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A importância da pergunta do professor

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Abstract

A pergunta do professor tem desempenhado, desde a antiguidade, um papel importante no ensino das mais diversas matérias. Assim, não estranha o interesse pelo estudo da pergunta no contexto das práticas dos professores, neste caso, de Matemática. De uma forma mais desenvolvida, podem ser aduzidas duas razões para focar a atenção no questionamento do professor: (i) a pergunta é um acto de fala largamente utilizado pelo professor; (ii) a pergunta, pelas suas potencialidades, pode aumentar e melhorar a participação dos alunos nas aulas. Em relação à primeira razão, Ainley (1988) sublinha que um considerável volume da investigação sobre o discurso da sala de aula indica que, para além dos professores falarem mais do que os alunos, muitas dessas intervenções ocorrem sob a forma de perguntas. Mata (1990) acrescenta que "a sala de aula é desde há muito um dos lugares privilegiados para o uso da pergunta" (p. 16), facto que também foi documentado por outros autores (Hargie, 1983; Pereira,1991, Vacc, 1993, 1994). Watson e Young (1986, citados por Vacc, 1993) referem que os professores formulam um número impressionante de perguntas, que se pode cifrar em qualquer coisa como 50 000 perguntas por ano! Estes autores sublinham, no entanto, que a maioria dessas perguntas envolve, sobretudo, a memória dos alunos. Em relação às potencialidades pedagógicas da pergunta, é possível encontrar numerosas referências em documentos do âmbito da Educação Matemática. A pergunta é tomada como um "instrumento verbal" a que o
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A importância da pergunta do professor
na aula de Matemática
Luís Menezes
Escola Superior de Educação de Viseu
A pergunta do professor tem desempenhado, desde a antiguidade,
um papel importante no ensino das mais diversas matérias. Assim, não
estranha o interesse pelo estudo da pergunta no contexto das práticas
dos professores, neste caso, de Matemática. De uma forma mais
desenvolvida, podem ser aduzidas duas razões para focar a atenção no
questionamento do professor: (i) a pergunta é um acto de fala largamente
utilizado pelo professor; (ii) a pergunta, pelas suas potencialidades, pode
aumentar e melhorar a participação dos alunos nas aulas. Em relação à
primeira razão, Ainley (1988) sublinha que um considerável volume da
investigação sobre o discurso da sala de aula indica que, para além dos
professores falarem mais do que os alunos, muitas dessas intervenções
ocorrem sob a forma de perguntas. Mata (1990) acrescenta que "a sala
de aula é desde muito um dos lugares privilegiados para o uso da
pergunta" (p. 16), facto que também foi documentado por outros autores
(Hargie, 1983; Pereira,1991, Vacc, 1993, 1994). Watson e Young (1986,
citados por Vacc, 1993) referem que os professores formulam um
número impressionante de perguntas, que se pode cifrar em qualquer
coisa como 50 000 perguntas por ano! Estes autores sublinham, no
entanto, que a maioria dessas perguntas envolve, sobretudo, a memória
dos alunos.
Em relação às potencialidades pedagógicas da pergunta, é possível
encontrar numerosas referências em documentos do âmbito da
Educação Matemática (Baroody, 1993; NCTM, 1991, 1994; Vacc, 1993,
1994). A pergunta é tomada como um "instrumento verbal" a que o
Menezes
professor pode recorrer no sentido de promover uma efectiva
comunicação na aula de Matemática.
A pergunta do professor como objecto de estudo
A investigação mais relevante na área do questionamento do
professor, realizada até ao início da década de 80, foi revista por Hargie
(1983). Este autor relata um estudo realizado por Corey (1940), com seis
classes, em que os professores formulam, em média, uma pergunta em
cada 72 segundos. Destas, 38% não são respondidas pelos alunos e mais
de metade implicam, sobretudo, a memória. Este facto foi também
assinalado por Gallagher (1965) que estudou aulas do ensino
secundário. O autor assinala, também, que mais de metade das
perguntas colocadas pelo professor apelam, com insistência, para a
memória e menos de um quinto, requerem uma reflexão cuidada e um
raciocínio elaborado por parte dos alunos. O autor, em jeito de
conclusão, defende que o tipo de perguntas colocado pelo professor
determina, em grande parte, o grau de criatividade e a capacidade de
expressão dos alunos.
A tendência para os professores formularem um grande número de
perguntas factuais é apontada noutros estudos (Davis e Tinsley, 1967;
Bartolome, 1969; Gall, 1970). Estas investigações sugerem que os
programas de formação, a que os futuros professores são sujeitos,
contribuem para o avolumar desta tendência. Estes autores recomendam
que os professores incorporem, nas suas aulas, mais perguntas que
"provoquem o pensamento" dos alunos e diminuam o número das
perguntas que têm como principal finalidade a recordação de factos.
