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Introdução
O termo “Luta” de forma recorrente e dinâmica
implica um investimento diversificado de
representações e significados, o que por sua vez,
lhe confere uma dimensão polissêmica. Como
exemplificação, temos as noções de lutas de
classe, dos trabalhadores, pelos direitos da
mulher, pela vida e outros mais. No sentido lato,
temos a situação em que o referido termo se
circunscreve no contexto dos embates
físicos/corporais por intenções de subjugações
entre os sujeitos a partir de conflitos interpessoais
e, invariavelmente, por conteúdos humanos
contraditórios e ambivalentes. “Arte Marcial” faz
referência a um conjunto de práticas corporais
que são configuradas a partir de uma noção aqui
denominada de “metáfora da guerra”, uma vez
que essas práticas derivam de técnicas de guerra
como denota o nome, isto é, marcial (de Marte,
deus romano da guerra; Ares para os gregos)
(FRANCHINI et al., 1996). Assim, a partir de
sistemas ou técnicas diversas de combate
situadas em diferentes contextos sociais, essas
elaborações culturais passam por um autêntico
processo de ressignificação, em que a dimensão
ética e estética ganham uma expressiva
proeminência. Desta forma podemos identificar
que a expressão “arte” nos sinaliza para uma
Motriz, Rio Claro, v.16 n.1 p.01-09, jan./mar. 2010
Artigo Original
Produção acadêmica em lutas, artes marciais e esportes de combate
Walter Roberto Correia1
Emerson Franchini2
1 Departamento de Pedagogia do Movimento do Corpo Humano da Escola de Educação
Física e Esporte da USP, São Paulo, SP, Brasil
2 Grupo de Estudos e Pesquisas em Lutas, Artes Marciais e Modalidades de Combate do
Departamento de Esporte da Escola de Educação Física e Esporte da USP, São Paulo,
SP, Brasil
Resumo: O presente estudo objetivou analisar a produção acadêmica em lutas, artes marciais e esportes
de combate nas principais revistas acadêmicas de circulação nacional da área de Educação Física, após o
estabelecimento do sistema CONFEF, bem como analisar os temas destes artigos. A classificação quanto
à sua temática seguiu a proposição de Tani (1996) para a estrutura acadêmica da Cinesiologia, Educação
Física e Esporte. Dos 2561 artigos publicados nesses periódicos, apenas 75 (2,93%) tratavam de
Lutas/Artes Marciais/Modalidades Esportivas de Combate. Foi constatado o predomínio dos estudos
conduzidos na área de Biodinâmica (40%), seguidos pelos Estudos Socioculturais do Movimento Humano
(32%) e Comportamento Motor (8%). Os estudos aplicados foram divididos em: Pedagogia do Movimento
Humano (10,7%), Treinamento Esportivo (8%), Administração Esportiva (1,3%) e Adaptação do Movimento
Humano (nenhum artigo produzido). Esses dados indicam: (1) carência de publicações sobre essas
atividades, especialmente as de caráter aplicado; (2) necessidade de investimento em pesquisas inter e
multidisciplinares sobre essa temática.
Palavras-chave: Artes Marciais. Ciência. Estatística e dados numéricos.
Academic papers about fight, martial arts and combat sports
Abstract: The present study had as objective to verify the production of fight, martial arts and combat
sports in articles published in the main Physical Education academic journals available in Brazil after the
establishment of the CONFEF, as well as analyze the subjects studied in these articles. The subject
classification followed Tani (1996)’s proposition concerning an academic structure to Kinesiology, Physical
Education and Sport. When considering the 2561 articles published on these journals only 75 (2.93%) were
related to Fight/Martial Arts/Combat Sports. It was verified a predominance of studies conducted in the
Biodynamic area (40%), followed by Human Movement Socio-cultural Studies (32%) and Motor Behavior
(8%). The applied studies were divided as: Human Movement Pedagogy (10.7%), Sports Training (8%),
Sports Administration (1.3%) and Adapted Human Movement (none study published). These data indicate:
(1) a reduced number of publications concerning these activities, especially those of applied nature; (2) a
need to promote inter and multidisciplinary research about this subject.
