ChapterPDF Available

Dentes de Theropoda da Formação Adamantina (Cretáceo Superior, Bacia Bauru) da região do município de Ibirá, São Paulo, Brasil

Authors:
6
Paleontología y dinosaurios
desde América Latina
Jorge Calvo, Juan Porri,
Bernardo González Riga
y Domenica Dos Santos
(Editores Cientícos)
Universidad Nacional de Cuyo
Primera edición, Mendoza 2011
Ilustración de Portada: Fabio Pastori (reconstrucción “en vida” de Megaraptor namunhuaiquii)
Ilustraciones de portadas interiores: Dr. Bernardo González Riga (reconstrucciones “en vida” de Malarguesaurus
orenciae -portada de la I Parte, Contribuciones cientícas- y de “Kritosaurus” australis – portada de la II Parte,
Contribuciones educativas y de divulgación cientíca.
Serie: Documentos y Testimonios N°24, subserie Aportes.
Esta publicación contó con el apoyo económico de Chevron SA, Pan American Energy, proyecto Dino, ANPCYT
PICT 2005-33984 y del Instituto de Ciencias Básicas y Secretaría de Ciencia, Técnica y Posgrado de la Universidad
Nacional de Cuyo.
Impreso en Argentina - Printed in Argentina
ISBN 978-950-39-0265-3
Queda hecho el depósito que marca la ley 11.723
© EDIUNC, 2011
Centro Universitario, 5500 Mendoza
República Argentina
Paleontología y dinosaurios desde América Latina / Jorge Calvo, Juan Porri, Bernardo Gonzalez Riga y
Domenica Dos Santos (editores) . - 1a ed. - Mendoza : Editorial de la Universidad Nacional de Cuyo - EDIUNC, 2011.
296 p. ; 26x19 cm. - (Documentos y testimonios. Aportes; 24)
ISBN 978-950-39-0265-3
1. Paleontología. I. Gonzalez Riga, Bernardo II. Calvo, Jorge
CDD 560
Fecha de catalogación: 13/12/2010
10
Considerações paleocológicas sobre a paleoicnofauna eocretácica da região central do
Estado de São Paulo, Brasil......................................................................................... 107
Francischini-Filho, Heitor Roberto e Fernandes, Marcelo Adorna
Dentes de Theropoda da Formação Adamantina (Cretáceo Superior, Bacia Bauru) da
região do Município de Ibirá, São Paulo, Brasil........................................................... 115
Ghilardi, Aline Marcele e Fernandes, Marcelo Adorna
Paleobiology of South American Titanosaurs............................................................... 125
González Riga, Bernardo Javier
Revision of MUCPv 204, a Senonian basal Titanosaur from northern Patagonia........ 143
Juárez Valieri, Rubén D. and Calvo, Jorge O.
Sauropods crossing formations: Biostratigraphical implications for Patagonian faunal
assemblages.................................................................................................................. 153
Juárez Valieri, Rubén D.; Calvo, Jorge O. and Ríos Díaz, Sergio D.
New information on Ekrixinatosaurus novasi Calvo et al. 2004, a giant and massively-
constructed Abelisauroid from the “Middle Cretaceous” of Patagonia........................ 161
Juárez Valieri, Rubén D.; Porri, Juan D. and Calvo, Jorge O.
Pterosaur teeth from the Alcântara Formation, Cretaceous of Brazil.......................... 171
Lindoso, Rafael Matos; Elias, Felipe Alves; Medeiros, Manuel Alfredo; Santos, Ronny Anderson
Barros and Pereira, Agostinha Araújo
Postcanine replacement in Brasilodon and Brasilitherium (Cynodontia,
Probainognathia) and its bearing in Cynodont evolution............................................. 179
Martinelli, Agustín G. and Bonaparte, José F.
Roedores pleistocénicos de dos localidades de la región centro del estado de Hidalgo,
México.......................................................................................................................... 187
Palma-Ramírez, Arturo; Martínez-García, Ana Laura y Castillo-Cerón, Jesús Martín
A review of the Mesozoic Mammalian record of South America................................ 195
Rougier, Guillermo W.; Gaetano, Leandro; Drury, Bradley R.; Colella, Rita; Gómez, Raúl O.; Paez
Arango, Natalia
Paleontología y dinosarios desde américa latina
115
Dentes de Theropoda da Formação Adamantina
(Cretáceo Superior, Bacia Bauru) da região do
município de Ibirá, São Paulo, Brasil
Ghilardi, Aline Marcele1
Fernandes, Marcelo Adorna1
Introdução
Dentes isolados de terópodes são muito comuns no registro fóssil do mesozóico. Este tipo de
material já foi destacado por apresentar certo grau de utilidade taxonômica que pode a ampliar
o conhecimento sobre a composição das assembléias fósseis de dinossauros, além de ajudar a
descrever o alcance temporal e biogeográco de alguns taxa (Currie et al., 1990; Farlow et al.,
1991; Buscalioni et al., 1996; Baszio, 1997; Smith, 2005; Smith et al., 2005).
Entre 2006 e 2007, dentes e fragmentos de dentes de dinossauros terópodes foram encontrados
durante incursões realizadas a aoramentos da Formação Adamantina (Cretáceo Superior, Bacia
Bauru) na região do município de Ibirá, estado de São Paulo, Brasil.
A proposta deste estudo foi identicar nestes espécimes características que permitissem
agrupá-los em morfotipos distintos a m de associá-los com outros descritos e materiais de
taxa já conhecidos.
Contexto Geológico
Os dentes foram encontrados em dois aoramentos da Formação Adamantina, unidade
litoestratigráca pertencente à Bacia Bauru (gura 1), localizados nas imediações do bairro Vila
Ventura do município de Ibirá, SP, Brasil.