Pate e Bremer (1967) realizaram um estudo com 190 professores
da escola elementar com o objectivo de investigar os principais
propósitos que os professores colocam nas suas perguntas. Das
respostas obtidas, 68% sublinham a avaliação da qualidade do ensino;
47% apontam a verificação da capacidade dos alunos para relembrarem
factos; 54% afirmam que as questões permitem diagnosticar as
dificuldades dos alunos; somente 10% valorizam a utilidade das questões
no sentido de encorajar os alunos a usar factos, a fazer generalizações e
inferências. Tendo em mente estas conclusões, Turney et al. (1974,
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citado em Hargie, 1983) sugere que "os professores necessitam de
aprender como perguntar, mas também sobre as finalidades do
questionamento na sala de aula" (p. 188).
Hargie (1983) apresenta ainda um estudo, relativo ao tempo de
pausa, desenvolvido por Rowe (1969). Este autor observou que
aumentando o tempo de pausa após as questões, os professores
obtinham, por um lado, respostas mais completas e, por outro, tendiam
a formular perguntas mais "provocadoras" do pensamento dos alunos,
desenvolvendo, desse modo, um pensamento mais especulativo. O autor
sublinha também que o aumento do tempo de pausa a seguir a cada
pergunta do professor, faz aumentar o número de questões colocadas
pelos alunos.
Ainley (1988) realizou um estudo que, tal como o de Bremer (1967),
pretendeu investigar os propósitos que os professores colocavam nas
perguntas. No entanto, a autora pretendeu comparar esses propósitos
com as percepções que os alunos tinham das finalidades das perguntas
do professor. O estudo foi feito com professores do ensino primário, a
partir da observação de videos de aulas. A autora conclui que existe um
desfasamento entre os propósitos que o professor tem em mente quando
lança uma pergunta e a percepção que os alunos têm das finalidades
dessa pergunta.
Num estudo realizado com professores do Ciclo (Física-
Química), Pereira (1991) assinala que as perguntas que o professor
coloca têm a particularidade de levar os alunos a pensarem mais e a
terem uma atitude intelectual menos passiva. A autora constata que os
professores que participaram no seu estudo faziam depender o modo de
comunicação nas suas aulas, mais dos padrões da instituição escolar do
que das suas perspectivas pessoais sobre o modo como essas trocas
comunicativas deveriam decorrer. O estudo realizado por Pereira (1992)
aponta ainda a tendência do professor para formular um número elevado
de perguntas que não são pedidos genuínos de informação, com
objectivos reguladores da comunicação da aula e com propósitos
disciplinadores. É também de sublinhar a existência de enunciados que
embora sob a forma interrogativa, não pressupõem qualquer resposta
por parte do aluno, porque esta é óbvia ou porque o professor não
concede tempo de pausa após a pergunta. Este tipo de enunciados,
Menezes
embora formalmente interrogativos, constituem pedidos ou ordens
veladas, isto é, têm como finalidade que o aluno execute, num futuro
próximo, um acto não verbal.
A comunicação como uma das preocupações do ensino da
Matemática
A atenção que tem sido concedida à comunicação no ensino da
Matemática (Baroody, 1993; Lappan e Schram, 1989; NCTM, 1991,
1994; Vacc, 1993, 1994) é motivada por um conjunto de factores.
Baroody (1993) sintetiza em dois pontos, as principais razões para
centrar o ensino da Matemática na comunicação: (i) a Matemática é uma
segunda linguagem; (ii) a Matemática e o ensino da Matemática são
actividades de natureza social.
A Matemática desempenha um papel importante na comunicação,
pois numa última análise, ela pode ser entendida como uma linguagem,
através da qual um grupo de indivíduos, possuidor do código, poderá
comunicar. Podemos alargar esta noção e considerar a comunicação na
aula de Matemática como abarcando todas as interacções verbais (orais e
escritas) que alunos e professor podem estabelecer, recorrendo à língua
materna e à linguagem própria da Matemática.
A promoção da capacidade de comunicação dos alunos depende da
forma como o professor organiza as actividades da sala de aula. Para
Shepherd (1990) a escolha destas, prende-se com diversos factores :
- apresentação de materiais adequados;
- selecção de picos de Matemática que sejam relevantes e
interessantes;
- formulação de perguntas que fomentem o pensamento divergente
e criativo;
- trabalho de grupo.
