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FABULAÇÕES ENTRE CORPO E NATUREZA
Teresa Maria Siewerdt – USP
Hugo Fortes - USP
RESUMO
Neste artigo a artista Teresa Siewerdt reflete acerca de um conjunto de trabalhos autorais
produzidos entre 2009 e 2012, a série germes(2012), Claustro(2011), Flora doméstica(2011),
Traje de Carrapicho(2011) e Vênus de Limo (2009). A reflexão sobre o tema parte da noção de
fotografia performada “performed photography,” formulada por Philipe Auslander, na qual o
documento fotográfico torna-se o lugar primário para o acontecimento da ação poética. Tais
documentos, por sua vez, evidenciam um espaço de fabulação, na qual o corpo da artista
interage com o ambiente físico ou virtual, estabelecendo com ele relações de hibridismo e
extensão.
Palavras - chave: Fotografia performada, fabulação, hibridismo.
RESUMEN
En este artículo la artista Teresa Siewerdt reflexiona sobre un conjunto de trabajos autorales
producidos entre 2009 y 2012, La série “germes”(2012), “Venus de Limo”(2009), “Flora
domestica”(2011), “traje de Carrapicho”(2011) y “Claustro”(2011). La reflexión sobre el tema
está basada en el concepto de fotografia performada “performed photography”, formulada por
Philipe Auslander, en la que el documento fotográfico se convierte en principal lugar para el
acontecimiento de la acción poética.Dichos documentos a su vez, muestran un espacio de
fabulaciones, donde el cuerpo de la artista interacciona con el entorno físico o virtual,
estableciendo con el relaciones de hibridismo y extensión.
Palabras clave: Fotografia performada, fabulación, hibridismo.
As reflexões a respeito da temática do corpo e da natureza estão presentes em
minha produção desde 2001, quando realizei o trabalho meu/eu/deles, uma caixa de
vidro de 60x40, contendo em seu interior um pedaço de carne. A princípio o trabalho foi
executado para uma exposição, mas rapidamente, a causa do processo de
decomposição que se desencadeou, o trabalho voltou para casa e acabou sendo
deslocado para o jardim. Tratava-se de um objeto escultórico não convencional, que ao
incorporar o tempo e fazer uso da matéria viva na obra estabelecia um diálogo
pungente com trabalhos da arte povera.
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Ao ser deslocado para os fundos do jardim, o trabalho foi se transformando e
revelando outras situações interessantes, proporcionadas pela sua relação com o
entorno. Em um dado momento passei a ver a caixa de vidro como uma extensão do
meu corpo, personificado naquele objeto que havia abandonado a mercê do tempo,
quebrado em algumas partes, encobertos por musgos em outras. Em suma, a escultura
passara a ser pensada por mim como um sujeito relacionando-se com o ambiente
externo.
O conjunto de trabalhos aqui apresentados partiram de reflexões suscitadas por
esse primeiro trabalho, embora se tratem de fotografias performadas e projetos de
performance, todos estabelecem um diálogo direto com o corpo e a natureza, e
encontram no ambiente doméstico, principalmente no jardim, um campo fértil de
experimentações. Salvo a série germes, que se deu no espaço virtual.
Os procedimentos artísticos adotados neste conjunto de trabalhos evocam a
noção de extensão e hibridismo, mediante ações performáticas de fusão, conexão e
articulação do corpo com a natureza e o ambiente no qual ele é inserido, seja ele real
ou virtual. A fotografia é parte constitutiva na concepção das obras, levando em
consideração que as performances são pensadas e orientadas especificamente para o
dispositivo que as registra: “ O espaço do documento (seja visual ou audiovisual), torna-
se então o único espaço no qual a performance ocorre”, como coloca Auslander
(2006,p.2). Portanto, nunca há audiência, o contato com o espectador se dá
posteriormente, através do registro enquanto desdobramento visual da ação.
