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Por um turismo para as comunidades locais

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Tendo em vista uma preocupação com as pequenas comunidades receptoras de turismo que não interagem com autonomia na gestão da atividade, a ideia principal do texto se sustenta na afirmação de que é necessário conhecer a constituição de uma comunidade como grupo cultural e as suas relações com o lugar para indicar caminhos pelos quais o turismo poderia ter o protagonismo dos moradores.

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... Os projetos de turismo devem ser construídos de forma participativa dentro da própria comunidade, não sendo algo pré-definido e imposto Turismo e Sociedade (ISSN: 1983-5442). Curitiba, v. 14, n. 3, p. 20-41, setembro-dezembro de 2021 para que ela apenas cumpra as tarefas que lhe forem determinadas (NITSCHE, 2013). A indústria do turismo está dominando cada vez mais comunidades no mundo, e assim tornou-se essencial uma abordagem crítica e emancipatória (BLACKSTOCK, 2005). ...
... Do ponto de vista do visitante, o TBC tem uma grande influência sobre quem escolhe fazê-lo, pois a experiência serve como meio de interagir com culturas distintas e possibilita ao turista uma maneira diferenciada de absorver os costumes locais (GODINHO; LANÇA, 2018). Daí a necessidade de conhecer os espaços vividos, enfatizando a história da comunidade e valorizando sua relação com o lugar (NITSCHE, 2013). Como tem se demonstrado em anos recentes, a floresta amazônica e suas populações tradicionais despontam com grande relevância para esta forma de turismo. ...
... Seguindo o modelo de Mamirauá, a RDS Amanã (FIGURA 1) foi criada por decreto estadual (AMAZONAS, 1998) para proteger mais de 2 milhões de hectares de várzeas e terras firmes entre as bacias dos rios Solimões e Negro. Em uma área próxima ao rio Japurá, a região do Lago Amanã apresenta grande potencial para turismo de natureza, cultural, rural e comunitário (COELHO, 2012;2013) e as comunidades locais vêm se organizando para elaborar suas próprias formas de conduzir os processos. ...
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O turismo de base comunitária é carregado de valores e princípios que se revelam positivos para os envolvidos. Por meio da organização comunitária para o turismo, é possível que as populações acessem caminhos para conquistar seus direitos, garantindo autonomia sobre seus territórios e modos de vida. No caso dos povos tradicionais da Amazônia, que desenvolveram modos específicos de uso e manejo do ambiente, um modelo de turismo construído de forma a valorizar sua cultura e sua relação com o ambiente, além de propiciar desenvolvimento social e econômico, pode fortalecer processos de luta por reconhecimento territorial e histórico. Na região do médio Solimões, no Amazonas, comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (RDS) Amanã planejam suas formas de organizar e desenvolver o turismo em seus territórios. O presente trabalho, que faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre o TBC na RDS Amanã, tem como objetivo descrever a organização para o turismo nas comunidades do Lago Amanã, analisando as singularidades e os desafios encontrados. O processo de planejamento vem sendo acompanhado desde 2010, e os métodos de investigação valeram-se de estratégias de pesquisa de campo como a observação participante em estadia junto aos moradores, o apoio e acompanhamento de viagens com turistas, entrevistas com atores locais, além de consulta a bibliografia sobre os temas abordados. No recorte deste artigo, buscou-se debater os principais obstáculos para a organização do turismo comunitário, bem como as estratégias e possibilidades que a atividade pode oferecer para os povos ribeirinhos da Amazônia. Os moradores se mostram cada vez mais engajados e empoderados dos processos decisórios, ainda buscando definir o formato de turismo e os meios para alcançarem seus objetivos de maneira autônoma.***Agradecemos imensamente a todas/os habitantes das comunidades da Reserva Amanã, em especial as/os que participam dos trabalhos de planejamento do turismo.
... For Nitsche (2013), in most cases, the local community does not work with tourism projects, maintaining total dependence on public power, subject to several problems in constructing effective policies, such as public management changes. Feger & Veis (2018, p. 113) exemplifies that the distancing of local actors in tourism projects can be caused by "[...] non-acceptance of tourism in the city or region, ignorance of the program, the depoliticization of society, aversion to the impacts of tourism, limiting the long-term vision, among others". ...
... Or even because there is no planning capable of encompassing local interests and needs that the tourist activity would supply, indifference may materialize, and in some cases even provoke rejection on the part of local subjects (Czernek, 2013;Nitsche, 2013). Therefore, residents' need for tourism governance must be linked to improving the collaborative decision-making process with different tourism agents. ...