A comunicação na aula de Matemática é de extrema importância
porque ajuda os alunos a verbalizarem o seu pensamento e a
clarificarem as suas ideias. No entanto, na prática, a comunicação, ao
nível do discurso oral, do aluno na aula de Matemática reduz-se a
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pequenas respostas a perguntas formuladas pelo professor (Baroody,
1993). Este defende que é necessário mudar este panorama estimulando
a comunicação aluno/aluno, porque esta: (i) desenvolve o conhecimento
matemático; (ii) desenvolve a capacidade de resolver problemas; (iii)
melhora a capacidade de raciocínio, (iv) encoraja a confiança; (v) permite
a aquisição de skills sociais.
Falar e ouvir são dimensões importantes da comunicação e surgem
associadas, repetidamente, a situações de discussão. Essa discussão
pode ser feita ao nível da turma ou do pequeno grupo. Hoyles (1985,
citada por Lappan et al.,1989), defensora da discussão na sala de aula,
propõe duas funções da fala (talk): (i) comunicativa; (ii) cognitiva. A
primeira entendida na acepção habitual do termo, isto é, como partilha
de significados entre os interlocutores; a segunda, como reguladora do
pensamento dos alunos. Para que estas actividades sejam coroadas de
sucesso, é importante que o professor e os alunos saibam ouvir, pois
aquilo que muitas vezes parece ser uma ideia errada é, na maior parte
das vezes, um problema de comunicação.
A escrita, intimamente ligada à leitura — outra dimensão da
comunicação — é extremamente importante na comunicação que tem
lugar na sala de aula, principalmente com alunos que têm dificuldade
em falar em público. Por outro lado, a escrita assume um papel impor-
tante na disciplina de Matemática devido ao grande poder simbólico
desta ciência. No entanto, é preciso ter em conta que muitas das
dificuldades dos alunos na disciplina derivam do facto da linguagem
própria da Matemática ser introduzida muito precocemente. Os alunos
devem ser estimulados a usar uma terminologia própria, mas sem
precipitações. A linguagem própria da Matemática deve surgir aos olhos
dos alunos como algo que vem simplificar e clarificar a comunicação e
não como uma imposição do professor.
Baroody (1993) apresenta-nos o quadro da aula tradicional, sob o
ponto de vista da comunicação. Na aula tradicional, o aluno está votado
a um grande isolamento, trabalhando sozinho, sendo a comunicação
efectuada entre o professor e o aluno, constituindo o primeiro o emissor
privilegiado. Esta perspectiva favorece o individualismo e a competição
dos alunos. Em contraponto a este quadro, Baroody (1993) descreve a
aula de Matemática onde as interacções entre os alunos são muito
Menezes
valorizadas, apoiadas no trabalho de grupo, criando-se na sala de aula
uma verdadeira comunidade matemática. Esta é a opinião de Lappan et
al. (1989) que consideram que qualquer aula de Matemática deve
incorporar "espaços" onde o aluno deve raciocinar e comunicar as suas
ideias. É necessário que o professor escute os alunos e lhes peça para
eles explicarem como pensaram. As mesmas autoras referem:
"Não é fácil mudar as percepções (perceptions) e as crenças (beliefs)
dos alunos sobre a Matemática. Não é também nada fácil mudar as
nossas [professores] concepções sobre o que os estudantes podem e
não podem fazer na aula de Matemática" (Lappan et al., 1989,
p.30).
Lappan et al. (1989), em jeito de conclusão, afirmam que se os
professores querem ajudar os alunos a valorizarem a Matemática, de
forma a poderem usar todo o seu poder, é necessário mudar as práticas,
dando tempo para os alunos explorarem, formularem problemas,
desenvolverem estratégias, fazerem conjecturas, raciocinando sobre a
validade dessas conjecturas, discutirem, argumentarem, preverem e
colocarem questões.
Esta nova visão da comunicação na sala de aula, pressupõe aí um
outro tipo de discurso (Vacc, 1993). O professor, como principal
responsável pela organização do discurso da sala de aula, tem um
outro papel, colocando questões e situações que favoreçam o
desenvolvimento de atitudes, capacidades e conhecimentos adequados.
A pergunta no discurso do professor - implicações didácticas
A arte de questionar tem sido defendida em cursos e manuais de
metodologia da Matemática como uma técnica que o professor deve
incrementar para melhorar a participação dos alunos. A pergunta
assume assim um lugar de destaque no discurso do professor. Por se
está a falar de pergunta, talvez seja relevante discutir o que se entende
por este termo.
O termo pergunta, que etimologicamente significa "inquirir,
interrogar, questionar; sondar, no sentido moral" (Machado, 1987, p.
