A partir de um exame da cena final de Zabriskie Point (Antonioni, 1970) e da noção de figural (LYOTARD, 1971), analisaremos diversas noções correlatas que enfatizam a autonomia das imagens frente aos imperativos da narrativa cinematográfica: o número musical (SUTTON, 1981), o conceito estendido de moving-picture dance (CARROLL, 2001), a fotogenia (EPSTEIN, 1974), o punctum (BARTHES, 1984), o
... [Show full abstract] sentido obtuso (BARTHES, 1990) e o excesso cinemático (THOMPSON, 1977). Estabelecido o contato entre essas noções, proporemos a ideia de "modulação narrativa" que, a nosso ver, compreende não apenas a força plástica da imagem como também o potencial elástico da própria narrativa cinematográfica. Por fim, recorreremos à metáfora do museu imaginário (LEFEBVRE, 1997) para compreender de que modo a figura, entre a narrativa, a materialidade fílmica e a experiência de um espectador singular, se manifesta a partir de um filme.