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Issues of governance, collaboration, and participation are at the forefront of much tourism public management on finding new alternatives to tourism destinations development. This paper aims to diagnose the performance of social participation in the Brazilian Tourism Regionalization Program from 2004 to 2020. This research has a qualitative approach with data collected through bibliographic and documentary research covering 2004 to 2020. The data collected were analyzed according to categories defined by the literature. We analyzed eleven Tourism Regionalization Program documents and 13 specific published articles on tourism governance instances in the Tourism Regionalization Program. As a result, we observe that social participation went from a fundamental issue in 2004 to a prerequisite for integrating a tourist region in 2020. And they are now suppressed by the targeting of protagonism for the private sector. The S.M. Minasi; E.F. Kaizer; R.M. Oliveira 232 Enlightening Tourism. results of this research advance the theoretical discussions regarding social participation in Brazilian tourism's regionalization. The synthesis of the analyses and discussions promoted the need to rethink organizing tourism governance in the Brazilian case to meet the demand for social participation and the regional development of tourism.
... Ex-Reitor da Universidade Federal de Ouro Preto (2005-2013 APRESENTAÇÃO o conHecimento cientíFico como proDuto e proDutor De uma socieDaDe DesiGual: à Guisa De apresentação ...
... A geografia cultural, na sua vertente fenomenológica humanista, considera que um espaço, quando vivido, passa a ser entendido sob o termo "lugar", estabelecendo-se uma relação de afetividade entre as pessoas e os lugares. Assim, de acordo com Nitsche (2013), compreende-se que o espaço visitado, objeto das ações de planejamento turístico, é o mesmo espaço que também é vivido por uma comunidade. ...
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O trabalho foi realizado a partir de revisão bibliográfica relacionada aos temas descentralização e regionalização, além do contexto do turismo e seu desenvolvimento referente ao período de 2003 a 2010. Procedeu-se a uma pesquisa documental e coleta de dados estatísticos sobre a situação do turismo no mundo, no Brasil e em Minas Gerais, com o uso de informações colhidas em órgãos de turismo oficialmente reconhecidos, tais como a Organização Mundial de Turismo (OMT), o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), o Ministério do Turismo (MTur) e a Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais (SETUR). Também foram realizadas entrevistas qualitativas abertas com gestores ligados aos programas de regionalização do turismo na SETUR. O presente trabalho poderá servir como uma boa ferramenta para a SETUR analisar o funcionamento dos circuitos turísticos de acordo com um modelo mais desenvolvido e estruturado, inclusive gerando ideias que possam ajudar na melhoria do programa. Os resultados da pesquisa também poderão beneficiar os gestores e presidentes dos circuitos, auxiliando-os no funcionamento e esclarecimento de como funciona uma política de regionalização e de qual papel esses atores de fato possuem.
... Ex-Reitor da Universidade Federal de Ouro Preto (2005-2013 APRESENTAÇÃO o conHecimento cientíFico como proDuto e proDutor De uma socieDaDe DesiGual: à Guisa De apresentação ...
... A geografia cultural, na sua vertente fenomenológica humanista, considera que um espaço, quando vivido, passa a ser entendido sob o termo "lugar", estabelecendo-se uma relação de afetividade entre as pessoas e os lugares. Assim, de acordo com Nitsche (2013), compreende-se que o espaço visitado, objeto das ações de planejamento turístico, é o mesmo espaço que também é vivido por uma comunidade. ...
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A governança em turismo entendida como um processo, e não como um modelo de gestão, deve buscar a participação plural, ou seja, aquela em que incluem a participação mediata e a imediata dos stakeholders envolvidos. O objetivo deste estudo é compreender a participação (mediata e imediata) de moradores no desenvolvimento do turismo em Curitiba influenciada pelas políticas de descentralização e participação social no Brasil, ocorridas após a Constituição de 1988. Para atingir tal objetivo, o estudo de caso com abordagem qualitativa e descritivo foi conduzido por uma pesquisa bibliográfica e documental nos canais de comunicação com a população do município de Curitiba: Central 156, página do Facebook da Prefeitura Municipal, Fale Conosco do Instituto Municipal de Turismo de Curitiba, Programa Fala Curitiba e Conselho Municipal de Turismo de Curitiba. Os resultados obtidos evidenciam a disponibilidade dos canais de comunicação para o processo de governança em turismo em Curitiba. Todavia, verifica-se que nem todos os atores impactados pelo turismo participam das deliberações ocorridas no COMTUR. Observa-se que o cidadão curitibano se importa com o turismo da cidade e critica situações, bem como, sugere melhorias nos atrativos e pontos de informação turística. E neste sentido, as participações por meio dos diversos canais podem qualificar as políticas e programas de desenvolvimento do turismo no município.