A Formação Adamantina contém sedimentos de idade Turoniano-Santoniano (Dias-Brito et
al., 2001), depositados em ambiente de planícies aluviais com canais uviais rasos entrelaçados
associados a pequenos deltas e a um sistema lacustre secundário. Este cenário era inuenciado
por um clima semi-árido sujeito a sazonalidade bem marcada, na qual se intercalavam períodos
severos de seca com estações chuvosas (Soares et al., 1980; Mezzalira, 1980; Goldberg e Garcia,
2000 e Dias-Brito et al., 2001).
São característicos desta formação arenitos nos e lamitos siltosos de cor rósea a castanha
com intercalações de argilitos castanho-avermelhados. Os extratos normalmente apresentam-se
1 Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva (DEBE), Laboratório
de Paleoecologia e Paleoicnologia. Via Washington Luis, km 235, Caixa Postal 676, 13565-90. São Carlos - SP, Brasil.
E-mail: alinemghilardi@yahoo.com.br
116
de forma maciça ou em acamamento planoparalelo, alternados com camadas de estraticação
cruzada (Fernandes e Coimbra, 1996).
Figura 1. Mapa da Bacia Bauru com a localização de Ibirá, SP (Modicado de Fernandes e Coimbra, 1996).
A assembléia fossilífera da Formação Adamantina é uma das mais ricas da bacia juntamente
com a da Formação Marília. No contexto destas unidades já foram registrados: algas carótas,
pteridótas, gimnospermas, gastrópodes, bivalves, crustáceos, peixes, anfíbios, quelônios,
lepidossauros, crocodiliformes, dinossauros saurópodes e terópodes, aves, mamíferos, além
de icnofósseis de invertebrados, coprólitos e ovos. Entre os dinossauros já foram identicados
materiais de saurópodes Titanosauridae e terópodes Carcharodontosauridae, Abelisauroidea e
Maniraptoriformes (Price, 1950; 1953 1955; Estes e Price, 1973; Mezzalira, 1989; Baez e Peri,
1989; Bertini et al., 1993; Senra e Silva-Silva, 1998; Carvalho e Bertini, 1999; Magalhães-Ribeiro,
1999; Musacchio, 2000; Dias-Brito et al., 2001; Carvalho et al., 2005; Alvarenga e Nava, 2005;
Novas et al., 2005; Brito et al., 2006; Fernandes e Carvalho, 2006; Candeiro et al., 2006 e França
e Langer, 2006).
Paleontología y dinosarios desde américa latina
117
A grande maioria dos registros de terópodes é baseada na ocorrência de dentes isolados.
Registros ósseos são raros e constituem-se apenas de espécimes incompletos e fragmentados
(Kellner e Campos, 2002 e Candeiro et al., 2006). A única espécie de terópode descrita para Bacia
Bauru seria Pycnonemosaurus nevesi Kellner e Campos, 2002, um Abelisauroidea descrito com
base em dentes, porções de vértebras caudais, fragmentos de costelas e tíbia e fíbula incompletas.
Material e Métodos
Foram estudados 21 espécimes entre dentes e fragmentos de dentes de terópodes. Estes estão
depositados no Museu de História Natural Prof. Dr. Mário Tolentino da Universidade Federal de
São Carlos (UFSCar), São Carlos, SP, Brasil.
Os exemplares foram analisados e agrupados em diferentes morfotipos levando-se em
consideração características morfológicas de sua coroa, já apontadas na literatura como de
possível utilidade taxonômica. Entre elas o formato, tamanho, grau de compressão labiolingual,
curvatura, presença de ornamentações (enrugamentos), presença de carenas denidas, de serrilhas
nas carenas e também quanto ao formato dos dentículos (Currie et al., 1990; Farlow et al., 1991;
Buscalioni et al., 1997 e Smith et al., 2005). A densidade de dentículos não foi considerada nas
análises devido à grande variação observada entre os espécimes.
Consideraram-se morfotipos já previamente descritos na literatura para realização de
possíveis associações a categorias taxonômicas.
A terminologia anatômica foi baseada em Smith e Dodson (2003).
Resultados
Nenhum exemplar apresenta a porção radicular completa, o que pode sugerir que se tratem
somente de dentes de reposição. Todos possuem carena mesial e distal denidas e compressão
lábiolingual em diferentes graus, com altura da coroa bastante variável. Os mofortipos 1, 2 e 3
apresentam ambas as carenas serrilhadas, diferindo-se quanto a altura da coroa, grau de curvatura
das carenas e morfologia dos dentículos. Os morfotipos 1 e 2 apresentam dentículos na carena
distal com formato de cinzel (chisel-like), enquanto que os do morfotipo 3, em formato de gancho
(hooked-like). Os exemplares do morfotipo 4 não apresentam serrilhas nas carenas.
Os materiais dos morfotipos 1 e 2 são mais semelhantes entre si, podendo ser associados
a terópodes de médio e grande porte devido ao seu tamanho. Diferem-se quanto ao grau de
compressão lateral, altura relativa da coroa e presença de ornamentações no esmalte. Estes
compreendem a maioria dos exemplares.
Morfotipo 1 (gura 2. A)- Quando comparados com os do morfotipo 2, apresentam-se mais
comprimidos lábio-lingualmente e com coroa mais baixa, considerando-se proporcionalmente
dentes de theroPoda da Formação adamantina, bacia bauru
118
o comprimento basal desta. Os dentículos têm formato de cinzel e observam-se fendas
interdenticulares normalmente pouco pronunciadas. A carena distal apresenta-se aproximadamente
reta, enquanto que a mesial apresenta curvatura acentuada principalmente nos seus dois terços
apicais. Não se observam ornamentações na coroa.
Morfotipo 2 (gura 2.B)- Em comparação com o primeiro morfotipo, estes dentes são menos
comprimidos lábio-lingualmente e possuem coroa mais alta. Ambas as carenas são curvadas em
sentido caudal, sendo o grau de curvatura variável. Os dentículos têm formato de cinzel e as
fendas interdenticulares são geralmente mais evidentes. Observa-se a presença de enrrugamentos
no esmalte, porém estes são pouco marcados e normalmente mais visíveis na porção anterior da
face lingual.