Destaca-se que o instante fotográfico não somente estabelece a temporalidade
da performance, mas gera também um campo ideal para a fabulação, pois se sabe
que a câmera é capaz de elaborar uma realidade que inexiste previamente a ela, como
observou Barthes no efeito que se produz na relação entre o retratado e a câmera
fotográfica,” desde que eu me sinto olhado por uma objetiva, tudo muda: eu me ponho
a posar, eu me transformo imediatamente num outro corpo, eu me transfiguro de
imediato em imagem.”( BARTHES, Roland. Apud Machado, Arlindo. 1984.)
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A fabulação aliada à fotografia e ao vídeo é um procedimento comum a diversos
artistas contemporâneos. As brasileiras Brígida Baltar e Janaina Tschäpe se utilizam
deste recurso para a elaboração de seu universo ficcional, além disso, ambas fazem
uso constante de elementos da natureza em seus trabalhos. Brígida Baltar realiza
ações que misturam realidade e fantasia, criando personagens que vivem animais,
como no filme” Maria Farinha - Ghost Crab” (2004), no qual uma atriz comporta-se
como um caranguejo e procura constantemente burlar-se da câmera que a persegue
na praia. Em outro trabalho de Brígida, da série “Umidades”(1994-2001), a artista
veste uma roupa especial e sai para coletar neblina, orvalho ou maresia, depositando
simbolicamente o material em variados recipientes de vidro. As ações são registradas
em fotografias ou curtos filmes silenciosos, de uma atmosfera irreal e diáfana. Janaina
Tschäpe, por sua vez, faz uso da fotografia e do vídeo para criar um mundo de sonhos
e deformações, como em sua série “Melantropics”(2006), na qual seres meio
humanos, um tanto animais e parte vegetais surgem em meio a paisagem tropical,
resultando de uma estranha combinação que ora nos fascina, ora perturba nossa
imaginação. Janaina também faz montagens com suas fotografias, sobrepõe
diferentes fotogramas ou desenha ou pinta sobre eles, exemplo dessa experiência é a
série “Photodrawings”(2010), que resulta em imagens ainda mais deslocadas da
realidade.
A fotografia pode então, além de documentar a performance, registrar a
montagem e confecção de uma cena ficcional, dando vazão a uma dinâmica de trocas
entre real e imaginário, documentação e fabulação. Marcel Duchamp, em seu auto-
retrato como Rrose Sélavy e Cindy Sherman em suas fotografias encenando
personagens, usam a fotografia para consagrar o momento performático. Em outros
casos, a imagem pode registrar um evento que nem sequer aconteceu, como na
celebre performance de Yves Klein, Salto ao vazio. Quando o artista saltou do muro
havia uma rede de proteção que não aparece na fotografia, composta de duas
tomadas diferentes, depois sobrepostas por adição.
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A fotografia, sem dúvida, ocupa um lugar de destaque nos trabalhos envolvendo
a performance e a fabulação e na produção de projetos artísticos contemporâneos, e
longe de ser mera documentação de uma encenação, é parte constitutiva dos
trabalhos, como coloca Dubbois,
Depressa ficou claro que a fotografia longe de se limitar a ser apenas o
instrumento de uma reprodução documentária do trabalho, que interviria depois,
era de imediato pensamento, integrado à própria concepção do projeto a ponto
de mais de uma realização ambiental ter sido elaborada em função de certas
características do procedimento fotográfico, como, por exemplo, tudo que se
refere ao trabalho do ponto de vista. (DUBOIS,1994.P.285)
Algumas fabulações:
A série “germes”(2012) mostra a cabeça da artista Teresa Siewerdt inserida na
paisagem de uma outra fotografia. Trata-se a rigor de uma colagem, mas também
concebida como performance. Tal concepção leva em consideração o fato das cabeças
terem sido fotografadas previamente com o propósito de “entrarem” na segunda
imagem pré-existente, e de inserir também imagens apropriadas de álbuns aleatórios
disponíveis em bancos de dados da internet.