Key Words: Martial Arts. Science. Statistics and numerical data.
W. R. Correia & E. Franchini
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demanda expressiva, inventiva, imaginária, lúdica
e criativa, como elementos a serem inclusos no
processo de construção de certas manifestações
antropológicas ligadas ao universo das Artes
Marciais. Já o termo marcial, relacionado ao
campo mitológico faz alusões à dimensão
conflituosa das relações humanas. Assim, temos
a inclusão contínua de elementos que
ultrapassam as demandas pragmáticas e
utilitaristas das formas militares e bélicas de
combates. A denominação Modalidades
Esportivas de Combate implica uma configuração
das práticas de lutas, das artes marciais e dos
sistemas de combate sistematizados em
manifestações culturais modernas, orientadas a
partir das decodificações propostas pelas
instituições esportivas. Aspectos e conceitos
como competição, mensuração, aplicação de
conceitos científicos, comparação de resultados,
regras e normas codificadas e institucionalizadas,
maximização do rendimento corporal e
espetacularização da expressão corporal são
alguns exemplos dessa transposição moderna de
práticas seculares de “combate”. Sendo assim, se
faz necessário nessa discussão, destacar que a
não consensualidade vem demarcando e
caracterizando a interlocução entre os diversos
protagonistas que compõem a cena histórica que
representa o campo das lutas, artes marciais e
modalidades esportivas de combate (DEL
VECCHIO, FRANCHINI, 2006; PUCINELI et al.,
2005).
As lutas, as artes marciais e as modalidades
esportivas de combate (L/AM/MEC) implicam um
universo amplo de manifestações antropológicas
de natureza mulidimensional e complexa. Como
um conjunto de práticas socioculturais
proveniente de um espectro diversificado de
demandas históricas específicas, é possível
identificar uma pluralidade muito patente nas
suas diferentes configurações sociais, formas de
expressão, repertório técnico, linguagens,
organização e institucionalização. Nesta
perspectiva, as lutas e as artes marciais podem
ser vistas como construções identificadas e
inerentes ao patrimônio cultural de diversos
povos e, sobretudo, como um fenômeno
relevante inserido na dinâmica da sociedade
contemporânea e no processo da globalização
(BACK; KIM, 1984; DONOHUE, 2005;
GOODGER, 1982; STRATTON, 1986).
A demanda social pela prática destas
manifestações pode ser evidenciada tanto no
âmbito da cultura escolar, como na esfera social
mais abrangente (não escolar) (DEL VECCHIO;
FRANCHINI, 2006; WINKLE; OZMUN, 2003). No
contexto da escolarização, as lutas são propostas
como tema integrativo do currículo formal a partir
das sinalizações da política educacional vigente.
Como exemplo desta realidade, encontramos
indicações nos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN) de Educação Física (BRASIL,
MEC, 1997) e na Proposta Curricular de
Educação Física do Estado de São Paulo (SÃO
PAULO, CENP/SE, 2008), proposições para a
sistematização do tema lutas/artes marciais nos
contextos da Educação Infantil, do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio. Ainda nesta
direção, é comum o oferecimento de programas
de lutas no interior das escolas no âmbito do
domínio extracurricular. No Ensino Superior, é
muito freqüente a prática das lutas
proporcionadas pelas atléticas e centros
acadêmicos. No processo de preparação
profissional encontramos as lutas, as artes
marciais e os esportes de combate como
disciplinas dos cursos de bacharelado e
licenciatura em Educação Física, uma vez que a
temática é prevista pelas diretrizes dos
respectivos cursos (DEL VECCHIO; FRANCHINI,
2006).