Morfotipo 3 (gura 2. C)- é representado por apenas um dente, com comprimento total da
coroa de apenas 6,5 mm, e um fragmento de dente que consiste da porção distal mediana e apical
da coroa. O exemplar com coroa completa é fortemente achatado lábio-lingualmente e apresenta
ambas as carenas serrilhadas e bastante curvadas em sentido caudal. Os dentículos observados na
carena distal dos dois espécimes apresentam-se em formato de gancho (gura 2. D.). No exemplar
completo não foi possível identicar o formato dos dentículos da carena mesial já que estes não
se encontram sucientemente bem preservados.
Morfotipo 4 (gura 2. E)- Compreende quatro exemplares, os quais possuem acentuada
compressão lábio-lingual, carena mesial curvada e distal reta, ambas sem serrilhas (gura 2. F). O
menor espécime tem 4,6 mm e o maior 16,4 mm. Foi possível observar que a ausência de serrilhas
nas carenas não se deu por desgaste, mas é uma característica intrínseca.
Figura 2. A, Morfotipo 1, Escala=30mm; B, Morfotipo 2, Escala=30mm; C, Morfotipo 3,
Escala=3mm; D. Detalhe da carena distal com dentículos em formato de gancho de um exemplar
do Morfotipo 3; E. Morfotipo 4, Escala=30mm; F. Detalhe das carenas desprovidas de serrilhas de
um exemplar do Morfotipo 4, Escala=3mm.
Paleontología y dinosarios desde américa latina
119
Discussão
Considerando-se estudos realizados com materiais da Bacia Bauru, os exemplares do
Morfotipo 1 apresentam características comparáveis com aquele descrito por Bittencourt e Kellner
(2002) e com espécimes estudados por Candeiro (2007) associados a Abelisauroidea.
Eles apresentam características consideradas comuns a este clado, que poderiam distingui-los
de outros Theropoda, como a coroa relativamente baixa, a carena distal aproximadamente reta e a
mesial com uma curvatura acentuada em seus dois terços mais apicais (Smith, 2005; Smith et al.,
2005, Smith y Dalla Vechia, 2006).
Cabem ressalvas, no entanto, pois pouco se conhece sobre a variação na dentição dos
Abelisauroidea. Ainda são necessárias descrições mais detalhadas, como a realizada por Smith
(2007), que venham a contribuir para o estabelecimento de sinapomoras robustas que auxiliem
na identicação mais segura de materiais isolados.
Quanto aos exemplares do morfotipo 2, estes poderiam num primeiro momento ser associados
a Carcharodontosauridae, ao observar-se a presença enrrugamentos no esmalte. Este caractere já
foi considerado como diagnóstico do clado (Sereno et al., 1996), no entanto, Smith (2005) e
Brusatte et al. (2007) destacaram que a presença ou ausência de enrrugamentos não deveria ser
considerada como um critério válido na determinação de materiais isolados como pertencentes
ou não ao grupo. Eles relatam que esta não se trataria de uma característica restrita, já que estaria
presente também em outros tetanúrios basais, assim como em coelurossauros basais. Além disso,
poderia ser observada também em alguns Abelisauroidea (Skorpiovenator) (Canale et al., 2009).
Brusatte et al. (2007) ressaltam ainda, que alguns taxa de Carcharodontosauridae podem
inclusive não apresentar enrrugamentos na coroa, enquanto Smith (2005) questiona inclusive o
que seria considerado ou não como um enrrugamento.
Ao considerar-se o conjunto de características dos dentes em questão -não só a presença dos
enrrugamentos-, ainda assim este material apresentaria maior anidade aos Carcharodontosauridae.
A coroa alta, a curvatura caudal de ambas as carenas, o baixo grau de compressão lábio-lingual
e a conguração dos dentículos corroborariam essa armativa, de acordo com observações de
Candeiro (2007) para materiais do grupo e a coroa alta, a curvatura das carenas e o grau de
compressão lábio-lingual, em especial, permitiriam excluir anidades com Abelisauroidea.
Estes exemplares foram tentativamente atribuídos a Carcharodontosauridae, considerando-
se os materiais já descritos para a unidade geológica abordada. No entanto, sugere-se que sejam
feitas futuras observações mais detalhadas, em especial quanto ao padrão dos enrrugamentos, e
comparações com espécimes de outros tetanúrios basais e inclusive tiranosauróides. Isso deverá
auxiliar para uma atribuição taxonômica melhor embasada. Acredita-se também, que uma futura
análise considerando o trabalho de Smith et al. (2005), que propõe uma metodologia quantitativa
para se avaliar as anidades taxonômicas, pode vir a fornecer dados mais esclarecedores para
estes dentes.
dentes de theroPoda da Formação adamantina, bacia bauru
120
Em relação aos espécimes do Morfotipo 3, a presença de dentículos com formato de guancho
na carena distal permitiria associá-los a maniraptoriformes, de acordo com observações de
Buscalioni et al. (1996). Estes autores assinalam que tal característica somente teria sido descrita
em taxa deste grupo até então.
O único espécime deste morfotipo cuja coroa está completa não apresenta os dentículos
da carena mesial e da parte basal distal sucientemente bem preservados. Sendo assim, não foi
possível realizar melhores considerações sobre suas anidades taxonômicas.
A ausência de serrilhas nas carenas, característica observada nos dentes do Morfotipo 4,
somente foi descrita para poucos táxons de Theropoda até então. Entre eles alguns Coelophysidae,
Coeluridae, Alvarezsauridae e Dromaeosauridae, além de, Pelecanimimus (Ornithomimosauria),
Byronosaurus (Troodontidae) e aves primitivas (e.g. Makovicky et al., 2003; Novas et al., 2008,
etc.). Poder-se-ia descartar uma associação deste material a Ornithomimosauria, Alvarezsauridae,
Troodontidae e Aves pela ausência de constrição basal da coroa. Alguns dos espécimes não
apresentam, no entanto, condições de preservação tão satisfatórias que permitam visualizar
seguramente a ausência desta característica.