Fig.01 e 02. Dá série “germes”. Somália e Arthur Peck Garden. Fotografia Digital, 2012.
Ao hospedar-se na segunda imagem, o corpo da artista estabelece uma situação
de parasitismo, que se intensifica ao encontrar na outra imagem uma espécie de
segundo corpo, no qual se aloja e encontra seu meio de existência. Neste aspecto, a
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palavra “germe”, que dá título à série, pode referir-se tanto a um micróbio patológico,
como ao sentido de germinação do termo. Ambas atribuições são caras a este trabalho,
pois a performance acontece especialmente para a imagem, que é portanto seu destino
e sua origem.
O trabalho começa com expedições por galerias virtuais a fim de encontrar
imagens convenientes para a performação. Aproprio-me de imagens que mostram
paisagens, jardins ou plantações, lugares nos quais as cabeças possam brotar ou
serem enterradas facilmente. Depois fotografo minha cabeça e, por fim, a alojo na
imagem escolhida por meio de montagem digital, possibilitando a hibridação entre as
partes. Posteriormente, o título individual de cada fotografia referencia o lugar
retratado nestas fotos apropriadas. Segundo o pesquisador Steve Dixon, a aplicação
de novas mídias nas artes performáticas é extremamente diversificada e a internet tem
colaborado significantemente para seu desenvolvimento.(DIXON, 2007)
Outro aspecto crucial a ser sinalizado nesta série é a dimensão fabular, que se
dá pela justaposição de realidades estranhas uma à outra. A fabulação, no caso, se dá
pela invenção de uma situação fantasiosa, as cabeças estão agigantadas em relação à
escala da paisagem onde estão inseridas, imprimindo um aspecto surrealista à imagem.
Faço uso do termo “surrealismo” em um sentido expandido, como colocado por James
Clifford,
Estou usando o termo ‘Surrealismo’ em um sentido obviamente expandido, para
circunscrever uma estética que valoriza os fragmentos, as coleções estranhas,
justaposições inesperadas que trabalham para incitar a manifestação de
realidades extraordinárias(...) (CLIFFORD, 1988:118)
Em outro trabalho mais antigo, Vênus de limo (2009), a operação artística de
inserção de limo sobre uma escultura feminina de jardim, como se fossem seus
cabelos, gera da mesma forma uma fusão estranha e inesperada. Trata-se de um
trabalho em fotografia, um tríptico que documenta em três tomadas diferentes o
resultado de um procedimento artístico de adição. Quando se percorre a imagem da
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esquerda para a direita, indo do plano detalhe, pode-se perceber a textura delicada do
limo, ao plano aberto com a Vênus de Limo no contexto do jardim.
Fig.03. Vênus de Limo, Fotografia Digital. Florianópolis, 2009.
A fotografia neste caso não é somente a documentação de um procedimento
artístico, mas o registro de uma cena montada, na qual a estátua do jardim torna-se
animada e é fotografada como se estivesse performando para a câmera, por isso se
fez necessário o recurso da seqüencia fotográfica, como uma forma de dar dinamismo
à cena e tratá-la como plano narrativo. O espaço ganha outra dimensão quando a
estátua aparece como personagem encenando para a fotografia, a dimensão do
fantástico parece tomar conta do cena.
Sabe-se que Vênus é o nome de uma divindade mitológica, a deusa do amor e
da beleza para os antigos romanos, no entanto, no contexto da fotografia, sua
identidade passa por uma alteração à medida que o limo toma conta de seus cabelos.
Cria-se uma outra fábula para este personagem mitológico, na qual ele sofre uma
mutação e ganha novas características. Esta nova forma híbrida de ser, constituída
por rocha, limo e imaginário, substitui e assume o corpo da artista, tornando-se um
outro “eu” externo e ficcional, projetado na estátua de jardim.
