solução. A facilidade de contato face a face pela proximidade
As empresas do Rio G
no Estado e simultaneamente com instituições que estão fora dessas
fronteiras, sendo que outras cinco mantêm exclusivamente relações em
outras unidades da Federação. Dessas 21 empresas, nove delas pertenciam
de Atividade Econômica - CNAE; a cidade onde está localizada; e o número
de interações apresentadas.
230 Revista de Economia, v. 37, n. especial, p. 213-238, 2011. Editora UFPR
-
Setor da Empresa
[CNAE 2.0]
Intensidade
Tecnológica da
Indústria*
Cidade-sede
da empresa
Número de
interações
No RS Fora
do RS
Metal-Mecânico
26.2 Fabricação de equip. de
informática e periféricos Alta tecnologia Porto Alegre 2 2
29.4 Fabricação de peças e
acessórios para veículos
automotores
tecnologia Porto Alegre 0 1
29.3 Fabricação de cabines,
corrocerias e reboques para
veículos
tecnologia Caxias do Sul 1 1
29.4 Fabricação de peças e
acessórios para veículos
automotores
tecnologia Caxias do Sul 2 1
29.4 Fabricação de peças e
acessórios para veículos auto-
motores
tecnologia Caxias do Sul 1 1
28.3 Fabricação de tratores e
de máq. e equip. para agric. e
pecuária
tecnologia Panambi 3 1
29.4 Fabricação de peças e
acessórios para veículos
automotores
tecnologia Caxias do Sul 1 1
tecnologia Caxias do Sul 0 2
de metal
tecnologia Caxias do Sul 1 2
Outros Setores
21.2 Fabricação de produtos
farmacêuticos Alta tecnologia Porto Alegre 0 2
preparações de couro Baixa tecnologia Esperança
do Sul 1 1
10.3 Fabricação de conservas
de frutas, legumes e outros
vegetais Baixa tecnologia Farroupilha 0 2
20.3 Fabricação de resinas e
elastômeros
tecnologia 1 1
20.1 Fabricação de resinas e
elastômeros
tecnologia 2 1
20.7 Fabricação de tintas,
vernizes, esmaltes, lacas e
tecnologia Novo
Hamburgo 2 1
19.2 Fabricação de produtos
derivados do petróleo
tecnologia Canoas 0 1
22.2 Fabricação de produtos
de borracha
tecnologia Caxias do Sul 1 1
17.1 Fabricação de celulose e
Baixa tecnologia Guaíba 0 4
mineral’, ‘Serviços de arquitetura e engenharia’ e Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
: BR Survey, 2009.
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Outro tipo de proximidade, que não a territorial, também é relevante. O fato
de média-alta tecnologia leva a que se conjecture que alguma expertise
ou especialização não está disponível no Estado, ou de que algum tipo de
proximidade para obtê-la é mais facilmente desenvolvido com instituições
que não estão localizadas em território gaúcho.
respondentes) indicaram realizar a prática da inovação de forma regular.
As fontes de inovação mais utilizadas pelas empresas para novos projetos e
projetos já existentes são principalmente a própria linha de produção e os
clientes. Os conhecimentos provenientes das Universidades e dos Institutos,
as interações com esses atores são ‘moderadamente importante’ ou ‘muito
importante’.
com universidades e institutos de pesquisa, desempenha nas atividades
inovativas, constatou-se que grande parte das empresas tem resultados
devem ser atingidos. Somente 6 empresas informaram que a interação não
atingiu os objetivos e outras 3 empresas que o processo em andamento não
deve apresentar resultados positivos. Outra questão que contribui para a
compreensão do desempenho inovativo das empresas refere-se à introdução
de produtos e processos no mercado. Para a maioria das empresas as principais
ou de processos. Os lançamentos novos, de um ou de outro tipo, para o País
ou para o mundo, embora menos frequentes, também são encontrados entre
empresas do Rio Grande do Sul.
essas 21 empresas gaúchas buscam informações e conhecimentos não apenas
institutos de pesquisa localizados além de seus limites geográficos.
Como a maioria delas mantém igualmente relações com instituições
sediadas em solo gaúcho é de se supor que apenas conhecimentos obtidos
internamente não atendam às necessidades tecnológicas das empresas.