Uma associação mais aceitável seria com Dromeosauridae Unenlagiinae do Cretáceo
Superior do Grupo Neuquén, Argentina, (e.g. Buitreraptor, Unenlagia ou Austroraptor). Todavia,
os dentes aqui descritos se diferenciam destes por possuírem a margem distal da coroa reta e
acentuada compressão lábio-lingual. Isto não exclui, contudo, a possibilidade de uma anidade
com este grupo. A dentição dos Unenlagiinae ainda é muito pouco conhecida e caberia uma futura
re-análise.
Não se encontrou na literatura da Bacia Bauru referências a materiais semelhantes a estes.
Acredita-se que deva tratar-se de um novo morfotipo para o contexto desta unidade.
Conclusões
Qualquer atribuição taxonômica mais acurada a materiais desta natureza ainda deve ser
feita com cautela, já que a variação da dentição dentro dos taxa de terópodes ainda é pouco
compreendida. Os espécimes analisados apresentaram em geral características que se encaixam
em descrições já realizadas para materiais da Bacia Bauru, com exceção daqueles agrupados
no Morfotipo 4, o que vem a acrescentar ao conhecimento sobre a assembléia fossilífera dessa
unidade e a variedade de taxa de dinossauros terópodes que nela ocorrem.
Análises considerando outros caracteres morfológicos e métricos quantitativos, como aqueles
propostos por Smith (2005) e Smith et al. (2005) deverão ser feitas e poderão revelar-se mais
esclarecedoras para o estabelecimento de anidades taxonômicas, principalmente em relação aos
dentes dos Morfotipos 2.
A possibilidade de reconhecer taxonomicamente materiais isolados e numerosos como estes
oferece grandes vantagens em casos como o da Bacia Bauru, em que os remanescentes ósseos
Paleontología y dinosarios desde américa latina
121
de terópodes são raros. A identicação taxonômica dos abundantes dentes isolados pode ajudar
a ampliar consideravelmente o conhecimento sobre a constituição fossilífera da unidade e ser
importante fonte de dados para estudos paleobiogeográcos e recostituições paleoecológicas.
Agradecimentos
Aos dois revisores anônimos, cujas sugestões contribuíram substancialmente para a versão
nal deste manuscrito.
Bibliograa
alvarenga, h.m.F. e nava, W.r. 2005. Aves Enantiornithes do Cretáceo Superior da Formação
Adamantina do Estado de São Paulo, Brasil. 2º. Congresso Latino-Americano de Paleontologia
de Vertebrados (Rio de Janeiro, 2005), Boletim de Resumos: 20.
baez, a.m. e Peri, s. 1989. Baurubatrachus pricei nov. gen. et sp., un anuro del Cretacico Superior de
Minas Gerais, Brasil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 61: 447-458.
baszio s. 1997. Investigations on Canadian dinosaurs: systematic palaeontology of isolated dinosaur teeth
from the Latest Cretaceous of south Alberta, Canada. Courier Forschungsinstitut Senckenberg,
96: 33–77.
bertini, r.J., marshal, l.g., gayet, v.m. e brito, s. 1993. Vertebrate fauna from Adamantina and
Marília formations (Upper Bauru Group, Late Cretaceous, Brazil) in their stratigraphic and
paleobiogeograc context. Neues Jarhbuch Geologie Paläontologie, Abhandlung, 188 (1): 71-
101.
bittencourt, J.s. e kellner, a.W.a. 2002. Abelisauria (Theropoda, Dinosauria) teeth from Brasil. Boletim
do Museu Nacional, Geologia, 63: 1-8.
brito, P.m., amaral, c.r.l. e machado, l.P.c. 2006. A ictiofauna do Grupo Bauru, Cretáceo Superior
da Bacia Bauru, Sudeste do Brasil. En: v. gallo, P.m. brito, h.m.a. silva e F.J. Figueiredo (eds.).
Paleontologia de vertebrados: grandes temas e contribuições cientícas, Interciência, Rio de
Janeiro, pp.133-143.
brusatte, s.l., benson, r.b.J., carr, t.d., Williamson, t.e. e sereno, P. c. 2007. The systematic utility of
theropod enamel wrinkles. Journal of Vertebrate Paleontology, 27(4): 1052-1506.
buscalioni, a.d., gasParini, z., Pérez-moreno, b.P. e sanz, J.l. 1996. Argentinean theropods: rst
morphological analysis on isolated teeth. Bulletin of the Geological Socity of Denmark. World
Wide Web: http://2dgf.dk/publikationer/ dgf_on_line/vol_1 /buscalioni-et-al.html.
canale, J.i., scanFerla, c.a., agnolin, F.l. e novas, F.e., 2009. New carnivorous dinosaur from the Late
Cretaceous of NW Patagonia and the evolution of abelisaurid theropods. Naturwissenschaften, 96:
409-414.
candeiro, c.r.a. 2007. Padrões Morfológicos dos dentes de Abelisauroidea e Carcharodontosauridae
(Theropoda, Dinosauria) do Cretáceo da América do Sul. Tese de Doutorado. IG, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, 208 p.
dentes de theroPoda da Formação adamantina, bacia bauru
122
candeiro, c.r.a., martinelli, a.g., avilla, l.s. e rich, t.h. 2006. Tetrapods from the Upper Cretaceous
(Turonian-Maastrichian) Bauru Group of Brazil: a reppraisal. Cretaceous Research, 27: 923-946.
carvalho, i.s. e bertini, r.J. 1999. Mariliasuchus: um novo Crocodylomorpha (Notosuchia) do Cretáceo
da Bacia Bauru, Brasil. Geologia Colombiana, 24: 83-105.
carvalho, i.s., camPos, a.c.a. e nobre, P.h. 2005. Baurusuchus salgadoensis, a new Crocodylomorpha
from the Bauru Basin (Cretaceous), Brazil. Gondwana Research, 8 (1): 11-30.
currie, P.J.; rigby, J.r. e sloan, r.e. 1990. Theropod teeth from the Judith River Formation of Southern
Alberta, Canada. En: k. carPenter e P.J. curie (eds.), Dinosaur systematics: Approaches and
perspectives, Cambridge University Press, New York, pp.107-125.
dias-brito, d., musachio, e.a., castro, J.c. maranhão, m.s.s. suarez, J.m. e rodrigues, r. 2001.