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No trabalho em fotografia “Flora doméstica” ( São Paulo, 2011), o corpo da
artista está presente literalmente, porém praticamente desaparece em meio a
vegetação, camuflando-se com um traje de plantas que confunde seu corpo com o
ambiente. Trata-se, uma vez mais, de uma performance voltada para a fotografia,
usando-se da estratégia da camuflagem para deflagrar tensões/relações entre corpo e
entorno, entre natureza e cultura, entre fundo e superfície.
O ambiente escolhido como cena para a performance exerce uma influência
direta sobre a forma do corpo, apresentando o que Roger Caillois definiria como uma
psicastenia legendária dos corpos (CAILLOIS, 1986) , nela o espaço possui a
capacidade de seduzir o organismo a assimilar-se com o meio e nele dissolver-se. Essa
tendência à dissolução estaria presente em todo organismo vivo. Caillois defende que a
morfologia sofre uma determinação a partir do tipo de relação que o organismo
estabelece com o meio. A “psicastenia legendária” seria uma categoria psicopatológica
que designaria os distúrbios da personalidade com o espaço.
A influência do espaço sobre o corpo também determina a encenação da
personagem Flora Doméstica. Flora, assim como Vênus, é um personagem mítico,
encarna a potência reprodutora da natureza, que faz florir as árvores e preside a tudo
que floresce. O nascimento do personagem é proporcionado através do uso do “traje”
de folhas confeccionado pela artista, é o traje que confere à artista o poder de tornar-se
“Flora”, é ele que possibilita a passagem “mágica” para o plano ficcional no contexto
doméstico.
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Fig.04- Flora doméstica. Fotografia digital. São Paulo, 2011.
No projeto para performance “Traje de carrapicho”(Florianópolis/São Paulo
2011), também está presente o interesse pela idéia de traje revestido com elementos
vegetais. O trabalho compõe-se com duas imagens de duas naturezas distintas, uma
documenta a artista nua, com as mãos amarradas e os olhos vendados em sua
residência em Florianópolis, a outra é um desenho à maneira científica, no qual ela se
coloca na mesma posição, só que vestida com um traje transparente coberto de
carrapichos.
Desmodium adscendens, ou carrapicho, é uma planta rasteira, conhecida por
grudar na roupa ou na pele, e encontra-se em abundância em pastos ou cerrados de
quase todas as regiões do Brasil. A atração sobre esta planta deu-se justamente por
sua capacidade de aderência ao corpo humano ou vestimentas. Ao formular a idéia de
um traje repleto de carrapichos, pensava em uma performance para ele no contexto
urbano, onde os carrapichos se iriam aderindo à roupa de outras pessoas conforme a
artista circulasse pela cidade.
Colhi alguns carrapichos em Florianópolis com a intenção de confeccionar o
traje em São Paulo, mas quando voltei acabei realizando apenas o desenho. Este
deslocamento entre lugares acabou tornando-se essencial na concepção do trabalho,
porque o traje foi pensado como uma extensão da própria planta, a artista torna seu
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corpo um híbrido por meio deste traje, usando ele como uma maneira de fazer roçar as
categorias que distinguem a cultura da natureza, o corpo do vegetal. O corpo, neste
trabalho, encarna uma espécie de alegoria fabricada pela artista.
Fig.05- Sem Titulo, negativo escaneado e positivado. Florianópolis, 2011. Fig.06- Traje de Carrapicho.
Aquarela, desenho, tule e carrapicho sobre papel. São Paulo, 2011.
Neste aspecto, a reflexão aqui proposta lida com a idéia de uma natureza que
busca manifestar-se através do corpo humano. No trabalho “Claustro” ( São Paulo,
2011), essa idéia renasce como uma doença implacável, que brota de dentro do corpo
em forma de um jardim íntimo. Trata- se de uma fábula de mutação e hibridação,
atribuindo ao corpo partes vegetais e transformando a casa em cenário fértil para a
ficção acontecer.