No ambiente e na dimensão não escolar,
essas práticas são realizadas por pessoas das
diferentes fases do ciclo vital. Clubes, academias,
institutos, condomínios, empresas, organizações
não governamentais, centros esportivos
municipais, praças públicas têm sido ambiências
provedoras destas manifestações corporais e de
movimento (COX, 1993; DEL VECCHIO;
FRANCHINI, 2006; THEEBOOM; KNOP, 1999;
WINKLE; OZMUN, 2003). As configurações
sociais e suas respectivas representações estão
inscritas sob diferentes codificações, ou seja,
como atividade competitiva (Esporte), terapia,
educação, aptidão física, lazer, recreação,
programas de inclusão social, técnicas de defesa
pessoal, etc. (BOTTENBURG; HEILBRON, 2006;
BROWN; JONHSON, 2000; BURKE et al., 2007;
COX, 1993; LANTZ, 2002; SKIDMORE, 1991). As
modalidades esportivas de combate,
especificamente, têm alcançado repercussão e
visibilidade social por meio do seu engajamento
em competições internacionais, tendo nos Jogos
Olímpicos a expressão maior de sua
Produção em lutas e artes marciais
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apresentação como um fenômeno globalizado.
Também nesta questão, podemos observar a
demanda por profissionais qualificados que
compreendam os princípios operacionais para
adequação de aspectos associados à preparação
física e orientação técnico-tática de atletas e
organização e promoção de eventos dessa
natureza (BACK; KIM, 1984; CARR, 1993; DEL
VECCHIO; FRANCHINI, 2006; GOODGER, 1980;
VILLAMÓN et al., 2004).
Como dado indicativo do processo de
expansão e socialização das práticas relativas às
lutas na vida cotidiana, fica patente a extensão e
a intensidade da proliferação de federações e
confederações representativas das diferentes
modalidades ou sistemas de lutas, bem como a
projeção pelos diferentes canais de mídia na
disseminação de informação e de eventos ligados
ao segmento. Revistas especializadas,
programas televisivos, materiais para a prática,
páginas na internet e, com especial destaque, a
cinematografia, demonstram que o fenômeno se
converte em um grande “empreendimento social”
(BOTTENBURG; HEILBRON, 2006; FRANCHINI
et al., 1996). Somando-se todas estas evidências,
cabe aqui destacar os inúmeros projetos de lei
procurando inserir e regulamentar as lutas, as
artes marciais e os esportes de combate como
elementos estratégicos das secretarias estaduais
e municipais como parte do fomento de políticas
de esporte, lazer, educação e cultura.
Contudo, muitas vezes a desinformação a
respeito dessas atividades e a falta de
profissionais qualificados para difundi-las, têm
feito com que se crie uma imagem distorcida
sobre as L/AM/MEC (FRANCHINI et al., 1996).
Adicionalmente, com a criação do Conselho
Federal de Educação Física (CONFEF), a maior
parte dessas atividades passou a ser
responsabilidade dos profissionais de Educação
Física e daqueles que comprovadamente
atuavam com essas atividades antes da criação
desse conselho profissional (CONFEF, 2002). Em
que pese discussões sobre o profissional que
deve atuar nessa área, é preciso reconhecer que
poucos cursos de graduação em Educação Física
ou Esporte apresentam disciplinas específicas
voltadas para as artes marciais e quando o fazem
tratam quase que exclusivamente de uma ou
duas modalidades, mais especificamente o judô e
a capoeira (DEL VECCHIO; FRANCHINI, 2006).
Além disso, existe uma carência muito grande
sobre conhecimentos específicos referentes a
essas atividades. Adicionalmente, entendendo a
Educação Física como uma profissão
academicamente orientada (BRESSAN, 1979;
LIMA, 1994; MORFORD, 1972; TANI, 1996),
pressupõe-se que uma das fontes de consulta de
profissionais seja a leitura de artigos publicados
em periódicos científicos. Neste sentido, o
presente estudo objetivou verificar o número de
artigos publicados nas principais revistas
acadêmicas de circulação nacional da área de
Educação Física após o estabelecimento do
sistema CONFEF/CREF (i.e., nos últimos 10
anos), bem como analisar as temáticas
estudadas nestes artigos.