Grupo bauru: uma unidade continental do Cretáceo no Brasil – concepções baseadas em dados
micropaleontológicos, isótopos e estratigrácos. Revue Paléobiologique, 20(1): 245-304.
estes, r. and Price, l.i. 1973. Iguanid lizard from the Upper Cretaceous beds of Brazil. Science, 180:
748-751.
FarloW J.o., brinkman d.l., abler W.l. and currie P.J. 1991. Size, shape, and serration density of
theropod dinosaur lateral teeth. Modern Geologist, 16:161–198.
Fernandes, a.c.s. and carvalho, i.s. 2006. Invertebrate ichnofossils from the Adamantina Formation
(Bauru Basin, Late Cretaceous), Brazil. Revista Brasileira de Paleontologia, 9: 211-220.
Fernandes, l.a. e coimbra, a.m. 1996. A Bacia Bauru (Cretáceo Superior, Brasil). Anais da Academia
Brasileira de Ciências, 68(2): 195-205.
França, m.a.g. de e langer, m.c. 2006. Phylogenetic relationships of the Bauru Group turtles (Late
Cretaceous of South-Central Brazil). Revista Brasileira de Paleontologia, 9(3): 365-373.
goldberg, k. and garcia, a.J.v. 2000. Palaeobiogeography of the Bauru Group, a dinosaurbearing
Cretaceous unit, northeastern Paraná Basin, Brazil. Cretaceous Research, 21: 241-254.
kellner, a.W.a. and camPos, d.a. 2002. On a theropod dinosaur (Abelisauria) from the continental
Cretaceous of Brazil. Arquivos do Museu Nacional, 60: 163-170.
magalhães-ribeiro c.m. 1999. Ovos fósseis da Formação Marília (Bacia Bauru, Cretáceo Superior),
Anais da Academia Brasileira de Ciências, 71 (4-I): 850.
makovicky, P.J., norrel, m.a. ; clark, J.m. and roWe, t. 2003. Osteology and relationships of
Byronosaurus jaffei (Theropoda : Troodontidae). American Museum Novitates, 3402 : 1-32.
mezzalira, s. 1980. Aspectos paleoecológicos da Formação Bauru. En: Mesa Redonda: A Formação
Bauru no Estado de São Paulo e regiões adjacentes. Publicação Especial da Sociedade Brasileira
de Geologia, 7, pp. 1-9.
mezzalira, s. 1989. Os fósseis do Estado de São Paulo. Instituto Geológico. Série Pesquisa. 2ª. Ed.,
Governo do Estado de SP, Secretária do Meio Ambiente, São Paulo, 136 pp.
musacchio, e.a. 2000. Biostratigraphy and biogeography of Cretaceous charophytes from South America.
Cretaceous Research, 21: 211-220.
novas, F.e., borges ribeiro, l.c. and carvalho, i.s. 2005. Maniraptoran theropod ungual from the
Marília Formation (Upper Cretaceous), Brazil. Revista del Museo Argentino Ciencias Naturales
“Bernadino Rivadavia”, 7: 31–36.
Paleontología y dinosarios desde américa latina
123
novas, F.e; Pol, d.; canale, J.i.; PorFiri, J.d. and calvo, J.o. 2009. A bizarre Cretaceous theropod
dinosaur from Patagonia and the evolution of Gondwanan dromeosaurids. Proceedings of the
Royal Society, 276: 1101-1107.
Price, l.i. 1950. Os crocodilídeos da fauna da Formação Bauru do Cretáceo terrestre do Brasil meridional.
Anais da Academia Brasileira de Ciências, 22(4): 473-490.
Price, l.i. 1955. Novos crocodilídeos dos arenitos da Série Bauru. Cretáceo do estado de Minas Gerais.
Anais da Academia Brasileira de Ciências, 27(4): 487-498.
Price, l.i., 1953. Quelônios da Formação Bauru, Cretáceo Terrestre do Brasil Meridional. Boletim da
Divisão de Geologia e Mineralogia, 14: 1-39.
senra, m.c.e. e silva-silva, l.h. 1998. Presença de esporocarpos de pteridótas na Formação Marília,
Grupo Bauru, Cretáceo Superior de Minas Gerais. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 70:
380–381.
sereno, P.c., dutheil, d.b., larochene, m., larson, h.c.e., lyon, g.h., magWene, P.m., sidor, c.a.,
varricchio, d.J. and Wilson, J.a. 1996. Predatory Dinosaurs from the Sahara and Late Cretaceous
Faunal Differentiation. Science, 272: 985-991.
smith, J.b and dalla vechia, F.m., 2006. An abelisaurid (Dinosauria: Theropoda) tooth from the Lower
Cretaceous Chicla Formation of Libya. Journal of African Earth Sciences, 46: 240-244.
smith, J.b. 2005. Heterodonty in Tyrannosaurus rex: implications for the taxonomic and systematic utility
of theropod dentitions. Journal of Vertebrate Paleontology, 25: 865–887.
smith, J.b. 2007. Dental morphology and variation in Majungasaurus crenatissimus (Theropoda:
Abelisauridae) from the Late Cretaceous of Madagascar. Journal of Vertebrate Paleontology, 27
(2): 103-126.
smith, J.b. and dodson, P. 2003. A proposal for standard terminology of anatomical orientation in fossil
vertebrate dentitions. Journal of Vertebrate Paleontology, 23:1-12.