Claustro é um termo proveniente da arquitetura de mosteiros e conventos,
designa uma galeria que forma os quatro lados de um pátio interior, onde geralmente
se cultiva um jardim. Neste trabalho, o corpo jacente evoca este espaço sagrado e
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recôndito da arquitetura religiosa, simultaneamente o ventre aberto invoca o mito da
fertilidade.
Fig. 07- Claustro. Fotografia digital. São Paulo, 2011.
O nascimento deste pequeno jardim fazia parte de uma narrativa particular da
artista, relacionado a uma situação na qual reinava o sentimento de impossibilidade
frente a algumas restrições que se apresentavam no cotidiano. O jardim crescia do
desejo secreto de habitar um lugar melhor, onde reinasse a tranqüilidade e felicidade,
um lugar utópico, afastado de todo mal e dos vícios da cidade, recordando a imagem
do Éden.
Portanto, alguns campos comuns – a fotografia, a fabulação, o híbrido, o corpo
e a natureza são elementos que se repetem nos trabalhos selecionados, transita-se
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entre eles. A partir de indagações sobre a vida, a realidade é atravessada por uma
aura mítica e estranha; nessa realidade os elementos vegetais aparecem junto ao
corpo, num processo de hibridação e de extensão. A fabulação, por sua vez, acontece
através de uma relação de cumplicidade com a fotografia e encontra seu refúgio na
privacidade e na intimidade do lar. A recorrência ao universo fantasioso presente
nesta série de trabalhos poderia apontar para um grau de escapismo ou tendências
psicológicos de fuga da realidade, no entanto, atestam uma preocupação íntima, que
alude ao processo contínuo de construção da identidade, no qual faz parte a
manipulação da realidade e a possibilidade de criar outras.
Referencias Bibliográficas
AUSLANDER, Philip. The performativity of performance documentation. Perfor- mance Art
Journal – PAJ 84, 2006.
CAILLOIS, Roger. Mimetismo e psicastenia legendária. Revista Che Voui, ano 1, no1,
Cooperativa Cultural Jacques Lacan, Porto Alegre: 1986.
CLIFFORD, James. The predicament of culture:twentieth century etnography, literature
and art. Cambridge: Harvard University Press, 1988.
DIXON, Steve. Digital performance: a history of new media in theatre, dance,
performance art, and installation. Cambridge (Massachusetts): MIT Press, 2007
MACHADO, Arlindo. A ilusão especular: uma introdução à fotografia. São Paulo:
Brasiliense,1984.
Teresa Maria Siewerdt
Mestranda em Poéticas Visuais, na USP, formada em artes plásticas pela UDESC(2007). Co-
organizadora do livro ‘Meyer Filho: exercício de imaginação’, curadora das exposições ‘A
extensão das coisas’ (Memorial Meyer Filho, 2011) e ‘Faça algo errado e diga que fui eu que
mandei fazer’ (SESC Joinville, 2010). Participou como artista da mostra ‘Destino CWB’ (Museu
da Fotografia, Curitiba, 2012) e de ‘Marcelinho Campeche’ (Espaço contemporão, SC, 2011).
Hugo Fortes
Artista e Professor doutor na ECA-USP. Pós-doutor pela FAU-USP e Doutor em Artes Visuais
pela ECA-USP. Viveu de 2004 a 2006 em Berlim, onde foi bolsista de doutorado-sandwich
pelo DAAD. Como artista já expôs em mais de 15 países. Foi curador das mostras “Urbi et
Orbi” (Paço das Artes – SP), “Mostravídeo Berlim” (Itaú Cultural – Belo Horizonte e Vitória),
“Arte e Natureza” (Goethe Institut SP e Matilha Cultural) e “Soltem os Bichos” (Ateliê 397 SP).