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344), surge associado a outros como interrogação, questão e mesmo
interpelação. De acordo com Mateus et al. (1989) interrogação
corresponde á realização "de um tipo de acto ilocutório directivo, através
do qual o LOC [emissor] pede ao ALOC [receptor] que lhe forneça
verbalmente uma informação de que não dispõe" (p. 237). As mesmas
autoras acrescentam que a interrogação pode também traduzir uma
solicitação indirecta de acção. Mata (1990) sintetiza esta definição
dizendo que uma interrogação se trata de uma "acção do locutor que tem
por objectivo provocar uma acção-resposta do alocutário". Acrescenta, no
entanto, que deve ser de considerar a interrogação retórica, uma vez que
"o locutor se interroga no sentido de se esclarecer a si próprio, não sendo
sua intenção obter qualquer informação efectiva do alocutário ou
provocar qualquer acção dele" (p. 21).
Pereira (1991), de uma forma mais ampla, insere as perguntas nas
interpelações. Estas, além das perguntam, englobam:
— ordens;
— pedidos;
— a produção de um enunciado interrogativo, embora retórico;
— a produção de uma expressão verbal como o objectivo de manter
a atenção do aluno.
A pergunta é assumida por esta autora, como "uma interpelação
feita formalmente numa forma interrogativa, [tendo] como objectivo
ilocutório obter uma enunciação por parte do aluno, sendo para isso,
imediatamente seguida de um tempo de espera para que a resposta se
produzisse" (p. 169). Com esta formulação, incluiu as perguntas que
constituem pedidos genuínos de informação (perguntas reais), as
perguntas que visam testar conhecimentos (perguntas de exame) e
enunciados, na forma interrogativa, que não seguidos de tempo de
pausa.
No campo da Didáctica da Matemática, quando se fala em
perguntas está-se a considerar aqueles enunciados que apresentando,
gramaticalmente, a forma interrogativa, constituem uma solicitação de
resposta verbal do professor aos alunos. Excluem-se, implicitamente, as
perguntas retóricas ou as ordens indirectas através de frases
interrogativas.
Menezes
Os benefícios do questionamento são apontados por alguns
investigadores. Skader (1984), citado por Pereira (1991) refere que o
questionamento permite ao professor:
- detectar dificuldades de aprendizagem;
- ter feed-back sobre aprendizagens anteriores;
- motivar o aluno;
- ajudar o aluno pensar.
Mata (1990), de forma consistente com a definição que defende,
refere que ao fazer perguntas o professor alcança diferentes objectivos:
— obter informação que não detém;
— provocar indirectamente a realização de acções;
orientar os alunos na organização da informação relativa a um
dado saber;
— avaliar a quantidade e a qualidade do conhecimento dos alunos
Analisando a pergunta sob outro ponto de vista, Cohen e Manion
(1992) defendem que as questões colocadas, pelo professor, na sala de
aula servem duas grandes finalidades:
i) fazer pensar os alunos;
ii) testar o conhecimento dos alunos (antes e após novas
aprendizagens).
Relativamente a estas finalidades, distinguem as perguntas que
visam testar conhecimento das que visam criar conhecimento. Baroody
(1993) defende que as perguntas que o professor coloca ultrapassam
estas duas dimensões. As perguntas cuja resposta não se reduz a poucas
palavras, que são desafiantes, permitem que se gere a discussão na sala
de aula, promovendo o desenvolvimento de capacidades, como o
raciocínio ou a comunicação, e de atitudes.
O papel que as perguntas desempenham no discurso do professor
é realçado nas Normas do NCTM (1994):
"À medida que os professores se movem em direcção à visão do
ensino apresentada por estas normas, podemos esperar ver os
professores a perguntar, e a estimular os alunos a perguntar,
questões como as seguintes:
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(...)
- O que pensam do que a Janine disse?
- Concordam? Discordam?
- Alguém dá a mesma resposta, mas explica de maneira diferente?
- Queres fazer essa pergunta ao resto da turma?(...)
Como chegaste a essa conclusão?
Isso faz sentido?
(...)
- O que aconteceria se ...?
E no caso contrário?" (NCTM, 1994, p. 3-4)
No mesmo documento é sugerido que o professor coloque questões
e actividades que desafiem pensamento dos alunos. Acrescenta-se
ainda, que a seguir a um comentário do aluno, o professor deve
regularmente perguntar "porquê?" ou pedir para se explicar.
Relativamente aos propósitos das questões, no documento que temos
vindo a citar, pode ler-se:
"Questões bem colocadas podem simultaneamente elucidar sobre o
pensamento dos alunos e ampliá-lo. É crucial a habilidade do
professor na formulação de questões que dirijam o discurso oral e
escrito na direcção do raciocínio matemático" (NCTM, 1994, p. 38).