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Os Parques Nacionais (PARNAs) podem ser considerados um dos principais atrativos naturais turísticos no mundo. Concessões de serviços de uso público em áreas protegidas se tornaram importante instrumento contratual nas parcerias público-privadas; consequência de um cenário de sucateamento de serviços públicos, de negligência e falta de investimentos públicos nas atividades de gestão, administração, conservação e manutenção das áreas naturais. Nos últimos anos, a gestão pública ampliou o número de projetos de concessão para alavancar o fluxo de visitantes, e foram desenvolvidos estudos técnicos para analisar casos de parques com concessões no mundo e como esses modelos poderiam se adequar à realidade brasileira. Assim, o objetivo deste artigo foi identificar modelos de concessão em PARNAs brasileiros, buscando compreender o panorama de parcerias público-privadas que utilizam a concessão como instrumento legal de gestão das unidades. Trata-se de um estudo qualitativo, de caráter descritivo, com pesquisa bibliográfica e documental, que buscou sistematizar, analisar e interpretar dados encontrados sobre processos licitatórios de concessão e modelos adotados em PARNAs. Foram identificadas sete unidades em território nacional, com onze contratos baseados em modelos de concessão de uso da área pública para melhoria da infraestrutura e prestação de serviços de apoio à visitação, com foco na melhoria da operacionalização e gestão das atividades turísticas.
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Considerando o impacto económico no turismo e a visibilidade social crescente da comunidade LGBT no Mundo, considera-se imprescindível desenvolver o sector turístico com base na investigação e segmentação do mercado de forma a tornar um destino turístico mais competitivo. O turismo LGBT é um turismo de segmentos que tem vindo a assumir uma importância crescente no setor turístico. Neste sentido, o objetivo do presente estudo consistiu em examinar o papel do marketing turístico e qual a sua importância no que se refere às especificidades desta comunidade. Pretendeu-se, igualmente, traçar o perfil do turista LGBT, a procura e a oferta turística existente em contextos nacionais e internacionais. Foi apresentado e discutido um modelo conceptual, a testar empiricamente, por forma a melhor compreender a importância de algumas variáveis do marketing numa ótica de comportamento do consumidor do segmento LGBT. Apesar da oferta existente, este segmento, ainda está pouco explorado em Portugal no ano de 2018. No final, procede-se a uma reflexão sobre o tema com a explicitação de um modelo e discutem-se linhas de investigação futura.
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O objetivo da pesquisa foi analisar a interação entre as políticas públicas de turismo e de cultura por meio da análise dos planos nacionais, estaduais e municipais dos dois setores. Para tanto, foi realizada uma pesquisa documental no Brasil com uma coleta de dados envolvendo os Planos Nacionais de Cultura (2010-2020) e Turismo (2018-2022), os Planos de Cultura (2017-2027) e Turismo (2016-2026) do Estado do Paraná e os Planos Municipais de Cultura (2015-2025) e Turismo (201-2017) da cidade de Curitiba. Os resultados da pesquisa demonstraram que os planos municipais de cultura e de turismo são os que apresentaram uma maior interação entre as respectivas áreas. O oposto foi verificado nos planos nacionais de cultura e de turismo. O turismo cultural está presente nos planos de cultura juntamente com participação da comunidade, capacitação, inclusão, renda e interação com os empresários. Já a cultura se manifesta nos planos de turismo relacionada a preservação de recursos culturais, divulgação, diversidade e sensibilização. Assim, conclui-se que apesar dos formuladores e políticas públicas demonstrarem conhecimento da outra área, há uma dificuldade entre os dois setores, principalmente na esfera federal, em definir metas em comum. As estratégias para o turismo nacional têm direcionamentos econômicos e voltados para a geração de renda, enquanto as políticas nacionais de cultura reforçam objetivos de preservação e autenticidade. Logo, investigações sobre a necessária interação entre as políticas públicas de turismo e cultura, analisado, por exemplo, a implementação das mesmas, formam um campo vasto de atuação para os pesquisadores da área.
A geografia cultural. 2
  • P Claval
CLAVAL, P. A geografia cultural. 2. ed. Florianópolis: UFSC, 2001.
Desvendando o espaço vivido da comunidade de Guajuvira e sua relação com o turismo, em Araucária, Paraná (PR). 223 f. Tese (Doutorado em Geografia). Setor de Ciências da Terra
  • L B Nitsche
NITSCHE, L. B. Desvendando o espaço vivido da comunidade de Guajuvira e sua relação com o turismo, em Araucária, Paraná (PR). 223 f. Tese (Doutorado em Geografia). Setor de Ciências da Terra, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, 2012.
Turismo: ciência ou técnica? Revista Turismo
  • Santos
  • J Filho
SANTOS FILHO, J. Turismo: ciência ou técnica? Revista Turismo. Disponível em <http://www.revistaturismo.com/artigos/cienciatecnica.html>. Acesso em: 24/09/2007.