smith, J.b., david, r.v. and dodson, P. 2005. Dental morphology and variation in theropod dinosaurs:
implications for the taxonomic identication of isolated teeth. The Anatomical Record, 285A: 699-
736.
soares, P.c., landim, P.m.b., FúlFaro, v.J. e sobreiro neto, a.F. 1980. Ensaio de caracterização
estratigráca do Cretáceo no Estado de São Paulo: Grupo Bauru. Revista Brasileira de
Geociências, 10(3): 177-185.
dentes de theroPoda da Formação adamantina, bacia bauru
... Theropods from the Bauru Group include mostly Abelisauroidea , Delcourt and Iori 2020, Iori et al. 2021), but there is also evidence of Megaraptora (Méndez et al. 2012, Martinelli et al. 2013 and Maniraptora (Machado et al. 2008, Candeiro et al. 2012b, Delcourt and Grillo 2014, Brum et al. 2021. Theropod bone material is comparatively rare in the unit and always very fragmentary and disarticulated, but isolated teeth are abundant and diverse (Ghilardi and Fernandes 2011, Tavares et al. 2014, Brusatte et al. 2017, Delcourt et al. 2020a. ...
... Despite the relatively poor record of theropod skeletal material from the Bauru Group and the 'Cambambe Basin' , the dental record of both units is abundant and has increased in recent years (e.g. Candeiro et al. 2004, 2006, Ghilardi and Fernandes 2011, Tavares et al. 2014, Delcourt and Grillo 2018a, easily surpassing the non-dental record, especially in the Bauru Group. The morphology of isolated theropod teeth is relatively variable, especially those from the Bauru Group, which led some authors to classify them into different theropod clades using external morphological characteristics. ...
... They were referred to morphotype I owing to the strong labiolingual compression and straight distal margin. Despite Ghilardi and Fernandes (2011) suggesting possible affinity with unenlagiines because of the absence of denticles in both carinae in the last three crowns, this absence could be a taphonomic artefact. We suggest that additional analyses, such as histological sampling, should be carried out on these specimens to confirm our interpretation. ...
Article
In central South America, theropod remains are relatively scarce in comparison to the southern part of the continent, with shed teeth being the primary fossils found in this region. We examined 179 isolated teeth from the Bauru Basin, Brazil, using linear discriminant analysis (LDA; N = 178) and phylogenetic analysis (N = 174). The LDA used eight measurements, and the phylogenetic analysis used seven morphotypes. Although the results of the LDA suggest the presence of various South American theropod clades, such as Carcharodontosauridae, Noasauridae, and Spinosauridae, the phylogenetic analysis using a constrained dentition-based matrix classified the morphotypes as Abelisauridae (morphotypes I–IV, VI, and VII) and Therizinosauria (morphotype V). Given the considerable number of homoplastic characters and missing data, the phylogenetic analyses could not precisely determine the taxonomy of morphotypes V, VI, and VII in the unconstrained dataset. Morphological comparisons, nevertheless, strongly suggest that all morphotypes should be classified as abelisaurid theropods. We propose that the palaeogeographical distribution of Abelisauridae in South America was influenced by climatic conditions. These apex carnivores are likely to have adapted well to increased climate changes that led to semi-arid conditions. Our research sheds light on the evolutionary and ecological aspects of theropod dinosaurs in this region, contributing to a better understanding of the ancient ecosystems of central South America.
... The majority of dinosaur fossils from the Adamantina Formation are either isolated or fragmentary, this being particularly true with the theropod specimens, while the titanosaur record is usually better preserved and even articulated (Bandeira et al. 2018). Among these fossils, isolated and in situ teeth are abundant, with the third largest record (n = 88) found in Cretaceous Brazil (Candeiro et al. 2002Kellner et al. 2006;Ghilardi and Fernandes 2011;Tavares et al. 2014;França et al. 2016). Some of those isolated teeth elements could even be assigned to particular genera, such as the lithostrotian titanosaurs Brasilotitan nemophagus (Machado et al. 2013) and Maxakalisaurus topai (Kellner et al. 2006;França et al. 2016). ...
... Another important issue to be addressed is the high number of isolated carcharodontosaurid teeth across the globe that have been rediagnosed as abelisaurid teeth (Delcourt and Grillo 2018a;Delcourt et al. 2020;Meso, Juárez Valieri, et al. 2021b). These studies, focused mainly on isolated Late Cretaceous carcharodontosaurid teeth, have shown that this group did not persist beyond the Turonian, which raises uncertainties on previous assignations, such as the findings in the Bauru Group (Candeiro and Tanke 2018;Ghilardi and Fernandes 2011;Furtado et al. 2013). Those specimens, however, were still addressed as carcharodontosaurids in this study, as none of them were re-evaluated until now. ...
... In addition, deinonychosaurs have the highest percentage of teeth per described fossil remains among all Brazilian dinosaurs (98,88%; Figure 4G-H), with only two cranial and one axial element described so far Brum et al. 2021). The presence of these animals through isolated teeth has been pointed out in studies focused on Early Cretaceous units, such as the Alcântara Formation (Vilas-Bôas et al. 1999;Elias et al. 2007), with most of the findings being from in Late Cretaceous units from the Bauru Group (Bertini and Franco-Rosas 2001; Ghilardi and Fernandes 2011;Geroto and Bertini 2014;Tavares et al. 2014). Initial attempts to identify these tooth specimens were made in the Alcântara Formation and in undetermined locations of the Bauru Group (most possibly from the Adamantina or Marília Formations), where at first the materials were assigned to Dromaeosaurinae and Velociraptorinae (Elias et al. 2007;Geroto and Bertini 2014). ...