Pereira (1991) destaca a importância da pergunta enquanto
"técnica de ensino" sublinhando a sua versatilidade no desenvolvimento
de capacidades e de atitudes. Refere a autora:
"Com o questionamento, a pergunta passa a ter um lugar
privilegiado como técnica de ensino, fazendo parte dos meios
educacionais que permitirão ao professor incrementar a participação
do aluno na aula, contribuir para desenvolver capacidades e
processos de pensamento ou, simplesmente, atitudes consideradas
adequadas" (p. 13)
Polya (1978) no seu livro "A arte de resolver problemas", apresenta
uma visão sobre a resolução de problemas na sala de aula, onde o papel
do questionamento do professor é extrema importância. Para Polya, é
Menezes
através da pergunta que o professor auxilia os alunos, desbloqueando
impasses e fazendo perguntas que poderiam ter surgido ao próprio
aluno.
McCullough et al. (1983) referem que desde há muitos anos que os
educadores têm consciência do papel do professor na promoção da
discussão através do questionamento. Ainda segundo os mesmos
autores, este questionamento é tanto mais valioso quanto mais
desenvolver as capacidades de pensamento dos alunos. Esta afirmação
faz pressupôr que nem todo o questionamento é adequado para a
promoção da capacidade de pensar dos alunos. No sentido de obter um
bom questionamento na sala de aula, McCullough et al. (1983) e também
Cohen e Manion (1992) enumeram um conjunto de aspectos que o
professor deve ter em conta, nomeadamente:
— preparar algumas questões antecipadamente;
— fazer questões claras e concisas;
variar o nível de dificuldade, tentando envolver a maioria dos
alunos da turma;
— promover um tempo de pausa a seguir às questões;
— colocar as questões a todo o grupo e só depois individualizá-las;
— colocar questões que proporcionem ao professor feed-back sobre
a aprendizagem dos alunos.
Em Jonhson (1983) podem-se encontrar outras sugestões:
- evitar fazer um grande número de perguntas cuja resposta é um
simples "sim" ou "não"
- evitar responder às perguntas formuladas
- a seguir à resposta de um aluno, perguntar "porquê?"
- evitar a formulação de um grande número de perguntas que
apelem sobretudo para a memória.
- tentar que os alunos se pronunciem sobre as respostas dos
colegas
- evitar fazer perguntas que contenham a resposta
- fazer perguntas abertas
A importância da pergunta do professor
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Apesar dos aspectos positivos apontados à pergunta no contexto
da sala de aula, alguns autores levantam algumas dúvidas sobre as
virtudes do questionamento. Astolfi (1978, citado por Pereira, 1991) põe
em causa o método interrogativo como um método activo, pois as
sequências pergunta/resposta correspondem, tão somente, a um
fraccionamento da exposição.
Em síntese, poder-se-á concluir que não é a quantidade de
perguntas que o professor coloca à turma que faz com que a aula se
torne mais ou menos participada, mas a qualidade das perguntas. As
perguntas que permitem um maior leque de respostas são,
tendencialmente, geradoras de mais momentos de discussão. O tipo de
perguntas que o professor coloca está intimamente ligado com as tarefas
que propõe à turma e com a forma como a organiza. Se o professor
propõe, habitualmente, actividades rotineiras é de esperar que as
perguntas que formula apelem com insistência para a memória e
tenham, consequentemente, um quadro de respostas mais previsível. Por
outro lado, as actividades problemáticas, propiciam a que o professor
formule perguntas mais abertas, permitindo a existência de mais
momentos de discussão de ideias.
De tudo isto, ressalta a ideia da necessidade de se fazer mais
investigação que tenha como foco a comunicação na aula de Matemática,
nas suas diversas vertentes, pois, se por um lado, é reconhecida a sua
importância, por outro, ainda se sabe pouco.
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... A comunicação em sala de aula é também uma rede complexa de interações linguísticas e não linguísticas, percebida, por muitos, como um campo extremamente rico para o estudo das relações sociais que lá se estabelecem, o que tem levado à produção de pesquisas nas últimas décadas, especialmente as que investigam aspectos relacionados à importância da comunicação na formação docente. Estudos como os de Almiro (1998); Godino e Llinares (2000); Menezes (2000); Brendefur e Frykholm (2000); Martinho et. al. (2005) e Ponte et. ...
... Para Menezes (2000): [...] a comunicação não é só um meio pelo qual se ensina e aprende, mas "é também uma finalidade desse mesmo ensino, uma vez que espera que os alunos adquiram competências comunicativas que, no caso da Matemática, se aliam a outras como a resolução de problemas ou o raciocínio" (MENEZES, 2000, p.3). ...