Materiais e Métodos
A escolha dos periódicos foi baseada em
questionamento a 17 profissionais/acadêmicos
envolvidos simultaneamente com Educação
Física e L/AM/MEC sobre quais periódicos
nacionais eram consultados para obtenção de
informação sobre as últimas atividades. Esse
grupo possuía pessoas do segundo ano da
graduação em Educação Física até mestres em
Educação Física, com atuação nas seguintes
manifestações culturais: Aikidô, Capoeira,
Hapkidô, Jiu-jitsu, Judô, Kung fu, Karatê e
Taekwondo. O envolvimento com essas
atividades variava de participação em competição
como atletas, atuação como preparadores físicos,
professores, técnicos e pesquisadores. Todas
essas pessoas eram participantes de um dos dois
grupos de pesquisa relacionado à temática
L/AM/MEC (Grupo de Estudos e Pesquisas em
Lutas, Artes Marciais e Modalidades de
Combate), conforme registro no Diretório de
Grupos de Pesquisa do CNPq. Adicionalmente ao
envolvimento com os estilos específicos de
L/AM/MEC, os participantes do grupo possuíam
inserção em diferentes linhas de pesquisa, a
saber: aspectos biodinâmicos das L/AM/MEC,
aspectos pedagógicos das L/AM/MEC e aspectos
sócio-culturais das L/AM/MEC. Após esse
levantamento, todos os periódicos citados que
atendessem os critérios de inclusão no sistema
Qualis da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior e publicação de pelo
menos 15 volumes publicados no período de
1998 a 2008 foram analisados. No total 11
periódicos da área de Educação Física, com
diferentes classificações no Qualis, foram
incluídos na presente análise, realizada em
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setembro de 2008. Foram analisados cinco
periódicos classificados como Nacionais C
(Conexões, Corpoconsciência, Motriz, Revista de
Educação Física e Revista Mineira de Educação
Física), dois periódicos classificados como
Nacionais B (Revista Brasileira de Ciência e
Movimento e Revista da Educação Física) e
quatro periódicos classificados como
Internacionais C (Movimento, Revista Brasileira
de Ciências do Esporte, Revista Brasileira de
Cineantropometria e Desempenho Humano e
Revista Paulista de Educação Física/Revista
Brasileira de Educação Física e Esporte). Para
cada periódico foi determinado o número de
volumes e número de artigos por ano. Os artigos
que constassem termos associados às
L/AM/MEC em seu título, resumo ou palavras-
chaves foram considerados como pertinentes
para as análises do presente estudo, tendo a
atividade central analisada também contabilizada.
A classificação dos artigos quanto à sua
temática seguiu a proposição de Tani (1996) para
a estrutura acadêmica da Cinesiologia, Educação
Física e Esporte. Nessa classificação, os estudos
de caráter básico são realizados pela
Cinesiologia, tendo como diferentes níveis de
análise a Biodinâmica do Movimento Humano, o
Comportamento Motor Humano e os Estudos
Sócio-Culturais do Movimento Humano. Os
estudos de caráter aplicado seriam conduzidos,
no caso da Educação Física, nas áreas de
Pedagogia do Movimento Humano e Adaptação
do Movimento Humano, ao passo que no
Esporte, os estudos seriam conduzidos nas áreas
de Treinamento Esportivo e Administração
Esportiva. A escolha dessa classificação se
deveu ao fato da mesma contemplar áreas
historicamente consolidadas no campo da
Educação Física/Esporte no âmbito da produção
de conhecimento.
Resultados
A Tabela 1 apresenta o total de artigos publicados em cada periódico no período de 1998 a 2008, bem
como o total de artigos com temática referente às L/AM/MEC.
Tabela 1. Total de artigos publicados em periódicos nacionais no período de 1998 a 2008 (número de
artigos com temática associada às lutas, artes marciais e modalidades esportivas de combate).