Article
Dinosaur fossils are commonly found in Brazilian Mesozoic strata, with teeth being frequently found in Cretaceous outcrops. Many studies have been made with the aim of reviewing the known diversity of Brazilian dinosaurs, mostly focusing solely on their palaeobiogeography. However, few tried to typify these body fossils in order to see which kinds were most prevalent in the fossil record. This study aims to count and identify all occurrences of non-avian dinosaur teeth (isolated or in situ) unearthed from Brazilian Cretaceous strata in order to objectively measure their representativity in the national fossil record. Our literature search showed that almost half of the dinosaur fossil record from the Cretaceous of Brazil is composed by teeth, those being particularly abundant in the Alcântara, Adamantina and Marília formations. Theropod teeth are more abundant in comparison to sauropod teeth, with spinosaurids, deinonychosaurs, and abelisaurids being amply found. Despite representing a large share of the Brazilian fossil record, dinosaur teeth have only recently been studied in depth, with many specimens being reassessed through the current identification methods. Other aspects besides primary taxonomic identification can also be further explored using the latest technologies on dinosaur teeth, allowing a deeper understanding of the palaeobiology of these reptiles.
... The record of non-avian theropods in the Bauru Basin is mostly composed by abelisauroid body fossils (de Souza et al., 2021;Delcourt and Iori, 2018;Iori et al., 2021;Langer et al., 2019), including numerous dental crowns (Delcourt et al., 2020b;Delcourt and Grillo, 2018;Ghilardi and Fernandes, 2011). Other theropod groups are rare, including undetermined (Delcourt and Grillo, 2014;Machado et al., 2008) and Unenlagiini (Brum et al., 2021;Candeiro et al., 2012) maniraptoriforms, as well as megaraptorans (Martinelli et al., 2013;Méndez et al., 2012). ...
Article
Abelisauridae is a diverse clade of theropod dinosaurs, geographically well-distributed especially in the southern continents during the Cretaceous. The record of abelisaurids in South America comes mainly from Patagonia, whereas in Brazil they are mostly represented by numerous dental crowns and isolated bones, with few formally named species, mostly coming from the Late Cretaceous beds of the Bauru Group. In this contribution, we describe a small abelisaurid mid-caudal vertebra (LPRP/USP L0020) from the Presidente Prudente Formation, Bauru Group. LPRP/USP L0020 bears several abelisaurid features, such as an almost flat ventral surface, a poorly constrict centrum, lack of pneumatization, and distally positioned transverse processes. Body length estimation suggest that LPRP/USP L0020 belonged to a roughly 3.4 m long adult animal, representing one of the smallest known abelisaurids. The discovery of LPRP/USP L0020 indicates that Late Cretaceous abelisaurids from central South America were more diverse in body size than previously known, and possibly as diverse as their Patagonian counterparts.
... Despite the above conditions, the dinosaurian record of the Bauru Group is significant. This is most notable in the case of isolated dental remains, the teeth of which are found in different geological units, primarily including those of the Upper Cretaceous, Adamantina, and Marília formations Candeiro et al., 2012a;Candeiro et al., 2004;Ghilardi and Fernandes, 2011). The teeth are also of high taxonomic diversity, thus representing distinct theropod clades such as ...
Article
Theropod tooth crowns are abundant in the Upper Cretaceous (post-Coniacian) continental deposits of the Bauru Group, Brazil. The distribution of anatomical crown features indicates that a variety of carnivorous dinosaurs inhabited the area at that time, which is consistent with fossil records from other parts of Gondwana. More specifically, some authors have attributed several isolated specimens to the Carcharodontosauridae; while this has important implications for palaeobiogeography and paleoecology, other scholars have argued that the clade became extinct during the Turonian. In this study, we conducted discriminant and phylogenetic analyses for 18 crowns putatively assigned to the Carcharodontosauridae. In short, the discriminant analysis suggested that the specimens should be tentatively assigned to the following groups: non-abelisauroid Ceratosauria, Abelisauridae, Neovenatoridae, Dromaeosauridae, and Pantyrannosauria. By contrast, the phylogenetic analysis indicated that all should be assigned to abelisaurid theropods, which is consistent with the theropod osteological records in both Brazil and Argentina. We recommend using a combined approach involving morphometric and phylogenetic tools when identifying isolated teeth, as this may yield more reliable identifications. We also suggest that all previous reports on the presence of post-Turonian carcharodontosaurids in the Bauru Group are invalid, which also corroborates previous work. Our results indicate that abelisaurids from the Bauru Basin were diverse in morphology and activity; that is, many were quite large and/or played important ecological roles. Findings also support the hypothesis that this taxon had a preference for semi-arid environments.
... Delcourt & Iori (2018); 11. Delcourt (2017); 12. Ghilardi & Fernandes (2011);13. Kellner & Campos (2002); 14. ...
Article
Full-text available
Abelisauridae is a broad dinosaur family of Theropoda that includes large extinct carnivores as well as extant birds. The distribution is mostly in the southern hemisphere, although some specimens are found in Europe. The phylogenetic relationships of the abelisaurids have been improved, but there is still some disagreement regarding the inclusion of some groups in the family, which deserve attention. The body plan of the abelisaurids is conservative among the group, but they have a large cranial disparity. They also tend to develop cranial structures such as horns, thick skull bones, and cornified covering. The variety of cranial soft tissues associated with skeletal features suggests that abelisaurids may have had low-stress headbutting behavior. The Brazilian record is still scarce, and there are only two known species from different geological units. Even so, it is possible to observe that the abelisaurid diversity in Brazil was large.
... This record contributes to our understanding of the paleobiogeography of Carcharodontosauridae, confirming that they survived until the end of the Cretaceous, but suggesting that they Zaher et al. (2006) and Simbras (2009 had a restricted geographic distribution, perhaps limited to South America. We also report the left fibula of a basal coelurosaur from AM1, the first remains of this clade in São Paulo state, expanding its occurrence from the northern and marginal Triângulo Mineiro region in the Bauru Basin, Minas Gerais (Machado et al., 2008;Novas et al., 2008;Ghilardi and Fernandes, 2011;Candeiro et al., 2012). ...