... Compreendendo a importância de uma formação pautada no bom uso da comunicação como ressaltada em estudos como os de Ponte et. al. (2007), Godino e Llinares (2000), Garcia e Blanco (2003); Menezes (2000); Brendefur e Frykholm (2000); e Martinho et. al. (2005) desenvolvemos esta pesquisa com vistas a analisar se e como as disciplinas de Teoria e Prática Pedagógica I, II, III e IV do curso de licenciatura em Matemática da UEM contribuem para a formação do futuro professor de Matemática. ...
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O presente trabalho apresenta parte de pesquisa que teve por objetivo investigar o discurso e as práticas pedagógicas desenvolvidas nas aulas de Teoria e Prática Pedagógica ofertadas aos alunos do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual de Maringá – UEM, a fim de verificar: a) qual tem sido a contribuição destas disciplinas no processo de construção dos saberes docentes e no desenvolvimento de práticas mais comunicativas e reflexivas em sala de aula e b) como o discurso dos professores formadores influencia a prática dos futuros professores. Isto porque a construção do conhecimento apoia-se, de maneira primordial, no uso de práticas que possibilitem aos discentes tornar públicos seus pensamentos, suas ideias, bem como comparar, negociar e modificar suas representações, concepções e crenças.The present work presents a part of a research developed in the Theory and Pedagogical Practice classes of the Mathematics Degree course of the State University of Maringá - UEM, in order to verify: a) what has been the contribution of these disciplines in the process of knowledge construction Teachers and in the development of a more communicative and reflexive pedagogical practice in the classroom. Taking into account the issues established for this study we developed a qualitative research focusing aspects of discourse analysis. The observation and analysis of these practices shows that the predominance of teacher discourse often does not allow moments and / or activities that allow students to rethink about a more communicative and reflexive pedagogical practice to be developed in the classroom.
... Para Menezes (2004), los beneficios que se obtienen al hacer preguntas son, entre otros, detectar dificultades de los estudiantes, ayudar al alumno a pensar, obtener información que no se tiene, provocar indirectamente la realización de acciones, orientar a los estudiantes a organizar la información relativa a un saber, validar la cantidad y calidad de conocimiento de los alumnos y motivar. ...
... Para Menezes (2004), al momento de hacer preguntas se debe tener cuidado en aspectos como la claridad y la concisión; variar el nivel de dificultad, involucrando a la mayoría del grupo; formular las preguntas a todo el grupo y después individualizarlas; evitar responder el mismo profesor las preguntas; luego de la respuesta de un alumno preguntar por qué y hacer preguntas abiertas, brindando un tiempo de pausa después de la pregunta. Es de destacar que es la calidad de las preguntas formuladas por el profesor, y no la cantidad de ellas, lo que puede dinamizar las clases. ...
... La pregunta del profesor como objeto de estudio Varios estudios destacan la importancia de la pregunta del profesor. Gallagher (citado en Menezes, 2004) señala que más de la mitad de las preguntas hechas por el profesor requieren de la memorización, y menos de un quinto requieren de una reflexión cuidadosa y de un buen raciocinio de los alumnos. Además, argumenta que las preguntas hechas por el profesor determinan en gran parte la creatividad y la capacidad de sus alumnos. ...
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La comunicación ha sido considerada un aspecto fundamental para el conocimiento de las cosas y para la relación con las personas; de ahí la importancia que cobra en los procesos de enseñanza y aprendizaje. En este sentido, el artículo desarrolla aspectos relacionados con el aprendizaje y la enseñanza en la clase de matemáticas, teniendo como foco central la comunicación, entendida como un proceso de interacción social en el que se favorecen la negociación de significados, el consenso, el diálogo y el debate, acciones mediante las cuales se alcanzan procesos esenciales para el desarrollo del pensamiento matemático, como la conjeturación y la argumentación. También se analizan diferentes estrategias que permiten convertir el aula de clase en un ambiente vivo de interacciones, donde el sujeto se dota de significado en su interrelación con la cultura del grupo; dichas estrategias se basan en el uso de espacios para el trabajo en grupo, en el debate y la confrontación de interpretaciones y narrativas, y en los cuestionamientos permanentes del profesor.
... Ser letrado em assuntos relacionados à probabilidade requer que a pessoa desenvolva algum conhecimento não só de ideias relevantes e maneiras para descobrir probabilidades, e a linguagem do acaso, mas também do papel dos processos probabilísticos e das comunicações no mundo (GAL, 2005, p informar, falar, argumentar, negociar significados" (SANTOS, 2009, p. 17) ou, ainda, toda troca que envolve interações verbais orais e escritas, na qual alunos e professores interagem valendose da língua materna e da linguagem matemática (MENEZES, 1995). ...