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4. Considerações Finais
O estudo da interação universidade-empresa no Rio Grande do Sul sob a ótica
As universidades que as empresas gaúchas mais frequentemente se dirigem
na busca de informações e conhecimentos para suas atividades inovativas
são a UFRGS, junto com outras também de propriedade pública, a Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), a Universidade
(UCS) e outras. Recebe destaque a UFRGS, por ser a universidade com maior
que algumas dessas universidades, como a UFRGS, desempenham o papel
de gatekeeper, pelos variados campos do conhecimento em que mantêm
interação com empresas.
As 60 empresas pesquisadas em um universo de 209 são predominantemente
de capital privado nacional. Suas escalas são de variados tamanhos, indo do
micro ao grande, sobressaindo aqueles de médio porte. Essas empresas, em
Alegre (que inclui cidades do Vale do Sinos) e Caxias do Sul. A maioria das
oito são dos setores de agricultura, de extração e de serviços.
Como há uma dupla concentração de empresas e de grupos de pesquisa em
universidades e institutos localizados nessa região mencionada acima, a
em menos de 60 minutos em uma viagem de automóvel desenvolvendo
a constatação de que o maior número de interações entre empresas e
ocorreram com instituições sediadas no Rio Grande do Sul.
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Contudo um terço das interações foi realizado com uma gama variada de
que, inclusive, foram em maior número do que as instituições localizadas
relacionarem com instituições que estão localizadas fora do Estado denota
são importantes para as atividades inovativas das empresas. Como a maioria
do Estado pode-se supor que apenas conhecimentos obtidos no interior
necessidades tecnológicas das empresas. Outras expertises ou especializações
não estão disponíveis no Estado ou, ainda, que algum tipo de proximidade
para obtê-las seja mais facilmente desenvolvido com instituições que não
estão localizadas em território gaúcho.
O tempo de interação das empresas com universidades e institutos de pesquisa
representam para as práticas de inovação das empresas. Experiências
bem-sucedidas de relacionamentos permanecem no tempo, pois atendem
de alguma maneira às necessidades decorrentes do esforço inovativo de
mantêm conexões há mais de 10 anos. Quanto ao sucesso desses vínculos, 24
que o processo, embora em andamento, teriam os objetivos alcançados.
Quando
da metade, ou seja, um número de 27, estava envolvida na fabricação de
entre Porto Alegre e Caxias do Sul. O grau de interação dessas empresas com
Essa característica observada está associada à base tecnológica por elas
empregada, proveniente da área das Engenharias que, dentre outras áreas
do conhecimento, apresentava os maiores graus relativos de interação entre
grupos de pesquisa e empresas no Rio Grande do Sul.
Em síntese, este esforço de pesquisa para entender o papel desempenhado
com empresas no Rio Grande do Sul permite dar conteúdo à hipótese de
positivamente em suas atividades inovativas. Entretanto, a proximidade
geográfica não é a única a exercer influência nesse processo, outras
proximidades também devem contribuir para que sejam desenvolvidas
inovações nas empresas. A averiguação dessa questão mereceria ser objeto
de pesquisas futuras.
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Apêndice
Nome das universidades e institutos de pesquisa citados no texto:
CENPRA: Centro de Pesquisa Renato Archer
INPE: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
UCS: Universidade de Caxias do Sul
UECE: Universidade Estadual do Ceará
UERGS: Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
UFES: Universidade Federal do Espírito Santo
UFPB: Universidade Federal da Paraíba
UFPE: Universidade Federal de Pernambuco
UFPR: Universidade Federal do Paraná
UFRGS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRPE: Universidade Federal Rural de Pernambuco
UFSC: Universidade Federal de Santa Catarina
UFSCAR: Universidade Federal de São Carlos
UFV: Universidade Federal de Viçosa
UNIFEI: Universidade Federal de Itajubá
UNIJUI: Universidade Regional do Noroeste do Est. do Rio Grande do Sul
UNISC: Universidade de Santa Cruz do Sul
UNISINOS: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
UPF: Universidade de Passo Fundo
USP: Universidade de São Paulo