Periódico/ano 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Total
Conexões 9
(0) 9
(0) - 14 (0) - - 12 (0) 11 (0) 13 (1) 14 (0) 71 (5) 153
(6)
Corpoconsciência 12 (1) 11 (1) 11 (0) 8
(1) 9
(0) 7
(0) 8
(0) 8
(1) 9
(0) 10 (1) - 93
(5)
Movimento 16 (0) 21 (1) 18 (0) 29 (0) 21 (0) 27 (0) 28 (0) 32 (0) 33 (0) 33 (3) 23 (1) 281
(5)
Motriz 15 (0) 30 (1) 13 (0) 14 (1) 20 (0) 25 (1) 22 (1) 23 (0) 35 (0) 35 (1) - 232
(5)
RBCE 52 (0) 24 (1) 29 (0) 36 (1) 39 (3) 38 (0) 31 (2) 33 (0) 36 (2) 40 (0) 26 (0) 384
(9)
RBCM - - 27 (0) 41 (2) 44 (0) 54 (3) 60 (4) 56 (2) 51 (1) 57 (2) - 390 (14)
RBCDH - 11 (0) 12 (0) 10 (1) 9
(0) 18 (1) 18 (1) 23 (0) 60 (3) 48 (2) 62 (1) 271
(9)
REF-UEM 15 (0) 13 (2) 18 (0) 24 (1) 37 (1) 24 (0) 19 (0) 24 (0) 24 (1) 24 (0) 15 (0) 237
(5)
REF 5
(1) 0
(0) 4
(0) 6
(1) 6
(1) 11 (0) 14 (0) 23 (1) 21 (2) 32 (2) 13 (0) 135
(8)
RMEF 13 (1) 15 (2) 13 (1) 15 (0) 5
(0) 10 (0) 8
(0) 26 (2) 0
(0) - - 105
(6)
RPEF/RBEFE 20 (1) 29 (0) 26 (0) 32 (0) 20 (0) 14 (0) 41 (1) 30 (0) 30 (0) 38 (1) - 280
(3)
Total 157
(4) 163
(8) 171
(1) 229
(8) 210
(5) 228
(5) 261
(9) 289
(6) 312
(10) 331
(11) 210
(7) 2561
(75)
RBCE = Revista Brasileira de Ciências do Esporte; RBCM = Revista Brasileira de Ciência e Movimento;
RBCDH = Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano; REF-UEM = Revista da
Educação Física; REF = Revista de Educação Física; RMEF = Revista Mineira de Educação Física;
RPEF/RBEFE = Revista Paulista de Educação Física/Revista Brasileira de Educação Física e Esporte.
Do total de artigos publicados nos periódicos consultados, apenas 75 (2,93%) abordavam a temática
L/AM/MEC. Destes 75 artigos, 37 abordavam o Judô (49,3%), 18 (24%) a Capoeira, cinco (6,7%) o Karatê,
cinco diversas lutas (6,7%), quatro (5,3%) a Esgrima, dois (2,7%) o Jiu-jitsu, dois (2,7%) o Tai-chi-chuan,
um (1,3%) o Taekwondo e um (1,3% a Luta Olímpica).
Produção em lutas e artes marciais
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A Tabela 2 apresenta a classificação dos artigos.
Tabela 2. Classificação dos artigos com a temática lutas, artes marciais e modalidades esportivas de
combate, publicados em periódicos nacionais entre 1998 e 2008, segundo a estruturação acadêmica
proposta por Tani (1996).