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A pesquisa objetivou analisar as compreensões sobre pensamento estocástico de crianças do pré-escolar de uma escola da rede pública de ensino de Jaguarão/RS, a partir de uma ação pedagógica. A metodologia usada foi a pesquisa-ação. Os sujeitos foram 15 crianças de 5 a 6 anos. Os procedimentos pautaram-se na realização de atividades com o grupo. Para o tratamento dos dados utilizou-se a análise narrativa. Os resultados mostraram que: (a) as crianças buscam informações no contexto em que estão inseridas para mobilizar o pensamento estocástico: (b) as crianças utilizam estratégias de comunicação matemática como a oralidade, os registros pictóricos, a linguagem corporal e espacial; (c) a necessidade das noções de tamanho, contagem e espaço para o processo de observação, organização, análise e interpretação de dados. Conclui-se que a curiosidade, o interesse e o conhecimento prévio demonstrados pelas crianças são potencialidades para o desenvolvimento do trabalho com o pensamento estocástico.
... Também os conceitos de interrogação, pergunta e questão surgem associados ao termo questionamento. As perguntas são realizadas sobre a forma de interrogações, sendo seguidas por um tempo de espera, com o intuito de obter uma resposta por parte do recetor, afirma Menezes (1996) apoiando-se em Pereira (1991). Estas não têm obrigatoriamente de terminar com um ponto de interrogação, podendo assumir diferentes formas sintáticas: interrogativa, imperativa ou declarativa. ...
Conference Paper
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Todos os dias lidamos com todo tipo de informação representada de maneiras diferentes. Deste modo, precisamos ser capazes de interpretar e analisar essas informações. Esta investigação tem como objetivos identificar e conhecer os conhecimentos estatísticos que os estudantes da Licenciatura em Educação Básica revelam, bem como compreender de que forma as tarefas matemáticas propostas, a partir das dificuldades detetadas, facilitam a apropriação do conhecimento estatístico e o desenvolvimento de capacidades e competências matemáticas. Assumimos um paradigma interpretativo e desenvolvemos uma investigação-ação. Os participantes foram os estudantes do 2.º ano do curso da Licenciatura em Educação Básica (N=95, 4 turmas) que frequentavam a unidade curricular Análise de Dados e os quatro professores/investigadores que lecionavam cada uma das turmas. Os dados foram recolhidos através da observação participante, registada no diário de bordo de cada professor/investigador e dos trabalhos desenvolvidos pelos estudantes. Os resultados demonstram a importância das tarefas matemáticas no acesso a erros estatísticos para (re)construir conhecimento estatístico com significado para os estudantes, bem como para desenvolver práticas de sala de aula adequadas às características, interesses e necessidades dos mesmos.
... By asking «Any doubts?», the teacher aims to pinpoint students' difficulties in understanding the task. This question, which is equivalent to «Did you understand?» , sometimes does not produce the expected outcome, thus missing its purpose (Menezes, 1996). Often, students simply do not answer because they are unable to process all the information or are unaware of possible difficulties . ...
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This paper is an essay on the role of the mathematics teacher’s questioning in inquiry-based teaching. Questions are important communication tools that are used by the teacher for various purposes and underpin different visions of what it means to teach mathematics. Inquiry-based mathematics teaching has achieved relevance as a powerful alternative to direct teaching, which is inefficient in complying with current demands of mathematics learning. The paper constitutes a reflection on teachers´ questioning within an inquiry-based approach to teaching mathematics, based on available research and illustrated by classroom episodes of three basic education teachers. Our reflection has led us to advocate the central role of the teacher’s questions in inquiry-based mathematics teaching, having two main goals: (i) verification of knowledge, a questioning goal that is common to the direct teaching approach; and (ii) development of knowledge, a questioning goal that is specific to inquiry-based teaching. These two goals are attained using three types of questions which may be present in all phases of an inquiry-based lesson, albeit with different weights according to the lesson phases and the teacher’s own goals.
... Na investigação que tem sido realizada na educação matemática estão documentados diversos padrões de interacção – recitação, extractivo, discussão, funil e focalização (Bauersfeld, 1994; Godino & Llinares, 2000; Sierpinska, 1998; Voigt, 1985; Wood, 1998). Numa aula baseada na exposição do professor, existe com frequência uma componente de perguntas teste (Menezes, 1996). Surge aqui habitualmente o padrão de recitação (Wood, 1998 ), que se apoia com a sequência triádica IRE (initiation 3. O professor permite que os alunos resolvam o problema, incentivando o raciocínio e a comunicação das ideias entre os colegas. ...