Article
By studying fossil bite traces, we can reconstruct the behaviour of extinct organisms and better understand past communities, environments, and ecosystems. In this paper, we analyse bite traces on a fragmented sauropod rib from the Upper Cretaceous of the Bauru Basin, southeastern Brazil. The fossil was collected in the Ibirá municipality, São Paulo State, in the strata of the São José do Rio Preto Formation (Santonian-?Maastrichtian). The analysed specimen displays nine tooth drag traces on its external surface, produced by six or seven biting events. The traces consist of shallow linear grooves, with tapered ends and a serrated or smooth edge morphology. They can be classified as Linichnus serratus, Linichnus bromleyi, and Knethichnus parallelum and were produced by an organism with ziphodont dentition, probably an Abelisauridae. This work adds to the knowledge of the Bauru Basin palaeoecology and palaeobiology and expands the record of Mordichnia of Gondwana.
Article
The fluvial deposits of the Adamantina Formation (Upper Cretaceous, Bauru Group) have produced a rich fossil vertebrate record of fishes, amphibians, lizards, snakes, turtles, dinosaurs and mammals. However, the record of notosuchians (Crocodylomorpha) is remarkable in terms of both diversity and number of findings. Here, we report a large number of new coprolites found in association with skeletons of crocodylomorphs from the Adamantina Formation in the cities of Jales and Fernandópolis, São Paulo State, Brazil, and discuss their meaning for the understanding of feeding habits of their producers. The coprolites from Jales were found mostly together with adult skeletons of baurusuchids and crocodylomorph egg clutches, while the coprolites from Fernandópolis are associated with adult sphagesaurids and juvenile and adult baurusuchid skeletons, and rare crocodylomorph egg clutches. Forty-one coprolites were analysed encompassing different degrees of preservation. The X-ray diffraction showed the coprolites are comprised mainly of fluorapatite. The presence of bone fragments in some coprolites, together with their typical crocodylomorph cylindrical shape with rounded ends, strongly indicates that Baurusuchidae not only are carnivores, but that also ingested large bone fragments. On the other hand, the coprolites assigned to Sphagesauridae generally show a more complex chemical composition and present plant remains within which indicate this group, at least in part, fed on plants. Our results reinforce the importance of these ichnofossils as an independent source of information on the feeding habits of their producers and add new evidence these two groups of crocodylomorphs fed on different food sources.
Article
Full-text available
There is little consistency in the notation and orientation terminology used in discussions of non-mammalian fossil vertebrate dentitions. The standardization of this terminology, as done in the medical and dental sciences, would facilitate all future research on fossil teeth. For mammals, we recommend following convention, where incisors, canines, premolars, and molars are abbreviated as In, Cn, Pn, and Mn (n = tooth number) in upper jaws and as in, cn, pn, and mn in lower jaws. Right, left, and deciduous teeth are indicated by R, L, and D (e.g., DP4, Rp2). For non-mammals, which can have dentigerous premaxillae, maxillae, and dentaries, as well as additional tooth-bearing bones (e.g., vomers, palatines, pterygoids, ectopterygoids, sphenoids, splenials, and even parasphenoids), we encourage identifying teeth using the bone abbreviation (e.g., pmn, mxn, dn, vn, paln). A number and slash (/) combination can be used to distinguish between multiple tooth rows (e.g., Pal1/n, Pal2/n), and specimen-specific maps can be created for very complicated dentitions. We suggest the use of the terms mesial and distal to designate tooth surfaces and directions facing toward and away from the mandibular symphysis. Labial is offered for those surfaces and directions facing the lips or cheeks and lingual for those facing the tongue. We offer the terms basal for the direction toward crown bases, apical for the direction toward crown tips, occlusal for views of the occlusal surfaces, and basal and root apical for views of crown bases and roots, respectively.
Article
Full-text available
The Bauru Basin is a depression developed in the south-central part of the South American Platform by thermo-mechanical subsidence in the Late Cretaceous, following the rupture of the Gondwanic continent and the opening of the Atlantic Ocean. This inland basin accumulated an essentialy sandy sedimentary siliciclastic sequence, 300 m thick. This sequence, presently covering an area of 370,000 km2, lies upon volcanic rocks of the Serra Geral Formation (Early Cretaceous), mainly basalts, from which it is separated by an erosional uncorformity. It occurs between latitudes 18°S and 24°S and longitudes 47°W and 56°W, covering parts of the states of São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais and Goiás in Brazil and also occurs in northeast Paraguay. This Upper Cretaceous sequence is formed by two chronocorrelative groups, Caiuá and Bauru. It was deposited under semi-arid climate, in an assymetric endoreic basin, desertic towards its interior. Sedimentation proceeded simultaneously with the progressive uplift of the borders, defined by important positive tectonic structures, that separated it from other, neighbouring Cretaceous basins. Life in the Bauru Basin developed best in areas with greatest water availability, such as the broad plains of braided streams, with ephemeral alkaline lagoons. There reptiles reigned, mainly dinosaurs, crocodiles and turtles. Increasing aridity toward the interior of the basin resulted in the gradual reduction in the record of life in the internal units, until its almost complete absence in the sand sea deposits of the central paleodesert.
Article
No chelonian of the Bauru Group (Late Cretaceous of south-central Brazil) has so far been included in a numerical cladistic analysis with an explicit taxon-character data matrix. Out of the five taxa formally described from that stratigraphic unit, those based on more complete specimens - Bauruemys elegans, Cambaremys langertoni, and Roxochelys wanderleyi - were considered in a cladistic study of the pro-Podocnemidae Pelomedusoides. The resulting hypothesis of relationships places the specimen known as FR-4922 and Brasilemys josai among Pelomedusoides basal to Podocnemoidea. Within that clade, the Bauru Group taxa lie basal to Podocnemidae. Roxochelys is revealed to be a monophyletic genus, closer to Podocnemidae than the other analyzed Cretaceous forms. Among these, Bauruemys elegans is more derived than Portezueloemys patagonica, while the position of Cambaremys langertoni is ambiguous. Within extant Podocnemidae, a sister group relationship between Peltocephalus dumerilianus and Erymnochelys madagascariensis is proposed.