Tema/ano 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Total
Biodinâmica do
Movimento Humano 1 4 - 5 2 1 5 5 3 4 - 30
Comportamento
Motor 1 - - - 1 - - 1 1 1 1 6
Estudos sócio-
culturais do
movimento humano 1 3 1 1 1 3 2 - 5 5 2 24
Pedagogia do
Movimento Humano 1 1 - 1 1 - - - 1 2 1 8
Adaptação do
movimento humano - - - - - - - - - - - -
Treinamento
esportivo - - - 1 - 1 1 - - - 3 6
Administração
esportiva - - - - - - 1 - - - - 1
Com base na Tabela 2 é possível constatar o
predomínio dos estudos conduzidos na área de
Biodinâmica (40%), seguidos pelos Estudos
Sócio-Culturais do Movimento Humano (32%) e
Comportamento Motor (8%). Os estudos de
caráter mais aplicado, isto é, Pedagogia do
Movimento Humano (10,7%), Treinamento
Esportivo (8%), Administração Esportiva (1,3%) e
Adaptação do Movimento Humano (nenhum
artigo produzido), mesmo quando somados
totalizam apenas 20% dos trabalhos publicados
sobre a temática. Assim, do total de artigos
publicados, apenas 15 (0,58%) eram pesquisas
aplicadas direcionadas às L/AM/MEC.
Discussão
Os resultados apontam para um baixo número
de artigos direcionados às atividades de
L/AM/MEC. Dentre esses artigos, a maior parte
foi direcionada à análise do judô e da capoeira, o
que reflete a tradição dessas atividades no Brasil.
O judô em decorrência da forte presença
japonesa no país, conjuntamente com a tradição
olímpica que a modalidade apresenta em nosso
contexto (FRANCHINI, 2008). No que diz respeito
à capoeira, é importante destacar que a mesma é
considerada patrimônio cultural pelo Ministério da
Cultura (FALCÃO, 2009; VIEIRA; ASSUNÇÃO,
2009), face sua forte inserção social em
decorrência de sua origem e desenvolvimento no
Brasil (VIEIRA, 2006).
Quanto à estrutura acadêmica proposta por
Tani (1996), a maior parte dos artigos são
relacionados às áreas de Biodinâmica do
Movimento Humano e Estudos Sócio-Culturais do
Movimento Humano, ambas com tradição de
pesquisa na Educação Física brasileira.
Contudo, assim como ocorre em outras
subáreas da Educação Física (Aprendizagem
Motora, por exemplo, CHRISTINA, 1989) e na
Educação Física de forma geral (BRESSAN,
1979), o número de pesquisas aplicadas
direcionadas às L/AM/MEC é bastante reduzido.
De fato, levantamento sobre artigos relacionados
à Educação Física Escolar (ANTUNES et al.,
2005) demonstrou que poucos artigos são
direcionados a essa temática e, mais do que isso,
poucos são direcionados a aspectos além da
caracterização. Os autores apontam o
distanciamento entre pesquisadores e
professores, uma vez que os objetos de estudo,
as linguagens, as condições de elaboração do
conhecimento e as especificidades profissionais
são distintas, levando para uma dificuldade na
interlocução acadêmica e profissional. Como
exemplo desse quadro, temos uma situação
expressa por aqueles que atuam no segmento
escolar não sabem o que os pesquisadores
produzem e esses últimos não sabem como os
profissionais atuam. Esse cenário pode ser
transposto para as questões das L/AM/MEC e
traz sérias implicações sobre a qualidade do
W. R. Correia & E. Franchini
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serviço prestado, bem como sobre a pertinência
dos conhecimentos produzidos sobre esse tipo
de atividade motora.
A partir dos dados apresentados neste estudo,
podemos sublinhar a necessidade premente de
ampliação e diversificação na produção de
conhecimento acadêmico relativo ao universo das
L/AM/MEC. A análise aqui realizada nos autoriza
a indicação de ações investigativas de natureza
inter e multidisciplinar, incorporando como objetos
de estudo um espectro mais plural e diverso das
manifestações corporais circunscritas no contexto
acima citado. Ainda nesta perspectiva,
entendemos como um fator determinante para
uma interface sustentável e profícua entre as
esferas das L/AM/MEC com a Educação Física, a
orientação de pesquisas que tenham como foco,
a dimensão da intervenção profissional e dos
respectivos saberes de caráter aplicado.