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This article analyzes the professional development of primary school teachers concerning reflection, instructional knowledge and professional practices, when they participate in a collaborative project focused in mathematical communication in the classroom. The study had an interpretative research methodology and a case study design and was undertaken during two years, with the participation of three primary school mathematics teachers. The results of the study show that the teachers developed professionally in several dimensions. In particular, they developed their reflective capacity, moving from simple forms of reflection such as remembering and telling to more sophisticated forms such as systematic inquiry. Furthermore, they changed in a significant way their communication practices in the classroom, adopting patterns of interaction centred in discussion, based in challenging mathematical tasks. Their instructional knowledge showed to be highly sensitive to mathematical knowledge; in some teachers it was as clear bounding element and in others it was a facilitating element of thinking and action. The teachers' professional development seemed to be significantly supported by reflection and by the collaborative and investigative features of the project.
Book
"Problem solving, Reasoning, and Communicating, K-8: Helping Children Mathematically" describes the rationale for a reflective, problem-based view of teaching elementary-level mathematics, including the pros and cons of such an approach. The book's focus is why teachers should promote problem solving, reasoning, and communicating among young children; how these aspects of mathematical thinking develop in early childhood, and practical guidelines and activities for promoting these important mathematical processes. An electronic or paperback version of book is not available, and , the book is out of print. The following website promises to find a copy in a local library: <https://www.worldcat.org/title/problem-solving-reasoning-and-communicating-k-8-helping-children-think-mathematically/oclc/26308297> The book is available through online dealers such as AbeBooks <https://www.worldcat.org/title/problem-solving-reasoning-and-communicating-k-8-helping-children-think-mathematically/oclc/26308297> (for less than 10), eBay for less than 15, or Amazong.com <https://www.amazon.com/s?k=Problem+solving%2C+reasoning%2C+and+communicating&ref=nb_sb_noss> for less than $10.
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The subject of teacher questions in the classroom has for long been of interest to educationalists. This paper presents a review of some of the research studies which have been carried out in relation to teacher questioning behaviours. This review represents a sample of the types of investigation which have been conducted, and the conclusions which have been reached. It is argued that while such investigations have contributed to our knowledge of classroom discourse, there is a need for more specific research into the use of teacher questions in relation to age and ability of pupils, and subject content being taught.
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For many of us, implementing the Professional Standards for Teaching Mathematics (NCTM 1991) in our classrooms makes great sense. It is clearly reasonable that if students are to develop an understanding of and an ability to use mathematical applications in a variety of contexts (NCTM 1989). they should have meaningful and relevant experiences that will actively engage them in constructing their own knowledge. Also, that active engagement needs to be accompanied by opportunities for students to talk about what they already know and don't know and what they are doing as they strive to extend or change their current level of understanding. For many teachers, however. offering this type of instruction means changing their beliefs about mathematics instruction. After all, most of us are products of elementary and secondary school classrooms in which the teachers told us what we needed to know or do and we listened to and did what they told us to do. What we were thinking about during this interaction often did not matter, and we were unaware that it should. This same type of discourse existed in many of our methods courses. The instructor spent most of the class telling us what we needed to know so that we could tell our future students what they needed to know. Fortunately, we have come to the realization that this style of teaching is not as effective as once thought, and consequently we need to change what we are doing. However, how we go about making needed changes in our teaching is unclear.
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examines the literature on teachers' conceptions pertaining to mathematics education / studies of teachers' knowledge of mathematics are discussed, but only insofar as they are relevant to the topic of teachers' conceptions / starts with a brief historical overview of the study of beliefs in this century, followed by a discussion of some philosophical distinctions between beliefs and knowledge / discuss the research that has been done [on teachers' beliefs], including theoretical models, methodology and findings (PsycINFO Database Record (c) 2012 APA, all rights reserved)
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This paper sets out the implications of using pupil-pupil discussion within mathematics classrooms and describes the different ways that such discussion might promote mathematical understanding. It distinguishes the following aspects of a discussion: the organisation and articulation of one's own ideas for oneself; the elaboration of one's own ideas for communication to another; the dynamic feedback inherent in dialogue; and the creation of cognitive conflict and an awareness of the need for decentration. The paper then presents a framework within which discussion could most usefully take place, and the learning of the computing language, Logo, is presented as an example of a context which could satisfy the criteria suggested.
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Case studies were conducted to investigate the conceptions of mathematics and mathematics teaching held by three junior high school teachers. Examination of the relationship between conceptions and practice showed that the teachers' beliefs, views, and preferences about mathematics and its teaching played a significant, albeit subtle, role in shaping their instructional behavior. Differences among the teachers in their conceptions and practices are explained followed by a discussion of properties of their conceptual systems.