A compreensão da multidimensionalidade
destas manifestações corporais implica na
mobilização de saberes das mais diversas áreas,
bem como na utilização de procedimentos
metodológicos especializados. Para que as
L/AM/MEC sejam concebidas como
manifestações culturais relevantes e transcendam
as representações do senso comum e o teor
“exótico” que lhes são conferidos (FRANCHINI et
al., 1996), é preciso que o conhecimento crítico,
sistemático e rigoroso do ponto de vista
epistemológico seja produzido e, sobretudo,
compartilhado socialmente entre os diferentes
interlocutores e protagonistas destas atividades
(DEL VECCHIO; FRANCHINI, 2006).
Estas questões interessam aos profissionais
de Educação Física em duas direções, ou seja,
tanto para o campo de intervenção dos
licenciados como para o contexto das práticas
profissionais dos bacharéis. Na esfera dos
profissionais licenciados em Educação Física, o
respectivo componente curricular do Ensino
Básico, dispõe de sinalizações curriculares
provenientes da política educacional vigente, nas
quais são propostas sistematizações de
conteúdos relativos às L/AM/MEC. Considerando
as prescrições oficiais de ensino, isto é, os PCN
de Educação Física (BRASIL/ MEC, 1997), a
atual Proposta Curricular do Estado de São Paulo
(SÃO PAULO, 2008) e algumas abordagens de
ensino como Coletivo de Autores (1992),
podemos presumir como os conhecimentos
sistematizados sobre as múltiplas dimensões das
L/AM/MEC, são imprescindíveis para oferecer
suporte teórico aos professores e professoras,
tanto no âmbito da formação inicial como na
permanente. Considerando o alcance dessas
proposições oficiais, bem como a escassez de
cursos de licenciatura e/ou formação continuada
que proponham a tematização das L/AM/MEC/,
fica evidente a importância da produção de
conhecimento para alicerçar uma condição
mínima de apoio aos docentes, na eminência da
elaboração dos saberes necessários á prática
educativa. As L/AM/MEC incorporam uma ampla
variedade de manifestações, o que implica
linguagens, lógicas, técnicas, procedimentos,
valores e racionalizações muito distintas. Muitas
dessas formas de cultura corporal não foram
construídas para o ambiente escolar, para uma
sociedade do “Estado de Direito” e,
principalmente, para crianças e adolescentes em
processo de formação. Mesmo que admitamos
possíveis contribuições aos diferentes sujeitos,
presumimos a necessidade de uma
transformação didática e pedagógica na
perspectiva dos fazeres e saberes escolares.
Assim, consideramos necessário um “lastro de
conhecimento” para que o ensejo seja
contemplado de maneira minimamente
satisfatória. O presente estudo indica uma
restrição no montante das produções científicas,
além de restrições temáticas e dimensionais,
oferecendo, por sua vez, dados para uma
problematização na esfera da compreensão da
complexidade e da diversidade das L/AM/MEC
como objeto de estudo e aplicação para
Educação Física.
No contexto não escolar, para que haja uma
eficiente preparação física, técnica, tática e
organizacional das L/AM/MEC, além das
dimensões já supracitadas, é preciso que haja um
nível mínimo e diversificado de descrições e
análises das modalidades ou manifestações de
interesse. Nos clubes, nas academias, ou ainda,
nos programas de lazer e recreação, podemos
identificar demandas do ponto de vista do
planejamento, gerenciamento e supervisão para
implementação de programas de L/AM/MEC, o
que por sua vez, implica conhecimentos de
suporte e referências aos profissionais do
Esporte, da Educação Física e do Lazer. Na
esfera das práticas educativas com objetivos
relativos à saúde pública ou qualidade de vida, o
estudo das lutas e artes marciais são
indispensáveis para a superação do senso
Produção em lutas e artes marciais
Motriz, Rio Claro, v.16, n.1, p.01-09, jan./mar. 2010 7
comum que impera nos diferentes canais de
comunicação social de massa. Assertivas como:
Arte Marcial é saúde e qualidade de vida; defesa
pessoal eficiente; disciplina para crianças e
jovens; espiritualidade; são milenares e providas
de filosofias; preconizam a paz social; são
exemplos de que, todos esses anúncios
disponibilizados na sociedade contemporânea,
suscitam o crivo da reflexão criteriosa e
sistematizada do instrumental científico e do
espírito crítico, para que profissionais, no uso de
suas atribuições, possam legitimar um
compromisso social.
É necessário encarar a realidade com uma
abordagem crítica e rigorosa do ponto de vista
epistemológico, para que possamos vislumbrar
uma ação responsável e qualificada diante da
realidade social vigente. Desconsiderando essa
prerrogativa, qualquer reivindicação de
intervenção e controle social sobre as práticas
profissionais e educativas nos campos das
L/AM/MEC implicará uma proposição de cunho
arbitrário e de qualificação passível de
questionamento. O debate e as reivindicações
devem estar ancorados, inexoravelmente, num
processo de elaboração de conhecimento crítico
e sistematizado de forma a superarmos as
armadilhas do formalismo “legal-burocrático-
corporativo”.
Entretanto, é importante destacar que
historicamente a Educação Física dispõe de um
acúmulo de conhecimentos teóricos e práticos
relacionados ao movimentar-se humano (LIMA,
1994) e a cultura corporal de movimento
(DAOLIO, 2004), que indiscutivelmente
interessam aos propósitos de desenvolvimento
das manifestações abordadas neste estudo.
Ainda nessa perspectiva, convém ressaltarmos
que a Educação Física do ponto de vista
acadêmico não se apropriou das manifestações
L/AM/MEC de forma minimamente satisfatória
face ao dinamismo, à complexidade, à pluralidade
e à presença premente dessas atividades
corporais no âmbito da cultura brasileira e global.
Considerações Finais
Com base no levantamento efetuado foi
possível analisar a produção acadêmica dos
periódicos nacionais em Educação Física sobre a
temática L/AM/MEC, a partir dos quais
identificamos uma significativa precariedade
restritiva do conhecimento científico nas
dimensões quantitativas e qualitativas. Como
evidência, apontamos para presença de poucas
pesquisas de cunho aplicado do ponto de vista da
intervenção profissional e sócio-educativa, cujo
direcionamento esteve circunscrito num viés da
Biodinâmica do Movimento Humano ou dos
Estudos Sócio-culturais da Educação Física em
poucas manifestações da cultura corporal (e.g.,
Capoeira e Judô) relacionadas às L/AM/MEC.
Assim sendo, não reconhecemos como algo
plausível e consistente, qualquer reivindicação de
exclusividade, subordinação ou hegemonia no
âmbito do exercício profissional junto às
L/AM/MEC, sobretudo com um quadro de
limitações patentes do ponto de vista de uma
produção acadêmica incipiente. Sendo assim,
dada a relevância social das manifestações
corporais e de movimento mencionadas por esse
estudo, entendemos que a Educação Física pode
contribuir com a sociedade a partir de uma
intenção deliberada e consciente dos limites e
possibilidade do conhecimento que lhe cabe
ensejar na direção das “artes de combate”, para
que superemos os “embates” corporativos, na
perspectiva de um “debate” promissor.
Como um possível posicionamento
propositivo, sugerimos a efetivação de uma
aproximação crítico-dialógica do ponto de vista
acadêmico e profissional por parte dos múltiplos
agentes que dinamizam e reconfiguram as
manifestações corporais e de movimento, mais
especificamente as relacionadas com L/AM/MEC,
a partir do respeito e do reconhecimento dos
múltiplos saberes que compõem a “grande teia”
expressa pela diversidade cultural.
Sem um aporte de conhecimentos críticos e,
sobretudo, desprovidos de saberes
profissionalmente aplicados, a assertiva e o pleito
de uma subordinação das práticas das
L/AM/MEC aos ditames corporativos, no nosso
entendimento, expressam uma proposição
ilegítima.
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e-mail: wr.correia@usp.br
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Recebido em: 01 de julho de 2009.
Aceito em: 06 de novembro de 2009.
Motriz. Revista de Educação Física. UNESP, Rio Claro,
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